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sistema urinário

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PATOLOGIA ESPECIAL VETERINÁRIA
Atividade Referente ao Sistema Urinário
Discente: Rafaela Alves Sanches
1) Uma cadela de 10 anos apresentou clinicamente vômitos, fezes escuras e fétidas, poliúria e polidipsia, sendo confirmado por teste sorológico e parasitológico leishmaniose. No exame de bioquímica sérica foi constatada elevação acentuada dos níveis de ureia e creatinina. O animal morreu antes de ser instituído qualquer tratamento. 
A) Qual é o possível diagnóstico do quadro geral apresentado pelo animal relacionado as manifestações clínicas? 
Cães portadores de leishmaniose podem manifestar lesões renais como a glomerulonefrite, devido o depósito de imunocomplexos nos glomérulos. Na glomerulonefrite imunomediada há perda da capacidade de filtração glomerular, resultando em aumento de volume urinário com proteinúria. Além dessas manifestações geralmente são observadas alterações relacionadas a uremia.
B) Qual a provável lesão renal associada leishmaniose?
Nos rins, a deposição de imunocomplexos nos glomérulos pode acarretar em glomerulonefrite membranoproliferativa e nefrite intersticial com comprometimento da função renal muitas vezes sendo a principal causa da morte de cães com leishmaniose. A nefropatia pode ser causada pelo infiltrado de células T CD4+ detectadas na região glomerular e intersticial dos rins de cães naturalmente infectados com. Geralmente os rins estão discretamente aumentados de volume, têm coloração normal ou pálida, e glomérulos visíveis como pequenos pontos vermelhos, na superfície de corte do córtex. Congestões e isquemias nas áreas corticais e medulares, além de nefrite intersticial, caracterizada pela presença de vários pontos esbranquiçados nos rins de animais infectados por leishmaniose. 
C) Quais as possíveis lesões extrarrenais observadas à necropsia além das lesões associadas diretamente a leishmaniose, quais os mecanismos de desenvolvimento das lesões extrarenais?
No fígado as lesões se caracterizam por inflamações granulomatosas, hipertrofia e hiperplasia das células de Kupffer, pois nestas células se encontram uma maior carga parasitária. Nos órgãos linfóides ocorre a proliferação linfoplasmohistiocitária, resultando na linfoadenomegalia generalizada. No baço ocorre reação inflamatória crônica e difusa. Os linfonodos podem conter lesões hipertróficas nas regiões corticais. O coração pode apresentar miocardite multifocal com inflamação linfohistioplasmocitária acentuada, acompanhada por necrose e degeneração das fibras miocárdicas. 
No fígado tem sido descrito que durante a infecção por Leishmania, a matriz extracelular desempenha importante papel para a homeostase e manutenção da arquitetura lobular hepática e que durante a infecção ocorre o aumento na deposição de seus componentes. Assim, o fígado, órgão responsável pelo metabolismo e homeostase imunológica a partir da mediação da resposta pró-inflamatória, detoxificação, produção de energia, conversão de nutrientes e balanço hormonal, é seriamente afetado na leishmaniose visceral contribuindo para a progressão da doença por sepsia ou falha hepática fulminante. Além do fígado, os linfonodos também são órgãos chave na eliminação de células infectadas atuando na filtração de fluidos vindos dos tecidos.

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