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XX JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE ONDINA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ELAINE SILVA, brasileira, solteira, inscrito no RG n° XXXXXXX e CPF n° XXXXXXX, com endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado na Rua do Lajedo, n° 23, Ondina, Rio de Janeiro, RJ, vem por meio de sua advogada in fine assinada com endereço profissional X, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 81 e 83 do Código de Processo Civil, propor a presente: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS em face da operadora FALE-BEM, inscrita no CNPJ n° XXXXXX/XXXXX, com endereço eletrônico XXX, sediada na Rua do Aconchego, n° 68, Maracaios, São Paulo, SP, pelos motivos de fato e de direito a seguir apresentados: I- DOS FATOS A Autora na condição de consumidora final, adquiriu um pacote de serviços de internet fornecido pela operadora Pague-Bem. Entretanto, quatro anos após a prestação do serviço, a Autora identificou que a Ré estava cobrando uma tarifa não prevista na contratação originária, sendo embutida no serviço da Ré chamado Combo Plus para ampliação de dados. Dessa forma, diante inércia da Ré no cumprimento de suas obrigações, faz-se necessária a intervenção do Poder Judiciário. II - DO DIREITO a) DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA O Código de Defesa do Consumidor incide na presente demanda, visto que a Ré preenche os requisitos de um Prestador de Serviços no que alude o art. 3°, § 2 e a Autora preenche os requisitos de um autêntico consumidor, nos termos do art. 2°, do Código de Defesa do Consumidor. b) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA Entre a Autora e a R existe relação de consumo, e, como tal, merece a guarida do manto da proteção consumerista. Nesse sentido, o Código do Consumidor, em seu artigo 6º , inciso VIII, estabelece o princípio da inversão do ônus da prova, ao estatuir, dentre os “direitos básicos do consumidor”, a facilitação da defesa de seus direitos, “inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.” Ademais, a inversão do ônus da prova é amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do ônus da prova, implementada pelo art. 373 do Código Civil. c) DA FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS O fato relatado configura prática abusiva, tendo em vista que a Ré, sem qualquer solicitação da Autora, efetuou a cobrança de valores relativos aos denominados “Serviços de Terceiros”. A Prática abusiva da Ré extrapola o conteúdo do artigo 39, inciso III, incidindo também em violação aos incisos IV e VI do referido artigo. d) DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO FORNECEDOR No caso de descumprimento total ou parcial da obrigação de fornecer serviços adequados ao consumidor, deve a fornecedora ser compelida a cumpri-la e a reparar os danos causados, conforme artigo 22, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor).E sendo os descontos realizados nas faturas dos consumidores sem qualquer autorização, é claro o defeito na prestação do serviço, pois não fornece informações suficientes e adequadas sobre sua fruição, nos termos do artigo 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor, o que implica responsabilidade objetiva da fornecedora. e) DOS DANOS O patrimônio moral do indivíduo é tutelado pelo ordenamento jurídico brasileiro, especialmente na CRFB/88 no art. 5°, X. No tocante ao plano infraconstitucional, pode-se citar o Código Civil, art. 186. e o Código de Defesa do Consumidor, art. 6°, VI e VII. Portanto, consumidores aos quais foram cobrados valores indevidos, segundo o parágrafo único do artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor: tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável”. f) DO FORO O juízo da Comarca de Ondina revela-se competente para a propositura da presente ação, nos termos do artigo 101 , I , do Código de Defesa do Consumidor e do art. 4º, inciso III, da lei 9.099/95. III – DOS PEDIDOS: Isto posto, requer a V.Exa: a) A citação da Ré, para querendo oferecer contestação, sob pena de revelia; b) Seja decidida a presente demanda com aplicação do CDC em todos os seus princípios e mandamentos legais, mormente a inversão do ônus da prova, conforme o art. 6, VIII do CDC; c) A procedência do pedido autoral Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito. Dá-se a causa o valor de R$ xxxxx. Nestes termos, Pede deferimento Rio de Janeiro, 08 de maio de 2023. Advogada OAB/RJ nº
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