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Puncaovenosajugular-Silva-2021

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1 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ENFERMAGEM 
MESTRADO ACADÊMICO 
 
 
 
FRANCISCA SIMONE DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
PUNÇÃO VENOSA EM JUGULAR EXTERNA: CONHECIMENTO 
AUTORREFERIDO POR ESTUDANTES DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL - RN 
2021 
FRANCISCA SIMONE DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PUNÇÃO VENOSA EM JUGULAR EXTERNA: CONHECIMENTO 
AUTORREFERIDO POR ESTUDANTES DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Enfermagem da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como requisito 
para obtenção do título de Mestre em 
Enfermagem. 
 
Área de concentração: Enfermagem na 
atenção à saúde 
 
Linha de Pesquisa: Desenvolvimento 
Tecnológico em Saúde e Enfermagem 
 
Orientadora: Dr.ª Maria Alzete de Lima 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL - RN 
2021 
 
 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Bertha Cruz Enders - 
-Escola de Saúde da UFRN - ESUFRN 
 
 Silva, Francisca Simone da. 
 Punção venosa em jugular externa: conhecimento autorreferido 
por estudantes de enfermagem / Francisca Simone da Silva. - 
2021. 
 75f.: il. 
 
 Dissertação (Mestrado em Enfermagem)- Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de 
Pós-graduação em Enfermagem. Natal, RN, 2020. 
 Orientadora: Maria Alzete de Lima. 
 
 
 1. Educação em enfermagem - Dissertação. 2. Procedimentos 
clínicos - Dissertação. 3. Cuidados críticos - Dissertação. I. 
Lima, Maria Alzete de. II. Título. 
 
RN/UF/BS-Escola de Saúde CDU 616-083:37 
 
 
 
 
 
Elaborado por MAGALI ARAUJO DAMASCENO DE OLIVEIRA - CRB-15/519 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCISCA SIMONE DA SILVA 
 
PUNÇÃO VENOSA EM JUGULAR EXTERNA: CONHECIMENTO 
AUTORREFERIDO POR ESTUDANTES DE ENFERMAGEM 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Enfermagem da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte como requisito 
para obtenção do título de Mestre em 
Enfermagem. 
 
 
Aprovado em: 26 de fevereiro de 2021. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
________________________________________________________________ 
Prof.ª Dr.ª Maria Alzete de Lima - Presidente 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
 
________________________________________________________________ 
Prof. Dr. Richardson Augusto Rosendo da Silva - Examinador Interno ao Programa 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
 
 
________________________________________________________________ 
Prof. Dr. Fernando José Guedes da Silva - Examinador Externo ao Programa 
Universidade Federal do Piauí – UFPI 
 
 
________________________________________________________________ 
Prof. Dr. Ana Roberta Vilarouca da Silva- Examinador Externo ao Programa 
Universidade Federal do Piauí – UFPI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esperar o tempo de Deus me tornou 
forte e confiante durante a caminhada. 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, por todo o cuidado e zelo, pela firmeza e confiança, por me fazer acreditar 
dia a dia no meu sonho. Muitas vezes foi apenas eu e Ele. Obrigada por tanto amor, 
diante de todas as dificuldades em nenhum momento me deixaste sozinha, gratidão. 
Aos meus pais Vera e Adão (Louro), pela dedicação e empenho em proporcionar a 
melhor educação que poderia ter, mesmo distantes se fazem presentes em todos os 
momentos, tê-los em minha vida aquece meu coração e tranquiliza minha alma, amo 
vocês. 
Ao meu noivo Raimundo (Ray), pelo apoio incondicional durante toda a caminhada, 
seu carinho, dedicação, amor e cuidado foi fundamental para a concretização desse 
sonho. 
Aos meus irmãos Sabrina, Gerson e Gean, por tornarem a caminhada mais leve com 
os momentos de descontração. 
Ao meu avós Chico Bonifácio (in memorian) e Salete, por todas as orações e cuidado. 
Vó, sua partida tornou a jornada mais difícil, mas as lembranças do nosso maravilhoso 
convívio aquecem e tranquilizam meu coração. 
A minha turma do Mestrado, por todo conhecimento compartilhado e por tantos 
momentos felizes e descontraídos. 
A banca de qualificação e defesa pelas contribuições na conclusão desta pesquisa. 
A minha orientadora Dra. Maria Alzete de Lima, pela dedicação na condução dessa 
pesquisa, seu apoio e direcionamento foram fundamentais para o alcance dos 
resultados. Obrigada pela confiança, compreensão e dedicação. 
 
 
 
 
SILVA, F.S. Punção venosa em jugular externa: conhecimento autorreferido por 
estudantes de enfermagem. Natal, 2021. Dissertação de Mestrado, 75 folhas. 
Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (RN), 2021. 
 
 
RESUMO 
 
Acesso venoso periférico é um procedimento frequente nos serviços de assistência à 
saúde, tornando-se um desafio para o profissional enfermeiro quando o sítio venoso 
é a jugular externa, visto ser um procedimento que requer avaliação clínica precisa, 
habilidades, domínio da fisiologia e anatomia, competências específicas alcançadas 
na formação técnico-científica profissional, que requerem integração de saberes 
múltiplos e complexos. Nesse sentido, objetivou-se verificar o conhecimento 
autorreferido dos estudantes de graduação em enfermagem para realização da 
punção venosa em jugular externa. Trata-se de uma pesquisa desenvolvida por 
abordagem quantitativa, com delineamento transversal e análise descritiva, realizada 
com alunos do sexto ao nono período, matriculados no segundo semestre de 2020, 
do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte. Coleta de dados realizada via internet, por intermédio de e-mail e aplicativo de 
mensagem WhatsApp, entre os meses de outubro e novembro de 2020, mediante 
aplicação de um questionário eletrônico por link de acesso. Os dados foram 
organizados em planilha do Software Microsoft Excel, versão 2017 e convertido para 
o software estatístico livre R para aplicação dos testes estatísticos. As variáveis 
quantitativas foram analisadas por estatísticas descritivas de medidas de tendência e 
de dispersão dos dados e na comparação das características acadêmicas com as 
dimensões dos instrumentos em estudo aplicou-se os testes de Mann-Whitney e 
Kruskal Wallis, sendo adotado o nível de significância foi de 5%. Estudo desenvolvido 
mediante Certificado de Apresentação para Apreciação Ética, 
CAAE:36707320.2.0000.5537. Obteve-se respostas de 59 estudantes, onde 
predominou sexo feminino (81,36%), faixa etária de até 25 anos (72,88%), maioria 
solteiros (84,75%), no qual, 22,03% dos alunos cursavam sexto período, 25,42% 
sétimo, 28,82% oitavo e 23,73% nono. Quanto ao processo de aprendizagem, 
verificou-se que 35 (59,32%) não possuíam experiência de assistir a uma punção 
venosa em jugular externa, e ainda que 12 (20,34%) não sabiam utilizar cateteres 
intravenoso flexíveis como o de poliuretano. De modo geral, os alunos dos últimos 
períodos apresentaram maior nível de conhecimento teórico autorreferido nas ações 
desenvolvidas antes, durante e após o procedimento, contudo, aqueles não expostos 
a realização do procedimento em ambiente real de prática apresentaram o menor 
índice de consolidação do conhecimento teórico em punção venosa da jugular externa 
(p-valor 0,032) e redução da autoeficácia na dimensão regulação da formação com p-
valor de 0,034. Assim, o domínio do conhecimento presente nos períodos finais da 
formação reflete na qualidade da prática assistencial desses alunos, enquanto futuros 
profissionais, mas evidencia-se à necessidade de uniformização do conhecimento 
retido a partir da adequação no ensino desse procedimento.Palavra-chave: Educação em Enfermagem. Procedimentos Clínicos. Cuidados 
Críticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SILVA, F.S. Venous puncture in external jugular: self-referred knowledge by 
nursing students. Natal, 2021. Dissertation, 75 leaves. Dissertation (Master in 
Nursing). Nursing Graduate Program, Federal University of Rio Grande do Norte 
(RN), 2021. 
ABSTRACT 
Peripheral venous access is a common procedure in health care services, becoming 
a challenge for the professional nurse when the venous site is the external jugular, as 
it is a procedure that requires precise clinical assessment, skills, mastery of physiology 
and anatomy, specific skills achieved in professional technical-scientific training, which 
require the integration of multiple and complex knowledge. In this sense, the objective 
was to verify the self-reported knowledge of undergraduate nursing students to perform 
venipuncture in the external jugular. This is a research developed by a quantitative 
approach, with a cross-sectional design and descriptive analysis, carried out with 
students from the sixth to the ninth period, enrolled in the second semester of 2020, of 
the Undergraduate Nursing Course at the Federal University of Rio Grande do Norte. 
Data collection carried out via the internet, via email and WhatsApp messaging 
application, between the months of October and November 2020, by applying an 
electronic questionnaire by access link. The data were organized in a Microsoft Excel 
Software spreadsheet, version 2017 and converted to the free statistical software R for 
the application of statistical tests. The quantitative variables were analyzed by 
descriptive statistics of measures of trend and dispersion of data and in the comparison 
of academic characteristics with the dimensions of the instruments under study, the 
Mann-Whitney and Kruskal Wallis tests were applied, with the level of significance 
being adopted. 5%. Study developed through Certificate of Presentation for Ethical 
Appreciation, CAAE: 36707320.2.0000.5537. Answers were obtained from 59 
students, predominantly female (81.36%), aged up to 25 years (72.88%), mostly single 
(84.75%), in which 22.03% of students attended sixth period, 25.42% seventh, 28.82% 
eighth and 23.73% ninth. As for the learning process, it was found that 35 (59.32%) 
had no experience of attending an external jugular venipuncture, and even 12 
(20.34%) did not know how to use flexible intravenous catheters such as polyurethane. 
In general, students from the last periods showed a higher level of self-reported 
theoretical knowledge in the actions developed before, during and after the procedure, 
however, those not exposed to the performance of the procedure in a real practice 
environment had the lowest index of theoretical knowledge consolidation. in venous 
puncture of the external jugular (p-value 0.032) and reduction of self-efficacy in the 
dimension regulating the formation with p-value of 0.034. Thus, the knowledge domain 
present in the final training periods reflects on the quality of the care practice of these 
students, as future professionals, but it is evident the need for uniformity of the 
knowledge retained from the adequacy in teaching this procedure. 
 
Keywords: Education. Nursing. Critical Pathways. Critical Care. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
AEFS Escala de Autoeficácia na Formação Superior 
COFEN Conselho Federal de Enfermagem 
COREN 
CEP 
Conselho Regional de Enfermagem 
Comitê de Ética em Pesquisa 
CNE Conselho Nacional de Educação 
DCENF Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em 
Enfermagem 
ESEA 
EPI 
Escala de Satisfação com a Experiência Acadêmica 
Equipamentos de Proteção Individual 
MSPSE Multidimensional Scales of Perceived Self Efficacy 
SPSS Statistical Package for the Social Sciences 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UFRN 
IES 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
Instituições de Ensino Superior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Descrição da análise estatística conforme a técnica utilizada, Natal, RN, 
Brasil, 2021................................................................................................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica dos estudantes do curso de graduação 
em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, Brasil, 
2021...........................................................................................................................29 
Tabela 2 - Caracterização acadêmica dos estudantes do curso de graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, Brasil, 
2020...........................................................................................................................30 
Tabela 3 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido 
dos alunos com relação as ações desenvolvidas antes de iniciar o procedimento de 
punção de veia jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021.............................................32 
Tabela 4 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido 
dos alunos com relação as ações desenvolvidas durante o procedimento de punção 
venosa em jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021...................................................34 
Tabela 5 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido 
dos alunos com relação as ações desenvolvidas após o procedimento de punção 
venosa da jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021....................................................35 
Tabela 6 - Comparação do conhecimento sobre os procedimentos realizados antes, 
durante e depois da punção venosa em jugular externa, segundo caracterização 
acadêmica. Natal, RN, Brasil, 2021.............................................................................36 
Tabela 7 – Comparação entre as dimensões da Escala de Autoeficácia na Formação 
Superior e as variáveis acadêmicas dos estudantes. Natal, RN, Brasil, 2021............46 
Tabela 8 - Comparação entre as dimensões da Escala de Satisfação com a 
Experiência Acadêmica e as variáveis acadêmicas dos estudantes. Natal, RN, Brasil, 
2021............................................................................................................................47 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................16 
1.1 JUSTIFICATIVA....................................................................................................17 
2 OBJETIVOS ...........................................................................................................19 
2.1 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................19 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................19 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................20 
3.1 ACESSO VENOSO PERIFÉRICO EM JUGULAR EXTERNA.............................20 
3.2 AUTOEFICÁCIA E RELAÇÃO DESEMPENHO ACADÊMICO............................23 
4. MÉTODO................................................................................................................26 
4.1 TIPO DE PESQUISA............................................................................................26 
4.2 LOCAL DA PESQUISA.........................................................................................26 
4.3 POPULAÇÃO.......................................................................................................27 
4.4 COLETA DOS DADOS.........................................................................................274.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS...................................................28 
4.5.1 Instrumento sociodemográfico e acadêmico................................................28 
4.5.2 Instrumento avaliativo do conhecimento autorreferido em punção de veia 
jugular externa..........................................................................................................29 
4.5.3 Escala de Autoeficácia na Formação Superior.............................................30 
4.5.4 Escala de Satisfação com a Experiência Acadêmica...................................30 
4.6 ANALISE DOS DADOS........................................................................................31 
4.7 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................................32 
5. RESULTADOS.......................................................................................................33 
5.1 DESCRIÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA.................................................................33 
5.2 DESCRIÇÃO ACADÊMICA..................................................................................34 
5.3 CONHECIMENTO AUTORREFERIDO PARA PUNÇÃO VENOSA DE JUGULAR 
EXTERNA...................................................................................................................35 
5.4 AUTOEFICÁCIA NA FORMAÇÃO SUPERIOR....................................................41 
5.5 SATISFAÇÃO COM A EXPERIÊNCIA ACADÊMICA...........................................47 
6. DISCUSSÃO..........................................................................................................49 
7. CONCLUSÃO.........................................................................................................56 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................58 
APÊNDICES...............................................................................................................65 
ANEXOS....................................................................................................................73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Estabelecer acesso intravenoso pode ser um desafio para o profissional de 
saúde e angustiante para o paciente e sua família. A escolha do acesso vascular 
intravenoso mais apropriado é fundamental para melhorar o atendimento a curto e 
longo prazo em pacientes. 
 Os pacientes que necessitam de acesso venoso prolongado ou repetido têm 
maior risco de complicações, o que pode resultar em perda progressiva da vasculatura 
patente. Após insucessos em múltiplas tentativas episódicas, considerando que pode 
limitar o tratamento, existe indicação de cateterismo periférico em jugular externa. 
Cada vez mais os hospitais têm equipes especializadas, de várias disciplinas, para 
inserir cateteres venosos periféricos e centrais. A seleção correta do local e a técnica 
ideal podem minimizar as tentativas fracassadas, melhoram a experiência de 
pacientes e o cuidado (BENNETT; CHEUNG, 2020). 
A obtenção dessa via venosa é frequentemente solicitada nos cenários de 
urgência e emergência, pré-hospitalar e hospitalar, sempre que não for possível outro 
sítio de inserção periférica. Se configura como um procedimento terapêutico que 
viabiliza à administração de terapia endovenosa, como a infusão de soluções, 
administração de medicamentos, transfusão de hemoderivados, tratamento 
quimioterápicos e reposição volêmica vigorosa em procedimentos cirúrgicos (MORAIS 
FILHO et al., 2016, GUIMARAES et al., 2020). 
Considerando que, as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de 
Graduação em Enfermagem (DCENF) propõe uma formação acadêmica capaz de 
promover no aluno o desenvolvimento intelectual e profissional autônomo e 
permanente (BRASIL, 2001), existiria uma ponte entre o que é preconizado na prática 
profissional e o que se observa nos processos formativos? 
Visto que, o conhecimento técnico-científica limitado associada a pouca 
habilidade técnica, não desenvolvidas ou vivenciadas para a execução de 
procedimentos clínicos, torna-se um desafio para os enfermeiros egressos construir 
essas competências avaliar, sistematizar e decidir as condutas adequadas (LEAL, 
2018). 
Portanto, questiona-se, o conhecimento autorreferido por estudantes de 
graduação em Enfermagem para a punção venosa da jugular externa o torna apto, 
enquanto futuros profissionais, para tomada de decisão na assistência? 
17 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 
A justificativa deste estudo consiste na relevância dos procedimentos clínicos 
para o exercício da profissão, fundamentado no respaldo científico, técnico, ético e 
legal para o desenvolvimento de atividades complexas, como a punção venosa em 
jugular externa, que tem sido questionada quanto à legitimidade da prática por 
Enfermeiros (COREN, 2014, 2015, 2017). 
 Sobre o assunto, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) divulgou 
parecer favorável, em que a legitimidade da autonomia do Enfermeiro encontra-se em 
conformidade com a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, Resoluções do 
COFEN e Código de Ética profissional, considerando para tal a autoavaliação de 
competência técnica, científica, ética e legal (COFEN, 2013). 
Contudo, além das prerrogativas da legislação de Enfermagem e após 
posicionamento do COFEN, os Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN) 
continuam a emitir parecer sobre a legalidade do procedimento por Enfermeiros, 
complementando-os com outras condições e orientações, como: curso de capacitação 
técnica implantados e validados pela instituição em que trabalha, não ser sítio de 
punção de primeira escolha, utilizar preferencialmente em situações de emergência e 
realizar a punção após consenso com o médico responsável pelo atendimento ao 
paciente (COREN, 2013, 2014, 2015). 
Diante do contexto, é pertinente colocar que a assistência em saúde se torna 
mais efetiva quando realizada de forma integrada, a partir do trabalho em equipe 
multiprofissional, visto que a complexidade de algumas ações requer o 
compartilhamento de decisões, contudo deve-se haver respeito aos espaços de 
atuação de cada profissão para que o domínio de uma categoria não ultrapasse a 
autonomia de uma outra (BELLAGUARDA et al., 2013). 
Logo, sendo a Enfermagem uma profissão sustentada pelo rigor técnico-
científico com autonomia para realizar procedimentos clínicos complexos dentro do 
seu amplo espectro de atuação, essa pesquisa fomenta o pensamento crítico-
reflexivo, quanto a compreensão e o aprendizado teórico dos alunos, sobre a punção 
venosa em jugular externa durante o processo formativo, vindo a contribuir para a 
identificação de lacunas do processo ensino-aprendizagem e de fatores intrínsecos 
ao estudante, como à autoeficácia e a satisfação com a experiência acadêmica, que 
podem comprometer o aprendizado, consequentemente, a prática profissional. 
18 
 
Visualiza-se, também, contribuições reflexivas sobre as DCENF instituídas em 
2001, norteadora dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação em 
Enfermagem, uma vez que a inovação tecnológica do mundo contemporâneo tem 
influenciado adaptações ao processo de formação, com vistas a assegurar o 
conhecimento teórico-prático e autonomia técnico-científica durante toda a formação 
acadêmica para o alcance de uma prática assistencial efetiva (CNS, 2018). 
Assim, apesar da punção venosa em jugular externa ser considerada um 
procedimento de maior complexidade técnica, requerendo conhecimento científico de 
maior abrangência para o domínio da prática, a quantidade reduzida de estudos sobre 
o tema inviabiliza uma análise mais ampla de questionamentos sobre à legitimidade 
do procedimento por Enfermeiros. 
 Dessa forma, reiterasse a relevância do estudo para a área da Enfermagem, 
que tem consolidado suaatuação com respaldo no saber científico, teoricamente 
fundamentado, aplicada com competência técnica e respeito aos limites da legislação, 
oferecendo uma assistência segura, ética e eficiente. 
 
 
19 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
Verificar o conhecimento autorreferido dos estudantes de graduação em 
Enfermagem para realização da punção venosa periférica em jugular externa. 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
• Caracterizar o perfil sociodemográfico e acadêmico dos estudantes de 
graduação em Enfermagem; 
• Comparar o conhecimento autorreferido em punção venosa periférica da 
jugular externa entre os estudantes de semestres diferentes; 
• Compreender a confiança dos estudantes de Enfermagem sobre atividades 
desempenhadas durante a formação acadêmica; 
• Avaliar a satisfação dos estudantes de Enfermagem com relação a experiência 
acadêmica. 
 
 
20 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
3.1 ACESSO VENOSO PERIFÉRICO EM JUGULAR EXTERNA 
 
Desde o século XIX a Enfermagem tem oferecido contribuições significativas 
para o desenvolvimento da prática assistencial à saúde, período marcado por seu 
primórdio enquanto profissão, desenvolvido pelos esforços da precursora moderna, 
Florence Nightingale (1820-1910), e sua busca pela melhoria da qualidade da 
assistência e dos padrões de higiene dos hospitais da época (DINC; NADERI; 
KANPOLAT, 2013; FIGUEIREDO; PERES, 2019). 
O surgimento das escolas de enfermagem modernas ampliou o espaço de 
atuação e conquistas da profissão com contribuições fundamentais para o advento 
científico da Enfermagem que passa a prestar uma assistência pautada na prática 
científica (SANTOS et al., 2014). 
Esse desenvolvimento ampliou, também, a complexidade que envolve os 
diferentes tipos do cuidar/assistir, exigindo do profissional enfermeiro desempenho, 
qualificação e a habilidade de desenvolver múltiplas funções, interligadas a qualidade 
nos procedimentos técnicos e a garantia da segurança para o paciente (SANTOS et 
al., 2014). 
Visto que, a assistência de enfermagem acontece em cenários múltiplos, 
contemplando diversas áreas do desenvolvimento biológico humano, requer 
conhecimento teórico-científico amplo e diversificado do profissional, a qual demanda 
uma preparação direcionada para o desenvolvimento de competências e habilidades 
técnicas. Além disso, o processo de ensino-aprendizado deve garantir autonomia e 
confiança para o desenvolvimento da prática no ambiente de trabalho (KIEKKAS et 
al., 2019). Dentre as atividades desenvolvidas, por profissionais da enfermagem, 
destaca-se os procedimentos invasivos, entre esses a punção venosa periférica. 
Logo, o conhecimento sobre a fisiologia dos vasos sanguíneos e punção 
venosa periférica, remota ao século XVII (1628) fundamentado por William Harvey que 
descreveu pela primeira vez o funcionamento da circulação sanguínea em animais 
(MONSUEZ, 2016). Seus escritos deram suporte a estudos subsequentes como o de 
Blundel (1818) no século XIX, primeiro médico a transfundir sangue com sucesso de 
um ser humano para outro. No mesmo século O'Shaughnessy e Latta (1831) 
21 
 
realizaram a administração endovenosa de água e soro em pacientes vítimas de 
cólera (BASKETT, 2002, DUDRICK; PALESTY, 2011). 
Após várias experimentações e descobertas sobre o funcionamento da 
circulação sanguínea, no século XX, meados de 1945, o cateter sob agulha foi 
utilizado pela primeira vez para a administração de fluídos intravenoso, desde então, 
a utilização dos dispositivos intravenosos tornou-se frequente modernos, seguros e 
biocompatíveis (DUDRICK; PALESTY, 2011). 
Na enfermagem, a execução da punção venosa periférica e a administração 
de terapias endovenosa teve início no século XX (1925), nos Estados Unidos, com 
enfermeiros capacitados para administrar soluções e realizar transfusões por via 
intravenosa. No Brasil, na década de cinquenta, a administração de medicamentos 
mediante acesso venoso vascular era atribuição do enfermeiro, a qual evoluiu para 
uma ação legalmente atribuída a equipe de enfermagem (NICOLAO; PACZKOSKI; 
ELLENSOHN, 2013). 
Portanto, o contexto histórico evolutivo da punção de veias periféricas está 
estreitamente conexo aos avanços do processo de ensino-aprendizagem da 
enfermagem, uma vez que alicerçada nas vivências das práticas de estágio, evoluiu 
para aulas práticas em laboratórios, possibilitando aos alunos o aperfeiçoamento das 
habilidades técnicas e psicomotoras, aproximando o aprendizado da prática 
profissional (KREMPSER et al., 2017). 
Dessa forma, a punção venosa periférica é um dos procedimentos invasivos 
mais presente na prática clínica da Enfermagem, esse reconhecimento reflete o 
domínio do conhecimento teórico-prático (KREMPSER et al., 2017). A vista disso, os 
cursos de Enfermagem têm favorecido o ensino com foco no pensamento crítico sem 
deixar de considerar o desenvolvimento de habilidades técnicas (CARVALHO et al., 
2016). 
Assim, o desenvolvimento de habilidades práticas em punção venosa é 
fundamental para o efetivo desempenho da ação, visto que previne complicações 
associadas aos erros de punção, como extravasamento e transfixação, além de 
preservar a rede venosa. Contudo, para saber reconhecer e intervir em complicações 
e gerenciar o regime terapêutico, o conhecimento científico tem de ser tão relevante 
quanto o domínio da prática (LEAL et al., 2018). 
Esse procedimento consiste na inserção de um dispositivo estéril no interior 
de um vaso sanguíneo, realizado pela equipe de enfermagem, no entanto, quando o 
22 
 
sítio venoso é a veia jugular externa essa atividade torna-se de competência exclusiva 
do enfermeiro, pois requer competência técnico-científica, domínio da fisiologia, 
anatomia vascular e estar apto para realizar tal prática (COFEN, 2013; COREN, 2014). 
Por isso, a prática clínica do enfermeiro, sustentada pelo conhecimento 
científico deve ser intrinsecamente ligada ao processo de formação, direcionada ao 
ensino de disciplinas curriculares basilares, como anatomia e fisiologia, associadas a 
cenários clínicos simulados. Pois, o desenvolvimento dessas habilidades durante o 
processo de formação possibilita a aquisição de experiências e confiança para a 
atuação profissional (BIRKS et al., 2018; KIEKKAS et al., 2019). 
Visto que, a obtenção de uma via venosa em jugular externa pode 
desencadear desfechos desfavoráveis à saúde do paciente, ocasionada por fatores 
relacionados a inserção e manutenção do cateter intravenoso, como flebite, infiltração, 
hematoma, trombose e tromboflebite, além da localização anatômica dificultar a 
punção e manutenção do cateter (COFEN, 2013, BARROS; LOPES; MORAES, 2019). 
Essas veias fazem parte do complexo venoso da cabeça e pescoço, com a 
função de drenar o sangue de regiões do crânio e da face. Situa-se na fáscia 
superficial do pescoço (bilateral), um pouco abaixo e atrás do ângulo da mandíbula 
onde inicia seu trajeto, formada pela junção das veias retromandibular e auricular 
posterior, segue inferior e superficialmente ao logo do músculo 
esternocleidomastóideo até a altura da clavícula, onde desemboca na veia subclávia 
(ELLIS, 2010; NETTER, 2015). 
A punção desse sítio periférico consiste na inserção de um cateter 
intravenoso, com calibre a depender da terapia prescrita e com ângulo de entrada da 
agulha na pele de 15º a 30º. Ao entrar na veia o ângulo deve ser reduzido para que 
não ocorra a transfixação do vaso. Ao visualizar sangue na área de refluxo do cateter, 
retira-se o mandril metálico e continua a inserção apenas com o dispositivo flexível do 
cateter e finaliza o procedimento com a estabilização do cateter (WINGESTER; 
MELO, 2018). 
Diante disso, a punção venosa em jugular externa é uma atividade peculiar 
ao exercício da profissão do enfermeiro, sendo importante a fundamentação teórica 
para o desempenho da habilidade técnica, que devem ser ensinadas e desenvolvidas 
durante aformação acadêmica. 
 
23 
 
3.3 AUTOEFICÁCIA E RELAÇÃO DESEMPENHO ACADÊMICO 
 
O alcance do conhecimento acontece mediante processos interacionais 
decorrente de mudanças comportamentais provinda da aprendizagem psicomotora, 
afetiva ou cognitiva, as teorias do aprendizado esclarecem como acontece a 
assimilação das informações e os diferentes modos de transmiti-las ou executá-las, a 
depender do referencial utilizado, sejam teorias comportamentais de aprendizagem 
ou teorias cognitivas do aprendizado (MCEWEN; WILLS, 2016). 
Dessa forma, teorias cognitivas do aprendizado valorizam os processos 
mentais como gatilhos para o aprendizado, reconhecendo os pensamentos e 
sentimentos do aprendiz como influenciadores de ações, utilizando-se de metas, 
pensamentos, expectativas, motivações e capacidade individual para aquisição e 
processamento da informação. Com uma concepção oposta o comportamentalismo 
costuma ignorar os processos cognitivos em detrimento a respostas resultantes de 
associações entre estímulos e respostas (MCEWEN; WILLS, 2016). 
Dentre as teorias cognitivistas destaca-se a Teoria Social Cognitiva de 
Bandura (1981), a qual tem como centralidade o determinismo recíproco e as 
influências sociais como fatores relevantes do aprendizado. Essa teoria fundamenta-
se no princípio basilar da agência humana para o desenvolvimento, a adaptação e a 
mudança, visto que ser agente consiste em gerenciar e influenciar suas próprias 
ações (BANDURA, 2001). 
Na análise dessa perspectiva há características do comportamento proativo, 
exemplificados na intencionalidade e no planejamento temporal para o alcance de 
metas futuras, que podem ser utilizadas como guias do comportamento atual, onde 
os indivíduos possuem papel ativo na obtenção do conhecimento (AZZI; POLYDORO, 
2008). 
Logo, o processo de aprendizagem é elemento essencial dentro da teoria 
cognitivista, a qual acontece mediante observação e tem como elemento chave a 
modelagem, essa concepção consiste em assimilar informações e transmiti-las 
mediante interação social observacional. 
Portanto, alguns fatores estão diretamente relacionados a aprendizagem 
observacional por modelagem: a atenção, onde o sujeito analisa atentamente o 
comportamento do modelo a ser utilizado como referência, a retenção onde o 
conhecimento obtido por meio da atenção fica retido na memória, pois essas 
24 
 
representações, significados e sentidos serão ativados quando o indivíduo for colocá-
lo em prática, reprodução processo de execução da modelação, realizado mediante 
reflexões do conhecimento retido, conforme sua capacidade de reprodução do 
comportamento imitativo, onde o indivíduo seleciona, organiza e decide, e a motivação 
que corresponde ao processo de combustão para a execução da tarefa aprendida 
(AZZI; POLYDORO, 2008). 
Assim, considerando o universo teórico da aprendizagem, e as distintas 
formas de obtenção do conhecimento, o sujeito agente ao obter conhecimento 
observando o comportamento, a ação, a interação e os diversos contextos 
comunicáveis adquirem potencialidades para produzir e transmitir versões do 
comportamento, obtidas na aprendizagem por observação, não como imitação, mas 
como referência de um modelo externo capaz de reconstruir uma nova versão 
individual. 
A Teoria Social Cognitiva de Bandura (1981) destaca, também, o conceito da 
autoeficácia que trata da crença que as pessoas possuem sobre si mesmas. Pertence 
à classe de expectativas que estão ligadas ao self e representa um importante fator 
na execução das tarefas e nas decisões que os sujeitos tomarão ao longo de suas 
vidas. Assim, quanto maior a autoeficácia percebida, maior o grau de esforço investido 
e a persistência em alcançar uma meta estabelecida. 
Assim, a definição de autoeficácia proposta por Bandura (1986; 1993) 
consiste no julgamento da própria capacidade de executar ações exigidas para se 
atingir uma dada performance. Na área acadêmica, o conceito não difere muito, pois 
crenças de autoeficácia são convicções pessoais em dar conta de uma tarefa em um 
grau de qualidade definida (BANDURA; SCHUNK, 1981). 
Nesse sentido, é possível que os julgamentos de autoeficácia funcionem 
como mediadores entre as reais capacidades do sujeito e o seu desempenho. A baixa 
autoeficácia percebida pode restringir a escolha de trabalho e influenciar a execução 
e persistência em alcançar a profissão escolhida. Por outro lado, a alta autoeficácia 
resulta em uma maior motivação para a realização das escolhas e para a busca de 
níveis mais altos, incluindo as escolhas de carreira, como posteriormente confirmado 
por outros estudiosos dessa vertente teórica (VEGA et al., 2012). 
Destaca-se que, as crenças de autoeficácia são importantes no processo de 
motivação, influenciando a forma como o sujeito se prepara para a ação. Indivíduos 
com elevados níveis de autoeficácia preferem desenvolver tarefas mais desafiadoras 
25 
 
e definem para si próprios objetivos mais exigentes. No caso de universitários, seriam 
aqueles que investem mais nas tarefas e empreendem maiores níveis de esforço e 
persistência, ultrapassando mais rapidamente as dificuldades com que se confrontam 
e mantendo o foco nos objetivos definidos (SANTOS; SANON; ILHA, 2019). 
Pensando no contexto da formação superior, a hipótese levantada é de que 
os estudantes que apresentam crenças mais elevadas na própria capacidade de 
realizar com sucesso o que lhes é proposto, revelada pela autoeficácia percebida, 
mostram satisfação com o curso escolhido, uma vez que pessoas felizes com a 
atividade que exercem estão mais satisfeitas com a vida e, por extensão, com a 
experiência acadêmica (SANTOS; SANON; ILHA, 2019). 
Uma das formas de acompanhamento do estudante ao longo de sua formação 
ocorre com o uso de instrumentos de avaliação, cujos dados obtidos permitam 
informações válidas e fidedignas sobre o fenômeno em apreço. Com relação à medida 
de autoeficácia, existe uma versão portuguesa de escala desenvolvida por Bandura 
(1993), sobre Multidimensional de Autoeficácia Percebida (Multidimensional Scales of 
Perceived Self Efficacy - MSPSE), tendo sido validada e adaptada para o Brasil 
(TEIXEIRA; CASTRO; ZOLTOWSKI, 2012) 
Com base na MSPSE, Polydoro e Guerreiro-Casanova (2010) construíram a 
Escala de Autoeficácia na Formação Superior (AEFS), usada neste estudo para 
avaliar as crenças de estudantes em sua capacidade de realizar punção em veia 
jugular externa. 
Diante desse contexto, pode-se pensar que o aluno que usufrui daquilo que 
lhe é ofertado tanto pela instituição quanto pelos professores, sente-se mais engajado 
com o ambiente universitário, refletindo no planejamento e nas ações necessárias 
para cumprir as tarefas propostas, sendo essa satisfação acadêmica uma variável 
cognitivo afetiva que reflete na avaliação subjetiva dos alunos e na qualidade da sua 
experiência acadêmica (ARAÚJO et al., 2016). 
 Assim, sendo a satisfação acadêmica um elemento importante para a avaliação 
da eficácia institucional e do processo formativo, foi utilizado nesta pesquisa a Escala 
de Autoeficácia na Formação Superior (ESEA), que investiga esse contento do aluno 
com o ensino superior (SCHLEICH; SANTOS, 2006). 
 
26 
 
4 MÉTODO 
 
4.1 TIPO DE PESQUISA 
 
Pesquisa desenvolvida por abordagem quantitativa, com delineamento 
transversal e análise descritiva. 
Estudos quantitativos utilizam variáveis numéricas e as relações existentes 
entre si para obter respostas às causas de um determinado evento, utilizando-se de 
estratégia sistemática e objetiva para classificar e analisar as informações, mediante 
o uso de técnicas estatísticas (SOUSA; DRIESSNACK; MENDES, 2007; POLIT; 
BECK, 2011). 
O delineamento transversal permite verificar o comportamento de variáveis 
obtidas em um determinado momento no tempo, durante um curto período, 
possibilitando inferir causa e efeito, a partir da análise, distribuiçãoe associação das 
variáveis (HULLEY et al., 2015; POLIT; BECK, 2011). 
A utilização de uma análise descritiva está relacionada com o propósito de 
interpretar, correlacionar e descrever as características do fenômeno investigado, 
possibilitando verificar relações entre as variáveis estudadas e a associação com 
outros fenômenos (APPOLINÁRIO, 2012; GRAY, 2012). 
 
4.2 LOCAL DA PESQUISA 
 
A pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
(UFRN), no Departamento de Enfermagem, campus de Natal, com discentes de nível 
superior, mediante aplicação de questionário eletrônico construído a partir de uma 
ferramenta do Google, o Google Forms. 
A plataforma do Google Forms possibilita criar instrumentos de pesquisas e 
distribui-los via link de acesso. Consiste em uma ferramenta onde é possível inserir 
perguntas e optar por distintas opções de respostas, dentre essas o formato de 
múltipla escolha, além de agrupar as respostas em uma planilha dentro da mesma 
plataforma, gerando um banco de dados automático, que permite a transferência para 
programas estatísticos (FALEIROS, 2016). 
27 
 
 
4.3 POPULAÇÃO 
 
A pesquisa foi realizada com os discentes do curso de graduação em 
Enfermagem, campus Natal da UFRN. A população alvo correspondeu a todos os 
alunos do sexto ao nono período matriculados para cursar o semestre letivo 2020.2, 
totalizando 142 alunos, distribuídos em: sexto período (p=38), sétimo (p=32), oitavo 
(p=33) e nono (p=39). 
A seleção da amostra foi intencional não probabilística e do total selecionado 
para participar do estudo (p=142), retornaram o questionário eletrônico de coleta de 
dados 59 alunos, 78 não concluíram e cinco acadêmicos não acessaram o link para 
responder à pesquisa. No entanto, foram realizadas três tentativas de envios de e-
mail para cada membro elegível para a pesquisa, contato por WhatsApp e divulgação 
em rede social como o Instagram. 
Definiu-se como critério de elegibilidade alunos acima de 18 anos, 
regularmente matriculados no curso de bacharelado em enfermagem da UFRN no 
período de 2020.2 e cursando alguma disciplina do sexto ao nono período. Foram 
excluídos do estudo alunos que permaneceram afastados por motivo de saúde no 
período da coleta. 
 
4.4 COLETA DE DADOS 
 
A coleta de dados foi realizada via internet, por intermédio de e-mail, mediante 
aplicação de um questionário eletrônico por link de acesso. 
O conteúdo do convite para participar da pesquisa informava o público alvo, o 
título da pesquisa, nomes dos pesquisadores responsáveis, esclarecimentos sobre a 
garantia do anonimato e o link de acesso ao questionário eletrônico. Ao clicar no link, 
visualizava-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), com descrição 
da pesquisa, riscos e benefícios para o participante (Apêndice A). Ao aceitar participar 
do estudo, o aluno inseria seu e-mail e em seguida informava anuência clicando na 
opção “sim” e de imediato acessava o conteúdo do questionário eletrônico. Ao optar 
por não participar, clicando na opção “não”, a plataforma redirecionava para o final da 
pesquisa e encerrava o processo. 
28 
 
Os dados foram coletados após consentimento assinado do coordenador do 
departamento de Enfermagem da UFRN, campus Natal, conforme carta de anuência 
(Anexo C) e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). O período 
da coleta de dados compreendeu os meses de outubro a novembro de 2020. 
Além do contato via e-mail, também foram utilizadas outras estratégias para 
captação do público alvo da pesquisa como: acesso as salas de aulas virtuais dentro 
do modelo remoto de ensino, divulgação nos grupos de WhatsApp por intermédio dos 
líderes de turma e sensibilização em mídias sociais através do Instagram do Centro 
Acadêmico do Departamento de Enfermagem da UFRN. 
Diante disso, observa-se que a coleta de dados por questionário eletrônico é 
uma alternativa ao questionário de papel, com maior alcance nas divulgações das 
pesquisas científicas e baixo custo. Contudo, a obtenção de um quantitativo 
satisfatório de respostas em pesquisas via Web, a interrupção do questionário e a não 
resposta ao item tem sido desafiante ao optar por este método (EBERT, 2018; 
FALEIROS, 2016). 
Embora as pesquisas realizadas eletronicamente apresentem desafios, deve-
se considerar o custo-benefício que envolve optar por esse método, quando 
comparado com o tradicional, como também, a expansibilidade do acesso à internet 
pela população. Por isso, pesquisas curtas e com design organizados são estratégias 
utilizadas para manter os participantes motivados a responder questionários 
eletrônicos (BLUMENBERG, 2018; FALEIROS, 2016). 
Justifica-se também que, houve à necessidade de adequar a coleta de dados 
a realidade de emergência epidemiológica por que passa o país, o que inviabilizou a 
coleta face a face. 
 
4.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS 
 
4.5.1 Instrumento sociodemográfico e acadêmico 
 
A caracterização da população do estudo foi obtida pelo instrumento 
sociodemográfico e acadêmico (Apêndice B), contendo perguntas relacionadas ao 
sexo, idade, raça, renda familiar, estado civil, moradia, semestre em curso e formação 
anterior, além das perguntas relacionadas ao conhecimento teórico e prático, sobre 
urgência e emergência, punção venosa periférica da veia jugular externa. 
29 
 
 
4.5.2 Instrumento avaliativo do conhecimento autorreferido em punção de veia 
jugular externa 
 
Instrumento utilizado para avaliar o conhecimento autorreferido pelo aluno 
sobre a punção da veia jugular externa (Apêndice C), constituído por três partes. Na 
primeira, consta as ações desenvolvidas antes de iniciar o procedimento, distribuídas 
em sete itens. A segunda, corresponde as ações realizadas durante o procedimento, 
especificadas em 12 itens. A terceira, descreve em 7 itens, as ações efetuadas após 
realização do procedimento. Para a construção desse instrumento foi consultado 
livros, manuais, protocolos e guias (SILVA; PARK, 2016, BRASIL, 2016, BARROS; 
LOPES; MORAES, 2019, GUIMARAES et al.,2020,). 
Para o julgamento dos itens de cada parte do instrumento foi definido como 
legenda: (I) “inadequado”, quando escolhido pelos acadêmicos como ação não 
correspondente a nenhuma etapa do procedimento de punção da veia jugular externa; 
(NS) “não sabe responder”, quando o aluno desconhece a ação listada como etapa 
do procedimento de punção em veia jugular externa; (A) “adequado”, afirma conhecer 
a ação como uma etapa da punção venosa da jugular externa. 
A disposição dos itens no instrumento foi de modo a respeitar a ordem exata 
das etapas necessárias para inserção de um cateter periférico no referido sítio venoso, 
a partir da compreensão de que a avaliação se configura como um processo contínuo, 
pautada em uma aprendizagem com a valorização dos processos interpretativos, 
onde as técnicas de avaliação extraiam do aluno o que foi aprendido para a prática 
(GARCIA, 2009). 
A fim de identificar alguma lacuna na disposição da sequência lógica e teórica 
do instrumento, foi consultado cinco enfermeiros assistenciais, atuantes em urgência 
e emergência, em que o procedimento em questão é uma prática exercida 
constantemente por esses profissionais. Nessa versão, foi mantido a mesma 
estrutural organizacional de distribuição dos itens, em três partes, sendo modificado a 
legenda de respostas aos itens: (I) “inadequado”, não condiz com as ações 
desenvolvidas para realizar o procedimento; (RA) “requer ajustes”, necessita revisar 
a disposição do item no instrumento e/ou o conteúdo; (A) “adequado”, concorda com 
o conteúdo e a ordem atribuída no instrumento. 
30 
 
Após opinião emitida pelos enfermeiros, os itens sugeridos para ajustes foram 
revisados junto a literatura científica. Ressalta-se, também, como etapa relevante 
desse processo a apreciação pela banca no Exame de Qualificação. 
 
4.5.3 Escalade Autoeficácia na Formação Superior 
 
Esse instrumento avalia as crenças de estudantes em sua capacidade frente 
às tarefas da formação superior. Possui 20 itens dispostos em formato Likert, cuja 
atribuição de pontos varia de 1 (pouco capaz) a 10 (muito capaz) (Anexo A). 
O instrumento avalia a (1) Autoeficácia acadêmica, que é a percepção dos 
estudantes sobre a confiança em sua capacidade de aprender, demonstrar e aplicar 
o conteúdo do curso; (2) Autoeficácia na regulação da formação, referente à confiança 
percebida na capacidade de estabelecer metas, fazer escolhas, planejar e 
autorregular suas ações no processo de formação e desenvolvimento de carreira; (3) 
Autoeficácia em ações proativas, que diz respeito à identificação da confiança 
percebida na capacidade de aproveitar as oportunidades de formação, atualizar os 
conhecimentos e promover melhorias institucionais; (4) Autoeficácia na interação 
social, que avalia a percepção dos estudantes sobre a confiança em sua capacidade 
de se relacionar com os colegas e professores, com fins acadêmicos e sociais; (5) 
Autoeficácia na gestão acadêmica, que se refere à confiança percebida na capacidade 
de se envolver, planejar e cumprir prazos em relação às atividades acadêmicas 
(POLYDORO; GUERREIRO-CASANOVA, 2010). 
 
4.5.4 Escala de Satisfação com a Experiência Acadêmica 
 
Essa escala mede o grau de satisfação atribuído pelo sujeito a diferentes 
aspectos da sua experiência acadêmica. A escala tem 35 itens dispostos em escalas 
Likert, cujas alternativas variam de 1 (nada satisfeito) a 5 (totalmente satisfeito). A 
escala avalia três fatores: (1) Satisfação com o curso, referente ao relacionamento 
com professores e colegas do curso, relevância de conteúdos e disciplinas; (2) 
Oportunidade de desenvolvimento, que abrange os eventos sociais oferecidos pela 
instituição, o currículo do curso e o envolvimento pessoal nas atividades do curso; e 
(3) Satisfação com a instituição, que diz respeito ao acervo disponível na biblioteca, 
31 
 
recursos e equipamentos audiovisuais disponíveis e infraestrutura física da instituição 
(Anexo B) (SCHLEICH; POLYDORO; SANTOS, 2006). 
 
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA 
 
O banco de dados foi construído em planilha do Software Microsoft Excel, 
versão 2017, e convertido para o software estatístico livre R, versão 4.0.2, para 
aplicação dos testes estatísticos. Nas variáveis qualitativas realizou-se análise 
descritiva por meio de distribuições de frequências absolutas e relativas (%) e nas 
variáveis quantitativas analisaram-se estatísticas descritivas de medidas de tendência 
e de dispersão dos dados: mínimo, máximo, média e desvio padrão. 
Na comparação do perfil sociodemográfico com as dimensões dos 
instrumentos em estudo aplicou-se os testes estatísticos não paramétricos de Mann-
Whitney e Kruskal Wallis, conforme descrito no Quadro 1. Para todos os testes 
estatísticos aplicados, o nível de significância foi de 5%. 
 
QUADRO 1 – Descrição da análise estatística conforme a técnica utilizada, Natal, RN, 
Brasil, 2021. 
Análise 
Nome da 
análise 
Objetivo da 
análise 
Técnica utilizada Tabela 
1 
Análise 
descritiva 
Análise exploratória 
dos dados 
Distribuição de 
frequência 
absoluta e 
relativa, mínimo, 
máximo, quartis, 
média, desvio 
padrão e 
coeficiente de 
variação 
Tabela 1- 5 
 
2 
Teste não 
paramétrico 
de Mann-
Whitney 
Testar diferenças 
entre duas 
variáveis 
independentes 
Comparação de 
ponto médio 
Tabela 6 - 8 
3 
Teste não 
paramétrico 
de Kruskal 
Wallis 
Análise de 
variância para 
testar diferenças 
entre três ou mais 
variáveis 
independentes 
Comparação de 
ponto médio 
Fonte: dados da pesquisa, 2021. 
 
32 
 
4.7 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS 
 
Pesquisa desenvolvida de acordo com os aspectos éticos e legais estabelecido 
pelas diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres 
humanos, respeitando o caráter sigiloso e a privacidade dos dados coletados, 
conforme Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de 
Saúde e aprovação do CEP da UFRN, sob o número: 4.249.422 e Certificado de 
Apresentação para Apreciação Ética: 36707320.2.0000.5537 (Anexo D). 
 
33 
 
5 RESULTADOS 
 
5.1 DESCRIÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA 
 
Obteve-se respostas de 59 estudantes, a maioria era do sexo feminino 
(81,36%), com idade entre 20 e 46 anos, predominando a faixa etária de até 25 anos 
(72,88%). Declararam etnia branca 44,07%, pardos 40,68% e negros 15,25%, sendo 
a maioria solteiros (84,75%) e 15,25% casados ou em união estável. Com relação a 
moradia, 83,05% afirmam residir em casa e 16,95% em apartamento, no qual, 69,49% 
são residência própria, 22,03% alugada e 6,79% cedida. Esses dados correspondem 
a 22,03% dos alunos do sexto período, 25,42% do sétimo, 28,82% oitavo e 23,73% 
do nono semestre, conforme descrição sociodemográfica na Tabela 1. 
Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica dos estudantes do curso de graduação 
em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, Brasil, 
2021. 
Variáveis sociodemográficas (n=59) % 
Sexo Feminino 
Masculino 
48 
11 
81,36 
18,64 
Faixa etária Até 25 anos 
Acima de 25 anos 
43 
16 
72,88 
27,12 
Etnia 
Branco 
Pardo 
Negro 
26 
24 
9 
44,07 
40,68 
15,25 
Estado civil Solteiro 
Casado/União estável 
50 
9 
84,75 
15,25 
Caracterização de moradia Casa 
Apartamento 
49 
10 
83,05 
16,95 
Tipo de residência 
Própria 
Alugada 
Cedida 
Outra resposta 
41 
13 
4 
1 
69,49 
22,03 
6,79 
1,69 
Semestre de graduação 
6º semestre 
7º semestre 
8º semestre 
9º semestre 
13 
15 
17 
14 
22,03 
25,42 
28,82 
23,73 
Total 59 100,00 
Fonte: dados da pesquisa, 2021. 
34 
 
 
5.2 DESCRIÇÃO ACADÊMICA 
 
Na Tabela 2, está inserido as variáveis relacionadas à formação acadêmica dos 
estudantes, onde 30,51% possuem outra ocupação, além de cursar a graduação, 
15,25% têm formação como auxiliar ou técnico de enfermagem e 3,39% possuem 
outro curso de nível superior na área da saúde e 11,86% atuam ou já atuaram como 
profissionais da área da saúde. 
 Outra dimensão dessa caracterização é relativa à participação dos alunos em 
algum evento, palestra ou curso sobre urgência ou emergência (57,63%), porém ao 
incluir a temática punção venosa periférica a participação foi reduzida para 1,69%, no 
entanto, obteve um percentual pouco maior (11,86%) quando o curso envolve a 
prática de punção venosa periférica. Sobre os dispositivos utilizados para realizar esse 
procedimento, 81,36% afirmaram conhecer. 
Quanto à punção venosa periférica da veia jugular externa, conforme os itens 
16 e 17 do instrumento sociodemográfico e acadêmico, não houve participação dos 
alunos em eventos, palestras ou cursos. Logo, o conhecimento sobre o tema foi obtido 
das aulas teóricas (62,71%) e das práticas em laboratório (28,81%) com uso do 
manequim simulador ou de outros métodos para demonstração da técnica. Nos 
estágios curriculares e extracurriculares 40,68% dos graduandos tiveram a 
oportunidade de assistir o procedimento e 10,17% de realizar a punção em jugular 
externa. Sobre o manequim simulador para as práticas simuladas 64,41%, afirmaram 
utilizar e 71,19% tiveram aulas cuja estratégia de ensino foi a simulação realística. 
Tabela 2 - Caracterização acadêmica dos estudantes do curso de graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, Brasil, 
2021. 
Variáveis acadêmicas Sim N(%) Não N(%) 
Ocupação além do curso de graduação 18 (30,51%) 41 (69,49%) 
Formação como auxiliar ou técnica de enfermagem 
 
 
 
9 (15,25%) 50 (84,75%) 
Outro curso de nível superior na área da saúde 2 (3,39%) 
 
57 (96,61%) 
Atua ou já atuou como profissional da área da saúde 7 (11,86%) 
 
52 (88,14%) 
35 
 
Participação em evento, palestra ou curso sobre 
urgência e emergência 
34 (57,63%) 
 
25 (42,37%) 
Participação em evento,palestra ou curso sobre 
urgência e emergência, envolvendo a temática punção 
venosa periférica 
1(1,69%) 
 
 
58 (98,31%) 
Curso prático de punção venosa periférica 7 (11,86%) 
 
52 (88,14%) 
Conhece os dispositivos utilizados para realizar a 
punção venosa periférica 
48 (81,36%) 
 
11 (18,64%) 
Durante as aulas teóricas do curso de graduação em 
Enfermagem foi abordado a punção venosa periférica 
da veia jugular externa 
37 (62,71%) 
 
22 (37,29%) 
Durante as aulas práticas em laboratório, do curso de 
graduação em Enfermagem, foi realizado a punção 
venosa periférica da veia jugular externa em manequim 
simulador ou outro método que demonstrasse a 
execução da técnica 
17 (28,81%) 
 
42 (71,19%) 
Durante seus estágios curriculares ou extracurriculares 
teve a experiência de assistir a uma punção venosa 
periférica da jugular externa 
24 (40,68%) 
 
35 (59,32%) 
Durante seus estágios curriculares ou extracurricular, 
teve a experiência de realizar uma punção venosa 
periférica da jugular externa 
6 (10,17%) 
 
53 (89,83%) 
Realização de alguma atividade prática com o uso 
manequim simulador 
38 (64,41%) 
 
21 (35,59%) 
Já frequentou alguma aula cuja estratégia de ensino foi 
a simulação realística 
42 (71,19%) 
 
17 (28,81%) 
Total 59 (100,00%) 
Fonte: dados da pesquisa, 2021. 
 
5.3 CONHECIMENTO AUTORREFERIDO PARA PUNÇÃO VENOSA DE JUGULAR 
EXTERNA 
Os resultados apresentados a seguir, correspondem a população total do 
estudo (n=59), alunos do sexto ao nono período. Todo o conteúdo trabalhado no 
Instrumento avaliativo do conhecimento autorreferido em punção de veia jugular 
externa, está inserido nos componentes curriculares cursados pelos discentes como, 
Semiologia e Semiotécnica da Enfermagem (quarto período) e Atenção Integral à 
Saúde I (quinto período). 
36 
 
Isto posto, a primeira parte do instrumento propõe avaliar o conhecimento 
autorreferido pelos alunos com relação as ações e os componentes, que antecedem 
a punção da veia jugular externa, em que os itens: “higienização das mãos”, “seleção 
do cateter intravenoso” e o “uso de seringa com solução salina”, foram sinalizados 
como “inadequados” ou “não sabem responder” (Tabela 3). 
No tocante ao item higienizar as mãos com água e sabonete líquido ou utilizar 
preparação alcoólica com concentração final entre 60% a 80%, 6,78% e 5,08% dos 
graduandos consideram como inadequado e não sabem responder, respectivamente. 
Assim como, 18,65% não sabem que os cateteres intravenosos utilizados para a 
punção são os de flexíveis, a exemplo dos poliuretanos. 
Ainda sobre o conhecimento dos itens que antecede a punção venosa em 
jugular externa, 10,17% dos alunos julgaram como inadequado preparar seringa com 
solução salina e 27,12% desconhecem a necessidade desse componente. 
Com relação aos itens “reunir material necessário para punção venosa da 
jugular externa”, “identificar-se para o paciente” e “realizar a identificação correta do 
paciente” foram colocados pelos acadêmicos como conduta adequada, em sua 
totalidade (100%), e quanto a “explicar o procedimento ao paciente e/ou 
acompanhante”, 98,31% expôs o mesmo conhecimento. 
Tabela 3 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido 
dos alunos com relação as ações desenvolvidas antes de iniciar o procedimento de 
punção de veia jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021. 
 
Item Adequado Inadequado Não sabe 
Realizar higienização das mãos com 
água e sabonete líquido ou preparação 
alcoólica para as mãos na concentração 
final entre 60% a 80% 
52 (88,14%) 4 (6,78%) 3 (5,08%) 
Reunir material necessário para punção 
venosa de jugular externa 
59 (100,00%) --- --- 
Utilizar cateteres intravenosos flexíveis 
como o de poliuretano 
47 (79,66%) 1 (1,69%) 11 (18,65%) 
Preparar seringa com solução salina 37 (62,71%) 
 
6 (10,17%) 16 (27,12%) 
Identificar-se para o paciente 59 (100,00%) --- --- 
37 
 
Fonte: dados da pesquisa, 2021. 
 Na Tabela 4, os dados correspondem ao conhecimento autorreferido sobre as 
intervenções realizadas durante a punção venosa da jugular externa. 
Assim, as respostas aos itens, posição correta do profissional e do paciente no 
momento da inserção do cateter, corresponderam a 3,39% para inadequado, 6,78% 
não sabem responder e 6,78% para inadequado e 15,25% não sabe responder, 
respectivamente. 
Na mesma ordem que, para avaliação bilateral de ingurgitamento e 
estabilização da veia, responderam 1,69 inadequado, 25,43% não sabem responder 
e 5,09% como inadequado, 32,20% não sabem responder 15,25%, consecutivamente. 
De modo respectivo, o percentual para os seguintes itens foram de: 6,78% 
inadequado e 16,95% não souberam responder, para antissepsia da pele, 22,03% não 
souberam responder sobre o ângulo de inserção do cateter intravenoso e 3,39% 
inadequado, 16,95% não sabem responder sobre o momento de retirar a agulha-guia 
do dispositivo, após introduzir o cateter na veia. 
Sobre os itens, conexão do cateter ao polifix e teste de permeabilidade do 
sistema, os alunos consideraram 5,08% inadequado e 13,56% não souberam 
responder. Com relação ao material utilizado para fixar e estabilizar o dispositivo 
intravenoso 5,08% julgaram como inadequado e 13,56% não sabem responder. 
Foram colocados pelos alunos como conduta adequada, em sua totalidade 
(100%), o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) corretamente e quanto 
a localização do vaso a ser puncionado por meio de visualização e palpação e 
observar sinais de infiltração, extravasamento ou hematoma, 98,31% expôs o mesmo 
conhecimento. 
Tabela 4 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido 
dos alunos com relação as ações desenvolvidas durante o procedimento de punção 
venosa em jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021. 
Realizar a identificação correta do 
paciente 
59 (100,00%) --- --- 
Explicar o procedimento ao paciente 
e/ou acompanhante 
58 (98,31%) 1 (1,69%) --- 
Total 59 (100,00%) 
38 
 
Item 
Adequado 
n (%) 
Inadequado 
n (%) 
Não sabe 
n (%) 
Utilizar os equipamentos de proteção 
individual corretamente 
59 (100,00%) --- --- 
Posicionar-se adequadamente para 
realizar o procedimento (atrás da 
cabeceira do cliente) 
53 (89,83%) 2 (3,39%) 4 (6,78%) 
Posicionar o paciente em 
Trendelemburg com a face voltada para 
o lado oposto ao da punção 
 
46 (77,97%) 
 
4 (6,78%) 
 
9 (15,25%) 
Localizar o vaso a ser puncionado por 
meio de visualização e palpação 
 
58 (98,31%) 
--- 
 
1 (1,69%) 
Avaliar as condições de ingurgitamento 
da veia jugular externa aplicando 
compressão digital acima da clavícula 
com o dedo indicador e médio. Fazer 
esta avaliação do lado esquerdo e 
direito 
 
43 (72,88%) 
 
1 (1,69%) 
 
15 (25,43%) 
Tracionar a pele para baixo com o 
polegar utilizando a mão não dominante 
para estabilizar a veia jugular externa. O 
local da punção deve ser o ponto médio 
entre o ângulo da mandíbula e a 
clavícula 
 
37 (62,71%) 
 
3 (5,09%) 
 
19 (32,20%) 
Realizar antissepsia da pele, no local e 
ao redor da punção utilizando algodão 
com solução a base de álcool: gliconato 
de clorexidina > 0,5%, iodopovidona – 
PVP-I alcoólico 10% ou álcool 70% 
 
45 (76,27%) 
 
4 (6,78%) 
 
10 (16,95%) 
Introduzir o cateter intravenoso, com o 
bisel voltado para cima, num ângulo de 
aproximado 15° a 30º, observando o 
refluxo sanguíneo no canhão do cateter, 
mantendo esse ângulo ou um ângulo 
menor à medida que o cateter é 
introduzido 
 
46 (77,97%) 
--- 
 
13 (22,03%) 
Retirar a agulha-guia/mandril à medida 
que introduz o cateter intravenoso 
 
47 (79,66%) 
 
2 (3,39%) 
 
10 (16,95% 
Conectar o cateter intravenoso ao 
polifix, testar a permeabilidade do 
sistema com a solução de cloreto de 
sódio 0,9% 
 
48 (81,36%) 
 
3 (5,08%) 
 
8 (13,56%) 
Observar sinais de infiltração, 
extravasamento ou hematoma no local 
da punção venosa, além de queixas de 
dor ou desconfortoanormal do paciente 
 
57 (96,62%) 
 
1 (1,69%) 
 
1 (1,69%) 
39 
 
Estabilizar o cateter intravenoso 
utilizando curativo de poliuretano com 
borda sobre cateter que já traga um 
dispositivo de estabilização incorporado 
ou dispositivo adesivo específico, 
aplicando técnica asséptica 
 
 
48 (81,36%) 
 
3 (5,08%) 
 
8 (13,56%) 
Total 59 (100,00%) 
Fonte: dados da pesquisa, 2020. 
 
Na Tabela 5, os dados referem-se ao conhecimento autorreferido sobre as 
ações desenvolvidas após a punção venosa da jugular externa. 
Assim como na primeira parte do instrumento, a higienização das mãos após 
retirada de EPI foi considerada por 6,78% dos estudantes como inadequada e 6,78% 
não sabiam responder e no final do procedimento 5,08% afirmaram ser inadequado e 
6,78% não sabiam responder, respectivamente. 
No item, “retirar as luvas de procedimento” apenas 3,39% afirmaram não saber 
sobre o descarte de EPI após o procedimento. As demais questões foram respondidas 
como adequados com porcentagem de 98,31% para cada item (identificação e registro 
correto do procedimento, orientação sobre os cuidados com a manutenção do cateter, 
descarte do material). 
Tabela 5 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido 
dos alunos com relação as ações desenvolvidas após o procedimento de punção 
venosa da jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021. 
Item 
Adequado 
n (%) 
Inadequado 
n (%) 
Não sabe 
n (%) 
Retirar as luvas de procedimento 57 (96,61%) --- 2 (3,39%) 
Realizar higienização das mãos com 
água e sabonete líquido ou 
preparação alcoólica para as mãos 
na concentração final entre 60% a 
80% 
51 (86,44%) 4 (6,78%) 4 (6,78%) 
Identificar o acesso venoso com data, 
hora, tipo e calibre do dispositivo e 
nome do enfermeiro que realizou a 
punção 
58 (98,31%) --- 1 (1,69%) 
Realizar orientação ao 
paciente/acompanhante sobre os 
cuidados para a manutenção do 
cateter 
58 (98,31%) --- 1 (1,69%) 
40 
 
Desprezar o material utilizado em 
local próprio para esse fim 
58 (98,31%) --- 1 (1,69%) 
Realizar higienização das mãos com 
água e sabonete líquido ou 
preparação alcoólica para as mãos 
na concentração final entre 60% a 
80% 
52 (88,14%) 3 (5,08%) 4 (6,78%) 
Registrar o procedimento realizado 58 (98,31%) --- 1 (1,69%) 
 
Total 59 (100,00%) 
Fonte: dados da pesquisa, 2020. 
 
Para análise comparativa de todas as partes do instrumento de punção venosa 
da jugular externa com a caracterização acadêmica dos alunos foi aplicado o teste de 
Mann-Whitney, para comparar as variáveis com duas categorias, e o teste de Kruskal-
Wallis, para as variáveis com mais de três categorias, em ambos foram considerados 
o nível de significância de 5% (Tabela 6). 
Constatou-se que, nas ações desenvolvidas na primeira parte do instrumento 
(antes da punção) os alunos que tiveram acesso a atividade com manequim 
simulador apresentaram menor percentual de conhecimento retido (p=0,007). 
Nas ações referentes a segunda parte instrumento (durante a punção) os 
alunos do sexto período tiveram menor nível de conhecimento teórico em punção de 
jugular externa (p=0,019). 
Nas atividades da terceira parte do instrumento (depois da punção) os alunos 
e realizaram a prática da punção de jugular nos estágios curriculares e/ou 
extracurricular apresentaram menor nível de conhecimento teórico (p=0,032). 
Tabela 6 - Comparação do conhecimento sobre os procedimentos realizados antes, 
durante e depois da punção venosa em jugular externa, segundo caracterização 
acadêmica. Natal, RN, Brasil, 2021. 
Caracterização acadêmica 
ANTES DURANTE DEPOIS 
Mediana 
Valor-
p 
Mediana 
Valor-
p 
Mediana 
Valor-
p 
Semestre da Graduação 
6º 87,71 
0,808 
66,67B 
0,019 
100,00 
0,510 
7º 100,00 100,00A 100,00 
8º 100,00 91,67A 100,00 
9º 85,71 91,67A 100,00 
41 
 
Ocupação além do Curso 
Graduação 
Sim 100,00 
0,197 
100,00 
0,157 
100,00 
0,158 
Não 85,71 83,33 100,00 
Formação como auxiliar 
ou técnica de enfermagem 
Sim 100,00 
0,653 
83,33 
0,853 
100,00 
0,146 
Não 92,86 91,67 100,00 
Evento, palestra ou curso 
de Urgência/Emergência 
Sim 92,86 
0,743 
83,33 
0,370 
100,00 
0,222 
Não 100,00 91,67 100,00 
Conhecimento de 
dispositivos para punção 
venosa periférica 
Sim 92,86 
0,815 
91,67 
0,105 
100,00 
0,474 
Não 100,00 75,00 100,00 
Aulas teóricas sobre 
punção veia jugular 
externa 
Sim 100,00 
0,332 
91,67 
0,119 
100,00 
0,820 
Não 85,71 79,17 100,00 
Aulas práticas sobre 
punção veia jugular 
externa 
Sim 100,00 
0,088 
100,00 
0,046 
100,00 
0,166 
Não 85,71 83,33 100,00 
Punção de jugular externa 
nos estágios curricular ou 
extracurricular 
Sim 100,00 
0,135 
100,00 
0,050 
100,00 
0,032 
Não 85,71 83,33 100,00 
Atividade com manequim 
em simulador 
Sim 85,71 
0,007 
83,33 
0,053 
100,00 
0,771 
Não 100,00 100,00 100,00 
Simulação realística como 
estratégia com ensino 
Sim 92,86 
0,721 
91,67 
0,095 
100,00 
0,336 
Não 100,00 66,67 100,00 
Fonte: dados da pesquisa, 2021. 
 
5.4 AUTOEFICÁCIA NA FORMAÇÃO SUPERIOR 
Para comparar as dimensões da AEFS com as variáveis acadêmicas dos 
estudantes de graduação em Enfermagem foi aplicado o teste de Mann-Whitney para 
as variáveis com duas categorias e o teste de Kruskal-Wallis para as variáveis com 
mais de três categorias, em ambos foram considerados o nível de significância de 5% 
(Tabela 7). 
O teste de Kruskal-Wallis verificou, que os alunos do sétimo, oitavo e nono 
semestre têm menor nível de autoeficácia na regulação da formação (valor-p=0,034), 
constatando o maior nível dessa dimensão aos alunos do sexto semestre. Nas 
dimensões ações proativas e gestão acadêmica, apenas, o sétimo período apresentou 
menor nível de autoeficácia, (valor-p=0,007) e (valor-p=0,026) respectivamente. 
O teste de Mann-Whitney apontou que, os alunos com formação de auxiliar ou 
técnico de enfermagem possuem menor nível de autoeficácia em gestão acadêmica 
(valor-p=0,041) e aos que não tiveram acesso as aulas práticas sobre punção venosa 
de jugular externa, o nível de autoeficácia em ações proativas também foi baixo (valor-
p=0,039). 
46 
 
Tabela 7 – Comparação entre as dimensões da Escala de Autoeficácia na Formação Superior e as variáveis acadêmicas dos 
estudantes. Natal, RN, Brasil, 2021. 
 
Caracterização acadêmica 
Acadêmica 
Regulação da 
formação 
Ações 
proativas 
Interação 
social 
Gestão 
acadêmica 
Mediana Valor-p Mediana Valor-p Mediana Valor-p Mediana Valor-p Mediana Valor-p 
Semestre da Graduação 
6º 4,83 
0,063 
5,00A 
0,034 
5,00A 
0,007 
4,83 
0,106 
5,00AB 
0,026 
7º 4,17 4,33B 5,00B 5,00 4,50B 
8º 4,83 5,00B 6,00A 5,00 5,75A 
9º 4,58 4,83B 5,00A 5,00 5,00AB 
Ocupação além do Curso 
Graduação 
Sim 4,83 
0,165 
5,00 
0,057 
5,00 
0,784 
5,25 
0,302 
5,00 
0,707 
Não 4,67 4,67 5,00 5,17 5,00 
Formação como auxiliar ou 
técnica de enfermagem 
Sim 4,17 
0,472 
4,33 
0,234 
5,00 
0,142 
5,00 
0,498 
4,50 
0,041 
Não 4,83 5,00 5,00 5,17 5,00 
Evento, palestra ou curso de 
Urgência/Emergência 
Sim 4,67 
0,655 
4,83 
0,926 
5,00 
0,792 
5,08 5,00 
0,528 
Não 4,83 4,67 5,00 5,17 0,474 5,25 
Conhecimento de 
dispositivos para punção 
venosa periférica 
Sim 4,750,792 
4,67 
0,799 
5,00 
0,843 
5,00 
0,598 
5,00 
0,767 
Não 4,83 4,67 5,00 5,17 5,00 
Aulas teóricas sobre punção 
veia jugular externa 
Sim 4,83 
0,139 
5,00 
0,323 
5,00 
0,756 
5,50 
0,310 
5,00 
0,702 
Não 4,33 4,67 5,00 5,00 5,00 
Aulas práticas sobre punção 
veia jugular externa 
Sim 4,83 
0,264 
5,00 
0,185 
5,00 
0,039 
5,50 
0,128 
5,50 
0,057 
Não 4,75 4,67 5,00 5,00 5,00 
Punção de jugular externa 
nos estágios curricular ou 
extracurricular 
Sim 4,83 
0,625 
4,67 
0,301 
5,00 
0,275 
5,17 
0,840 
5,00 
0,684 
Não 4,67 5,00 5,00 5,00 5,00 
Atividade com manequim em 
simulador 
Sim 4,83 
0,504 
4,67 
0,565 
5,00 
0,616 
5,08 
0,409 
5,00 
0,546 
Não 4,33 4,67 5,00 5,17 5,00 
Simulação realística como 
estratégia com ensino 
Sim 4,75 
0,573 
4,83 
0,276 
5,00 
0,290 
5,25 
0,326 
5,00 
0,628 
Não 4,83 4,67 5,00 5,00 5,00 
Fonte: dados da pesquisa, 2021.
 47 
 
5.5 SATISFAÇÃO COM A EXPERIÊNCIA ACADÊMICA 
A fim de conhecer a satisfação do aluno durante o processo de formação, foi 
utilizado a ESEA como forma de compreender a relação do graduando com a 
instituição e as mudanças que ocorrem dessa interação. Essa escala é composta por 
itens distribuídos nas dimensões de: satisfação com o curso, oportunidade de 
desenvolvimento e satisfação com a instituição (SCHLEICH; SANTOS, 2006). 
Considerando as informações relativas as dimensões da ESEA comparadas 
com a caracterização acadêmica dos alunos (Tabela 8), evidencia-se que não houve 
variação estatística, com relação à satisfação com à experiência acadêmica no ensino 
superior dos graduandos de Enfermagem, conforme resultados do teste Mann-
Whitney e de Kruskal-Wallis para um nível de significância de 5%. 
 
Tabela 8 - Comparação entre as dimensões da Escala de Satisfação com a 
Experiência Acadêmica e as variáveis acadêmicas dos estudantes. Natal, RN, Brasil, 
2021. 
 
Caracterização acadêmica 
Satisfação 
com o curso 
Oportunidade de 
desenvolvimento 
Satisfação 
com a 
instituição 
Mediana 
Valor-
p 
Mediana 
Valor-
p 
Mediana 
Valor-
p 
Semestre da 
Graduação 
6º 4,00 
0,390 
3,50 
0,104 
3,92 
0,665 
7º 3,54 3,10 3,25 
8º 4,00 3,80 3,58 
9º 3,88 3,85 3,50 
Ocupação além do 
Curso Graduação 
Sim 3,96 
0,415 
3,50 
0,754 
3,42 
0,323 
Não 3,85 3,60 3,50 
Formação como 
auxiliar ou técnica de 
enfermagem 
Sim 3,31 
0,089 
3,40 
0,241 
3,25 
0,364 
Não 3,96 3,65 3,54 
Evento, palestra ou 
curso de 
Urgência/Emergência 
Sim 3,92 
0,656 
3,65 
0,596 
3,46 
0,730 
Não 3,85 3,50 3,50 
Conhecimento de 
dispositivos para 
punção venosa 
periférica 
Sim 3,85 
0,830 
3,60 
0,598 
3,50 
0,861 
Não 4,00 3,80 3,25 
Aulas teóricas sobre 
punção veia jugular 
externa 
Sim 4,00 
0,355 
3,60 
0,706 
3,58 
0,182 
Não 3,62 3,65 3,17 
Aulas práticas sobre 
punção veia jugular 
externa 
Sim 4,08 
0,352 
3,80 
0,887 
3,67 
0,769 
Não 3,81 3,60 3,46 
 48 
 
Punção de jugular 
externa nos estágios 
curricular ou 
extracurricular 
Sim 3,73 
0,589 
3,80 
0,811 
3,38 
0,722 
Não 3,92 3,60 3,50 
Atividade com 
manequim em 
simulador 
Sim 3,88 
0,516 
3,75 
0,353 
3,58 
0,073 
Não 3,92 3,40 3,08 
Simulação realística 
como estratégia com 
ensino 
Sim 4,00 
0,251 
3,75 
0,356 
3,58 
0,327 
Não 3,69 3,40 3,25 
Fonte: dados da pesquisa, 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
 
6 DISCUSSÃO 
 
As características sociodemográficas (Tabela 1), deste estudo, relativas ao 
sexo feminino (81,36%) estão de acordo com a pesquisa de Mota et al. (2019) aplicada 
na mesma instituição e curso com 92,1% de estudantes mulheres. Similaridade se 
observa em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas de outras 
regiões do país com percentual acima de 81%, característica atribuída ao contexto 
histórico de uma profissão formada por mulheres (LIMA et al., 2015; BUBLITZ et al., 
2015). Contudo, o aumento gradual da participação masculina na enfermagem 
brasileira (14,4%) tem diversificado o domínio do público hegemonicamente feminino 
(MACHADO et al., 2017). 
 Com relação a faixa etária, foi predominante alunos com idade até 25 anos 
(72,88%), identificou-se perfil similar nos resultados de Souza et al. (2018), em que a 
faixa etária dos 20 aos 25 anos correspondeu a 75%. Tal característica tem relação 
com a trajetória educacional na sociedade contemporânea, evidenciada pelo acesso 
prévio ou oportuno ao ensino superior, mas não constitui uma realidade prevalecente 
quando analisada por uma dimensão mais abrangente e considerando variáveis como 
sexo, etnia e regiões do país (VASCONCELOS, 2016; SALATA, 2018). 
Quanto à variável etnia, se autodeclararam brancos 44,7% dos estudantes, 
esse resultado encontra-se em consonância com os achados de Souza et al. (2018) 
para um percentual de 60% e Preto et al. (2018) para 66,2%. Além disso, segundo 
dados da pesquisa “perfil da enfermagem no Brasil”, observa-se que maior parte dos 
enfermeiros (57,9%) possuem etnia branca (MACHADO et al., 2017). 
 A interpretação desse resultado pode ter relação com a questão racial 
vinculada a desigualdade de acesso à educação, conforme Ferreira (2020) e Santos 
(2017) que discutem a ampliação da inserção da população negra nas universidades 
públicas, a partir das políticas públicas de acesso ao ensino superior brasileiro. 
Contudo, após duas décadas de sua implantação, a proporção de pessoas com 
idade ≥ 25 anos com 12 anos ou mais de estudos corresponde à 25,5% da população 
branca, comparada a 11,6% da população negra, resultado que reflete à perspectiva 
da universalização do acesso à educação superior com representatividade 
racialmente igualitária (IPEA, 2015; FERREIRA, 2020). 
Quanto ao estado civil, foi identificado um cenário acadêmico com 84,75% de 
estudantes solteiros, dado que corrobora com as pesquisas de Mota et al. (2019), 
 50 
 
Lima et al. (2015) e Preto et al. (2018) com percentuais superiores a 80%. Esse 
resultado expressivo demonstra uma nova realidade da sociedade, em que a carreira 
profissional, a autorrealização, autonomia e liberdade são alguns dos fatores que 
tardam a construção de uma relação afetiva (LEMOS et al., 2005; PRADO; FLEITH, 
2020). 
No que tange à moradia e ao tipo de residência 83,05% e 69,49% afirmam 
residir em casas localizadas em zona urbana e possuir residência própria, 
respectivamente. Ao relacionar a variável “tipo de residência” com outras pesquisas 
realizadas com estudantes de graduação em enfermagem, Lima et al. (2015), Souza 
et al. (2015), Preto et al. (2018). Mas, observou-se que a ausência da opção “morar 
com os pais/família”, nesta pesquisa, influenciou na ausência de uma análise precisa 
da variável “residência própria” em detrimento a especificidade do item. 
Sobre a participação dos acadêmicos na pesquisa, conforme o semestre em 
curso (sexto 22,03%, sétimo 25,42%, oitavo 28,82% e nono 23,73%), obteve-se 
resultado análogo ao de Mota et al. (2019), em mesma instituição e curso, com 
frequência de 22,4% de alunos do sexto semestre, 17,1% do sétimo, 22,4% do oitavo 
e 17,1% do nono período. Embora a coleta de dados tenha ocorrido por métodos 
distintos, constata-se diminuição dessa população como voluntários nas pesquisas. 
Em consonância com os dados dessa pesquisa, em que 69,49% dos discentes 
não trabalham e 88,14% não possuem formação superior anterior ao curso, estudo 
realizado em três universidades públicas e uma privada evidenciou que a maioria dos 
discentes não desenvolve nenhuma atividade de trabalho (74,2%), e (96,9%) não 
possui outro curso superior, percentual elevado, encontrado principalmente em 
instituições públicas, pois a oferta do curso em tempo integral dificulta a inserção no 
mercado de trabalho (BUBLITZ et al, 2015). 
Sobre o instrumento avaliativo do conhecimento autorreferido para punção da 
veia jugular externa, é pertinente discutir os itens considerados pelos alunos

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