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5ºAula
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, vocês serão capazes de:
gramática da LIBRAS
Olá!
Nesta quinta aula faremos uma introdução aos 
aspectos gramaticais da LIBRAS. Suas características 
principais, bem como algumas curiosidades e mitos em 
relação à comunicação com pessoas surdas.
Fiquem atentos às seções de estudo e, ao final, 
retomaremos nossa conversa!
Boa leitura!
Boa aula!
L I B R A S
193
32Libras - Língua Brasileira de Sinais
1 – Características das línguas de sinais
2 – Aspectos gramaticais básicos: parâmetros do sinal
3 – O sistema de transcrição na LIBRAS
4 - Categorias gramaticais na LIBRAS
1 – Características das línguas de sinais
Nos últimos 20 anos, as pesquisas linguísticas e os 
movimentos de reivindicação dos surdos pelo direito de usar a 
língua de sinais trazem, como consequência, uma preocupação 
crescente dos educadores em aprender a língua de sinais e em 
propiciar condições para que os alunos também o façam.
Hoje a língua de sinais é reconhecida no Brasil (Lei nº. 
10.436, de 22 de abril de 2002/ Decreto nº. 5.626, de 22 de 
dezembro de 2005) e em todo o mundo como um sistema 
linguístico independente das línguas oral-auditivas.
Utilizando-se de um canal visual-espacial, a língua de 
sinais comporta sistemas simbólicos visuais que dão sentido à 
comunicação e fortalecem os discursos surdos.
Seções de estudo
Mas que língua é esta que eu preciso olhar e não ouvir?
Como conceber uma língua, que é gestual, dentro de princípios 
gramaticais semelhantes ao das línguas orais?
Todos os professores precisarão dominar esta língua?
Para elucidar as dúvidas iniciais, em relação às 
características das línguas de sinais, façam a leitura deste 
trecho do livro intitulado “Libras em Contexto” de autoria de 
Tanya A. Felipe, utilizado pelo MEC em cursos de formação 
em Libras:
O Universal nas Línguas
TANYA A. FELIPE
Professora Titular da UPE 
Coordenadora do grupo de pesquisa da FENEIS
Pesquisas sobre as línguas de sinais vêm mostrando que 
estas línguas são comparáveis em complexidade e expressividade 
a quaisquer línguas orais. Estas línguas expressam ideias sutis, 
complexas e abstratas. Os seus usuários podem discutir filosofia, 
literatura ou política, além de esportes, trabalho, moda e utilizá-la com 
função estética para fazer poesias, estórias, teatro e humor. 
Como toda língua, as línguas de sinais aumentam seus 
vocabulários com novos sinais introduzidos pelas comunidades 
surdas em resposta à mudanças culturais e tecnológicas. 
As línguas de sinais não são universais, cada língua de sinais tem 
sua própria estrutura gramatical. Assim, como as pessoas ouvintes 
em países diferentes falam diferentes línguas, também as pessoas 
surdas por toda parte do mundo, que estão inseridos em “Culturas 
Surdas”, possuem suas próprias línguas, existindo, portanto muitas 
línguas de sinais diferentes, como: Língua de Sinais Francesa, Chilena, 
Portuguesa, Americana, Argentina, Venezuelana, Peruana, Portuguesa, 
Inglesa, Italiana, Japonesa, Chinesa, Uruguaia, Russa, Urubus-Kaapor, 
citando apenas algumas. Estas línguas são diferentes uma das outras e 
independem das línguas orais-auditivas utilizadas nesses e em outros 
países, por exemplo: o Brasil e Portugal possuem a mesma língua oficial, 
o português, mas as línguas de sinais destes países são diferentes, o 
mesmo acontece com os Estados Unidos e a Inglaterra, entre outros. 
Também pode acontecer que uma mesma língua de sinais seja utilizada 
por dois países, como é o caso da língua de sinais americana que é 
usada pelos surdos dos Estados Unidos e do Canadá. 
Embora, surdos de países com línguas de sinais diferentes 
comunicam-se mais rapidamente uns com os outros, fato que não 
ocorre entre falantes de línguas orais, que necessitam de um tempo 
bem maior para um entendimento. Isso se deve à capacidade que as 
pessoas surdas têm em desenvolver e aproveitar gestos e pantomimas 
para a comunicação e estarem atentos as expressões faciais e 
corporais das pessoas. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é a língua 
de sinais utilizada pelos surdos que vivem em cidades do Brasil onde 
existem comunidades surdas, mas além dela, há registros de uma outra 
língua de sinais que é utilizada pelos índios Urubus-Kaapor na Floresta 
Amazônica. 
A LIBRAS, como toda língua de sinais, é uma língua de modalidade 
gestual-visual porque utiliza, como canal ou meio de comunicação, 
movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela 
visão; portanto, diferencia da Língua Portuguesa, que é uma língua 
de modalidade oral-auditiva por utilizar, como canal ou meio de 
comunicação, sons articulados que são percebidos pelos ouvidos. Mas 
as diferenças não estão somente na utilização de canais diferentes, 
estão também nas estruturas gramaticais de cada língua. Embora 
com as diferenças peculiares a cada língua, todas as línguas possuem 
algumas semelhanças que a identificam como língua e não linguagem 
como, por exemplo, a linguagem das abelhas, dos golfinhos, dos 
macacos, enfim, a comunicação dos animais. 
Uma semelhança entre as línguas é que todas são estruturadas 
a partir de unidades mínimas que formam unidades mais complexas, 
ou seja, todas possuem os seguintes níveis linguísticos: o fonológico, o 
morfológico, o sintático, o semântico e o pragmático. 
Atribui-se às línguas de sinais o status de língua porque elas, 
embora sendo de modalidade diferente, possuem também estas 
características em relação às diferenças regionais, sócio-culturais, entre 
outras, e em relação às suas estruturas que também são compostas 
pelos níveis descritos acima. 
Livro na íntegra disponível em: <http://www.librasemcontexto.org/>.
Nos tempos antigos, acreditava-se que a LIBRAS era uma 
língua pobre por apresentar poucos sinais, que correspondiam 
às palavras. Isto é um mito acerca das línguas de sinais. Segundo 
Brito (1997, p.12):
Pode acontecer o fato de que uma língua que 
não é usada em todos os setores da sociedade 
ou que é usada em uma cultura bem distinta 
da que conhecemos não apresente vocábulos 
ou palavras para um determinado campo 
esta língua seja pobre porque potencialmente 
ela tem todos os mecanismos para criar ou 
gerar palavras para qualquer conceito que vier 
a ser utilizado pela comunidade que a usa. Por 
exemplo, a LIBRAS não tinha um sinal para 
o conceito “lingüística” até há poucos anos. 
À medida que os surdos foram se inteirando 
194
33
lingüística, houve a necessidade de gerar um 
sinal para esse conceito. interação do dia a dia e 
dos outros tipos de uso da língua.
Muitas pessoas ainda acreditam em coisas que não são 
verdadeiras em relação ao sujeito surdo. Observamos, nos 
discursos das pessoas que não conhecem os surdos e as línguas 
de sinais, que há uma série de crenças que não correspondem 
à realidade. As pessoas pensam essas coisas sobre as línguas 
de sinais, porque por muitos anos houve ideias que foram 
disseminadas por questões filosóficas, religiosas, políticas e 
econômicas. 
Talvez você mesmo já pensou assim e/ou acredita 
em muitas delas. Não se sinta culpado, pois isso é fruto do 
desconhecimento. Apesar do impacto dessas concepções, as 
pesquisas avançaram muito nos mostrando o quanto estávamos 
equivocados.
Agora, portanto, apresentaremos evidências para 
desmistificar tais ideias.
Karnopp (2004, p. 31-37):
Mitos
1 – A língua de sinais seria 
uma mistura de pantomima e 
gesticulação concreta, incapaz de 
expressar conceitos abstratos
Tal concepção está atrelada à ideia 
abstrato e que o mundo dos gestos é 
concreto. O equívoco desta concepção é 
entender sinais como gestos. Na verdade, 
os sinais são palavras, apesar de não 
serem orais-auditivas. Os sinais das línguas 
de sinais podem expressar quaisquer 
ideias abstratas. Podemos falar sobre as 
emoções, os sentimentos, os conceitos em 
língua de sinais, assim como nas línguas 
faladas.
2 – Haveria uma única e universal 
língua de sinais usada por todas as 
pessoas surdas.
Esta ideia está relacionadacom o mito 
anterior. Se as línguas de sinais são Como 
as língua de sinais são consideradas 
gestuais, então elas são universais. Isto é 
uma falácia, pois as várias línguas de sinais 
que já foram estudadas são diferentes 
umas das outras. Assim como as línguas 
faladas, temos línguas de sinais que 
pertencem a troncos diferentes. Temos 
línguas de origem francesa e as línguas de 
origem inglesa.
3 – Haveria uma falha na 
organização gramatical da língua 
de sinais que seria derivada 
das línguas de sinais, sendo um 
pidgin sem estrutura própria, 
subordinado e inferior às línguas 
orais.
Assim como as línguas de sinais são 
consideradas gestuais, elas não poderiam 
apresentar a mesma complexidade 
das línguas faladas. Isso também não 
é verdadeiro, pois em primeiro lugar 
as línguas de sinais são línguas de fato. 
Em segundo lugar, as línguas de sinais 
independem das línguas faladas. Elas 
são autônomas e apresentam o mesmo 
faladas, ou seja, dispõem dos mesmos 
níveis linguísticos de análise e são tão 
complexas quanto às línguas faladas.
4 – A língua de sinais seria 
um sistema de comunicação 
sendo estética, expressiva e 
linguisticamente inferior ao 
sistema de comunicação oral.
Como as línguas de sinais são tão 
complexas quanto às línguas faladas, esta 
as línguas de sinais podem ser utilizadas 
na produção das línguas humanas. Você 
pode usar a língua de sinais para produzir 
um poema, uma estória, um conto, uma 
informação, um argumento.
5 – As línguas de sinais derivariam 
da comunicação gestual 
espontânea dos ouvintes.
A ideia de que a língua de sinais seja gestual 
também reaparece neste mito. As pessoas 
pensam que as línguas de sinais são de 
fácil aquisição por estarem diretamente 
relacionadas com o sistema gestual 
utilizado por todas as pessoas que falam 
uma língua. Como isso não é verdade, as 
línguas de sinais são tão difíceis de serem 
adquiridas quanto quaisquer outras 
línguas. Precisamos de anos de dedicação 
para aprendermos uma língua de sinais, 
mas com base neste mito, as pessoas 
pensam que sabem a língua de sinais por 
usarem alguns gestos e alguns sinais que 
aprendem nas aulas de língua de sinais.
6 – As línguas de sinais, por serem 
organizadas espacialmente, 
estariam representadas no 
hemisfério direito do cérebro, 
uma vez que esse hemisfério é 
responsável pelo processamento 
de informação espacial, enquanto 
que o esquerdo, pela linguagem.
As pesquisas com surdos apresentando 
lesões em um dos hemisférios apresentam 
evidências de que as línguas de sinais são 
processadas linguisticamente no hemisfério 
esquerdo da mesma forma que as línguas 
faladas.As investigações concluem que 
a língua de sinais é um sistema, que faz 
parte da linguagem humana, processado 
no hemisfério esquerdo e no hemisfério 
direito.
1.1 - Dicas para comunicação com a 
pessoa surda
Para comunicação com pessoas surdas precisamos ter 
sinais é principalmente visual. Se você não olhar, não entenderá 
o que estão dizendo. Então, o olhar atento torna-se o ponto 
principal para comunicação, mesmo que você não saiba a língua 
de sinais.
Existe a preocupação com a altura da voz (muitos falam 
quase gritando) e não se preocupam em mostrar as expressões 
faciais, nem com o posicionamento de seu corpo em relação 
ao surdo. Assim, um grande passo para a comunicação com 
pessoas surdas é demonstrar sentimentos pela expressão 
facial, pela fala pausada (sem exageros), pelo apontar e pela 
comunicação escrita o que se quer informar. 
É importante saber, também, que nem todos os surdos 
fazem leitura labial e, dependendo das suas interações e 
escolarização na infância, nem todos utilizam a língua de sinais 
para comunicação.
Observe a figura abaixo e note ângulo do olhar quando 
se utiliza a LIBRAS ou se pretende comunicar com pessoas 
surdas.
Disponível em: <http://www.sj.cefetsc.edu.br/~nepes/videos/apostilas/
apostia_libras_basico.pdf>.
195
34Libras - Língua Brasileira de Sinais
2 – Aspectos gramaticais básicos: 
parâmetro do sinal
Como já foi citado, a LIBRAS é uma língua como 
outra qualquer, possuindo sua própria estrutura. Veremos 
aqui seus parâmetros que devem ser respeitados, pois cada 
um deles tem sua importância, sendo fundamental o uso 
concomitante de ambos para que os sinais sejam utilizados 
da maneira correta e assim a mensagem seja compreendida 
pelo receptor.
São cinco os parâmetros: configuração de mãos, ponto 
de articulação, movimento, orientação / direcionalidade, 
expressão facial e/ou corporal.
Abaixo, veremos a explicação de cada uma delas:
Configuração de mãos: é a postura adotada pela 
mão para realizar os sinais: como fica a sua mão para fazer 
determinado sinal. Na LIBRAS existem 64 configurações ou 
73, dependendo do autor. Os sinais são realizados pela mão 
dominante, ou seja, mão direita para os destros, mão esquerda 
para os canhotos, ou então pelas duas mãos, dependendo 
do sinal. Muitas vezes a configuração de mão é exatamente 
a mesma para sinais correspondentes à palavras diferentes. 
Exemplo, os sinais de: DESCULPAR, AZAR E TRISTE.
Ponto de articulação: é o lugar onde a mão 
predominante pode tocar, ou não, alguma parte do corpo, 
ou simplesmente estar em um espaço neutro vertical ou 
horizontal, localizado da cabeça à cintura. Por exemplo: 
ANDAR, VIAJAR e NOME (feitos no espaço neutro), já os 
sinais: ROSA, BEIJAR E SEXTA-FEIRA, são realizados na 
face, mais propriamente na bochecha.
Movimento: parâmetro complexo que pode envolver 
uma vasta rede de formas e direções, desde os movimentos 
internos da mão, os movimentos do pulso, os movimentos 
direcionais no espaço até conjuntos de movimentos no 
mesmo sinal. O movimento que as mãos descrevem no 
espaço ou sobre o corpo pode ser em linhas retas, curvas, 
sinuosas ou circulares em várias direções e posições”. (Brito, 
2010, p. 38)
Orientação/direcionalidade: para que direção ou 
sentido vai minha mão? Alguns sinais apresentam a mesma 
configuração de mão, porém, opõem-se quanto a sua direção. 
Por exemplo: DAR, RECEBER, PERGUNTAR, ME 
PERGUNTAR e, ainda, SUBIR, DESCER, ASCENDER E 
APAGAR.
Expressão facial e/ou corporal: como vemos, é 
considerada um parâmetro gramatical na LIBRAS. Ao realizar 
um sinal que demonstre sentimento ou reação, se não houver 
expressão facial, o sinal estará errado, pois, muitas vezes, é 
ela quem vai diferenciar ou contribuir decisivamente para 
a compreensão da mensagem que se quer transmitir (Silva, 
2002, p. 55). Ou seja, podem expressar as diferenças entre 
sentenças afirmativas, interrogativas, exclamativas e negativas. 
Por exemplo: TRISTE, ALEGRE, NÃO GOSTO, GOSTO 
MUITO.
É extremamente importante ressaltar que todos os 
parâmetros devem ser respeitados, pois falar com as mãos 
(LIBRAS) é, portanto, utilizar esses elementos para formar 
uma palavra, que formará uma frase e/ou uma mensagem.
De acordo com Felipe (2007, p. 23), para conversar em 
qualquer língua, não basta conhecer as palavras e articulá-las 
adequadamente, é preciso aprender as regras gramaticais de 
combinação dessas palavras em frases.
Na combinação destes cinco parâmetros, tem-se o sinal. 
Falar com as mãos é, portanto, combinar estes elementos que 
formam as palavras e estas formam as frases em um contexto. 
Sendo assim, um profissional que quer atender seu 
educando de maneira satisfatória, deve buscar mecanismos 
para compreender sua realidade e, mais do que conhecer, é 
aceitá-la.
3 – O sistema de transcrição na LIBRAS
Como língua de modalidade gestual, a LIBRAS ainda não 
possui um registro oficial, ou seja, não apresenta forma escrita. 
Sendo assim, a melhor maneira de representá-la é através de 
registro de imagens.
Pensando no ensino da língua para pessoas ouvintes, foi 
criado um sistema de notação para transcrevê-la. Pesquisadores 
usam esta forma de transcrição para representar sinais da 
LIBRAS com palavras da Língua Portuguesa.
Aqui optamos apenas por algumas das convenções 
apresentadas por Felipe (2007, p. 24-27):
1) Os sinais em Libras serãorepresentados por palavras da Língua 
Portuguesa em letras maiúsculas.
Exemplos: TRABALHAR, QUERER, NÃO-TER.
2) A datilologia (alfabeto manual) que é usada para expressar nome 
de pessoas, de localidades e outras palavras que não possuem um 
sinal, está representada pela palavra separada, letra por letra, por hífen 
(soletração).
Exemplos: HOTEL I-T-A-G-U-A-Ç-U
3) Na Libras não há desinências para gênero(masculino e feminino). 
O sinal, representado por palavra da língua portuguesa que possui 
marcas de gênero, está terminado com o símbolo @ para reforçar a 
ideia de ausência e não haver confusão. 
Exemplos: EL@ (ela, ele), AMIG@S (amigos ou amigas).
4) Uma expressão em Libras, que é traduzido por duas ou mais 
palavras em língua portuguesa, será representado pelas palavras 
correspondentes separadas por hífen. Exemplos: CORTAR-COM-FACA, 
QUERER-NÃO “não querer”, MEIO-DIA, AINDA-NÃO. 
5) Um sinal composto, formado por dois ou mais sinais, que será 
representado por duas ou mais palavras, mas com a ideia de uma única 
coisa, serão separados pelo símbolo ^ . Exemplos: CAVALO^LISTRA 
“zebra”.
6)
nas formas exclamativas e interrogativas, os sinais de pontuação 
7) Os verbos que possuem concordância de gênero (pessoa, coisa, 
Exemplos: pessoaANDAR, veículoANDAR, 
coisa-arredondadaCOLOCAR, 
196
35
8) Às vezes há uma marca de plural pela repetição do sinal. Esta marca 
será representada por uma cruz no lado direto acima do sinal que está 
sendo repetido: 
Exemplo: GAROTA + 
9) Quando um sinal, que geralmente é feito somente com uma das mãos, 
ou dois sinais estão sendo feitos pelas duas mãos simultaneamente, 
serão representados um abaixo do outro com indicação das mãos: 
direita (md) e esquerda (me). 
Exemplos: IGUAL (md) PESSO@-MUIT@ANDAR (me) 
IGUAL (me) PESSOAEM-PÉ (md) 
Estas convenções são utilizadas para poder representar, linearmente, 
uma língua espaço-visual, que é tridimensional.
4 – Categorias gramaticais na LIBRAS
As classes de palavras de uma língua são denominadas 
categorias gramaticais Todas as línguas possuem palavras 
que são classificadas como fazendo parte de um tipo, classe 
conforme seus aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos 
e pragmáticos. Assim, na língua portuguesa, por exemplo, os 
substantivos são palavras que possuem desinência de gênero 
e número, são as palavras-chave de um sintagma nominal que 
pode ter a função de sujeito ou de objeto (FELIPE, 2007, p. 
31).
Embora as línguas de sinais não possuam as mesmas 
classes gramaticais e muitas línguas não possuam todas, isso 
não denota inferioridade, as línguas tem formas diferenciadas 
para expressar os conceitos. Por exemplo: na LIBRAS não há 
artigos – o, a, os, as.
Veremos um quadro simplificado das categorias existentes 
na Língua Portuguesa e na LIBRAS:
Não se deve confundir os classificadores, que são algumas configurações 
de mãos incorporadas ao movimento de certos tipos de verbos, com 
os adjetivos descritivos que, nas línguas de sinais, por estas serem 
espaço-visuais, representam iconicamente qualidades de objetos. Por 
exemplo, para dizer nestas línguas que “uma pessoa está vestindo 
uma blusa de bolinhas, quadriculada ou listrada”, estas expressões 
adjetivas serão desenhadas no peito do emissor, mas esta descrição 
não é um classificador, e sim um adjetivo que, embora classifique, 
estabelece apenas uma relação de qualidade do objeto e não relação de 
concordância de gênero: PESSOA, ANIMAL, COISA, que é a característica 
dos classificadores na LIBRAS, como também em outras línguas orais e 
de sinais (FELIPE, 2007, p.39) 
4.1. Verbos
Existem dois tipos de verbos na LIBRAS: os que possuem 
marcas de concordância e os que não as possuem. O primeiro 
tipo citado subdivide-se em 3 categorias:
4.2. Classificador na LIBRAS
Para os pesquisadores linguistas, um classificador é uma 
forma que existe para estabelecer um tipo de concordância 
em uma língua. 
Segundo Felipe (2007), na LIBRAS, os classificadores 
são configurações de mãos que relacionamos à coisa, pessoa 
e animal, funcionando como marcadores de concordância. 
Portanto os classificadores são marcadores de concordância 
de gênero: PESSOA, ANIMAL, COISA. 
Exemplo:
4.3. Adjetivo na LIBRAS
Para os adjetivos, na LIBRAS, não há marca de gênero 
nem marca de número.
A descrição de um objeto é mais clara, se comparado 
à língua portuguesa, porque o formato ou textura são 
“desenhados” no espaço ou no corpo do emissor, exibindo 
tridimensionalidade que é característica da modalidade da 
língua. 
Em relação à colocação dos adjetivos na frase, eles 
geralmente vêm após o substantivo que qualifica. 
Exemplos: 
a) RAT@ PEQUEN@, COR PRET@, ESPERT@ 
4.4. Pronome na LIBRAS
A LIBRAS possui um sistema pronominal que representa 
as pessoas de um diálogo ou discurso. Este sistema é conhecido 
como apontamento. Consiste em apontar o dedo para onde se 
quer especificar ou a pessoa que quer representar.
Na LIBRAS os pronomes demonstrativos e os advérbios 
de lugar têm o mesmo sinal, somente o contexto os diferencia 
pelo sentido da frase acompanhada de expressão facial. 
Representam o que está perto, distante e o que está junto ao 
emissor.
Exemplo: 
a) EST@ / AQUI - apontar para o lugar perto e em 
frente do emissor, acompanhado de um olhar para este ponto. 
b) ESS@ / AÍ - apontar para o lugar perto e em frente 
do receptor, acrescido de um olhar direcionado não para o 
receptor , mas para o ponto apontado perto segunda pessoa 
do discurso.
c) AQUELE / LÁ - apontar para um lugar mais distante, 
o lugar da terceira pessoa com um olhar direcionado. 
4.5. Numeral na LIBRAS 
As línguas têm formas diferentes para apresentar 
os numerais quando utilizados como cardinais, ordinais, 
quantidade, medida, idade, dias da semana ou mês, horas 
e valores monetários. Isso também acontece na LIBRAS 
(FELIPE, 2007, p. 58) 
Nesta língua há a representação para o numeral cardinal, 
representação dos números ordinais também são diferentes. 
As representações dos numerais cardinais, das quantidades, 
da idade, a partir do número 11, são idênticos. A partir do 
numeral DEZ, não há mais diferença entre os cardinais e 
ordinais. Estas diferenças se referem à configuração de mão.
197
36Libras - Língua Brasileira de Sinais
Retomando a aula
Façamos, agora, uma revisão do que foi exposto:
1 – Características das línguas de sinais
Nesta seção, “Características das línguas de sinais”, vimos 
que o reconhecimento da LIBRAS como língua deu-se nos 
tempos modernos. Isto ocorreu após estudiosos linguistas 
se interessarem em pesquisá-las e divulgar suas proposições. 
Assim, as pessoas surdas puderam utilizar uma língua própria, 
que por sua vez, atende a todos os critérios gramaticais, se 
comparada a uma língua oral. Porém, tal constatação não é 
capaz de desmistificar todos os mitos existentes acerca da 
características principais da comunicação com os surdos.
2 – Aspectos gramaticais básicos: parâmetros do 
sinal
Nesta seção, “Aspectos gramaticais básicos: parâmetros 
do sinal”, trouxemos os parâmetros da LIBRAS: regra 
gramática para realização correta dos sinais. Entender os 
parâmetros e respeitá-los, garante ao emissor a assertividade 
dos sinais bem como a transmissão correta da mensagem.
3 – O sistema de transcrição na LIBRAS
Apresentamos, aqui, em “O sistema de transcrição na 
LIBRAS” um sistema de transcrição criado para o registro 
da LIBRAS com correspondentes na língua portuguesa. Ou 
seja, como a LIBRAS não possui modalidade escrita, usamos 
porém, o sistema criado tem algumas especificidades de 
leitura, para melhor entendimento do receptor, geralmente 
ouvinte.
4 – Categorias gramaticais na LIBRAS
Em “Categorias gramaticais na LIBRAS”, uma breve 
explanação sobre as categorias gramaticais existentes na 
LIBRAS e como elas se articulam para realização dos 
sinais e formação de frases, em um contexto.
Espero que o resultado da leitura tenha sido satisfatório, 
apesar de o tema “Gramática” ser complexoem qualquer 
língua, seja ela de sinais, seja de modalidade oral.
Então, aqui deixaremos indicações de leitura para 
complemento da aula:
Vale a pena
Vale a pena ler
Não esqueçam! Qualquer dúvida, façam suas perguntas no Quadro 
de avisos ou comuniquem-se pelo Fórum. Nunca deixem de esclarecer 
Livro: “Libras em Contexto” de Tany. Disponível em: 
http://www.librasemcontexto.org/
Livro: “Por uma Gramática da Língua de Sinais” de Lucinda 
F. Brito. Considerado um clássico nos estudos linguísticos 
das línguas de sinais.
Minhas anotações
198

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