Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ENFERMAGEM MESTRADO ACADÊMICO FRANCISCA SIMONE DA SILVA PUNÇÃO VENOSA EM JUGULAR EXTERNA: CONHECIMENTO AUTORREFERIDO POR ESTUDANTES DE ENFERMAGEM NATAL - RN 2021 FRANCISCA SIMONE DA SILVA PUNÇÃO VENOSA EM JUGULAR EXTERNA: CONHECIMENTO AUTORREFERIDO POR ESTUDANTES DE ENFERMAGEM Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Área de concentração: Enfermagem na atenção à saúde Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Tecnológico em Saúde e Enfermagem Orientadora: Dr.ª Maria Alzete de Lima NATAL - RN 2021 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Bertha Cruz Enders - -Escola de Saúde da UFRN - ESUFRN Silva, Francisca Simone da. Punção venosa em jugular externa: conhecimento autorreferido por estudantes de enfermagem / Francisca Simone da Silva. - 2021. 75f.: il. Dissertação (Mestrado em Enfermagem)- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-graduação em Enfermagem. Natal, RN, 2020. Orientadora: Maria Alzete de Lima. 1. Educação em enfermagem - Dissertação. 2. Procedimentos clínicos - Dissertação. 3. Cuidados críticos - Dissertação. I. Lima, Maria Alzete de. II. Título. RN/UF/BS-Escola de Saúde CDU 616-083:37 Elaborado por MAGALI ARAUJO DAMASCENO DE OLIVEIRA - CRB-15/519 FRANCISCA SIMONE DA SILVA PUNÇÃO VENOSA EM JUGULAR EXTERNA: CONHECIMENTO AUTORREFERIDO POR ESTUDANTES DE ENFERMAGEM Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Aprovado em: 26 de fevereiro de 2021. BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Maria Alzete de Lima - Presidente Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN ________________________________________________________________ Prof. Dr. Richardson Augusto Rosendo da Silva - Examinador Interno ao Programa Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN ________________________________________________________________ Prof. Dr. Fernando José Guedes da Silva - Examinador Externo ao Programa Universidade Federal do Piauí – UFPI ________________________________________________________________ Prof. Dr. Ana Roberta Vilarouca da Silva- Examinador Externo ao Programa Universidade Federal do Piauí – UFPI Esperar o tempo de Deus me tornou forte e confiante durante a caminhada. AGRADECIMENTOS A Deus, por todo o cuidado e zelo, pela firmeza e confiança, por me fazer acreditar dia a dia no meu sonho. Muitas vezes foi apenas eu e Ele. Obrigada por tanto amor, diante de todas as dificuldades em nenhum momento me deixaste sozinha, gratidão. Aos meus pais Vera e Adão (Louro), pela dedicação e empenho em proporcionar a melhor educação que poderia ter, mesmo distantes se fazem presentes em todos os momentos, tê-los em minha vida aquece meu coração e tranquiliza minha alma, amo vocês. Ao meu noivo Raimundo (Ray), pelo apoio incondicional durante toda a caminhada, seu carinho, dedicação, amor e cuidado foi fundamental para a concretização desse sonho. Aos meus irmãos Sabrina, Gerson e Gean, por tornarem a caminhada mais leve com os momentos de descontração. Ao meu avós Chico Bonifácio (in memorian) e Salete, por todas as orações e cuidado. Vó, sua partida tornou a jornada mais difícil, mas as lembranças do nosso maravilhoso convívio aquecem e tranquilizam meu coração. A minha turma do Mestrado, por todo conhecimento compartilhado e por tantos momentos felizes e descontraídos. A banca de qualificação e defesa pelas contribuições na conclusão desta pesquisa. A minha orientadora Dra. Maria Alzete de Lima, pela dedicação na condução dessa pesquisa, seu apoio e direcionamento foram fundamentais para o alcance dos resultados. Obrigada pela confiança, compreensão e dedicação. SILVA, F.S. Punção venosa em jugular externa: conhecimento autorreferido por estudantes de enfermagem. Natal, 2021. Dissertação de Mestrado, 75 folhas. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (RN), 2021. RESUMO Acesso venoso periférico é um procedimento frequente nos serviços de assistência à saúde, tornando-se um desafio para o profissional enfermeiro quando o sítio venoso é a jugular externa, visto ser um procedimento que requer avaliação clínica precisa, habilidades, domínio da fisiologia e anatomia, competências específicas alcançadas na formação técnico-científica profissional, que requerem integração de saberes múltiplos e complexos. Nesse sentido, objetivou-se verificar o conhecimento autorreferido dos estudantes de graduação em enfermagem para realização da punção venosa em jugular externa. Trata-se de uma pesquisa desenvolvida por abordagem quantitativa, com delineamento transversal e análise descritiva, realizada com alunos do sexto ao nono período, matriculados no segundo semestre de 2020, do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Coleta de dados realizada via internet, por intermédio de e-mail e aplicativo de mensagem WhatsApp, entre os meses de outubro e novembro de 2020, mediante aplicação de um questionário eletrônico por link de acesso. Os dados foram organizados em planilha do Software Microsoft Excel, versão 2017 e convertido para o software estatístico livre R para aplicação dos testes estatísticos. As variáveis quantitativas foram analisadas por estatísticas descritivas de medidas de tendência e de dispersão dos dados e na comparação das características acadêmicas com as dimensões dos instrumentos em estudo aplicou-se os testes de Mann-Whitney e Kruskal Wallis, sendo adotado o nível de significância foi de 5%. Estudo desenvolvido mediante Certificado de Apresentação para Apreciação Ética, CAAE:36707320.2.0000.5537. Obteve-se respostas de 59 estudantes, onde predominou sexo feminino (81,36%), faixa etária de até 25 anos (72,88%), maioria solteiros (84,75%), no qual, 22,03% dos alunos cursavam sexto período, 25,42% sétimo, 28,82% oitavo e 23,73% nono. Quanto ao processo de aprendizagem, verificou-se que 35 (59,32%) não possuíam experiência de assistir a uma punção venosa em jugular externa, e ainda que 12 (20,34%) não sabiam utilizar cateteres intravenoso flexíveis como o de poliuretano. De modo geral, os alunos dos últimos períodos apresentaram maior nível de conhecimento teórico autorreferido nas ações desenvolvidas antes, durante e após o procedimento, contudo, aqueles não expostos a realização do procedimento em ambiente real de prática apresentaram o menor índice de consolidação do conhecimento teórico em punção venosa da jugular externa (p-valor 0,032) e redução da autoeficácia na dimensão regulação da formação com p- valor de 0,034. Assim, o domínio do conhecimento presente nos períodos finais da formação reflete na qualidade da prática assistencial desses alunos, enquanto futuros profissionais, mas evidencia-se à necessidade de uniformização do conhecimento retido a partir da adequação no ensino desse procedimento.Palavra-chave: Educação em Enfermagem. Procedimentos Clínicos. Cuidados Críticos. SILVA, F.S. Venous puncture in external jugular: self-referred knowledge by nursing students. Natal, 2021. Dissertation, 75 leaves. Dissertation (Master in Nursing). Nursing Graduate Program, Federal University of Rio Grande do Norte (RN), 2021. ABSTRACT Peripheral venous access is a common procedure in health care services, becoming a challenge for the professional nurse when the venous site is the external jugular, as it is a procedure that requires precise clinical assessment, skills, mastery of physiology and anatomy, specific skills achieved in professional technical-scientific training, which require the integration of multiple and complex knowledge. In this sense, the objective was to verify the self-reported knowledge of undergraduate nursing students to perform venipuncture in the external jugular. This is a research developed by a quantitative approach, with a cross-sectional design and descriptive analysis, carried out with students from the sixth to the ninth period, enrolled in the second semester of 2020, of the Undergraduate Nursing Course at the Federal University of Rio Grande do Norte. Data collection carried out via the internet, via email and WhatsApp messaging application, between the months of October and November 2020, by applying an electronic questionnaire by access link. The data were organized in a Microsoft Excel Software spreadsheet, version 2017 and converted to the free statistical software R for the application of statistical tests. The quantitative variables were analyzed by descriptive statistics of measures of trend and dispersion of data and in the comparison of academic characteristics with the dimensions of the instruments under study, the Mann-Whitney and Kruskal Wallis tests were applied, with the level of significance being adopted. 5%. Study developed through Certificate of Presentation for Ethical Appreciation, CAAE: 36707320.2.0000.5537. Answers were obtained from 59 students, predominantly female (81.36%), aged up to 25 years (72.88%), mostly single (84.75%), in which 22.03% of students attended sixth period, 25.42% seventh, 28.82% eighth and 23.73% ninth. As for the learning process, it was found that 35 (59.32%) had no experience of attending an external jugular venipuncture, and even 12 (20.34%) did not know how to use flexible intravenous catheters such as polyurethane. In general, students from the last periods showed a higher level of self-reported theoretical knowledge in the actions developed before, during and after the procedure, however, those not exposed to the performance of the procedure in a real practice environment had the lowest index of theoretical knowledge consolidation. in venous puncture of the external jugular (p-value 0.032) and reduction of self-efficacy in the dimension regulating the formation with p-value of 0.034. Thus, the knowledge domain present in the final training periods reflects on the quality of the care practice of these students, as future professionals, but it is evident the need for uniformity of the knowledge retained from the adequacy in teaching this procedure. Keywords: Education. Nursing. Critical Pathways. Critical Care. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AEFS Escala de Autoeficácia na Formação Superior COFEN Conselho Federal de Enfermagem COREN CEP Conselho Regional de Enfermagem Comitê de Ética em Pesquisa CNE Conselho Nacional de Educação DCENF Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem ESEA EPI Escala de Satisfação com a Experiência Acadêmica Equipamentos de Proteção Individual MSPSE Multidimensional Scales of Perceived Self Efficacy SPSS Statistical Package for the Social Sciences TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UFRN IES Universidade Federal do Rio Grande do Norte Instituições de Ensino Superior LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Descrição da análise estatística conforme a técnica utilizada, Natal, RN, Brasil, 2021................................................................................................................28 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica dos estudantes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, Brasil, 2021...........................................................................................................................29 Tabela 2 - Caracterização acadêmica dos estudantes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, Brasil, 2020...........................................................................................................................30 Tabela 3 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido dos alunos com relação as ações desenvolvidas antes de iniciar o procedimento de punção de veia jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021.............................................32 Tabela 4 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido dos alunos com relação as ações desenvolvidas durante o procedimento de punção venosa em jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021...................................................34 Tabela 5 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido dos alunos com relação as ações desenvolvidas após o procedimento de punção venosa da jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021....................................................35 Tabela 6 - Comparação do conhecimento sobre os procedimentos realizados antes, durante e depois da punção venosa em jugular externa, segundo caracterização acadêmica. Natal, RN, Brasil, 2021.............................................................................36 Tabela 7 – Comparação entre as dimensões da Escala de Autoeficácia na Formação Superior e as variáveis acadêmicas dos estudantes. Natal, RN, Brasil, 2021............46 Tabela 8 - Comparação entre as dimensões da Escala de Satisfação com a Experiência Acadêmica e as variáveis acadêmicas dos estudantes. Natal, RN, Brasil, 2021............................................................................................................................47 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................16 1.1 JUSTIFICATIVA....................................................................................................17 2 OBJETIVOS ...........................................................................................................19 2.1 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................19 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................19 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................20 3.1 ACESSO VENOSO PERIFÉRICO EM JUGULAR EXTERNA.............................20 3.2 AUTOEFICÁCIA E RELAÇÃO DESEMPENHO ACADÊMICO............................23 4. MÉTODO................................................................................................................26 4.1 TIPO DE PESQUISA............................................................................................26 4.2 LOCAL DA PESQUISA.........................................................................................26 4.3 POPULAÇÃO.......................................................................................................27 4.4 COLETA DOS DADOS.........................................................................................274.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS...................................................28 4.5.1 Instrumento sociodemográfico e acadêmico................................................28 4.5.2 Instrumento avaliativo do conhecimento autorreferido em punção de veia jugular externa..........................................................................................................29 4.5.3 Escala de Autoeficácia na Formação Superior.............................................30 4.5.4 Escala de Satisfação com a Experiência Acadêmica...................................30 4.6 ANALISE DOS DADOS........................................................................................31 4.7 ASPECTOS ÉTICOS............................................................................................32 5. RESULTADOS.......................................................................................................33 5.1 DESCRIÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA.................................................................33 5.2 DESCRIÇÃO ACADÊMICA..................................................................................34 5.3 CONHECIMENTO AUTORREFERIDO PARA PUNÇÃO VENOSA DE JUGULAR EXTERNA...................................................................................................................35 5.4 AUTOEFICÁCIA NA FORMAÇÃO SUPERIOR....................................................41 5.5 SATISFAÇÃO COM A EXPERIÊNCIA ACADÊMICA...........................................47 6. DISCUSSÃO..........................................................................................................49 7. CONCLUSÃO.........................................................................................................56 REFERÊNCIAS..........................................................................................................58 APÊNDICES...............................................................................................................65 ANEXOS....................................................................................................................73 16 1 INTRODUÇÃO Estabelecer acesso intravenoso pode ser um desafio para o profissional de saúde e angustiante para o paciente e sua família. A escolha do acesso vascular intravenoso mais apropriado é fundamental para melhorar o atendimento a curto e longo prazo em pacientes. Os pacientes que necessitam de acesso venoso prolongado ou repetido têm maior risco de complicações, o que pode resultar em perda progressiva da vasculatura patente. Após insucessos em múltiplas tentativas episódicas, considerando que pode limitar o tratamento, existe indicação de cateterismo periférico em jugular externa. Cada vez mais os hospitais têm equipes especializadas, de várias disciplinas, para inserir cateteres venosos periféricos e centrais. A seleção correta do local e a técnica ideal podem minimizar as tentativas fracassadas, melhoram a experiência de pacientes e o cuidado (BENNETT; CHEUNG, 2020). A obtenção dessa via venosa é frequentemente solicitada nos cenários de urgência e emergência, pré-hospitalar e hospitalar, sempre que não for possível outro sítio de inserção periférica. Se configura como um procedimento terapêutico que viabiliza à administração de terapia endovenosa, como a infusão de soluções, administração de medicamentos, transfusão de hemoderivados, tratamento quimioterápicos e reposição volêmica vigorosa em procedimentos cirúrgicos (MORAIS FILHO et al., 2016, GUIMARAES et al., 2020). Considerando que, as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Enfermagem (DCENF) propõe uma formação acadêmica capaz de promover no aluno o desenvolvimento intelectual e profissional autônomo e permanente (BRASIL, 2001), existiria uma ponte entre o que é preconizado na prática profissional e o que se observa nos processos formativos? Visto que, o conhecimento técnico-científica limitado associada a pouca habilidade técnica, não desenvolvidas ou vivenciadas para a execução de procedimentos clínicos, torna-se um desafio para os enfermeiros egressos construir essas competências avaliar, sistematizar e decidir as condutas adequadas (LEAL, 2018). Portanto, questiona-se, o conhecimento autorreferido por estudantes de graduação em Enfermagem para a punção venosa da jugular externa o torna apto, enquanto futuros profissionais, para tomada de decisão na assistência? 17 1.1 JUSTIFICATIVA A justificativa deste estudo consiste na relevância dos procedimentos clínicos para o exercício da profissão, fundamentado no respaldo científico, técnico, ético e legal para o desenvolvimento de atividades complexas, como a punção venosa em jugular externa, que tem sido questionada quanto à legitimidade da prática por Enfermeiros (COREN, 2014, 2015, 2017). Sobre o assunto, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) divulgou parecer favorável, em que a legitimidade da autonomia do Enfermeiro encontra-se em conformidade com a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, Resoluções do COFEN e Código de Ética profissional, considerando para tal a autoavaliação de competência técnica, científica, ética e legal (COFEN, 2013). Contudo, além das prerrogativas da legislação de Enfermagem e após posicionamento do COFEN, os Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN) continuam a emitir parecer sobre a legalidade do procedimento por Enfermeiros, complementando-os com outras condições e orientações, como: curso de capacitação técnica implantados e validados pela instituição em que trabalha, não ser sítio de punção de primeira escolha, utilizar preferencialmente em situações de emergência e realizar a punção após consenso com o médico responsável pelo atendimento ao paciente (COREN, 2013, 2014, 2015). Diante do contexto, é pertinente colocar que a assistência em saúde se torna mais efetiva quando realizada de forma integrada, a partir do trabalho em equipe multiprofissional, visto que a complexidade de algumas ações requer o compartilhamento de decisões, contudo deve-se haver respeito aos espaços de atuação de cada profissão para que o domínio de uma categoria não ultrapasse a autonomia de uma outra (BELLAGUARDA et al., 2013). Logo, sendo a Enfermagem uma profissão sustentada pelo rigor técnico- científico com autonomia para realizar procedimentos clínicos complexos dentro do seu amplo espectro de atuação, essa pesquisa fomenta o pensamento crítico- reflexivo, quanto a compreensão e o aprendizado teórico dos alunos, sobre a punção venosa em jugular externa durante o processo formativo, vindo a contribuir para a identificação de lacunas do processo ensino-aprendizagem e de fatores intrínsecos ao estudante, como à autoeficácia e a satisfação com a experiência acadêmica, que podem comprometer o aprendizado, consequentemente, a prática profissional. 18 Visualiza-se, também, contribuições reflexivas sobre as DCENF instituídas em 2001, norteadora dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação em Enfermagem, uma vez que a inovação tecnológica do mundo contemporâneo tem influenciado adaptações ao processo de formação, com vistas a assegurar o conhecimento teórico-prático e autonomia técnico-científica durante toda a formação acadêmica para o alcance de uma prática assistencial efetiva (CNS, 2018). Assim, apesar da punção venosa em jugular externa ser considerada um procedimento de maior complexidade técnica, requerendo conhecimento científico de maior abrangência para o domínio da prática, a quantidade reduzida de estudos sobre o tema inviabiliza uma análise mais ampla de questionamentos sobre à legitimidade do procedimento por Enfermeiros. Dessa forma, reiterasse a relevância do estudo para a área da Enfermagem, que tem consolidado suaatuação com respaldo no saber científico, teoricamente fundamentado, aplicada com competência técnica e respeito aos limites da legislação, oferecendo uma assistência segura, ética e eficiente. 19 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Verificar o conhecimento autorreferido dos estudantes de graduação em Enfermagem para realização da punção venosa periférica em jugular externa. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Caracterizar o perfil sociodemográfico e acadêmico dos estudantes de graduação em Enfermagem; • Comparar o conhecimento autorreferido em punção venosa periférica da jugular externa entre os estudantes de semestres diferentes; • Compreender a confiança dos estudantes de Enfermagem sobre atividades desempenhadas durante a formação acadêmica; • Avaliar a satisfação dos estudantes de Enfermagem com relação a experiência acadêmica. 20 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 ACESSO VENOSO PERIFÉRICO EM JUGULAR EXTERNA Desde o século XIX a Enfermagem tem oferecido contribuições significativas para o desenvolvimento da prática assistencial à saúde, período marcado por seu primórdio enquanto profissão, desenvolvido pelos esforços da precursora moderna, Florence Nightingale (1820-1910), e sua busca pela melhoria da qualidade da assistência e dos padrões de higiene dos hospitais da época (DINC; NADERI; KANPOLAT, 2013; FIGUEIREDO; PERES, 2019). O surgimento das escolas de enfermagem modernas ampliou o espaço de atuação e conquistas da profissão com contribuições fundamentais para o advento científico da Enfermagem que passa a prestar uma assistência pautada na prática científica (SANTOS et al., 2014). Esse desenvolvimento ampliou, também, a complexidade que envolve os diferentes tipos do cuidar/assistir, exigindo do profissional enfermeiro desempenho, qualificação e a habilidade de desenvolver múltiplas funções, interligadas a qualidade nos procedimentos técnicos e a garantia da segurança para o paciente (SANTOS et al., 2014). Visto que, a assistência de enfermagem acontece em cenários múltiplos, contemplando diversas áreas do desenvolvimento biológico humano, requer conhecimento teórico-científico amplo e diversificado do profissional, a qual demanda uma preparação direcionada para o desenvolvimento de competências e habilidades técnicas. Além disso, o processo de ensino-aprendizado deve garantir autonomia e confiança para o desenvolvimento da prática no ambiente de trabalho (KIEKKAS et al., 2019). Dentre as atividades desenvolvidas, por profissionais da enfermagem, destaca-se os procedimentos invasivos, entre esses a punção venosa periférica. Logo, o conhecimento sobre a fisiologia dos vasos sanguíneos e punção venosa periférica, remota ao século XVII (1628) fundamentado por William Harvey que descreveu pela primeira vez o funcionamento da circulação sanguínea em animais (MONSUEZ, 2016). Seus escritos deram suporte a estudos subsequentes como o de Blundel (1818) no século XIX, primeiro médico a transfundir sangue com sucesso de um ser humano para outro. No mesmo século O'Shaughnessy e Latta (1831) 21 realizaram a administração endovenosa de água e soro em pacientes vítimas de cólera (BASKETT, 2002, DUDRICK; PALESTY, 2011). Após várias experimentações e descobertas sobre o funcionamento da circulação sanguínea, no século XX, meados de 1945, o cateter sob agulha foi utilizado pela primeira vez para a administração de fluídos intravenoso, desde então, a utilização dos dispositivos intravenosos tornou-se frequente modernos, seguros e biocompatíveis (DUDRICK; PALESTY, 2011). Na enfermagem, a execução da punção venosa periférica e a administração de terapias endovenosa teve início no século XX (1925), nos Estados Unidos, com enfermeiros capacitados para administrar soluções e realizar transfusões por via intravenosa. No Brasil, na década de cinquenta, a administração de medicamentos mediante acesso venoso vascular era atribuição do enfermeiro, a qual evoluiu para uma ação legalmente atribuída a equipe de enfermagem (NICOLAO; PACZKOSKI; ELLENSOHN, 2013). Portanto, o contexto histórico evolutivo da punção de veias periféricas está estreitamente conexo aos avanços do processo de ensino-aprendizagem da enfermagem, uma vez que alicerçada nas vivências das práticas de estágio, evoluiu para aulas práticas em laboratórios, possibilitando aos alunos o aperfeiçoamento das habilidades técnicas e psicomotoras, aproximando o aprendizado da prática profissional (KREMPSER et al., 2017). Dessa forma, a punção venosa periférica é um dos procedimentos invasivos mais presente na prática clínica da Enfermagem, esse reconhecimento reflete o domínio do conhecimento teórico-prático (KREMPSER et al., 2017). A vista disso, os cursos de Enfermagem têm favorecido o ensino com foco no pensamento crítico sem deixar de considerar o desenvolvimento de habilidades técnicas (CARVALHO et al., 2016). Assim, o desenvolvimento de habilidades práticas em punção venosa é fundamental para o efetivo desempenho da ação, visto que previne complicações associadas aos erros de punção, como extravasamento e transfixação, além de preservar a rede venosa. Contudo, para saber reconhecer e intervir em complicações e gerenciar o regime terapêutico, o conhecimento científico tem de ser tão relevante quanto o domínio da prática (LEAL et al., 2018). Esse procedimento consiste na inserção de um dispositivo estéril no interior de um vaso sanguíneo, realizado pela equipe de enfermagem, no entanto, quando o 22 sítio venoso é a veia jugular externa essa atividade torna-se de competência exclusiva do enfermeiro, pois requer competência técnico-científica, domínio da fisiologia, anatomia vascular e estar apto para realizar tal prática (COFEN, 2013; COREN, 2014). Por isso, a prática clínica do enfermeiro, sustentada pelo conhecimento científico deve ser intrinsecamente ligada ao processo de formação, direcionada ao ensino de disciplinas curriculares basilares, como anatomia e fisiologia, associadas a cenários clínicos simulados. Pois, o desenvolvimento dessas habilidades durante o processo de formação possibilita a aquisição de experiências e confiança para a atuação profissional (BIRKS et al., 2018; KIEKKAS et al., 2019). Visto que, a obtenção de uma via venosa em jugular externa pode desencadear desfechos desfavoráveis à saúde do paciente, ocasionada por fatores relacionados a inserção e manutenção do cateter intravenoso, como flebite, infiltração, hematoma, trombose e tromboflebite, além da localização anatômica dificultar a punção e manutenção do cateter (COFEN, 2013, BARROS; LOPES; MORAES, 2019). Essas veias fazem parte do complexo venoso da cabeça e pescoço, com a função de drenar o sangue de regiões do crânio e da face. Situa-se na fáscia superficial do pescoço (bilateral), um pouco abaixo e atrás do ângulo da mandíbula onde inicia seu trajeto, formada pela junção das veias retromandibular e auricular posterior, segue inferior e superficialmente ao logo do músculo esternocleidomastóideo até a altura da clavícula, onde desemboca na veia subclávia (ELLIS, 2010; NETTER, 2015). A punção desse sítio periférico consiste na inserção de um cateter intravenoso, com calibre a depender da terapia prescrita e com ângulo de entrada da agulha na pele de 15º a 30º. Ao entrar na veia o ângulo deve ser reduzido para que não ocorra a transfixação do vaso. Ao visualizar sangue na área de refluxo do cateter, retira-se o mandril metálico e continua a inserção apenas com o dispositivo flexível do cateter e finaliza o procedimento com a estabilização do cateter (WINGESTER; MELO, 2018). Diante disso, a punção venosa em jugular externa é uma atividade peculiar ao exercício da profissão do enfermeiro, sendo importante a fundamentação teórica para o desempenho da habilidade técnica, que devem ser ensinadas e desenvolvidas durante aformação acadêmica. 23 3.3 AUTOEFICÁCIA E RELAÇÃO DESEMPENHO ACADÊMICO O alcance do conhecimento acontece mediante processos interacionais decorrente de mudanças comportamentais provinda da aprendizagem psicomotora, afetiva ou cognitiva, as teorias do aprendizado esclarecem como acontece a assimilação das informações e os diferentes modos de transmiti-las ou executá-las, a depender do referencial utilizado, sejam teorias comportamentais de aprendizagem ou teorias cognitivas do aprendizado (MCEWEN; WILLS, 2016). Dessa forma, teorias cognitivas do aprendizado valorizam os processos mentais como gatilhos para o aprendizado, reconhecendo os pensamentos e sentimentos do aprendiz como influenciadores de ações, utilizando-se de metas, pensamentos, expectativas, motivações e capacidade individual para aquisição e processamento da informação. Com uma concepção oposta o comportamentalismo costuma ignorar os processos cognitivos em detrimento a respostas resultantes de associações entre estímulos e respostas (MCEWEN; WILLS, 2016). Dentre as teorias cognitivistas destaca-se a Teoria Social Cognitiva de Bandura (1981), a qual tem como centralidade o determinismo recíproco e as influências sociais como fatores relevantes do aprendizado. Essa teoria fundamenta- se no princípio basilar da agência humana para o desenvolvimento, a adaptação e a mudança, visto que ser agente consiste em gerenciar e influenciar suas próprias ações (BANDURA, 2001). Na análise dessa perspectiva há características do comportamento proativo, exemplificados na intencionalidade e no planejamento temporal para o alcance de metas futuras, que podem ser utilizadas como guias do comportamento atual, onde os indivíduos possuem papel ativo na obtenção do conhecimento (AZZI; POLYDORO, 2008). Logo, o processo de aprendizagem é elemento essencial dentro da teoria cognitivista, a qual acontece mediante observação e tem como elemento chave a modelagem, essa concepção consiste em assimilar informações e transmiti-las mediante interação social observacional. Portanto, alguns fatores estão diretamente relacionados a aprendizagem observacional por modelagem: a atenção, onde o sujeito analisa atentamente o comportamento do modelo a ser utilizado como referência, a retenção onde o conhecimento obtido por meio da atenção fica retido na memória, pois essas 24 representações, significados e sentidos serão ativados quando o indivíduo for colocá- lo em prática, reprodução processo de execução da modelação, realizado mediante reflexões do conhecimento retido, conforme sua capacidade de reprodução do comportamento imitativo, onde o indivíduo seleciona, organiza e decide, e a motivação que corresponde ao processo de combustão para a execução da tarefa aprendida (AZZI; POLYDORO, 2008). Assim, considerando o universo teórico da aprendizagem, e as distintas formas de obtenção do conhecimento, o sujeito agente ao obter conhecimento observando o comportamento, a ação, a interação e os diversos contextos comunicáveis adquirem potencialidades para produzir e transmitir versões do comportamento, obtidas na aprendizagem por observação, não como imitação, mas como referência de um modelo externo capaz de reconstruir uma nova versão individual. A Teoria Social Cognitiva de Bandura (1981) destaca, também, o conceito da autoeficácia que trata da crença que as pessoas possuem sobre si mesmas. Pertence à classe de expectativas que estão ligadas ao self e representa um importante fator na execução das tarefas e nas decisões que os sujeitos tomarão ao longo de suas vidas. Assim, quanto maior a autoeficácia percebida, maior o grau de esforço investido e a persistência em alcançar uma meta estabelecida. Assim, a definição de autoeficácia proposta por Bandura (1986; 1993) consiste no julgamento da própria capacidade de executar ações exigidas para se atingir uma dada performance. Na área acadêmica, o conceito não difere muito, pois crenças de autoeficácia são convicções pessoais em dar conta de uma tarefa em um grau de qualidade definida (BANDURA; SCHUNK, 1981). Nesse sentido, é possível que os julgamentos de autoeficácia funcionem como mediadores entre as reais capacidades do sujeito e o seu desempenho. A baixa autoeficácia percebida pode restringir a escolha de trabalho e influenciar a execução e persistência em alcançar a profissão escolhida. Por outro lado, a alta autoeficácia resulta em uma maior motivação para a realização das escolhas e para a busca de níveis mais altos, incluindo as escolhas de carreira, como posteriormente confirmado por outros estudiosos dessa vertente teórica (VEGA et al., 2012). Destaca-se que, as crenças de autoeficácia são importantes no processo de motivação, influenciando a forma como o sujeito se prepara para a ação. Indivíduos com elevados níveis de autoeficácia preferem desenvolver tarefas mais desafiadoras 25 e definem para si próprios objetivos mais exigentes. No caso de universitários, seriam aqueles que investem mais nas tarefas e empreendem maiores níveis de esforço e persistência, ultrapassando mais rapidamente as dificuldades com que se confrontam e mantendo o foco nos objetivos definidos (SANTOS; SANON; ILHA, 2019). Pensando no contexto da formação superior, a hipótese levantada é de que os estudantes que apresentam crenças mais elevadas na própria capacidade de realizar com sucesso o que lhes é proposto, revelada pela autoeficácia percebida, mostram satisfação com o curso escolhido, uma vez que pessoas felizes com a atividade que exercem estão mais satisfeitas com a vida e, por extensão, com a experiência acadêmica (SANTOS; SANON; ILHA, 2019). Uma das formas de acompanhamento do estudante ao longo de sua formação ocorre com o uso de instrumentos de avaliação, cujos dados obtidos permitam informações válidas e fidedignas sobre o fenômeno em apreço. Com relação à medida de autoeficácia, existe uma versão portuguesa de escala desenvolvida por Bandura (1993), sobre Multidimensional de Autoeficácia Percebida (Multidimensional Scales of Perceived Self Efficacy - MSPSE), tendo sido validada e adaptada para o Brasil (TEIXEIRA; CASTRO; ZOLTOWSKI, 2012) Com base na MSPSE, Polydoro e Guerreiro-Casanova (2010) construíram a Escala de Autoeficácia na Formação Superior (AEFS), usada neste estudo para avaliar as crenças de estudantes em sua capacidade de realizar punção em veia jugular externa. Diante desse contexto, pode-se pensar que o aluno que usufrui daquilo que lhe é ofertado tanto pela instituição quanto pelos professores, sente-se mais engajado com o ambiente universitário, refletindo no planejamento e nas ações necessárias para cumprir as tarefas propostas, sendo essa satisfação acadêmica uma variável cognitivo afetiva que reflete na avaliação subjetiva dos alunos e na qualidade da sua experiência acadêmica (ARAÚJO et al., 2016). Assim, sendo a satisfação acadêmica um elemento importante para a avaliação da eficácia institucional e do processo formativo, foi utilizado nesta pesquisa a Escala de Autoeficácia na Formação Superior (ESEA), que investiga esse contento do aluno com o ensino superior (SCHLEICH; SANTOS, 2006). 26 4 MÉTODO 4.1 TIPO DE PESQUISA Pesquisa desenvolvida por abordagem quantitativa, com delineamento transversal e análise descritiva. Estudos quantitativos utilizam variáveis numéricas e as relações existentes entre si para obter respostas às causas de um determinado evento, utilizando-se de estratégia sistemática e objetiva para classificar e analisar as informações, mediante o uso de técnicas estatísticas (SOUSA; DRIESSNACK; MENDES, 2007; POLIT; BECK, 2011). O delineamento transversal permite verificar o comportamento de variáveis obtidas em um determinado momento no tempo, durante um curto período, possibilitando inferir causa e efeito, a partir da análise, distribuiçãoe associação das variáveis (HULLEY et al., 2015; POLIT; BECK, 2011). A utilização de uma análise descritiva está relacionada com o propósito de interpretar, correlacionar e descrever as características do fenômeno investigado, possibilitando verificar relações entre as variáveis estudadas e a associação com outros fenômenos (APPOLINÁRIO, 2012; GRAY, 2012). 4.2 LOCAL DA PESQUISA A pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no Departamento de Enfermagem, campus de Natal, com discentes de nível superior, mediante aplicação de questionário eletrônico construído a partir de uma ferramenta do Google, o Google Forms. A plataforma do Google Forms possibilita criar instrumentos de pesquisas e distribui-los via link de acesso. Consiste em uma ferramenta onde é possível inserir perguntas e optar por distintas opções de respostas, dentre essas o formato de múltipla escolha, além de agrupar as respostas em uma planilha dentro da mesma plataforma, gerando um banco de dados automático, que permite a transferência para programas estatísticos (FALEIROS, 2016). 27 4.3 POPULAÇÃO A pesquisa foi realizada com os discentes do curso de graduação em Enfermagem, campus Natal da UFRN. A população alvo correspondeu a todos os alunos do sexto ao nono período matriculados para cursar o semestre letivo 2020.2, totalizando 142 alunos, distribuídos em: sexto período (p=38), sétimo (p=32), oitavo (p=33) e nono (p=39). A seleção da amostra foi intencional não probabilística e do total selecionado para participar do estudo (p=142), retornaram o questionário eletrônico de coleta de dados 59 alunos, 78 não concluíram e cinco acadêmicos não acessaram o link para responder à pesquisa. No entanto, foram realizadas três tentativas de envios de e- mail para cada membro elegível para a pesquisa, contato por WhatsApp e divulgação em rede social como o Instagram. Definiu-se como critério de elegibilidade alunos acima de 18 anos, regularmente matriculados no curso de bacharelado em enfermagem da UFRN no período de 2020.2 e cursando alguma disciplina do sexto ao nono período. Foram excluídos do estudo alunos que permaneceram afastados por motivo de saúde no período da coleta. 4.4 COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada via internet, por intermédio de e-mail, mediante aplicação de um questionário eletrônico por link de acesso. O conteúdo do convite para participar da pesquisa informava o público alvo, o título da pesquisa, nomes dos pesquisadores responsáveis, esclarecimentos sobre a garantia do anonimato e o link de acesso ao questionário eletrônico. Ao clicar no link, visualizava-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), com descrição da pesquisa, riscos e benefícios para o participante (Apêndice A). Ao aceitar participar do estudo, o aluno inseria seu e-mail e em seguida informava anuência clicando na opção “sim” e de imediato acessava o conteúdo do questionário eletrônico. Ao optar por não participar, clicando na opção “não”, a plataforma redirecionava para o final da pesquisa e encerrava o processo. 28 Os dados foram coletados após consentimento assinado do coordenador do departamento de Enfermagem da UFRN, campus Natal, conforme carta de anuência (Anexo C) e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). O período da coleta de dados compreendeu os meses de outubro a novembro de 2020. Além do contato via e-mail, também foram utilizadas outras estratégias para captação do público alvo da pesquisa como: acesso as salas de aulas virtuais dentro do modelo remoto de ensino, divulgação nos grupos de WhatsApp por intermédio dos líderes de turma e sensibilização em mídias sociais através do Instagram do Centro Acadêmico do Departamento de Enfermagem da UFRN. Diante disso, observa-se que a coleta de dados por questionário eletrônico é uma alternativa ao questionário de papel, com maior alcance nas divulgações das pesquisas científicas e baixo custo. Contudo, a obtenção de um quantitativo satisfatório de respostas em pesquisas via Web, a interrupção do questionário e a não resposta ao item tem sido desafiante ao optar por este método (EBERT, 2018; FALEIROS, 2016). Embora as pesquisas realizadas eletronicamente apresentem desafios, deve- se considerar o custo-benefício que envolve optar por esse método, quando comparado com o tradicional, como também, a expansibilidade do acesso à internet pela população. Por isso, pesquisas curtas e com design organizados são estratégias utilizadas para manter os participantes motivados a responder questionários eletrônicos (BLUMENBERG, 2018; FALEIROS, 2016). Justifica-se também que, houve à necessidade de adequar a coleta de dados a realidade de emergência epidemiológica por que passa o país, o que inviabilizou a coleta face a face. 4.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS 4.5.1 Instrumento sociodemográfico e acadêmico A caracterização da população do estudo foi obtida pelo instrumento sociodemográfico e acadêmico (Apêndice B), contendo perguntas relacionadas ao sexo, idade, raça, renda familiar, estado civil, moradia, semestre em curso e formação anterior, além das perguntas relacionadas ao conhecimento teórico e prático, sobre urgência e emergência, punção venosa periférica da veia jugular externa. 29 4.5.2 Instrumento avaliativo do conhecimento autorreferido em punção de veia jugular externa Instrumento utilizado para avaliar o conhecimento autorreferido pelo aluno sobre a punção da veia jugular externa (Apêndice C), constituído por três partes. Na primeira, consta as ações desenvolvidas antes de iniciar o procedimento, distribuídas em sete itens. A segunda, corresponde as ações realizadas durante o procedimento, especificadas em 12 itens. A terceira, descreve em 7 itens, as ações efetuadas após realização do procedimento. Para a construção desse instrumento foi consultado livros, manuais, protocolos e guias (SILVA; PARK, 2016, BRASIL, 2016, BARROS; LOPES; MORAES, 2019, GUIMARAES et al.,2020,). Para o julgamento dos itens de cada parte do instrumento foi definido como legenda: (I) “inadequado”, quando escolhido pelos acadêmicos como ação não correspondente a nenhuma etapa do procedimento de punção da veia jugular externa; (NS) “não sabe responder”, quando o aluno desconhece a ação listada como etapa do procedimento de punção em veia jugular externa; (A) “adequado”, afirma conhecer a ação como uma etapa da punção venosa da jugular externa. A disposição dos itens no instrumento foi de modo a respeitar a ordem exata das etapas necessárias para inserção de um cateter periférico no referido sítio venoso, a partir da compreensão de que a avaliação se configura como um processo contínuo, pautada em uma aprendizagem com a valorização dos processos interpretativos, onde as técnicas de avaliação extraiam do aluno o que foi aprendido para a prática (GARCIA, 2009). A fim de identificar alguma lacuna na disposição da sequência lógica e teórica do instrumento, foi consultado cinco enfermeiros assistenciais, atuantes em urgência e emergência, em que o procedimento em questão é uma prática exercida constantemente por esses profissionais. Nessa versão, foi mantido a mesma estrutural organizacional de distribuição dos itens, em três partes, sendo modificado a legenda de respostas aos itens: (I) “inadequado”, não condiz com as ações desenvolvidas para realizar o procedimento; (RA) “requer ajustes”, necessita revisar a disposição do item no instrumento e/ou o conteúdo; (A) “adequado”, concorda com o conteúdo e a ordem atribuída no instrumento. 30 Após opinião emitida pelos enfermeiros, os itens sugeridos para ajustes foram revisados junto a literatura científica. Ressalta-se, também, como etapa relevante desse processo a apreciação pela banca no Exame de Qualificação. 4.5.3 Escalade Autoeficácia na Formação Superior Esse instrumento avalia as crenças de estudantes em sua capacidade frente às tarefas da formação superior. Possui 20 itens dispostos em formato Likert, cuja atribuição de pontos varia de 1 (pouco capaz) a 10 (muito capaz) (Anexo A). O instrumento avalia a (1) Autoeficácia acadêmica, que é a percepção dos estudantes sobre a confiança em sua capacidade de aprender, demonstrar e aplicar o conteúdo do curso; (2) Autoeficácia na regulação da formação, referente à confiança percebida na capacidade de estabelecer metas, fazer escolhas, planejar e autorregular suas ações no processo de formação e desenvolvimento de carreira; (3) Autoeficácia em ações proativas, que diz respeito à identificação da confiança percebida na capacidade de aproveitar as oportunidades de formação, atualizar os conhecimentos e promover melhorias institucionais; (4) Autoeficácia na interação social, que avalia a percepção dos estudantes sobre a confiança em sua capacidade de se relacionar com os colegas e professores, com fins acadêmicos e sociais; (5) Autoeficácia na gestão acadêmica, que se refere à confiança percebida na capacidade de se envolver, planejar e cumprir prazos em relação às atividades acadêmicas (POLYDORO; GUERREIRO-CASANOVA, 2010). 4.5.4 Escala de Satisfação com a Experiência Acadêmica Essa escala mede o grau de satisfação atribuído pelo sujeito a diferentes aspectos da sua experiência acadêmica. A escala tem 35 itens dispostos em escalas Likert, cujas alternativas variam de 1 (nada satisfeito) a 5 (totalmente satisfeito). A escala avalia três fatores: (1) Satisfação com o curso, referente ao relacionamento com professores e colegas do curso, relevância de conteúdos e disciplinas; (2) Oportunidade de desenvolvimento, que abrange os eventos sociais oferecidos pela instituição, o currículo do curso e o envolvimento pessoal nas atividades do curso; e (3) Satisfação com a instituição, que diz respeito ao acervo disponível na biblioteca, 31 recursos e equipamentos audiovisuais disponíveis e infraestrutura física da instituição (Anexo B) (SCHLEICH; POLYDORO; SANTOS, 2006). 4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA O banco de dados foi construído em planilha do Software Microsoft Excel, versão 2017, e convertido para o software estatístico livre R, versão 4.0.2, para aplicação dos testes estatísticos. Nas variáveis qualitativas realizou-se análise descritiva por meio de distribuições de frequências absolutas e relativas (%) e nas variáveis quantitativas analisaram-se estatísticas descritivas de medidas de tendência e de dispersão dos dados: mínimo, máximo, média e desvio padrão. Na comparação do perfil sociodemográfico com as dimensões dos instrumentos em estudo aplicou-se os testes estatísticos não paramétricos de Mann- Whitney e Kruskal Wallis, conforme descrito no Quadro 1. Para todos os testes estatísticos aplicados, o nível de significância foi de 5%. QUADRO 1 – Descrição da análise estatística conforme a técnica utilizada, Natal, RN, Brasil, 2021. Análise Nome da análise Objetivo da análise Técnica utilizada Tabela 1 Análise descritiva Análise exploratória dos dados Distribuição de frequência absoluta e relativa, mínimo, máximo, quartis, média, desvio padrão e coeficiente de variação Tabela 1- 5 2 Teste não paramétrico de Mann- Whitney Testar diferenças entre duas variáveis independentes Comparação de ponto médio Tabela 6 - 8 3 Teste não paramétrico de Kruskal Wallis Análise de variância para testar diferenças entre três ou mais variáveis independentes Comparação de ponto médio Fonte: dados da pesquisa, 2021. 32 4.7 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS Pesquisa desenvolvida de acordo com os aspectos éticos e legais estabelecido pelas diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, respeitando o caráter sigiloso e a privacidade dos dados coletados, conforme Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde e aprovação do CEP da UFRN, sob o número: 4.249.422 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética: 36707320.2.0000.5537 (Anexo D). 33 5 RESULTADOS 5.1 DESCRIÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA Obteve-se respostas de 59 estudantes, a maioria era do sexo feminino (81,36%), com idade entre 20 e 46 anos, predominando a faixa etária de até 25 anos (72,88%). Declararam etnia branca 44,07%, pardos 40,68% e negros 15,25%, sendo a maioria solteiros (84,75%) e 15,25% casados ou em união estável. Com relação a moradia, 83,05% afirmam residir em casa e 16,95% em apartamento, no qual, 69,49% são residência própria, 22,03% alugada e 6,79% cedida. Esses dados correspondem a 22,03% dos alunos do sexto período, 25,42% do sétimo, 28,82% oitavo e 23,73% do nono semestre, conforme descrição sociodemográfica na Tabela 1. Tabela 1 - Caracterização sociodemográfica dos estudantes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, Brasil, 2021. Variáveis sociodemográficas (n=59) % Sexo Feminino Masculino 48 11 81,36 18,64 Faixa etária Até 25 anos Acima de 25 anos 43 16 72,88 27,12 Etnia Branco Pardo Negro 26 24 9 44,07 40,68 15,25 Estado civil Solteiro Casado/União estável 50 9 84,75 15,25 Caracterização de moradia Casa Apartamento 49 10 83,05 16,95 Tipo de residência Própria Alugada Cedida Outra resposta 41 13 4 1 69,49 22,03 6,79 1,69 Semestre de graduação 6º semestre 7º semestre 8º semestre 9º semestre 13 15 17 14 22,03 25,42 28,82 23,73 Total 59 100,00 Fonte: dados da pesquisa, 2021. 34 5.2 DESCRIÇÃO ACADÊMICA Na Tabela 2, está inserido as variáveis relacionadas à formação acadêmica dos estudantes, onde 30,51% possuem outra ocupação, além de cursar a graduação, 15,25% têm formação como auxiliar ou técnico de enfermagem e 3,39% possuem outro curso de nível superior na área da saúde e 11,86% atuam ou já atuaram como profissionais da área da saúde. Outra dimensão dessa caracterização é relativa à participação dos alunos em algum evento, palestra ou curso sobre urgência ou emergência (57,63%), porém ao incluir a temática punção venosa periférica a participação foi reduzida para 1,69%, no entanto, obteve um percentual pouco maior (11,86%) quando o curso envolve a prática de punção venosa periférica. Sobre os dispositivos utilizados para realizar esse procedimento, 81,36% afirmaram conhecer. Quanto à punção venosa periférica da veia jugular externa, conforme os itens 16 e 17 do instrumento sociodemográfico e acadêmico, não houve participação dos alunos em eventos, palestras ou cursos. Logo, o conhecimento sobre o tema foi obtido das aulas teóricas (62,71%) e das práticas em laboratório (28,81%) com uso do manequim simulador ou de outros métodos para demonstração da técnica. Nos estágios curriculares e extracurriculares 40,68% dos graduandos tiveram a oportunidade de assistir o procedimento e 10,17% de realizar a punção em jugular externa. Sobre o manequim simulador para as práticas simuladas 64,41%, afirmaram utilizar e 71,19% tiveram aulas cuja estratégia de ensino foi a simulação realística. Tabela 2 - Caracterização acadêmica dos estudantes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, RN, Brasil, 2021. Variáveis acadêmicas Sim N(%) Não N(%) Ocupação além do curso de graduação 18 (30,51%) 41 (69,49%) Formação como auxiliar ou técnica de enfermagem 9 (15,25%) 50 (84,75%) Outro curso de nível superior na área da saúde 2 (3,39%) 57 (96,61%) Atua ou já atuou como profissional da área da saúde 7 (11,86%) 52 (88,14%) 35 Participação em evento, palestra ou curso sobre urgência e emergência 34 (57,63%) 25 (42,37%) Participação em evento,palestra ou curso sobre urgência e emergência, envolvendo a temática punção venosa periférica 1(1,69%) 58 (98,31%) Curso prático de punção venosa periférica 7 (11,86%) 52 (88,14%) Conhece os dispositivos utilizados para realizar a punção venosa periférica 48 (81,36%) 11 (18,64%) Durante as aulas teóricas do curso de graduação em Enfermagem foi abordado a punção venosa periférica da veia jugular externa 37 (62,71%) 22 (37,29%) Durante as aulas práticas em laboratório, do curso de graduação em Enfermagem, foi realizado a punção venosa periférica da veia jugular externa em manequim simulador ou outro método que demonstrasse a execução da técnica 17 (28,81%) 42 (71,19%) Durante seus estágios curriculares ou extracurriculares teve a experiência de assistir a uma punção venosa periférica da jugular externa 24 (40,68%) 35 (59,32%) Durante seus estágios curriculares ou extracurricular, teve a experiência de realizar uma punção venosa periférica da jugular externa 6 (10,17%) 53 (89,83%) Realização de alguma atividade prática com o uso manequim simulador 38 (64,41%) 21 (35,59%) Já frequentou alguma aula cuja estratégia de ensino foi a simulação realística 42 (71,19%) 17 (28,81%) Total 59 (100,00%) Fonte: dados da pesquisa, 2021. 5.3 CONHECIMENTO AUTORREFERIDO PARA PUNÇÃO VENOSA DE JUGULAR EXTERNA Os resultados apresentados a seguir, correspondem a população total do estudo (n=59), alunos do sexto ao nono período. Todo o conteúdo trabalhado no Instrumento avaliativo do conhecimento autorreferido em punção de veia jugular externa, está inserido nos componentes curriculares cursados pelos discentes como, Semiologia e Semiotécnica da Enfermagem (quarto período) e Atenção Integral à Saúde I (quinto período). 36 Isto posto, a primeira parte do instrumento propõe avaliar o conhecimento autorreferido pelos alunos com relação as ações e os componentes, que antecedem a punção da veia jugular externa, em que os itens: “higienização das mãos”, “seleção do cateter intravenoso” e o “uso de seringa com solução salina”, foram sinalizados como “inadequados” ou “não sabem responder” (Tabela 3). No tocante ao item higienizar as mãos com água e sabonete líquido ou utilizar preparação alcoólica com concentração final entre 60% a 80%, 6,78% e 5,08% dos graduandos consideram como inadequado e não sabem responder, respectivamente. Assim como, 18,65% não sabem que os cateteres intravenosos utilizados para a punção são os de flexíveis, a exemplo dos poliuretanos. Ainda sobre o conhecimento dos itens que antecede a punção venosa em jugular externa, 10,17% dos alunos julgaram como inadequado preparar seringa com solução salina e 27,12% desconhecem a necessidade desse componente. Com relação aos itens “reunir material necessário para punção venosa da jugular externa”, “identificar-se para o paciente” e “realizar a identificação correta do paciente” foram colocados pelos acadêmicos como conduta adequada, em sua totalidade (100%), e quanto a “explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante”, 98,31% expôs o mesmo conhecimento. Tabela 3 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido dos alunos com relação as ações desenvolvidas antes de iniciar o procedimento de punção de veia jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021. Item Adequado Inadequado Não sabe Realizar higienização das mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica para as mãos na concentração final entre 60% a 80% 52 (88,14%) 4 (6,78%) 3 (5,08%) Reunir material necessário para punção venosa de jugular externa 59 (100,00%) --- --- Utilizar cateteres intravenosos flexíveis como o de poliuretano 47 (79,66%) 1 (1,69%) 11 (18,65%) Preparar seringa com solução salina 37 (62,71%) 6 (10,17%) 16 (27,12%) Identificar-se para o paciente 59 (100,00%) --- --- 37 Fonte: dados da pesquisa, 2021. Na Tabela 4, os dados correspondem ao conhecimento autorreferido sobre as intervenções realizadas durante a punção venosa da jugular externa. Assim, as respostas aos itens, posição correta do profissional e do paciente no momento da inserção do cateter, corresponderam a 3,39% para inadequado, 6,78% não sabem responder e 6,78% para inadequado e 15,25% não sabe responder, respectivamente. Na mesma ordem que, para avaliação bilateral de ingurgitamento e estabilização da veia, responderam 1,69 inadequado, 25,43% não sabem responder e 5,09% como inadequado, 32,20% não sabem responder 15,25%, consecutivamente. De modo respectivo, o percentual para os seguintes itens foram de: 6,78% inadequado e 16,95% não souberam responder, para antissepsia da pele, 22,03% não souberam responder sobre o ângulo de inserção do cateter intravenoso e 3,39% inadequado, 16,95% não sabem responder sobre o momento de retirar a agulha-guia do dispositivo, após introduzir o cateter na veia. Sobre os itens, conexão do cateter ao polifix e teste de permeabilidade do sistema, os alunos consideraram 5,08% inadequado e 13,56% não souberam responder. Com relação ao material utilizado para fixar e estabilizar o dispositivo intravenoso 5,08% julgaram como inadequado e 13,56% não sabem responder. Foram colocados pelos alunos como conduta adequada, em sua totalidade (100%), o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) corretamente e quanto a localização do vaso a ser puncionado por meio de visualização e palpação e observar sinais de infiltração, extravasamento ou hematoma, 98,31% expôs o mesmo conhecimento. Tabela 4 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido dos alunos com relação as ações desenvolvidas durante o procedimento de punção venosa em jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021. Realizar a identificação correta do paciente 59 (100,00%) --- --- Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante 58 (98,31%) 1 (1,69%) --- Total 59 (100,00%) 38 Item Adequado n (%) Inadequado n (%) Não sabe n (%) Utilizar os equipamentos de proteção individual corretamente 59 (100,00%) --- --- Posicionar-se adequadamente para realizar o procedimento (atrás da cabeceira do cliente) 53 (89,83%) 2 (3,39%) 4 (6,78%) Posicionar o paciente em Trendelemburg com a face voltada para o lado oposto ao da punção 46 (77,97%) 4 (6,78%) 9 (15,25%) Localizar o vaso a ser puncionado por meio de visualização e palpação 58 (98,31%) --- 1 (1,69%) Avaliar as condições de ingurgitamento da veia jugular externa aplicando compressão digital acima da clavícula com o dedo indicador e médio. Fazer esta avaliação do lado esquerdo e direito 43 (72,88%) 1 (1,69%) 15 (25,43%) Tracionar a pele para baixo com o polegar utilizando a mão não dominante para estabilizar a veia jugular externa. O local da punção deve ser o ponto médio entre o ângulo da mandíbula e a clavícula 37 (62,71%) 3 (5,09%) 19 (32,20%) Realizar antissepsia da pele, no local e ao redor da punção utilizando algodão com solução a base de álcool: gliconato de clorexidina > 0,5%, iodopovidona – PVP-I alcoólico 10% ou álcool 70% 45 (76,27%) 4 (6,78%) 10 (16,95%) Introduzir o cateter intravenoso, com o bisel voltado para cima, num ângulo de aproximado 15° a 30º, observando o refluxo sanguíneo no canhão do cateter, mantendo esse ângulo ou um ângulo menor à medida que o cateter é introduzido 46 (77,97%) --- 13 (22,03%) Retirar a agulha-guia/mandril à medida que introduz o cateter intravenoso 47 (79,66%) 2 (3,39%) 10 (16,95% Conectar o cateter intravenoso ao polifix, testar a permeabilidade do sistema com a solução de cloreto de sódio 0,9% 48 (81,36%) 3 (5,08%) 8 (13,56%) Observar sinais de infiltração, extravasamento ou hematoma no local da punção venosa, além de queixas de dor ou desconfortoanormal do paciente 57 (96,62%) 1 (1,69%) 1 (1,69%) 39 Estabilizar o cateter intravenoso utilizando curativo de poliuretano com borda sobre cateter que já traga um dispositivo de estabilização incorporado ou dispositivo adesivo específico, aplicando técnica asséptica 48 (81,36%) 3 (5,08%) 8 (13,56%) Total 59 (100,00%) Fonte: dados da pesquisa, 2020. Na Tabela 5, os dados referem-se ao conhecimento autorreferido sobre as ações desenvolvidas após a punção venosa da jugular externa. Assim como na primeira parte do instrumento, a higienização das mãos após retirada de EPI foi considerada por 6,78% dos estudantes como inadequada e 6,78% não sabiam responder e no final do procedimento 5,08% afirmaram ser inadequado e 6,78% não sabiam responder, respectivamente. No item, “retirar as luvas de procedimento” apenas 3,39% afirmaram não saber sobre o descarte de EPI após o procedimento. As demais questões foram respondidas como adequados com porcentagem de 98,31% para cada item (identificação e registro correto do procedimento, orientação sobre os cuidados com a manutenção do cateter, descarte do material). Tabela 5 - Distribuição de frequência dos itens sobre o conhecimento autorreferido dos alunos com relação as ações desenvolvidas após o procedimento de punção venosa da jugular externa. Natal, RN, Brasil, 2021. Item Adequado n (%) Inadequado n (%) Não sabe n (%) Retirar as luvas de procedimento 57 (96,61%) --- 2 (3,39%) Realizar higienização das mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica para as mãos na concentração final entre 60% a 80% 51 (86,44%) 4 (6,78%) 4 (6,78%) Identificar o acesso venoso com data, hora, tipo e calibre do dispositivo e nome do enfermeiro que realizou a punção 58 (98,31%) --- 1 (1,69%) Realizar orientação ao paciente/acompanhante sobre os cuidados para a manutenção do cateter 58 (98,31%) --- 1 (1,69%) 40 Desprezar o material utilizado em local próprio para esse fim 58 (98,31%) --- 1 (1,69%) Realizar higienização das mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica para as mãos na concentração final entre 60% a 80% 52 (88,14%) 3 (5,08%) 4 (6,78%) Registrar o procedimento realizado 58 (98,31%) --- 1 (1,69%) Total 59 (100,00%) Fonte: dados da pesquisa, 2020. Para análise comparativa de todas as partes do instrumento de punção venosa da jugular externa com a caracterização acadêmica dos alunos foi aplicado o teste de Mann-Whitney, para comparar as variáveis com duas categorias, e o teste de Kruskal- Wallis, para as variáveis com mais de três categorias, em ambos foram considerados o nível de significância de 5% (Tabela 6). Constatou-se que, nas ações desenvolvidas na primeira parte do instrumento (antes da punção) os alunos que tiveram acesso a atividade com manequim simulador apresentaram menor percentual de conhecimento retido (p=0,007). Nas ações referentes a segunda parte instrumento (durante a punção) os alunos do sexto período tiveram menor nível de conhecimento teórico em punção de jugular externa (p=0,019). Nas atividades da terceira parte do instrumento (depois da punção) os alunos e realizaram a prática da punção de jugular nos estágios curriculares e/ou extracurricular apresentaram menor nível de conhecimento teórico (p=0,032). Tabela 6 - Comparação do conhecimento sobre os procedimentos realizados antes, durante e depois da punção venosa em jugular externa, segundo caracterização acadêmica. Natal, RN, Brasil, 2021. Caracterização acadêmica ANTES DURANTE DEPOIS Mediana Valor- p Mediana Valor- p Mediana Valor- p Semestre da Graduação 6º 87,71 0,808 66,67B 0,019 100,00 0,510 7º 100,00 100,00A 100,00 8º 100,00 91,67A 100,00 9º 85,71 91,67A 100,00 41 Ocupação além do Curso Graduação Sim 100,00 0,197 100,00 0,157 100,00 0,158 Não 85,71 83,33 100,00 Formação como auxiliar ou técnica de enfermagem Sim 100,00 0,653 83,33 0,853 100,00 0,146 Não 92,86 91,67 100,00 Evento, palestra ou curso de Urgência/Emergência Sim 92,86 0,743 83,33 0,370 100,00 0,222 Não 100,00 91,67 100,00 Conhecimento de dispositivos para punção venosa periférica Sim 92,86 0,815 91,67 0,105 100,00 0,474 Não 100,00 75,00 100,00 Aulas teóricas sobre punção veia jugular externa Sim 100,00 0,332 91,67 0,119 100,00 0,820 Não 85,71 79,17 100,00 Aulas práticas sobre punção veia jugular externa Sim 100,00 0,088 100,00 0,046 100,00 0,166 Não 85,71 83,33 100,00 Punção de jugular externa nos estágios curricular ou extracurricular Sim 100,00 0,135 100,00 0,050 100,00 0,032 Não 85,71 83,33 100,00 Atividade com manequim em simulador Sim 85,71 0,007 83,33 0,053 100,00 0,771 Não 100,00 100,00 100,00 Simulação realística como estratégia com ensino Sim 92,86 0,721 91,67 0,095 100,00 0,336 Não 100,00 66,67 100,00 Fonte: dados da pesquisa, 2021. 5.4 AUTOEFICÁCIA NA FORMAÇÃO SUPERIOR Para comparar as dimensões da AEFS com as variáveis acadêmicas dos estudantes de graduação em Enfermagem foi aplicado o teste de Mann-Whitney para as variáveis com duas categorias e o teste de Kruskal-Wallis para as variáveis com mais de três categorias, em ambos foram considerados o nível de significância de 5% (Tabela 7). O teste de Kruskal-Wallis verificou, que os alunos do sétimo, oitavo e nono semestre têm menor nível de autoeficácia na regulação da formação (valor-p=0,034), constatando o maior nível dessa dimensão aos alunos do sexto semestre. Nas dimensões ações proativas e gestão acadêmica, apenas, o sétimo período apresentou menor nível de autoeficácia, (valor-p=0,007) e (valor-p=0,026) respectivamente. O teste de Mann-Whitney apontou que, os alunos com formação de auxiliar ou técnico de enfermagem possuem menor nível de autoeficácia em gestão acadêmica (valor-p=0,041) e aos que não tiveram acesso as aulas práticas sobre punção venosa de jugular externa, o nível de autoeficácia em ações proativas também foi baixo (valor- p=0,039). 46 Tabela 7 – Comparação entre as dimensões da Escala de Autoeficácia na Formação Superior e as variáveis acadêmicas dos estudantes. Natal, RN, Brasil, 2021. Caracterização acadêmica Acadêmica Regulação da formação Ações proativas Interação social Gestão acadêmica Mediana Valor-p Mediana Valor-p Mediana Valor-p Mediana Valor-p Mediana Valor-p Semestre da Graduação 6º 4,83 0,063 5,00A 0,034 5,00A 0,007 4,83 0,106 5,00AB 0,026 7º 4,17 4,33B 5,00B 5,00 4,50B 8º 4,83 5,00B 6,00A 5,00 5,75A 9º 4,58 4,83B 5,00A 5,00 5,00AB Ocupação além do Curso Graduação Sim 4,83 0,165 5,00 0,057 5,00 0,784 5,25 0,302 5,00 0,707 Não 4,67 4,67 5,00 5,17 5,00 Formação como auxiliar ou técnica de enfermagem Sim 4,17 0,472 4,33 0,234 5,00 0,142 5,00 0,498 4,50 0,041 Não 4,83 5,00 5,00 5,17 5,00 Evento, palestra ou curso de Urgência/Emergência Sim 4,67 0,655 4,83 0,926 5,00 0,792 5,08 5,00 0,528 Não 4,83 4,67 5,00 5,17 0,474 5,25 Conhecimento de dispositivos para punção venosa periférica Sim 4,750,792 4,67 0,799 5,00 0,843 5,00 0,598 5,00 0,767 Não 4,83 4,67 5,00 5,17 5,00 Aulas teóricas sobre punção veia jugular externa Sim 4,83 0,139 5,00 0,323 5,00 0,756 5,50 0,310 5,00 0,702 Não 4,33 4,67 5,00 5,00 5,00 Aulas práticas sobre punção veia jugular externa Sim 4,83 0,264 5,00 0,185 5,00 0,039 5,50 0,128 5,50 0,057 Não 4,75 4,67 5,00 5,00 5,00 Punção de jugular externa nos estágios curricular ou extracurricular Sim 4,83 0,625 4,67 0,301 5,00 0,275 5,17 0,840 5,00 0,684 Não 4,67 5,00 5,00 5,00 5,00 Atividade com manequim em simulador Sim 4,83 0,504 4,67 0,565 5,00 0,616 5,08 0,409 5,00 0,546 Não 4,33 4,67 5,00 5,17 5,00 Simulação realística como estratégia com ensino Sim 4,75 0,573 4,83 0,276 5,00 0,290 5,25 0,326 5,00 0,628 Não 4,83 4,67 5,00 5,00 5,00 Fonte: dados da pesquisa, 2021. 47 5.5 SATISFAÇÃO COM A EXPERIÊNCIA ACADÊMICA A fim de conhecer a satisfação do aluno durante o processo de formação, foi utilizado a ESEA como forma de compreender a relação do graduando com a instituição e as mudanças que ocorrem dessa interação. Essa escala é composta por itens distribuídos nas dimensões de: satisfação com o curso, oportunidade de desenvolvimento e satisfação com a instituição (SCHLEICH; SANTOS, 2006). Considerando as informações relativas as dimensões da ESEA comparadas com a caracterização acadêmica dos alunos (Tabela 8), evidencia-se que não houve variação estatística, com relação à satisfação com à experiência acadêmica no ensino superior dos graduandos de Enfermagem, conforme resultados do teste Mann- Whitney e de Kruskal-Wallis para um nível de significância de 5%. Tabela 8 - Comparação entre as dimensões da Escala de Satisfação com a Experiência Acadêmica e as variáveis acadêmicas dos estudantes. Natal, RN, Brasil, 2021. Caracterização acadêmica Satisfação com o curso Oportunidade de desenvolvimento Satisfação com a instituição Mediana Valor- p Mediana Valor- p Mediana Valor- p Semestre da Graduação 6º 4,00 0,390 3,50 0,104 3,92 0,665 7º 3,54 3,10 3,25 8º 4,00 3,80 3,58 9º 3,88 3,85 3,50 Ocupação além do Curso Graduação Sim 3,96 0,415 3,50 0,754 3,42 0,323 Não 3,85 3,60 3,50 Formação como auxiliar ou técnica de enfermagem Sim 3,31 0,089 3,40 0,241 3,25 0,364 Não 3,96 3,65 3,54 Evento, palestra ou curso de Urgência/Emergência Sim 3,92 0,656 3,65 0,596 3,46 0,730 Não 3,85 3,50 3,50 Conhecimento de dispositivos para punção venosa periférica Sim 3,85 0,830 3,60 0,598 3,50 0,861 Não 4,00 3,80 3,25 Aulas teóricas sobre punção veia jugular externa Sim 4,00 0,355 3,60 0,706 3,58 0,182 Não 3,62 3,65 3,17 Aulas práticas sobre punção veia jugular externa Sim 4,08 0,352 3,80 0,887 3,67 0,769 Não 3,81 3,60 3,46 48 Punção de jugular externa nos estágios curricular ou extracurricular Sim 3,73 0,589 3,80 0,811 3,38 0,722 Não 3,92 3,60 3,50 Atividade com manequim em simulador Sim 3,88 0,516 3,75 0,353 3,58 0,073 Não 3,92 3,40 3,08 Simulação realística como estratégia com ensino Sim 4,00 0,251 3,75 0,356 3,58 0,327 Não 3,69 3,40 3,25 Fonte: dados da pesquisa, 2021. 49 6 DISCUSSÃO As características sociodemográficas (Tabela 1), deste estudo, relativas ao sexo feminino (81,36%) estão de acordo com a pesquisa de Mota et al. (2019) aplicada na mesma instituição e curso com 92,1% de estudantes mulheres. Similaridade se observa em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas de outras regiões do país com percentual acima de 81%, característica atribuída ao contexto histórico de uma profissão formada por mulheres (LIMA et al., 2015; BUBLITZ et al., 2015). Contudo, o aumento gradual da participação masculina na enfermagem brasileira (14,4%) tem diversificado o domínio do público hegemonicamente feminino (MACHADO et al., 2017). Com relação a faixa etária, foi predominante alunos com idade até 25 anos (72,88%), identificou-se perfil similar nos resultados de Souza et al. (2018), em que a faixa etária dos 20 aos 25 anos correspondeu a 75%. Tal característica tem relação com a trajetória educacional na sociedade contemporânea, evidenciada pelo acesso prévio ou oportuno ao ensino superior, mas não constitui uma realidade prevalecente quando analisada por uma dimensão mais abrangente e considerando variáveis como sexo, etnia e regiões do país (VASCONCELOS, 2016; SALATA, 2018). Quanto à variável etnia, se autodeclararam brancos 44,7% dos estudantes, esse resultado encontra-se em consonância com os achados de Souza et al. (2018) para um percentual de 60% e Preto et al. (2018) para 66,2%. Além disso, segundo dados da pesquisa “perfil da enfermagem no Brasil”, observa-se que maior parte dos enfermeiros (57,9%) possuem etnia branca (MACHADO et al., 2017). A interpretação desse resultado pode ter relação com a questão racial vinculada a desigualdade de acesso à educação, conforme Ferreira (2020) e Santos (2017) que discutem a ampliação da inserção da população negra nas universidades públicas, a partir das políticas públicas de acesso ao ensino superior brasileiro. Contudo, após duas décadas de sua implantação, a proporção de pessoas com idade ≥ 25 anos com 12 anos ou mais de estudos corresponde à 25,5% da população branca, comparada a 11,6% da população negra, resultado que reflete à perspectiva da universalização do acesso à educação superior com representatividade racialmente igualitária (IPEA, 2015; FERREIRA, 2020). Quanto ao estado civil, foi identificado um cenário acadêmico com 84,75% de estudantes solteiros, dado que corrobora com as pesquisas de Mota et al. (2019), 50 Lima et al. (2015) e Preto et al. (2018) com percentuais superiores a 80%. Esse resultado expressivo demonstra uma nova realidade da sociedade, em que a carreira profissional, a autorrealização, autonomia e liberdade são alguns dos fatores que tardam a construção de uma relação afetiva (LEMOS et al., 2005; PRADO; FLEITH, 2020). No que tange à moradia e ao tipo de residência 83,05% e 69,49% afirmam residir em casas localizadas em zona urbana e possuir residência própria, respectivamente. Ao relacionar a variável “tipo de residência” com outras pesquisas realizadas com estudantes de graduação em enfermagem, Lima et al. (2015), Souza et al. (2015), Preto et al. (2018). Mas, observou-se que a ausência da opção “morar com os pais/família”, nesta pesquisa, influenciou na ausência de uma análise precisa da variável “residência própria” em detrimento a especificidade do item. Sobre a participação dos acadêmicos na pesquisa, conforme o semestre em curso (sexto 22,03%, sétimo 25,42%, oitavo 28,82% e nono 23,73%), obteve-se resultado análogo ao de Mota et al. (2019), em mesma instituição e curso, com frequência de 22,4% de alunos do sexto semestre, 17,1% do sétimo, 22,4% do oitavo e 17,1% do nono período. Embora a coleta de dados tenha ocorrido por métodos distintos, constata-se diminuição dessa população como voluntários nas pesquisas. Em consonância com os dados dessa pesquisa, em que 69,49% dos discentes não trabalham e 88,14% não possuem formação superior anterior ao curso, estudo realizado em três universidades públicas e uma privada evidenciou que a maioria dos discentes não desenvolve nenhuma atividade de trabalho (74,2%), e (96,9%) não possui outro curso superior, percentual elevado, encontrado principalmente em instituições públicas, pois a oferta do curso em tempo integral dificulta a inserção no mercado de trabalho (BUBLITZ et al, 2015). Sobre o instrumento avaliativo do conhecimento autorreferido para punção da veia jugular externa, é pertinente discutir os itens considerados pelos alunos
Compartilhar