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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS ANNE KALINE CLAUDINO RIBEIRO INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO A NÃO ADAPTAÇÃO DE NOVAS PRÓTESES MANDIBULARES: ENSAIO CLÍNICO NATAL/RN 2020 ANNE KALINE CLAUDINO RIBEIRO INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO A NÃO ADAPTAÇÃO DE NOVAS PRÓTESES MANDIBULARES: ENSAIO CLÍNICO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciências Odontológicas, Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Odontológicas. Área de concentração: Clínicas Odontológicas. Orientadora: Profa. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro NATAL/RN 2020 ANNE KALINE CLAUDINO RIBEIRO INCIDÊNCIA E FATORES DE RISCO A NÃO ADAPTAÇÃO DE NOVAS PRÓTESES MANDIBULARES: ENSAIO CLÍNICO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciências Odontológicas, Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências Odontológicas. Área de concentração: Clínicas Odontológicas. Orientadora: Profa. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro Aprovada em: ______/______/______ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________ Prof a . Dr a . Adriana da Fonte Porto Carreiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Orientadora ___________________________________________ Prof. Dr. Laércio Almeida de Melo Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Membro externo ____________________________________________ Prof. Dr. Joel Ferreira Santiago Junior Centro Universitário Sagrado Coração - UNISAGRADO Membro externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - -Departamento de Odontologia Ribeiro, Anne Kaline Claudino. Incidência e fatores de risco a não adaptação de novas próteses mandibulares: ensaio clínico / Anne Kaline Claudino Ribeiro. - Natal, 2020. 65 f.: il. Orientadora: Profa. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro. Dissertação (Mestrado em Ciências Odontológicas) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas, Natal, 2020. 1. Prótese Total Inferior - Dissertação. 2. Adaptação - Dissertação. 3. Fatores de Risco - Dissertação. 4. Análise de Sobrevida - Dissertação. I. Carreiro, Adriana da Fonte Porto. II. Título. RN/UF/BSO BLACK D32 Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393 DEDICATÓRIA A Deus, por me guiar, iluminar, proteger e proporcionar a realização de mais um sonho. Aos meus queridos pais, Luiz e Euza, por todo carinho, amor e apoio incondicional em todos os momentos de minha vida. Serei eternamente grata! Aos meus irmãos, Anderson e Arthur, por sempre incentivarem e acreditarem em meu potencial. AGRADECIMENTOS Sempre acreditei que na vida devemos ser gratos a todos aqueles que nos ajudaram de alguma maneira. Assim, agradeço a todos aqueles que fizeram/fazem parte de minha vida e que contribuíram direta ou indiretamente para a concretização do Mestrado. Obrigada pelas palavras de conforto, pelos abraços, pelos sorrisos, pelos conselhos, pelos aprendizados, por tudo vivenciado. Cada parte desse trabalho tem um pouco de cada um de vocês! Em primeiro lugar, agradeço a Deus por me dar forças e me abençoar em mais essa etapa vencida. Obrigada Senhor por sempre estar ao meu lado, nunca me desemparar e me proporcionar força, coragem e determinação para atingir êxito em mais esse propósito da minha vida. Palavras são insuficientes para expressar a gratidão que sinto por todas as bençãos derramadas em minha vida! Aos meus amados pais, Euza Maria Claudino Ribeiro e Luiz Alves Ribeiro, por sempre proporcionarem boa educação, por me ensinarem valores morais com tanto carinho e amor, e por nunca me deixar faltar nada. Vocês são o meu orgulho! Obrigada pela confiança, pelo suporte, por mostrar a importância do saber e do conhecimento, por me apoiar em todas as decisões. Ao meu irmão Anderson Kilmer Claudino Ribeiro, que mesmo morando distante, está sempre presente, cuidando de mim e vibrando com cada vitória. Ao meu irmão caçula Arthur Klinger Claudino Ribeiro, por sempre me proporcionar paz diante das dificuldades, por me fazer sorrir em meio aos problemas. Aos meus avós (in memorian) Sebastião Claudino e Edilza Claudino, João Ribeiro e Alzira Ribeiro que de sua morada eterna sempre zelam por mim, me protegem e com certeza estão vibrando com mais essa conquista. A toda minha família, em especial aos meus tios João Claudino, Canindé Claudino, Eliane Claudino e Edileuza Claudino, a Matheus Claudino, a Concísia Lopes, a Hesli Holanda e ao meu compadre Dorian Fredson de Melo pelo incentivo e apoio e por compreenderem minhas ausências. A minha querida e maravilhosa orientadora Profa. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro, por ter me conduzido excepcionalmente em todos os projetos e atividades desempenhadas não somente ao longo do Mestrado, mas desde a época da Graduação. Obrigada por toda a dedicação, carinho e esforço imensurável ao longo dessa jornada. Para mim é uma honra e motivo de orgulho tê-la como orientadora, um ser humano ético, responsável, competente, com um coração gigante e genoroso. Obrigada por ser exigente, por ser criteriosa, por ser perfeccionista, por ter ensinado com tanta paciência, pelos “puxões de orelha”, pelos conselhos em meio a dificuldades, tudo isso me fez uma pessoa e profissional melhor. Obrigada por ser fonte de inspiração e determinação! A amiga, parceira, irmã e companheira que ganhei nesse Mestrado, Profa. Aretha Heitor Verissimo. Obrigada por sempre estar disponível, por compartilhar seus conhecimentos, por ajudar em tudo que precisei, por ouvir meus desabafos e desesperos, por sorrir comigo, por me acolher, por me permitir fazer parte de sua vida. Agradeço a Deus todos os dias por ter colocado você em meu caminho, a pós-graduação com certeza foi menos árdua e mais leve com sua presença cotidiana. Construímos um laço de amizade que certamente perdurará por muitos anos, vai muito além da finalização desse ciclo. Meu sincero e eterno agradecimento, por cada contribuição em todas as parcerias e produções científicas, por estar sempre ao meu lado. Admiro-te! Esse trabalho é tão meu quanto seu! A minha querida amiga Maria Laura de Souza Lima por ter sido minha parceira nessa longa caminhada, desde a época da graduação, sendo meu braço direito. Obrigada por ter participado desse desafio junto comigo, você foi minha confidente, sou grata por poder compartilhar as angústias, problemas, felicidades e vitórias. Desejo todo sucesso do mundo para você. Obrigada por sua paciência, por sua tranquilidade que tantas vezes me acalmou em meio aos problemas. Tenho muito orgulho de você! Conte sempre comigo! Ao amigo e Prof. Dr. Laércio Almeida de Melo, agradeço pela disponibilidade, pelos ensinamentos gentilmente compartilhados. Muito obrigada por todas as sugestões, contribuições e suporte científico para que esse trabalho se concretizasse. Obrigada por tudo! Aos amigos Ana Patrícia Lopes, Diego Cavalcante, Fabiano Clementino, Katarine Florêncio, Lourival Confessor, Maria Fernanda de Oliveirae Wesley Shayne. Obrigada pelas palavras estimulantes e revigorantes, pela confiança em mim depositada. Sou privilegiada por ter vocês ao meu lado! Ao Departamento de Odontologia da UFRN por todo o suporte ao longo da minha jornada acadêmica (graduação e pós-graduação) e pelo fornecimento de material necessário para a realização de etapas da pesquisa. Obrigada por ter sido a minha segunda casa! Ao Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas com seu corpo docente de excelência. Obrigada por todas as contribuições para meu engrandecimento pessoal e profissional. Agradeço a todos vocês, queridos professores, que desde os primeiros dias de estudo no DOD/UFRN, são fonte de motivação, ajudando em minha formação e crescimento, tornando-me uma pessoa melhor. Agradeço também as funcionárias da secretaria Gracinha e Amanda, por terem sido atenciosas e sempre disponíveis diante de minhas dúvidas e pedidos. A CAPES (Coordenação de Apoio de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), pelo auxílio financeiro. Aos professores Dra. Maria Ângela Fernandes Ferreira, Dra. Patrícia dos Santos Calderon, Dr. Laércio Almeida de Melo e Dr. Joel Ferreira Santiago Junior por aceitarem o convite e participar da minha banca de qualificação e defesa. Para mim foi uma honra tê-los nesse momento tão importante. Muito obrigada por toda dedicação e tempo disponibilizado para a avaliação desse trabalho, por todas as contribuições e sugestões, elas foram valiosas para o engrandecimento desse trabalho. Aos pacientes que se disponibilizaram a participar dessa pesquisa, por conhecer um pouco da história de cada um e por terem colaborado para que esse estudo se tornasse possível. Aos funcionários do setor da Prótese Dentária, Edson Martiniano e Jakelma Estevam, por sempre zelar pela organização de nosso ambiente de trabalho e estudo. Obrigada pela paciência em meio a minhas correrias e pedidos em cima da hora, por serem sempre solícitos e prestativos sempre que precisei, mesmo quando já estava além do horário. Agradeço em especial, a você, “Jake”, por ter sido também companheira e ouvinte dos meus problemas, pela amizade construída. A nossa querida Técnica em Prótese Dentária e Cirurgiã-Dentista, Clebya Rosália Pereira de Medeiros, pelos inúmeros “help” na confecção das próteses, pelo auxílio com tamanha gentileza e paciência na realização de cada etapa que precisava de um ou outro ajuste, pelo trabalho exemplar e primoroso, pela competência e perfeccionismo em cada prótese entregue. Ao setor de Imagenologia da UFRN, em especial ao Prof. Paulo Raphael Maia e Profª Patrícia Teixeira, por permitir a realização da etapa de busca e análise de imagem, e aos funcionários Claudia Barros, Marcone Fernandes e Lauro Targino, por sempre estarem disponíveis, e realizar a obtenção das panorâmicas, em meio a meus corre-corre e pedidos. A todos os funcionários da esterilização pela recepção e entrega de materiais com atenção e responsabilidade, em especial Marcos Aurélio Marques, Érika Danielle Varela e Aurélio Pereira, com os quais tive conversas saudáveis que me trouxeram muita paz em meio a problemas; amizade essa que levo no coração desde a época de graduação. Aos funcionários da Biblioteca Setorial do Departamento de Odontologia da UFRN pela colaboração, auxílio na busca de artigos, além da contribuição na formatação desse trabalho. A todos os queridos colegas do Mestrado pelo convívio e compartilhamento de conhecimentos, pelas produções e atividades científicas realizadas, pelo crescimento conjunto. Aos amigos da Pós-graduação, Ana Lúcia Moreira, Ana Margarida Melo, Guilherme Beiruth, Isabelle Helena, Keiverton Gurgel, Liliane Nogueira, Nathália Ramos, Raíssa Pinheiro, Rodrigo Falcão, Taciana Vila-Nova e Thais Cordeiro, obrigada pelo companheirismo e por fazer parte dessa jornada. Vocês estarão eternamente em meu coração! E se Deus permitir, nos veremos no doutorado. Em especial, agradeço a Ana Luísa Pascoal pelos laços de amizade iniciados quando eu ainda estava na graduação, e que foram fortalecidos ao longo dessa caminhada. Obrigada por ser esse anjo em minha vida, por ter dividido grandes momentos, pela viagem louca e divertida, por compartilhar conhecimentos e por saber que posso contar com você. A toda equipe do Projeto de Reabilitação Oral, Ana Clara Tôrres, Ana Larisse Carneiro, Annie Karoline de Medeiros, Daniel Mariano, Lilian Scoparo, Maria de Fátima Campos, Miria Curinga, Natália Pinheiro, Rachel Cardoso, Rafael Amorim e Vitória Ramos pelas importantes contribuições nas produções científicas e/ou etapas da pesquisa, pela convivência harmoniosa e aprendizado. Em especial, agradeço a Luana Aquino, um encanto de pessoa, amiga, professora super capacitada e habilidosa. Obrigada pelos ensinamentos adquiridos desde a época de graduação e que pude aprimorar ainda mais através de sua experiência clínica. Agradeço também a querida Andréa Lira por ter sido fundamental na realização das etapas clínicas, por ter sempre me socorrido, me auxiliado sempre que precisei. Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível. Charles Chaplin RESUMO Este ensaio clínico não randomizado se propôs a investigar a incidência e os fatores de risco a não adaptação de prótese total convencional mandibular (PTCM). Um total de 108 edêntulos bimaxilares foram reabilitados com próteses totais e acompanhados por um período de 3 e 6 meses. Nesses períodos, os pacientes foram alocados em PTA (Pacientes adaptados a PTCM) e PTN (Pacientes não adaptados a PTCM). Os critérios que confirmaram a adaptação dos pacientes foram: realizar a mastigação, fonética e deglutição confortavelmente com as próteses. As variáveis analisadas como possíveis fatores de risco foram registradas em ficha clínica e estavam relacionadas aos aspectos sociodemográficos e fatores centrados no paciente. A estimativa do tempo médio para adaptação à PTCM foi obtida a partir da curva de Kaplan-Meier. Inicialmente, os fatores de risco foram analisados estatisticamente pelo Teste do Qui-quadrado ou Exato de Fisher. Em seguida, foi realizada uma análise multivariada e o risco relativo foi ajustado através da regressão múltipla de Poisson. Os resultados revelaram incidência de 38,0% (n=41) dos indivíduos não adaptados a novas próteses totais mandibulares após 3 meses. Essa não adaptação à prótese total mandibular esteve associada significativamente à ausência de experiência prévia com PTCM (p=0,042), à presença de ulcerações após 15 dias da reabilitação (p<0,001) e à altura do rebordo mandibular posterior reduzida (p=0,035). Após 6 meses, essa incidência reduziu para 14,1% (n=14), sendo a ocorrência de lesões ulcerosas após 15 dias (p<0,001) e 30 dias (p<0,001) da instalação das novas próteses e o uso não regular da nova PTCM (p<0,001) os fatores de risco associados à não adaptação à PTCM. A análise de sobrevida mostrou que 78,53 ± 36,11 dias são suficientes para adaptação da maioria dos pacientes à prótese, com o menor tempo médio de adaptação à PTCM associado significativamente à experiência prévia com PTs inferiores (p=0,032), ao uso de próteses antigas confeccionadas por dentista (p=0,034), à ausência de registro de lesões nos primeiros dias após reabilitação (p=0,023), à rebordo mandibular posterior não-reabsorvido (p=0,005) e ao uso regular das novas próteses mandibulares (p=0,002). Conclui-se que a incidência de indivíduos não adaptados a PTCM foi maior em um período de 3 meses, com redução após 6 meses de acompanhamento. As variáveis sociodemográficas não influenciaram na adaptação à prótese mandibular nos períodos de 3 e 6 meses. No tempo de 3 meses, a ausênciade experiência prévia com PTCM, registro de úlceras traumáticas em arco mandibular e a presença de rebordos mandibulares reduzidos interferiram negativamente na adaptação às novas próteses inferiores constituindo-se como fatores de riscos ao não uso da PTCM. Todavia, após 6 meses de uso das próteses, apenas a ocorrência de lesões ulcerativas e o uso não regular das próteses foram fatores de risco à não adaptação à prótese mandibular. Em média, a maioria dos indivíduos se adaptou a nova PTCM em 2,6 meses. Essa adaptação em menor tempo esteve associada à experiência prévia com prótese inferior, ao uso de próteses antigas confeccionadas por dentista, à ausência de registro de úlceras traumáticas após tratamento reabilitador, à presença de rebordo não reabsorvido e ao uso regular das novas PTCM. Palavras-chave: Prótese Total Inferior. Adaptação. Fatores de Risco. Análise de Sobrevida. ABSTRACT This non-randomized clinical trial aimed to investigate the incidence and the risk factors to the non-adaptation of the conventional mandibular complete denture (CMCD). A total of 108 bimaxillary edentulous were rehabilitated with full dentures on a 3 month and 6 month follow-up. During these periods, patients were allocated into PTA (Patients adapted to CMCD) and PTN (Patients non-adapted to CMCD). The criteria that confirmed the patients’ adaptation were: chewing, phonetics, and swallowing comfortably with the dentures. The variables analyzed as possible risk factors were recorded in a clinical record and were related to sociodemographic aspects and patient- centered factors. The estimate of the average time for adaptation to CMCD was obtained from the Kaplan-Meier curve. Initially, the risk factors were analyzed statistically by the Chi-square test or Fisher's Exact test. Then, a multivariate analysis was performed and the relative risk was adjusted by Poisson regression. The results revealed an incidence of 38.0% (n=41) of individuals non-adapted to new mandibular complete dentures after 3 months. Non-adaptation to the mandibular complete denture was significantly associated with the absence of past mandibular denture experience (p=0.042), the presence of ulcerations after 15 days of rehabilitation (p<0.001), and the height of the reduced posterior mandibular ridge (p=0.035). After 6 months, this incidence decreased to 14.1% (n=14), with the occurrence of ulcerative lesions after 15 days (p<0.001) and 30 days (p<0.001) of the delivery of new dentures and the non- regular use of new CMCD (p<0.001) being the risk factors associated with the non- adaptation of CMCD. Survival analysis showed that 78.53 ± 36.11 days are enough for most patients to adapt to the dentures, with the lower average time to adapt to CMCD significantly associated with previous experience with mandibular CDs (p=0.032), use of old dentures made by a dentist (p=0.034), no record of ulcers after the first days after rehabilitation (p=0.023), posterior mandibular ridge non-reabsorbed (p=0.005) and regular use of new mandibular dentures (p=0.002). It concluded that the incidence of patients non-adapted to CMCD was higher in 3 months, with a reduction after 6 months follow up. Sociodemographic variables not influenced the adaptation to the mandibular dentures in the periods of 3 and 6 months. After 3 months, the absence of previous experience with CMCD, registration of traumatic ulcers in the mandibular arch, and the presence of lower mandibular ridges interfered negatively in the adaptation to new lower dentures, constituting risk factors for non-use CMCD. However, after 6 months of wearing the prostheses, only the occurrence of ulcerative lesions and non-regular wear of dentures were risk factors for non-adaptation to mandibular prostheses. On average, most individuals adapted to the new CMCD in 2.6 months. This adaptation in less time was associated with previous experience with an inferior dentures, the use of old prostheses made by a dentist, the absence of a record of traumatic ulcers after rehabilitation treatment, the presence of non-resorbed ridge and the regular use of the new CMCD. Keywords: Denture, Complete, Lower. Adaptation. Risk Factors. Survival Analysis. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fluxograma do estudo da amostra................................................................. 28 Figura 2 - Alturas anterior e posterior obtidas na radiografia panorâmica. LRa: Linha de referência para linha média (La); La: Altura da linha média; LRc: Linha de referência para comprimento da base mandibular; Lc: Comprimento do corpo mandibular; Lm: Altura na região de molar......................................... 35 Figura 3 - Estimativa de tempo médio para adaptação à PTCM nos 6 meses de acompanhamento. Natal/RN, 2020................................................................ 39 Figura 4 - Curva de sobrevida de Kaplan-Meier. Curva de sobrevida da adaptação à PTCM ao longo do tempo de acompanhamento quanto à experiência prévia com PT inferior (A), profissional que confeccionou a PT antiga (B), ocorrência de lesões após 15 dias da reabilitação com as novas PTs (C), altura do rebordo mandibular posterior (D) e uso regular da PT inferior após a reabilitação (E). Natal/RN, 2020........................................... 40 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Etapas clínicas e laboratoriais para tratamento de reabilitação prótetica nos pacientes. Natal/RN, 2020 ................................................................... 30 Quadro 2 - Descrição das variáveis dependentes e independentes analisadas no estudo. Natal/RN, 2020 .............................................................................. 32 Quadro 3 - Classificação da altura do rebordo mandibular........................................... 35 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Estimativa de tempo médio de adaptação em comparação com os fatores avaliados no estudo. Natal/RN, 2020............................................................ 39 Tabela 2 - Associação entre as variáveis sociodemográficas, condição de saúde e adaptação/não adaptação à prótese total mandibular com suas medidas de risco relativo bruto (RR), n (%), IC (intervalo de confiança com 95%) e valor de p. Natal/RN, 2020 ........................................................................... 42 Tabela 3 - Associação entre os fatores centrados no paciente e adaptação/não adaptação à prótese total mandibular com suas medidas de risco relativo bruto (RR), n (%), IC (intervalo de confiança com 95%) e valor de p. Natal, 2020..................................................................................................... 43 Tabela 4 - Associação entre as variáveis independentes e a adaptação/não adaptação a novas próteses mandibulares com suas medidas de risco relativo bruto ajustadas após 3 meses (RRaj), n (%), ICaj (intervalo de confiança ajustado com 95%) e valor de p. Natal, 2020 ............................................................. 44 LISTA DE SIGLAS ASA Articulador Semi-ajustável CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética CEP Comitê de Ética em Pesquisa DOD Departamento de Odontologia DVO Dimensão Vertical de Oclusão EUA Estados Unidos da América EVA Escala Visual Analógica IC Intervalo de confiança IDP Índice de Diagnóstico Prostodôntico IL Illinois PR Paraná PT Prótese Total PTA Pacientes adaptados à prótese total mandibular PTC Prótese Total Convencional PTCM Prótese Total Convencional Mandibular PTN Pacientes não adaptados à prótese total mandibular PTs Próteses Totais REBEC Registro Brasileiro de Ensaios ClínicosRN Rio Grande do Norte SC Santa Catarina STG Sistema Tomaz Gomes TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TPD Técnico em Prótese Dentária UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 17 2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................... 19 2.1 Aspectos sociodemográficos............................................................................... 19 2.2 Fatores centrados no paciente .......................................................................... 20 3 OBJETIVOS........................................................................................................ 25 3.1 Objetivo geral...................................................................................................... 25 3.2 Objetivos específicos........................................................................................... 25 4 METODOLOGIA............................................................................................... 26 4.1 Desenho do estudo............................................................................................... 26 4.2 Implicações éticas................................................................................................ 26 4.3 Local e população estudada............................................................................... 26 4.4 Caracterização da amostra................................................................................ 27 4.5 Delineamento da pesquisa.................................................................................. 28 4.5.1 Procedimento clínico para confecção das próteses convencionais ...................... 29 4.6 Variáveis do estudo............................................................................................. 31 4.6.1 Aspectos sociodemográficos, condições de saúde e fatores centrados no paciente................................................................................................................. 33 4.6.2 Adaptação à prótese.............................................................................................. 33 4.6.3 Altura do rebordo ósseo mandibular..................................................................... 34 4.7 Calibração dos examinadores............................................................................ 35 4.8 Análise dos dados................................................................................................ 36 5 RESULTADOS................................................................................................... 37 5.1 Caracterização da amostra................................................................................ 37 5.2 Incidência da não adaptação à PTCM.............................................................. 37 5.3 Análise de sobrevida........................................................................................... 38 5.4 Fatores de risco a não adaptação à PTCM....................................................... 41 5.4.1 Aspectos sociodemográficos e de condições de saúde......................................... 41 5.4.2 Fatores centrados no paciente............................................................................... 41 6 DISCUSSÃO........................................................................................................ 45 7 CONCLUSÃO..................................................................................................... 49 8 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 50 APÊNDICES........................................................................................................ 58 ANEXOS.............................................................................................................. 64 17 1 INTRODUÇÃO O edentulismo é uma condição crônica debilitante que ainda permanece como um dos principais problemas mundiais de saúde bucal entre a população idosa (KASSEBAUM et al., 2014). Diversos estudos relataram a prevalência da perda dentária, destacando que os dados são divergentes, podendo variar de acordo com diferenças entre grupos étnicos (WU et al., 2012), regiões geográficas (HEWLETT et al., 2015) ou ainda pelo nível socioeconômico do país (DOUGLASS; SHIH; OSTRY, 2002; COOPER, 2009; PELTZER et al., 2014; PENGPID; PELTZER, 2018). Apesar dessas disparidades, as estimativas e projeções apontam para um crescimento a uma taxa constante em virtude do aumento da expectativa de vida, além dos fatores associados que contribuem para o edentulismo (EZEH; BONGAARTS; MBERU, 2012; SLADE; AKINKUGBE; SANDERS, 2014; CARDOSO et al., 2016). Nessa perspectiva, a prótese total convencional (PTC) continua sendo o tratamento padrão para edêntulos bimaxilares (CRITCHLOW; ELLIS, 2010) e essa perda total dos dentes tem impacto na qualidade de vida, saúde geral e na satisfação (NAGARAJ et al., 2014). Contudo, esse tratamento reabilitador representa um desafio quanto à adaptação às próteses mandibulares e à decisão de uso (MÜLLER, 2014), uma vez que relatos de insatisfação com mastigação, retenção e conforto com as próteses são bastante frequentes (ESWARAN et al., 2016), podendo comprometer o tratamento reabilitador (MARCHINI, 2014). Portanto, é uma situação de frustração para o paciente que anseia por novas próteses melhores que as anteriores e um problema crítico para o profissional que espera restabelecer estética, forma e função (TURKER; SENER; ÖZKAR, 2009). Estudos prévios evidenciaram a relação entre o não uso da prótese total removível e múltiplos fatores (VAN WAAS, 1990; CRITCHLOW; ELLIS, 2010; MARTINS et al., 2018; ALVES et al., 2019), como os aspectos sociodemográficos (SINGH et al., 2011; SINGH et al., 2012), econômicos (BARAN; ERGÜN; SEMIZ, 2007), qualidade técnica das próteses (RIBEIRO et al., 2012; TÔRRES et al., 2019), condições psicológicas (BERG; JOHNSEN; INGEBRETSEN, 1986; HANTASH et al., 2011), satisfação com as próteses (SILVA; SANTOS; MARCHINI, 2014; MARTINS et al., 2018) e expectativa do paciente com estabilidade e capacidade mastigatória (CELEBIC et al., 2003; MARIN et al., 2014; MARCHINI, 2014). Entretanto, ainda não há associação entre esses fatores e a incidência da não adaptação da prótese total 18 convencional mandibular com o tempo de acompanhamento dos pacientes após a instalação das novas próteses totais. Portanto, sabendo-se que a adaptação à PTC é um processo altamente variado entre os indivíduos, com alguns pacientes se adaptando mais lentamente e outros mais facilmente (ZARB et al., 2012; FARIAS-NETO; CARREIRO, 2015), essa pesquisa se justifica pela importância do uso da prótese inferior para o adequado funcionamento do sistema estomatognático e pela ausência de estudos longitudinais que investiguem os fatores de risco que podem impactar na aceitação e no uso da prótese mandibular, avaliando a influência do tempo nesse processo de adaptação. A relevância de identificar os fatores de risco para a não adaptação à prótese total convencional mandibular (PTCM) poderá contribuir para o estabelecimento do prognóstico de adaptação das novas próteses totais mandibulares, aumentando a previsibilidade desse crítico período de adaptação. Baseando-se em aspectos sociodemográficos e fatores centrados no paciente, a proposta desse estudo foi determinar os fatores de risco associados a não adaptação à prótese total mandibular convencional em um tempo de acompanhamento de 3 e 6 meses. 19 2 REVISÃO DE LITERATURA O edentulismo é uma condição de saúde bucal desafiadora, que exige atenção das autoridades de saúdepública, especialmente diante do atual processo de transição demográfica, com o envelhecimento da população idosa e maior expectativa de vida (PETERSEN; OGAWA, 2018). Como método terapêutico para resolver essa problemática, a reabilitação com próteses totais convencionais é a indicação com maior acessibilidade para a grande parcela dos desdentados (ÖZKAN; ABBASGHOLIZADEH; AKMANSOY, 2018). Contudo, apresenta limitações e diversas queixas são relatadas pelos usuários, principalmente no que se refere à retenção e estabilidade frente ao uso da prótese mandibular (FITZPATRICK, 2006; KOMAGAMINE et al., 2016). A literatura tem destacado que 7 a 25% dos edêntulos reabilitados com novas próteses totais estão insatisfeitos, principalmente no que diz respeito às suas dentaduras mandibulares (JEGANATHAN; PAYNE, 1993; CELEBIC et al., 2003; POCZTARUK et al., 2009). O presente capítulo compreende uma revisão da literatura em relação aos indicadores de prognóstico para o tratamento com próteses totais convencionais e foi dividido em duas seções: 2.1 – Aspectos sociodemográficos e 2.2 – Fatores centrados no paciente. 2.1 Aspectos sociodemográficos A necessidade de tratamento com próteses totais é uma situação que depende das características individuais do paciente, variando em conformidade com a idade, sexo, nível socioeconômico, profissão, entre outros (SURESH; SHARMA, 2010). Diversos estudos avaliaram a influência da idade na aceitação de próteses totais, relatando que essa variável não é determinante para o sucesso da reabilitação protética (ANDELKOVIC et al., 2012; OGUNRINDE; DOSUMU, 2012). Entretanto, Diehl e colaboradores (1996) realizaram um estudo com 60 edêntulos totais (média de idade: 60,5 ± 13,7 anos), no qual verificaram que a idade esteve associada com a satisfação e a capacidade adaptativa após a instalação das novas próteses. Os resultados revelaram que indivíduos mais jovens (< 60 anos de idade) estavam mais satisfeitos e se adaptaram mais facilmente às novas PTC (DIEHL et al., 1996). Mesmo sabendo que a arquitetura muscular da face tenha adaptabilidade reduzida com o passar dos anos (ALLEN; 20 MCMILLAN, 2003), não se pode afirmar que a idade é um indicador de prognóstico com impacto positivo ou negativo na adaptação do paciente, já que as evidências científicas ainda são inconclusivas (CRITCHLOW; ELLIS, 2010). Outros fatores causais têm sido avaliados para verificar a satisfação com as próteses totais, como sexo, nível educacional, estado civil, condições econômicas, situação de moradia e relações interpessoais (BERG et al., 1985; SINGH et al., 2012). Comparações entre esses domínios e a satisfação ou aceitabilidade das novas PTC têm mostrado pouca ou nenhuma correlação (VAN WAAS, 1990; BERG, 1993). Entretanto, Celebic et al. (2003) observaram que o nível de escolaridade e autopercepção do status social estiveram relacionados negativamente à satisfação com as próteses totais (PTs). Pacientes com baixa escolaridade e menor autopercepção social estavam mais satisfeitos com as próteses, provavelmente por não criarem tantas expectativas quanto aos resultados após o tratamento ou por não considerarem o edentulismo uma condição desagradável (CELEBIC et al., 2003). Todavia, esses estudos apresentam limitações metodológicas, com avaliações não padronizadas no que diz respeito aos indicadores de interações sociais, o que inviabiliza precisão na comparação entre os estudos e, consequentemente, condiciona a conclusões divergentes. 2.2 Fatores centrados no paciente A reabilitação com novas próteses totais acarreta impactos ao sistema estomatognático, dificultando a capacidade adaptativa, podendo ser uma condição de sofrimento para muitos pacientes (EBERHARD et al., 2018). Apesar de ser um raciocínio óbvio acreditar que a experiência prévia com PTC possa interferir positivamente nesse período de adaptação, com melhores resultados diante do uso contínuo e frequente, o embasamento científico ainda é divergente (CRITCHLOW; ELLIS, 2010). Em um estudo observacional com 50 desdentados totais, Subramanian et al. (2019) avaliaram a correlação entre as expectativas dos edêntulos totais antes do tratamento e a satisfação após a reabilitação com as novas PTs, considerando-se a experiência de uso, ou seja, se estavam usando pela primeira vez ou se estavam substituindo a PTC. A satisfação foi avaliada por meio de uma Escala Visual Analógica (EVA) baseada nos parâmetros mastigação, fonética, retenção e estética (KAWAI et al., 2006). Para ambos os grupos, as expectativas e satisfação foram atendidas para fonética, 21 retenção e estética, enquanto que a mastigação foi pior e insatisfatória para o grupo de indivíduos que estava usando pela primeira vez. Provalvemente, essa baixa satisfação está relacionada à necessidade de maior tempo para se adaptar a prótese e ao desconforto ao realizar os movimentos mastigatórios (SUBRAMANIAN et al., 2019). Weinstein et al. (1988) realizaram um estudo com 135 pacientes do sexo masculino, avaliando a relação entre a experiência com PTs e a aceitação das novas dentaduras a partir de questionários de auto-avaliação. Os resultados revelaram que o principal fator responsável pela aceitação das próteses foi a maior quantidade de próteses previamente utilizadas, sendo considerado um preditor de sucesso para o tratamento. Pacientes sem nenhuma experiência com próteses estavam insatisfeitos com a função e conforto e apresentaram maior dificuldade em aceitar as PTs. No entanto, essa metodologia apresentou limitações que podem interferir em sua aplicabilidade, uma vez que a amostra foi constituída exclusivamente por homens e utilizou dentes não anatômicos (WEINSTEIN et al., 1988). Gaspar et al. (2013) evidenciaram uma fraca influência entre a experiência prévia e a satisfação com o tratamento protético. Para Zaied & Saadaldin (2016) não existem associações entre a experiência com próteses antigas e a satisfação, no entanto essa pesquisa apresentou limitações por ter sido realizada apenas com mulheres, as quais geralmente estão insatisfeitas com as próteses e preocupadas com o aspecto estético, o que pode ter influenciado nos resultados (ZAIED; SAADALDIN, 2016). Nesse contexto, a literatura destaca que a experiência com próteses é um fator determinante para a aceitação e uso regular (CELEBIC et al., 2003; SUBRAMANIAN et al., 2019), contudo respostas podem se apresentar divergentes porque o edentulismo é uma experiência traumática e depende de um mecanismo adaptativo funcional (BERG; JOHNSEN; INGEBRETSEN, 1986) e/ou psicológico (AL QURAN et al., 2001). Provavelmente, edêntulos que estão usando a PT mandibular pela primeira vez necessitam de maior período de adaptação, uma vez que a musculatura que circunda a PT precisará se adaptar à nova condição neuromuscular (MIRANDA; DOS SANTOS; MARCHINI, 2014), enquanto que àqueles com alguma experiência realizam uma avaliação mais criteriosa das próteses, devido às múltiplas próteses já usadas, ou ainda por mudanças teciduais e reabsorções ósseas (VAN WAAS, 1990; LEWIS, 2000). O tempo de edentulismo é outro preditor que pode estar relacionado à aceitação das próteses totais, com estudos afirmando que edêntulos totais por longos períodos frequentemente estão mais propensos a usarem suas próteses (SHEPPARD; 22 SCHWARTZ; SHEPPARD, 1972; VAN WAAS, 1990). A condição de edentulismo é acompanhada por diversos efeitos deletérios e consequências para a saúde geral e bucal, que variam desde a reabsorção do rebordo residual até a ineficiência na função mastigatória e nutrição inadequada, repercutindo em baixa qualidade de vida (EMAMI et al., 2013). Ainda que o edentulismo seja um agravante à condição oral, com diversas limitações, o paciente pode se acostumar e passar a aceitar a “nova condição oral”, relatando satisfação com as PTs(SHEPPARD; SCHWARTZ; SHEPPARD, 1972). Celebic e colaboradores (2003) realizaram um estudo com 222 pacientes e identificaram que 31% estavam usando próteses pela primeira vez. Os resultados mostraram que pacientes com menor tempo de edentulismo mandibular relataram insatisfação com retenção e desconforto ao usar a prótese total mandibular. Esses achados expressam que uma melhor qualidade da área de suporte para a dentadura, ou seja, rebordos menos reabsorvidos apresentaram piores escores para a satisfação, sugerindo-se a necessidade de um tempo maior para os músculos que circundam a PT mandibular se adaptarem quanto à função (CELEBIC et al., 2002). A reabsorção da crista do rebordo alveolar é um processo crônico e progressivo que acompanha o processo natural do envelhecimento em pacientes edêntulos (KOVACIC et al., 2018). Nessa perspectiva, o maior tempo de edentulismo associado ao uso das dentaduras por longos períodos pode acarretar efeitos adversos ao rebordo residual e à mucosa aderida à área de suporte da prótese. Essas alterações na arquitetura do rebordo podem provocar redução na capacidade de retenção da prótese e instabilidade, especialmente, em se tratando das próteses mandibulares. Consequentemente, condiciona às frequentes queixas quanto ao desempenho insatisfatório das próteses, sendo comuns relatos de dificuldade para mastigar, dores e registro de lesões em mucosa, podendo gerar resistência frente ao uso da PTCM (TALLGREN, 1972). Um estudo realizado por Martins et al. (2018) afirmou que o tempo de uso da PTCM não tem associação significativa com o uso regular de próteses mandibulares. Entretanto, o longo tempo de uso das próteses pode acarretar desgaste dos dentes e reabsorção do rebordo residual, determinando a redução da dimensão vertical de oclusão (DVO) (ABDUO; LYONS, 2012). Como consequência, a capacidade mastigatória muscular torna-se comprometida, podendo gerar hiperatividade ou hipoatividade dos músculos envolvidos na mastigação, o que leva às constantes queixas dos pacientes em relação à função, conforto, estética e fonética (FOUDA et al., 2014). 23 Sendo assim, pode ser considerado um fator de risco que pode interferir no uso e adaptação às próteses totais. Os registros de lesões em mandíbula após instalação das próteses totais é um aspecto bastante frequente em pacientes reabilitados com PTC (SADR; MAHBOOB; RIKHTEGAR, 2011; REECHA et al., 2016; KUMAR et al., 2020). Cordova et al. (2016) realizaram um estudo com 120 pacientes edêntulos, dos quais 38 receberam PT mandibular, a fim de determinar o número mínimo de visitas após a instalação das PTs. Os acompanhamentos para a verificação de úlceras formadas e necessidade de ajustes foram feitos em no mínimo 3 controles (7, 14 e 21 dias). Os resultados mostraram que após 14 e 21 dias, foram realizados ajustes em 60,6% (n=23) e 45% (n=17) das próteses, respectivamente, sendo esses associados a ulcerações traumáticas ou lesões eritematosas (CORDOVA et al., 2016). Os primeiros dias de uso das próteses totais são momentos críticos para o paciente, uma vez que podem surgir lesões teciduais, causando incômodo e dores, principalmente na região retro-milo-hióidea, no sulco lingual e vestibular (KIVOVICS et al., 2007; JAIN et al., 2017), por isso, são necessários controles pós-tratamento, contribuindo para maior aceitação e adaptação a PTCM. A redução do rebordo residual é uma das principais sequelas do edentulismo e é bem relatado na literatura que esse processo é muito maior em mandíbula que em maxila (ATWOOD, 1971; FELTON, 2009). Estudos relataram que não existe associação significativa entre o tempo do edentulismo e a reabsorção óssea (DEVLIN; FERGUSON, 1991; NÄRHI; ETTINGER; LAM, 1997). Contudo, após a perda dentária total, as alterações de tecidos mole e duro tornam-se mais evidentes (SCHUSTER et al., 2019), reduzindo volume ósseo e área de suporte da base da prótese (MARCELLO- MACHADO et al., 2017a), com inserções musculares superficiais e rebordos mais finos ou flácidos, além de superficialização do nervo alveolar, resultando em dores ou desconfortos diante do uso das próteses (XIE; WOLF; AINAMO, 1997; CARLSSON, 1998). Dentre os principais motivos associados à insatisfação, a instabilidade e falta de retenção suficiente para manter a prótese sobre o rebordo durante os movimentos mastigatórios são frequentemente citadas (LIMPUANGTHIP; SOMKOTRA; ARKSORNNUKIT, 2018). Essas reclamações estão intrinsecamente relacionadas à conformação anatômica do rebordo, sendo desfavorável quando atrófico ou bastante reabsorvido (YEH; PAN; CHEN, 2013; RIBEIRO et al., 2014), o que demanda maior 24 esforço e atividade neuromuscular da mandíbula para obter forças oclusais suficientes para execução da função mastigatória (CALOSS et al., 2010). Nesse sentido, próteses mandibulares instáveis podem acarretar forças de mordida reduzidas, comprometendo não somente a eficiência mastigatória, mas afetando também aspectos psicológicos do paciente (JAIN; RATHEE, 2020). Dessa forma, traumas aos tecidos de suporte são gerados, podendo ocasionar desconforto e dor ao mastigar e/ou quebrar alimentos mais consistentes (ŻMUDZKI; CHLADEK; KASPERSKI, 2012). Consequentemente, isso pode resultar em não uso da prótese total, especialmente, as próteses inferiores, interferindo negativamente no processo de adaptação e qualidade de vida (HUUMONEN et al., 2012; ELSAWY; OMAR; ASFAHANI, 2018). Considerando os aspectos abordados nessa revisão de literatura, diversas metodologias são aplicadas para avaliar os indicadores de prognóstico sob a ótica de variados parâmetros, com divergências quanto a tamanho da amostra e tipo de análise estatística. Inclusive muitos desses estudos não são recentes e abordam métodos que dificultam comparações diretas. Dessa forma, é relevante verificar como esses fatores impactam na aceitação, adaptação e uso da prótese por edêntulos totais. 25 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Identificar os fatores de risco que impactam na não adaptação da prótese total convencional mandibular em um tempo de acompanhamento de 3 e 6 meses. 3.2 Objetivos Específicos a) Verificar a incidência da não adaptação de usuários de próteses totais mandibulares após reabilitação com novas próteses totais, nos tempos de acompanhamento de 3 e 6 meses após instalação, assim como a influência do tempo nessa não adaptação; b) Estimar o tempo médio necessário para adaptação da maioria dos pacientes à novas próteses totais mandibulares e os fatores relacionados a esse tempo de adaptação; c) Avaliar se os fatores sociodemográficos e centrados no paciente influenciam na não adaptação de próteses totais mandibulares em pacientes reabilitados com próteses totais bimaxilares, após 3 e 6 meses da instalação. 26 4 METODOLOGIA 4.1 Desenho do estudo Trata-se de um ensaio clínico não randomizado, por meio do qual foi realizada a reabilitação dos pacientes com próteses totais convencionais bimaxilares. Esse estudo foi realizado seguindo as recomendações do Guidelines for Reporting Non-Randomised Studies (REEVES; GAUS, 2004). 4.2 Implicações éticas A presente pesquisa foi submetida à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) equivalente à 29251819.0.0000.5537, aprovada com parecer protocolado com número 3.949.924 (ANEXO A) e registrada no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC) (ANEXO B), com parecer RBR- 22rb9m. Os pacientes foram esclarecidos e receberam instruções a respeito da pesquisa e, aqueles que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A), de acordocom a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. 4.3 Local e população estudada Todas as etapas da pesquisa foram desenvolvidas e conduzidas no Departamento de Odontologia (DOD) da UFRN, no município de Natal/RN. Foram selecionados pacientes edêntulos totais bimaxilares que fizessem ou não uso de próteses totais superiores e inferiores, que necessitassem da troca das próteses totais e que tivessem interesse em participar da pesquisa para a instalação de novas próteses totais. Além disso, não deveriam apresentar quaisquer lesões, patologias intraorais ou alterações da musculatura perioral detectadas à palpação. Foram excluídos durante a pesquisa os pacientes que apresentaram saúde debilitada que impedisse o comparecimento a Faculdade de Odontologia para o tratamento reabilitador e com capacidade cognitiva e/ou sistêmica comprometida que pudesse limitar as análises propostas no estudo. 27 4.4 Caracterização da amostra A amostra desse estudo foi verificada por meio do OpenEpi versão 3.01. Foi realizado o cálculo para a frequência da população nos tempos de 3 e 6 meses, com nível de confiança de 95% e, então, o tamanho da amostra correspondeu aos valores obtidos em 3 meses, já que esses revelaram a obtenção do maior número de indivíduos para a realização do estudo. Sendo assim, os cálculos revelaram que para esse intervalo de confiança seriam necessários 84 pacientes. Contudo, considerando-se o potencial de desistentes ou perdas que poderiam acontecer no decorrer do estudo, foi adicionado, portanto, 25% ao total de participantes selecionados, e a amostra final obtida foi de 108 pacientes. Os participantes foram previamente selecionados a partir da análise do cadastro de pacientes do setor de Prótese Dentária do DOD/UFRN e convidados a comparecer à Clínica de Pós-Graduação do Departamento de Odontologia - UFRN, a fim de verificar se estavam enquadrados nos critérios de inclusão pré-determinados. Então, aqueles que aceitaram participar do estudo responderam um questionário sobre aspectos sociodemográficos e fatores centrados no paciente, onde foi registrado se faziam ou não uso da prótese total mandibular (APÊNDICE B) e foram avaliados através de um exame físico e anamnésico. Os indivíduos foram reabilitados com próteses totais convencionais bimaxilares, e aguardaram os tempos de 3 e 6 meses para adaptação com as novas próteses. Após esses períodos, os pacientes retornaram à Faculdade de Odontologia para avaliar a adaptação e uso regular em relação às novas próteses (APÊNDICE B). Dessa forma, após a avaliação dos critérios que determinavam se o indivíduo estava adaptado ou não, foram alocados como adaptados a PTCM (PTA) ou não adaptados a PTCM (PTN) (Figura 1). 28 Figura 1 – Fluxograma do estudo da amostra. Fonte: Elaborado pela autora (2020). 4.5 Delineamento da pesquisa Os pacientes que se enquadraram nos critérios de inclusão e aceitaram participar da pesquisa foram reabilitados com novas próteses totais convencionais superior e inferior no Projeto de Reabilitação Oral Implantossuportada (DOD/UFRN). Inicialmente, cada paciente foi submetido à avaliação anamnésica e radiográfica (radiografia panorâmica). Posteriormente, foram confeccionadas as novas próteses totais bimaxilares, e aguardaram 3 e 6 meses para adaptação. A coleta de dados teve início e foi contada a partir da data da instalação das novas próteses totais. Adaptados a PTCM (PTA) (n=67) Não adaptados a PTCM (PTN) (n=41) Pacientes elegíveis para confecção de novas PTs bimaxilares (n=108) - Variáveis sociodemográficas - Variáveis centradas no paciente - Incidência da não adaptação à PTCM 3 meses Análise dos desfechos Instalação das PTs 6 meses Adaptados a PTCM (PTA) (n=85) Não adaptados a PTCM (PTN) (n=14) 09 pacientes excluídos por recusa a retornar para avaliação - 05 do grupo PTN - Incidência da não adaptação à PTCM - Análise de sobrevida Dia 1 do estudo 29 Após esses intervalos foi aplicado um questionário para avaliar o uso regular e adaptação à nova prótese mandibular (APÊNDICE B). Os critérios para avaliação da adaptação foram baseados no estudo adaptado de Müller; Hasse-Sander; Hupfauf (1995). Logo, foi considerado adaptado à PTCM aquele paciente que conseguiu mastigar, falar e deglutir confortavelmente com as novas próteses. Sendo assim, os pacientes foram designados como adaptados a PTCM (PTA) ou não adaptados a PTCM (PTN). Os dados sociodemográficos, condições de saúde e fatores centrados no paciente foram coletados no momento da instalação das novas PTs. A incidência da não adaptação dos pacientes à PTCM foi coletada após 3 e 6 meses da reabilitação com as novas PTs. A estimativa de tempo para adaptação às novas próteses foi coletada ao final dos 6 meses de acompanhamento dos pacientes a partir da análise de sobrevida. 4.5.1 Procedimento clínico para confecção das próteses convencionais Para a confecção das próteses totais bimaxilares, os procedimentos clínicos realizados foram os mesmos preconizados pela Disciplina de Prótese Removível do DOD, pertencente à Faculdade de Odontologia da UFRN (CARREIRO et al., 2016). As próteses foram confeccionadas por três profissionais calibrados que seguiram o protocolo descrito no Quadro 1. Em se tratando das características oclusais, as próteses foram confeccionadas em oclusão balanceada bilateral, com curva de compensação não-individualizada e trespasse vertical e horizontal de aproximadamente 1 mm entre os dentes anteriores (CARREIRO et al., 2016). Antes da instalação das próteses, foram verificadas a lisura e presença de possíveis irregularidades na superfície e base das novas próteses, como arestas cortantes ou resíduos oriundos do processo de prensagem da prótese. Diante da confirmação, foram removidos e realizados acabamento e polimento na região correspondente. Durante a instalação, foram realizados ajustes oclusais com papel carbono fino Accu Film ® (Parkell Inc., Edgwood, Nova Iorque, EUA) entre as superfícies oclusais dos dentes. Os dentes posteriores superiores e inferiores foram ajustados de forma a eliminar contatos prematuros e obter distribuição equilibrada dos contatos oclusais em oclusão cêntrica e balanceada bilateralmente por meio da utilização de brocas 30 multilaminadas esféricas n.6 (Angelus, Londrina, PR, Brasil) e peça de mão de baixa rotação (Kavo 500, Joinville, SC, Brasil). Por fim, foram repassadas informações sobre uso e higienização das próteses e agendadas consultas de controle para possíveis ajustes com 24h, 7, 15 e 30 dias. Nesse momento da instalação não foram feitos quaisquer ajustes de base, sendo aguardado o período de 24h de uso das PTs pelo paciente. Os ajustes foram realizados apenas nas consultas de retorno, diante da presença de áreas de fibromucosa ulceradas e/ou eritema. Nesses casos, as regiões foram demarcadas com lápis cópia (Azul 1800, Faber-Castell, Brasil) e, então, a prótese foi cuidadosamente inserida em boca, sendo solicitado ao paciente que ocluisse com as próteses. Posteriormente, foi observada a marcação produzida na base interna da prótese referente à área causadora da ulceração/eritema. Então, com o auxílio da peça reta (Kavo 500, Joinville, SC, Brasil) e broca tronco-cônica de corte fino n.1520 (American Burns, Palhoça, SC, Brasil), leves desgastes foram realizados nas regiões correspondentes à ulceração e/ou eritema. Quando se evidenciou ulceração/eritema em região correspondente a borda da prótese, além do desgaste, procedeu-se a polimento da borda com pontas de polimento para resina acrílica (Dhpro, Paraná, Brasil). Quadro 1 - Etapas clínicas e laboratoriais para tratamento de reabilitação prótetica nos pacientes. Natal/RN, 2020.Sessão Etapa Clínica Etapa Laboratorial 1ª Sessão Exame clínico e radiográfico 2ª Sessão Moldagem anatômica: Rebordo superior com alginato (Jeltrate, Dentsply, Pensilvânia, EUA); Rebordo inferior com silicone de condensação densa (Perfil, Coltene © , Rio De Janeiro, Brasil). Confecção dos modelos anatômicos em gesso pedra e moldeiras individuais em resina acrílica autopolimerizável incolor (JET, Clássico, São Paulo, Brasil). 3ª Sessão Moldagem periférica com godiva em bastão e moldagem de corpo com pasta zincoenólica (Lysanda ® , São Paulo, Brasil) ou poliéter (Impregum, 3M © ESPE, Minnesota, EUA). Confecção dos modelos funcionais em gesso pedra e planos de orientação. 4ª Sessão Ajuste dos planos de orientação e registro das relações maxilomandibulares. Seleção dos dentes artificiais. O plano de orientação superior foi montado com auxílio de mesa de Câmper em articulador semiajustável (ASA) (Bio-Art, São Carlos, SP, Brasil). Montagem dos dentes artificiais em cera. 5ª sessão Prova clínica da prótese. Seleção da cor da gengiva (STG*, VIPI, Pirassununga, São Paulo, Brasil). Processamento laboratorial para acrilização das próteses. Remontagem dos modelos (ASA) para ajuste oclusal. 6ª Sessão Instalação das próteses Fonte: A autora (2020). *STG – Sistema Tomaz Gomes. Adaptado de Carreiro et al., 2016. 31 4.6 Variáveis do estudo A variável dependente de interesse do estudo foi a não adaptação a PTCM e o tempo médio de adaptação da maioria dos pacientes à PTCM. Contudo, também foram coletadas variáveis como possíveis fatores de risco: aspectos sociodemográficos (sexo, idade, nível de escolaridade, estado civil, raça), aspecto relacionado à condição de saúde (multimorbidade) e dados referentes aos fatores individuais (experiência prévia com PT inferior, número de PTs usadas previamente ao tratamento, tempo de edentulismo, tempo de uso da PTCM antiga, profissional que confeccionou a prótese anterior em uso, registro de lesões em tecidos moles após a reabilitação protética, altura e tipo de rebordo mandibular e uso regular da nova PTCM). A altura do rebordo mandibular foi mensurada e em seguida classificada de acordo com a Academia Americana de Prótese (MCGARRY et al., 1999). Os tipos e formas de avaliação dessas variáveis estão descritos no Quadro 2. 32 Quadro 2 – Descrição das variáveis dependentes e independentes analisadas no estudo. Natal/RN, 2020. VARIÁVEIS DEPENDENTES Variável Descrição Tipo Forma de avaliação Não Adaptação a PTCM Capacidade de não adaptação à PT inferior quanto à mastigação, fala e deglutição confortavelmente decorrido um tempo da instalação das PTs. Categórica nominal 1 – Não 2 – Sim Tempo médio de adaptação à PTCM Média de tempo necessário para que o paciente fosse considerado como adaptado à PTCM. Quantitativa contínua - VARIÁVEIS INDEPENDENTES Variável Descrição Tipo Categoria/escala de medida Sexo Categoria fundamentada na distinção natural do sexo. Categórica nominal 1 – Masculino 2 – Feminino Idade Tempo de vida no momento do estudo. Quantitativa discreta Número de anos completos Nível de escolaridade Nível de realização dos estudos. Categórica ordinal 1 – Analfabeto 2 – Ensino Fundamental 3 – Ensino Médio 4 – Ensino Superior Estado civil Situação da pessoa em relação ao matrimônio ou condição conjugal. Categórica ordinal 1 – Solteiro (a) 2 – Casado (a) 3 – Divorciado (a) 4 – Viúvo (a) Raça Autodeclaração da cor. Categórica ordinal 1 – Branco (a) 2 – Pardo (a) 3 – Negro (a) 4 - Outro Multimorbidades Presença de duas ou mais doenças relacionadas. Categórica nominal 1 – Presença 2 - Ausência Experiência prévia com PT inferior Situação de vivência (de uso) com dentadura mandibular desde a perda total dentária. Categórica nominal 1 – Não usava PTCM 2 – Usava PTCM Quantidade de próteses usadas Número de próteses totais que já utilizou desde a perda dentária total. Quantitativa discreta - Tempo de edentulismo Tempo relacionado à perda dentária total. Quantitativa discreta Número de anos Tempo de uso da PTCM Tempo relacionado ao uso da prótese mandibular antiga. Quantitativa discreta Número de anos Profissional que confeccionou a PT Profissional que realizou a fabricação da prótese total antiga. Categórica nominal 1 – Cirurgião-Dentista 2 – Técnico em Prótese Dentária Lesões ulcerativas Registro de lesões traumáticas após a reabilitação com as novas próteses. Categórica nominal 1 – Presença 2 - Ausência Altura do rebordo mandibular Medida referente à altura óssea mandibular anterior e posterior. Quantitativa contínua Em mm Tipo de rebordo mandibular Classificação do rebordo residual de acordo com a Academia Americana de Prótese. Categórica ordinal 1 – Tipo I 2 – Tipo II 3 – Tipo III 4 – Tipo IV Uso da nova PT mandibular Situação de uso frequente da dentadura mandibular desde a reabilitação com as novas próteses para as atividades diárias, como fonética e mastigação (só remove para dormir). Categórica nominal 1 – Uso regular 2 – Uso não regular Fonte: Elaborado pela autora (2020). 33 4.6.1 Aspectos sociodemográficos, condições de saúde e fatores centrados no paciente A coleta dessas variáveis foi realizada a partir do preenchimento de dados contidos em uma ficha clínica (APÊNDICE B). Essa ficha estava estruturada em 5 subtópicos: Identificação, fatores sociodemográficos, condições de saúde e fatores individuais antes da reabilitação e após a reabilitação. Na identificação foram inseridos os dados pessoais, como nome completo, endereço e contato telefônico. Em se tratando de fatores sociodemográficos, foram coletados sexo, idade, nível de escolaridade, estado civil e raça (etnia). No tópico condições de saúde, o paciente foi questionado se estava sob tratamento médico e, em caso afirmativo, solicitado que informasse quais os problemas de saúde que apresentava, a fim de identificar a presença/ausência de multimorbidades. Esses dados foram coletados no momento da instalação das novas PTs. Em relação aos fatores individuais prévios ao tratamento reabilitador, foi verificado se o paciente estava usando prótese total superior e/ou inferior antes da instalação das novas próteses, o número de próteses totais superior e inferior utilizadas até o momento prévio a instalação das novas PTS, o tempo de edentulismo em maxila e mandíbula (tempo referente à perda dentária total), há quanto tempo estava usando as próteses antigas e o profissional que confeccionou a prótese total antiga em uso. Esses dados foram coletados no momento da instalação das novas PTs. No que se refere aos fatores individuais após a reabilitação com as novas próteses, os pacientes foram acompanhados durante as consultas de retorno e foi registrada a ocorrência de lesões em tecidos moles diante do uso das novas próteses maxilar e mandibular. Esses dados foram coletados no momento da instalação das novas PTs e registrados após 24h, 7, 15 e 30 dias, quando presentes. A depender das queixas dos pacientes, novas consultas de retorno foram marcadas após os 30 dias da instalação. Além disso, foi verificado o uso regular das novas próteses mandibulares após o tratamento reabilitador, nos tempos de 3 e 6 meses após a instalação. 4.6.2 Adaptação à prótese Essa variável foi coletada a partir de um estudo realizado por Müller; Hasse- Sander; Hupfauf (1995). O paciente foi questionado sobre sua capacidade adaptativa às 34 novas próteses totais quanto à mastigação, fonética, deglutição de alimentos e água e uso confortável das novas próteses (APÊNDICE B). Àqueles cujas respostas foram negativas a pelo menos um desses quesitos foi considerado não adaptado à prótese. Esses dados foram coletados após 3 e 6 meses da instalação das novas PTs. Alémdisso, foi registrado o tempo de adaptação dos pacientes à nova prótese mandibular ao longo desse período de acompanhamento. 4.6.3 Altura do rebordo ósseo mandibular A altura óssea mandibular foi mensurada em radiografias panorâmicas digitalizadas e padronizadas obtidas usando aparelho de raios-X CS 8000C (Carestream Health Inc France), realizadas no Setor de Radiologia do Departamento de Odontologia da UFRN. Esse exame de imagem foi obtido com o propósito de determinar a altura do rebordo residual mandibular, realizado por um examinador calibrado, a partir da metodologia adaptada de Xie; Wolf; Ainamo (1997) e atualizada por Marcello-Machado et al. (2017b), cujas medidas foram traçadas e obtidas no software Radiocef Studio 3 (Radiomemory LTDA, São Paulo, Brasil). Nesse software, foram obtidos o comprimento do corpo mandibular, altura anterior (região de sínfise) e alturas posteriores (região de molar). Inicialmente, para obter a altura anterior (La) foi traçada uma linha vertical de referência (LRa), percorrendo desde o septo nasal até o forame lingual. Essa altura anterior (La) corresponde à medida entre rebordo alveolar e base da mandíbula. Posteriormente, foi traçada uma linha referência (LRc) tangenciando o limite mais inferior da base da mandíbula, que serviu para obter a medida do comprimento do corpo mandibular (Lc), traçada desde o ponto mais inferior de La em direção ao ângulo da mandíbula. Essa LRc serviu como referência também para obter Lm (linha molar) traçada a uma distância correspondente a 53% da medida do comprimento do corpo mandibular, sendo o ponto de partida a linha média. Todas as medidas foram realizadas em ambos os lados da arcada (direito e esquerdo) (Figura 2). Em seguida, as medidas obtidas foram reduzidas em 13% (redução de magnificação do software). Então, a partir disso, os rebordos foram classificados de acordo com o Índice de Diagnóstico Prostodôntico (IDP), desenvolvido pela Academia Americana de Prótese (MCGARRY et al., 1999). Os rebordos foram classificados em 35 tipos de acordo com a obtenção da menor altura vertical da mandíbula, descrito conforme o Quadro 3, a seguir. Figura 2 – Alturas anterior e posterior obtidas na radiografia panorâmica. LRa: Linha de referência para linha média (La); La: Altura da linha média; LRc: Linha de referência para comprimento da base mandibular; Lc: Comprimento do corpo mandibular; Lm: Altura na região de molar. Fonte: Elaborado pela autora (2020). Adaptado de Xie; Wolf; Ainamo (1997). Quadro 3 – Classificação da altura do rebordo mandibular. Fonte: Adaptado de McGarry et al. (1999). 4.7 Calibração dos examinadores A coleta dos dados referente à mensuração da altura do rebordo mandibular foi realizada por um examinador previamente calibrado em relação à execução das medidas a serem obtidas. A determinação da altura do rebordo foi realizada em 5 pacientes em um intervalo de 5 dias e, posteriormente, verificados os testes de concordância, obtendo-se Índice Kappa > 0,8, o que indica perfeita concordância (LANDIS; KOCH, 1977). Para as demais variáveis, não foi realizada calibração, uma vez que as avaliações foram subjetivas. Contudo, todos os procedimentos foram padronizados, inclusive a realização dos questionamentos para preenchimento da ficha clínica. Classificação da altura do rebordo mandibular Descrição Tipo I Altura do rebordo residual ≥ 21mm Tipo II Altura do rebordo residual ≥ 16 mm e ≤ 20 mm Tipo III Altura do rebordo residual ≥ 11 mm e ≤ 15 mm Tipo IV Altura do rebordo residual ≤ 10 mm 36 4.8 Análise dos dados Os dados obtidos foram tabulados em uma planilha construída no Microsoft Excel 2016, em seguida, inseridos e analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Science 20.0 para Windows (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). Inicialmente, de forma a caracterizar a população estudada, foi realizada uma análise descritiva para as variáveis do estudo. Foi realizada uma análise para verificar se a redução da incidência de não adaptação entre os tempos de acompanhamento foi significativa por meio do Teste Exato de Fisher. A estimativa do tempo médio necessário para a adaptação às novas próteses totais mandibulares foi obtida a partir da análise de sobrevida (curva de Kaplan-Meier). A associação dos fatores com o tempo de adaptação foi avaliado por meio da aplicação do teste de Log Rank. Inicialmente, de modo a verificar os fatores de risco para a não adaptação a prótese total convencional mandibular, o Teste Qui-Quadrado ou Exato de Fisher foi aplicado com intervalo de confiança de 95%. Para a realização da análise multivariada, as variáveis independentes com p<0,200 nesse primeiro teste, tiveram a multicolinearidade avaliada através da realização de testes Qui-quadrado entre cada uma delas. As variáveis foram consideradas multicolineares quando um valor de p≤0,05 foi obtido. Após a exclusão das variáveis fortemente associadas umas as outras, o risco relativo ajustado foi estimado por meio de análise múltipla de Poisson. Os testes estatísticos foram realizados utilizando-se nível de significância de 5% e poder do teste de 80%. 37 5 RESULTADOS 5.1 Caracterização da amostra A amostra foi constituída por 108 edêntulos bimaxilares com idade média de 68,33 anos (± 8,47), predominantemente do sexo feminino (n=98; 90,7%), baixo nível de escolaridade (n=61; 56,5% com escolaridade inferior a 8 anos de estudo), casados (n=60; 55,6%) e com a maioria se autodeclarando de raça branca (n=73; 67,6%). A maioria da população desse estudo apresentava multimorbidades (n=63; 58,3%). No que concerne às próteses utilizadas, um grande percentual fazia uso de próteses totais bimaxilares no início do tratamento, com experiência prévia quanto ao uso da PTC mandibular (n=91; 84,3%). Dos 108 analisados, apenas 17 (15,7%) não usavam PT inferior; desses, 1 paciente relatou nunca ter usado prótese superior nem inferior. A média de próteses inferiores usadas foi 4,23 (± 3,09), o tempo médio de edentulismo superior e inferior foi de 35,04 anos (± 13,87) e 33,21 anos (± 15,10), respectivamente, enquanto o tempo médio de uso da PT mandibular foi 7,80 anos (± 6,77). Em se tratando do profissional que fez as próteses antigas, 52,8% (n=57) afirmaram que as PTs foram feitas por cirurgião-dentista, enquanto 46,3% (n=50) relataram que elas foram confeccionadas por Técnicos em Prótese Dentária (TPD). As consultas de retorno realizadas após a instalação das novas próteses demonstraram redução da ocorrência de úlceras traumáticas, sendo de 50,9% (n=55) após 15 dias e 20,4% (n=22) após 30 dias. A maioria dos pacientes apresentava rebordo anterior e posterior reabsorvidos, sendo 55,6% (n=60) e 54,6% (n=59), respectivamente, além de altura do rebordo mandibular classificada como tipo III (n=58; 53,7%). No que diz respeito ao uso das novas próteses mandibulares, a maioria estava usando-as regularmente (n=93; 86,1%). 5.2 Incidência da não adaptação à PTCM No presente estudo, a incidência de indivíduos não adaptados à prótese total mandibular após 3 meses de acompanhamento foi 38% (n=41). Para a avaliação da adaptação à PTCM, após 6 meses da reabilitação com as novas PTs, 91,7% (n=99) dos pacientes compareceram à consulta de retorno. A partir do Teste Exato de Fisher foi 38 realizada a comparação dos índices de adaptação entre 3 e 6 meses e verificou-se que 36,4% (n=36) desse total não estavam adaptados à PTCM após 3 meses de uso, enquanto 14,1% (n=14) não estavam adaptados no tempo de 6 meses. Essa redução ao longo do tempo mostrou-se significativa (p<0,001). 5.3 Análise de sobrevida A estimativa de tempo médio para adaptação às próteses totais foi obtida a partir da curva de Kaplan-Meier.Para isso, a análise foi realizada para um total de 89 pacientes, correspondentes ao número de indivíduos que se adaptaram à PT mandibular ao longo do tempo de acompanhamento de 6 meses. Da amostra total desse estudo (n=108), 17,6% (n=19) não foram inseridos na análise porque não conseguiram se adaptar nesse tempo de acompanhamento (n = 14; 13,0%) ou não retornaram para avaliação no tempo de 6 meses (n = 5; 4,6%). Nesse caso, no tempo inicial de avaliação (t = 0 dia - instalação das PTs), os pacientes se encontravam não adaptados à PTCM (sobrevida de adaptação = 1,0), e a curva a seguir demonstra a sobrevida de adaptação à PTCM ao longo do tempo e o número de pacientes que ainda permanecia não adaptado à prótese mandibular nos intervalos de tempo correspondentes, demonstrando que ao final de 6 meses esses pacientes se adaptaram à PTCM (n=89). A análise evidenciou que a estimativa média para a adaptação foi de 78,53 dias (IC 95% de 71,04 -86,04), com valores mínimo e máximo de 15,00 e 180,00 dias, respectivamente. A mediana observada foi de 75,00 dias (IC 95% de 59,67-90,33) (Figura 3). Na comparação entre as curvas de sobrevivência foi utilizado o teste não paramétrico Log Rank. Para os fatores avaliados nesse estudo, a experiência prévia com prótese mandibular (p=0,032), profissional que confeccionou a prótese antiga em uso (p=0,034), a ocorrência de lesões de úlceras traumáticas após 15 dias do tratamento reabilitador (p=0,023), a altura posterior do rebordo mandibular (p=0,005) e uso regular das novas PTs (p=0,002) revelaram associação significativa com o tempo de adaptação. Os achados mostraram que indivíduos sem experiência com prótese inferior no passado, que usavam próteses antigas confeccionadas por técnicos, com relatos de ocorrência de úlceras nos primeiros dias após a reabilitação com as novas próteses, indivíduos com rebordo mandibular posterior reabsorvido e que não estavam usando regularmente as novas próteses mandibulares demoraram mais tempo para se adaptar às novas próteses (Tabela 1) (Figuras 4A-E). 39 Figura 3 – Estimativa de tempo médio para adaptação à PTCM nos 6 meses de acompanhamento. Natal/RN, 2020. Fonte: Elaborado pela autora (2020). Tabela 1 – Estimativa de tempo médio de adaptação em comparação com os fatores avaliados no estudo. Natal/RN, 2020. ANÁLISE DE SOBREVIDA n Tempo médio (dias) IC 95% p* Experiência prévia com PT inferior Não usava PT inferior 11 99,54 73,77 – 125,32 0,032 Usava PT inferior 78 75,57 67,98 – 83,17 Profissional Cirurgião-dentista 48 71,25 62,00 – 80,49 0,034 Técnico em Prótese Dentária 41 87,07 75,31 – 98,83 Lesões após 15 dias Presença 51 87,23 73,80 – 100,67 0,023 Ausência 38 72,05 63,94 – 80,17 Altura posterior mandibular Até 10mm 44 89,31 78,46 – 100,17 0,005 Acima de 10 mm 45 68,00 58,49 – 77,51 Uso da nova PT mandibular Uso regular 83 74,82 67,44 – 82,20 0,002 Uso não regular 6 130,00 117,60 – 142,40 Fonte: Elaborado pela autora (2020). *Teste Log Rank (p<0,05). 40 Figura 4 – Curva de sobrevida de Kaplan-Meier. Curva de sobrevida da adaptação à PTCM ao longo do tempo de acompanhamento quanto à experiência prévia com PT inferior (A), profissional que confeccionou a PT antiga (B), ocorrência de lesões após 15 dias da reabilitação com as novas PTs (C), altura do rebordo mandibular posterior (D) e uso regular da PT inferior após a reabilitação (E). Natal/RN, 2020. Fonte: Elaborado pela autora (2020). 41 5.4 Fatores de risco a não adaptação à PTCM 5.4.1 Aspectos sociodemográficos e de condições de saúde A associação entre a não adaptação a novas próteses totais mandibulares e as variáveis sociodemográficas (sexo, idade, nível de escolaridade, estado civil e raça), além das condições de saúde (multimorbidade) encontram-se descritas na Tabela 2. O teste Qui-quadrado ou Exato de Fisher revelou que esses fatores não exerceram influência na não adaptação à PTCM nos tempos de 3 e 6 meses (Tabela 2). 5.4.2 Fatores centrados no paciente Na análise univariada, verificou-se que os fatores de risco que influenciaram negativamente a adaptação da PTCM em um período de 3 meses foram a ausência de experiência prévia com PT inferior (p=0,001), uso de próteses antigas confeccionadas por técnicos (p=0,034), presença de úlceras traumáticas após 15 dias (p<0,001) e 30 dias (p<0,001) da instalação das novas PTCM, altura mandibular posterior reduzida (p=0,002), rebordo mandibular reabsorvido (p=0,025) e não uso regular das novas próteses inferiores (p<0,001). E para o período de 6 meses, apenas o registro de ocorrência de lesões ulcerativas após 15 dias (p<0,001) e 30 dias (p<0,001) do tratamento reabilitador e o uso não regular da PTCM (p<0,001) foram maiores fatores de risco à não adaptação a prótese inferior (Tabela 3). Na análise multivariada, após o ajuste no modelo, os fatores de risco a não adaptação da PTCM em um período de 3 meses foram a ausência de experiência prévia com prótese total inferior (p=0,042), o registro de lesão em arco inferior com 15 dias após a instalação da PT mandibular nova (p<0,001) e altura mandibular posterior reduzida (0,035) foram maiores fatores de riscos a não adaptação de uma prótese total inferior nova. Não foi possível a realização de uma análise multivariada para o tempo de 6 meses em virtude da existência de multicolinearidade entre as variáveis com associação significativa (Tabela 4). 42 Tabela 2 – Associação entre as variáveis sociodemográficas, condição de saúde e adaptação/não adaptação à prótese total mandibular com suas medidas de risco relativo bruto (RR), n (%), IC (intervalo de confiança com 95%) e valor de p. Natal/RN, 2020. 3 MESES 6 MESES PTN PTA PTN PTA n n (%) n (%) RR IC (95%) p n n (%) n (%) RR IC (95%) p Sexo Feminino 108 39 (39,8) 59 (60,2) 1,08 0,96-1,21 0,3131 99 13 (14,6) 76 (85,4) 1,04 0,88-1,22 1,0001 Masculino 2 (20,0) 8 (80,0) 1 (10,0) 9 (90,0) Idade 60 anos ou mais 108 36 (38,3) 58 (61,7) 1,01 0,87-1,18 1,0001 99 12 (14,1) 73 (85,9) 0,99 0,79-1,25 1,0001 Até 59 anos 5 (35,7) 9 (64,3) 2 (14,3) 12 (85,7) Nível de escolaridade Até 8 anos de estudo 108 26 (42,6) 35 (57,4) 1,21 0,88-1,68 0,2562 99 7 (12,5) 49 (87,5) 0,87 0,50-1,51 0,5932 Mais de 8 anos de estudo 15 (31,9) 32 (68,1) 7 (16,3) 36 (83,7) Estado civil Sem companheiro (a) 108 23 (47,9) 25 (52,1) 1,50 0,99-2,27 0,0572 99 6 (14,6) 35 (85,4) 1,04 0,54-2,00 0,9062 Com companheiro (a) 18 (30,0) 42 (70,0) 8 (13,8) 50 (86,2) Raça Branca 108 28 (38,4) 45 (61,6) 1,02 0,78-1,33 0,9032 99 9 (13,2) 59 (86,8) 0,92 0,61-1,40 0,7591 Parda/Negra 13 (37,1) 22 (62,9) 5 (16,1) 26 (83,9) Multimorbidade Presença 108 25 (39,7) 38 (60,3) 1,08 0,78-1,48 0,6632 99 10 (18,2) 45 (81,8) 1,34 0,91-1,98 0,2521 Ausência 16 (35,6) 29 (64,4) 4 (9,1) 40 (90,9) Fonte: Autora (2020). Nota: 1 Teste Exato de Fisher; 2 Teste Qui-quadrado; PTN: não adaptados a PT mandibular; PTA: adaptados a PT mandibular. 43 Tabela 3 – Associação entre os fatores centrados no paciente e adaptação/não adaptação à prótese total mandibular com suas medidas de risco relativo bruto (RR), n (%), IC (intervalo de confiança com 95%) e valor de p. Natal/RN, 2020. 3 MESES 6 MESES PTN PTA PTN PTA n n (%) n (%) RR IC (95%) p n n (%) n (%) RR IC (95%) p Experiência prévia com PT inferior Não usava PT inferior 108 13 (76,5) 4 (23,5) 5,31 1,86-15,19 0,0011 99 2 (15,4) 11 (84,6) 1,10 0,27-4,46 1,0001 Usava PT inferior 28 (30,8) 63 (69,2) 12 (14,0) 74 (86,0) Quantidade de próteses usadas
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