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1) “A” menor impúbere, representada por sua genitora, move ação de reparação de danos materiais e morais em face da empresa de Transportes “Vai Depressa”, em razão de acidente de trânsito que lhe ocasionou a perda dos membros inferiores. Requer, a título de pagamento de reparação de danos materiais, pensão mensal vitalícia, em razão da sua incapacidade. A Ré foi revel. A ação foi julgada procedente e arbitrados cinco salários mínimos a título de reparação de danos, além do valor pleiteado a título de danos morais. O Ministério Público não foi intimado para intervir, e tão logo tomou conhecimento da causa - por ocasião da sentença – requereu a nulidade de todos os atos processuais. Pergunta-se: a) Padece esse processo e a sentença nele proferida de algum vício? Qual? Sim, a falta de intimação do Ministério Público quando sua intervenção for obrigatória, previsto no art. 279 c/c art. 178 do CPC/2015, é motivo de nulidade absoluta. b) Devem ser anulados todos os atos praticados no processo, em razão da não intervenção do Ministério Público? Não, pois apesar da nulidade absoluta, devido a não intervenção do Ministério Público, a ação foi julgada procedente não sendo causados prejuízo à parte. Desse modo, segundo o princípio da instrumentalidade das formas, previsto no artigo parte 277, do CPC/2015, os atos processuais que alcançam a sua finalidade devem ser mantidos. b) O Ministério Público poderá unicamente intervir para que seja revisto o valor da indenização, vez que a ação foi julgada procedente? Sim, pois o valor da indenização foi estipulado abaixo do valor pleiteado. c) Em Apelação interposta pela empresa Ré, poderá ser aumentado o valor da condenação? Não, mas poderá aumentar o valor dos honorários de sucumbência em até no máximo de 20% do valor da condenação. d) Caso em apelação a Ré alegue a nulidade de sua citação, o tribunal, verificando ser realmente nula a citação, poderá, ainda assim, deixar de decretar a nulidade do processo por ausência de prejuízo ao menor? Poderá o tribunal considerar a apelação como contestação e apenas rejulgar a causa? Quando anulados os atos perderão a eficácia. Portanto, será emitida uma nova decisão, que pode diferir da primeira. 2) "A" move ação contra a Cooperativa de Assistência Médica-CAM requerendo a decretação de nulidade de uma cláusula abusiva constante do contrato assinado entre as partes. Requereu, com base nesse pedido, a antecipação parcial dos efeitos da tutela que consistia na realização urgente de uma cirurgia. O juiz, diante do periculum in mora e da verossimilhança da alegação, defere a tutela antecipada, fundamentando a sua decisão de forma singela ("Estando presentes os requisitos, defiro a tutela antecipada pleiteada pelo autor"). O Réu agrava desta decisão e o Juiz, ao prestar informações no agravo, discorre sobre os inúmeros fundamentos que justificam o deferimento da tutela antecipada. Pergunta-se: a) Deve o Tribunal anular a decisão que deferiu a tutela antecipada, tendo em vista a sua falta de fundamentação ou as informações prestadas pelo juiz, no agravo, poderiam ser consideradas como parte integrante da decisão, suprindo a falta de motivação? Não, pois tendo em vista que os requisitos para concessão de tutela encontram-se presentes, a anulação da decisão seria mais prejudicial que sua manutenção. Desse modo, como o vício foi sanado na decisão do agravo deve-se a aplicar o previsto no art. 938, §1º, do CPC/2015. b) Não tendo ainda a medida sido executada e o Tribunal anulando-a, determinando que o magistrado profira outra decisão - agora fundamentada - ficará restaurada a sua executoriedade? E se a sua execução não for mais possível, v.g., a inutilidade da execução neste momento posterior, em virtude do estado de saúde do autor, ainda assim deve o Tribunal anular a decisão ou deverá analisar o prejuízo que poderá decorrer dessa medida e determinar a sua manutenção. Caso o magistrado profira outra decisão - agora fundamentada – a executoriedade da decisão será restaurada, pois o vício por ausência de fundamentação será sanado. Todavia, se a execução não for mais possível o tribunal deverá analisar o prejuízo que poderá decorrer dessa medida e determinar a sua manutenção, vide art. 300 do CPC/2015. c) Se a ré apresenta embargos declaratórios com a finalidade do juiz fundamentar a decisão, os efeitos da decisão liminar ficam suspensos até julgamento destes embargos? Justifique. Não, pois de acordo com o art. 1026 do CPC/2015 os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo. 3) O Condomínio “Bem Morar” move ação de cobrança em face de João, perante o Foro Regional de Vila Prudente/SP. Após vários incidentes, a ação é julgada procedente e se dá início ao cumprimento de sentença. João intenta ação rescisória, em razão da incompetência absoluta do Foro Regional, pois a ação devia ter sido proposta junto ao Foro Central. Pergunta- se: a) Deve ser acolhida a nulidade, tendo em vista que em momento algum as partes noticiaram a nulidade, e tampouco o Cartório Distribuidor constatou o fato? Sim, pois a incompetência absoluta do juízo constitui nulidade absoluta e, portanto, pode ser arguida a qualquer tempo. b) A má-fé explícita do autor da ação rescisória deve ser levada em conta quando do julgamento da ação rescisória? Não, pois a incompetência absoluta é de interesse público, sendo assim, as ações das partes não influenciam no mérito. c) E se a parte tivesse falecido no curso do processamento da ação e o advogado não tivesse noticiado o juízo no prazo em que a lei determina, o julgamento seria nulo? (leve em consideração que o advogado somente noticia o falecimento da parte na fase de cumprimento de sentença)? A relação jurídica estaria incompleta, devendo a nulidade ser decretada desde o momento do falecimento da parte.
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