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<p>Processo 0717538-91.2022.8.07.0007</p><p>Data do julgamento: 02 de abril de 2024</p><p>Local: Tribunal do Júri da Circunscrição Judiciária de Taguatinga-DF</p><p>Juiz: Fellipe Figueiredo de Carvalho, Promotor: Dr. Bernardo de Urbano Resende, Advogado de Defesa: Dr. Fábio Viana Ávila, Dr. Esli Paulino de Brito, Dr. Anderson Pinheiro da Costa e Dr. Pedro Henrique de Oliveira e Silva como assistente.</p><p>Réu: Jaider de Santana Amaral</p><p>Acusado por homicídio simples privilegiado - art. 121, II, §2 do Código Penal</p><p>Veredito- Absolvido de forma imprópria; Aplicação de medida de segurança</p><p>No dia 02/04/2024 foi realizado um Júri com o professor Anderson pela defesa, no Tribunal do Júri de Taguatinga – DF, para sentenciar o caso de homicídio envolvendo o réu Jaider de Santana Amaral.</p><p>Aberta a audiência, os oficiais de justiça começaram o sorteio dos jurados conforme preceitua a seção IV do capítulo II do Código de Processo Penal e o juiz passou as informações de praxe (como o recolhimento do celular para ficarem incomunicáveis, não podendo haver comunicação entre si, não dirigir perguntas diretamente as testemunhas e nem ao réu, sem o intermédio do juiz). Para compor o conselho de sentença foram 7 jurados, a defesa chegou a dispensar 3, conforme preceitua no art. 468 do CPP e acusação não dispensou nenhum.</p><p>Dando início a oitiva das testemunhas, começou o policial condutor dando o depoimento inicial de que a polícia teria sido acionada após a fatalidade. Informou que chegando no local e prendendo o réu em flagrante delito, foi informado sobre todos os acontecimentos que haviam acontecido durante o dia, as brigas e suposta perseguição não tinham sido informadas as autoridades policiais, indagado sobre ter achado o réu com as armas apontadas como as do crime, o policial informou que apreendido algumas facas e um facão.</p><p>Após isso, foi dado início a oitiva da testemunha Beatriz (ex namorada da vítima), da qual foi interrogada pela acusação com apresentação de vídeo para identificar todos os acontecimentos do dia. No primeiro momento, Beatriz informou que o réu estava perseguindo ela e sua família, inclusive a vítima a algum tempo e eles já estavam incomodados com a situação, possuindo irmão policial civil e ao ser indagada sobre isso, falou que o irmão a aconselhou chamar a polícia nos próximos eventos em que essa situação acontecesse, mas assim não o fez. Beatriz informou que o réu seguiu ela e a vítima carregando um facão atrás deles na ida até o mercado, mas isso não foi exatamente mostrado nas filmagens.</p><p>Conforme mostrado nas imagens para indagar a testemunha, ela, a vítima Lucas, sua mãe, irmã, e o Feitosa namorado de sua irmã, haviam saído para ir jantar em um restaurante próximo. Quando voltaram com o carro alega ter visto o réu encostado na meia parede de casa que dava acesso a sua casa também e se incomodaram, após isso, caminharam a pé até um outro restaurante do qual ingeriram bebida alcoólica. Quando voltam, é possível observar na filmagem que param em frente a casa do réu e a vítima Lucas está com um pedaço de madeira em mãos, assim como Feitosa está pulando um muro e pega um pedaço de madeira. Quando o réu sai pelo portão percebe-se uma luta corporal onde até mesmo Beatriz agride o réu e a vítima está por cima segurando-o.</p><p>Beatriz fala que foi um ato de proteção, pois o réu estava ameaçando-os com facas e conta que por receio dele atingir até a sua mãe, bateu na mão do réu até que ele soltasse o facão enquanto seu ex namorado estava o segurando. No entanto, mostra nas filmagens o Feitosa também agredindo o réu.</p><p>· Houve a oitava do Sr. Romulo, marido da mãe da vítima, do Robson Feitosa e do Leandro Policial Civil</p><p>Leandro foi quem prestou o primeiro atendimento, um dos condutores e retirou duas facas do réu no primeiro momento e fez os primeiros socorros.</p><p>Felipe Lopes, também policial civil informou que é normal receberem ligações sobre briga entre vizinhos, porém acabam desistindo. Advogado de defesa Dr. Brito contraditou as testemunhas dizendo que não tinha digitais nas faças, que o mesmo disse que tinha pegado na hora do flagrante.</p><p>Durante a oitiva do delegado de polícia que fez o flagrante e conduziu, informou que o réu estava com nariz quebrado mas não reclamando de dor e admitiu que houve falha na revista, pois as facas não batem, não se lembrando dos facões e nem das outras facas.</p><p>· Início do interrogatório do réu</p><p>O juiz começou com as perguntas básicas conforme prevê o art. 185 do CPP. Um dos jurados intermediado pelo juíz, fez uma pergunta ao réu se ele estava seguindo a vítima.</p><p>Foi respondido que no dia do ocorrido não estava seguindo ninguém, apenas ia ao mercado e quando os viu indo na mesma direção, voltou para casa.</p><p>Ao fim, disse que não ia responder a nenhuma pergunta da acusação e nem da defesa.</p><p>· Iniciou-se os debates conforme o art 477 do CPP definindo uma hora e meia para acusação e defesa</p><p>MP, Dr. Bernardo começou sua alegação falando com a plateia e os jurados, usando do silêncio do réu para atacar a defesa e as falas das testemunhas, assim como o barulho que o réu fazia em casa e o laudo que não consta exatamente que o réu tem problemas psicológicos.</p><p>Além disso, alegou que o réu tem dificuldades de controlar emoções e saiu de casa para agir em legítima defesa.</p><p>· Iniciou as alegações da defesa</p><p>Dr. Anderson começou falando do art. 5° da Constituição Federal e falando do amor da mãe do réu, usando disso como sua estratégia de convencimento e fácil entendimento dos jurados. Usando também, da legítima defesa, pois o réu estava dentro de casa quando a vítima e os demais foram para frente do seu portão, desferiu apenas um golpe de faca pois os outros estavam em cima dele batendo-o.</p><p>Dr. Brito começou a falar alegando que o réu tem depressão e ansiedade, bem como paranóias que eram provocadas pela vítima e os demais que conviviam na família de sua namorada Beatriz, sendo o réu a vítima de ataques por motivo de sua saúde mental. Por fim, usou uma tese desclassificatória de homicídio para lesão corporal seguida de morte, ainda após iminente provocação, tentando afastar o dolo.</p><p>Defesa pediu as atenuantes pelos arts. 65 e 66 do Código Penal.</p><p>Por fim, juíz julgou improcedente a pretensão punitiva estatal, optando por absolver de forma imprópria o réu e aplicar medida de segurança considerando o estado de saúde mental do réu, conforme art. 386 do CPP. Determinou a internação do réu pelo prazo mínimo de 1 ano.</p><p>image1.jpg</p>

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