Buscar

TCC -RODRIGUES 2015 - CASA CONTÊINER - UMA PROPOSTA DE RESIDÊNCIA UNIFAMILIARSUSTENTÁVEL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 93 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 93 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 93 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO 
GRANDE DO SUL – UNIJUI 
 
 
 
FILIPE KLEIN RODRIGUES 
 
 
 
CASA CONTÊINER: UMA PROPOSTA DE RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR 
SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
Ijuí 
2015 
FILIPE KLEIN RODRIGUES 
 
 
 
 
 
CASA CONTÊINER: UMA PROPOSTA DE RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR 
SUSTENTÁVEL 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia 
Civil apresentado como requisito parcial para 
obtenção do título de Engenheiro Civil. 
 
 
 
Orientador(a): Tarcísio Dorn de Oliveira 
 
 
 
IJUÍ 
2015 
 
 
 
FILIPE KLEIN RODRIGUES 
 
 
CASA CONTÊINER: UMA PROPOSTA DE RESIDÊNCIA 
UNIFAMILIAR SUSTENTÁVEL 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de 
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro 
da banca examinadora. 
Ijuí, 09 de novembro de 2015 
 
Prof. Tarcisio Dorn de Oliveira 
Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)- Orientador 
Prof. Lia Geovana Sala 
Mestre em Arquitetura (UFSC) 
Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ 
 
BANCA EXAMINADORA 
Tenille R. Piovesan 
Mestre em Engenharia Civil e Ambiental (UFSM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha família que sempre 
esteve ao meu lado sem medir esforços para ajudar em minha busca por esta conquista. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Aos meus familiares sempre presentes e incansáveis ajudando na busca de meus 
objetivos; 
Ao meu professor e orientador Tarcísio Dorn de Oliveira por ter aceitado meu convite 
para orientação deste trabalho, acreditando nas minhas ideias e contribuindo de forma decisiva 
para o andamento deste desafio; 
Ao Engenheiro Civil Décio Alfredo Kersting que me permitiu estagiar durante 1 ano e 
meio em seu escritório, contribuindo muito no complemento ao conhecimento teórico adquirido 
na universidade; 
A todos os professores que fizeram parte desta caminhada exercendo a mais nobre das 
atitudes, Ensinar; 
A minha namorada que acompanhou toda essa trajetória acadêmica, apoiando e 
incentivando na busca pelo êxito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
―Visão sem ação não passa de sonho; ação sem visão é só 
passatempo; visão com ação pode mudar o mundo‖. 
Joel Baker 
 
 
RESUMO 
RODRIGUES, Filipe Klein. Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar 
Sustentável. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade 
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí. 2015. 
Este trabalho busca apresentar o contexto da construção civil atual, relacionando-o aos níveis de 
exigência ligados a questão da sustentabilidade baseados em uma proposta de casa contêiner para 
o município de Ijuí descrevendo todo o processo construtivo de obras desta natureza dando 
ênfase as adaptações necessárias para o uso de um contêiner na construção civil. Descrever 
alternativas referentes ao processo construtivo, aos materiais existentes e detalhando aqueles 
escolhidos para dar andamento ao projeto. 
 
Palavras-chave: Térmico. Acústico. Construção. Reaproveitamento. 
 
ABSTRACT 
RODRIGUES, Filipe Klein. Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar 
Sustentável. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade 
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí. 2015. 
This study aims to present the context of the current construction , relating it to the levels of 
demand linked the question of sustainability based on a house proposal container for Ijuí 
municipality describing the entire construction process of works of this nature with emphasis on 
the necessary adaptations to the use of container in construction. Describe alternatives for the 
construction process , existing materials and detailing those chosen to proceed with the project. 
. 
 
Keywords: Heat. Acoustic. Construction. Reuse. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Localização do município de Ijuí no Estado ...................................................... 18 
Figura 2: Trem no Vietnã transportando recipientes Conex contendo rochas .................. 21 
Figura 3: Contêiner tipo Dry ............................................................................................. 23 
Figura 4: Contêiner tipo Reefer ......................................................................................... 24 
Figura 5: Contêiner tipo Open Top ................................................................................... 25 
Figura 6: Contêiner tipo Flat Rack .................................................................................... 26 
Figura 7: Contêiner tipo Plataform .................................................................................... 27 
Figura 8: Contêiner tipo Tank ........................................................................................... 27 
Figura 9: Sistema de captação de águas pluviais ............................................................... 33 
Figura 10: Exemplo de telhado verde ................................................................................ 34 
Figura 11: Composição de um telhado verde .................................................................... 35 
Figura 12: Casa contêiner com telhado verde ................................................................... 36 
Figura 13: Identificação do contêiner na placa CSC ......................................................... 37 
Figura 14: Número de identificação do contêiner exposto em sua estrutura..................... 38 
Figura 15: Exemplos de contaminação e ataques químicos .............................................. 38 
Figura 16: Ilustração do comportamento do calor durante o dia e a noite ........................ 39 
Figura 17: Piso de cortiça .................................................................................................. 40 
Figura 18: Argila expandida .............................................................................................. 40 
Figura 19: Manta de Poliéster ............................................................................................ 41 
Figura 20: Fibra cerâmica .................................................................................................. 41 
Figura 21: Lã de rocha ....................................................................................................... 42 
Figura 22: Lã de vidro ....................................................................................................... 43 
Figura 23: Lã de pet - Isosoft............................................................................................. 43 
Figura 24: Película para vidros .......................................................................................... 44 
Figura 25: Vidros de proteção solar .................................................................................. 45 
Figura 26: Corte de chapa com maçarico .......................................................................... 46 
Figura 27: Corte a plasma .................................................................................................. 46 
Figura 28: Longarinas laterais superior e inferior e poste ................................................. 47 
Figura 29: Casa Contêiner apoiada apenas em suas extremidades .................................... 48 
Figura 30: Concretagem sapatas isoladas sem ferragem para casa contêiner ................... 49 
Figura 31: Tubulação em contêiner ................................................................................... 49 
Figura 32: Fixação dos contêineres ................................................................................... 50 
Figura 33: Esquema usual de uma parede de casa contêiner ............................................. 51 
Figura 34:Container Loft .................................................................................................. 53 
Figura 35: Planta baixa térreo Container Loft ................................................................... 54 
Figura 36: Planta baixa superior Container Loft ............................................................... 55 
Figura 37: Vista fachada Container Loft ........................................................................... 55 
Figura 38: Acesso principal Container Loft ...................................................................... 56 
Figura 39: Vista lateral Container Loft ............................................................................. 56 
Figura 40: Fluxograma ...................................................................................................... 58 
Figura 41: Casa Arquiteto Danilo Corbas ......................................................................... 59 
Figura 42: Esquema planta baixa pavimento térreo .......................................................... 60 
Figura 43: Esquema planta baixa pavimento superior ...................................................... 61 
Figura 44: Fachada principal: ............................................................................................ 61 
Figura 45: Vista dos fundos ............................................................................................... 62 
Figura 46: Varanda com telhado verde pavimento superior ............................................. 62 
Figura 47: Vista entrada residência ................................................................................... 63 
Figura 48: Fluxograma ...................................................................................................... 64 
Figura 49: Perspectiva interna da residência ..................................................................... 65 
Figura 50: Planta baixa ...................................................................................................... 66 
Figura 51: Esquema vista superior .................................................................................... 66 
Figura 52: Vista dos fundos ............................................................................................... 67 
Figura 53: Vista frontal ..................................................................................................... 67 
Figura 54: Acabamento interno ......................................................................................... 68 
Figura 55: Acabamento banheiro ...................................................................................... 68 
Figura 56: Detalhe entrada de luz e saída esgoto .............................................................. 69 
Figura 57: Fluxograma ...................................................................................................... 70 
Figura 58: Delineamento da Pesquisa ............................................................................... 72 
Figura 59: Painel Conceitual Sensorial ............................................................................. 74 
Figura 60: Painel Conceitual de Repertório Arquitetônico ............................................... 75 
 
 
Figura 61: Fluxograma ...................................................................................................... 77 
Figura 62: Localização do município de Ijuí no Estado do RS ......................................... 77 
Figura 63: Localização do quarteirão dentro do município de Ijuí ................................... 78 
Figura 64: Quarteirão......................................................................................................... 78 
Figura 65: Levantamento fotográfico do quarteirão em estudo ........................................ 79 
Figura 66: Vista aérea do terreno ...................................................................................... 80 
Figura 67: Levantamento Planimétrico ............................................................................. 81 
Figura 68: Levantamento Altimétrico ............................................................................... 81 
Figura 69: Terreno vista frontal 1 ...................................................................................... 82 
Figura 70: Terreno vista frontal 2 ...................................................................................... 82 
Figura 71: Zoneamento Pavimento Inferior ...................................................................... 83 
Figura 72: Zoneamento Pavimento Superior ..................................................................... 83 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Programa de necessidades e Dimensionamento.............................................................57 
Tabela 2: Organograma..................................................................................................................57 
Tabela 3: Programa de necessidades e Dimensionamento.............................................................63 
Tabela 4: Organograma..................................................................................................................64 
Tabela 5: Programa de necessidades e Dimensionamento.............................................................69 
Tabela 6: Organograma..................................................................................................................70 
Tabela 7: Programa de necessidades e Dimensionamento.............................................................76 
Tabela 8: Organograma..................................................................................................................76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
SINDUSCON MG Sindicato da Indústria da construção Civil de Minas Gerais 
ISO International Standards Organization 
ASA American Standards Association 
CONEX Container Express Service 
SENGE-MG Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais 
RCC Resíduo da Construção Civil 
SINDUSCON SP Sindicato da Indústria da construção Civil de São Paulo 
LI Licença de Importação 
DI Documento de Importação 
 CSC Container Safety Convention 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15 
1.1 PROBLEMA ..................................................................................................... 15 
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 16 
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16 
1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 16 
1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 16 
1.4 DELIMITAÇÃO DO PROJETO ...................................................................... 17 
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 18 
2.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 18 
2.1.1 Histórico do Município ................................................................................... 18 
2.1.2 Histórico do Tema ........................................................................................... 20 
2.1.2.1 Surgimento do Contêiner .................................................................................. 20 
2.1.2.2 Tipos e características dos contêineres ............................................................ 21 
2.2 REUTILIZAÇÃO DE CONTÊINERES NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............ 28 
2.2.1 Construção Sustentável ..................................................................................28 
2.2.1.1 Impactos Ambientais da Construção Civil ........................................................ 29 
2.2.1.2 Reaproveitamento da Água das Chuvas ........................................................... 31 
2.2.1.3 Telhado Verde ................................................................................................... 33 
2.2.2 Processo Construtivo ...................................................................................... 36 
2.2.2.1 Tratamento Térmico e Acústico ........................................................................ 39 
2.2.2.2 Instalação das Esquadrias ................................................................................ 45 
2.2.2.3 Fundação ........................................................................................................... 47 
2.2.2.4 Instalação do Sistema Elétrico e Hidrossanitário ............................................ 49 
 
 
2.2.2.5 Disposição e União entre Contêineres ............................................................. 50 
2.2.2.6 Revestimentos .................................................................................................... 50 
2.2.2.7 Ligação entre o Contêiner e Alvenaria Convencional ...................................... 51 
2.2.2.8 Tempo e Custo da Obra .................................................................................... 52 
2.3 LEGISLAÇÃO .................................................................................................. 52 
2.3.1 Legislação Urbana, Federal e Específica ...................................................... 52 
2.4 ANÁLISE DE MODELOS ............................................................................... 53 
2.4.1 Análise de Modelo 01 – Container Loft ......................................................... 53 
2.4.1.1 Apresentação do Projeto ................................................................................... 53 
2.4.1.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento .............................................. 57 
2.4.1.3 Organograma e Fluxograma ............................................................................ 57 
2.4.1.4 Análise arquitetônica ........................................................................................ 58 
2.4.2 Análise de Modelo 02 – Casa Arquiteto Danilo Corbas .............................. 58 
2.4.2.1 Apresentação do Projeto ................................................................................... 58 
2.4.2.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento .............................................. 63 
2.4.2.3 Organograma e Fluxograma ............................................................................ 64 
2.4.2.4 Análise Arquitetônica ........................................................................................ 64 
2.4.3 Análise de Modelo 03 – Pequena Residência ................................................ 65 
2.4.3.1 Apresentação do Projeto ................................................................................... 65 
2.4.3.2 Programa de Necessidades e Dimensionamento .............................................. 69 
2.4.3.3 Organograma e Fluxograma ............................................................................ 69 
2.4.3.4 Análise Arquitetônica ........................................................................................ 70 
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 71 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ........................................................... 71 
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA ......................................................... 71 
3.3 DELINEAMENTO ........................................................................................... 71 
4 PROPOSTA ..................................................................................................... 73 
4.1 CONCEITUAÇÃO ........................................................................................... 73 
4.1.1 Painel Conceitual Sensorial ............................................................................ 74 
4.1.2 Painel Conceitual de Repertório Arquitetônico ........................................... 74 
4.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ........... 75 
4.3 ORGANOGRAMA ........................................................................................... 76 
4.4 FLUXOGRAMA ............................................................................................... 76 
4.5 TERRENO ........................................................................................................ 77 
4.5.1 Localização do Terreno .................................................................................. 77 
4.5.2 Análise do Entorno .......................................................................................... 79 
4.5.3 Levantamento Planimétrico e Altimétrico .................................................... 80 
4.5.4 Levantamento Fotográfico ............................................................................. 82 
4.5.5 Zoneamento ..................................................................................................... 82 
4.5.6 Detalhamento Técnico do Projeto .................................................................. 84 
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 86 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 88 
APÊNDICE ……..............................................................................................................91 
15 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
1 INTRODUÇÃO 
Nos últimos anos a construção civil tem estado em seu auge de produção e 
desenvolvimento, muito impulsionada em função da facilidade de acesso ao crédito imobiliário 
fomentado principalmente pelo governo federal através de programas como o PAC e o Minha 
Casa Minha Vida. Segundo Romeiro (2014) estes representam uma grande mudança no cenário 
da construção civil brasileira que passou por períodos de pouco investimento nas décadas de 80 e 
90. 
Em contrapartida ao cenário econômico positivo da construção civil temos o ônus deste 
setor, que também cresce proporcionalmente ao seu desenvolvimento, que é o impacto ambiental 
resultante da enorme geração de resíduos, uma vez que representam algo em torno de 25% do 
total de resíduos gerados pela indústria brasileira (MENDES, 2013). 
Embora venham progredindo os estudos e práticas de reciclagem e reaproveitamento de 
materiais refletindo a conscientização das pessoas e, principalmente, em razão das obrigações 
legais que começam a remodelar a indústria da construção civil, ainda é muito baixo o percentual 
de reciclagem de resíduos, índice que não chega nem a 5% dos 65 milhões de toneladas gerados 
por ano pelo setor (CAPELLO, 2006). 
1.1 PROBLEMA 
Uma prática que vem ganhando espaço no cenário nacional e internacional é a utilização 
de contêineres marítimos na construção civil, seja como depósito de materiais, alojamentos ou 
qualquer outra instalação provisória em canteiros de obras e até mesmo como a residência 
propriamente dita. Segundo Balceiro e Ida (2011) cidades de contêiner oferecem uma solução 
alternativa para fornecimento de espaço tradicional. São ideais para escritório e espaço de 
trabalho e habitação. 
O reaproveitamento de contêineres marítimos na construção civil nos remete a muitos 
questionamentos, uma vez que não é um material criado para tal uso, trata-se de uma ―caixa‖ 
retangular metálica com dimensões padronizadas internacionalmente, normalmente construída 
em aço, podendo ainda ser de alumínio ou fibra criado para facilitar o transporte multimodal 
16_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
(RODRIGUES, 2007). Dentre estes questionamentos temos todas as adaptações necessárias para 
transformar um contêiner em moradia e a maior dúvida referente ao assunto é quanto ao âmbito 
térmico (GIANESINI; KIELING, 2014). 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo Geral 
Apresentar uma proposta arquitetônica viável e sustentável utilizando contêineres 
marítimos para residência unifamiliar inserida no município de Ijuí. 
1.2.2 Objetivos específicos 
Constatar as possíveis questões burocráticas envolvendo o uso de um contêiner como 
moradia; 
Levantar as alternativas existentes para o tratamento térmico e acústico; 
Analisar as formas existentes para realizar a união entre dois ou mais contêineres; 
 Verificar a maneira mais prática para instalação do sistema hidráulico e elétrico; 
Comparar alternativas de recortes no contêiner para colocação das aberturas e no que elas 
implicam; 
Desenvolver uma forma de utilização de telhado verde. 
Verificar todas as possibilidades de revestimentos e acabamentos aplicáveis em uma casa 
contêiner; 
Projetar uma residência confortável e sustentável; 
1.3 JUSTIFICATIVA 
Tendo em vista que o termo sustentabilidade vem sendo introduzido de forma cada vez 
mais comum em todos os setores, sejam eles de produção, comércio, serviços e até mesmo nas 
práticas diárias das pessoas, mas principalmente vêm sendo debatido no âmbito da construção 
civil no que se refere a Construção Sustentável visto que este setor é responsável por grande parte 
17 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
da emissão de Carbono e de gases do efeito estufa na atmosfera é que sente-se a necessidade de 
projetar e pensar com respeito ao meio ambiente. 
Práticas sustentáveis como o aproveitamento de contêineres marítimos na construção civil 
são necessárias neste cenário atual, além de dar um destino ecologicamente correto aos 
contêineres cria-se um novo conceito de arquitetura urbana, o aspecto industrial do metal aliado 
ao concreto, alvenarias, madeiras cria um jogo de cores e estilos muito interessantes. 
O desafio de se construir utilizando contêineres marítimos e todas as possibilidades 
arquitetônicas que eles permitem é que tornam esse ―jogo‖ interessante. A possibilidade de uma 
obra residencial, por exemplo, com um baixo custo em comparação a uma construção 
convencional é o grande motivador deste tipo de projeto. 
1.4 DELIMITAÇÃO DO PROJETO 
O projeto caracteriza-se por uma obra residencial unifamiliar de iniciativa 
privada/particular, podendo atender a uma família composta pelo casal e até dois filhos em 
virtude do espaço projetado. 
 
 
18 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
2.1 HISTÓRICO 
2.1.1 Histórico do Município 
Situado na região Noroeste do Rio Grande do Sul (Figura 1), o município de Ijuí fica a 
395 km da capital do Estado, Porto Alegre, está a uma altitude de 328 m acima do nível do mar. 
Sua população é de 82.833 habitantes segundo dados do IBGE de 2015, sendo a terceira cidade 
mais populosa dentre os 216 municípios da região Noroeste/Missões (IBGE, 2015). 
Figura 1: Localização do município de Ijuí no Estado 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Iju%C3%AD 
 A Colônia de Ijuhy foi fundada em 19 de outubro de 1890, este nome na língua Guarany 
significa ―Rio das águas divinas‖, e recebeu imigrantes de várias nacionalidades, o que 
caracteriza hoje o município como Terra das Culturas Diversificadas. É também conhecida como 
cidade universitária, Colmeia do Trabalho, Terra das Fontes de Água Mineral e Portal das 
Missões. 
A formação administrativa do município de Ijuí se deu da seguinte forma: 
19 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Em 19/10/1890 é criada a Colônia de Ijuhy. 
Elevada à categoria de município em 21/01/1912, instalado em 11/02/1912. 
Por Ato Municipal nº 1, de 12/02/1912, são criados os distritos de General Firmino de 
Paula e Doutor Pestana. 
Por Ato Municipal nº 411, de 11/02/1925, é criado o Distrito de Doutor Aragão Bozano. 
 Pelo Decreto Estadual nº 7199, de 31/03/1938, o Distrito de General Firmino de Paula 
passou a denominarse simplesmente General Firmino e permanece no Município de Ijuí. 
Pelo mesmo Decreto, o Distrito de Doutor Aragão Bozano passou a denominarse Doutor 
Bozano e figurou como zona do Distrito de Ijuí, pertencente ao Município de Ijuí. 
Pelo decreto Estadual nº 7842, de 30/06/1939, baixado em virtude de autorização contida 
no DecretoLei Federal nº 3107, de 31/05/1939, o Distrito de General Firmino passou a 
denominarse Ajuricaba. 
Pela Lei Municipal nº 374, de 05/01/1956, foi restabelecido o Distrito de Doutor Bozano 
e criado os distritos de Coronel Barros e Ramada. 
Pela Lei Municipal nº 419, de 22/12/1956, foi criado o Distrito de Barro Preto. 
Pela Lei Municipal nº 840, de 30/04/1964, foi criado o Distrito de Mauá. 
Pela Lei Municipal nº 849, de 21/07/1964, foi criado o Distrito de Chorão. 
Pela Lei Municipal nº 850, de 21/01/1964, foi criado o Distrito de Salto. 
Pela Lei Municipal nº 865, de 04/11/1964, foi criado o Distrito de Linha 8 Leste. 
Pelo Decreto Executivo nº 19, de 02/01/1965, foi alterada a denominação do Distrito 
Linha 8 Leste para Distrito Floresta. 
Pela Lei Estadual nº 5030, de 17/09/1965, foi desmembrado do Município de Ijuí o 
Distrito de Doutor Pestana, para formar o novo município com a denominação de Augusto 
Pestana. 
20 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
Pela Lei Estadual nº 5085, de 08/11/1965, foi desmembrado do Município de Ijuí os 
distritos de Ajuricaba, Ramada e Barro Preto, para formar o novo município com a denominação 
de Ajuricaba. 
Pela Lei Municipal nº 1.979, de 02/03/1984, foi criado o Distrito de Santo Antônio. 
Pela Lei Municipal nº 2.044, de 27/09/1984, foi criado o distrito de Alto da União. 
Pela Lei Municipal nº 2.149, de 19/06/1986, foi criado o Distrito de Santa Lúcia. 
Pela Lei Municipal nº 2.150, de 20/06/1986, foi criado o Distrito de Santana. 
Pela Lei Municipal nº 2.160, de 30/10/1986, foi criado o Distrito de Barreiro. 
Pela Lei Municipal nº 2.194, de 16/06/1987, foi criado o Distrito de Itaí. 
Pela Lei Estadual nº 9.575, de 20/03/1992, foi desmembrado do Município de Ijuí o 
Distrito de Coronel Barros para formar o novo município de mesmo nome. 
Pela Lei Estadual nº 10742, de 16/04/1996, foi desmembrado do Município de Ijuí o 
Distrito de Doutor Bozano, para formar o novo município com a denominação de Bozano. Os 
distritos de Salto e Santa Lúcia são anexados ao município de Bozano. 
O Município de Ijuí é constituído atualmente de 9 distritos: Ijuí, Mauá, Chorão, Floresta, 
Santo Antônio, Alto da União, Barreiro, Santana e Itaí. 
2.1.2 Histórico do tema 
2.1.2.1 Surgimento do Contêiner 
No início da navegação marítima todas as mercadorias eram transportadas em tonéis, por 
ser a forma mais prática encontrada na época devido a dificuldade de embarque e desembarque 
destas mercadorias (SANTOS, 1980). Com o passar do tempo e o desenvolvimento industrial as 
mercadorias manufaturadas foram ganhando as mais diversas formas e tamanhos dificultando seu 
transporte por meio destes tonéis e a necessidade das embalagens serem padronizadas 
internacionalmenteforam ganhando força. Porém somente em 1950 é que as nações 
21 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
conscientizaram-se com a questão da padronização e começaram a ditar as normas para tal, mas 
apenas concordavam num aspecto, que esta embalagem deveria ser metálica (SANTOS, 1980). 
Segundo Santos (1980) os países envolvidos opunham-se em duas propostas de 
padronização, na Europa a International Standards Organization (ISO) e nos Estados Unidos a 
American Standards Association (ASA). Em 1950 o exército americano criou sua embalagem 
chamada de Conex (Figura 2), ou Container Express Service, com as medidas de 6x6x8 pés. 
Figura 2: Trem no Vietnã transportando recipientes Conex contendo rochas 
 
Fonte: O Transporte Marítimo Internacional (SANTOS, 1980) 
Em 1955 o americano Malcom McLean criou a Sea Land Service adquirindo 37 navios 
preparados para o transporte de sua embalagem com dimensões de 35x8x8 ¹/² pés, que passou a 
ser chamada então de container. A partir dai o mundo passou então a sentir a necessidade de 
padronizar também estas medidas destes containers, o que só ocorreu por volta de 1968 quando 
todos os países passaram a adotar as especificações e dimensões da ISO (SANTOS, 1980). 
2.1.2.2 Tipos e características dos contêineres 
Segundo Gianesini e Kieling (2014) contêiner pode ser definido como uma estrutura de 
aço desenvolvida para o transporte intermodal de mercadorias, além de ser resistente e de fácil 
transporte por navios e veículos pesados. 
As normas internacionais são bastante rígidas quanto ao uso dos contêineres para o 
transporte marítimo e, portanto, seu uso esta limitado a aproximadamente dez anos e logo após 
estes materiais são descartados pelas empresas de transporte (MILANEZE et al., 2012). A grande 
oferta deste material, uma vez que é considerado um resíduo após seu descarte, e seu grande 
22 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
potencial no que diz respeito a sua estrutura vem despertando cada vez mais o interesse de 
profissionais da área de construção civil pelo seu reaproveitamento. 
Seguem abaixo os tipos existentes de contêineres e suas especificações (SANTOS, 1980): 
 Dry Box (Figura 3): 
 Comprimento: 20’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438x2,591 
 Dimensões internas CxLxA (m): 5,900x2,352x2,395 
 Capacidade: 
 Peso (t): 21,6 
 Volume (m³): 33,2 
 Dry Box (Figura 3): 
 Comprimento: 40’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,591 
 Dimensões internas CxLxA (m): 12,022x2,352x2,395 
 Capacidade: 
 Peso (t): 26,5 
 Volume (m³): 67,7 
 Dry/High Cube (Figura 3): 
 Comprimento: 40’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,896 
 Dimensões internas CxLxA (m): 12,022x2,352x2,696 
 Capacidade: 
 Peso (t): 26,3 
 Volume (m³): 76,2 
 
 
23 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Figura 3: Contêiner tipo Dry 
 
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/ 
 Reefer (Figura 4): 
 Comprimento: 20’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438x2,591 
 Dimensões internas CxLxA (m): 5,498x2,270x2,267 
 Capacidade: 
 Peso (t): 25,4 
 Volume (m³): 28,3 
 Reefer (Figura 4): 
 Comprimento: 40’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,591 
 Dimensões internas CxLxA (m): 11,151x2,225x2,169 
 Capacidade: 
 Peso (t): 26,0 
 Volume (m³): 55,0 
 
 
 
24 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
 
Figura 4: Contêiner tipo Reefer 
 
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/ 
 Open Top (Figura 5): 
 Comprimento: 20’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438x2,591 
 Dimensões internas CxLxA (m): 5,900x2,352x2,395 
 Capacidade: 
 Peso (t): 21,6 
 Volume (m³): 33,2 
 Open Top (Figura 5): 
 Comprimento: 40’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,591 
 Dimensões internas CxLxA (m): 12,022x2,352x2,395 
 Capacidade: 
 Peso (t): 26,5 
 Volume (m³): 67,7 
 
 
25 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Figura 5: Contêiner tipo Open Top 
 
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/ 
 Flat Rack (Figura 6): 
 Comprimento: 20’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438x2,591 
 Dimensões internas CxLxA (m): 5,798x2,408x2,336 
 Capacidade: 
 Peso (t): 21,6 
 Volume (m³): 33,2 
 Flat Rack (Figura 6): 
 Comprimento: 40’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438x2,591 
 Dimensões internas CxLxA (m): 12,092x2,404x2,002 
 Capacidade: 
 Peso (t): 26,5 
 Volume (m³): 67,7 
 
 
 
 
26 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
Figura 6: Contêiner tipo Flat Rack 
 
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/ 
 Plataform (Figura 7): 
 Comprimento: 20’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438 
 Dimensões internas CxLxA (m): 6,020x2,413 
 Capacidade: 
 Peso (t): 21,6 
 Volume (m³): 33,2 
 Plataform (Figura 7): 
 Comprimento: 40’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 12,192x2,438 
 Dimensões internas CxLxA (m): 12,150x2,290 
 Capacidade: 
 Peso (t): 26,5 
 Volume (m³): 67,7 
 
 
 
27 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Figura 7: Contêiner tipo Plataform 
 
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/ 
 Tank (Figura 8): 
 Comprimento: 20’ pés 
 Dimensões externas CxLxA (m): 6,058x2,438 
 Dimensões internas CxLxA (m): ----- 
 Capacidade: 
 Peso (t): 19 
 Volume (L): 23.000 
Figura 8: Contêiner tipo Tank 
 
Fonte: https://universodalogistica.wordpress.com/2010/05/18/tipos-de-containers/ 
 
 
28 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
2.2 REUTILIZAÇÃO DE CONTÊINERES NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
O uso de contêiner na construção civil vem crescendo cada vez mais, foram introduzidos 
primeiramente como alternativas no canteiro de obras, seja como depósito de materiais, banheiros 
para os empregados e até mesmo como alojamentos temporários a estes funcionários. Segundo 
Balceiro e Ida (2011) a transformação de contêineres velhos e antigos em projetos de habitação 
está em alta em países Europeus. A utilização varia de luxuosas casas até casas com o intuito de 
habitação de baixo custo. 
Dentre as vantagens da construção de uma casa utilizando contêineres marítimos pode-se 
citar a diminuição do impacto ambiental gerado pelo entulho, economia de recursos naturais 
durante a obra, economia nos custos totais da obra, menor geração de resíduos, modularidade, 
adaptabilidade, versatilidade, possibilidade de empilhamento, possibilidade de associação de 
outros materiais, possibilidade de associação de tecnologias sustentáveis, menor custo na compra 
do contêiner das cidades portuárias, meios de transporte até o local de implantação (ROMANO; 
DE PARIS; NEUENFELDT JUNIOR, 2014). 
Por outro lado temos algumas desvantagens do uso de contêineresna construção civil, tais 
como a possibilidade de contaminação com pesticidas, possibilidade de contaminação com 
produtos químicos, grande gasto em combustível para transporte de longas distâncias, 
condutibilidade térmica do contêiner, custos consideráveis para adaptação (ROMANO; DE 
PARIS; NEUENFELDT JUNIOR, 2014). 
2.2.1 Construção Sustentável 
A ideia de reaproveitamento de contêineres marítimos como habitação tem perfil 
extremamente sustentável, uma vez que o contêiner tem vida útil de aproximadamente 10 anos e 
após esse período passa a ser um material descartável e de custo inviável para as grandes 
transportadoras manterem armazenados ocupando espaço útil e prejudicando a produtividade 
(GIANESINI; KIELING, 2014). 
Em seu sentido denotativo sustentabilidade é a capacidade de se sustentar, de se manter, 
mas a grande questão da atualidade esta ligada ao conceito de desenvolvimento sustentável, que 
busca a melhoria de algo ou alguém sem prejudicar outro recurso ou gerações futuras. Para 
29 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Mikhailova (2004) o desenvolvimento sustentável procura a melhoria da qualidade de vida de 
todos os habitantes do mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da 
Terra. 
Como já foi mencionada anteriormente, a construção de uma casa utilizando um contêiner 
marítimo por si só já representa uma prática sustentável, mas vai muito mais além, nos permite 
aplicar diversas outras técnicas conciliando Engenharia e sustentabilidade (SENGE-MG, 2012). 
2.2.1.1 Impactos Ambientais da Construção Civil 
A indústria da construção civil é sem dúvida o setor que gera a maior quantidade de 
resíduos de toda a sociedade, responsável por cerca de 50% a 70% da massa de resíduos sólidos 
urbanos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2002). 
Os Resíduos da Construção Civil (RCC) no Brasil representam dois grandes problemas, 
um deles decorrente da disposição irregular destes resíduos impactando na questão estética, 
ambiental e de saúde pública, e outro que sobrecarrega os sistemas de limpeza municipais (IPEA, 
2012). 
Os RCC são vistos como resíduos de baixa periculosidade, tornando-se preocupantes a 
medida que se observa o grande volume gerado. Entretanto, em meio a estes resíduos também são 
encontrados materiais orgânicos, produtos perigosos e embalagens diversas que podem acumular 
água e favorecer a proliferação de insetos e de outros vetores de doenças (KARPINSK et al., 
2009 apud IPEA, 2012). 
Conforme resolução do Conama nº 307/2002 (CONAMA, 2002 apud SINDUSCON-SP, 
2012) define RCC como sendo os resíduos gerados nas construções, reformas, reparos e 
demolições de obras de construção civil e também os resultantes da preparação e da escavação de 
terrenos, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, 
colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, 
vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc., chamados entulhos de obras, caliça ou metralha. 
Segundo o Sindicato da Indústria da Construção civil de São Paulo (SINDUSCON-SP, 
2012) os principais riscos e danos ambientais provocados pelos RCC são: Derramamento de 
resíduos nas vias públicas causa inundações, poluições e obstruções de tráfego de veículos e 
30 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
pedestres; Não proteção das cargas de resíduos transportadas causa poluição do ar por 
particulados e sujeira nas vias públicas. Descarte em áreas não licenciadas causa multiplicação de 
vetores de doenças e comprometimento da paisagem, do tráfego de pedestres e veículos e do 
sistema de drenagem; grandes impactos sociais e à saúde humana; Não identificação do potencial 
de valorização dos resíduos causa impossibilidade de reutilização ou reciclagem e o aumento na 
exploração de recursos naturais. 
Para melhor identificação e direcionar as disposições finais os RCC foram classificados 
da seguinte forma (CONAMA, 2002 apud SINDUSCON-SP, 2012): 
Classe A: Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de 
construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, 
inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos 
de edificações, tais como componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento 
etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas 
em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras. Destinação: 
reutilização ou reciclagem com uso na forma de agregados, além da disposição final em aterros 
licenciados. 
Classe B: Resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, 
papelão, metais, vidros, madeiras e gesso. Destinação: reutilização, reciclagem ou 
armazenamento temporário. 
Classe C: Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações 
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação, como por exemplo, a lã 
de vidro. Destinação: conforme norma técnica específica. 
Classe D: Resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, 
solventes, óleos, vernizes e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de 
demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem 
como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à 
saúde. Destinação: conforme norma técnica específica. 
31 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Entretanto, o objeto em pesquisa (contêiner) não se classifica em nenhuma destas 
categorias, haja visto que não se trata de um material oriundo da construção civil, mas sim 
proveniente do setor de transportes intermodal e reaproveitado na indústria da construção civil. 
Segundo Silva Filho (2005 apud IPEA, 2012) a composição média dos materiais de RCC 
é de 63% argamassa, 29% concreto e blocos, 7% outros e 1% orgânicos. Portanto, o uso do 
contêiner como alternativa a construção civil pode representar uma redução de aproximadamente 
92% da geração de RCC, pois pode eliminar totalmente o uso de argamassas, concretos e blocos 
durante a obra. 
2.2.1.2 Reaproveitamento da Água das Chuvas 
Simplesmente o bem mais precioso da natureza, a água é o recurso natural em escassez 
mais preocupante para a humanidade. Cerca de 2/3 da superfície da terra são banhadas pelos 
oceanos. O volume total de água no planeta estima-se em torno de 1,35 milhões de quilômetros 
cúbicos sendo que 97,5% são de água salgada encontradas nos mares e oceanos e apenas 2,5% 
representam o volume de água doce. Não bastasse essa pequena proporção de água doce, boa 
parte desta encontra-se em regiões de difícil acesso como aquíferos e geleiras e somente 0,007% 
da água doce está em regiões de fácil acesso como lagos, rios e atmosfera (UNIAGUA, 2006 
apud WEIERBACHER, 2008). 
O índice mais relevante com relação ao consumo de água nas áreas urbanas é o consumo 
diário per capita expresso em litros por habitante por dia (L/Hab.dia). Segundo Senge (2012) o 
consumo médio per capita é de 150 litros/pessoa.dia. 
Como forma de combater o desperdício de água tratada, temos a coleta da água das 
chuvas que pode ser utilizada na descarga de vasos sanitários, em máquinas de lavar roupa, usos 
em jardins internos e externos, lavagem de calçadas e automóveis, podendo chegar a uma 
economia de até 50% do consumo de uma casa (KEELER, 2010). A escassez, a perda da 
qualidade dos mananciais pela crescentepoluição, associadas a serviços de abastecimento 
públicos ineficientes, são fatores que têm despertado diversos setores da sociedade para a 
necessidade da conservação da água. 
32 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
Além disso, May (2004 apud WEIERBACHER, 2008) cita outros aspectos positivos 
quanto ao aproveitamento da água pluvial, redução do consumo de água potável diminuindo os 
custos de água fornecida pelas companhias de abastecimento e minimizar riscos de enchentes e 
preservar o meio ambiente reduzindo a escassez de recursos hídricos. 
Segundo Senge (2012) para se projetar um sistema de coleta e reaproveitamento da água 
das chuvas é necessário calcular o potencial de armazenamento de água pluvial de um telhado 
através da seguinte fórmula: 
Q = A x Ip x P x Ds 
Onde: Q = quantidade de água armazenada 
A = área de coleta (telhado comprimento x largura) 
Ip = índice pluviométrico local 
P = potencial do telhado (usual = 0,88 por condições de absorção e outras) 
Ds = descarte (usual = 0,90, pois descartamos as primeiras águas) 
Segundo Acquasave (2008 apud WEIERBACHER, 2008) ―um sistema de captação de 
águas pluviais é composto de 4 componentes básicos: captação da água, filtragem, 
armazenamento e distribuição‖ conforme pode ser visto da figura 9. A captação da água da chuva 
é feita através de telhados, lajes de cobertura e varandas. 
 
 
 
 
 
 
33 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Figura 9: Sistema de captação de águas pluviais 
 
Fonte: ACQUASAVE (2008 apud WEIERBACHER, 2008) 
2.2.1.3 Telhado Verde 
A definição para telhado verde nada mais é do que um sistema construtivo para coberturas 
de edificações de qualquer finalidade (residenciais, comerciais, industriais, etc.) utilizando algum 
tipo de vegetação, seja grama ou plantas e pode ser aplicado sobre lajes ou sobre telhados 
convencionais proporcionando um maior conforto térmico e acústico nos ambientes internos 
(Figura 10). A principal função de um telhado verde é aumentar as áreas verdes no meio urbano 
melhorando o meio ambiente e reduzindo as ilhas de calor (SILVA, 2011). 
 
34 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
Figura 10: Exemplo de telhado verde 
 
Fonte: http://casa.abril.com.br/materia/telhado-verde-guz-wilkinson 
A redução de calor na superfície de uma laje, por exemplo, quando instalado um telhado 
verde pode chegar a 15°C influenciando no conforto térmico do ambiente interno e se utilizado 
em larga escala poderia reduzir de 1°C a 2°C a temperatura em grandes cidades 
(SPANGENBERG, 2004 apud SILVA 2011). 
Segundo Baldessar (2012), dentro os benefícios de um telhado verde podemos citar: 
Retenção de água de chuva, melhoria da qualidade da água, redução da Ilha-de-calor urbano, 
qualidade do ar e fluxos de ar, conservação de energia, habitat, estética e recuperação do espaço 
de zoneamento, custos, benefícios econômicos e durabilidade. 
A instalação de um telhado verde demanda uma estrutura específica na cobertura da obra. 
Se a cobertura for uma laje ou assemelhado, há a necessidade de sua completa 
impermeabilização, se for feito sobre telhas cerâmicas é preciso retirá-las e colocar placas de 
compensado que vão servir como a base para a cobertura vegetal (SILVA, 2011). 
Segundo Baldessar (2012) um telhado verde é composto, geralmente, por seis camadas, 
conforme pode ser visto na figura 11, dispostas da seguinte forma: 
 
 
35 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Figura 11: Composição de um telhado verde 
 
Fonte: BALDESSAR (2012) 
Camada 01: pavimento do telhado, isolamento e impermeabilização – Consiste da 
estrutura que irá sustentar todo o sistema podendo ser a própria laje ou placas de compensado 
fixadas sobre a estrutura do telhado. Impermeabilização imprescindível para evitar qualquer tipo 
de infiltração ou retenção de água promovendo patologias na edificação. O principal material 
utilizado para impermeabilização é a manta asfáltica. 
Camada 02: proteção e camada de armazenamento - Camada alternativa; ela pode ser 
em formas de plástico, em formato de copos, com reentrâncias na superfície superior para captar 
ou reter água. Função de manter úmido o substrato. 
Camada 03: camada de drenagem – Camada com função de recolher o excesso de água 
que não foi absorvido pela vegetação e pelo substrato e direcionar para o sistema de águas 
pluviais. Podem ser de material sintético ou material mineral granulado com grande 
permeabilidade. 
Camada 04: camada anti-raiz e filtro permeável – Consiste em um geotêxtil com 
função de separar a camada inferior de substrato e a camada de drenagem. 
Camada 05: camada de substrato – Faz as vezes do solo à vegetação para o telhado 
verde, em geral não são usados meios de cultura com texturas finas, macia e de terra para não 
ficar lamacento ou pegajoso quando estiver molhado. São sugeridos usar partículas de 
granulometria maior que as areias, silte e argilas que compõem o solo tendo um aspecto arenoso. 
36 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
Camada 06: vegetação - A vegetação a ser usada em um telhado verde pode ser 
classificada como extensiva ou intensiva, onde a primeira é definida por exigir baixa manutenção 
e a segunda possui um grau de complexidade maior exigindo maiores cuidados de instalação e 
manutenção. Os tipos de plantas mais adequadas são as nativas (plantas próprias da região, 
acostumadas ao clima típico do local) principalmente em locais com condições de seca. Porém 
plantas exóticas, que se encontram adaptadas ao meio, também podem ser usadas. As mais 
utilizadas são as suculentas, aquelas que contém bastante água em seus tecidos, caso das plantas 
da família Seduns, que tem por características folhas parecidas com pequenos gomos macios. 
A aplicação de telhado verde em casa contêiner é bastante comum, ainda que não 
tenhamos tantas casas deste tipo no país, a sua grande maioria conta com este tipo de cobertura. 
O formato do contêiner e a necessidade de um tratamento termo acústico favorecem a utilização 
deste sistema de cobertura em uma casa contêiner (Figura 12). 
Figura 12: Casa contêiner com telhado verde 
 
Fonte: https://bemarquitetura.files.wordpress.com/2012/06/r4-house-image.jpg 
2.2.2 Processo Construtivo 
A partir do momento que se opta pelo uso de contêineres marítimos, em substituição aos 
sistemas construtivos tradicionais, devem ser tomados alguns cuidados, pois são inúmeros os 
fatores que podem prejudicar todo o projeto inclusive tornando-o inviável. 
37 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Segundo Castilho e Ikegami (2015) é muito importante ter conhecimento sobre a 
procedência do contêiner, ele deve estar nacionalizado para que se possa promover 
transformações em sua estrutura, condição obrigatória uma vez que está sendo alterada suas 
características originais. Quando adquirido um contêiner é de extrema importância exigir os 
documentos referentes aos impostos de nacionalização, pagos no ato da compra. São 2 os 
documentos existentes, Licença de importação (LI) e Documento de Importação (DI), em ambos 
consta o número de registro do contêiner que deveráser confrontado com a placa de identificação 
CSC (Container Safety Convention), conforme figuras 13 e 14, que é equivalente a uma placa de 
um veículo, indispensável para seu uso no transporte internacional. 
Figura 13: Identificação do contêiner na placa CSC 
 
Fonte: http://minhacasacontainer.com/2015/04/30/como-escolher-um-container-para-sua-casa/ 
 
38 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
Figura 14: Número de identificação do contêiner exposto em sua estrutura 
 
Fonte: http://minhacasacontainer.com/2015/04/30/como-escolher-um-container-para-sua-casa/ 
Outro fator importantíssimo que deve ser observado é quanto ao perigo de contaminação 
radioativa e biológica (Figura 15), não há como identificar o que foi transportado neste contêiner 
durante seu uso no transporte internacional, mas podem ser feitos laudos assegurando que não há 
riscos a saúde dos futuros moradores. Este laudo é feito por um técnico com conhecimentos nos 
critérios internacionais de inspeção de contêineres marítimos, o mais abrangente e detalhado 
deles é o Institute of International Container Lessors (IICL) (CASTILHO; IKEGAMI, 2015). 
Figura 15: Exemplos de contaminação e ataques químicos 
 
Fonte: http://minhacasacontainer.com/2015/04/30/como-escolher-um-container-para-sua-casa/ 
39 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
2.2.2.1 Tratamento Térmico e Acústico 
Para muitos o grande desafio na construção de uma casa contêiner é o tratamento térmico 
e acústico, pois o aço, material que é feito o contêiner, é um ótimo condutor de calor e péssimo 
isolante acústico. A escolha por um telhado verde já citado no item 2.2.1.3 é uma excelente 
alternativa para auxiliar na questão térmica e acústica. 
Segundo Domingos (2014) o conforto térmico pode ser definido pela sensação de bem 
estar, relacionada à temperatura ambiente e umidade. Isto envolve equilibrar o calor produzido 
pelo corpo com o calor perdido para o meio ambiente circundante. E complementa que conforto 
acústico existe quando o ambiente proporciona boa inteligibilidade da fala (ou clareza musical) e 
ausência de sons indesejáveis no ambiente, criando uma sensação de paz e bem-estar. 
Apesar de o contêiner ser uma estrutura pesada, possui pouca espessura de matéria 
separando o ambiente interno do externo. Isso provoca um ganho excessivo de calor durante o dia 
e a perda muito rápida durante a noite ou em dias nublados conforme ilustrado na figura 16 
(GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014). 
Figura 16: Ilustração do comportamento do calor durante o dia e a noite 
 
Fonte: GARRIDO (2011 APUD DOMINGOS, 2014) 
Existem muitas alternativas para o tratamento térmico/acústico no mercado, a seguir serão 
apresentados algumas soluções: 
- Piso de Cortiça: As folhas de cortiça utilizam as propriedades naturais da cortiça com o 
melhor proveito se tornando populares como materiais isolantes (Figura 17). A cortiça oferece 
um desempenho de isolamento superior e tem ampla aplicação em diversos aspectos da indústria 
da construção. São utilizadas como isolamento de revestimento externo e podem ser integradas 
tanto em sistemas de parede como em sistemas de telhado. Os pisos de cortiça abafam o som ao 
40 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
invés de amplificarem o som como fazem os pisos de madeira (GARRIDO, 2011 apud 
DOMINGOS, 2014). 
Figura 17: Piso de cortiça 
 
Fonte: http://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/manta-natural-de-cortica-reduz-com-eficiencia-ruido-de-impacto-
entre-pavimentos_3686_0_1 
- Argila Expandida: Trata-se de um agregado graúdo leve e com formato arredondado, 
pode ser utilizada na cobertura de contêineres por possuir micro porosidade fechada 
possibilitando uma elevada capacidade de isolamento termo acústico (Figura 18). Sua aplicação é 
feita espalhando o material sobre a cobertura formando uma camada de 5 a 10 cm. A argila 
expandida possui ainda outras propriedades interessantes, é um material de alta resistência, 
apresenta inércia química, possui estabilidade dimensional e resistência ao fogo (GARRIDO, 
2011 apud DOMINGOS, 2014). 
Figura 18: Argila expandida 
 
Fonte: http:www.minasit.com.br 
- Manta de Fibra de Poliéster: Com espessura média de 8mm trata-se de um composto 
de fibras recicladas fabricadas a partir de garrafas PET (Figura 19), atuando principalmente como 
isolamento acústico de superfícies. Pode ser aplicada entre a chapa do contêiner e o piso, garante 
41 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
alta eficiência na absorção das vibrações produzidas pelo ruído de impacto em pisos por ser 
altamente resiliente/elástica. Atende ao mais alto nível de desempenho das especificações da 
NBR 15575-3 com isolamento L'nT,w 49 dB (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014). 
Figura 19: Manta de Poliéster 
 
Fonte: www.ecosilenzio.com.br/ 
- Fibra Cerâmica: Fabricada a partir da eletrofusão da alumina com sílica trata-se de um 
produto muito leve e isento de amianto, podem ser encontrados em forma de flocos, mantas, 
painéis, módulos, placas, tecidos, cordas e coatings (Figura 20). Podem ser usadas em diversos 
locais de difícil acesso. Apresenta boa resistência a tração, corrosão, não sofre ataques químicos e 
apresenta baixa condutibilidade térmica e baixíssimo armazenamento de calor (GARRIDO, 2011 
apud DOMINGOS, 2014). 
Figura 20: Fibra cerâmica 
 
Fonte: http://www.hemeisolantes.com.br/fibra-ceramica-manta/fibra-ceramica-sem-revestimento.html 
42 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
- Lã de Rocha: Pode ser encontrada em forma de placa ou manta e é produzida a partir de 
fibras minerais de rochas vulcânicas, rochas basálticas especiais e outros minerais (Figura 21). 
Este material além de não reter água, pois possui estrutura não capilar, as alterações perante 
eventuais condensações são nulas. Material inócuo, incombustível e perene e possui excelentes 
níveis de isolamento térmico e acústico (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014). 
Figura 21: Lã de rocha 
 
Fonte: http://www.isar.com.br/produtos/isolamento-termico/la-de-rocha/mantas-mit/ 
- Lã de Vidro: Sem dúvida o melhor isolante térmico e acústico devido seu ótimo 
coeficiente de absorção acústica e baixa condutibilidade térmica (Figura 22). Muito usado na 
construção civil em coberturas, forros, telhas metálicas, divisórias, paredes, dutos de ar 
condicionado, equipamentos industriais, tanques, tubulações, estufas e aquecedores, dentre 
outras. A lã de vidro está disponível em vários formatos: feltro, manta, painel, calha, flocos e 
forro. Também pode ser fornecida com algumas opções de revestimento: lã de vidro ensacada, lã 
de vidro com véu, lã de vidro com papel kraft aluminizado, entre outros (GARRIDO, 2011 apud 
DOMINGOS, 2014). 
 
 
 
 
43 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Figura 22: Lã de vidro 
 
Fonte: http://www.refratil.com.br/produto/la-de-vidro 
- Lã de Pet – Isosoft: Fabricado a partir da reciclagem de garrafas pet, a lã de pet é uma 
excelente opção ao tratamento térmico e acústico aliando alto índice de conforto e 
sustentabilidade. Vem substituindo o uso de lã de rocha e lã de vidro e contribuindo para a 
construção de obrasecologicamente corretas (Figura 23). Fabricado em diversas densidades e 
dimensões, a lã de pet cria uma barreira à passagem de calor, quando utilizado em coberturas e 
fachadas melhoram o conforto térmico e reduzem o consumo de energia com os condicionadores 
de ar (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014). 
Figura 23: Lã de pet - Isosoft 
 
Fonte: http://ecoeficientes.com.br/guia-de-empresas/isosoft-isolante-termoacustico/ 
- Tinta Isolante Térmica: Serve principalmente para atenuar o calor, a tinta isolante 
térmica é um revestimento elastomérico à base de água que incorpora em sua formulação 
polímeros acrílicos combinados com microesferas de cerâmica. Essa tinta é utilizada para a 
impermeabilização de lajes, telhados, caixas d'água, paredes, galpões, depósitos etc. O poder de 
44 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
isolamento térmico das microesferas de cerâmica proporciona excelente desempenho ao produto, 
pois diminui o calor causado pela incidência da radiação solar e reduz em até 65% o calor 
absorvido pelas chapas metálicas e telhados. Elimina as goteiras com o tratamento dos parafusos 
de fixação e eventuais trincas; Prolonga a vida útil das chapas metálicas, formando uma barreira, 
não permitindo o contato com o ar atmosférico; Isolante Térmico: reflete até 60% da radiação 
solar. Impermeabilizante :revestimento elastomérico que acompanha a movimentação das chapas 
metálicas formando uma camada monolítica de emborrachamento; Isolante Acústico: reduz o 
barulho da chuva em até 60%. 100% Acrílico: composto com polímeros acrílicos especiais, não 
trinca, não descasca e não envelhece; Resistente aos raios UV:100% acrílico, não contém 
plásticos que envelhecem, permanecendo flexível durante todo o tempo; Pode ser lavada sem 
alterações de suas propriedades (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014). 
- Películas para Vidros – 3M Prestige: Película transparente com nanotecnologia não 
metalizada criando refletividade inferior à do vidro deixando mais transparente e protegido do 
calor (Figura 24). Rejeição de luz infravermelha que produz calor em até 97% e 99,9% dos raios 
UV (GARRIDO, 2011 apud DOMINGOS, 2014). 
Figura 24: Película para vidros 
 
Fonte: http://abr-casa.com.br/blog/residencia-sustentavel/category/pelicula-para-vidros/ 
45 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
- Vidros de Proteção Solar: Vidros especiais de proteção solar podem reduzir de 30 a 
70% a entrada de calor, mantendo a temperatura mais agradável conforme figura 25. O vidro de 
proteção solar recebe esta característica já na linha de produção e, por isso, tem alta resistência e 
não trata-se apenas de uma película aplicada após a instalação do vidro (GARRIDO, 2011 apud 
DOMINGOS, 2014). 
Figura 25: Vidros de proteção solar 
 
Fonte: http://www.vidroshabitat.com.br/site/ProtecaoSolar 
2.2.2.2 Instalação das Esquadrias 
Para Miranda (2014) esquadria é um elemento de vedação vertical utilizado no 
fechamento de aberturas (vãos), com a função de controle de passagem de agentes como a 
umidade, poeira, insetos, calor, visão, chuva, vento, intrusos, etc. 
A instalação das esquadrias em um contêiner requer um cuidado muito grande e mão de 
obra qualificada. Com projeto arquitetônico em mãos, devem ser marcados os locais de recorte 
das chapas nos contêineres e conferidos certificando-se que foram corretamente marcados para 
que depois possam ser recortadas as chapas para futura instalação das esquadrias. Após cortada a 
chapa, não há como voltar atrás e uma solda mal feita para tentar consertar um corte errado, pode 
gerar eletrólise, ficar porosa, prejudicando a estética e facilitando o surgimento de corrosões e 
infiltrações (CASTILHO; IKEGAMI; KOCHANOWSKI, 2015). 
46 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
Em geral, os cortes em contêiner são feitos com lixadeiras e maçaricos (Figura 26), mas 
existem métodos mais eficazes, claro que isso também deve elevar o custo do serviço, utilizando 
máquinas de corte a plasma (Figura 27) (CASTILHO; IKEGAMI; KOCHANOWSKI, 2015). 
Figura 26: Corte de chapa com maçarico 
 
Fonte: Castilho, Ikegami e Kochanowski (2015) 
Figura 27: Corte a plasma 
 
Fonte: Castilho, Ikegami e Kochanowski (2015) 
47 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Segundo Castilho, Ikegami e Kochanowski (2015), quanto mais cortes, mais serviços e 
materiais serão necessários. Muitos cortes enfraquecem a estrutura do container e com isso será 
necessário instalar reforços para reestruturação, consequentemente, os custos aumentam. 
Além da quantidade de cortes, existem locais que não devem ser alterados ou cortados 
que são as estruturas principais do contêiner, longarinas laterais superiores e inferiores e postes 
identificados na figura 28 a seguir (CASTILHO; IKEGAMI; KOCHANOWSKI, 2015): 
Figura 28: Longarinas laterais superior e inferior e poste 
 
Fonte: Castilho, Ikegami e Kochanowski (2015) 
Cortes no piso, geralmente feitos para acesso de escadas também devem ser moderados 
para não enfraquecer a sua estrutura principal. 
Após todos esses cuidados, basta que sejam instaladas as esquadrias seguindo os mesmos 
procedimentos para uma obra convencional. 
2.2.2.3 Fundação 
Para Barros (2011) ―fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao 
terreno as cargas da estrutura. Devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas 
pelos esforços solicitantes‖. 
Os tipos de fundações podem ser classificadas de duas formas, diretas ou indiretas, sendo 
que as fundações diretas são aquelas que transferem as cargas para camadas de solo capazes de 
suportá-las sem deformar-se exageradamente e fundações indiretas são aquelas que transferem as 
48 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
cargas por efeito de atrito lateral do elemento com o solo e por efeito de ponta. As fundações 
indiretas são todas profundas, devido às dimensões das peças estruturais (BARROS, 2011). 
Em geral as fundações usadas em obras com contêiner são sempre diretas, claro que 
devem ser observadas todas as características do terreno, mas sua estrutura que já é 
autossustentável permite e favorece a uma fundação mais simplificada, é comum vermos casas de 
contêineres apenas apoiadas em suas quatro extremidades em pequenos blocos retangulares de 
concreto conforme figura 29 (XAVIER, 2015). 
Figura 29: Casa Contêiner apoiada apenas em suas extremidades 
 
Fonte: http://evolutionempresas.com.br/noticias/casa-container#prettyPhoto[pp_gal]/5/ 
Para Almeida (2011) uma casa contêiner pode ser apoiada apenas em suas extremidades, 
observadas as características do terreno, sobre sapatas isoladas sem ferragens, trabalhando 
basicamente o esforço de compressão conforme podemos observar na figura 30 durante a 
concretagem da sapata. 
 
 
 
 
49 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
Figura 30: Concretagem sapatas isoladas sem ferragem para casa contêiner 
 
Fonte: http://projetocasacontainer.ad7comunicacao.com.br/tag/fundacao/ 
2.2.2.4 Instalação do Sistema Elétrico e Hidrossanitário 
O sistema elétrico e hidrossanitário seguem os mesmos padrões de obras convencionais, 
basicamente serão instaladosantes de inserir a camada de isolamento interno do contêiner. São 
parecidos aos processos construtivos do tipo frame pela semelhança das paredes e divisórias. 
Segundo Souza (2013) nos vãos entre a chapa de aço do contêiner e a camada de 
revestimento criam-se vãos para a passagem dos eletrodutos e canos do sistema hidrossanitário 
conforme podemos observar na figura 31. 
Figura 31: Tubulação em contêiner 
 
Fonte: http://www.assisnews.com.br/editoriais/blogs-e-colunas/pergunte-ao-arquiteto/2013/11/casa-de-container-
uma-solucao-construtiva.html 
50 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
2.2.2.5 Disposição e União entre Contêineres 
Segundo Domingos (2014), ainda que suas dimensões possam limitar seu layout interno, 
modularmente, em conjunto, os contêineres permitem infinitos arranjos espaciais que resolvem 
este problema. 
Conforme relata Xavier (2015) em seu blog, quando os contêineres chegam ao seu 
destino, eles são colocados um a um sobre a fundação com o auxilio, geralmente, de um 
guindaste ou munk. Depois de perfeitamente encaixados são soldados para não haver risco de 
deslizamento. Muito embora isso não ocorrerá, já que os contêineres são bem pesados e 
projetados para transporte de grandes cargas, sendo apenas necessário serem fixados nos cantos 
para estarem seguros, da mesma forma que ocorre em um navio. 
Em geral, a união entre os contêineres é feita através de soldagem in loco e sua fixação na 
base (fundação), opcional, feita da mesma maneira que é feita nos navios e caminhões, através de 
pinos encaixados nas extremidades do contêiner (Figura 32). 
Figura 32: Fixação dos contêineres 
 
Fonte: Domingos (2014) 
De acordo com Kotnik (2010 apud DE CAMARGO 2014), existem duas maneiras através 
das quais as construções em container podem ser estruturadas, projetadas, dependendo da posição 
e relação entre as unidades. Os módulos podem ser empilhados uns junto aos outros, sem 
nenhuma separação; ou podem ser combinados com espaçamento entre eles. 
2.2.2.6 Revestimentos 
A estrutura do contêiner exige que seja instalado algum tipo de revestimento em seu 
interior dando o acabamento desejado a obra, cobrindo o material utilizado para o isolamento 
51 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
térmico e acústico e as tubulações do sistema elétrico e hidráulico. A ―parede‖ da residência em 
contêiner será uma espécie de sanduiche, formado pela chapa de aço, pelo isolante 
térmico/acústico, pelas tubulações elétricas e hidrossanitárias e pelo revestimento escolhido 
conforme podemos observar no esquema da figura 33. 
Figura 33: Esquema usual de uma parede de casa contêiner 
 
Fonte: Gianesini e Kieling (2014) 
Existem diversos materiais capazes de suprir esta necessidade, abaixo seguem alguns 
deles: 
- Gesso acartonado; 
- Placas de compensado; 
- Placas OSB; 
- Placas cimentícias; 
- Chapas de MDF. 
Sobre estes revestimentos há ainda a possibilidade de dar o acabamento final desejado, 
seja um revestimento argamassado, seja com cerâmica ou porcelanato, papel de parede, etc. 
2.2.2.7 Ligação entre o Contêiner e Alvenaria Convencional 
A ligação entre a estrutura metálica de uma edificação e a alvenaria de vedação pode ser 
do tipo vinculada quando a estrutura e a alvenaria devem trabalhar unidas com mesmo tipo de 
esforço, deformação ou desvinculada quando essa solicitação for diferente para cada elemento 
(GONZALEZ, 2003). 
52 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
Porém para o caso de ligações entre a alvenaria e a parede do contêiner não se costuma 
usar a alvenaria como vedação, mas sim como um elemento complementar dentro de um projeto 
residencial ou comercial, onde precisa apenas que haja a união e vedação nestas faces de ligação. 
Portanto qualquer uma das soluções de ligação será válida, seja utilizando ―ferro cabelo‖ ou tela 
soldada galvanizada, casos de ligação vinculada ou 2 cantoneiras metálicas paralelas soldadas ao 
contêiner usada nos casos de ligação desvinculada (GONZALEZ, 2003). 
2.2.2.8 Tempo e Custo da Obra 
Com relação ao tempo de execução de uma obra em contêineres, pode-se afirmar que é 
muito mais rápida do que de uma obra convencional, porém com relação ao custo há algumas 
divergências entre os autores. 
Para Ferraro (2015) os custos de obra deste sistema são similares aos de uma construção 
convencional, porém com algumas vantagens: por se tratar de uma ―caixa pronta‖, a arquitetura 
modular a partir de containers representa uma obra muito mais rápida. Ela afirma ainda que, a 
economia que uma obra neste sistema pode gerar vem, portanto, do tempo reduzido desta 
construção: uma obra finalizada em menos tempo retorna mais rápido o seu investimento. 
Segundo Kronenburg (2007 apud DE CAMARGO, 2014), as principais vantagens de 
construções comerciais e/ou institucionais pré-fabricadas são a flexibilidade e baixo custo. 
Para Domingos (2014), a principal vantagem é a econômica, visto que há uma diferença 
de aproximadamente 35% no custo total da residência, desde a fundação da casa até o 
revestimento externo. 
2.3 LEGISLAÇÃO 
2.3.1 Legislação Urbana, Federal e Específica 
No Código de Obras vigente no município de Ijuí não constam artigos específicos sobre 
execução de obras utilizando contêineres marítimos. Por se tratar de uma obra residencial 
unifamiliar não se aplicam as especificações técnicas de Segurança e Acessibilidade conforme 
constam nas normas ABNT NBR 9050 e NBR 9077. 
53 
 
______________________________________________________________________________
Casa Contêiner: Uma Proposta de Residência Unifamiliar Sustentável 
A única exigência, especificamente, para uma obra com contêiner é que este ―material‖ 
deve conter a LI e a DI conforme já mencionado no item 2.2.2. 
2.4 ANÁLISE DE MODELOS 
2.4.1 Análise de Modelo 01 – Container Loft 
2.4.1.1 Apresentação do Projeto 
Dados do Projeto: 
 Local: CasaCor Santa Catarina – Florianópolis – SC 
 Data: 2010 (projeto desenvolvido exclusivo para a feira) 
 Área Construída: 47m² 
 Profissionais responsáveis: Arquiteta Lívia Ferraro e Arquiteto Lair Schweig 
O Container Loft foi desenvolvido para a mostra CasaCor Santa Catarina 2010 que ocorre 
anualmente em Florianópolis-SC, composto por dois contêineres do tipo Refeer de 20’ pés 
entrecruzados foi montada uma residência concebida para um casal (Figura 34). O loft contém 
sala de estar, cozinha, banheiro e lavanderia no pavimento térreo e um quarto e varanda no 
pavimento superior. A proposta foi, além do uso de contêineres marítimos, projetada em uma 
arquitetura de baixo impacto, com reutilização de materiais e respeito ao meio ambiente. 
Figura 34: Container Loft 
 
Fonte: http://www.ferrarohabitat.com/galeria.php#prettyPhoto 
54 
 
_____________________________________________________________________________________________
Filipe Klein Rodrigues (filipe.bucanes@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí. DCEENG/UNIJUÍ, 
2015 
O projeto conta com madeira de reflorestamento, rodapés 95% reciclados de poliestireno, 
piso de pvc com base de borracha (pneu reciclado), pintura térmica à base d’água, iluminação 
externa em leds, painéis fotovoltaicos que são responsáveis por 50% da geração de energia, 
mosaico que aproveita os restos de porcelanato e os próprios containers que são reutilizados e 
reciclados. Sobre o pergolado da lavanderia e do dormitório é que foram instalados painéis 
fotovoltaicos, uma arquitetura que une forma e função. 
A lavanderia fica embutida nas

Continue navegando