Buscar

RELATÓRIO PARTICIPAÇÃO EM AUDIÊNCIA TRIBUNAL DO JÚRI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
 Escola de Direito 
 Núcleo de Prática Jurídica 
 
 
RELATÓRIO PARTICIPAÇÃO EM AUDIÊNCIA 
TRIBUNAL DO JÚRI – 2022/1 
 
ALUNO: Nicole Vieira Jacques 
 
Período/Turma/Turno: Atividade prática no Juizado Espacial PUC/Cajuru – Turma U 
– Manhã 
 
DATA: 10/06/2022 
 
REU: Fábio de Oliveira 
 
VÍTIMA: Tainara Ariane Soares da Gama 
 
NÚMERO AUTOS: 0004988-78.2021.8.16.0011 
 
Ação Penal 
 
JUIZ: Tiago Flores Carvalho 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO: Lucas Cavini Leonard 
 
ADVOGADO: Peter Andreas Ferenczy 
 
RELATÓRIO DE AUDIÊNCIA (narrar em detalhes o que ocorreu no decorrer da 
audiência: aspectos formais (pregão, quem se manifestou primeiro, questões de 
ordem) e materiais (quantas pessoas foram ouvidas, e o que disseram, etc.) . 
 
 
Inicialmente foi realizado o pregão e contatado que apenas uma testemunha 
de defesa estava ausente e foi dispensada, e o réu preso foi ouvido por 
videoconferência. A defesa requereu, preliminarmente que o réu não fosse ouvido por 
videoconferência, entretanto, após verificada a preclusão, o juiz não reconhecer do 
requerimento, explicando que é possível e legal que o réu seja ouvido nessa 
modalidade. Requereu, ainda, a entrevista pessoal antes do início do júri, concedido 
pelo juiz, que suspendeu o julgamento. 
Após, foi realizado o sorteio do conselho de sentença, e após dispensas da 
acusação e da defesa e formado o conselho, o juiz sanou erro material no relatório 
dado aos jurados, foram dadas as orientações gerais, e realizado o juramento. O réu 
foi assistido pelo Dr. Peter Andreas Ferenczy. 
 Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
 Escola de Direito 
 Núcleo de Prática Jurídica 
 
A audiência iniciou com o interrogatório da vítima Tainara, que disse ter sido 
casada por 14 anos com o réu, e possuem 1 filho, haviam separado pois o réu 
agrediu-a, entretanto tentou dar mais uma chance ao casamento e voltaram perto da 
época dos fatos. Informou que o réu era muito ciumento, inclusive com o trabalho 
dela. Ela foi quem saiu de casa após o término. Explicou que no dia 1 de agosto seu 
filho queria comer pão de queijo, então pediu que seu ex marido na época (réu) 
levasse, ele o fez e ficou discutindo com o pai dela no portão, quando seu ´pai saiu, 
o réu entrou na casa e agrediu-a e ameaçou-a de morte – o promotor de justiça 
esclareceu que estes fatos estão sendo apurados em outros autos. Após este 
episódio a vítima solicitou medida protetiva. 
Sobre os fatos em julgamento, disse que estava em casa quando foi acordada 
por seu pai, questionando-a porque as portas estavam trancadas, pois normalmente 
ficavam abertas, Tainara não soube explicar pois ela somente trancava a porta de 
seu quarto. Quando abriu a porta, perto das 6h da manhã, o réu estava dentro da 
casa e começou a agredir ela, que começou a gritar, seu pai ao ouvir arrombou a 
porta e ele fugiu. Informou que seu filho de 9 anos na época presenciou toda a 
agressão. Disse que se seu pai não tivesse chego, ele a teria matado. Foi informada 
no hospital que as lesões eram de arma branca, e somente viu uma lâmina em sua 
casa após retornar do hospital. Após, esclareceu alguns pontos para a defesa. 
O informante Antônio, pai da Tainara, disse que pela manhã sempre ia até a 
casa de sua filha que ficava aberta, e estranhou estar trancada, logo após ouviu gritos 
de sua filha e arrombou a porta, se deparando com o réu agredindo-a. Explicou que 
o réu estava aparentemente transtornado e usava uma roupa e luvas pretas. 
Assevera que se não tivesse aparecido, sua filha teria sido morta. Disse que seu neto 
estava no quarto e presenciou as agressões. Não viu a faca no momento, apenas 
encontrou-a no dia seguinte. 
O informante Rafael Galvão, primo do réu, não presenciou os fatos. Relatou 
que o relacionamento do casal era normal, mas que havia algumas discussões porque 
a vítima era muito ciumenta. Testemunhou acerca da boa conduta geral do acusado. 
Disse que os cortes na vítima provavelmente foram resultantes de um anel, pois o réu 
sempre foi bastante vaidoso. Explicou que soube que a vítima havia proibido o réu de 
ver seu filho, e que isso teria sido o motivo das agressões. 
 Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
 Escola de Direito 
 Núcleo de Prática Jurídica 
 
A informante Heloisa, irmã do réu, não presenciou os fatos. Disse ter visto foto 
da lâmina, mas não a reconhece. Explicou que a criança não tem visitado os avós 
pois a mão não deixa. Disse que seu irmão costumava utilizar um anel. 
Houve a qualificação do réu. Em seu interrogatório confessou ter agredido a 
vítima, mas disse que não estava com uma faca. Confirmou que estavam separados. 
Explicou que na noite anterior aos fatos tinha ido a uma festa, onde bebeu e usou 
uma quantidade elevada de cocaína, e foi diretamente da festa até a casa da vítima 
pois queria ver seu filho. Quando viu a vítima, ela assustou-se e gritou, e por isso 
começou a agredir ela. Após, saiu de lá andando. Não sabe dizer se seu filho 
presenciou os fatos. Disse não saber nada sobre a faca, mas estava usando um anel 
que tinha uma ponta, com cerca de um centímetro. 
Iniciaram-se os debates orais. 
O representante do Ministério Público posicionou-se a favor do julgamento do 
caso e punição do réu por tentativa de homicídio, e explica que não deverá 
caracterizar a lesão corporal, relembrando que, considerando o tempo que o réu já 
está prezo, a condenação neste crime menos gravoso implicará na sua saída imediata 
da prisão. Neste período explicou que o réu somente parou pois o pai da vítima 
chegou e que há indícios probatórios o suficiente para que se caracterize a tentativa 
e homicídio, após analisar os ferimentos descritos no laudo do corpo de delito do IML, 
apontando os cortes. 
Em seguida, a defesa iniciou sua explanação, pleiteando pela desclassificação 
do crime para lesão corporal, com a devida condenação. Explicando que ele de fato 
deve ser punido, e que o código penal pune pela intenção do agente, e que no caso 
a morte não era, tendo em vista todas as circunstâncias do fato. Ainda, acentua a 
aparição misteriosa da faca 10 dias após os fatos, na cama da vítima e que o réu não 
chegou de surpresa, tendo em vista que bateu na porta e o cachorro certamente latiu. 
Mostrou a foto do anel pontiagudo usado pelo réu. Ainda, analisou os dados presentes 
nos laudos médicos. Lendo, também os quesitos que serão apresentados aos 
jurados. 
Os jurados não pediram por mais esclarecimentos. 
 Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
 Escola de Direito 
 Núcleo de Prática Jurídica 
 
Por fim, a leitura da sentença, versando acerca da condenação do acusado por 
tentativa de homicídio, reconhecendo a qualificadora de motivo torpe, de emprego de 
recurso que dificulte a defesa da vítima e de feminicídio e a majorante de tentativa de 
feminicídio na presença de descendente da vítima. Pena definitiva fixada em 16 anos 
de reclusão em regime inicial fechado, com o início imediato do cumprimento da pena. 
O réu manifestou interesse em interpor recurso. 
A sessão foi encerrada.

Continue navegando