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Síndromes hemorrágicas na gestação 1

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Abortamento 
- Expulsão do produto da concepção antes da sua 
viabilidade 
-FIGO (1976): 
o Peso fetal <500g 
o IG até 20-22 semanas 
- Epidemiologia 
o 10-15% evoluem para aborto (50% destes antes do 
atraso menstrual, passa despercebido pela mulher) 
o Das clinicamente identificáveis, 80% ocorrem no 1º 
trimestre 
o Aborto ilegal: mortalidade ocorre em 1/1000 
mulheres 
o Prevalência do abortamento espontâneo aumenta 
com avanço da idade materna ou se história de 
perdas prévias 
- Causas: 
o Malformações do ovo (maioria) 
o Fatores imunológicos 
o Fatores hormonais (insuficiência lútea) 
o Fatores maternos (doenças, malformações) 
o Fatores ambientais (drogas teratogênicas, exposição 
à fatores em ambiente de trabalho...) 
- Classificação: 
Quanto ao fator causal: 
o Espontâneo 
o Induzido/provocado 
Quanto à idade gestacional: 
o Precoce – até 12 semanas 
o Tardio – entre 12 e 22 semanas 
#também existe a possibilidade de abortamento em qualquer IG 
nos casos de anencefalia 
- Formas clínicas de abortamento: 
 
o Ameaça de abortamento: gestante sente cólica em 
baixo ventre e sangramento genital. Fazer exame 
especular para avaliar lesões de colo e vagina. Na 
USG observa-se 
embrião tópico, 
com BCF, 
sangramento 
retrovular. No 
toque genital, 
OCI fechado. 
o Abortamento inevitável: quando já houve 
rompimento das membranas ou colo pérvio. Dor 
maior, sangramento mais volumoso, pode haver 
perda de líquido, ao toque vaginal o OCI está 
aberto. 
o Abortamento completo: quando a gestante teve o 
abortamento inevitável e evoluiu para expulsão de 
todo o produto da concepção (emrbrião/feto, restos 
ovulares). A conduta deve ser para visualizar se o 
útero está vazio 
o Abortamento incompleto: geralmente acontece com 
10 semanas ou mais, onde há expulsão parcial dos 
produtos da concepção, restando membranas 
ovulares intrauterino. A mulher mantém o 
sangramento, cólicas e caso não evolua para 
expulsão do produto é ideal intervir para que ela 
não perca muito sangue e alívio do quadro clínico. 
O colo também continua aberto, deixando-o mais 
suscetível à infecções ascendentes. 
o Abortamento retido: gestação parou de evoluir e 
não houve sinais clínicos. Se menos de 10 semanas 
pode evoluir expulsão, mas geralmente é necessário 
intervir com indução da expulsão e curetagem 
uterina (quando > 12 semanas) ou aspiração fetal. 
o Abortamento infectado: pode vir de um aborto 
espontâneo ou provocado. Existe uma infecção dos 
restos ovulares, endometrio, miometrio e anexos 
podendo se espalhar para cavidade abdominal e 
até generalizada (sepse). Quadro de secreção 
purulenta/sanguinolenta, odor fetido, dor à 
mobilização uterina, podendo ter febre. Deve ser 
submetida à curetagem, e tratamento 
antimicrobiano. 
o Abortamento de repetição/habitual: quando ocorre 
3 abortamentos consecutivos. Várias causas. 
o Abortamento habitual por incompetência istmo-
cervical: Fibras colágenas do colo são fracas. 
Habitualmente é uma mulher que consegue chegar 
até 2º trimestre e subitamente apresenta incômodo 
em baixo ventre, chegando ao serviço obstétrico 
com bolsa herniando na vagina 
 
 
- Esvaziamento uterino: 
o Misoprostol: promove dilatação e esvaecimento do 
colo. Usado mesmo se o colo estiver pérvio nos casos 
de aborto com fetos >12 semanas 
o Ocitocina: promove contrações uterinas 
o Aspiração manual intrauterina: feita com uma 
grande seringa e cânulas de tamanhos diferentes, 
havendo sucção do material intrauterino 
o Curetagem: curetas fenestradas ou rombas 
 
- Cuidados pós-abortamento: 
o Orientar sobre anticoncepção 
o Imunoglobulina anti-Rh 
 
 
 
Gestação ectópica 
- Implantação do blastocisto fora do endométrio 
- Representa de 2 a 5% de todas as gestações 
 
- Possíveis locais de implantação: 
 
 
- Fatores de risco: 
o Gestação ectópica prévia 
o Cirurgias tubárias 
o Laqueadura tubária 
o DIU: não aumenta chances, mas na falha há 
maior probabilidade de ser ectópica do que tópica 
o Infertilidade 
o Reprodução assistida 
o Tabagismo: piora a mobilidade das fímbrias na 
tuuba uterina 
 
- Quadro clínico: 
o Dor em BV, geralmente unilateral 
o Amenorreia 
o Sangramento vaginal (40% dos casos) 
o Sintomas comuns de gravidez 
o Dor abdominal com irradiação para ombros 
o Gravidez ectópica rota: sintomas de irriação 
peritoneal e choque hemorrágico (taquicardia, 
hipotensão) 
- Formas clínicas: 
o Abortamento tubário: se resolve por si só 
o Gestação ectópica íntegra: bHCG progride mas 
não como a gestação tópica (em torno de 15% a 
cada 48hrs) 
o Gestação ectópica rota: insuficiência de 
distenbilidade dos locais que não são o endométrio 
acaba levando à ruptura. Sangramento 
significativo. 
- Diagnóstico: 
o História clínica: mulher em amenorreia e ainda 
não sabe da gravidez, dor em BV e sangramento 
genital 
o Beta hCG quantitativo 
o USG (somente quando beta hCG > 1500) 
o Histerossalpingografia (raro) 
o Culdocentese: se o líq. aspirado for sangue há 
indicação de laparotomia exploradora 
 
- Conduta: 
o Expectante: pacientes com beta em queda, 
provavelmente evoluem com abortamento tubário 
o Tratamento clínico: metotrexate 
 
o Salpingostomia: abrir a trompa e retirar o produto 
da concepção, mantendo o órgão 
o Salpingectomia: retirar a trompa 
#via laparoscópica ou laparotômica 
- Gestação abdominal : 
 
 
 
Doença trofoblástica gestacional 
- Grupo de tumores caracterizados por uma proliferação 
trofoblástica anormal, tendo como característica comum o 
antecedente gestacional 
 
 
- Mola hidatiforme: 
 
 
#Na mola hidatiforme completa não há embrião, e é a 
mais comum entre nossas pacientes. Já na mola 
hidatiforme parcial há desenvolvimento inicial do embrião. 
#Mola parcial é mais parecido com abortamento retido, e 
tem menos complicações clínicas 
 
- MHP: causada por triploidia (69XXY) com o conjunto 
de cromossomos extrahaplóide de origem paterna 
(diandria). Estas anomalias ocorrem quando um óvulo 
normal (23X) é fecundado por dois espermatozoides (23X 
ou 23Y) ou um espermatozoide diplóide (46XY) 
 
- MHC: resultado da fecundação de um óvulo sem núcleo 
ativo, o que significa que todos os genes são de origem 
paterna (dissomia uniparental). 90% têm cariótipo 46XX 
e 10% 46XY. 
 
- Etiologia não está muito bem estabelecida 
- Incidência maior nos extremos da idade fértil 
- Incidência maior em países subdesenvolvidos (Brasil > 
1:200-400 gestações) 
 
- Quadro clínico: 
o Sangramento vaginal 
o Utero aumentado para IG 
o Cistos tecaluteínicos dos ovários 
o Hiperêmese 
o PE precoce 
o Marcador biológico: beta hCG quantitativo muito 
aumentado 
- Diagnóstico: 
o USG 
 
o Anatomia patológica 
- Conduta/tratamento: 
o Esvaziamento uterino por aspiração à vácuo 
 
- Seguimento ambulatorial:

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