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Resumo patologia 30 07

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RESUMO PATOLOGIA 30/07
Autoimunidade (auto resposta, está incluso na imunopatologia)
Consiste no indivíduo produzir uma resposta imunológica contra si mesmo, havendo produção de autoanticorpos, e a maioria dos problemas gerados são por essa produção. Existe uma falha no processo de reconhecimento do que é do indivíduo e do que não é (self e não self). O anticorpo é uma proteína que possui especificidade contra um antígeno, nesse caso, em algum momento de vida do indivíduo, algum elemento do organismo (se for contra uma célula, o antígeno passa a existir na membrana. Pode ser também contra alguma proteína do tecido conjuntivo. Na maioria dos casos são contra as células.) passa a ser reconhecido como antígeno.
Esse mecanismo contra o próprio organismo ocorre por razão desconhecida. Existem duas linhas de pensamento que podem explicar essa autoresposta: uma é que a resposta passa a reconhecer aquilo que não mudou (que no caso são os antígenos), a resposta é que muda. A outra é que a própria célula produz antígenos a partir de determinado momento.
Há a perca da tolerância por meio dos leucócitos.
As doenças podem ser iniciadas pela produção dos autoanticorpos ou não necessariamente (uma resposta sem envolvimento desses anticorpos, e sim a reação dos linfócitos T, ou seja, citotoxicidade). É uma inflamação. Independente de estar usando o anticorpo ou não, o processo tende a ser bastante agressivo. Dependendo de onde ocorrer e que tipo de célula for atingida por essa autoresposta, pode ser mais ou menos danoso.
Uma doença extremamente comum em cães e humanos, chamada Myasthenia Gravis, ocorre na placa neuromuscular (porção final do axônio interage com uma célula muscular estriada esquelética e seus receptores, pela liberação de acetilcolina, promovendo a despolarização e a contração muscular). Na myasthenia o indivíduo produz anticorpos contra os receptores na célula muscular. O anticorpo, por ser uma sinalizador, mostra para as células de defesa o antígeno, e provoca a consequente chegada dessas células naquele local, que liberarão suas enzimas, destruindo a célula muscular. Esse tipo de célula muscular (multinucleada, alongada, fusiforme) dispõe de regiões, e pode ser que haja esse tipo de agressão em determinada região dela e não vir a morrer. Porém se ela perde o receptor, perde o comando do sistema nervoso, não havendo resposta. O indivíduo terá perca da capacidade de contração. Quanto mais disseminado isso for, maior será a paralisia (pode ser local ou generalizada. Ex: envolvendo o diafragma, levando a grande dificuldade na respiração). 
Pode ser que ocorra a necrose dessa célula muscular, sendo pior.
Exame de imunohistoquímica para identificar a presença desses anticorpos é possível.
Animal apresenta sinais como atrofia muscular, diminuir seu estado corporal, perca da capacidade muscular (claudicação). 
Existe um grupo de doenças autoimunes chamados de Pênfigo, agindo contra as proteínas de junções intercelulares (une células epiteliais) da epiderme. Possui o mesmo mecanismo citado de produzir autoanticorpos e vir uma resposta agressiva contra essa região. Essa camada de epiderme que é a mais externa irá necrosar, produzir ulceras, etc.
Na diabetes tipo 1 ocorre a produção de anticorpos contra as células beta do pâncreas (responsável por produzir insulina). O linfócito T irá reagir contra ela, a destruindo-a, desencadeando essa doença.
Imunodeficiência (falha imunológica, está incluso na imunopatologia)
É uma falha do processo imunológico (resposta imune e inflamatório). A resposta imunológica, apesar de muito importante, não é essencial para a vida se comparado com o sistema cardíaco e nervoso. A ausência da resposta não é algo essencial para a vida, e sim importante. Quando existe um desequilíbrio nutricional (ex: falha na quantidade de proteínas, pela ingestão inferior do que necessário na alimentação) isso afeta muito a resposta imunológica.
O processo de desnutrição pode ser primário, quando o consumo de alimento é inferior ou não há consumo, e, secundário, quando o alimento está sendo ingerido em boas quantidades porem por algum distúrbio digestivo o alimento fica impedido de ser absorvido/utilizado pelo animal (ex: doenças intestinais que prejudicam digestão e absorção, saindo nutrientes pelas fezes). Ambos causam desnutrição, e o animal tem déficits de aminoácidos, e visto que toda a resposta inflamatória/imune necessita de proteínas (mediadores, anticorpos, etc.), falta componentes para que ela seja formada, diminuindo-a. Por isso é de importante se alimentar num momento de doença.
Se essa doença por exemplo está sendo causada por algo infeccioso, e necessita-se do combate a ele, haverá um problema caso haja essa desnutrição. A resposta de defesa tende a diminuir e a infecção tende a prevalecer. A nutrição deve ser parenteral e oral. O processo inflamatório é um gastador de nutrientes e energia (para proliferação de leucócitos e demais ações).
Quando utiliza-se o conceito “falha na resposta imunológica”, não necessariamente é em todos os mecanismos dela (pode ocorrer, mas não é frequente), mas pode ser em alguns apenas.
A imunodeficiência pode envolver a imunidade inata, imunidade adquirida (natural ou artificial), nutrição (explicada anteriormente) e medula óssea. 
A medula óssea é o local responsável para produção das células de defesa. A vermelha, quando agredida e destruída, haverá necrose, e a chance de produção de novas células é quase zero. Doenças que afetam a medula óssea são raras em animais. Uma forma de adquiri-lá é através de uma planta samambaia chamada pteridium, e ao ingerir libera princípios que destrói as células da medula óssea, e esse mecanismo de destruição é chamado de radiomimético (se assemelha a ação do raio-X sobre a medula óssea). Ocorrerá a necrose e não haverá resposta imunológica e nem hematopoiética (diminui plaquetas, eritrócitos e leucócitos).
Através do exame de hemograma há como verificar se está havendo a presença de células jovens no sangue e constatando que há um bom funcionamento da medula óssea e sua produção.
A imunidade inata é mais básica, inespecífica e tende a evitar que uma doença aconteça. Já a adquirida é especifica e formadora de memória contra um agente que obteve contato. 
Disturbios do crescimento celular
É algo relacionado a modificação de tamanho, forma ou quantidade de células são características que podem sofrer algum tipo de distúrbio, e serão discutidos nesse tópico. 
Todos os órgãos tem a necessidade de se manterem equilibrados. Por exemplo, digamos que o fígado possui 1 trilhão de células, e que essas células tem o tempo de vida de 5 meses, e após esses 5 meses será necessário o nascimento de outras 1 trilhão de células para ocupar o espaço que essas células deixarão. Essa substituição envolve o crescimento, e nesse caso, esse crescimento se refere a divisão celular. Isso é o esperado, o ideal, e no distúrbio ocorre a falha desse processo.
Ao dividir a vida em dois momentos, temos a vida antes do nascimento (pré-natal) e após o nascimento (pós-natal). Durante a vida embrionária/ fetal os órgãos estão se formando e se desenvolvendo.
Um mecanismo que afeta as células tronco (indiferenciada) na pré-natal e que faz dessas células tronco nascerem as especializadas (que modificam seu formato e passam a possuir uma determinada função) é a diferenciação. E o outro mecanismo que tem ação sob as células tronco é a multiplicação (divisão celular), aumentando a quantidade.
Através desses dois mecanismos, nasce um órgão.
Quando o indivíduo nasce e o órgão não está completo, é um distúrbio, e pode ser chamado de má formação, hereditário ou congênito. Hereditário é um defeito que já veio através dos pais e passou para o filho (transferido). Congênito significa “nascido com”, ou seja, o indivíduo no momento do nascimento possui, e a causa pode ser hereditário ou não. Ex: Mãe com hipertermia durante gestação pode gerar um problema congênito. Nesse caso então é congênito porem a causa não é hereditária. 
A febre duranteesse momento interferiu em algum processo citado anteriormente de ação sob as células tronco, pois tirou do estado de homeostasia onde as células do feto estavam em uma temperatura ideal de funcionamento. Digamos que a célula que deveria dar origem a um túbulo renal, afetada por essa circunstância, não irá formá-lo.
O período pré-natal é sensível a falhas na formação de células especializadas. Uma situação em que há a formação de somente um rim esquerdo (problema unilateral), a exigência funcional dele no momento do nascimento é baixa, visto que em um recém-nascido o volume de sangue que passa por ele é pequeno, e o animal não sofre tanto com isso. Com o passar do tempo, seu funcionamento vai requerer mais, e quantidade de células dele tende a aumentar (órgão fica maior e com mais células) e o indivíduo aprende a viver só com um rim. É diferente de um indivíduo já adulto ter que perder um rim, pois passou boa parte da vida usando os dois rins, e adaptar a ter um só é muito difícil. 
Na vida pós natal também está presente os mecanismos de diferenciação e multiplicação sob as células tronco. A função deles aqui é a manutenção/renovação (órgãos com células que precisam ser renovadas). O indivíduo na velhice, esse processo começa declinar e os órgãos irão diminuindo.
Grupos de alterações (envolvem número ou formato de células)
Hipertrofia: Aumento do volume é acompanhado por aumento das funções celulares. Pode ser usada em vários níveis: Para o musculo como um todo ou para a célula muscular individualmente. Não necessariamente é patológico, pode ser fisiológico. Nesse caso trata-se de uma célula com volume maior porque tem uma maior quantidade de organelas, e são as organelas que fazem as funções, por ex: para a célula muscular contrair precisa das organelas actina e miosina, e numa hipertrofia haverá o aumento quantitativo dessas organelas e o consequente aumento do volume celular, associado com aumento da função. O que permite esse aumento acontecer? O órgão estar desempenhando sua função em maior quantidade. Todos os órgãos podem sofrer hipertrofia.
Se uma glândula (tireoide, adrenal, etc.) que produz hormônios aumentar seu volume, e produzi-los em excesso, pode ocasionar um problema.
O problema depende de que célula é, e do que ela está fazendo. É difícil chegar a conclusão de que a hipertrofia é boa ou ruim.
Hipotrofia: Diminuição do volume celular sem interferir nas funções celulares. Se o volume é menor, significa que há menos organelas, porem essa redução não interferiu na fisiologia. A célula desempenha sua função num grau menor, mas isso não interfere.
Atrofia: Nível mais drástico. Diminuição do volume celular com interferência nas funções celulares. Haverá a diminuição das estruturas intercelulares (organelas). Se houver apenas uma célula em atrofia, as demais trabalham bem, mas se haver quantidade significativa em atrofia, será prejudicial. Tudo depende do percentual de células que estão nesse estado. Quem pode afetar essa concentração de organelas? Atividade física e nutrição. As células são dependentes do nível nutricional para fazerem suas produções. Ex: células que sintetizam proteínas. Essa não alimentação corretamente é a causa primaria.
A causa secundaria se trata de doença. Ex: animal com doença pulmonar, que reduz a capacidade de trocas pulmonares, o animal tem menos oxigenação no sangue e tecidos, e tende a perder um pouco do apetite (a baixa na oxigenação diminui o metabolismo, e isso causa um efeito de haver necessidade de se alimentar tanto). O animal também entrará num quadro de desnutrição.
Doença é causa primária ou secundária? Ver com o prof (áudio contradiz).
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Ainda sobre hipertrofia: A maioria dos animais são melhorados geneticamente, inclusive para adquirir aumento da massa muscular. Nesse processo, se exarceba características que são boas, como ocorre na produção de leite (grande quantidade de glândulas mamárias). Isso pode ser considerado hipertrofia? Não, pois nasce com a genética. A hipertrofia nasce pela estimulação da função, e não de natureza genética.
Qualquer situação que diminua a velocidade do sangue para chegar no coração, cria um distúrbio. Terá que se adaptar a essa nova realidade. E há casos onde o problema enfrentado é o átrio direito, que estará esperando determinado volume de sangue, e essa quantidade e essa frequência esperada não chega. O musculo cardíaco dessa região irá contrair-se exageradamente e com mais força, criando um distúrbio na parede do coração direito (afetando o átrio, também afeta o ventrículo, já que se o átrio não recebe o volume esperado, o ventrículo também não recebe). As células musculares do lado direito irão mudar seu formato decorrente da hipertrofia. 
Quando o retorno do sangue pulmonar (pelas veias pulmonares no átrio esquerdo) é lento, haverá o mesmo processo que ocorreu no lado direito, mas dessa vez o pulmão é responsável. O mecanismo de contração com maior frequência e com mais força dará origem a taquicardia.
No exemplo dado em aula da imagem do coração com seus lados direito e esquerdo observa-se: O lado direito está com a parede mais delgada (as células estão mais delgadas) que o normal e a sua câmara cardíaca está ampliada. Por outro lado, o lado esquerdo está com a parede mais espessa que o normal, e câmara cardíaca/lúmen está reduzida. Ambas as situações há hipertrofia, porem no lado direito ocorre hipertrofia excêntrica e na esquerda hipertrofia concêntrica (“ideia de que algo cresceu de fora para dentro”, que nesse caso é o miocárdio e aí quem diminui é a câmara. Menos sangue caberá nesse espaço). Houve um grande desequilíbrio do coração.
O motivo disso tudo, resumindo, é o desequilíbrio na estrada e saída de sangue, e que criou uma exigência de força maior que o normal (contração), levando a hipertrofia.
Pode ocorrer os dois casos juntos (excêntrica e concêntrica), o que é mais frequente, mas pode ocorrer separadamente também.
 Normal Hipertrofia concêntrica Hipertrofia excêntrica
	Câmara
Parede
A concêntrica é mais comum no lado esquerdo, e a excêntrica no direito. A patologia é insuficiência cardíaca congestiva (seja do lado direito ou esquerdo do coração).
Visualizando a nível celular:
Concêntrica: mais espessa, menor comprimento
 
 Excêntrica: menos espesso, maior comprimento

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