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INTRODUÇÃO Agravo saúde pública – no Brasil e no mundo ▪ É uma doença de notificação compulsória ▪ Temos que obrigatoriamente identificar, tratar e curar esse doente – não existe a opção do paciente não querer se tratar, isso pode virar até mesmo um processo judicial (prisão – tratamento acontece lá dentro) Coinfecção HIV/Tuberculose ▪ Principalmente a forma secundária / do adulto – onde há a reativação do foco latente da tuberculose (estouro no número de casos na época, inclusive das formas extrapulmonares – ganglionar) ▪ Com a melhoria da terapia com antirretrovirais em 1995, o número de casos de TB também teve queda no grupo de pacientes com HIV Atenção básica – tratamento começa no postinho, se necessário, o paciente é encaminhado para o serviço terciário (infectologista) Condições socioeconômicas / sanitárias Contexto mundial – tem no mundo inteiro. 30 países concentram 90% dos casos, a OMS os tornou então prioridade para implementação de tecnologia em saúde e diagnóstico, acesso fácil ao tratamento (Brasil entre os primeiros). ▪ Países que tem problemas relacionados à TB comum ou à associada a HIV ou TB multidroga resistente (esse último não tem muito no BR) ESTRATÉGIA OMS Compromisso politico (recursos humanos e financeiros, planos de ação) Exames de qualidade para diagnóstico – melhora de 2017 para cá Tratamento supervisionado – principalmente em pacientes que apresentam dificuldades de entendimento, pois o tratamento é prolongado (6 meses, chegando à 1 ano se osteoarticular ou meningocefálico). A ACS leva a medicação todos os dias na casa do paciente (aumenta o sucesso do tratamento) Desburocratização dos medicamentos – medicação deve estar disponível para a sua população Monitoramento dos casos (notificação → encerramento – se notificou tem que encerrar, morreu? Curou? Teve sequelas?) ▪ Na pandemia houve subnotificações ETIOLOGIA Agente etiológico: Complexo Mycobacterium tuberculosis (M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. Caprae) – classe muito grande Descoberta por Robert Koch (1882) – bacilo de Koch Crescimento lento da cultura (6 – 8 semanas), não da para esperar o resultado para começar a tratar / ↑ oxigênio. Existem métodos novos de cultura, onde ela fica pronta mais rapidamente (não temos acesso na prática) Micobacterioses Bacilo aeróbico fino, não colorado pelo gram. Corado (bacilo álcool-ácido resistente – BAAR) = não descora por acido e álcool. Parede celular = grande teor de ácido micólicos e lipídeos – protege o bacilo da medicação (baixa permeabilidade, ↓ efetividade dos antibióticos e facilita sua sobrevida nos macrófagos). TRANSMISSÃO Aerossóis (bacilíferos – pulmão/laringe) – proteção apenas com máscara n95 e PFF2 (mais contaminante) ▪ O doente tosse, formando esse aerossol bacilifero, outra pessoa acaba inalando e se contaminando Uma pessoa com baciloscopia positiva infecta, 10 a 15 pessoas em média, em uma comunidade, durante um ano – efeito de cadeia exponencial (problema de saúde pública enorme) Risco de adoecimento por tuberculose nas populações vulneráveis Populações vulneráveis Risco de adoecimento por TB Pessoas vivendo em situação de rua (desnutridos, alcoólatras, usuários de drogas) 56 X maior ** Pessoas que vivem com HIV (terapia de antirretroviral de alta potencia melhorou a perspectiva) 28 X maior Pessoas privadas de liberdade 28 X maior Indígenas (pouco contato, estão mais isolados) 3 X maior EPIDEMIOLOGIA Tuberculose no mundo É a doença infecciosa que mais mata no mundo superando as mortes causadas pelo HIV/Aids ▪ Grande causadora de morbimortalidade no mundo 10,4 milhões de casos estimados em 2016 87% dos casos de TB em 30 países (Nrasil está incluso) 10% dos casos estimados são HIV positivos 1,3 milhão de mortes estimadas em 2016 (HIV negativo) 374 mil óbitos estimados com TB-HIV em 2016 490 mil casos de MDR (multidroga resistente) estimados em 2016 ▪ Não é um grande problema no Brasil, mas irá se tornar em um futuro próximo – BR se enquadra mais na TB comum e na relacionada ao HIV Classificação de países prioritários pata TB, TB-HIV e TB-MDR – 2015 a 2020 2019 → 10 milhões de pessoas desenvolveram TB / 1,2 milhão óbitos (mundo). 2018 – 85% sucesso de tratamento dos casos novos (mundo) Brasil (2020) = 66.819 casos novos de TB / 4,5 mil óbitos em 2019 – doença que mata bastante, isso sem contar as doenças relacionadas à TB (forma indireta) Percentual de casos novos de tuberculose por raça/cor. Brasil, 2011 a 2020 Pretos e pardos apresentam maior incidência, pode ser relacionada a situações socioeconômicas. Proporção de casos novos de tuberculose confirmados por critério laboratorial. Brasil, 2011 a 2020 A partir de 2015, quando houve incremento de investimentos no BR (e nos 30 países), o diagnóstico foi melhorado. Situação de encerramento do tratamento dos casos novos de tuberculose pulmonar confirmado por critério laboratorial, sensível e multidrogarresistente/resistente à rifampicina (um dos tuberculostáticos principais no tratamento da doença). Brasil, 2019 Nas TB sensíveis, o sucesso no tratamento foi em torno de 70%. Os outros 30% entraram como abandono do tratamento, falência, mudança de resistência e óbito – sendo essa taxa muito elevada (30% de insucesso é muito). Em TB MDR essa taxa de insucesso é ainda maior (doses mais complicadas). Tuberculose no Brasil – 2016 e 2017 69 mil casos novos de TB diagnosticados Cerca de 4,5 mil mortes por tuberculose em 2016 De acordo com a nova classificação da OMS 2016-2020, o Brasil ocupa a 20ª posição na lista dos 30 países prioritários para TB e a 19ª posição na lista dos 30 países prioritários para TB-HIV 4ª causa de mortes por doenças infecciosas 1ª causa de mortes dentre as doenças infecciosas definidas dos pacientes com AIDS ▪ A taxa de AIDS está muito baixa atualmente, a maioria dos pacientes conseguem levar uma vida normal como soropositivos Coeficiente de incidência de tuberculose. Brasil, 1990 a 2017 Queda nos últimos anos devido à tecnologia e acesso à saúde. Coeficiente de incidência de tuberculose no Brasil: valores observados de 2001 a 2014 e preditos para o período 2015 a 2035 – espera-se uma queda bastante significativa Otimizando as ferramentas já existentes no Brasil o percentual de redução será dobrado. Percentual de casos novos de tuberculose por sexo. Brasil, 2001 a 2017* Estabilidade do predomínio do sexo masculino (~70%) frente ao feminino (~30%). Coeficiente de mortalidade por tuberculose. Brasil, 1990 a 2016* Queda a partir de 2000. Comparando ao início houve uma queda bastante significativa. 2/100 mil não é uma taxa alta (mas ainda tem que diminuir). Coeficiente de mortalidade por tuberculose nas Unidades Federativas. Brasil, 2016* O estado de SP está abaixo da linha da média do Brasil, isso se da pelo seu amplo acesso à tecnologia. Ao Norte temos um acesso à saúde mais precário. Proporção de óbitos por tuberculose segundo forma clínica. Brasil, 2016 A grande maioria está relacionada à forma mais comum, ou seja, pulmonar. Em segundo lugar temos a tuberculose respiratória extrapulmonar (laríngea, via oral, entre outras). A forma miliar (mais grave – disseminação hematogênica) se faz presente nas estatísticas. FISIOPATOLOGIA O paciente ao tossir, joga o bacilo na forma de aerossol, que vai ser inalado por outro indivíduo. Depois de inalado ele vai para o pulmão, mais especificamente para os alvéolos, onde ocorre a ativação e liberação de uma cascata intensa de macrófagos pulmonares (primeiralinha de defesa), que irão pegar os bacilos para si, tornando-se macrófagos ativados que tentarão destruir uma parcela desses bacilos. Lembrando que uma parcela interior já foi impedida de chegar ao pulmão pelas barreiras físicas. O macrófago consegue destruir o bacilo até certo ponto, mas passa a não dar mais conta, onde começa a liberação dos mediadores inflamatórios, que ativam a cascata de imunidade celular, liberando de linfócitos T que irão diminuir a infecção pela tuberculose. Quando isso favorece a imunidade do paciente, ele acaba bloqueando tudo, as citocinas inflamatórias produzem o nódulo de Ghon (complexo primário da TB). Mas muitos bacilos não consegue ser tratados e a infecção fica latente, com a nossa imunidade controlando isso de maneira eficaz. Muitos pacientes não consegue fazer a regulação e formação do granuloma (nódulo de Ghon) e fazem a tuberculose primária (que seria desenvolver a doença depois de um tempo de contaminação – mas um tempo curto, é agudo) – mais comum em crianças e adultos imunossuprimidos. Depois de 10 a 30 anos, com os nódulos de Ghon já formados, o paciente pode perder a vigilância imunológica e acabar tendo a reativação de algum bacilo que acaba se disseminando e instalando a doença (deixa de ser uma infecção e passa a ser uma doença, pois passa a apresentar sinais e sintomas)– forma secundária da doença (maioria em adultos) Inalação – macrófagos alveolares: ou são eliminados ou crescem no interior dessas células 2 a 6 semanas pós-infecção: imunidade celular, formação de granuloma Granuloma: latente e não contágio ou ativação e contágio Causa básica dos óbitos que apresentaram tuberculose como causa associada. Brasil, 2016* Os pacientes com comorbidades tem maior tendência a descompensar. Patogênese – forma latente Exemplo: paciente com artrite reumatoide tem que tomar medicação imunossupressora, mas apresentava uma infecção latente. O sistema imune estava aguentando os bacilos antes, mas com o medicamento pode tornar isso como uma doença (forma clínica da TB). Nódulo tuberculoso primário – nódulo de Ghon (granuloma) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Tuberculose Pulmonar Primária – o paciente pega e desenvolve sintomas (não consegue formar o complexo primário). Corresponde a cerca de 5-10% dos pacientes. Mais comum em crianças. Secundária (pós-primária) – despertar da forma latente, por algum motivo a bactéria reativou e o sistema perdeu o controle sobre isso. Maioria dos casos no adulto. Miliar – disseminação hematológica. A bactéria cai na corrente sanguínea e se espalha pelo corpo. É a forma grave da doença, com alta letalidade se o cuidado não acontecer o mais rápido possível. 80% limitam-se ao pulmão. Fazemos um Raio X de tórax em todo paciente que apresenta TB, independente de sua localidade. Tuberculose Pulmonar Primária Sintomas gerais: tosse persistente produtiva ou não (≥ 3 semanas) / presença ou não hemoptise / febre vespertina / sudorese noturna / emagrecimento / inapetência. Insidiosa. Crianças. Lobos médio e inferior (presença ou não de linfoadenopatias hilar / paratraqueal). Pode ocorrer mesmo sem tratamento a cicatrização espontânea (lesão de Ghon) – se o organismo conseguir se reorganizar imunologicamente. Imunodeprimidos e crianças = fazem mais a doença clínica (maior tendência a fazer cavitação – maior característica da TB / derrame pleural / miliar). Tuberculose Pulmonar Secundária / Tipo Adulto Ativação da infecção latente. Sintomas clássicos: tosse produtiva há mais de três semanas (pode ser seca também em alguns casos), emagrecimento (perda de peso significativa), febre vespertina, sudorese noturna (chega a molhar o colchão) – se os sintomas não forem tão específicos temos que lançar mão de outros artifícios para fechar o diagnóstico, como biópsia pulmonar Insidiosa. Cavitação em lobo superior direito. HIV – queda da imunidade natural (deficiência de linfócitos T). Incidência reduziu devido aos antirretrovirais de alta potencia – níveis de TCD4 abaixo de 350 células são mais arriscados (doenças oportunistas, incluindo TB) Tuberculose Pulmonar Miliar Aspecto radiológico característico – micronódulos em ambos os pulmões. Forma grave e aguda. Disseminação hematogênica. HIV – (1%) / HIV + (10%). Crianças / Adultos jovens são a faixa etária mais acometida Febre / astenia / emagrecimento / tosse (80%). Hepatomegalia (35%) / Alterações SNC (30%) / alterações cutâneas. Tuberculose Extrapulmonar 66% HIV + sofrem a doença – aquele com quebra significativa da imunidade Ordem (mais comum): linfonodos (HIV+) – ganglionar / pleura (HIV-) / trato geniturinário / / intestinalossos e articulações / meninges / peritônio / pericárdio Na maioria dos casos o diagnóstico é feito através da biópsia Tuberculose Pleural Forma + comum de TB extrapulmonar em HIV -. Adultos Jovens. Dor torácica (pleurítica) – dor ventilatório-dependente (não consegue inspirar profundamente). Tríade: astenia / emagrecimento / anorexia – perda de apetite (70%). Febre / Tosse seca (60%). Diagnóstico: biópsia pleural (na maioria das vezes; por punção; 90%) / baciloscopia (BAAR; 5%) / cultura liquido pleural (40%; no Brasil apenas 20%). Complicação com formação de empiema pleural tuberculoso: ruptura cavidade / pneumotórax. Comprometimento bilateral com aspecto micronodular difuso. Diagnóstico diferencial: doenças fúngicas sistêmicas (sempre que pensar em um paciente com TB, pensar também em paracoccidioidomicose, doença que anda junto em relação à clínica e aos achados radiológicos). Tuberculose Ganglionar Forma + frequente de TB extrapulmonar em crianças e HIV +. Presença de enfartamento ganglionar principalmente na cervical Linfoadenomegalia indolor (cervical / supraclavicular). Flutuação / podendo ou não ter fistulização (ou seja, secreção purulenta começar a sair para fora). Diagnóstico: aspiração por agulha fina e/ou biopsia linfonodo (bacteriologia – pesquisar de BAAR / histopatologia – necrose de caseificação). Cultura: + 70-80%. Tuberculose Meningoencefálica 3% HIV - / 10% HIV +. Mais comum em crianças ˂ 6 anos. Doença pulmonar associada 59% (pode ter começado no pulmão e ter disseminado pelo SNC). Subaguda ou crônica (˃ 4 semanas). Sintomas gerais de doenças que acometem o SNC: alteração do nível de consciência, confusão mental, alteração de pares cranianos, sinais meníngeos, fotofobia, rigidez de nuca, podendo ou não ter febre. Subaguda: cefaleia holocraniana, irritabilidade, alterações de comportamento, sonolência, anorexia, vômitos e dor abdominal associados a febre, fotofobia, vômitos e rigidez de nuca por tempo superior a duas semanas, envolvimento de pares cranianos (nervos oculares), febre?. Extenso derrame pleural à direita: hipotransparência no hemitórax direito com sinal da parábola. Paciente com enfartamento ganglionar em região cervical Formação de um tuberculoma – lesão cerebral importante (imagens abaixo) Gravidade: quando o paciente evolui com hidrocefalia / hipertensão intracraniana / coma (complicações de qualquer meningoencefalite). Diagnóstico: TC (mais para pulmão) e RNM (melhor para SNC) de crânio / LCR: pleocitose linfocitária (aumento da celularidade, em média 500 a 1.000 células, com predomínio de linfócitos), ↓ glicose (quase zerada), ↑ proteina, PCR (80%; além de ser específico e sensível para diagnóstico, traz a informação de o bacilo é sensível ou não a Rifampicina), cultura (80%) – não faz baciloscopia. Sequelas permanentes em 25% dos pacientes. Tuberculose Pericárdica Subaguda. Dor torácica / tosse seca / dispneia. Tamponamento cardíaco raramente (disfunçãomiocárdica e o paciente começa a dar sinais de IC – insuficiência cardíaca, evolui com edema de MMII, congestão hepática, ascite) – difícil diagnóstico. Febre, emagrecimento, astenia, tonteira, edema de membros inferiores, dor no hipocôndrio direito (congestão hepática) e ascite. Tuberculose Óssea Crianças e adultos (4ª e 5ª décadas). Principalmente em vértebras, articulações coxofemoral e joelhos. Quando compromete a coluna é chamado de mal de Pott = corresponde a 1% das TB e 50% das TB óssea. Tríade: dor a palpação / dor lombar / sudorese noturna. Sem cuidados há a destruição da vértebra, desabamento da coluna, lesão medular. Coluna lombar. Diagnóstico: biópsia. Formação de tuberculomas. Vemos dilatação em ventrículos e hidrocefalia na última imagem. Risco de herniação de amigdala cerebral. Tuberculose Gastrointestinal Compromete principalmente íleo terminal e o ceco. Dor abdominal / obstrução intestinal / hematoquezia (perda de sangue nas fezes) / massa palpável. Pode ter disseminação peritoneal. Diagnóstico: biópsia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Pulmonar: silicose, infecções fúngicas, neoplasias, infecções bacterianas, outras micobacterioses, doenças autoimunes, embolia pulmonar. Pleural: linfoma. Ganglionar: linfoproliferativas (linfomas); outras micobactérias, infecções bacterianas; infecções fúngicas (histoplasmose e criptococose), toxoplasmose e sarcoidose. Meningoencefálica: infecções bacterianas, fúngicas ou virais do sistema nervoso central, neoplasias, sarcoidose e lúpus eritematoso sistêmico. Osteomuscular: artrite séptica ou osteomielite, osteossarcoma, mieloma múltiplo, linfoma não Hodkin, Doença de Paget. DIAGNÓSTICO Suspeita clínica – quadro arrastado de febre, tosse, emagrecimento, sudorese Baciloscopia direta (BAAR) = escarro 60-80% bacilíferos. Mais usado. Demorado. Se der negativo e continuar a suspeita, fazer PCR com escarro. Cultura micobactéria (positividade significativa, mas seu crescimento é lento – 2-8 semanas). Demora muito. PCR – RT (S=90%/ E=95%) – feito com o escarro / avalia resistência a rifampicina. Radiologia de Tórax TC e RNM. PPD (prova tuberculínica) – aplicação na pele, a leitura correta é através da medição do nódulo e não do eritema. Infecções latentes e TB doença crianças (mais usado, é Destruição do corpo vertebral. RM detalhada mostrando perda da conformação da coluna vertebral do paciente. especial), mas não confirma ou exclui. Existe também o IGRA (teste de liberação de interferon-gama) que apresenta melhor resultado que a PPD, pois não interfere se o paciente é vacinado ou não, se positivo confirma a infecção por TB e negativo também exclui – só que é caro, não tem no SUS. Biópsia = necrose de caseificação / extrapulmonares. ADA (adenosinadeaminase) = fluidos (líquor, derrame pleural) – não é específico, mas juda no diagnóstico. Crianças (feito de forma especial). Amostras recomendadas para realização do TRM (teste rápido molecular) – TB Escarro. Escarro induzido – feito quando o paciente não consegue escarrar. Faz uma inalação com solução salina 3%, que é irritante para via aérea, ai o paciente consegue escarrar um pouco para fazer o exame. Lavado broncoalveolar. Lavado gástrico – não funciona (não positiva). É traumático para o paciente. Líquor. Gânglios linfáticos e outros tecidos. Líquido pleural – no caso de derrame pleural Algoritmo diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes baseado no TRM-TB (teste rápido). TRATAMENTO Princípios Medicação adequada. Tempo adequado – explicar para o paciente a importância da adesão. Dose adequada – se equivocada pode complicar a situação. Transmissão: normalmente com 15 dias de tratamento, conseguimos retirar o paciente do isolamento (não transmite), mas é importante fazer uma baciloscopia de controle, para saber sobre a resistência. Se o paciente apresentar alergias, o tratamento deve ser suspenso e as medicações devem ser introduzidas novamente uma a uma a cada semana, até encontrar a droga que desencadeou a reação. Com toda a medicação novamente, iniciamos a contagem do tratamento. Esquema básico para o tratamento da TB em adultos e adolescentes Usamos basicamente 4 drogas: Rifampicina Isoniazida Pirazinamida Etambutol Primeiro usamos as doses de ataque por 2 meses (fase intensiva) e depois retiramos a Pirazinamida e o Etambutol, mantendo apenas as drogas principais (Rifampicina e Isoniazida) por 4 meses (fase de manutenção) – isso na forma pulmonar (6 meses de tratamento). Se meningocefalica ou osteoarticular, mantemos por mais alguns meses, totalizando em um tratamento de 12 meses. A fase de ataque sempre será de 2 meses, independente da localização. Não precisa saber as doses da TB. Tempo de tratamento e as fases tem que saber. Esquema para o tratamento da TB meningoencefálica em adultos e adolescentes Fase de manutenção por 10 meses. Concomitância: tuberculose meningoencefálica e outra localização, esquema para a forma meningoencefálica (tratamos com base na forma que precisa de mais tempo de tratamento) . Sempre que for esta forma clínica, fazemos o uso de Corticosteróide junto ao esquema antiTB (evita complicações cerebrais – convulsão, edema cerebral, herniação de amigdala cerebral): Prednisona oral (1 -2 mg/kg /dia) 4 semanas – casos leves – ou Dexametasona intravenoso nos casos graves (0.3 a 0.4 mg/kg/dia), por 4 - 8 semanas, com redução gradual da dose nas quatro semanas subsequentes (desmame para evitar síndrome adrenal). A fisioterapia na mais cedo possível – evitar sequelas. Reações adversas Menores: manter tratamento Maiores: suspensão tratamento.(3-8%). Comum ocorrer dispepsia, desconforto gástrico, urina alaranjada (Rifampicina) Fatores que aumentam efeitos colaterais: Idade (a partir da quarta década); Dependência química ao álcool; Desnutrição (perda de mais de 15% do peso corporal); Historia de doença hepática previa (grande problemática, o fígado não aguenta as medicações); Coinfecção pelo vírus HIV, em fase avançada de imunossupressão. Mais comuns: Mudança da coloração da urina (100%). Intolerância gástrica (40%). Alterações cutâneas (20%). Icterícia (15%). Dores articulares (4%). Obs.: Reação de hipersensibilidade grave o medicamento deve ser suspenso sem reintrodução (urticária generalizada). Efeitos adversos menores ao tratamento antiTB Efeitos adversos maiores ao tratamento antiTB Condições Especiais Gestação. Hepatopatia. Nefropatias. Coinfecção Tuberculose/HIV (SIRI) – tratar primeiro TB se possível, pelo menos a fase intensiva de 2 meses. MEDIDAS PREVENTIVAS Controle de contatos – isolar doente Prevenção da infecção latente ou quimioprofilaxia primária (RN). Tratamento da infecção latente ou quimioprofilaxia secundária – quando o paciente já tem a infecção sem manifestar doença. Indicações de tratamento da infecção latente Depende: Do resultado da PT / IGRA – se positivo, tratar, pois tem risco de evoluir para doença. Da idade Da probabilidade de ILTB. Risco de adoecimento. O tratamento é feito com Isoniazida 300mg/dia (cada comprimido tem 100mg – 3 comprimidos em jejum). Tem que fazer 270 doses preferencialmente (9 meses), mas pode acabar fazendo 180 doses (para reduzir o tratamento para 6 meses). Se maior que 50 anos de idade ou se portador de hepatopatias crônicas, damos preferencia por fazer o tratamento com Rifampicina de 600mg/dia, com 120 doses (4 meses). Exemplo: pacientes com DPOC grave → grandes chances de desenvolver a doença → fazer prevençãoVacinação - BCG 0 a 4 ANOS (obrigatoriedade ˂ 1 ano). Micobactéria atenuada. Intradérmica (braço direito). Prevenção das formas graves da TB. Antigamente acreditava-se que para a imunidade estar completa precisava da marquinha no braço, mas desde 2015 não se faz mais segunda dose.
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