Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA EFEITO ANTICONVULSIVANTE DE FRAÇÕES ISOLADAS DA PEÇONHA DA FORMIGA Dinoponera quadríceps (Formicidae: Ponerinae) Aluna: Diana Aline Nôga Morais Ferreira Orientadora: Profa. Dra. Alessandra Mussi Ribeiro NATAL/RN 2015 DIANA ALINE NÔGA MORAIS FERREIRA EFEITO ANTICONVULSIVANTE DE FRAÇÕES ISOLADAS DA PEÇONHA DA FORMIGA Dinoponera quadríceps (Formicidae: Ponerinae) Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtenção do título de mestre em Psicobiologia. Orientadora: Profa. Dra. Alessandra Mussi Ribeiro Natal 2015 Título: Efeito Anticonvulsivante de Frações Isoladas da Peçonha da Formiga Dinoponera quadríceps (Formicidae: Ponerinae) Autora: Diana Aline Nôga Morais Ferreira Data da defesa: 11/05/2015 Banca Examinadora: Profª Dr. Alessandra Mussi Ribeiro Universidade Federal de São Paulo, SP Profª Dr. Regina Helena da Silva Universidade Federal de São Paulo, SP Prof. Dr. Wagner Ferreira dos Santos Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, SP AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a minha família. Aos meus pais, Sônia e Ferreira, que investiram pessoal e financeiramente em mim, permitindo que chegasse a esse momento. E ao meu irmão mais velho, David, pela amizade, suporte e as inúmeras caronas. Agradeço a todo grupo do LEME que sempre esteve presente para ajudar, fosse nos experimentos ou apenas com aquele incentivo tão necessário. Especialmente a Ramón Hypolito e Ywlliane Meurer que seguraram as pontas no momento de maior necessidade, atuando como administradores, pedreiros, pintores, mas principalmente como co-orientadores e amigos, que não permitiram que nos deixássemos abater diante das dificuldades. A todos os meus amigos, que me apoiaram nos momentos de dúvida e tristeza e proporcionaram diversos momentos de alegria. Especialmente a Jéssica Damasceno, Alexandre Costa, Amanda Borges, Fernanda Cagni, Ramón Hypolito e Ywlliane Meurer. Ao meu namorado e grande companheiro, Luiz Eduardo, que me ajudou em praticamente todos os experimentos e esteve sempre ao meu lado, me apoiando e me fazendo uma pessoa melhor a cada dia. Por fim, a minha orientadora, Alessandra Ribeiro, pela paciência, pelos direcionamentos e ensinamentos durante esses cinco anos de orientação. E a todos que de alguma forma contribuíram para minha formação e para construção desse trabalho. Muito obrigada! RESUMO A epilepsia é uma patologia crônica do sistema nervoso central que afeta cerca de 65 milhões de indivíduos no mundo. Aproximadamente 30% desses indivíduos desenvolvem crises convulsivas que persistem apesar do tratamento monitorado com drogas antiepilépticas. Assim, há uma evidente necessidade do desenvolvimento de novos fármacos antiepilépticos e as peçonhas podem ser uma excelente fonte de modelos. Nesse contexto, enquanto já vários estudos sobre peçonhas de serpentes, escorpiões e aranhas, pouco se sabe sobre as peçonhas de formigas. Estudos prévios do nosso laboratório demonstraram que a peçonha desnaturada da formiga Dinoponera quadríceps protegeu camundongos de crises convulsivas e morte induzidas por bicuculina (BIC). Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi investigar o potencial anticonvulsivante de frações isoladas da peçonha de D. quadríceps em crises convulsivas induzidas pela BIC, bem como uma análise dos efeitos dessas frações no comportamento natural dos camundongos no campo aberto. Os animais foram divididos em grupos, os quais receberam injeções (1 mg/ml i.c.v.) de seis frações distintas e tiveram seu comportamento geral observado no campo aberto durante 30 min. No segundo experimento, os animais receberam as mesmas frações 20 min antes da administração de bicuculina (10 mg/ml). Em seguida, foi analisado o comportamento motor convulsivo desses animais durante 30 minutos no campo aberto. No primeiro experimento, não foram observadas alterações comportamentais. Já no segundo experimento, a administração prévia de DqTx1, DqTx3, DqTx4 e DqTx6 aumentou a latência para o desenvolvimento de crises tônico-clônicas. Além disso, todas as frações, exceto DqTx5, aumentaram a latência para a morte dos animais. Ainda, os melhores resultados foram obtidos com a fração DqTx6, que protegeu 62,5% dos animais testados contra o desenvolvimento de crises tônico-clônicas e 100% dos animais contra a morte. Palavras-chave: Bicuculina, crises tônico-clônicas, design de fármacos, compostos bioativos, antiepiléticos. ABSTRACT Epilepsy affects at least 65 million people worldwide and the available treatment is associated with various side effects. Approximately 20-30% of the patients develop seizures that persist despite of careful monitored treatment with antiepileptic drugs. Thus, there is a clear need for the development of new antiepileptic drugs and the venoms can be an excellent source of probes. In this context, while there are studies on venoms from snakes, scorpions and spiders, little is known regarding venom from ants. Previous studies from our group showed that denatured venom from ant Dinoponera quadriceps protected mice from seizures and death induced by bicuculline (BIC). In this context, the aim of this study was to investigate the anticonvulsant activity of compounds isolated from D. quadriceps venom on seizures induced by BIC, as well as an analysis of its effects on spontaneous behavior in mice. Animals were divided into groups, which received injections (1 mg/ml; i.c.v.) of six distinct venom fractions and had their general behavior analyzed for 30 min in the open field. In the second experiment, we carried out the same fractions injection protocol 20 min before the administration of bicuculline (10 mg/ml). Immediately after, we analyzed animals’ seizures behavior during 30 min in open field. In the first experiment we did not observe behavioral alterations. Conversely, in the second experiment, previous administration of DqTx1, DqTx3, DqTx4 and DqTx6 increased latency for onset of tonic-clonic seizures. Moreover, all fractions, except DqTx5, increased latency to animals’ death. Yet, we obtained our best result with DqTx6 fraction, which protected 62.5% of tested animals from development of tonic-clonic seizures. Further, this fraction protected all tested animals from seizure episodes followed by death. Keywords: bicuculline, tonic-clonic seizures, drug design, bioactive compounds, antiepileptic drug. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11 1.1. Epilepsia ......................................................................................................................... 11 1.2. Breve histórico dos produtos naturais: Os venenos como fontes de fármacos .. 12 1.3. Venenos e peçonhas: uma visão geral ..................................................................... 14 1.4. Peçonhas e toxinas de vertebrados .......................................................................... 17 1.5. Peçonhas e toxinas de invertebrados ....................................................................... 19 1.5.1 Dinoponera quadriceps.......................................................................................... 24 2. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 26 3. OBJETIVOS ....................................................................................................................33 3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 33 3.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 33 4. ARTIGO ........................................................................................................................... 34 Introduction ............................................................................................................................ 38 Material and Methods .......................................................................................................... 40 Ants collection and fraction obtainment ........................................................................ 40 Animals ............................................................................................................................... 41 Surgery ............................................................................................................................... 41 General Procedures ......................................................................................................... 42 Behavioral analysis .......................................................................................................... 42 Verification of the injection site ....................................................................................... 43 Statistical analysis ............................................................................................................ 44 Results .................................................................................................................................. 44 HPLC purification .............................................................................................................. 44 Primary screening ............................................................................................................. 45 Anticonvulsant assay ....................................................................................................... 46 Discussion ........................................................................................................................... 48 Acknowledgements ........................................................................................................... 52 References ........................................................................................................................... 52 5 ANEXO ............................................................................................................................. 70 11 1. INTRODUÇÃO 1.1. Epilepsia A Epilepsia é uma doença do cérebro caracterizada por uma contínua predisposição para a geração de uma atividade neuronal excessiva ou sincrônica, bem como pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais resultantes dessa condição (Fisher et al., 2005, 2014). As crises epilépticas podem ser classificadas como do tipo focal ou generalizada. As crises focais são caracterizadas por se originarem e permanecem em redes neurais limitadas a um hemisfério cerebral e pela consistência com relação ao seu local de início. Já as crises generalizadas se caracterizam por envolverem redes distribuídas nos dois hemisférios cerebrais, sendo subclassificadas em ausência, ausência com características especiais, mioclônica, clônica, tônica, atônica e tônico-clônica (Berg et al., 2010). Este transtorno neurológico afeta aproximadamente 65 milhões de indivíduos no mundo (Thurman et al., 2011) e aproximadamente 30% desses desenvolvem uma epilepsia crônica que não responde a nenhum fármaco antiepiléptico (Löscher, 1997; Rosillo-de la Torre, 2014). No Brasil, são poucos os estudos que abordam o caráter epidemiológico da epilepsia. O mais recente, que foi realizado por Kanashiro (2006) em Campinas e São José do Rio Preto sugere que aproximadamente 0,88% da população brasileira teria epilepsia e destes, aproximadamente 25,3% não receberia o tratamento correto. Os fármacos antiepilépticos atualmente utilizados atuam através de três mecanismos principais: (1) pelo aumento da neurotransmissão inibitória 12 mediada pelo ácido gama-aminobutírico (GABA), tendo como exemplos os benzodiazepínicos, os barbitúricos, a tiagabina, a vigabatrina, dentre outros. (2) através da modulação de canais iônicos voltagem-dependente de sódio, cálcio e potássio, tendo como exemplos a fenitoína, a pregabalina, a carbamazepina, dentre outros. (3) através da atenuação da transmissão excitatória glutamatérgica, tendo como representantes o felbamato e, de forma parcial, o topiramato. O grande problema é que estes fármacos precisam ser utilizados de forma crônica e estão associados a efeitos colaterais negativos, como desconforto gástrico, sedação, diplopia, ataxia, nistagmo, hipertrofia gengival, osteomalacia, hirsutismo, neuropatia periférica, aumento paradoxal de crises, prejuízos cognitivos, distúrbios comportamentais, bem como reações idiossincráticas como agranulocitose, pseudolinfoma, falência hepática, falência múltipla e anemia aplástica (Kwan, et. al., 2001; Macdonald & Kelly, 1995; Mortari et al., 2007b; Rogawski, 2006). Nesse contexto, é clara a necessidade do desenvolvimento de novos fármacos que possam tratar os pacientes resistentes e/ou apresentar menos efeitos colaterais. Então, uma fonte potencial de novos fármacos para o tratamento da epilepsia são os compostos isolados de produtos naturais. 1.2. Breve histórico dos produtos naturais: Os venenos como fontes de fármacos Os produtos naturais constituem uma fonte para obtenção de novas substâncias utilizadas no tratamento de doenças humanas desde tempos 13 remotos (Koehn & Carter, 2005). Por exemplo, desde o século VII a.C. povos na Índia utilizavam venenos extraídos de serpentes para prolongar a vida e para o tratamento de problemas gastrointestinais (Gomes et al., 2010). Na medicina tradicional chinesa (desde a dinastia Song – 960 a 1279), tanto a peçonha e/ou corpo do escorpião Buthus martensis são utilizados no tratamento de doenças como epilepsia, acidente vascular cerebral e paralisia facial (Zhao et al., 2008 and 2011). Ainda, em populações indígenas na América Latina, as tarântulas são utilizadas no tratamento de diversas doenças, como asma, câncer e erisipela (Machkour-M’Rabet et al., 2011). As pesquisas na área de produtos naturais derivados de venenos tiveram um aumento considerável entre os anos de 1970 a 1980, com o desenvolvimento do anti-hipertensivo captopril a partir do veneno da serpente Bothrops jararaca, porém passaram por um declínio durante os anos seguintes. Esse declínio foi provavelmente resultado de diversos fatores, entre eles o desenvolvimento da química combinatória e os avanços na biologia celular, molecular e genômica, que aumentaram a quantidade de substâncias para testes e de alvos moleculares, além de reduzirem o tempo para descoberta de novos fármacos (Greene et al, 1972; King, 2011; Koehn & Carter, 2005). Porém, com o desenvolvimento de técnicas mais eficientes para fracionamento e caracterização de produtos naturais e o fato de técnicas concorrentes, como a química combinatória, terem falhado na apresentação de novas substâncias promissoras, a pesquisa baseada na prospecção de compostos bioativos obtidos a partir de produtos naturais voltou a ganhar notoriedade, de forma que, em 2010, 50% dos fármacos lançados no mercado foram desenvolvidos a 14 partir de substancias obtidas a partir de produtos naturais (King, 2011; Molinski et al., 2009; Newman & Cragg, 2012). Atualmente, dentre os diversos produtos naturais pesquisados, seja para o desenvolvimento de novos fármacos utilizados na clínica ou como ferramentas para a pesquisa científica, grande parte são princípiosativos isolados a partir de peçonhas de serpentes. Isso se deve provavelmente ao fato desses animais apresentarem maior quantidade de veneno quando comparado com as quantidades obtidas de invertebrados como aranhas, escorpiões, dentre outros. Esse quadro começou a mudar com o desenvolvimento de técnicas sofisticadas de fracionamento, avanços em espectrometria de massa, miniaturização dos testes funcionais e o advento das bibliotecas de cDNA, que permitiram a análise direta dos transcritos dos venenos (King, 2011). 1.3. Venenos e peçonhas: uma visão geral Os venenos são secreções tóxicas, que contem moléculas que interferem na fisiologia e em processos bioquímicos de outros animais e são produzidas em uma glândula especializada (King, 2011). Alguns animais desenvolveram sistemas complexos para aplicação dessas secreções em suas vítimas, como dentes modificados, arpões, ferrões, presas, probóscides, entre outros (Fry et al., 2009). Esses animais são denominados peçonhentos e seus venenos, peçonhas. As composições dos venenos são resultado de um processo evolutivo de milhões de anos, o qual permitiu o desenvolvimento e incorporação de uma grande quantidade de compostos bioativos com o 15 objetivo de defesa, predação e de afastar indivíduos competidores (Fry et al., 2009; Miijanich, 1997; Mortari et al., 2007b). Em geral, os venenos são formados por uma combinação de proteínas, peptídeos, poliaminas, sais, aminoácidos, minerais e alcaloides (Fry et al., 2009; Gomes et al., 2010; Lewis & Garcia, 2003; Wong & Belov, 2012). As proteínas presentes nesses compostos são resultantes de um processo de recrutamento, o qual envolve a duplicação de um gene que codifica uma proteína e a expressão seletiva desse gene na glândula (Fry et al., 2009). Essas duplicações de genes podem promover o surgimento de novas funções e a formação de “famílias multigênicas” (multigene family), que consistem numa família de proteínas codificadas por genes similares, que são variações de um gene ancestral. Dessa forma, essas proteínas preservam uma mesma estrutura básica, que recebe alterações chaves, permitindo uma diversidade de funções (Fry et al., 2009; Wong & Belov, 2012). Apesar da diversidade na composição de venenos uma grande diversidade de espécies apresenta proteínas como as cistatinas, defensinas, hialuronidases, lectinas, peptidases, fosfolipases, proteínas secretórias ricas em cisteína, esfingomielinases, dentre outras. Todas essas proteínas apresentam precursores que possuem um peptídeo sinal na posição N-terminal (Fry et al., 2009). Outra característica em comum, é que essas proteínas, bem como os peptídeos que agem como toxinas, possuem uma maior quantidade de cisteínas, o que permite a formação de pontes de sulfeto, as quais garantem maior estabilidade e resistência à degradação por proteases. Essa estabilidade é importante para permitir que as toxinas cheguem ainda ativas aos seus alvos e, além disso, pode favorecer a produção de fármacos derivados de venenos 16 em que a via de administração seja oral (Fry et al., 2009; King, 2011; Miijanich, 1997). Por ter uma composição diversificada, os venenos possuem alvos e ações diversas no organismo humano. Eles podem agir nos sistemas nervoso, cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, além de poderem atingir pele, músculos e rins, seja por uma ação tecido-específica ou por ações citotóxicas. Como consequência, podem causar dor, inchaço, necrose tecidual, náuseas, vômitos, paralisias, diarreia, febre, dores de cabeça, visão borrada, tonturas, fraqueza ou falta de coordenação muscular, hipotensão, hemorragia, efeitos trombóticos e podem levar até a morte, seja por ação direta ou por reações anafiláticas (Sitprija & Suteparak, 2008; Wong & Belov, 2012). Quase todos esses efeitos podem ser resultados de enzimas presentes no veneno, ou da ação de suas toxinas sobre diversos alvos, como canais iônicos, transportadores e os mais diversos receptores celulares. Como mencionado, as toxinas de venenos sofrem constante pressão seletiva, já que é de sua eficácia que depende a aquisição de alimento e defesa de muitos animais que as produzem. Assim, geralmente possuem alta potência e especificidade de ação para seu alvo molecular. Em suma, essas características são difíceis de serem replicadas por outras fontes, e fazem das toxinas animais uma fonte única para o desenvolvimento de novos modelos de ferramentas e tratamentos farmacológicos (King, 2011). 17 1.4. Peçonhas e toxinas de vertebrados Os vertebrados peçonhentos incluem principalmente serpentes, outros répteis, peixes e anfíbios. Dentre esses como já mencionados, os mais estudados com relação ao potencial de suas peçonhas são as serpentes, as quais são divididas em quatro famílias, Elapidae (najas, cobras-coral, etc), Viperidae (cascavel, jararaca, etc), Atractaspidinae e Colubridae (Warrell, 2012). Várias substâncias com grande potencial terapêutico já foram extraídas de peçonhas de serpentes. Como já descrito anteriormente, uma das primeiras foi a base para o desenvolvimento do anti-hipertensivo Captopril®, um inibidor da enzima conversora de angiotensina II, largamente utilizado na clínica para tratamento de hipertensão, alguns tipos de patologias cardíacas congestivas e na preservação da função renal em indivíduos com neuropatia diabética (Izidoro et al., 2014; Liu et al., 2014; Rodrigues & Santos, 2012; Vogel et al., 2014) Outros exemplos de substâncias promissoras extraídas de serpentes são a eptifibatida (Integrilin®) e o tirofiban (Aggrastat®), dois anticoagulantes que bloqueiam o receptor de glicoproteína IIb/IIIa, que são sintetizados a partir de proteínas extraídas do veneno das serpentes Sistrurus miliarus barbouri e Echis carinatus, respectivamente (Kereiakes et al., 1996; Earl et al., 2012). Esses fármacos estão sendo testados como adjuvantes para recanalização vascular em situações como infarto agudo do miocárdio, acidentes vasculares isquêmicos e complicações cirúrgicas tromboembolíticas, uma vez que podem impedir a ativação plaquetária, impedindo assim a reoclusão e facilitando uma destruição mais completa e rápida do trombo (Asadi et al., 2014; Eisenberg et 18 al., 1992; Sedat et al., 2014). Outra substância é o peptídeo TNP-c, isolado do veneno da Oxyuranus microlepidotus, que apresenta similaridade com peptídeos natriuréticos, possuindo atividade vasodilatadora e hipotensiva (Fry et al., 2005); ou a textilinina-1 (Q8008), um inibidor de serina protease isolada do veneno da Pseudonaja textilis, que é um potente e seletivo inibidor de plasmina e tripsina e vem sendo testada como agente hemostático em cirurgias cardiotorácicas (Earl et al., 2012; Flight et al., 2009). Alguns peixes também podem possuir peçonhas, um exemplo é o Thalassophryne nattereri, que possui dois espinhos laterais e dois espinhos dorsais conectados a glândulas produtoras de peçonha. Essa peçonha quando inoculada em humanos é capaz de causar edema e dor severa, seguida de necrose tecidual (Lopes-Ferreira et al., 2001). Estudos prévios mostram que a peçonha desse peixe pode causar dano a membrana de células musculares, bem como alteração de todas as organelas dessas células, além de outras propriedades miotóxicas (Lopes-Ferreira et al., 2001). Outras ações relacionadas a essa peçonha são a alteração da estrutura da matriz extracelular, do conteúdo de colágeno durante a fase de recuperação, da organização do citoesqueleto e da formação de pseudópodes em células epiteliais (Pareja-Santos et al., 2009). Algumas toxinas isoladas do veneno do T. nattereri como as natterinas apresentam ação proteolítica sobre os colágenos dos tipos I e IV e componentes da matriz extracelular, convertem angiotensina I em angiotensina II, além de inibirem a adesão entre célula e matriz extracelular e causaremmorte celular. A nattectina é uma lectina do tipo C, que apresenta a capacidade de aumentar a adesão celular mediada por integrinas e a sobrevivência de células Hela, em um processo também 19 mediado por sua interação com integrinas (Komegae et al., 2011; Tenório et al., 2015). Um dos poucos, se não o único mamífero peçonhento é o Ornithorhynchus anatinus, que injeta sua peçonha através de esporas nas patas traseiras, as quais estão ligadas a uma glândula produtora da peçonha que surge durante o período de reprodução. O envenenamento de humanos causa inchaço e dor intensa, que não é amenizada pela administração de morfina (Fenner et al., 1992). A peçonha bruta deste animal foi capaz de causar edema na pata de ratos, com pico entre 20 a 30 minutos e relaxamento do útero pré-contraídos de ratos (De Plater et al., 1995). O isolamento da peçonha desse animal demonstrou a presença de peptídeos semelhantes à e a -defensinas e peptídeos natriuréticos (Whittington et al., 2008). Apesar dos vertebrados, especialmente as serpentes, terem sido os principais alvos dos estudos iniciais com peçonhas, como já mencionado anteriormente, os avanços técnicos recentes e o desenvolvimento de um maior conhecimento sobre o sistema nervoso, permitiram que as peçonhas de invertebrados também fossem alvo de novas pesquisas. 1.5. Peçonhas e toxinas de invertebrados Os invertebrados peçonhentos incluem, entre outros, aranhas, escorpiões, caramujos, águas-vivas, vespas, abelhas e formigas. As peçonhas desses animais contêm componentes químicos de diversas classes, mas os peptídeos e as poliaminas constituem os compostos neuroativos mais estudados (Mortari et al., 2007b). 20 As peçonhas de escorpiões podem provocar em humanos febre, agitação psicomotora, salivação, lacrimejamento, aumento da mobilidade intestinal, arritmias cardíacas e respiratórias, hipertensão seguida de hipotensão, edema pulmonar e choque, dentre outros (Ossanai et al., 2012). Dentre as várias espécies existentes, apenas algumas possuem importância médica, sendo distribuídas principalmente entre os gêneros Centruroides, Tityus, Buthus, Androctonus, Buthotus, Leiurus e Parabuthus (Nencioni et al., 2009). Em relação ao gênero Tityus, a maioria dos estudos investigou a peçonha do T. serrulatus, onde se observou que a injeção da peçonha bruta no hipocampo de ratos é capaz de causar comportamentos convulsivos, como mioclonias, automatismos faciais e sacudidela de cachorro (wet dog shakes), e, além disso, a injeção intraperitoneal resulta na indução de descargas neuronais epileptiformes (Dorce & Sandoval, 1994; Nencioni et al., 2009). Esses efeitos se devem, pelo menos em parte, às toxinas TS-8F e TsTX-I, que isoladamente causam descargas epileptiformes e wet dog shakes, quando injetadas no hipocampo de ratos (Carvalho el al., 1998; Teixeira et al., 2010). Outra espécie de escorpião bastante estudada é o Buthus martensis. A peçonha desse escorpião é bastante interessante, pois contém tanto toxinas com potencial convulsivante como com potencial anticonvulsivante. Assim, a toxina convulsivante BmK I, é uma -toxina moduladora de canais de sódio voltagem-dependente que, quando injetada no hipocampo dorsal de ratos em doses baixas, promove crises límbicas, automatismos faciais, wet dog shakes e mioclonias, enquanto que na dose de 2 g causa crises tônico-clônicas seguidas de morte (Bai et al., 2006). Por outro lado, com relação ao potencial anticonvulsivante, podemos citar as toxinas isoladas BmK AS e a BmK IT2. A 21 primeira, quando injetada previamente no hipocampo, reduz de forma dose- dependente a duração e o número de crises convulsivas induzidas pelo pentilenotetrazol (PTZ) e aumenta a latência para o início do estado epiléptico induzido pela pilocarpina (Zhao et al., 2011). Já a segunda toxina, quando injetada previamente em CA1, protege os animais da morte e reduz a intensidade das crises induzidas pelo PTZ (Zhao et al., 2008). Entre os invertebrados também podemos destacar os estudos com peçonhas de aranhas. As aranhas existem há pelo menos 300 milhões de anos, representadas por aproximadamente 40.000 espécies já descritas (Rash & Hodgson, 2002). A grande maioria das neurotoxinas extraídas de aranhas são proteínas, peptídeos ou acilpoliaminas (McCormick & Meinwald, 1993). Na literatura existem vários exemplos de neurotoxinas extraídas de aranhas, dentre eles está a Ph1, isolada da peçonha da Phoneutria nigriventer, que é capaz de reduzir, de forma duradoura, a alodinia no modelo de incisão plantar, podendo ter uso potencial no controle de dores persistentes (de Souza et al., 2011). Outro exemplo, é a toxina JZTX-XIII isolada da peçonha da Chilobrachys jingzhao, que apresenta a capacidade de bloquear canais de potássio dependentes de voltagem dos tipos Kv2.1, Kv4.1 e Kv4.2, com maior afinidade pelo primeiro (Yuan et al., 2012). Ainda, a -latrotoxina e -latroinsetotoxina, isoladas da peçonha da viúva negra (Latrodectus sp), atuam sobre a membrana pré-sináptica formando poros que facilitam a passagem de íons como o cálcio, gerando uma liberação maciça de neurotransmissor. A diferença entre as duas é que a -latrotoxina 22 atua em mamíferos e não em insetos, enquanto que para a -latroinsetotoxina é ao contrário, apresentando assim potencial inseticida (Finkelstein et al., 1992; McCormick & Meinwald, 1993). A peçonha da aranha Scaptocosa raptoria quando administrada i.c.v. promove alterações comportamentais em ratos, como crises pro-cursivas (wild running), um comportamento que geralmente precede crises convulsivas (Ribeiro et al., 2000). Entretanto, quando a peçonha é desnaturada e injetada previamente na substância negra parte reticulada, é capaz de proteger ratos de crises convulsivas induzidas pela injeção de bicuculina na Area tempestas. Este efeito foi atribuído a toxina isolada SrTx 1.3 (Mussi-Ribeiro et al., 2004). A aranha Parawixia bistriata, cuja peçonha bruta promove o surgimento de crises convulsivas límbicas em ratos, com mioclonias e wet dog shakes (Rodrigues et al., 2001), também quando desnaturada protege animais de crises tônico-clônicas induzidas por bicuculina, picrotoxina e PTZ. A toxina Parawixina 10, também apresentou potencial anticonvulsivante em modelos de crises tônico-clônicas induzidas por ácido kaínico, NMDA e PTZ em ratos, através de um mecanismo que envolve o aumento da recaptação de glutamato e glicina (Fachim et al., 2011). Outro grupo importante no estudo de venenos é o dos insetos peçonhentos que fazem parte da ordem Hymenoptera, a qual compreende abelhas, vespas e formigas. Esses insetos injetam suas peçonhas através de um ovopositor modificado, que se encontra em seu abdômen (Fitzgerald & Flood, 2006). 23 As peçonhas das abelhas são mais conhecidas pelas reações anafiláticas provocadas em mamíferos. No entanto, essas apresentam toxinas com grande potencial terapêutico, por exemplo, na medicina oriental são utilizadas para o tratamento de doenças imunológicas, como a artrite reumatoide. Essa capacidade de modular a resposta imune vem sendo investigada como forma de tratamento complementar em outros tipos de patologias. Um exemplo é a doença de Parkinson, Chung et al., (2012) demonstraram que, em camundongos com administrações intraperitoneais da toxina MPTP, a aplicação intraperitoneal da peçonha de abelha foi capaz de reduzir a morte de neurônios dopaminérgicos na substância negra, reduzir citocinas pró-inflamatória como IL-1 e TNF-, além de diminuir a formação de espécies reativas de oxigênio e o infiltrado de linfócitos TCD4. Da mesma forma que as aranhas, as vespas possuem peçonhas com potencial terapêutico. Um exemplo é a toxina AvTx8 isolada da peçonha da vespa Agelaia vicina, que quando injetada previamente na Substância negra parte reticulada, reduzos comportamentos defensivos gerados pela estimulação química de camadas profundas do colículo superior (de Oliveira et al., 2005). A peçonha desnaturada da vespa Polybia occidentalis, quando injetada previamente no ventrículo lateral direito de ratos, é capaz de proteger animais de crises convulsivas causadas pela administração de bicuculina, picrotoxina e ácido kaínico, além de aumentar a latência para o aparecimento de crises induzidas por PTZ (Mortari et al., 2005). Além disso, o peptídeo Thr6-BK, isolado dessa mesma peçonha, apresentou efeito antinociceptivo duas vezes 24 mais potente que a morfina no teste de retirada de cauda (tail-flick) em ratos (Mortari et al., 2007a). As formigas também possuem peçonhas com grande potencial farmacológico, porém, apesar de existirem mais de 35.000 espécies descritas (“Taxonomic List - Ants of All Antweb (Species) - AntWeb,” n.d.), o estudo de suas peçonhas é bastante reduzido. Um dos poucos exemplos já descritos é da poneratoxina, isolada do veneno da peçonha da formiga Paraponera clavata, que é capaz de bloquear a transmissão sináptica no sistema nervoso central de baratas (Piek et al., 1991) e aumentar a capacidade do baculovírus em matar a larva da lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (Szolajska et al., 2004). Outros exemplos são da ectamotina, isolada da peçonha da formiga Ectatomma tuberculatum, que inibe a corrente de cálcio em miócitos ventriculares de ratos (Pluzhnikov et al., 1999) e as mirmexinas, isoladas da peçonha da Pseudomyrmex triplarinus, que possuem atividade antiinflamatória, demonstrada pela inibição dose-dependente do edema de pata induzido por carragenina em ratos (Pan & Hink, 2000). 1.5.1 Dinoponera quadriceps A subfamília Ponerinae, que inclui o gênero Dinoponera, apresenta as formigas com maior tamanho, com picadas dolorosas e capazes de provocar manifestações sistêmicas como febre, tremores, suor frio, náusea, vômito, linfadenopatia e arritmias cardíacas (Haddad Junior et al., 2005). A Dinoponera quadriceps, possui uma organização social atípica, não possuindo rainha. É encontrada em regiões da caatinga, cerrado, brejo de altitude e floresta 25 atlântica, sendo endêmica no Nordeste brasileiro (Medeiros et al., 2012; Vasconcellos et al., 2004). Poucos são os estudos com a peçonha dessa formiga, Sousa e colaboradores (2012) demonstraram o potencial antinociceptivo da peçonha em teste com formalina, ácido acético e carragenina em ratos. Mais recentemente Lopes e colaboradores (2013) demonstraram o efeito neuroprotetor da peçonha quando injetada i.p. no modelo de crises convulsivas induzidas por PTZ. No campo molecular, Cologna e colaboradores (2013) realizaram a identificação dos peptídeos presentes na peçonha de formigas coletadas em quatro diferentes regiões, demonstrando significativas diferenças entre as composições dessas peçonhas, bem como a presença de peptídeos com ação antimicrobiana de amplo espectro. Enquanto que Torres e colaboradores (2014) realizaram uma análise de transcriptoma da glândula de veneno da D. quadriceps, demonstrando a presença de polipeptídeos alergênicos, proteínas tipo-letal, dinoponeratoxinas e esterases. Um trabalho realizado no nosso laboratório demonstrou que a peçonha bruta, quando injetada em altas doses no ventrículo lateral esquerdo de camundongos Swiss, é capaz de promover alterações comportamentais, caracterizadas por um período inicial de imobilidade, seguido de um intenso comportamento motor semelhante a crises convulsivas tônico-clônicas. Por outro lado, a injeção i.c.v. prévia da peçonha desnaturada é capaz de proteger animais de crises tônico-clônicas e morte no modelo de crises induzidas pela bicuculina (Nôga et al. 2015). Esses resultados fomentaram o fracionamento da peçonha, através de cromatografia líquida de alto desempenho, na tentativa de isolar os componentes responsáveis pelos efeitos anticonvulsivantes. 26 2. REFERÊNCIAS Asadi, H., Yan, B., Dowling, R., Wong, S., & Mitchell, P. (2014). Advances in Medical Revascularisation Treatments in Acute Ischemic Stroke. Thrombosis, 2014, 1–14. doi:10.1155/2014/714218 Bai, Z.-T., Zhao, R., Zhang, X.-Y., Chen, J., Liu, T., & Ji, Y.-H. (2006). The epileptic seizures induced by BmK I, a modulator of sodium channels. Experimental Neurology, 197(1), 167–76. doi:10.1016/j.expneurol.2005.09.006 Berg, A. T., Berkovic, S. F., Brodie, M. J., Buchhalter, J., Cross, J. H., Boas, V. E. W., Engel, J., French, J., Glauser, T. A., Mathern, G. W., Moshé, S. L., Nordli, D., Plouin, P., & Scheffer, I. E. (2010). Revised terminology and concepts for organization of seizures and epilepsies: Report of the ILAE Commission on Classification and Terminology, 2005-2009. Epilepsia, 51(4), 676–685. doi:10.1111/j.1528-1167.2010.02522.x Carvalho, F. F., Nencioni, A. L. A., Lebrun, I., Sandoval, M. R. L., & Dorce, V. A. C. (1998). Behavioral, Electroencephalographic, and Histoplathologic Effects of a Neuropeptide Isolated from Tityus serrulatus Scorpion Venom in rats. Pharmacology Biochemistry and Behavior, 60(1), 7–14. doi: 10.1016/S0091- 3057(97)00407-3 Chung, E. S., Kim, H., Lee, G., Park, S., Kim, H., & Bae, H. (2012). Neuro-protective effects of bee venom by suppression of neuroinflammatory responses in a mouse model of Parkinson’s disease: Role of regulatory T cells. Brain, Behavior, and Immunity, 26(8), 1322–30. doi:10.1016/j.bbi.2012.08.013 Cologna, C. T., Cardoso, J. D. S., Jourdan, E., Degueldre, M., Upert, G., Gilles, N., Uetanabaro, A. P. T, Costa Neto, E. M., Thonart, P., de Pauw, E., & Quinton, L. (2013). Peptidomic comparison and characterization of the major components of the venom of the giant ant Dinoponera quadriceps collected in four different areas of Brazil. Journal of Proteomics, 94, 413–22. doi:10.1016/j.jprot.2013.10.017 De Oliveira, L., Cunha, A. O. S., Mortari, M. R., Pizzo, A. B., Miranda, A., Coimbra, N. C., & dos Santos, W. F. (2005). Effects of microinjections of neurotoxin AvTx8, isolated from the social wasp Agelaia vicina (Hymenoptera, Vespidae) venom, on GABAergic nigrotectal pathways. Brain Research, 1031(1), 74–81. doi:10.1016/j.brainres.2004.10.027 De Plater, G., Martin, R. L., & Milburn, P. J. (1995). A pharmacological and biochemical investigation of the venom from the platypus (Ornithorhynchus anatinus). Toxicon, 33 (2), 157-69. doi: 10.1016/0041-0101(94)00150-7 De Souza, A. H., Lima, M. C., Drewes, C. C., da Silva, J. F., Torres, K. C. L., Pereira, E. M. R., de Castro Junior, C. J., Vieira, L. B., Cordeito, M. N., Richardson, M., Gomez, R. S., Romano-Silva, M. A., Ferreira, J., & Gomez, M. V. (2011). Antiallodynic effect and side effects of Phα1β, a neurotoxin from the spider Phoneutria nigriventer: comparison with ω-conotoxin MVIIA and morphine. Toxicon : Official Journal of the International Society on Toxinology. doi:10.1016/j.toxicon.2011.09.008 27 Dorce, V. A., & Sandoval, M. R. (1994). Effects of Tityus serrulatus crude venom on the GABAergic and dopaminergic systems of the rat brain. Toxicon , 32(12), 1641–7. doi:10.1016/j.lfs.2012.06.029 Earl, S. T. H., Masci, P. P., de Jersey, J., Lavin, M. F., & Dixon, J. (2012). Drug development from Australian elapid snake venoms and the Venomics pipeline of candidates for haemostasis: Textilinin-1 (Q8008), HaempatchTM (Q8009) and CoVaseTM (V0801). Toxicon , 59(4), 456–63. doi:10.1016/j.toxicon.2010.12.010 Eisenberg, P. R., Sobel, B. E., & Jaffe, a S. (1992). Activation of prothrombin accompanying thrombolysis with recombinant tissue-type plasminogen activator. Journal of the American College of Cardiology, 19(April), 1065–1069. doi:10.1016/0735-1097(92)90296-Y Fachim, H. A., Cunha, A. O. S., Pereira, A. C., Beleboni, R. O., Gobbo-Neto, L., Lopes, N. P., Coutinho-Neto, J., & dos Santos, W. F. (2011). Neurobiological activity of Parawixin 10, a novel anticonvulsant compoundisolated from Parawixia bistriata spider venom (Araneidae: Araneae). Epilepsy & Behavior : E&B, 22(2), 158–64. doi:10.1016/j.yebeh.2011.05.008 Fenner, P. J., Williamson, J. A., & Myers, D. (1992). Platypus envenomation - a painful learning experience. The Medical Journal of Australia, 157, 829-832. Finkelstein, A., Rubin, L. L., & Tzeng, M. C. (1992). Black widow spider venom: effect of purified toxin of lipid bilayer membranes. Science, 193, 1009-11. doi: 10.1126/science.948756 Fisher, R. S., Boas, W. V. E., Blume, W., Elger, C., Genton, P., Lee, P., & Engel, J. (2005). Epileptic seizures and epilepsy: definitions proposed by the International League Against Epilepsy (ILAE) and the International Bureau for Epilepsy (IBE). Epilepsia, 46(4), 470–2. doi:10.1111/j.0013-9580.2005.66104.x Fisher, R. S., Acevedo, C., Arzimanoglou, A., Bogacz, A., Cross, J. H., Elger, Engel, J., Forsgren, L., French, J. A., Glynn, M., Heddorffer, D. C, Lee, B. I., Mathern, G. W., Moshé, S. L., Perucca, E., Scheffer, I. E., Tomson, T., Watanabe, M., & Wiebe, S. (2014). ILAE Official Report: A practical clinical definition of epilepsy. Epilepsia, 55, 475–482. doi:10.1111/epi.12550 Fitzgerald, K. T., & Flood, A. a. (2006). Hymenoptera stings. Clinical Techniques in Small Animal Practice, 21(4), 194–204. doi:10.1053/j.ctsap.2006.10.002 Flight, S. M., Johnson, L. A, Du, Q. S., Warner, R. L., Trabi, M., Gaffney, P. J., Lavin, M. F., de Jersey, J., & Masci, P. P. (2009). Textilinin-1, an alternative anti-bleeding agent to aprotinin: Importance of plasmin inhibition in controlling blood loss. British Journal of Haematology, 145(2), 207–11. doi:10.1111/j.1365-2141.2009.07605.x Fry, B. G., Wickramaratana, J. C., Lemme, S., Beuve, A., Garbers, D., Hodgson, W. C., & Alewood, P. Novel natriuretic peptides from the venom of the inland taipan (Oxyuranus microlepitidotus): isolation, chemical and biological characterization. Biochemical and Biophysical research communications, 327 (4), 1011-15. doi: 10.1016/j.bbrc.2004.11.171 Fry, B. G., Roelants, K., Champagne, D. E., Scheib, H., Tyndall, J. D. A., King, G. F., Nevalainen, T. J., Norman, J. A., Lewis, R. J., Norton, R. S., Renjifo, C., & de la 28 Vega, R. C. R. (2009). The toxicogenomic multiverse: convergent recruitment of proteins into animal venoms. Annual Review of Genomics and Human Genetics, 10, 483–511. doi:10.1146/annurev.genom.9.081307.164356 Gomes, A., Bhattacharjee, P., Mishra, R., Biswas, A. K., Dasgupta, S. C., & Giri, B. (2010). Anticancer potential of animal venoms and toxins. Indian Journal of Experimental Biology, 48(2), 93–103. Retrieved from http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20455317 Haddad Junior, V., Cardoso, J. L. C., & Moraes, R. H. P. (2005). Description of an injury in a human caused by false tocandira (Dinoponera gigantea, Perty, 1833) with revision on folkloric, pharmacological and clinical aspects of the giant ants of the genera Paraponera and Dinoponera (sub-family Ponerinae). Revista Do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 47(4), 235–238. doi:10.1590/S0036- 46652005000400012 Izidoro, L. F. M., Sobrinho, J. C., Mendes, M. M., Costa, T. R., Grabner, A. N., Rodrigues, V. M., da Silva, S. L., Zanchi, F. B., Zuliani, J. P., Fernandes, C. F. C., Calderon L. A., Stábeli, R. G., & Soares, A. M. (2014). Snake venom L-amino acid oxidases: Trends in pharmacology and biochemistry. BioMed Research International, 2014. doi:10.1155/2014/196754 Kereiakes, J., Kleiman, N. S., & Ambrose, J. (1996). Randomized, double-blind, placebo-controlled dose-ranging study of tirofiban (MK-383) platelet IIb/IIIa blockade in high risk patients undergoing coronary angioplasty. Journal of the American College of Cardiology, 27(3), 536-42. doi: 10.1016/0735- 1097(95)00500-5 King, G. F. (2011). Venoms as a platform for human drugs: translating toxins into therapeutics. Expert Opinion on Biological Therapy, 11(11), 1469–84. doi:10.1517/14712598.2011.621940 Koehn, F. E., & Carter, G. T. (2005). The evolving role of natural products in drug discovery. Nature Reviews. Drug Discovery, 4(3), 206–20. doi:10.1038/nrd1657 Komegae, E. N., Ramos, A. D., Oliveira, A. K., Serrano, S. M. D. T., Lopes-Ferreira, M., & Lima, C. (2011). Insights into the local pathogenesis induced by fish toxins: role of natterins and nattectin in the disruption of cell-cell and cell-extracellular matrix interactions and modulation of cell migration. Toxicon, 58(6-7), 509–17. doi:10.1016/j.toxicon.2011.08.012 Kwan, P., Sills, G. J., & Brodie, M. J. (2001). The mechanisms of action of commonly used antiepileptic drugs. Pharmacology & Therapeutics, 90(1), 21–34. doi: 10.1016/S0163-7258(01)00122-X Lewis, R. J., & Garcia, M. L. (2003). Therapeutic potential of venom peptides. Nature Reviews. Drug Discovery, 2(10), 790–802. doi:10.1038/nrd1197 Liu, C. C., Yang, H., Zhang, L. L., Zhang, Q., Chen, B., & Wang, Y. (2014). Biotoxins for cancer therapy. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, 15, 4753–4758. doi:10.7314/APJCP.2014.15.12.4753 Lopes-Ferreira M., Nuñez, J., Rucavado, A., Farsky, S. H., Lomonte B., Angulo, Y., da Silva, J. M. M., & Gutiérrez, J. M. (2001). Skeletal muscle necrosis and 29 regeneration after injection of Thalassophryne natteri (niquim) fish venom in mice. International Journal of Experimental Pathology, 82(1), 55-64. Lopes, K. S., Rios, E. R. V., Lima, C. N. D. C., Linhares, M. I., Torres, A. F. C., Havt, A., Quinet, Y. P., Fonteles, M. M. de F., & Martins, A. M. C. (2013). The effects of the Brazilian ant Dinoponera quadriceps venom on chemically induced seizure models. Neurochemistry International, 63(3), 141–5. doi:10.1016/j.neuint.2013.06.001 Löscher, W. (1997). Animal models of intractable epilepsy. Progress in Neurobiology, 53(49), 239 – 248. doi: 10.1016/S0301-0082(97)00035-X Macdonald, R. L., & Kelly, K. M. (1995). Antiepileptic drug mechanisms of action. Epilepsia, 36 Suppl 5, S2–S8. doi: 10.1111/j.1528-1157.1993.tb05918.x Machkour-M’Rabet, S., Hénaut, Y., Winterton, P., & Rojo, R. (2011). A case of zootherapy with the tarantula Brachypelma vagans Ausserer, 1875 in traditional medicine of the Chol Mayan ethnic group in Mexico. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, 7(1), 12. doi:10.1186/1746-4269-7-12 McCormick, K. D., & Meinwald, J. (1993). Neurotoxic acylpolyamines from spider venoms. Journal of Chemical Ecology, 19(10), 2411–2451. doi:10.1007/BF00979674 Medeiros, J., Araújo, A., Araújo, H. F. P., Queiroz, J. P. C., & Vasconcellos, A. (2012). Seasonal activity of Dinoponera quadriceps Santschi (Formicidae, Ponerinae) in the semi-arid Caatinga of northeastern Brazil. Revista Brasileira de Entomologia, 56(1), 81–85. doi:10.1590/S0085-56262012000100013 Miijanich, G. (1997). Venom peptides as human pharmaceuticals. Science and Medicine, 4(5), 6–15. Retrieved from https://www.sciandmed.com/sm/journalviewer.aspx?issue=1054&article=677 Molinski, T. F., Dalisay, D. S., Lievens, S. L., & Saludes, J. P. (2009). Drug development from marine natural products. Nature Reviews. Drug Discovery, 8(1), 69–85. doi:10.1038/nrd2487 Mortari, M. R., Cunha, A. O. S., de Oliveira, L., Vieira, E. B., Gelfuso, E. A., Coutinho- Netto, J., & Ferreira dos Santos, W. (2005). Anticonvulsant and behavioural effects of the denatured venom of the social wasp Polybia occidentalis (Polistinae, Vespidae). Basic & Clinical Pharmacology & Toxicology, 97(5), 289–95. doi:10.1111/j.1742-7843.2005.pto_137.x Mortari, M. R., Cunha, a O. S., Carolino, R. O. G., Coutinho-Netto, J., Tomaz, J. C., Lopes, N. P., Coimbra, N. C., & dos Santos, W. F. (2007a). Inhibition of acute nociceptive responses in rats after i.c.v. injection of Thr6-bradykinin, isolated from the venom of the social wasp, Polybia occidentalis. British Journal of Pharmacology, 151(December 2006), 860–869. doi:10.1038/sj.bjp.0707275 Mortari, M. R., Cunha, A. O. S., Ferreira, L. B., & dos Santos, W. F. (2007b).Neurotoxins from invertebrates as anticonvulsants: from basic research to therapeutic application. Pharmacology & Therapeutics, 114(2), 171–83. doi:10.1016/j.pharmthera.2007.01.009 30 Mussi-Ribeiro, A., Miranda, A., Gobbo-Netto, L., Peporine Lopes, N., & dos Santos, W. F. (2004). A anticonvulsive fraction from Scaptocosa raptoria (Araneae: Lycosidae) spider venom. Neuroscience Letters, 371(2-3), 171–5. doi:10.1016/j.neulet.2004.08.064 Nencioni, A. L. a, Lourenço, G. A., Lebrun, I., Florio, J. C., & Dorce, V. A. C. (2009). Central effects of Tityus serrulatus and Tityus bahiensis scorpion venoms after intraperitoneal injection in rats. Neuroscience Letters, 463(3), 234–8. doi:10.1016/j.neulet.2009.08.006 Newman, D. J., & Cragg, G. M. (2012). Natural products as sources of new drugs over the 30 years from 1981 to 2010. Journal of Natural Products, 75(3), 311–35. doi:10.1021/np200906s Ossanai, L. T., Lourenço, G. A., Nencioni, A. L. a, Lebrun, I., Yamanouye, N., & Dorce, V. A. C. (2012). Effects of a toxin isolated from Tityus bahiensis scorpion venom on the hippocampus of rats. Life Sciences, 91(7-8), 230–6. doi:10.1016/j.lfs.2012.06.029 Pan, J., & Hink, W. F. (2000). Isolation and characterization of myrmexins, six isoforms of venom proteins with anti-inflammatory activity from the tropical ant, Pseudomyrmex triplarinus. Toxicon, 38(10), 1403–13. doi: 10.1016/S0041- 0101(99)00233-0 Pareja-Santos, A., Saraiva, T. C., Costa, E. P., Santos, M. F., Zorn, T. T., Souza, V. M. O., Lopes-Ferreira, M., & Lima, C. (2009). Delayed local inflammatory response induced by Thalassophryne nattereri venom is related to extracellular matrix degeneration. International Journal of Experimental Pathology, 90(1), 34-43. doi: 10.1111/j.1365-2613.2008.00603.x Piek, T., Duval, a, Hue, B., Karst, H., Lapied, B., Mantel, P., Nakajima, T., Pelhate, M., & Schmidt, J. O. (1991). Poneratoxin, a novel peptide neurotoxin from the venom of the ant, Paraponera clavata. Comparative Biochemistry and Physiology. C, Comparative Pharmacology and Toxicology, 99(3), 487–95. doi: 10.1016/0742- 8413(91)90276-Y Pluzhnikov, K., Nosyreva, E., Shevchenko, L., Kokoz, Y., Schmalz, D., Hucho, F., & Grishin, E. (1999). Analysis of ectatomin action on cell membranes. European Journal of Biochemistry / FEBS, 262(2), 501–6. doi:10.1046/j.1432- 1327.1999.00426.x Rash, L. D., & Hodgson, W. C. (2002). Pharmacology and biochemistry of spider venoms. Toxicon, 40(3), 225–54. doi: 10.1016/S0041-0101(01)00199-4 Ribeiro, A. M., dos Santos, W. F., & Garcia-Cairasco, N. (2000). Neuroethological analysis of the effects of spider venom from Scaptocosa raptoria (Lycosidae: Araneae) microinjected in the lateral ventricle of Wistar rats. Brain Research Bulletin, 52(6), 581–8. doi: 10.1016/S0361-9230(00)00300-2 Rodrigues, S. S. M., & Santos, J. L. M. (2012). Chemiluminometric determination of captopril in a multi-pumping flow system. Talanta, 96, 210–5. doi:10.1016/j.talanta.2012.02.016 31 Rogawski, M. A. (2006). Diverse mechanisms of antiepileptic drugs in the development pipeline. National Institute of Health, 69(3), 273–294. doi: 10.1016/j.eplepsyres.2006.02.004 Rosillo-de la Torre, A. (2014). Pharmacoresistant epilepsy and nanotechnology. Frontiers in Bioscience, E6(2), 329. doi:10.2741/709 Sedat, J., Chau, Y., Mondot, L., Chemla, R., Lonjon, M., & Padovani, B. (2014). Is eptifibatide a safe and effective rescue therapy in thromboembolic events complicating cerebral aneurysm coil embolization? Single-center experience in 42 cases and review of the literature. Neuroradiology, 56, 145–153. doi:10.1007/s00234-013-1301-3 Sitprija, V., & Suteparak, S. (2008). Animal toxins: an overview. Asian Biomedicine, 2(6), 451–457. Retrieved from http://imsear.hellis.org/handle/123456789/129885 Sousa, P. L., Quinet, Y., Ponte, E. L., do Vale, J. F., Torres, A. F. C., Pereira, M. G., & Assreuy, A. M. S. (2012). Venom’s antinociceptive property in the primitive ant Dinoponera quadriceps. Journal of Ethnopharmacology, 8–11. doi:10.1016/j.jep.2012.08.033 Szolajska, E., Poznanski, J., Ferber, M. L., Michalik, J., Gout, E., Fender, P., Baily, I., Dublet, B., & Chroboczek, J. (2004). Poneratoxin, a neurotoxin from ant venom. Structure and expression in insect cells and construction of a bio-insecticide. European Journal of Biochemistry, 271(11), 2127–36. doi:10.1111/j.1432- 1033.2004.04128.x Taxonomic List - Ants of All Antweb (Species) - AntWeb. (n.d.). Retrieved March 19, 2015, from http://www.antweb.org/taxonomicPage.do?rank=species&project=allantwebants Teixeira, V. F., Conceição, I. M., Lebrun, I., Nencioni, A. L. a, & Coronado Dorce, V. a. (2010). Intrahippocampal injection of TsTX-I, a beta-scorpion toxin, causes alterations in electroencephalographic recording and behavior in rats. Life Sciences, 87(15-16), 501–6. doi:10.1016/j.lfs.2010.09.007 Tenório, H. D. A., da Costa Marques, M. E., Machado, S. S., & Pereira, H. J. V. (2015). Angiotensin processing activities in the venom of Thalassophryne nattereri. Toxicon, 98, 49–53. doi:10.1016/j.toxicon.2015.02.009 Thurman, D. J., Beghi, E., Begley, C. E., Berg, A. T., Buchhalter, J. R., Ding, D., Hesdorffer, D. C., Hauser, W. A., Kazis, L., Kobau, R., Kroner, B., Labiner, D., Liow, K., Logroscino, G., Medina, M. T., Newton, C. R., Parko, K., Paschal, A., Preux, P-M., Sander, J. W., Selassie, A., Theodore, W., Tomson, T., & Wiebe, S. (2011). Standards for epidemiologic studies and surveillance of epilepsy. Epilepsia, 52 Suppl 7(1), 2–26. doi:10.1111/j.1528-1167.2011.03121.x Torres, A. F. C., Huang, C., Chong, C.-M., Leung, S. W., Prieto-da-Silva, A. R. B., Havt, A., Quinet, Y. P., Martins, A. M. C., Lee, S. M. Y, & Rádis-Baptista, G. (2014). Transcriptome analysis in venom gland of the predatory giant ant Dinoponera quadriceps: insights into the polypeptide toxin arsenal of hymenopterans. PloS One, 9(1), e87556. doi:10.1371/journal.pone.0087556 32 Vasconcellos, a, Santana, G. G., & Souza, a K. (2004). Nest spacing and architecture, and swarming of males of Dinoponera quadriceps (Hymenoptera, Formicidae) in a remnant of the Atlantic forest in Northeast Brazil. Brazilian Journal of Biology = Revista Brasleira de Biologia, 64(2), 357–62. doi: 10.1590/S1519- 69842004000200022 Vogel, C. W., Finnegan, P. W., & Fritzinger, D. C. (2014). Humanized cobra venom factor: Structure, activity, and therapeutic efficacy in preclinical disease models. Molecular Immunology, 61(2), 191–203. doi:10.1016/j.molimm.2014.06.035 Warrell, D. A. (2012). Venomous bites, stings, and poisoning. Infeccious Disease Clinics of North America, 26(2), 207-23. doi: 10.1016/j.idc.2012.03.006 Whittington, C. M., Pepenfuss, A. T., Bansal, P., Torres, A. M., Wong, E. S. W., Deakin, J. E., Graves, T., Alsop, A., Schatzkamer, K., Kremitzki, C., Ponting, C. P., Temple-Smith, P., Warren, W. C., Kuchel, P. W., & Belov, Katherine (2008). Defensins and the convergent evolution of platypus and repitile venom genes. Genome Research, 18(6), 986-94. doi: 10.1101/gr.7149808 Wong, E. S. W., & Belov, K. (2012). Venom evolution through gene duplications. Gene, 496(1), 1–7. doi:10.1016/j.gene.2012.01.009 Yuan, C., Liu, Z., Hu, W., Gao, T., & Liang, S. (2012). JZTX-XIII, a Kv channel gating modifier toxin from Chinese tarantula Chilobrachys jingzhao. Toxicon, 59(2), 265– 71. doi:10.1016/j.toxicon.2011.11.021 Zhao, R., Zhang, X.-Y., Yang, J., Weng, C.-C., Jiang, L.-L., Zhang, J.-W., Shu, X-Q., & Ji, Y.-H. (2008). Anticonvulsant effect of BmK IT2, a sodium channel-specific neurotoxin, in rat models of epilepsy. British Journal of Pharmacology, 154(5), 1116–24. doi:10.1038/bjp.2008.156 Zhao, R., Weng, C.-C., Feng, Q., Chen, L., Zhang, X.-Y., Zhu, H.-Y., Wang, Y., & Ji, Y.-H. (2011). Anticonvulsant activity of BmK AS, a sodium channel site 4-specific modulator. Epilepsy & Behavior : E&B, 20(2), 267–76. doi:10.1016/j.yebeh.2010.12.00633 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral O objetivo do presente trabalho foi verificar qual (is) fração (ões) isolada (s) da peçonha da formiga Dinoponera quadriceps apresenta (m) potencial efeito anticonvulsivante em modelo de crises induzidas por bicuculina quando administrada em camundongos. 3.2 Objetivos Específicos Verificar o efeito comportamental da administração intracerebral, em camundongos, das frações isoladas da peçonha quando os animais são expostos a um campo aberto. Avaliar, em camundongos, o potencial efeito anticonvulsivante da administração intracerebral das frações isoladas da peçonha através do modelo de crises convulsivas induzidas por bicuculina. 34 4. ARTIGO Título: Pro and anticonvulsant effects of fractions isolated from Dinoponera quadriceps ant venom (Formicidae: Ponerinae) Autores: Diana Aline Nôga Morais Ferreira1, Luiz Eduardo Mateus Brandão1, Fernanda Carvalho Cagni1, Delano Silva1, Dina Lília Oliveira Azevedo1, Arrilton Araújo1, Regina Helena da Silva2 e Alessandra Mussi Ribeiro3. Filiações: 1Depto de Fisiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil. 2Depto de Farmacologia, 3Depto de Biociências, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil Periódico: Journal of Ethnopharmacology – Qualis B1 (psicologia) Status da publicação: a ser submetido 35 Pro and anticonvulsant effects of fractions isolated from Dinoponera quadriceps ant venom (Formicidae: Ponerinae) DAMF Nôga1, LEM Brandão1, FC Cagni1, D Silva1, DLO. Azevedo1, A Araújo1, RH Silva2, AM Ribeiro3 1Physiology Department, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brazil. 2Pharmacology Departament, 3Biosciences Department, Federal University of São Paulo, São Paulo, SP, Brazil Correspondence to: Alessandra M. Ribeiro, Departamento de Biociências, UNIFESP, Rua Silva Jardim, 136, CEP 11015-020 - Santos, SP, Brasil. Tel.: +55 13 38783700 E-mail: alemrib@gmail.com 36 Resumo Relevância etnofarmacológica: As tocandiras são utilizadas em rituais de passagem para idade adulta na tribo indígena amazônica Sataré-Mawé Objetivo do estudo: investigar o potencial anticonvulsivante de frações isoladas da peçonha de D. quadríceps em crises convulsivas induzidas pela BIC, bem como uma análise dos efeitos dessas frações no comportamento natural dos camundongos no campo aberto. Materiais e Métodos: Os animais foram divididos em grupos, os quais receberam injeções (1 mg/ml i.c.v.) de seis frações distintas e tiveram seu comportamento geral observado no campo aberto durante 30 min. No segundo experimento, Os animais receberam as mesmas frações 20 min antes da administração de bicuculina (10 mg/ml). Em seguida, foi analisado o comportamento motor convulsivo desses animais durante 30 minutos no campo aberto. Resultados: No primeiro experimento, não foram observadas alterações comportamentais. Já no segundo experimento, a administração prévia de DqTx1, DqTx3, DqTx4 e DqTx6 aumentou a latência para o desenvolvimento de crises tônico-clônicas. Além disso, todas as frações, exceto DqTx5, aumentaram a latência para a morte dos animais. Ainda, os melhores resultados foram obtidos com a fração DqTx6, que protegeu 62,5% dos animais testados contra o desenvolvimento de crises tônico-clônicas e 100% dos animais contra a morte. Conclusões: As frações peptídicas isoladas da peçonha de D. quadríceps possuem um potencial terapêutico para o tratamento de convulsões. Porém, é necessária a determinação da estrutura e mecanismo de ação dos componentes ativos. Palavras-chave: peçonha de formiga, bicuculina, crises tônico-clônicas, fração peptídica, produto natural. 37 Abstract Ethnophamacological relevance: The tocandiras ants are used in rituals of passage for adult age in the Sataré-Mawé tribe of Amazonian Indians. Aim of the study: investigate the anticonvulsant activity of compounds isolated from D. quadriceps venom on seizures induced by BIC, as well as an analysis of its effects on spontaneous behavior in mice Material and Methods: Animals were divided into groups, which received injections (1 mg/ml; i.c.v.) of six distinct venom fractions and had their general behavior analyzed for 30 min in the open field. In the second experiment, we carried out the same fractions injection protocol 20 min before the administration of bicuculline (10 mg/ml). immediately after, we analyzed animals’ seizures behavior during 30 min in open field Results: In the first experiment we did not observe behavioral alterations. Conversely, in the second experiment, previous administration of DqTx1, DqTx3, DqTx4 and DqTx6 increased latency for onset of tonic-clonic seizures. Moreover, all fractions, except DqTx5, increased latency to animals’ death. Yet, we obtained our best result with DqTx6 fraction, which protected 62,5% of tested animals from development of tonic-clonic seizures. Further, this fraction protected all tested animals from seizure episodes followed by death Conclusions: Peptidic fractions isolated from D. quadriceps venom have an therapeutic potential for seizures treatment. However further work is needed to determine the structure and mechanism of action of the active compounds. Keywords: ant venom, bicuculline, tonic-clonic seizures, peptide fraction, natural product. 38 Introduction Natural products comprise a immense chemical diversity and architectural complexity that cannot be matched by synthetic molecules (Clardy & Walsh, 2004; King, 2011). From this perspective the animals venoms stand out because of the high specificity and potency of their toxins in relation to their molecular targets of mammalian biological systems (King, 2011). These venoms can exert noxious effects on several systems such as cardiovascular, nervous, respiratory, renal, as well as skin and muscles. As consequence, poisoning victims may experience pain, swelling, tissue necrosis, vomiting, paralysis, fever, diarrhea, headaches, blurred sight, dizziness, hypotension, hemorrhage and even death (Sitprija & Suteparak, 2008; Wong & Belov, 2012). From another standpoint, these venoms can present benefic effects (de Souza et al., 2014; Flight et al., 2009; Nunes et al., 2013; Ondetti et al., 1971; Sheng- ming et al., 2014; T. Wang et al., 2014) or be used as pharmacological tools for probing biochemical pathways and mechanisms (Mellor & Usherwood, 2004; Morabito et al., 2014; Wang & Chi, 2004). Despite the remarkable potential of the venoms their investigation and characterization remains underexplored. Invertebrates through evolutionary process have incorporated a vast range of neurotoxins in their venoms, and some compounds show high affinity to receptors, ionic channels and transporters in the central nervous system (CNS) (Beleboni et al., 2004; Mellor & Usherwood, 2004; Mortari et al., 2007; Wang & Chi, 2004). Previous studies have demonstrated anticonvulsant effects of toxin isolated from invertebrate venoms. Peptide fraction isolated from the venom of the wasp Polybia paulista protected, at the dose of 350 g/animal, 60% of the rats against generalized tonic-clonic seizures induced by 39 pentylenotetrazol (PTZ) (do Couto et al., 2012). Further, the parawixin 2, isolated from the venom of the spider Parawixia bistriata, when injected in the right lateral ventricle, protected animals from seizures induced by PTZ, picrotoxin, pilocarpine and kainic acid (Gelfuso et al., 2007), as well as inhibited PTZ-induced kindling of rats when chronically administered for 27 days (Gelfuso et al., 2013). Seizures are the hallmark of epilepsy, a neurological disorder characterized by an enduring predisposition to generate transient abnormal excessive or synchronousneuronal activity, and by the neurobiologic, cognitive, psychological, and social consequences of this condition (Fisher et al., 2005; 2014). This disorder affects about 65 million people worldwide (Thurman et al., 2011) and approximately 30% of patients are resistant to pharmacotherapy (Löscher, 1997; Rosillo-de la Torre, 2014). Furthermore, the patients who use antiepileptic drugs frequently suffer from collateral effects ranging from gastric discomfort to hepatic failure and aplastic anemia (Mortari et al., 2007). In this context, invertebrate venoms appear as a possible source for new anticonvulsant probes. Recently, the venom from the giant ant Dinoponera quadriceps has shown anticonvulsant effects. Lopes et al. (2013) demonstrated that intraperitoneal administration of the crude venom increased the latency for onset of seizures induced by PTZ in mice. Additionally, in our lab, after the injection of the crude venom in the lateral ventricle of mice, we observed procursive behavior and tonic-clonic seizures. Conversely, the prior administration of the denatured venom protected the animals against tonic- clonic seizures (66.7%) and death (100%) induced by administration of 40 bicuculline. Taken together, the findings demonstrated that D. quadriceps venom might be potential source of new pro- and anticonvulsants molecules. In this context, the aim of present study was to investigate the anticonvulsant activity of fractions isolated from D. quadriceps ant venom on seizures induced by BIC, a GABAA antagonist, as well as an analysis of the effects on spontaneous behavior in mice. Material and Methods Ants collection and fraction obtainment D. quadriceps were collected in Nísia Floresta (6º5’S, 35º12’W), Rio Grande do Norte state, Brazil. Firstly, to collect the venom the specimens were frozen at - 20 ºC and venom reservoirs were dissected. Content of two hundred venom reservoirs were lyophilized and diluted in 0,1%TFA/H2O V/V. This solution submitted to high performance liquid chromatography (HPLC - Hitachi) purification using a Phenomenex C18 reverse phase column (2,6 x 25 cm, 12 m, 300 Å). Eluation was carried out with 0,1% TFA/H2O at a 100% gradient for the first 10 minutes, followed by a linear gradient from 0 to 100% acetonitrile (ACN) containing 0,1% TFA for 50 minutes. Eluates were monitored at 210 and 280 nm and the main fractions collected were lyophilized and resuspended in 1mL of distilled water. Six major fractions were obtained and named DqTx1, DqTx2, DqTx3, DqTx4, DqTx5 and DqTx6. 41 Animals Three-month-old male Swiss mice (30-50 g) were housed with free access to food and water, in a number of 5-6 animals in plastic cages (20 x 30 x 13 cm), under conditions of controlled temperature (25 ± 1 ºC) and a 12 h light/12 h dark cycle (lights on 6:30 a.m.). Animals were handled in accordance to Brazilian law for the use of animals in research (Law Number 11.794), and all the procedures were approved by the local ethics committee (protocol 035/2010). All efforts were made to minimize animal potential pain, suffering or discomfort. Surgery Prior to surgery mice were anesthetized with intraperitoneal injection of ketamine (100 mg/kg) plus xylazine (50 mg/kg). Afterwards, the animals were positioned in the stereotaxic frame (Insight, Brazil) and the skull was exposed. Stainless steel guide cannula (25 gauge, 8mm length) was implanted in the lateral ventricle, and the stereotaxic coordinates were anterior-posterior = - 0.6 mm, medial-lateral = 1.1 mm, and dorsal-ventral = 1.0 mm from bregma (Paxinos & Franklin, 2008). Guide cannula was anchored to the skull with dental acrylic. At the end of the surgery the cannula was temporarily sealed with a stainless-steel wire to avoid obstruction. Animals were given one week of post- operative recovery prior to the start of the experimental proceedings. 42 General Procedures Drug, vehicle and chromatography fractions were injected i.c.v. at a rate of 0.5 µL/min to a final volume of 1 L via a microsyringe pump (Insight, Brazil) with a 10 µl syringe (Hamilton Co., USA) connected to an injection needle. After infusion, the needle was left in the guide cannula for additional 60 s to allow drug to diffuse from the needle tip. Afterwards, mice were placed in a circular open field (30 cm in diameter with wall height of 60 cm) located in an experimental room illuminated by a 40 W fluorescent lamp (at the arena floor level) for 30 min. Behavior session was recorded by a digital camera placed above the apparatus and the behavioral parameters were registered. The apparatus was cleaned with a 5% alcohol solution after each session. Behavioral analysis General screening: The animals were randomly assigned into groups: Control, animals received 1 µL of distillate water (vehicle) (CTR, n = 9), and six experimental groups that received 1 mg/mL of each fraction (DqTx1 n = 7; DqTx2 n = 7; DqTx3 n = 8; DqTx4 n = 8; DqTx5 n = 8; DqTx6 = 8). We quantified the time spent in the following behavioral clusters: exploration (exploration activities involve behaviors such as exploratory sniffing, walking, scanning, and erect posture); grooming (comprises grooming of head, snout, claws, and back); and immobility (animals do not present movements, except respiratory movements). Anticonvulsant assay: Chemical convulsant (GABAA receptor antagonist bicuculline, 10 mg/mL, Sigma, USA) was standardized in order to provoke tonic- clonic seizures in 100% of injected animals in less than 30 min. Animals were 43 randomly assigned into groups: control (CTR, n = 8), animals were microinjected with vehicle 20 minutes prior to bicuculline administration, and animals were injected with DqTx1 - 6 20 minutes prior bicuculline administration in the left lateral ventricle (DqTx1 n = 7; DqTx2 n = 7; DqTx3 n = 7; DqTx4 n = 7; DqTx5 n = 7; DqTx 6 n = 8). Immediately after the administration of bicuculline, animals were placed in the open field and behavior was registered for 30 minutes. The severity of seizures was evaluated using an adapted (removal of the 0.5 score) Racine’s scale (Racine, 1972), as following: 1 – myoclonic jerks of contralateral paw; 2 – mild paw clonus lasting at least 5 s; 3 – severe paw clonus lasting at least 15 s; 4 – rearing in addition to severe paw clonus; 5 – rearing and falling in addition to severe paw clonus. Moreover, latency to de onset of tonic-clonic seizures (score 5) and death, as well as percentage of protection against tonic-clonic seizures were evaluated. Verification of the injection site Upon completion of the behavioral procedures, mice were euthanized with intraperitoneal injection of sodium thiopental (70 mg/kg) and microinjected into left lateral ventricle with 1µl of methylene blue stain to mark the correct site on injection. Brains were removed and manually cut to check the position of the cannula. Only animals with correct injection sites were included in the analysis. The same procedure was held if the death occurred before the end of the experiments. 44 Statistical analysis Data normality and homogeneity of variances were respectively tested by Shapiro-Wilk and Levene’s tests. Comparisons among different fractions of the ant venom in relation to behavioral clusters were analyzed using one-way analysis of variance (ANOVA) followed by Dunnett’s post hoc (one tailed). The same tests were used to compare the latencies for onset of seizure and death. The number of protected animals in the anticonvulsant assays was analyzed using χ2 test followed by residual analysis and the difference between means of score in these assays were analyzed using Mann-Whitney test with Bonferroni correction. We considered p < 0.05 as significant values. All statistical analyses were conducted with PASWStatistics 22 software (IBM, USA). Results HPLC purification Fractionation of the venom resulted in six major fractions, referred to as DqTx1 to DqTx6 (Figure 1). 45 Figure 1. Reverse-phase high performance liquid chromatography of Dinoponera quadriceps venom showing six major fractions at 210 and 280 nm in an acetonitrile gradient. Primary screening One-way ANOVA did not reveal effect of treatment for the exploratory activity [F(6,54) = 0.908, p = 0.498], grooming [F(6,54) = 2.075, p = 0.074], or immobility [F(6,54) = 0.675, p = 0.679] (table I). These fractions did not induce motor and behavioral alterations in the animals. 46 Table I. Effects of intracerebral injection of fractions isolated from Dinoponera quadriceps ant venom (DqTx) in mice on total of time spent in exploratory activities, grooming cluster and immobility. Treatment Behavioral cluster Exploration Grooming Immobility Control 1395.48 ± 56.38 293,14 ± 55.36 111.36 ± 36.47 DqTx1 1281.37 ± 110.25 352,47 ± 104.24 166.15 ± 93.05 DqTx2 1250.36 ± 128.08 267.05 ± 58.79 282.58 ± 119.69 DqTx3 1367.91 ± 58.9 294.31 ± 37.89 137.77 ± 53.78 DqTx4 1193.58 ± 49.32 493.80 ± 50.81 112.61 ± 44.11 DqTx5 1250.40 ± 87.55 406 ± 38.47 143.59 ± 62.27 DqTx6 1378.41 ± 84.41 280.44 ± 43.68 141.14 ± 64.03 Data expressed as the mean ± SEM. p > 0.05 (One-way ANOVA). Anticonvulsant assay As expected, all animals that received vehicle prior to bicuculline administration showed tonic-clonic seizures (level 5) followed by death (table II). One-way ANOVA revealed effects in relation to latency to onset of seizures [F(6,50) = 2.617, p = 0.029] and latency to death [F(6,50) = 3.719, p = 0.004] (Fig. 2). Dunnett’s post hoc analysis detected that groups pretreated with DqTx1 (p = 0.08), DqTx4 (p = 0.044) and DqTx6 (p = 0.002) showed an increase in the latency for the onset of seizures, and tendency for DqTxF3 (p = 0.057) (fig. 2A). Similar results occurred regarding the latency for death i.e. groups that received pretreatment with DqTx1 (p = 0.005), DqTx2 (p = 0.009), DqTx3 (p = 0.01), DqTx4 (p = 0.025) and DqTx6 (p < 0.001) showed an increase of the latency for death (fig. 2B). The analysis of seizures score showed that pretreatment with DqTx1, DqTx4 and DqTx5 fractions prevented the development of tonic-clonic seizures (level 5) in 42.6% of animals. DqTx3 and DqTx 6 fractions prevented 28.6% and 47 62.5% of animals, respectively. Regarding survival, the pretreatment with DqTx2 prevented the death of 42.8% of animals, whereas DqTx4 and DqTx5 prevented the death of 57.1% of animals, DqTx1 and DqTx3 protected 71.4% and DqTx6 protected all the animals treated (table II). Figure 2. Effects of intracerebral injection of fractions isolated from ant venom of Dinoponera quadriceps in mice. (A) Latency for the onset of tonic-clonic seizures; (B) 48 Latency for death. Data expressed as the mean ± SEM. #p = 0.057, *p< 0.05 compared to control (One-way ANOVA followed by Dunnett’s post hoc test). Table II. Effects of injection into ventricle lateral of Dinoponera quadriceps venom fractions against seizures elicited by bicuculline model in mice. TREATMENT Vehicle DqTx1 DqTx2 DqTx3 DqTx4 DqTx5 DqTx6 Median seizure score 5 5 5 5 5 5 4 Incidence of seizures Stage 1 0/8 6/7 4/7 3/7 5/7 3/7 5/8 Stage 2 0/8 4/7 4/7 3/7 5/7 3/7 5/8 Stage 3 0/8 2/7 5/7 2/7 3/7 2/7 4/8 Stage 4 0/8 1/7 2/7 2/7 0/7 1/7 1/8 Stage 5 8/8 4/7 7/7 5/7 4/7 4/7 3/8 Percentage of protection 0* 42.8 0* 28.6 42.8 42.8 62.5* Percentage of survival 0* 71.4 42.8 71.4 57.1 57.1 100* Incidence of death 8/8 2/7 4/7 2/7 3/7 3/7 0/8 Bicuculline was injected into the lateral ventricle at a dose of 1 mg/ml following pre-treatment with vehicle and fractions. *p < 0.05 compared to control (Chi-square, followed by residual analysis). Discussion Results of the present study showed that the Dinoponera quadriceps ant venom contains six major fractions detectable by 210 and 280 nm in a reverse- phase HPLC (Fig. 1). Prior administration of the isolated fractions prevented the development of tonic-clonic seizures and death induced by the administration of bicuculline into lateral ventricle of mice. Administration of the DqTx6 fraction protected 62.5% of animals against seizures induced by bicuculline and 100% of mice survived (table II). Reverse-phase HPLC in the conditions utilized in the present study separated the mixture based on hydrophobicity of its compounds. Wavelength 49 of 210 nm detects the peptide bond, while the wavelength of 280 nm detects the aromatic amino acids tryptophan and tyrosine (Aguilar, 2003). Therefore, the fractions tested are most likely composed of peptides, with the DqTx1 being the most hydrophilic fraction whereas the DqTx6 is the most hydrophobic one (Fig. 1). Peptides are the most common compounds found in animal venoms, representing a main source of bioactive toxins with high affinity and selectivity for a range of targets (Aili et al., 2014; Mortari et al., 2007). The venoms from the ant subfamilies Paraponerinae and Ponerinae have been shown to be especially rich in peptides, these have antimicrobial properties like the ponericins (Orivel et al., 2001), pilosulins (Inagaki et al., 2004; Zelezetsky et al. 2005) and certain dinoponeratoxins (Cologna et al., 2013). Moreover, others peptides from ant venoms, like the Poneratoxin, a V-shaped peptide with two - helices connected by a -turn that modulates voltage-gated sodium channels and blocks synaptic transmission in the insect CNS (Aili et al., 2014; Duval et al., 1992; Hendrich & Mozrzymas, 2002; Piek et al., 1991; Szolajska et al., 2004). There are several peptides isolated from invertebrates’ venoms with anticonvulsant properties. The BmK IT2 and BmK AS are -type toxins isolated from the scorpion Buthus martensis venom, which when injected in the rat hippocampus were able to increase the latency for onset of seizures and reduce de mortality induced by the administration of PTZ (Zhao et al., 2008, 2011). A similar approach was taken with the CGX-1007 isolated from the cone snail Conus geographus venom that, when injected in the lateral ventricle of mice, blocks seizures induced by maximal electroshock, audiogenic, threshold tonic 50 extension, PTZ, picrotoxin and BIC induced seizures (Armstrong et al., 1998), and reduces the score of seizures in amygdala kindled rats (Barton & White, 2004). Moreover, the -agatoxin IVA is a voltage-sensitive calcium channel blocker isolated from the spider Agelenopsis aperta venom, which when injected in the lateral ventricle of mice blocked audiogenic seizures (Jackson & Scheideler, 1996). Therefore, as shown by do Couto et al. (2012) a peptide fraction isolated from the Polybia paulista wasp venom increased the latency for the onset of seizures and protected 60% of the animals from tonic-clonic seizures induced by PTZ in rats. Bicuculline is a competitive antagonist of the GABAA receptor that is well established as a model for the study of seizures in rodents and mainly for the scanning of new anticonvulsant drugs (Capasso & Gallo, 2009; Cunha et al., 2005; Faggion et al., 2011; Mussi-Ribeiro et al., 2004). Antiepileptic drugs act basically by reducing the neuronal excitability through three main mechanisms: modulation of voltage-dependent ion channels, decreasing the excitatory transmission, or increasing of inhibitory neurotransmission mediated by GABA or glycin (Kwan et al., 2001; Mortari et al., 2007). Voltage-dependent ion channels (Na+, Ca2+ or K+) have a crucial role in the neuronal action potential and consequently in neurotransmission, thus the modulation on these channels may reduce neurotransmission. Hence, some venom toxins with anticonvulsant potential have voltage-dependent
Compartilhar