Buscar

OUsoDoContainer-Paiva-2022

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 65 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EMILLA AÇUCENA PAIVA 
 
 
 
 
 
 
O USO DO CONTAINER NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL-RN 
2022 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL 
 
Emilla Açucena Paiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Uso do Container na Construção Civil 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade 
Monografia, submetido ao Departamento de 
Engenharia Civil e Ambiental da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como parte dos 
requisitos necessários para obtenção do Título de 
Bacharel em Engenharia Civil. 
 
Orientador: Prof. Dr. Fred Guedes Cunha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal-RN 
2022
Paiva, Emilla Açucena.
 O uso do container na construção civil / Emilla Acucena
Paiva. - 2022.
 65 f.: il.
 Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil e
Ambiental, Natal, RN, 2022.
 Orientador: Fred Guedes Cunha.
 1. Construção civil - Monografia. 2. Container - Monografia.
3. Método construtivo - Monografia. 4. Sustentabilidade -
Monografia. I. Cunha, Fred Guedes. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 69
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Elaborado por Fernanda de Medeiros Ferreira Aquino - CRB-15/301
Emilla Açucena Paiva 
 
O Uso do Container na Construção Civil 
 
Trabalho de conclusão de curso na modalidade 
Monografia, submetido ao Departamento de 
Engenharia Civil e Ambiental da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como parte dos 
requisitos necessários para obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
 
 
 
Aprovado em 14 de Julho de 2022 
 
 
 
 
___________________________________________________ 
Prof. Dr. Fred Guedes Cunha – Orientador 
 
 
___________________________________________________ 
Prof. Dr. Isaias da Silva Ribeiro – Examinador interno 
 
 
___________________________________________________ 
Eng. Igor Fernandes N. L. de Azevedo – Examinador externo 
 
 
 
 
Natal-RN 
 2022 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A minha família por sempre estar 
presente e me ajudar em todos os 
momentos, principalmente nos mais 
difíceis, e por, desde cedo, falar sobre 
a importância da educação na vida 
das pessoas
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus, por ter me concedido força e saúde para superar todas as dificuldades 
enfrentadas durante minha vida. 
Aos meus pais, Amanda e Ermiro, meus irmãos, Emillane e Júnior e meus avós, Antônia 
e Luíz, pelo constante apoio durante a minha jornada como estudante e pessoa, sempre 
oferecendo suporte com os obstáculos vividos. 
A minha amiga Vanessa que, mesmo distante em alguns momentos, esteve presente ao 
longo desses anos. 
Ao meu orientador Prof. Dr. Fred Guedes, que teve papel fundamental durante a 
elaboração deste trabalho. 
A todos os demais professores que fizeram parte de toda a minha vida acadêmica, que 
contribuíram com seus ensinamentos, me ajudando a concluir esta etapa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Eu quero da vida o que ela tem de cru e 
de belo. Não estou aqui pra que gostem de 
mim. Estou aqui pra aprender a gostar de 
cada detalhe que tenho. “ 
 
Rachel de Queiroz 
RESUMO 
 
O Uso do Container na Construção Civil 
 
O objetivo deste trabalho é apresentar a viabilidade da utilização de containers na 
construção civil e mostrar a eficácia desse método inovador, destacando suas principais 
características e quais são suas vantagens e desvantagens em comparação com os métodos 
tradicionais utilizados na construção civil. A atual preocupação com a sustentabilidade, fez com 
que arquitetos e demais projetistas buscassem novas maneiras de construir, que permitissem 
um consumo menor de materiais prejudiciais ao meio ambiente, como cimento e areia. Sendo 
assim, o container surgiu como método construtivo, pois, além de utilizar minimamente esses 
materiais poluentes, permite um consumo menor de água e possui estrutura com alta 
durabilidade e mobilidade. A fim de buscar fundamentos relacionados à execução de uma obra 
que utiliza containers, foram realizadas pesquisas bibliográficas e análises de obras, tanto 
nacionais quanto internacionais, que utilizam a mesma técnica, além de comparações entre o 
método tradicional e o método utilizando contêineres. Portanto, a construção com containers, 
que está em ascensão no Brasil, apresenta-se como uma solução sustentável, rápida e eficaz, 
podendo se adaptar a diferentes situações de relevo. 
 
Palavras-chave: Container. Construção civil. Método construtivo. Sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The Use of Container in Civil Construction 
 
The objective of this work is to present the feasibility of using containers in civil 
construction and to show the effectiveness of this innovative method, highlighting its main 
characteristics and what are its advantages and disadvantages compared to the traditional 
methods used in civil construction. The current concern with sustainability has made architects 
and designers look for new ways to build, which allow for a lower consumption of materials 
harmful to the environment, such as cement and sand. Thus, the container emerged as a 
constructive method, because, in addition to minimally using these polluting materials, it allows 
for less water consumption and has a structure with high durability and mobility. In order to 
seek fundamentals related to the execution of a work that uses containers, bibliographic research 
and analysis of works, both national and international, using the same technique, were carried 
out, in addition to comparisons between the traditional method and the method using containers. 
Therefore, construction with containers, which is on the rise in Brazil, presents itself as a 
sustainable, fast and effective solution, being able to adapt to different relief situations. 
 
Keywords: Container. Civil construction. Container constructive method. Sustainability. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA PÁGINA 
 
Figura 01 - Malcolm McLean ................................................................................................... 23 
Figura 02 - Primeiro Container de 20 pés............................................................................... 244 
Figura 03 - Container .............................................................................................................. 255 
Figura 04 - Estrutura do container .......................................................................................... 266 
Figura 05 - Container Dry Standard 20 pés .............................................................................. 27 
Figura 06 - Container Dry Standard 40 pés .............................................................................. 28 
Figura 07 - Container High Cube 20 pés .................................................................................. 28 
Figura 08 - Container High Cube 40 pés .................................................................................. 29 
Figura 09 - Container Reefer .................................................................................................... 30 
Figura 10 - Container Open Top 20 pés ................................................................................... 30 
Figura 11 - Container Open Top 40 pés ................................................................................... 31 
Figura 12 - Container Tanque ...................................................................................................32 
Figura 13 - Container Flat Rack ............................................................................................... 32 
Figura 14 - Porto de Santos ...................................................................................................... 33 
Figura 15 - Primeira residência de containers do Brasil ........................................................... 34 
Figura 16 - Containers no Canteiro de Obras ........................................................................... 35 
Figura 17 - Exemplo de Fundação ............................................................................................ 38 
Figura 18 - Representação do Isolamento Térmico .................................................................. 39 
Figura 19 - Fechamento Interno em Drywall ........................................................................... 40 
Figura 20 - Piso em Compensado Naval .................................................................................. 41 
Figura 21 - Banheiros em Containers ....................................................................................... 44 
Figura 22 - Condomínio em Piracicaba/SP .............................................................................. 47 
Figura 23 - Projeto Keetwonen ................................................................................................. 47 
Figura 24 - Hostel Container .................................................................................................... 48 
Figura 25 - Tetris Hostel ........................................................................................................... 48 
Figura 26 - Área de lazer .......................................................................................................... 49 
Figura 27 - Nature Pet Village .................................................................................................. 50 
Figura 28 - Detalhes da Fachada .............................................................................................. 50 
Figura 29 - Detalhes da Área Interna........................................................................................ 51 
Figura 30 - Cobertura e Entorno ............................................................................................... 51 
Figura 31 - Made to be Moved ................................................................................................. 52
Figura 32 - Detalhes da Parte Interna ....................................................................................... 53 
Figura 33 - Estádio Ras Abu Aboud ......................................................................................... 54 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA PÁGINA 
 
Tabela 01 - Dimensões do Container Dry Standard 20 pés ...................................................... 27 
Tabela 02 - Dimensões do Container Dry Standard 40 pés ...................................................... 27 
Tabela 03 - Dimensões do Container High Cube 20 pés .......................................................... 28 
Tabela 04 - Dimensões do Container High Cube 40 pés .......................................................... 29 
Tabela 05 - Dimensões do Container Reefer 20 pés ................................................................ 29 
Tabela 06 - Dimensões do Container Open Top 20 pés ........................................................... 30 
Tabela 07 - Dimensões do Container Open Top 40 pés ........................................................... 31 
Tabela 08 - Dimensões do Container Tanque .......................................................................... 31 
Tabela 09 - Dimensões do Container Flat Rack ....................................................................... 32 
Tabela 10 - Comparação de Custos de Construção .................................................................. 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO PÁGINA 
 
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................ 15 
2 - OBJETIVOS ..................................................................................................... 17 
2.1 – OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 17 
2.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 17 
3 - JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 18 
4 - METODOLOGIA ............................................................................................. 19 
5 - SUSTENTABILIDADE ................................................................................... 20 
6 - CONSTRUÇÃO CIVIL E A SUSTENTABILIDADE .................................. 21 
7 - O CONTAINER ................................................................................................ 23 
7.1. Origem ................................................................................................................ 23 
7.2. Definição ............................................................................................................ 24 
7.3. Estrutura.............................................................................................................. 25 
7.4. Tipos ................................................................................................................... 26 
7.4.1. Dry Standard ................................................................................................... 27 
7.4.2. High Cube ....................................................................................................... 28 
7.4.3. Reefer ou Refrigerado ..................................................................................... 29 
7.4.4. Open Top ........................................................................................................ 30 
7.4.5. Tanque............................................................................................................. 31 
7.4.6. Flat Rack ......................................................................................................... 32 
8 - USO DO CONTAINER NO BRASIL ............................................................. 33 
9 - EMPREGO DOS CONTAINERS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................. 35 
10 - PROCESSO CONSTRUTIVO ........................................................................ 37 
10.1. Fundação ............................................................................................................. 37 
10.2. Adaptações do projeto ........................................................................................ 38 
13 
 
10.3. Isolamento térmico ............................................................................................. 39 
10.4. Instalações elétricas e hidrossanitárias ............................................................... 40 
10.5. Fechamento interno ............................................................................................ 40 
10.6. Forro e teto.......................................................................................................... 41 
10.7. Pintura ................................................................................................................. 42 
11 - REUSO DO CONTAINER .............................................................................. 43 
12 - CUSTO .............................................................................................................. 45 
13 - EXEMPLOS DO USO DE CONTAINERS ................................................... 46 
13.1. Condomínio residencial em Piracicaba/SP ..................................................... 46 
13.2. Projeto Keetwonen ..........................................................................................46 
13.3. Hostel Container Cabo Frio ............................................................................ 47 
13.4. Tetris hostel ..................................................................................................... 48 
13.5. Nature Pet........................................................................................................ 49 
13.6. Escritório Made to be Moved ......................................................................... 52 
13.7. Estádio Ras Abu Aboud .................................................................................. 53 
14 - VANTAGENS E DESVANTAGENS.............................................................. 55 
14.1. Vantagens ........................................................................................................ 55 
14.1.1. Flexibilidade do uso do container ............................................................... 55 
14.1.2. Rapidez na execução ................................................................................... 55 
14.1.3. Economia de recursos.................................................................................. 56 
14.1.4. Durabilidade e resistência ........................................................................... 56 
14.2. Desvantagens .................................................................................................. 56 
14.2.1. Falta de mão de obra especializada ............................................................. 56 
14.2.2. Transporte.................................................................................................... 57 
14.2.3. Isolamento térmico e acústico ..................................................................... 57 
14.2.4. Legislação.................................................................................................... 57 
15 - OPINIÕES DOS AUTORES ENCONTRADAS NA LITERATURA ......... 58 
14 
 
16 - DISCUSSÃO ..................................................................................................... 60 
17 - CONCLUSÃO ................................................................................................... 61 
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
A construção civil é considerada como um dos maiores agentes de degradação do meio 
ambiente, já que é responsável por consumir de 14% a 50% dos recursos naturais fornecidos 
pelo planeta, gerando, continuamente, resíduos em larga escala (LOAIZA et al, 2019). Diante 
disso, os impactos ambientais causados pelos materiais empregados no setor são preocupantes, 
visto que existe a necessidade de utilizar técnicas e materiais mais sustentáveis. 
Nesse sentido, com a necessidade de construção de novas habitações, tanto para suprir 
a demanda existente quanto às novas necessidades, é primordial a implantação de novas 
técnicas que permitam a construção de moradias de maneira mais rápida, econômica e 
sustentável. Assim, além de propor novas maneiras de construção, a questão sustentável, 
relacionada ao grande desperdício gerado pelo setor, também poderá ser solucionada, 
juntamente com as questões socioeconômicas. 
Pensando nisso, a arquitetura está se voltando para a forma sustentável de edificar, sendo 
uma das formas a utilização do container. Ele é feito de aço corten, podendo ser empilhado, 
suporta até 25 toneladas de carga (PARRA E RODRIGUES, 2017) e tem medidas ideais para 
aplicação na construção. O container é considerado como uma boa alternativa para construções 
rápidas, seguras e, geralmente, mais baratas que a construção tradicional. 
A ideia do container surgiu através do americano Malcom McLean, que utilizou um 
trailer de tamanho padrão para realizar o primeiro transporte marítimo de cargas em um navio 
petroleiro. A partir disso, ele foi adaptando seus containers de maneira que todo o espaço dos 
navios fosse aproveitado da melhor forma possível. 
Eles foram criados com a intenção de facilitar e evitar perdas no transporte de cargas e 
os primeiros registros de seu uso, além do transporte, foram utilizados como espaço para 
armazenamento em fazendas e fábricas. Com a crescente utilização, os containers que não 
possuíam mais uso, foram abandonados nos portos, gerando uma grande quantidade de entulho. 
Pensando numa solução para evitar esse acúmulo, os containers passaram a ser utilizados como 
abrigos improvisados para populações que sofreram com acidentes, desastres naturais ou 
guerras em seus países (SANTOS, 2017). 
O mercado da construção civil está sempre buscando inovações, e a construção em 
container é uma ideia que já é muito conhecida por suas vantagens e vem crescendo no mercado, 
sempre se modernizando. Assim, essas novas tecnologias visam suprir os problemas atuais da 
16 
 
engenharia, através de reuso, redução dos custos de produção e utilização de materiais que 
geram economias. 
Desse modo, esse trabalho busca apresentar a utilização de containers na construção 
civil, através de uma revisão bibliográfica. Assim, serão apresentadas as vantagens e 
desvantagens desse material e a comparação entre esse sistema e o método construtivo 
tradicional. Ademais, serão apresentadas as diferentes opiniões sobre o uso do container 
encontradas nas bibliografias e os processos e adaptações que são necessários para que esse 
material se transforme em ambiente construído. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
2 - OBJETIVOS 
 
2.1 – OBJETIVO GERAL 
 
O presente trabalho tem como objetivo geral analisar a possibilidade de utilização de 
containers na construção civil, para fins construtivos, econômicos e sustentáveis. Em que, serão 
avaliadas a viabilidade e as características dos containers, comparando com o método 
construtivo tradicional de alvenaria. 
 
2.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
- Analisar as características da construção com containers; 
- Estudar as formas de utilização dos containers na construção civil; 
- Analisar as modificações necessárias para o emprego do container como sistema 
 construtivo; 
- Identificar as vantagens e desvantagens quanto a utilização de containers; 
- Fazer um levantamento de construções com containers. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
3 - JUSTIFICATIVA 
 
A busca por novas formas construtivas cresceu significativamente nos últimos anos, 
principalmente por métodos que proporcionem uma maior produtividade e permitam um menor 
descarte e desperdício de resíduos. As construções estão passando por modificações, agora 
existe um planejamento acerca da sustentabilidade, visando propiciar uma obra mais limpa, 
com menos entulho e com uma menor utilização de materiais como cimento, areia e madeira. 
Dessa maneira, o container surge como uma possível solução para esses problemas, já 
que entre as suas principais vantagens estão a redução dos custos da obra, a economia de 
recursos e a fácil adaptação da estrutura para ocupações em diversos usos, tais como habitações, 
hotéis e lojas. Esse material já é bastante utilizado como solução em vários países, pois além de 
aumentar a eficiência do processo construtivo, ele é flexível e sustentável. 
A importância deste trabalho está, portanto, voltada para a investigação de aspectos 
onde os containers podem ser utilizados para a construção civil, já que no Brasil, ele ainda é 
visto apenas como uma forma de resolver problemas provisórios, potencialmente concorrendo 
com os sistemas construtivos tradicionais e, assim, tornando-se uma alternativa tecnológica e 
sustentável de construção. 
Procura-se, também, destacar as características do container, sua adaptação e usocomo 
método construtivo, considerando suas vantagens e desvantagens, velocidade de execução, 
flexibilidade e inovação, suprindo a necessidade de encontrar novos materiais e sistemas 
construtivos sustentáveis. 
Além disso, essas novas tecnologias que estão sendo implantadas na construção civil 
poderão, futuramente, permitir uma melhoria no déficit habitacional que o Brasil enfrenta há 
vários anos. O estudo de novos métodos surge como novas alternativas, o container poderia 
facilmente ser adaptado para a construção de moradias populares, suprindo uma grande 
necessidade do país. 
 
 
 
 
 
 
19 
 
4 - METODOLOGIA 
 
A metodologia adotada foi a realização de uma pesquisa bibliográfica acerca dos temas 
que serviram como base ao presente trabalho, sendo eles as construções sustentáveis e a 
utilização de containers na construção civil. A partir disso, foi possível identificar a viabilidade 
do uso de containers tanto para a construção de moradias quanto para os diversos tipos de 
ambientes. 
Para a elaboração do trabalho, foi realizada uma extensa revisão, focada em teses, 
dissertações e artigos, com o intuito de buscar o máximo possível de informações que 
apresentem as principais vantagens da utilização dessa nova técnica construtiva. 
Posteriormente, foi realizada uma triagem dos diversos documentos para selecionar aqueles 
mais relevantes e que poderiam nortear o presente trabalho e permitir uma análise criteriosa. 
O passo seguinte foi a identificação e análise das características do container, como 
dimensões, estrutura e resistência, visando sua adequação e viabilidade espacial, incluindo a 
possibilidade de uso de equipamentos e mobiliários encontrados no mercado, sem a necessidade 
de mais adaptações. 
Foram pesquisadas notícias, artigos nacionais e internacionais relacionados a 
construções em container, com a finalidade de sistematizar as etapas construtivas e ressaltar as 
suas principais características, além de avaliar as dificuldades que surgem na implantação de 
um novo método. Sendo apresentadas algumas construções utilizando container ao redor do 
mundo, mostrando que é um tipo de construção flexível e adaptável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
5 - SUSTENTABILIDADE 
 
O aumento da expectativa de vida da população mundial demanda a utilização de mais 
recursos naturais e a geração de resíduos sólidos está diretamente ligada ao consumo e à 
concentração urbana. Em que o consumo cresce devido a melhorias nas condições 
socioeconômicas e a inovação tecnológica. Assim, torna-se necessário entender os conceitos de 
sustentabilidade e responsabilidade social (LOMBARDI, 2015). 
Segundo Pires (2021), a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável consistem no 
desempenho das atividades organizacionais sem causar danos ao meio ambiente. É, portanto, a 
expressão da compatibilidade da atividade econômica e do desenvolvimento socioindustrial 
com a preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações. 
A sustentabilidade é composta por três pilares, o econômico, o social e o ambiental. O 
pilar econômico refere-se à qualidade, tempo, custo e lucro obtido de um investimento 
habitacional. O pilar social seria representado pelos padrões mínimos de qualidade habitacional. 
Já o ambiental, refere-se à quantidade de recursos naturais utilizados, a poluição gerada pelo 
empreendimento e o manejo dos resíduos gerados (OLIVEIRA apud ADAMS, 2018). 
Já a responsabilidade social pode ser vista como a obrigação e compromisso que os 
membros de uma sociedade têm entre si e com o meio onde vivem, demandando as necessidades 
e visando a melhoria da qualidade de vida de todos (LOMBARDI, 2015). 
A escassez dos recursos naturais é consequência direta do desenvolvimento social, no 
qual não existe a preocupação com o ambiente ou com a finitude dos recursos. Diante disso, o 
consumo crescente de energia e recursos naturais precisam evoluir em equilíbrio, juntamente 
com economia e esgotamento de recursos, sendo necessário mudanças na maneira de consumo 
(LEMOS apud PIRES, 2021). 
As propostas em torno do desenvolvimento sustentável apresentam sempre o mesmo 
padrão de comportamento, ou seja, de uso racional dos bens de consumo do modo menos 
ofensivo ao meio ambiente, o que implica em afirmar a responsabilidade das indústrias na 
criação constante de alternativas para produção. (PIRES, 2021) 
 
 
 
21 
 
6 - CONSTRUÇÃO CIVIL E A SUSTENTABILIDADE 
 
Os desafios para o setor da construção são diversos, sendo alguns deles, a redução do 
consumo de materiais, energia e resíduos gerados, a preservação dos recursos naturais e a 
melhoria da qualidade das edificações. Sendo assim, é necessária uma mudança nos conceitos 
da arquitetura convencional, buscando soluções que potencializam o uso racional de energia, 
uma melhor gestão da água, a redução do uso de materiais com alto impacto ambiental 
(BRASIL, 2015). 
A construção civil é responsável por consumir de 14% a 50% dos recursos naturais 
fornecidos pelo planeta, sendo o consumo de agregados o mais significativo, variando de 1 a 8 
toneladas/habitante/ano (BORGES APUD SJÖSTRÖM, 2017). Assim, esse setor ficou 
conhecido por possuir um elevado índice de desperdício, com controle de qualidade 
insatisfatório, baixa produtividade e materiais de construção com altos custos (LOAIZA et al, 
2019). 
Além disso, o ramo da construção civil é considerado como um dos maiores agentes de 
degradação do meio ambiente, já que a geração de resíduos é em larga escala e contínua 
(LOAIZA et al, 2019). Diante disso, os impactos ambientais causados pelos materiais 
empregados no setor são preocupantes. Segundo Goldstein (1995), a população mundial produz 
cerca de 1 tonelada/habitante de concreto anualmente e para a sua produção é necessário utilizar 
cimento, que possui um grande consumo de energia e emite altas quantidades de poeira e gás 
carbônico. 
O Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica - IDHEA (2012) define a 
Construção Sustentável como um método construtivo que provoca alterações conscientes na 
redondeza. Assim, ela propõe soluções aos principais problemas ambientais, minimizando os 
impactos negativos ao meio ambiente e preservando os recursos naturais, sem deixar de lado as 
técnicas construtivas modernas que surgiram ao longo dos anos. 
Ante o exposto, uma das alternativas encontradas para a realização de uma construção 
sustentável foi a compatibilização dos projetos, desde o seu início até o fim, passando por todas 
as etapas de implantação, ajudando a reduzir as perdas e o consumo elevado de materiais. Além 
disso, é importante utilizar sistemas que consomem menos energia, materiais recicláveis, 
aproveitar a iluminação e ventilação naturais e promover o reuso e reciclagem de materiais 
(SANTOS, 2017). 
22 
 
Além das alternativas já mencionadas, Correa (apud PIRES, 2021), apresenta medidas 
mais sustentáveis que podem ser adotadas, de acordo com a Associação Brasileira dos 
Escritórios e Arquitetura – AsBEA, em conjunto com o Conselho Brasileiro de Construção 
Sustentável – CBCS. Uma dessas medidas é integrar a obra ao ambiente natural, sempre 
analisando o entorno e promovendo qualidade ambiental, externa e interna. Ademais, introduzir 
inovações tecnológicas que busquem promover a sustentabilidade e reduzir o consumo de água. 
Ainda segundo Correa (2009), a incidência das práticas de sustentabilidade na 
construção civil apresenta propensão de crescimento constante no cenário atual. Conforme o 
autor, trata-se de atitude que revela um caminho sem volta em razão dos diferentes agentes que 
atuam sobre este setor, pressionando-o a adotar soluções positivas para a questão ambiental 
(PIRES, 2021) 
Milaneze (2012) destaca que a preocupação com a sustentabilidade faz com que as 
empresas sintam a necessidade de adaptar seus processos produtivos e gerenciar as obras para 
se adequarem a essenovo padrão exigido pelo mercado. Para tanto, conforme os autores, é 
preciso atender quatro requisitos: o da aceitação cultural, o da justiça social, o da viabilidade 
econômica e o da adequação ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
7 - O CONTAINER 
 
7.1. Origem 
 
Segundo Levison (2003), o container foi criado por volta de 1937, pelo caminhoneiro 
norte-americano Malcolm McLean (Figura 01). Sua função inicial era melhorar o sistema de 
transporte de fardos de algodão no porto de Nova York, em que, posteriormente, passou a 
atender os setores fluvial e ferroviário. Nessa época, as mercadorias eram transportadas em 
tonéis e caixas de madeira, o que ocasionava constantes roubos ou perdas, já que eram materiais 
extremamente frágeis e de difícil locomoção, dificultando a carga e descarga. 
Figura 01 - Malcolm McLean 
 
Fonte: Wikipédia, 2021 
O plano inicial de McLean era ligar os trailers de seus caminhões e transferir os 
containers diretamente para os navios, agilizando a carga, o transporte e a descarga de 
mercadorias, reduzindo o tempo de transporte e os custos. O primeiro protótipo foi uma caixa 
com 2,4 metros de altura, 2,4 metros de largura e 3,0 metros de comprimento (Figura 02) e 
fabricado em aço ondulado com 2,5 mm de espessura (SAYWERS apud CALORY, 2015). 
 
 
 
 
24 
 
Figura 02 - Primeiro Container de 20 pés 
 
Fonte: Novo Milênio, 2003 
As primeiras normas da International Standards Organization (ISO) para o uso de 
container foram publicadas entre 1968 e 1970 (ISO 6346), permitindo melhorias nos processos 
de carregamento, transporte e descarga. Atualmente, cerca de 90% das mercadorias são 
transportadas nesses recipientes, devido à sua alta resistência e fácil modelação (HEUSCHKEL, 
2018). 
A grande popularização do container foi permitida devido à padronização e modulação 
do sistema, reduzindo custos e tempo do processo. Eles são um método de transporte de 
mercadorias altamente refinado, eficiente e com baixo impacto ambiental, que possibilita a 
movimentação por diversos meios de transporte. Segundo Calory (2015), cerca de 300 milhões 
de containers são transportados pelo mar todos os anos. Coréia do Sul e China são os líderes, e 
o Brasil absorve aproximadamente 5% dessa movimentação. 
Além disso, o uso do container passou por grandes evoluções. Fora sua função inicial 
no transporte, ele passou a ser utilizado para a construção de canteiros de obras, banheiros e 
lojas. Utilizando-se também, para grandes construções como, escolas e edifícios comerciais, 
permitindo ganhos de agilidade e rapidez. 
 
 
7.2. Definição 
 
O Artigo 4° do Decreto n° 80.145 de 15 de agosto de 1977, define o container como, 
“Um recipiente construído de material resistente destinado a propiciar o transporte de 
mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, dotado de dispositivo de segurança 
25 
 
aduaneira e devendo atender às condições técnicas e de segurança previstas pela legislação 
nacional e pelas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil”. 
Os containers (Figura 03) são caixas de metais não biodegradáveis, feitas de aço ou 
alumínio, destinadas à acomodação e transporte de carga em navios e trens, possuindo uma vida 
útil de 10 anos quando utilizados em transportes marítimos (MILANEZE ET AL, 2012). Eles 
podem ser encaixados e empilhados uns nos outros, chegando até nove módulos empilhados, 
em que cada unidade pode suportar até 25 toneladas. Além de existirem diversos modelos, os 
quais variam em relação à forma, tamanho e resistência (HEUSCHKEL, 2018). 
Figura 03 - Container 
 
Fonte: Miranda Container, 2018 
 
7.3. Estrutura 
 
O container possui em sua estrutura perfis de aço corten, material com alta resistência 
mecânica, propriedades anticorrosivas e boa soldabilidade. Sendo os fechamentos das laterais 
e da parte de trás em painéis de chapa corrugada (Figura 04). Além de ser composto por 4 
pilares que são ligados a vigas, tanto na parte inferior como na superior, e vigas que sustentam 
o piso (PARRA E RODRIGUES, 2017). 
Em cima da estrutura de aço do piso, coloca-se um assoalho de madeira e uma grossa 
lâmina de compensado naval. Além de, em alguns pontos, utilizar rebites ou soldas para a 
junção de seus perfis, gerando maior resistência (SAWYERS apud PIRES, 2021). 
26 
 
De acordo com Kotnik (2013), os módulos podem ser empilhados juntos uns aos outros, 
sem nenhuma separação, ou podem ser combinados com espaçamento entre eles. Para Camargo 
(2014), a primeira opção é mais adequada em projetos mais simples, principalmente quando 
será preciso mover a obra. Já a segunda opção, seria mais indicada quando se criam vários pisos 
e diferentes materiais são aplicados. 
Figura 04 - Estrutura do container 
 
Fonte: Blog do Container, 2020 
 
A principal patologia do container é a corrosão. Os containers em aço corten são 
resistentes à corrosão e são de fácil reparação, quando ocorre a presença de ferrugem, ela se 
limita a camada superficial do metal e não afeta a estrutura dos pilares e vigas (SANTOS, 
2017). 
 
7.4. Tipos 
 
Os containers possuem diversos tipos e dimensões, sendo padronizadas pela 
International Organization for Standardization (ISO), na medida inglesa em pés, que equivale 
a 30,48 cm. 
 
 
 
27 
 
7.4.1. Dry Standard 
 
Esse é o principal modelo utilizado, tanto no transporte como na construção civil. Sendo 
totalmente fechado com portas padrões no fundo do container, ele é muito utilizado para 
transporte de alimentos, roupas e móveis. Além do uso como almoxarifado e depósitos em 
geral. 
Pode ser classificado em: Dry Standard 20, cujas dimensões são apresentadas na Tabela 
01 e seu formato na Figura 05, e Dry Standard 40 com suas características apresentadas na 
Tabela 02 e Figura 06. 
Tabela 01 - Dimensões do Container Dry Standard 20 pés 
 
Fonte: Autor, 2022 
Figura 05 - Container Dry Standard 20 pés 
 
Fonte: Shopping do Container, 2014 
Tabela 02 - Dimensões do Container Dry Standard 40 pés 
 
Fonte: Autor, 2022 
28 
 
Figura 06 - Container Dry Standard 40 pés 
 
Fonte: Farol Containers, 2020 
 
 
7.4.2. High Cube 
Esse é utilizado para transportar roupas, brinquedos, eletrodomésticos e cargas secas no 
geral. Pode ser classificado em High Cube 20 (Tabela 03 e Figura 07) e High Cube 40 (Tabela 
04 e Figura 08), diferenciando-se do Dry Standard por possuir 30 cm a mais de altura, também 
sendo bastante utilizado na construção civil. 
Tabela 03 - Dimensões do Container High Cube 20 pés 
 
Fonte: Autor, 2022 
Figura 07 - Container High Cube 20 pés 
 
Fonte: K-tainer, 2022 
29 
 
Tabela 04 - Dimensões do Container High Cube 40 pés 
 
Fonte: Autor, 2022 
Figura 08 - Container High Cube 40 pés 
 
Fonte: Transtainer, 2020 
 
 
7.4.3. Reefer ou Refrigerado 
 
Esse container possui isolamento térmico, permitindo transportar cargas refrigeradas de 
-25°C a +25°C, através de um motor próprio. Ele possui o chão de alumínio e portas revestidas 
com aço inoxidável (Tabela 05 e Figura 09). 
Tabela 05 - Dimensões do Container Reefer 20 pés 
 
Fonte: Autor, 2022 
 
 
30 
 
Figura 09 - Container Reefer 
 
Fonte: Grupo César, 2019 
 
7.4.4. Open Top 
 
Ele não possui um telhado sólido, a parte superior é coberta por uma lona. É utilizado 
para transportar cargas de grandes dimensões, como madeira, sucata, vidros e máquinas de 
grande porte, sendo carregadas por cima (Tabelas 06 e 07, Figuras 10 e 11). 
Tabela 06 - Dimensões do Container Open Top 20 pés 
 
Fonte: Autor, 2022 
Figura 10 - Container Open Top 20 pés 
 
Fonte: Hapag-Lloyd, 2022 
31 
 
Tabela 07 - Dimensões do Container Open Top 40 pés 
 
Fonte: Autor, 2022 
Figura 11 - Container Open Top 40 pés 
 
 
Fonte: Hapag-Lloyd, 2022 
 
7.4.5. Tanque 
 
O primeiro container tanque do mundo foi construído em 1969, chamado de ISOTANK,em Liverpool, Inglaterra, pela empresa Aintree Ltda. Sua estrutura é extremamente reforçada 
devido a sua utilização para o transporte de produtos químicos ou líquidos altamente corrosivos, 
como ácidos, gases, e cargas perigosas (Tabela 08 e Figura 12). 
Tabela 08 - Dimensões do Container Tanque 
 
Fonte: Autor, 2022 
 
32 
 
Figura 12 - Container Tanque 
 
Fonte: Via Container, 2018 
 
7.4.6. Flat Rack 
 
Ele é adequado para suportar cargas muito pesadas e que precisam ser carregadas pela 
parte superior ou pelas laterais. Assim, ele possui apenas as cabeceiras que podem ser móveis 
ou fixas. Essa é a melhor opção para o transporte de produtos como máquinas, chapas de aço e 
tubos (Tabela 09 e Figura 13). 
Tabela 09 - Dimensões do Container Flat Rack 
 
Fonte: Autor, 2022 
Figura 13 - Container Flat Rack 
 
Fonte: Conexos, 2020 
33 
 
8 - USO DO CONTAINER NO BRASIL 
 
O uso do container para transporte no Brasil surgiu depois da normatização das medidas, 
a regulamentação do Brasil fundamentada nas diretrizes da ISO, sendo controlada pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na qual define a terminologia, 
classificação, dimensões e especificações. Já o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização 
e Qualidade Industrial (Inmetro), emite os Certificados de Qualidade de Container e é 
responsável pelas adaptações das normas da ISO (PARRA E RODRIGUES, 2017). 
O porto de Santos (Figura 14), litoral de São Paulo, foi o primeiro porto da América do 
Sul a receber os primeiros containers padronizados pelas normas internacionais, em 1965. Em 
1981, o país construiu o primeiro complexo portuário especializado na movimentação de 
containers, no Guarujá, o Terminal de Containers da Margem Esquerda do Porto de Santos 
(Tecon) (SANTOS, 2017). 
Figura 14 - Porto de Santos 
 
Fonte: Portos e Navios, 2016 
Já em 2011, foi construída a primeira residência de containers (Figura 15), em São 
Paulo, pelo arquiteto Danilo Corbas. Foram utilizados quatro containers, contendo 
aproximadamente 196 m², sendo realizadas várias adaptações para tornar a casa sustentável, 
utilizando-se telhado verde, reutilização da água da chuva e o aproveitamento da energia solar, 
além da reutilização de peças metálicas. (ENGENHARIA ARQUITETURA, 2016). 
 
 
34 
 
Figura 15 - Primeira residência de containers do Brasil 
 
Fonte: Ateliê Revestimentos, 2017 
Esse tipo de construção no Brasil cresceu significativamente nos últimos anos, já 
existindo diversas empresas especializadas, principalmente na região sul do país. À medida que, 
novos projetos são criados utilizando os containers, eles acabam se popularizando, aumentando 
a procura pelo seu apelo sustentável, além de reduzir o custo final da obra, agilizar os ciclos de 
execução e reduzir o desperdício (PARRA E RODRIGUES, 2017). 
A NR-18 MTE é a norma atual que regulamenta o uso de container no Brasil para 
instalações em áreas de vivência, porém no ano de 2020 ela passou por mudanças que, no caso 
do container, entraram em vigor em fevereiro de 2022. A nova alteração proíbe o uso containers 
originalmente utilizados para transporte de cargas em área de vivência, como casas e 
alojamentos, sendo assim, eles só poderão ser utilizados para depósitos de materiais (SANTOS, 
2017). 
As alterações na NR-18 MTE tornaram-se necessárias para evitar problemas futuros 
com o uso de containers marítimos, visto que, o reaproveitamento desse material para áreas de 
vivência se tornou habitual, sendo considerada uma prática sustentável de reuso. Porém, as 
adequações não eram feitas de maneira correta, deixando as pessoas expostas a ambientes 
contaminados, já que, anteriormente esses containers eram utilizados para transportar vários 
tipos de materiais. 
 
 
 
 
 
 
35 
 
9 - EMPREGO DOS CONTAINERS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
A necessidade de encontrar meios mais sustentáveis de construção e a alta 
disponibilidade de um material resistente e adaptável, fez com que o container surgisse como 
um método construtivo, sendo cada vez mais utilizado na construção civil. 
O canteiro de obra foi o primeiro local da construção civil a disseminar o uso de 
container no setor (Figura 16), com as funções de depósitos, refeitórios, almoxarifados, 
escritórios ou banheiros. A adoção desse método ocorreu devido a praticidade, a economia de 
tempo, dinheiro e materiais, permitindo um canteiro mais limpo e possibilitando a realocação 
desses locais de acordo com o avanço da obra (MALAQUIAS, 2018). 
Figura 16 - Containers no Canteiro de Obras 
 
Fonte: Brásmódulos, 2018 
A ideia de utilizar os containers nos canteiros de obra se fixou devido ao resultado que 
causou no cronograma da obra, pois permite agilidade, já que não é necessário construir sua 
estrutura e é dispensável a realização de acabamentos permitindo uma redução significativa no 
cronograma. Além disso, como eles podem ser adquiridos ou locados, possibilitam o 
reaproveitamento, ou seja, a economia de tempo e dinheiro ocorrem em mais de uma obra. 
Já na utilização desse material para moradias, Santos (2017) afirma que elas surgiram 
para suprir as necessidades de pessoas que perderam suas casas em catástrofes, pois era uma 
alternativa rápida, fácil e prática. Mas, um dos problemas dessa utilização foi que, na época, 
não se realizou nenhum tipo higienização ou tratamento do container antes dele ser ocupado, 
deixando os moradores expostos a uma possível contaminação, já que não se sabia a origem 
destes containers e nem quais materiais haviam sido transportados anteriormente. 
36 
 
Já Calory (2015), afirma que foi no ano 2000 onde surgiram as primeiras construções 
de arquitetura tradicional utilizando-se containers e, a partir disso, elas ganharam mais destaque 
no setor da construção civil. Podendo ser aplicados tanto para construções permanentes quanto 
temporárias, como residências, escritórios, lojas, vestiários e banheiros. 
Smith (2006) verificou que havia uma relação entre os tamanhos predominantes de 
containers utilizados nas construções e a sua área de destino. Nas zonas rurais utilizavam-se, 
em sua maioria, containers menores, devido a necessidade de que a estrutura fosse móvel. 
Enquanto nas zonas urbanas, 90% dos containers utilizados eram de 12 metros. 
Diante disso, é possível observar que, o container inicialmente não era visto como uma 
opção de material para a construção de locais fixos, servia apenas para suprir necessidades 
temporárias. Conforme o tempo foi passando, e a sua crescente utilização, as pessoas passaram 
a enxergar esse método construtivo como uma opção vantajosa para a construção. Além disso, 
ele supre a necessidade de uma maneira sustentável de execução de obras, já que não é 
necessário utilizar materiais tão poluentes e ainda é possível reaproveitar materiais sem uso e 
que estavam entulhados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
10 - PROCESSO CONSTRUTIVO 
 
Para que os containers possam atestar os requisitos da caracterização de uma moradia, 
existe uma série de condições que devem ser analisadas. As considerações vão desde a escolha 
do tipo de container com relação às questões estéticas e de segurança, bem como o local a ser 
aplicado, considerando o ambiente que ele será aplicado (PIRES apud CORRÊA, 2021). 
De acordo com Calory (2015), Phillip Clark, em 1987, registrou um manual que 
especifica o passo a passo da execução de uma obra utilizando-se containers chamado, “Método 
para transformar um ou mais containers de aço em uma construção habitável em um canteiro 
de obras e sua produção”. 
Ele afirma que, uma sequência deve ser seguida, começando pela construção da 
fundação, seguindo para as adaptações conforme projeto, transporte até a obra, içamento com 
guindaste até a posição definida e, por último, são feitos os acabamentos. 
 
10.1. Fundação 
 
Para evitar que o container fique em contato diretamentecom o solo, e 
consequentemente com a umidade, é necessário a execução de fundações (Figura 17). O tipo 
de fundação irá depender da localização, do tipo da estrutura, do projeto e das condições do 
solo, como declividade e drenagem do solo, entre outros. Além disso, deve ser levado em 
consideração se a construção é provisória ou definitiva (ABAD, 2018). 
Como a estrutura é bastante estável, as fundações podem ser mais simples e rasas, 
geralmente são utilizadas sapatas rasas de concreto nas extremidades ou, quando a obra possui 
um maior porte, a execução de laje radier. E as ligações são feitas, normalmente, por soldagem, 
parafusos e chapas de aço (MALAQUIAS, 2018). 
 
 
 
 
 
38 
 
Figura 17 - Exemplo de Fundação 
, 
Fonte: Calory, 2015 
Para Mussnich (apud NUNES, 2017), a fundação da obra de um container é bem mais 
econômica que a fundação de uma obra convencional, já que exige uma mão de obra muito 
menor, são mais simples e respeitam ao máximo o nível do terreno. 
Além disso, nesse tipo, não é necessária a escavação do solo, permitindo que ele respire 
e não seja invadido. Mesmo em caso de mudança, o lugar onde o contêiner foi anteriormente 
colocado permanece praticamente intacto e não perde todas as suas características naturais. 
Assim, há um menor desperdício e a construção torna-se mais rápida e prática (ABAD, 2018). 
 
10.2. Adaptações do projeto 
 
 Os containers passam por uma série de adaptações para se tornarem aptos ao uso na 
arquitetura. Este processo demora de sessenta a noventa dias para ficar pronto, agregando 
agilidade na conclusão da obra. Para a adaptação, devem ser retiradas as portas originais e o 
piso compensado. Posteriormente, o projeto deve ser enviado à indústria especializada e nele 
constar exatamente onde serão feitos os cortes, para a abertura de portas e janelas, as suas 
dimensões, os locais que necessitam de reforço, os locais de ligação, hidráulica e elétrica 
(NUNES,2017). 
 
 
 
39 
 
10.3. Isolamento térmico 
 
De acordo com os dados do livro University Physics (1992), a condutividade térmica do 
aço é 50,2 W/m K, já a do bloco cerâmico é 0,6 Wm K e a da madeira é 0,1 W/m K. Assim, 
verifica-se que o aço é um melhor condutor, ocasionando um maior desconforto térmico 
comparado às construções convencionais (Figura 18). Portanto, o isolamento é essencial nesse 
tipo de construção, em que é necessário pelo menos uma camada de revestimento térmico 
(CALORY, 2015). 
Figura 18 - Representação do Isolamento Térmico 
 
Fonte: Malaquias, 2018 
O isolamento pode ser tanto interno quanto externo, Nunes (2017) afirma que, o 
isolamento interno é mais econômico, porém menos eficiente, já que perde facilmente o calor 
interno por sua espessura ser menor, não fazendo uma redução significativa do espaço interno. 
O isolamento externo permite uma menor perda de calor, pois, como não há problema com a 
falta de espaço, a espessura da camada é maior. Ele deve ser fixado a 20 cm acima do chão para 
evitar a entrada de umidade. 
Segundo Pires (2021), os principais isolantes são lã de pet, lã de vidro, lã de rocha, o 
poliestireno expandido (EPS) e espuma. A lã de pet possui um baixo custo de instalação e 
permite uma aplicação mais sustentável, já que é feita com material reciclado e não agride a 
natureza. Esses materiais são aplicados de maneira que formam uma camada em forma de 
sanduíche. Além disso, o container do tipo reefer já possui em sua estrutura uma camada de 
isolamento, não sendo necessário realizar modificações. 
40 
 
10.4. Instalações elétricas e hidrossanitárias 
 
As instalações elétricas e hidrossanitárias são realizadas, basicamente, do mesmo modo 
de uma construção convencional. Os componentes podem ser mantidos internamente nas 
paredes e no piso, mantendo um padrão estético desejado, podendo também aplicar eletrocalhas 
de modo aparente quando a instalação ficar na parte externa. A aplicação dessas instalações tem 
como vantagem a redução de resíduos, já que será desnecessário realizar cortes e quebras de 
blocos, por exemplo (CALORY, 2015). 
 
10.5. Fechamento interno 
 
O sistema de fechamento interno pode ser feito de drywall, MDF, MDP ou a placa de 
madeira OSB (Oriented Strand Board). Esses materiais permitem uma menor espessura para as 
paredes, fazendo com que não se perca espaço interno. O drywall é o material mais utilizado 
para a realização de divisórias de acabamento interno, desde a divisão de cômodos à execução 
de rebaixamento de teto para aplicação de sancas, por exemplo (Figura 19). Esse tipo de 
material auxilia na redução do desperdício e maximização do espaço interno, permitindo a 
inserção de pisos, azulejos e pintura (PIRES, 2021). 
 Figura 19 - Fechamento Interno em Drywall 
 
Fonte: Pires, 2021 
41 
 
Para os pisos, pode ser utilizado o próprio compensado naval (Figura 20) que já vem no 
container ou podem ser aplicados cimento queimado, madeira rústica, pisos emborrachados, 
vinílicos, cerâmicos e porcelanatos, necessitando aplicação de argamassas especiais. 
(CORRÊA apud PIRES, 2021). 
Figura 20 - Piso em Compensado Naval 
 
Fonte: Malaquias, 2018 
Nos ambientes molhados, assim como ocorre nas construções convencionais, deve 
haver um maior cuidado para proteger a estrutura do contato direto com a água. Existem chapas 
de gesso planejadas para essas áreas, com proteção extra para maior resistência à umidade e, 
acima dessas chapas, ainda podem ser assentados azulejos cerâmicos (PIRES, 2021). 
 
10.6. Forro e teto 
 
Com relação à cobertura, eles já são dotados de produtos resistentes à água, porém, com 
pouca inclinação em comparação aos modos convencionais. Assim, é necessário admitir um 
sistema de aplicação de calhas para coletar e encaminhar a água da chuva, (MALAQUIAS apud 
PIRES, 2021). 
É indicada a aplicação de telhas metálicas com recheio de isopor, que auxiliam no 
isolamento termoacústico. Também pode-se optar pelo uso de telhado verde, em que a presença 
da vegetação auxilia na redução de altas temperaturas e na absorção e isolamento de ruídos. Já 
para o forro, ele pode ser revestido com placas de PVC ou com gesso acartonado 
(NUNES,2017). 
 
42 
 
10.7. Pintura 
 
Segundo Pires (2021), a escolha da tinta é muito importante para a durabilidade da 
pintura, ela deve ser anticorrosiva e de alto desempenho. De acordo com dados divulgados pelo 
Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (2008), dentre as tintas ecológicas 
disponíveis no mercado, as melhores são produzidas à base de silicato, não utilizando solventes, 
sendo inodoras e derivadas de matérias primas que abundam no meio ambiente. 
A pintura pode ser aplicada diretamente nos containers ou aplicada nas placas de 
revestimento interno. A primeira é realizada com tinta com proteção específica para metais 
contra a corrosão, como a tinta epóxi, e agentes externos. Já a segunda, é realizada com tintas 
para pinturas internas de moradias (ABAD, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
11 - REUSO DO CONTAINER 
 
A aplicação do container na construção civil começou com a reutilização dos containers 
marítimos, muitos países como Inglaterra, Alemanha, Holanda, Japão e Estados Unidos 
possuíam uma grande quantidade dessas caixas de metal entulhadas em seus portos, o que se 
tornou um problema tanto econômico quanto sustentável. Não era viável acumular cada vez 
mais esse material nos portos, principalmente devido a sua longa duração, se não encontrassem 
uma solução, esses containers ficariam naquele local por até 100 anos, sua vida real estimada 
(NUNES, 2017). 
Os containers marítimos com o passar do tempo caem em desuso, pois é mais barato 
para as empresas construírem novos containers do que exportar de volta para seu destino de 
origem, sendo essa questão econômica, um entrave para o destino de velhos containers.Eles 
são negligenciados e esquecidos, ficando amontoados em portos marítimos do mundo inteiro 
gerando um impacto ambiental e visual (FIGUEIREDO apud PIRES, 2017). 
Além da questão econômica, Pires (2017) afirma que, outro motivo pelo qual ele é 
descartado é a frequente utilização em ambientes agressivos, o que reduz a sua vida útil de 
transporte em 10 anos. Devido ao excedente, as construções utilizando containers cresceram 
cada vez mais. Segundo Calory (2015), no ano de 2009 estimava-se que havia, 
aproximadamente, um milhão de containers abandonados em portos pelo mundo, por motivos 
como, problemas burocráticos, falência de empresas e fim de contratos comerciais. 
No Brasil não foi diferente, segundo Nunes (2017), para a Associação Brasileira dos 
Terminais de Containers de uso público (ABRATEC) demonstrado, em 2016 foram totalizados 
mais de 5,5 milhões de containers no país, número referente a movimentação deles. Em que, 
segundo Calory (2015), estudos do Centro Nacional de Navegação em 2013 revelaram que 
haviam, aproximadamente, cinco mil containers abandonados em portos brasileiros. 
Desse modo, pensando no reaproveitamento e na necessidade de encontrar técnicas 
construtivas que permitissem uma redução no impacto ambiental, as empresas passaram a 
utilizar os containers na construção civil. Os primeiros usos foram para ambientes provisórios, 
como banheiros e almoxarifados (Figura 21), em que os containers marítimos primeiro 
passavam por adaptações e pelas devidas limpezas e descontaminações necessárias, para depois 
permitirem a utilização. 
 
44 
 
Figura 21 - Banheiros em Containers 
 
Fonte: TAM Miranda, 2012 
Para reutilizar o container e torná-lo habitável, é necessário jatear o aço com um líquido 
abrasivo e pintá-lo novamente com uma tinta não tóxica, evitando possíveis contaminações. 
Além de efetuar a limpeza do container, também é importante obter laudos que certifiquem que 
o produto adquirido não tenha transportado materiais tóxicos e prejudiciais à saúde, 
preservando assim a segurança do container como estrutura de uma construção 
Apesar da popularização da reutilização do container, a NR-18 MTE não permite mais 
essa prática, pois muitos containers não passavam por limpezas e descontaminações 
necessárias. Como muitos deles transportavam materiais de todos os tipos, eles ficavam sujeitos 
a bactérias e fungos prejudiciais ao ser humano. Assim, sem a descontaminação correta, a saúde 
das pessoas é colocada em risco e, como maneira de evitar problemas futuros, a norma passou 
a proibir a reutilização de containers marítimos. 
Porém, aqueles que já utilizavam o material adaptado, vão passar por mudanças 
gradativas, já as novas construções terão que utilizar containers novos e construídos 
especialmente para a função desejada. 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
12 - CUSTO 
 
Nascimento e Melo (2017) realizaram um levantamento de custos e fizeram uma 
comparação entre os gastos da construção de moradias com 30 m², utilizando containers e 
utilizando o método tradicional de alvenaria. 
A residência possui um único pavimento com sala, cozinha, dois dormitórios e banheiro. 
Nesse caso, para a fundação foram executadas sapatas, sendo a estrutura composta por 2 
containers de 20 pés e, para a estrutura interna, utilizou-se divisórias em gesso acartonado e 
preenchimento com lã de vidro para isolamento termo acústico. 
A Tabela 10, a seguir, apresenta o resultado dos custos obtidos por Nascimento e Melo 
(2017). 
Tabela 10 - Comparação de Custos de Construção 
 
Fonte: Nascimento e Melo, 2017 
Diante dos valores apresentados, eles concluíram que houve uma economia de 13,09% 
no custo por metro quadrado na construção com container. O custo por metro quadrado da 
construção tradicional é R$ 2.170,32, já o do container é R$ 1.886,25. 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
13 - EXEMPLOS DO USO DE CONTAINERS 
 
13.1. Condomínio residencial em Piracicaba/SP 
 
Um exemplo da utilização do container como habitação é o condomínio na cidade de 
Piracicaba, em São Paulo, construído pelo empresário Antônio Carlos Leão, a partir de 
containers reciclados. O empreendimento, primeiro do tipo no Brasil, possui 28 apartamentos, 
com cerca de 28m² cada, já mobiliados e distribuídos em dois prédios de quatro andares (Figura 
22). 
Figura 22 - Condomínio em Piracicaba/SP 
 
Fonte: G1-Globo, 2017 
Com um investimento de R$ 1 milhão, as unidades são feitas com containers reciclados 
revestidos com camadas de isopor e gesso, o que impede que o sol entre em contato com o 
metal e deixe o ambiente muito quente. 
 
13.2. Projeto Keetwonen 
 
O projeto Keetwonen é a maior vila de containers do mundo, para a moradia de 
estudantes, localizada em Amsterdã, Holanda. Ela foi construída com 1034 containers 
reciclados, possuindo uma área total de 31 mil m², em que cada apartamento possui varanda 
privativa, banheiro, cozinha e uma pequena sala. As unidades são organizadas em blocos e cada 
https://www.keetwonenforsale.com/
47 
 
bloco contém uma unidade de serviço com eletricidade centralizada, internet em alta velocidade 
e sistemas de rede (Figura 23). 
Figura 23 - Projeto Keetwonen 
 
Fonte: Locares Casa Container, 2019 
Além disso, o complexo estudantil conta com supermercado, salas de estudos, 
lanchonetes e área esportiva. Também oferece estacionamento para bicicletas, aquecimento 
com gás natural, ventilação automática e água quente. 
A construção teve início no ano de 2005 e levou menos de 1 ano para ficar pronta. A 
empresa responsável precisou fabricar 40 containers por dia para suprir a demanda no tempo 
previsto para a construção. No projeto, foi integrado um telhado para acomodar a drenagem de 
águas pluviais, enquanto proporciona a dispersão de calor e isolamento para os containers 
abaixo. 
As janelas oferecem uma vista panorâmica, luz natural e um sistema de ventilação 
automática com velocidades variáveis. O aquecimento é feito a partir de um sistema de caldeira 
de gás natural central. 
 
13.3. Hostel Container Cabo Frio 
 
O Hostel Container está localizado na cidade de Cabo Frio no Rio de Janeiro, possuindo 
um espaço total de 2.250m² e apenas 30% de área construída, a obra teve duração de 9 meses 
(Figura 24). 
 
48 
 
Figura 24 - Hostel Container 
 
Fonte: Booking, 2022 
O Hostel conta com um total de 35 quartos, tanto coletivos quanto privativos, cozinha 
compartilhada, estacionamento, áreas de convivência e lazer. Para se tornar habitável, todos os 
containers tiveram o isolamento termo acústico feitos com uma tinta especial que possui 
microesferas de vidro, todo o material de acabamento, como portas, janelas, escada e itens de 
decoração foram reaproveitados e incluídos na construção. 
 
13.4. Tetris hostel 
 
O Tetris Hostel é o maior hostel em containers marítimos de todo o mundo, ele tem 
capacidade para 70 pessoas, possuindo quartos privativos e compartilhados, cozinha 
compartilhada, lounge, piscina, varanda, jardim interno, bar e estacionamento (Figura 25). 
Figura 25 - Tetris Hostel 
 
Fonte: Tetris Hotel, 2014 
49 
 
Ele foi construído com 15 containers, que foram adaptados e transformados em diversos 
cômodos. O hostel foi todo planejado para reduzir os impactos ambientais e uma série de 
atitudes foram adotadas para que os conceitos de sustentabilidade fossem colocados em prática. 
Entre essas atitudes, estão o aquecimento solar, com a finalidade de reduzir o consumo 
de energia elétrica, em que a água utilizada no hostel é aquecida por aquecedores solares 
instalados no teto. Possui também, telhado verde, para evitar infiltrações e aprimorar o conforto 
térmico dos cômodos, e uma cisterna para armazenar a água da chuva, que é utilizada 
posteriormente para abastecer banheiros e pias (Figura 26). 
Figura 26 - Área de lazer 
 
Fonte: Tetris Hotel, 2014 
Além disso, foram utilizadas mais de 100 mil garrafas pet recicladaspara ajudar no 
isolamento térmico e acústico do hostel. Alguns materiais que iriam para o lixo foram 
reaproveitados e transformados em novos móveis e o sistema de tratamento de esgoto é feito 
por zona de raízes, em que as plantas filtram a água que depois é utilizada para regar os jardins. 
 
13.5. Nature Pet 
 
Em 2019, foi inaugurada a Nature Pet Village, um espaço para cuidar de animais de 
estimação, com 1200 m² de área verde, localizada no Córrego Grande, em Florianópolis/SC 
(Figura 27). 
 
50 
 
Figura 27 - Nature Pet Village 
 
Fonte: Ghiorzi Tavares Arquitetura, 2021 
Segundo os projetistas, a utilização de containers serviu para agilizar a execução da 
obra, permitindo um menor custo e técnicas sustentáveis. Para ganhar tempo, os containers 
foram modificados na empresa de origem, simultaneamente à etapa de fundação em concreto 
no local. Dessa forma, chegaram já com recortes para esquadrias, pintura e estrutura prontas 
para instalação das paredes e forros de drywall (Figura 28). 
Figura 28 - Detalhes da Fachada 
 
Fonte: Ghiorzi Tavares Arquitetura, 2021 
Foram utilizados sete containers do tipo Reefer, para melhor isolamento térmico e 
acústico e, pensando na ventilação natural, os ambientes possuem ventilação cruzada, desta 
forma o ar circula naturalmente e diminui a temperatura interna. Já para as divisões internas, 
foram executadas em drywall ou gesso acartonado, permitindo uma espessura menor das 
51 
 
paredes e ganho de espaço interno para o empreendimento, em que o sistema é revestido com 
lã de garrafa pet (Figura 29). 
Figura 29 - Detalhes da Área Interna 
 
Fonte: Ghiorzi Tavares Arquitetura, 2021 
Na cobertura da edificação para revestir os reservatórios de água e casa de máquinas, 
foram utilizadas sobras das chapas que foram retiradas dos containers internamente no térreo e 
reestruturadas com perfis de aço, sendo reaproveitadas e mantendo o conceito da edificação. 
Na cobertura também ficam alocadas as placas de captação solar, que permitem o aquecimento 
da água que é utilizada nas bancadas de lavação dos pets (Figura 30). 
Figura 30 - Cobertura e Entorno 
 
Fonte: Ghiorzi Tavares Arquitetura, 2021 
Foi utilizado forro em todos os ambientes no mesmo sistema de drywall, com 
isolamento de garrafa pet. Na área de estacionamento e acesso de veículos, optou-se pela 
utilização de piso intertravado de concreto, que é altamente permeável. Desta forma, o excesso 
de águas pluviais drena para o solo. Também pensando nas questões climáticas, a edificação é 
52 
 
rodeada por vegetação e áreas verdes, que barram parte da insolação, além de agregarem 
esteticamente para o conceito do projeto. 
 A edificação possui um total de 290 m² de área coberta, além de 530 m² de área 
descoberta no térreo. Foram utilizados 3 containers para a área de clínica veterinária, com cerca 
de 120 m², 2 containers para área de petshop e mais 2 para a área de banho e tosa. Além disso, 
há uma grande cobertura aos fundos que amplia em 65 m² a área de festas e eventos. 
 
13.6. Escritório Made to be Moved 
 
O Made to be Moved está localizado em Copenhagen, na Dinamarca, e foram utilizados 
containers empilhados como estrutura, já que futuramente seria necessária a transferência do 
local do escritório. Os containers foram basicamente empilhados, sem muitas outras estruturas 
de outros materiais, o que torna seu processo de montagem e desmontagem muito mais 
facilitado. O empilhamento foi de três andares, o que garantiu uma área de 660 m² (Figura 31) 
Figura 31 - Made to be Moved 
 
Fonte: Minha Casa Container, 2016 
De um modo geral, os containers foram mantidos com seus aspectos naturais, as paredes 
externas foram apenas pintadas. O interior apresenta escritórios e espaços de trabalhos, com 
espaços para funções secundárias, como salas de reuniões, oficinas e locais para 
armazenamento (Figura 32). 
53 
 
Figura 32 - Detalhes da Parte Interna 
 
Fonte: Minha Casa Container, 2016 
A estrutura toda do prédio foi erguida em apenas dois dias. Os containers foram 
envolvidos com painéis sanduíche de alto desempenho para garantir isolamento térmico e os 
revestimentos foram aparafusados diretamente nos containers, tornando mais fácil a 
desmontagem posterior. As janelas contam com vidros triplos em quase todas as áreas, o que 
facilita ainda mais no processo de isolamento térmico. 
O período total de construção do escritório foi de quatro meses, sendo concluído no 
início de 2015, e teve um custo de cerca de € 800 por metro quadrado. Para comparar, um prédio 
de escritórios do mesmo tamanho construído com métodos tradicionais, custaria cerca de US$ 
2.446 por metro quadrado. 
 
 
13.7. Estádio Ras Abu Aboud 
 
O estádio de container está localizado em um terreno à beira-mar de 450 mil metros 
quadrados, na porção sudeste de Doha, Catar, possuindo a capacidade para 40.000 espectadores. 
Ele está sendo construído em forma modular, utilizando vidros e cerca de 974 containers e 
tubulações. Os projetistas pensaram no estádio como algo que seja totalmente desmontado após 
o evento e assim suas peças sejam reutilizadas para outro fim após a realização do torneio, como 
praças esportivas (Figura 33). 
 
54 
 
Figura 33 - Estádio Ras Abu Aboud 
 
Fonte: ArchDaily, 2017 
Sendo assim, será construído com blocos de construção modulares, que irão contar com 
assentos removíveis, stands de concessão e banheiros que serão previamente construídos antes 
de serem fixados no local da montagem do estádio de futebol, na copa de 2022. 
Para a construção do local serão exigidos menos materiais, consequentemente, menos 
resíduos e lixo para o meio ambiente serão gerados, o que torna a construção de container mais 
sustentável. O principal compromisso do Catar é focar na certificação do sistema de avaliação 
de sustentabilidade global, GSAS, que é uma certificação de edifícios sustentáveis de grande 
alcance. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
14 - VANTAGENS E DESVANTAGENS 
 
Assim como qualquer outro método construtivo, existem as vantagens e desvantagens 
em utilizar o container na construção civil. Pensando nisso, serão apresentados os benefícios e 
dificuldades que são encontrados nessa maneira de construir. 
 
14.1. Vantagens 
 
14.1.1. Flexibilidade do uso do container 
 
Uma das grandes vantagens da construção com containers é a facilidade em ampliar a 
planta original sem a necessidade de grandes reformas. Por se tratar de uma estrutura modular, 
existem inúmeras combinações possíveis de se executar, sendo possível criar diferentes tipos 
de projetos, podendo ser desde um banheiro no canteiro de obras até uma cidade feita apenas 
com containers. É fácil aumentar o espaço construído durante ou depois das obras, caso a 
necessidade de mais espaço apareça. 
Outra importante vantagem, é a mobilidade, pois é possível desmontar e transferir o 
container para outro local apenas utilizando equipamentos adequados, como guindastes e 
caminhões muncks. 
 
14.1.2. Rapidez na execução 
 
O modelo da estrutura permite uma maior velocidade na execução do projeto em 
comparação aos métodos tradicionais de obras. Em sua maioria, os containers já chegam no 
local da obra com o recorte de portas, janelas e aberturas, tudo de acordo com o projeto, o que 
proporciona a redução no tempo de execução. 
Com a fundação executada, que também é mais rápida por ser mais simples, e o 
container já in loco, realizam-se as instalações elétricas, hidrossanitárias, o isolamento térmico, 
acústico e revestimentos. Sendo possível executar esses serviços simultaneamente. Além da 
economia na obra, as construções em que o container é a base, são muito mais rápidas, levando 
de 60 a 90 dias. E, boa parte, se dá fora do canteiro, já que os módulos podem ser transportados 
para o terreno quase prontos (TAVARES apud PARRA E RODRIGUES, 2017). 
56 
 
 
14.1.3. Economiade recursos 
 
A principal diferença econômica que se percebe, quando é comparada uma construção 
com container e uma construção convencional, é na fundação e terraplenagem, em que, o 
terreno permanece com seu relevo e permeabilidade semelhantes aos originais. Além de ocorrer 
a economia de insumos como cimento, areia, tijolo e água, já que a estrutura é feita quase 
inteiramente em aço, seguindo um padrão de construção. Esses materiais economizados são os 
mais utilizados, mais poluentes e que elevam o custo da obra 
Além de economizar recursos naturais, há a possibilidade de colocar um telhado verde, 
fazer reuso de água pluvial, pintura ecológica e aproveitamento do aquecimento solar. E, como 
a estrutura está quase pronta, ocorre a redução de mão-de-obra, permitindo um retorno do 
investimento mais rápido. 
 
14.1.4. Durabilidade e resistência 
 
Por se tratar de estrutura de aço corten, o container é sólido e resistente às ações do 
tempo. Esse aço apresenta cerca de três vezes mais resistência à corrosão, e sua resistência 
mecânica é consideravelmente maior que os aços empregados na construção civil tradicional. 
Podem ser empilhados em até 9 unidades para construção de imóvel, considerando um peso 
máximo de 25 toneladas por pavimento. Além disso, o material pode passar facilmente dos 90 
anos (PARRA E RODRIGUES, 2017). 
 
14.2. Desvantagens 
 
14.2.1. Falta de mão de obra especializada 
 
Uma das principais desvantagens do uso do container na construção civil, é a falta de 
mão de obra especializada, já que o container precisa de cortes no aço para abertura de portas e 
janelas, soldas e na operação de guindastes. Para tais serviços é extremamente necessário que 
o executor seja especializado no assunto, pois essas aberturas podem comprometer a estrutura 
do container se mal executadas. 
 
57 
 
 
14.2.2. Transporte 
 
Os containers formam um conjunto estrutural autoportante, grande e pesado, portanto, 
é necessária a utilização de maquinários de grande porte como guindastes e munks para 
transportá-lo até o seu destino final. Já no terreno da construção, é necessário ter espaços para 
manobrar os guindastes e os containers. Portanto, em terrenos pequenos e com edificações ao 
redor, torna-se mais complicado a execução do projeto, sendo necessária uma análise detalhada 
do entorno para colocá-lo em prática. 
 
 
14.2.3. Isolamento térmico e acústico 
 
Para transformar um container em uma moradia são necessários cuidados específicos 
como isolamento térmico e acústico. Quando o isolamento não é bem executado, os moradores 
podem ficar expostos a poluição sonora, como também, sofrer com a variação de temperaturas, 
pois os containers possuem como característica serem bons condutores térmicos e serem 
péssimos isolantes acústicos. 
 
14.2.4. Legislação 
 
A utilização do container na construção civil se tornou popular a pouco tempo, então, a 
obtenção de licenças para a execução da obra, em alguns municípios brasileiros, é demorada, 
porque não possuem legislação específica, mas, em outros são utilizados os mesmos critérios e 
prazos para a aprovação e fiscalização da construção tradicional. Em relação a seguros 
residenciais, podem haver alguns impedimentos, mesmo a edificação possuindo documentos e 
permissões municipais como qualquer outra, por ser um material relativamente novo. 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
15 - OPINIÕES DOS AUTORES ENCONTRADAS NA LITERATURA 
 
Para Natalino e Florian (2022), a técnica de utilizar containers na construção civil é 
bastante sustentável, sendo um dos fatores a ótima durabilidade, por ser uma estrutura projetada 
para resistir às piores condições climáticas, além de resistência à água salgada, fortes ventos e 
tempestades. Além disso, mais de 85% do terreno fica permeável, contribuindo para a absorção 
da água das chuvas e para a preservação do solo e do lençol freático. 
Esses mesmos autores ainda elencam como vantagens que a estrutura já vem pronta e 
pode ser trabalhada quase que de imediato. O container suporta grandes pesos e pode ser 
empilhado, o que facilita na execução de diferentes pavimentos. Além disso, podem ser 
mesclados outros tipos de construção ao container, como alvenaria, madeira e bambu. 
Lima e Silva (2016), por sua vez, destacam que o container também consegue agregar 
ao projeto diferentes técnicas sustentáveis como captação da água da chuva, adoção de telhados 
verdes, e inovações tecnológicas que trazem um maior conforto térmico para o morador, dentre 
eles, o isolante térmico feito de garrafa PET. 
Já Calory (2015), concluiu que os containers, no Brasil, são aplicáveis em edificações 
comerciais e residências, como uma alternativa sustentável quando comparada à alvenaria 
tradicional, pois há um baixo percentual de entulhos e uso mínimo de água, além de ser 
executado a partir de um material reciclado. Podendo ressaltar também, seu uso como inovação 
arquitetônica, pois podem ser ligados de diversas maneiras limitando-se apenas à criatividade 
do projetista. 
Segundo Santos (2017), a construção com containers é limpa, rápida e sustentável, 
podendo ser adaptada a diferentes situações climáticas e de relevo. Esta seria uma ótima 
alternativa para solucionar os problemas de moradia vividos no Brasil, não só para populações 
que perdem suas casas em acidentes, mas também para quem nem sequer tem onde morar. Se 
houvesse uma atenção de bancos que promovem financiamentos para casas próprias voltadas 
para esse tipo de construção, talvez seu uso seria maior. 
Como qualquer outro método construtivo, não existe uma técnica 100% vantajosa. 
Assim, Occhi (2016) elenca uma série de desvantagens relacionadas ao uso do container, tanto 
como o encarecimento do custo da construção devido às adaptações necessárias quanto ao 
isolamento térmico e acústico. Também existe a restrição de forma e tratamento volumétrico, 
59 
 
já que a forma não pode ser alterada, apenas trabalhada com formas de encaixe. E, por ser um 
material novo e ainda pouco utilizado no Brasil, não se sabe se haverá algum impedimento 
relacionado aos seguros residenciais, mesmo tendo documentações e permissões municipais 
como qualquer outra edificação. 
Souza e Campos (2022) também encontraram dificuldades na busca de informações, em 
questão de valores e detalhes para a compra de containers, pelo motivo de ser um método pouco 
usado e utilizado tanto na cidade analisada por ambos, quanto nas redondezas. Assim, eles 
concluíram que, a implantação desse método construtivo em cidades menos desenvolvidas do 
país pode ocorrer de maneira mais lenta. 
Uma das principais dificuldades, é a contratação de mão de obra especializada no 
assunto pois, embora já existam em cidades de médio e grande porte empresas especializadas 
em construção com containers, ainda há uma carência dessas empresas nas regiões de pequeno 
porte, e este fator também pode influenciar diretamente no custo final da construção, pois, o 
transporte do container pode ser cobrado por quilômetro rodado. Os autores ressaltam que 
mesmo possuindo vários benefícios, não significa que este tipo de construção é o mais favorável 
para todas as pessoas, dependerá muito da necessidade de cada indivíduo naquele momento 
(PARRA E RODRIGUES, 2017). 
Lopes (2016) elenca tanto vantagens quanto desvantagens. Para o ele, a construção de 
casas e comércios com sistema construtivo em container é uma excelente forma de realizar 
construções ecologicamente corretas. Este modelo construtivo é extremamente econômico e 
rápido, por isso, sua aplicação vem sendo muito difundida em empresas do setor da construção 
civil. Contudo, a construção em container exige uma dedicação maior na elaboração do projeto 
arquitetônico, para que a edificação tenha um bom aspecto visual e possibilite um bom 
desempenho térmico e acústico. 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
16 - DISCUSSÃO 
 
A sustentabilidade é

Continue navegando