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Estagionaoobrigatorio-Lira-2020pdf

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O ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO DOCENTE DOS 
ALUNOS DE PEDAGOGIA: DESAFIOS DA PRÁTICA PARA A 
APRENDIZAGEM E CONTRIBUIÇÕES PARA A INICIAÇÃO 
PROFISSIONAL 
 
NON-MANDATORY INTERNSHIP IN TEACHING TRAINING OF 
PEDAGOGY STUDENTS: CHALLENGES IN PRACTICE FOR LEARNING 
AND CONTRIBUTIONS TO PROFESSIONAL INITIATION 
 
Juyane Bezerra de Lira1 
Kilza Fernanda Moreira de Viveiros2 
 
 
RESUMO 
 
A pesquisa tem por objetivo analisar o processo formativo promovido por meio 
do estágio não obrigatório para contribuir com os processos futuros de formação 
docente, a partir das experiências de aprendizagens dos alunos de pedagogia em seus 
campos de estágio não obrigatório. para isso, foi necessário identificar a atual realidade 
sócio-econômica dos estudantes estagiários de pedagogia, Analisar e apontar possíveis 
fragilidades da lei do estagiário. O estudo trata-se de uma pesquisa aplicada, seguindo 
uma abordagem quali-quantitativa. Traz em seus resultados dados que classificam os 
estagiários de pedagogia socioeconomicamente e dados inerentes a situações de 
aprendizagens no campo de estágio. e em suas considerações finais apresenta 
alternativas que contribuam com a formação profissional docente dos estagiários, com a 
sugestões de adequações na legislação pertinente. 
 
Palavras-chave: Formação de professores. Estágio não obrigatório, Desafios. 
Aprendizagens. Iniciação profissional 
 
 
 
1 Graduanda de pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
2 Profª Drª da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
ABSTRACT 
 
The research aims to analyze the training process promoted through the non-
mandatory internship to contribute to future teacher training processes, based on the 
learning experiences of pedagogy students in their fields of non-mandatory internship. 
for this, it was necessary to identify the current socio-economic reality of the students of 
pedagogy trainees, Analyze and point out possible weaknesses of the trainee law. The 
study is an applied research, following a qualitative and quantitative approach. It brings 
in its results data that classify the pedagogy interns socioeconomically and data inherent 
to learning situations in the internship field. and in its final considerations, it presents 
alternatives that contribute to the professional training of the trainees, with suggestions 
for adjustments in the relevant legislation. 
 
Keywords: Teacher training. Internship not required. Challenges. Learning. professional 
initiation. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Durante a graduação do curso de pedagogia, tivemos contato com a experiência 
de estágio não obrigatório na rede pública, como também na rede privada. Encontrei 
durante esse percurso extremos de insatisfações e de grande contentamento por parte de 
colegas estagiários, no momento em que se deparavam com a realidade profissional, a 
qual estavam buscando ingressar como profissionais pedagogos. 
Algumas situações vivenciadas por eles na experiência de estágio, que não 
eram idealizadas enquanto encontravam-se em formação, trazia muitas vezes um 
choque de realidade, o que os fazia repensar seriamente o seu futuro profissional. 
Pensando sobre esta situação e com a necessidade de dar voz aos estudantes de 
pedagogia, nos propomos a pesquisar sobre que contribuições a prática de estágio 
permite à formação docente e quais os desafios são encontrados pelos estudantes 
durante o período de estágio. 
Para isso tomamos as seguintes questões norteadoras para esta pesquisa: No 
campo de estágio os alunos de pedagogia são desafiados a terem práticas e condutas de 
profissionais da educação? A legislação pertinente ao estágio remunerado é 
compreendida pelas instituições proponentes e os alunos, e possibilita às instituições 
proponentes e concedentes a realização do estágio com o seu pleno acompanhamento? 
Pelo qual motivo os estudantes de pedagogia procuram o estágio não obrigatório 
remunerado? 
Tendo por objetivos da pesquisa: Identificar em que realidade sócio-econômica 
os estudantes de pedagogia se encontram, analisar e apontar possíveis fragilidades da 
lei do estagiário e identificar os avanços e contribuições do estágio não obrigatório na 
formação dos futuros pedagogos. para que seja possível apresentar alternativas que 
contribuam com a formação profissional docente dos estagiários. 
Com isso, a pesquisa traz as contribuições dos autores Colombo e Balão, 
(2014) que tratam sobre a história, legislação dos estágios; Melo e Landner, (2012), 
Pimenta, (1994) sobre as concepções de estágio; Nóvoa, (1992) que aborda a 
importância do estágio para a formação de professores; Zago, (2006) que traz aspectos 
socioeconômicos do índice de rendimento acadêmico dos discentes de instituições de 
ensino superior acesso e permanência des estudantes, que são fatores que estão 
relacionados com a vivência destes alunos estagiários entre outros. 
Buscamos atender aos objetivos da pesquisa com a reflexão das contribuições 
dos autores, o apontamento de fragilidades da legislação pertinente aos estagiários e a 
análise das respostas dos alunos estagiários, sobre suas realidades socioeconômicas e 
vivências no campo de estágio. 
Esta, é uma pesquisa aplicada, com abordagem qualitativa e quantitativa. Está 
organizada em cinco partes, em que a primeira corresponde a esta introdução, na 
segunda traz-se conceitos, concepções e a legislação pertinentes ao estágio, bem como 
suas contribuições para a formação docente; na terceira são trazidos para a discursão, 
os aspectos sócios econômicos da vida como desafios na formação. Na quarta parte, 
trazemos os resultados da pesquisa e o cenário de aprendizagens no campo do estágio. E 
finalizamos com as considerações finais, onde trazemos sugestões de ações a serem 
realizadas pelos órgão responsáveis, para ajudar melhorar o processo de formação dos 
alunos. 
Tendo como sujeitos da pesquisa os graduandos de pedagogia, da Universidade 
federal do Rio Grande do Norte, cursando entre 2º ao 10º período, dos turnos vespertino 
e noturno, nesta perspectiva, buscaremos abordar questões referentes a quem são estes 
estudantes, quais são as contribuições na prática de estágio que os auxiliam em sua 
iniciação profissional, assim como que desafios são postos frente as suas trajetórias, que 
interferem e como interferem em seus processos de aprendizagens. 
 Neste sentido serão levados em consideração os conceitos atribuídos 
à formação de professores, estágio não obrigatório, desafios, aprendizagens e iniciação 
profissional, como também, buscaremos discutir sobre as fragilidades de alguns pontos 
da legislação que regimenta os estágios, com o intuito de fomentar a reflexão sobre o 
universo de suas condições em meio a proposta de aprendizagem a que o legitima. 
 
2. ESTÁGIO: CONCEITOS, CONCEPÇÕES E LEGISLAÇÃO. 
 
 
 Desde a década de 1940, período em que surgem iniciativas no Brasil para a 
regulamentação da prática do estágio, há preocupações em se propor condições de 
aprendizagem concreta, complementando assim os conceitos teóricos apreendidos, e 
que de forma alguma podem se confundir com a precarização do trabalho. 
De Acordo com Colombo e Ballão, (2014. p.174) “o estágio não cumpria seu 
papel no processo educativo por se aproximar muito de uma forma de se obter mão de 
obra de baixo custo, visto que não previa formalização entre a escola e a empresa, 
considerando esta atividade mero trabalho.” 
Estas inadequações, propiciavam sob o manto da palavra “estágio” que as 
empresas driblassem a legislação trabalhista, desvinculassem a atividade dos interesses 
educacionais, e também que não fossem atribuídas à escola e nem ao setor econômico 
responsabilidades inerentes aos objetivos do estágio. 
Desde então, passaram-se aproximadamente 80 anos e novas 
normatizações foram pensadas para combater a precarização do trabalho e garantir a 
qualidade daaprendizagem. 
A lei de número 11.788, de 25 de setembro de 2008, atualmente em vigor, traz 
como definição e finalidade do estágio Obrigatório e/ou não obrigatório.3 
 
Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido 
no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho 
produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em 
instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino 
médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, 
na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. 
 § 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de 
integrar o itinerário formativo do educando. 
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da 
atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o 
desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho. 
(BRASIL, 2008) 
 
3 Segundo a lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008 Estágio obrigatório é aquele definido como tal no 
projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. e Estágio não-
obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e 
obrigatória. O estágio obrigatório. geralmente não é remunerado. Enquanto que o estágio não 
obrigatório geralmente oferta uma bolsa de remuneração. 
 
Diante do exposto, tomamos em consideração os conceitos de estágio 
defendidos por Colombo e Ballão, (2014. p.173) que enxerga o estágio não 
obrigatório como possibilidade ao educando para consolidar o conhecimento 
construído nas aulas teóricas, por meio da prática estando sob a supervisão de um 
profissional da área, em que irá orientar e corrigir o estagiário nas atividades que 
desenvolve, para que em sua prática profissional futura possa valer-se da experiência 
adquirida em sua trajetória formativa, reduzindo -se as possibilidades de 
equívocos profissionais em suas atribuições. 
Corroboramos com a ideia que o estágio reforça o aprendizado profissional 
do educando por meio da experiência prática. Esta, se torna mais proveitosa quando 
está interligada à realidade econômica em que a escola está inserida, pois, com a 
interação entre as três partes envolvidas: o aluno, a empresa e a escola, há enormes 
ganhos educativos. 
 
Grande parte da bagagem teórica da sala de aula vai de encontro à 
situação concreta e do cotidiano, no mundo econômico real. 
Dialeticamente, o confronto com esta prática fará repensar algumas 
teses ou teorias, a serem refutadas ou rearranjadas para a sala de aula; 
ou ainda, o aprendizado é reforçado pela adequação entre teoria 
e prática.(COLOMBO; BALLÃO, 2014. p.173) 
 
Para Melo e Landner, (2012. p. 1) O estágio não obrigatórios é compreendido 
como uma atividade balisadora que permite aos estagiários refletir sobre a prática do 
professor regente e sua própria prática como professor em formação e futuro 
profissional devidamente qualificado, quando estes são oportunizados a vivenciar 
situações diversas no contexto educacional, fazem com que tracem perspectivas de 
soluções e pensamentos que contribuirão com conhecimento do contexto histórico, 
social, cultural e organizacional da prática docente. 
 
A vivência do contexto escolar pelos alunos-estagiários se mostra 
como campo fértil para refazermos nossas práticas enquanto 
formadores de professores da educação básica, assim como têm 
contribuído para uma interação significativa com as escolas da rede 
pública que acolhem nossos alunos-estagiários. As idas e vindas às 
escolas, nos revelam o quanto pode e deve ser explorado neste 
contexto que é a formação inicial de professores. (MELLO E 
LINDER, 2012. p. 2) 
 
 A partir do conhecimento que adquirimos com a prática do estágio, 
conseguimos entender, refutar ou aceitar teorias acerca de concepções de educação que 
permeiam o universo do ensino e da aprendizagem, passamos a ter um olhar 
diferenciado no planejamento das ações de educação e avaliação. Pois percebe-se que é 
necessário propor situações de ensino e aprendizagens que tenham sentido para o 
contexto social onde está inserida a escola que atua-se. 
Nesta Perspectiva, Pimenta, (1994)4 considera o estágio atividade 
teórica instrumentalizadora da práxis docente, esta atividade entendida como meio de 
transformação da realidade. Não existindo assim dicotomia entre teoria e prática e sendo 
um importante campo de formação docente, onde deve-se haver práticas de pesquisa 
com intuito de fomentar no professorado posturas e habilidades de pesquisadores. 
Neste sentido, é possível perceber os avanços no decorrer da história quanto à 
concepção do estágio, que antes concebida como uma atividade prática separada da 
teoria, agora, entendida como meio de reflexão e transformação da realidade do 
contexto histórico cultural. 
No entanto, é preciso um aprimoramento da legislação atual que estruture de 
forma mais específica os termos para as propostas de atividades a serem realizadas 
durante o estágio com a otimização do tempo na realização destas, contemplando as 
outras demandas acadêmicas dos graduandos. 
 
2.1 A legislação vigente e o cumprimento do estágio. 
 
Atualmente, a lei que normatiza a prática de estágio no Brasil é a 11.788, de 25 
de setembro de 2008, sancionada pelo Governo Federal na gestão do Ex-presidente Luíz 
Inácio Lula da Silva. 
Esta prevê que a carga horária do estágio poderá ser estabelecida dos seguintes 
períodos: com 4 horas diárias cumpridas em 20 horas semanais, para os estudantes de 
educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional 
de educação de jovens e adultos; com 6 horas diárias e cumpridas em 30 horas 
semanais, para estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio 
e do ensino médio regular. E para estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, 
nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, a jornada poderá chegar a 
 
4 Documento eletrônico, não paginado. 
40 horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da 
instituição de ensino. 
Em comparação a carga horária de trabalhos comuns onde o período varia entre 
8 a 10 horas por dia , o tempo do estágio permite ao estudantes ter uma aparente 
vantagem. Entretanto é necessário levar em consideração, outros momentos acadêmicos 
em que lhes demandam tempo, que somados podem ultrapassar as mesmas 8 a 10 horas. 
Neste sentido, é preciso garantir o equilíbrio e a gestão adequada do tempo. 
Para isso, manter a carga horária de estágio entre 4 a 5 horas por dia seria o 
ideal, ou seja, metade do período de trabalho integral do trabalhador, já que a atividade 
não é a única mas, uma de outras possibilidades de se obter conhecimento e estando 
definida como ato educativo, não se deve buscar a prerrogativa do dever de 
cumprimento de uma carga horária muito próxima ao equivalente período integral do 
trabalho. 
D'Ydewalie, Swerts e Corte, (1983)5 observaram que há mais ganhos 
pedagógicos nas diferentes formas que possibilitem a construção do conhecimento, do 
que ao fato de recair um período maior de estudo focado em apenas uma atividade ou 
forma de aprendizagem. 
Propostas de atividades diversificadas com a definição de objetivos para 
estudo, orientadas pelas instituições de ensino no campo de estágio não obrigatório, 
precisam ser pensadas como uma possibilidade nas instituições concedentes. Assim 
como é necessário buscar a interação nestes espaços com outras áreas do conhecimento, 
que se relacionem com a educação para que se possa ter uma experiência mais rica em 
aprendizado para professores estagiários alunos e toda a comunidade escolar. 
 
2.2 As contribuições do estágio para formação docente e inserção profissional 
 
Quando nos remetemos à formação dos estudantes de pedagogia, é precisoconsiderar que o processo formativo deve prepará-los para todas as atribuições próprias 
à processos educativos, que não estão restritas ao espaço da escolar, como também à 
docência. Conforme está descrito nas diretrizes curriculares para o curso de pedagogia 
que prevê: 
 
 
5 Documento eletrônico, não paginado. 
Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-
se à formação inicial para o exercício da docência na Educação 
Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de 
Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação 
Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras 
áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos 
(BRASIL, 2006. grifo nosso) 
 
Dentre tantas as possibilidades de atuação para o pedagogo, destacamos sua 
formação para o exercício da docência. Nóvoa, (1992)6 afirma que a formação de 
professores desempenha uma função importante na configuração de uma "nova" 
profissionalidade docente, que incentiva uma cultura organizacional entre as escolas, e 
converge a uma cultura profissional no meio docente. 
É preciso reconhecer que a formação prática dos professores começa nos 
estágios dos graduandos e precisa ser contínua em suas trajetórias enquanto 
profissionais. 
Desse modo, a formação do estagiário de pedagogia como futuro professor, 
requer investimento pessoal, precisa ser criativo, sobre os percursos dos próprios 
projetos, que construa sua própria identidade, que também é uma identidade 
profissional. 
A formação deve estar embasada sob uma perspectiva crítico-reflexiva, que 
forneça aos professores e estagiários os meios de um pensamento autónomo e que 
facilite as dinâmicas de auto formação participada. 
 
É preciso trabalhar no sentido da diversificação dos modelos e das 
práticas de formação, instituindo novas relações dos professores com 
o saber pedagógico e científico. A formação passa pela 
experimentação, pela inovação, pelo ensaio de novos modos de 
trabalho pedagógico. E por uma reflexão crítica sobre a sua utilização. 
A formação passa por processos de investigação, directamente 
articulados com as práticas educativas. (NÓVOA, 1992) 
 
O percurso de formação não é simples, como é possível entender segundo o 
que descreve Nóvoa, (1992), pois é preciso haver diversificação nos modos de ensino e 
de aprendizagem durante o período reservado para os estudos. Sendo pois, diversos os 
 
6 Documento eletrônico, não paginado 
fatores que interferem direta e indiretamente na qualidade da formação de nossos 
estudantes. Os aspectos sociais estão entre eles. 
Segundo uma pesquisa realizada por Zago, (2006. p. 234) afirma em seus 
dados que do total de 27 estudantes, 18 dos que obtiveram uma bolsa de estágio, 
monitoria ou iniciação científica, concedida por estes meios que não são empregos 
formais, mas que geram uma renda através do pagamento de bolsas com a realização 
destas atividades, por haver uma flexibilização de horário ou menor carga horária de 
atividade, facilitou a rotina de estudos dos discentes que precisam de proventos para 
se manterem durante a graduação. 
Diversificar as atividades de estudo promovidas pelas disciplinas da graduação 
com a aplicação desta nos estágios não obrigatórios, incentiva a uma cultura de pesquisa 
e o estabelecimento de relação entre teria e prática, com uma realidade repleta de 
sentidos. Além de facilitar a vida dos que precisam realizar uma atividade remunerada e 
estudar ao mesmo tempo. 
 
3. ASPECTOS SÓCIOS ECONÔMICOS COMO DESAFIOS NA TRAJETÓRIA 
DA FORMAÇÃO. 
 
O acesso ao ensino superior ainda é um privilégio, restritivo a apenas uma 
pequena parcela da população no Brasil, este cenário seria pior se não fossem as 
políticas afirmativas de acesso às Universidades Públicas, que garantem a reserva de 
vagas à pessoas negras, pardas, indígenas e de rendas inferiores. Políticas como estas, 
são importantes pois oportunizam aos beneficiários possibilidades de transformação 
social e perspectivas de vidas melhores, devido ao espaço de pensamento e condições 
de formação que as Universidades oferecem. 
Para Vasconcellos , Diniz e Andrade, (2012)7 considerando o aspecto 
educacional, a responsabilidade de formar cidadãos garantindo o aumento das reservas e 
capital intelectual, e a possibilitar o acesso ao mundo do trabalho, as instituições de 
ensino público superior no Brasil, contribuem fundamentalmente para que haja à 
geração de renda e melhoria das condições de vida. 
Contudo, é preciso considerar que as condições socioeconômicas influenciam 
os processos de aprendizagens acadêmicas dos alunos e isto reflete diretamente na 
 
7 Documento eletrônico, não paginado. 
qualidade das suas formações e consequentemente em seus desempenhos profissionais, 
pois “O ensino tem que ser reconhecido e avaliado, à luz da realidade político-social 
que o abarca.” Kuregant, Ciampone e Felli, (2001, p.375) apud Vasconcelos , Diniz e 
Andrade, (2012). 
Para Mercuri, (1992) idem Vasconcelos , Diniz e Andrade, (2012). há dois 
aspectos: temporais e pessoais, que condicionam e que podem acarretar dificuldades 
ou até mesmo inviabilizar a boa qualidade de estudo dos alunos. 
O aspecto temporal corresponde a incompatibilidade de tempo para os estudos 
em relação a outras atividades que são prioridades à pessoa, já o aspecto pessoal está 
relacionado a situações vivenciadas, onde o individuo sofre abalos emocionais, 
psicológicos, financeiro, familiares ou sociais com os quais não conseguem melhor lidar 
e que reflete em outra área interferindo-a. 
Segundo o estudo realizado por Andrade e Sposito, (1986) idem Vasconcelos , 
Diniz e Andrade, (2012), os alunos dos cursos noturnos apresentaram menores índices 
de desempenho Acadêmico, devido ao enfrentamento de problemas em suas trajetórias 
acadêmicas em que mesmo sendo reconhecida nesses casos a importância e a 
necessidade de dedicação aos estudos. Para Souza, (1993) idem Vasconcelos, Diniz e 
Andrade, (2012) a falta de tempo para os estudos e as dificuldades pessoais impactam 
diretamente o desempenho acadêmico destes estudantes. 
Para que sejam superados os desafios de aprendizagens, é preciso antes dar 
condições para superar os desafios sociais ao qual estes estudantes estão expostos. Em 
verdade, o aprendizado nos faz transformar o nosso meio social, contudo o capital 
intelectual é o que nos oportuniza ter novas aprendizagens e ele está relacionado às 
condições sociais que cada um dispõe. 
 
4. A PESQUISA: OS ESTAGIÁRIOS, O CAMPO E O EXERCÍCIO DA 
PROFISSÃO. 
 
Para saber que contribuições a prática do estágio permite à formação docente e 
quais os desafios são encontrados pelos estudantes durante o período do estágio. 
Precisou-se da obtenção de respostas dos estagiários à respeito de suas realidades no 
campo de atuação, bem como das suas realidades socioeconômicas atuais. 
Esta pesquisa portanto está classificada da seguinte forma, quanto a sua 
natureza: trata-se de uma pesquisa aplicada, pois foi necessário o realizar o 
levantamento de dados que nos trouxeram conhecimentos para atender aos objetos da 
pesquisa, seguiu uma abordagem qualitativa e quantitativa que nos traz uma avaliação 
dos dados mensurados por sua capacidade de interferência no fenómeno em termos de 
quantidade e qualidade. 
Para a realização da pesquisa foi realizado um levantamento do quantitativo 
dos estudantes de pedagogia na UFRN, a partir do 2º período e que estavam em regime 
de estágio não obrigatório. Levou-se em consideração uma população universal de 170 
alunos dos quais a pesquisa se aplicou a 10 estudantes. 
O nível de confiabilidade da pesquisa é de 80% com 20% de margem de erro. 
O cálculo para a amostragem foi realizado através do site Survey monkey. 
A pesquisa foi realizada por meio de um questionário estruturado através da 
plataforma doGoogle Formulários, com perguntas fechadas para graduandos do curso 
de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ao todo foram 
36 perguntas aplicadas aos estudantes em que se investiga o perfil socioeconômico 
destes discentes e suas relações práticas de desafios e aprendizagem no campo de 
estagio, como principal ambiente de iniciação profissional. 
Das 36 perguntas destacamos mais 6, como como mais relevantes que trazem 
os seus dados em gráficos, mostrados mais adiante do trabalho. 
 
4.1 Estagiários e o campo: análise dos dados 
 
Buscando atender aos objetivos da pesquisa no intuito de identificar em que 
realidade sócio-econômica os estudantes de pedagogia se encontram, analisar e apontar 
possíveis fragilidades da lei do estagiário e identificar os avanços e contribuições do 
estágio não obrigatório na formação dos futuros pedagogos. 
A aplicação da pesquisa traz a caracterização deste, e revela que os sujeitos 
participantes, estudantes de pedagogia, que realizam o estágio não obrigatório estão 
entre o 6º e o 9º período do curso de graduação e são 80% dos participantes. e cumprem 
uma carga horária de estágio de 30 horas semanais em seus campos de atuação. 
 A maior parte destes alunos, adentraram as universidades por meio de políticas 
sociais afirmativas de inclusão social, e são considerados pertencentes à parcela de 
jovens na sociedade. Estão entre a faixa etária de 19 a 36 anos de idade, tendo a maior 
parte dos alunos, menos de 25 anos. 
Em sua maioria, as vagas de estágio de pedagogia são oportunizadas às 
mulheres, 90% do total das participantes que responderam a pesquisa. Para 
Cambi,( 2002) isto está relacionado as influências das concepções cristãs na história da 
pedagogia sobre a mulher na sociedade, onde lhes foi atribuído o papel de educadoras 
desde em seus seios familiares. Elas, Atualmente estão solteiras e não possuem filhos, 
mas não moram sozinhas. Em suas residências convivem com ate outras 4 pessoas, 
sejam elas parentes ou amigos. 
70% do total de participantes da amostra moram na região metropolitana do 
Natal/RN, e 80% contam com uma renda familiar de até 3 salários mínimos, este último 
quesito é considerado fator de classificação dos sujeitos em situação de vulnerabilidade 
socioeconômica. Conforme, admite-se a regra para a inserção nos bancos de dados 
social do governo, no Cadastro Único. 
Para 80% das participantes da pesquisa, o estágio foi o primeiro acesso a uma 
realidade profissional. Com isso, vemos a importância do estágio como meio de 
aprendizagem e inserção no mundo do trabalho, bem como seu compromisso de 
formação prática e qualificada. 
Nesta perspectiva, as maiores partes das estudantes abdicam de outras atividades 
econômicas, para que possam se dedicar ao estágio e com isso ter um melhor 
aproveitamento dos conceitos necessários na formação. 
Isto se traduz em sacrifícios econômicos para elas, ao abrir mão de um melhor 
ganho atual por meio de um emprego formal, para que possam se dedicar aos estudos, 
sem que necessariamente, tenham uma bolsa que pague o valor equivalente ao salário 
do emprego formal. 
Também revela, que o estágio não obrigatório para o estudante, além de 
contribuir com a sua formação, se constitui como única fonte de renda da maioria dos 
estudantes de pedagogia enquanto estão na graduação. 
Nesta pesquisa 80% dizem que, uma carga horária compatível, a contemplar as 
outras demandas acadêmicas, quê também merecem dedicação dos discentes, e a 
existência de uma remuneração concedida por meio de bolsas, são fatores que 
condicionam a qualidade da formação, e até mesmo as ajudam a permanecer nos 
cursos de graduação. 
A lei Nº 11.788 de 25 de Setembro de 2008, que define e regulamenta o regime 
de estágio, prevê a redução da carga horária em períodos avaliativo, mediante 
comunicação da instituição de ensino a concedente. 
 
“§ 2o Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem 
periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do 
estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no 
termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do 
estudante”. (BRASIL, 2008). 
 
No entanto, pelo menos 60% das estudantes da pesquisa não conseguem ter esse 
direito garantido, o que pode interferir no rendimento acadêmico destas. Cabe-se 
portanto, investigar quais os motivos que impedem ou limita- se fazer uso deste direito 
que dispõem as estudantes. 
Neste sentido o conhecimento das leis, nos possibilita a ter ciência do nossos 
direitos e deveres, assim como a questionar a falta de cumprimento dos mesmos e 
também a necessidade de prevê-los legalmente em instrumentos próprios. 
Ao serem questionados sobre a leitura da Lei Nº 11.788 de 25 de Setembro de 
2008 que define e regulamenta o regime de estágio, 80% das alunas responderam que 
sim, contra apenas 20% que não, O que significa que uma parcela considerável das 
estudantes, tem ciência dos seus deveres e direitos enquanto estagiárias. 
Atualmente, o valor total recebido pelos estudantes para estagiar varia de R$ 
601,00 a R$ 800,00. A lei que regulamenta o estágio, determina apenas que nos casos 
do estágio não obrigatório, a concedente deverá contratar em favor do estagiário, 
apólice de seguro contra acidentes pessoais. 
A lei apresenta a fragilidade em não obrigar, nem mesmo mencionar e 
regulamentar o pagamento de uma ajuda de custos, mesmo a estágios não obrigatórios, 
fazendo com que haja defasagens e disparidades nos valores destinados aos alunos. 
No regime de estágio, não há o recolhimento de porcentagens destinadas à 
contribuição para a previdência social dos estudantes estagiários, outra fragilidade 
evidenciada na lei, pois mesmo em regime de estágio, os estudantes estão a realizar 
atividades pertinentes a profissão, estando exposto às mesmas situações que os 
profissionais, no mesmo ambiente profissional, ainda que como ato educativo. 
Em suas atuais realidades socioeconômicas nenhuma das estudantes conseguiu 
reservar parte do valor para contribuir individualmente com a previdência social, o que 
em longo prazo acaba por deixa-los desprovidos das contribuições necessárias à 
previdência no futuro. 
Ao serem questionadas quanto aos espaços onde cumprem a atividade de 
estágio, 90% das alunas que participaram da pesquisa dizem que cumprem o estágio de 
pedagogia em escolas. 100% dizem atuar em salas de aula, destas 70% no ensino 
fundamental anos iniciais e 30% na educação infantil. No entanto, as possibilidades de 
atuação profissional em diferentes espaços que demandam procedimentos pedagógicos 
são inúmeras. Tal fato acaba por tornar o conhecimento prático da profissão restrito a 
um único espaço. Libânio, (2001) afirma que 
 
O campo educativo é bastante vasto, uma vez que a educação ocorre 
em muitos lugares e sob variadas modalidades: na família, no 
trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação, na política, na 
escola. De modo que não podemos reduzir a educação ao ensino e 
nem a Pedagogia aos métodos de ensino. Por conseqüência, se há uma 
diversidade de práticas educativas, há também várias pedagogias: a 
pedagogia familiar, a pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de 
comunicação etc., além, é claro, da pedagogia escolar. (LIBÂNIO, 
2001 p. 6-7) 
 
As vagas de estágio nas escolas são ofertadas em sua maioria pela rede privada. 
70% dos estudantes afirmam que realizam o estágio nesta rede. Apesar disso, a 
porcentagem de contratações de estagiários é ainda muito baixa. Apenas 30% dos que 
realizam o estágio são absorvidos como profissionais contratados, e 70% são 
descartados. Esses números nos faz levantar novos questionamentos sobre o que 
acontece com os estudantes e com as instituições contratantes. Por que após o período 
de estágio no ambiente profissional estes estudantes não foram contratados? 
 
4.1.2 Os desafiospara aprendizagem dos estudantes e as contribuições no campo 
do estágio 
 
Para responder aos questionamentos levantados que norteiam a pesquisa, que 
investiga a existência de práticas e condutas dos estudantes, condizentes a profissionais 
da educação no campo de estágio; a compreensão pelas instituições proponentes e os 
alunos da legislação pertinente ao estágio; o pleno acompanhamento pelas instituições 
proponentes e concedentes do estágio e o motivo pelo qual os estudantes de pedagogia 
procuram o estágio não obrigatório remunerado, foram necessários os seguintes 
questionamentos que trazem suas respostas ilustradas em gráficos. 
 
.Gráfico 1 – Atividades que desempenham os estudantes de pedagogia no 
estágio não obrigatório 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
 
 As respostas apresentadas pelos estudantes, no gráfico acima revelam que as 
atividades desempenhadas pelos estudantes em seus campos de estágio, descrevem o 
trabalho pedagógico em atuação de instâncias da prática educativa, relacionado ao 
pedagogo compreendido por Libânio, (2001) como pedagogos lato sensu, pois são 
atividades que realizam os que se ocupam de domínios e problemas da prática 
educativas em suas várias manifestações, sendo incluídos nesta classificação, todos os 
professores de todos os níveis e modalidades de ensino. 
O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da 
prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização 
e aos processos de transmissão e assimilação de saberes e modos 
de ação, tendo em vista objetivos de formação humana 
previamente definidos em sua contextualização histórica. Esse 
entendimento permite falar de três tipos de pedagogos: 1) 
pedagogos lato sensu, já que todos os profissionais se ocupam 
de domínios e problemas da prática educativa em suas várias 
manifestações e modalidades, são, genuinamente, pedagogos. 
São incluídos, aqui, os professores de todos os níveis e 
modalidades de ensino; 2) pedagogos stricto sensu, como 
aqueles especialistas que, sempre com a contribuição das demais 
ciências da educação e sem restringir sua atividade profissional 
ao ensino, trabalham com atividades de pesquisa, 
documentação, formação profissional, educação especial, gestão 
de sistemas escolares e escolas, coordenação pedagógica, 
animação sociocultural, formação continuada em empresas, 
escolas e outras instituições; 3) pedagogos ocasionais, que 
dedicam parte de seu tempo em atividades conexas à 
assimilação e reconstrução de uma diversidade de saberes. 
(LIBÂNIO, 2001. p. 11) 
 Ao se tratar de práticas de formação profissional, se faz necessário a realização 
da supervisão e acompanhamento das atividades realizadas pelos estudantes. Neto, 
(2015) afirma que o acompanhamento das atividades, assume um novo patamar na 
trajetória de formação dos estudantes, fazendo com que nasça um terreno de formação 
profissional, promovidos pelas instituições de ensino e as instituições concedentes de 
estágio. 
A Prática de Ensino Supervisionada ganha um novo patamar que 
pressupõe uma formação docente compartilhada entre a Universidade 
e a Escola; exige a participação direta de outros atores sociais como o 
professor da escola com a identidade de um “formador de terreno” 
(professor associado, tutor ou mentor), pois o estágio supervisionado 
contempla não só o acolhimento como o acompanhamento da Escola e 
da Universidade, assim como nascem as Escolas de Desenvolvimento 
Profissional ou Escolas de Formação (NETO, 2015. p. 32583) 
 
 Neste sentido é preciso considerar a necessidade de instrumentalizar a o 
processo de acompanhamento e avaliação dos estágios. Neste sentido são evidenciados 
como métodos e instrumentos de avalição para os estágios três meios, tanto das 
instituições concedentes de estágios, quanto das instituições de ensino. 
 Gráfico 2 – Meios de acompanhamento utilizados pelas instituições 
concedentes do estágio 
 
 Gráfico 3– Métodos de acompanhamento utilizados pelas instituições de ensino. 
Quando referidos os aspectos pessoais trazidos por Vasconcelos, Diniz e 
Andrade, (2012) que impactam a trajetória de desempenho e formação acadêmica, é 
necessário entender que tratam de situação não favoráveis dos estudantes, vivenciadas a 
partir de suas realidades sócio econômicas. A busca pelo estágio procura em certa 
medida, minimizar estas situações, atendendo as necessidades econômicas dos 
estagiários. 
 
Gráfico 4 – Interesses dos estudantes pela procura do estágio 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
 
A pesquisa confirma a compreensão de Nóvoa, (1992) ao afirmar que a 
formação de professores desempenha uma função importante na configuração de uma 
"nova" profissionalidade docente, que incentiva uma cultura organizacional entre as 
escolas, e converge a uma cultura profissional no meio docente, o estágio como espaço 
de formação docente e acesso ao campo profissional de formação profissional 
possibilitou os seguintes aprendizados aos alunos estagiários, Contudo também foram 
buscadas as principais dificuldades que os estudantes de pedagogia encontraram em 
seus campos de atuação. 
 
Gráfico 5 – Aprendizados citados pelos estudantes de pedagogia nos estágios 
não obrigatórios 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
 
Gráfico 6 – Desafios citados pelos estudantes de pedagogia durante o estágio 
não obrigatório 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020) 
 
A Legislação pertinente a prática de estágio, determina a exigência dos 
relatórios como instrumentos para o acompanhamento das atividades dos estagiários 
pelas instituições de ensino, referente a cada período de 6 meses nos estágios. Diante 
deste fato os estudantes dispõem do direito de receberem em contra partida o retorno ou 
orientação destes relatórios. 
Do total dos participantes, 70% afirmam que recebem esse retornos nas 
instituições de ensino. Este ato educativo, faz com que a instrumentalização dos 
acompanhamentos não fique restrita a apenas um comprimento burocrático e de 
formalidade, mas que assumem uma intencionalidade formativa, pois de acordo com as 
contribuições de Sarti (2013, p.218, 219) idem Neto, (2015) a formação docente é “um 
processo de socialização, que deve possibilitar ao sujeito organizar os saberes 
aprendidos para serem empregados em situação de ensino” e como uma “integração 
entre o local de trabalho e a formação docente”. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Nosso objetivo com esta pesquisa foi identificar e trazer a todos, os desafios, os 
avanços e contribuições do estágio não obrigatório na formação dos futuros pedagogos, 
para que tenhamos conhecimento do contexto das situações que os estagiários 
enfrentam em seus processos de formação. E apresentar alternativas que contribuam 
com esta formação que lhes possibilitarão o exercício da profissional docente, para isso 
foi de extrema importância a participação de cada um dos estudantes, para que 
pudessem ser ouvidas as vozes que falam as suas perspectivas no momento em que 
estão inseridas diretamente em contextos de formação. 
Compreendemos que a ideia do estágio é excelente para a formação 
profissional, pois permite o contato direto dos estudantes com a realidade profissional 
futura. 
Contudo, é preciso pensar em propostas de atividades nos estágios mais 
elaboradas, menos subjetivas, quando descritas nos planos de atividades. Buscando 
desenvolver habilidades profissionais, sendo melhor direcionadas aos estudantes. 
É preciso também que as instituições concedentes, estejam abertas para enxergar 
o estágio como meio de pesquisa, que necessita do espaço da instituição como campo de 
atuação, facilitando este tipo de experiência, para que possa haver um espaço de trocas 
de conhecimentos. 
Para que os estagiários não entendam que o seu papel seja reproduzir as ações 
dos profissionais. 
Mas que possam entender que sempre devem questionar práticas e buscarmeios 
mais adequados de resolver situações que lhes forem postas, construir conhecimento 
crítico e reflexivo juntamente com os alunos e professores. 
Neste sentido, é preciso que as instituições de ensino valorizarem mais a 
atividade de estágio, estreitando os laços entre alunos e instituições concedente, 
incorporando atividades das disciplinas que demandem prática para serem realizadas no 
estágio, para um aprendizado eficiente e um acompanhamento com mais resultados, 
buscando garantir a qualidade da formação docente. 
 
Além de buscar meios de melhor aproveitamento didático para o estágio, é 
necessário pensar em aspectos que condicionam a realização dos estágios pelos 
estudantes, buscando preservá-los de condições economicamente e academicamente 
vulneráveis, por meio da adequação das lei do estágio, mantendo a carga horária da 
atividade para todas as etapas de ensino em até 20 horas semanais, tendo em vista as 
outras atividades acadêmicas realizadas pelos estudantes durante a graduação. E a 
estipulação do valor da bolsa paga aos estagiários em ao menos 50% do valor pago 
sobre o salário do profissional da categoria, com a contribuição compulsória de um 
percentual para a previdência social destes. 
 
Para finalizar, expresso a reflexão que tivemos com a pesquisa: não há educação de 
qualidade sem experiências formativas adequadas que possibilitem a quem ensina 
alicerçar a teoria com a prática em sala de aula. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CP nº 1, de 
15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de 
Graduação em Pedagogia, licenciatura. Diário Oficial da União, 2006. 
BRASIL, Lei n° 11.788, de 25 de setembro de 2008. Altera a legislação que 
regulamenta legislação nacional alusiva ao contrato de estágio para estudantes do ensino 
regular. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 27 set. 2008. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm>. Acesso 
em: 22 jun. 2020. 
CAMBI, Franco. História da pedagogia. UNESP, 2002. 
NETO, Samuel de Souza; IAOCHITE, Roberto Tadeu. O uso de dispositivos de 
acompanhamento de estágio curricular como elemento para se pensar a 
profissionalização do ensino In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 12. 2015. 
Paraná. Anais [...]. Paraná: Capes, 2015. 
COLOMBO, Irineu Mario; BALLÃO, Carmen Mazepa. Histórico e aplicação da 
legislação de estágio no Brasil. Educar em Revista, 2014, 53: 171-186. 
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos: inquietações e buscas. Educar em 
Revista, n. 17, p. 153-176, 2001. 
LIMA, Maria Socorro Lucena; PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e docência. Cortez 
Editora, 2018. 
MELLO, Simone PT; LINDNER, Luciana MT. A contribuição dos estágios na 
formação docente: observações de alunos e professores. Anais do IX ANPED SUL–
Seminário de Pesquisa na Região Sul, 2012. 
NÓVOA, António. Formação de professores e profissão docente. 1992 
VASCONCELOS, Ana Iria Tomas; DINIZ, Gleison; ANDRADE, Thales. 
Determinantes Socioeconômicos do Índice de Rendimento Académico dos 
Discentes de Instituições de Ensino Superior em um Município Cearense. Anais do 
V Encontro de Pesquisa e Extensão da Faculdade Luciano Feijão, p. 1-19, 2012. 
.ZAGO, Nadir. Do acesso à permanência no ensino superior: percursos de 
estudantes universitários de camadas populares. Revista Brasileira de Educação, v. 
11, n. 32, p. 226-237, 2006. 
 
 
 
 
APÊNDICE 
 
 
QUESTIONÁRIO APLICADO PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA 
Pesquisa sobre os desafios e contribuições do estágio não obrigatório para os 
estudantes de pedagogia 
Prezado Participante, este questionário se constitui como procedimento 
metodológico de pesquisa que tem por objetivo, identificar em que realidade 
socioeconômica em que estão inseridos os estudantes de pedagogia em estágio não 
obrigatório, Verificar a aplicabilidade de alguns pontos da lei do estágio e suas 
possíveis fragilidades e identificar os avanços e contribuições dos estágios não 
remunerados para a formação de futuros pedagogos, para apresentar alternativas que 
contribuam com o aprimoramento das propostas de estágio. Os dados informados, serão 
coletado, analisados, não serão divulgada em nenhuma hipótese a identidade dos 
participantes. O questionário está dividido em 3 seções: a primeira refere-se ao sujeito 
investigado e dados para possível contato; a segunda busca coletar informações de 
caráter sócio econômicos; e a terceira busca coletar informações sobre sua experiência 
de estágio. O questionário tem duração de 10 minutos. Desde já agradeço pela 
colaboração 
Nome Completo: 
 Email: 
 Telefone para contato: 
 
● Atual realidade sócio econômica 
Questionário Sócio- econômico 
Idade: 
Sexo: ( )Feminino ( )Masculino 
Estado Civil: ( )Casado ( )Solteiro ( )divorciado 
Possui Filhos? ( ) Sim ( ) Não 
Quantas pessoas moram em sua residência Contando com você? 
Qual é o valor atual da sua renda familiar? 
( )Menos de 1 salário mínimos 
( )De 1 a 3 salário mínimos 
( ) mais de 3 salários 
Você já teve alguma experiência profissional formal anterior ao estágio? Sim ( ) Não 
( ) 
Além do estágio você desenvolve alguma atividade econômica? Sim ( ) Não ( ) 
Possui NIS (número de inscrição Social) no Cadastro Único? Sim ( ) Não ( ) 
O acesso ao Ensino Superior se deu através de políticas de cotas ? Sim ( ) Não ( ) 
Reside na região metropolitana da grande Natal ? Sim ( ) Não ( ) 
 
Investigando sobre a prática de estágio 
 
• Perguntas pertinentes as relações de estágio 
Em que período do curso de pedagogia está? 
( ) 2º ( ) 3º ( ) 4º ( )5º 
 
( )6º ( )7º ( )8º ( )9º ( )10º. 
Quais motivos o levaram à busca pelo estágio não obrigatório remunerado? (permite 
marcar mais de uma opção) 
( ) Obter acesso ao mundo do trabalho na área que estudo 
( )Necessidade de conhecimentos práticos inerentes área futura de atuação 
 
Você já Cumpriu o estágio de pedagogia em ambientes não escolares? ( ) sim ( ) 
Não 
Se sim, em quais ambientes? 
Hospitais ( ) 
Secretarias ( ) 
Empresas ( ) 
Outros ( ) 
 
Em que tipo de escola você está atualmente estagiando? 
( )Rede Privada ( ) Rede Pública 
 
Em qual esfera da escola você cumpre o estágio? 
( ) Educação Infantil 
( ) Ensino Fundamental I Regular 
( ) Ensino Fundamental Modalidade EJA 
( ) Gestão/ coordenação Pedagógica 
Quais são as atividades cotidianas desempenhadas por você na instituição onde cumpre 
o estágio? (permite marcar mais de uma opção) 
( ) Regência de aulas ( ) Planejamentos ( ) Participação em Reuniões 
pedagógicas internas/externas ( ) Auxilio em ações de coordenação do 
trabalho pedagógico ( ) Acompanhamento de crianças com 
necessidades especiais ( ) Realização de serviços de auxiliar de classe com 
rotinas de banho em crianças e/ou trocas de fraldas 
Quais foram os principais aprendizados do campo profissional obtidos através do 
estágio (permite marcar mais de uma opção) ? 
( ) Desenvolvimento e realização de projetos pedagógicos 
( )Como se portar profissionalmente em meio a diferentes situações 
( )Melhor Compreensão das principais teorias pedagógicas 
Quais são os principais desafios ou limitações da prática no estágio para a formação de 
professores? (permite marcar mais de uma opção) 
( ) Falta de disponibilidade de materiais ou recursos 
( ) Resistência às metodologias sugeridas pelos estagiários por parte da instituição 
( ) Falta de abertura para o desenvolvimento de aplicação de pesquisas 
( )Falta de um entendimento legal e efetivo das atribuições inerentes aos estagiários 
com foco em sua qualificação e valorização profissional 
( ) Falta de organização na estrutura da rotinapedagógica 
Como é feito o acompanhamento da sua prática de estagio na instituição concedente? 
(permite marcar mais de uma opção) 
( ) Observação da prática do estagiário no contexto 
( ) Solicitações periódicas de planejamentos/ou relatórios das atividades desenvolvidas 
( ) Formulário de acompanhamento ou avaliação estruturado individual do estagiário 
Quais são os métodos e instrumentos que a instituição de ensino utiliza para realizar o 
pleno acompanhamento do estagio realizado por você? (permite marcar mais de uma 
opção) 
( ) Visitas ao campo de estágio 
( ) Solicitações periódicas de relatório das atividades desenvolvidas 
( ) Disponibilidade para orientar o desenvolvimento de atividades no campo de estágio 
Para você fatores como a carga horária do estágio e o valor da bolsa influenciam a sua 
permanência no curso de graduação? ( ) sim ( ) Não 
Somados o valor da bolsa e do auxílio transporte, o valor remuneratório mensal pagos 
pelo período de estagio corresponde a 
( ) Menos de R$ 400,00 
( ) Entre R$ 400,00 a R$ 600,00 
( ) Entre R$ 601,00 a R$ 800,00 
( ) Entre 801,00 a R$ 1000,00 
( ) Mais de R$ 1000,00 
 
Você reservar parte da bolsa que recebe no estágio para contribuir com a previdência 
social? ( ) Sim ( ) Não 
Você já foi contratado (a) por alguma instituição através do estágio? ( ) Sim ( ) Não 
 
Você já leu a LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008 (lei do estagiário)? 
( ) Sim ( ) Não 
De acordo com o Art 7 Inciso IV, É dever da instituição de ensino exigir do educando a 
apresentação periódica, em prazo não superior a 6 (seis) meses, de relatório das 
atividades; Sabendo que o relatório é um meio de acompanhamento das atividades do 
estagio, Você recebeu algum retorno de orientação? ( ) Sim ( ) Não 
Qual a carga horária do seu estágio? 
( ) 20hs/semanais 
( ) 30hs/semanais 
( ) 40hs/semanais 
 
De acordo com o Art 10 § 2º da lei LEI Nº 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008 
que dispõe sobre o estagio dos estudantes, a carga horária do estagio deve ser reduzida 
pela metade, em períodos de avaliações acadêmicas. é também necessário a 
comunicação prévia pela instituição acadêmica à concedente sobre tais ocasiões. Nesse 
sentido a comunicação e a Liberação são realizadas? ( ) Sim ( ) Não

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