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Apostila Fisiologia do Exercício

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SUMÁRIO 
Bioenergética .......................................................................................................1 
Controle hormonal e exercício físico....................................................................3 
Exercício físico e sistema respiratório .................................................................7 
Resposta cardiovascular ao esforço físico ...........................................................9 
Termorregulação e exercício físico ....................................................................12 
Tipos de fibras musculares ................................................................................15 
Fadiga, Overtraining e Destreinamento ..............................................................17 
 
 
 
 
✓ Reações exergônicas: catabolismo, que é a quebra 
ou oxidação de moléculas combustíveis. 
 Liberação de energia 
✓ Reações endergônicas: anabolismo, que é a síntese 
ou redução de moléculas combustíveis. 
 Entrada de energia 
Metabolismo = catabolismo + anabolismo 
Substratos energéticos 
O nosso corpo vai usar o que estiver disponível 
conforme a demando do momento, mas tudo vai depender 
do tecido envolvido, da situação fisiológica (fome ou pós-
prandial) e de alguns sinais hormonais que são gerados, como 
no repouso, no exercício físico, no jejum e entre outros. 
A glicose e os ácidos graxos são os principais 
substratos energéticos para o músculo esquelético, os 
aminoácidos por outro lado, são metabolizados em 
quantidades menores. 
Vias metabólicas de produção de ATP 
O ATP está sendo utilizado e regenerado 
constantemente no nosso corpo, são três processos mais 
importantes para a geração de ATP: 
Sistema ATP-fosfocreatina: é a via geradora de 
ATP mais rápida e mais simples da fibra muscular, quando 
se inicia uma atividade física, esse sistema é o primeiro a 
ser ativado para a reposição imediata de ATP. Após o 
término da atividade física, as células musculares começam 
a repor os estoques de fosfocreatina e ATP novamente. 
 
 
✓ Estima-se que os estoques celulares de ATP e 
fosfocreatina são suficientes para sustentar uma 
atividade física intensa por apenas 10 a 12 s. 
 
Via glicolítica: é a segunda fonte energética a ser 
utilizada após o início de uma atividade física e envolve o 
fracionamento da glicose ou glicogênio até acido pirúvico. 
✓ Quando a glicólise ocorre sem a presença de 
oxigênio, o ácido pirúvico é convertido em ácido 
láctico e esse é utilizado como substrato 
energético por outros tecidos ou reconvertido em 
glicose no fígado (gliconeogênese). 
✓ O acúmulo de ácido láctico em exercícios intensos 
leva à acidose na célula muscular e nos líquidos 
corporais, reduzindo a atividade de várias vias 
metabólicas e limitando a continuação da atividade 
física intensa por períodos longos. 
✓ Na presença de oxigênio, o piruvato é convertido 
em acetil-CoA ou oxaloacetato e são metabolizados 
no ciclo de Krebs. 
 
 
 
1
 
Cadeia de fosforilação oxidativa: é a via geradora 
de ATP mais complexa, duradoura e eficiente, podendo 
utilizar diferentes substratos energéticos, como glicose, 
ácidos graxos e aminoácidos. Entretanto, por ser 
dependente de oxigênio, e ́ um processo relativamente lento 
e o último a ser requisitado. 
✓ Oxidação de carboidratos: envolve a glicólise 
anaeróbia, ciclo de Krebs e cadeia transportadora 
de elétrons. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não é recomendado zerar o carboidrato corpora, pois se 
isso acontecer o organismo tem que fazer 
gliconeogênese para chegar ao oxalacetato, gastando 
energia duas vezes. 
✓ Oxidação das proteínas: a utilização de aminoácidos 
é mais significativa em situações específicas, 
como o jejum prolongado e o exercício 
 
físico por longas horas, situações em que ocorre 
perda dos estoques de glicogênio e de lipídios no 
organismo. 
 
✓ Oxidação das gorduras: a oxidação de ácidos graxos 
ocorre por meio da β – oxidação no interior das 
mitocôndrias. Quando ocorre predominância dessa 
via para formar energia é comum o acúmulo de 
corpos cetônicos, podendo gerar hálito cetônico nos 
indivíduos e neuropatia periférica diabética. 
✓ Uma pessoa com diabetes, por exemplo, apresenta 
redução da glicose disponível para o sistema 
glicolítico, com isso passa a ocorrer a β – oxidação, 
tornando o indivíduo susceptível a ter hálito cetônico 
e neuropatia periférica. 
 
✓ Exercício rápido do início ao fim: glicolítico 
✓ Exercício mais lento: oxidação aeróbia 
✓ Um pouco rápido e um pouco lento: glicolítico e 
oxidativo. 
✓ O estado de repouso é predominantemente 
oxidativo. 
Piruvato 
Falta de O2 Ácido láctico 
Presença de 
O2
Acetil - CoA
Acetil- Coa 
elevado
Oxaloacetato 
 SISTEMA 
ATP-CF 
SISTEMA 
GLICOLÍTICO 
SISTEMA 
OXIDATIVO 
Velocidade 
de geração 
de ATP 
 
Muito alta 
 
Alta 
 
Baixa 
Duração 3 a 5s 1,5 a 2 min Horas 
Necessidade 
de O2 
Anaeróbio Anaeróbio e 
aeróbio 
Aeróbio 
Eficiência 
energética 
Muito baixa Baixa Alta 
2
 
 
 
 
Os hormônios estão envolvidos na maioria dos 
processos fisiológicos, como na manutenção da homeostase, 
regulação do crescimento, da temperatura corporal e nos 
aspectos relacionados ao esforço e atividades físicas. 
Principais desafios do nosso organismo durante um 
exercício físico é manter constante a glicose sanguínea, a 
temperatura corporal e o balanço hidroeletrolítico. 
 
ESTRUTURA QUÍMICA DOS HORMÔNIOS 
Peptídeos: inclui insulina, glucagon e são hormônios 
hidrossolúveis com receptores presentes na membrana 
plasmática. 
Esteroides derivados do colesterol: cortisol, 
aldosterona e esteroides gonadais, são lipossolúveis com 
receptores presentes no citoplasma ou no núcleo. 
Derivados de aminoácidos: T4, T3 e catecolaminas 
(adrenalina e noradrenalina), são lipossolúveis e 
hidrossolúveis. 
 
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO - GH 
✓ É liberado em resposta à hipoglicemia. 
✓ Promoção do crescimento. 
✓ É um hormônio importante para o anabolismo, uma 
vez que ele facilita a síntese proteica e incentiva o 
crescimento dos tecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
✓ Promoção da utilização de gordura como fonte 
energética. 
✓ Redução na utilização de carboidratos: o GH diminui 
a captação e a utilização de glicose pelos tecidos 
sensíveis à insulina, como músculo esquelético e 
tecido adiposo. Como resultado, a concentração 
plasmática de glicose e de secreção de insulina 
aumenta. 
 
 
 
 
 
 
 
Variação na secreção de GH durante o dia, com 
índices mais altos em exercícios intensos e durante as 
primeiras horas do Sono de Ondas Lentas. 
 
HORMÔNIOS DA TIREOIDE – T4 E T3 
✓ Atuam na maioria dos tecidos aumentando o 
consumo de oxigênio e a produção de calor. 
✓ Promoção do crescimento e desenvolvimento do 
cérebro durante a vida fetal e nos primeiros 5 
anos de vida pós-natal. 
✓ Promovem o desenvolvimento do tecido muscular 
esquelético, da derme e dos dentes. 
✓ Aumenta a velocidade de contração e relaxamento 
muscular. 
✓ Aumenta a ação de catecolaminas. 
✓ Ação metabólica: estimula absorção de glicose, a 
gliconeogênese, a glicogenólise e a lipólise. 
 
3
 
CATECOLAMINAS 
Tendem a aumentar durante atividade contínua e 
de longa duração, com intensidade moderada. Ao término do 
exercício, a adrenalina retorna aos seus valores de repouso 
em alguns minutos, enquanto a noradrenalina permanece 
elevada por algumas horas. 
✓ Aumento da frequência cardíaca, da força de 
contração, da pressão arterial e da respiração. 
✓ Aumento da liberação de glicose e ácidos graxos 
para o sangue. 
✓ Estimulam a glicogenólise no músculo esquelético, 
promove secreção de insulina e de glucagon e 
aumenta a secreção de GH, testosterona e cortisol. 
✓ Melhor distribuição do sangue para os músculos 
esqueléticos devido a vasodilatação dos vasos. 
 
CORTISOLCortisol aumenta a glicemia do sangue e é catabólico 
(perda de tecido muscular), ação prolongada do exercício 
libera esse hormônio. 
O cortisol tem um ciclo circadiano, que é controlado 
pelo hipotálamo por meio de sinais sobre luz e escuridão, 
estabelecendo os padrões de sono e vigília ao longo do dia. 
Esses sinais são transmitidos pelo hipotálamo para 
a glândula hipófise no cérebro, que é responsável pela 
produção de um hormônio chamado melatonina, que em 
resposta à escuridão tem seus níveis aumentados para 
preparar o corpo para dormir, diminuindo a temperatura 
corporal, a pressão arterial, a frequência cardíaca, a 
respiração, o metabolismo corporal e a atividade do sistema 
urinário. 
Durante o dia, quando a retina detecta luz, a 
produção de melatonina é inibida e o cérebro envia estímulos 
para as glândulas suprarrenais para aumentarem a 
produção de cortisol para deixar o corpo mais alerta e 
aumentar a vigília durante o dia. Este hormônio também pode 
aumentar em períodos de estresse. 
 
 
 
Além disso ele promove: 
✓ Redução do conteúdo de proteínas em tecidos 
extra-hepáticos: no músculo e em outros tecidos 
não hepáticos, o cortisol diminui a captação de 
aminoácidos e inibe a síntese proteica, ao mesmo 
tempo que aumenta a degradação de proteínas. 
✓ Resistência ao estresse. 
✓ Diminuição da resposta inflamatória dos tecidos. 
✓ Exercícios anaeróbio libera mais cortisol do que um 
exercício aeróbio. 
INSULINA E GLUCAGON 
A secreção de insulina pelas células-beta 
pancreáticas é estimulada principalmente pelo aumento de 
glicose na corrente sanguínea. A insulina é secretada 
sempre que há abunda ̂ncia de glicose na corrente 
sanguínea, pois possibilita sua utilização pelos tecidos como 
fonte de energia para os processos anabólicos ou para 
estocagem. 
✓ Diminuição da liberação de glicose, da glicogenólise 
e da glicogênese. 
✓ Aumento do armazenamento do glicogênio, da 
síntese de proteínas e de ácidos graxos. 
 
 
 
4
 
A hipoglicemia aumenta a secreção de glucagon, o 
que, por sua vez, leva a uma elevação da glicemia. O jejum e 
a atividade física estimulam a secreção de glucagon, o que 
previne a hipoglicemia e ajuda a manter a concentração 
plasmática de glicose. 
✓ Aumento da liberação de glicose, de glicogenólise, 
de glicogênese e de lipólise. 
✓ Diminuição do armazenamento de glicogênio e da 
síntese de proteínas. 
✓ O exercício prolongado promove diminuição da 
concentração de insulina, ocasionando aumento na 
liberação de glucagon. 
 
ATIVIDADE FÍSICA E DIABETES 
A atividade física é uma das principais medidas na 
prevenção do diabetes e para o controle glicêmico daqueles 
que já são diabéticos. Com o exercício, há um aumento da 
sensibilidade dos receptores insulínicos do músculo 
esquelético e do tecido adiposo e, portanto, uma taxa de 
remoção mais eficaz da glicose a qualquer nível plasmático 
de insulina. Este efeito poupador de insulina do exercício 
físico reduz a produção de insulina, podendo reduzir o risco 
de desenvolvimento de diabetes. 
O treinamento físico aumenta o fluxo sanguíneo 
muscular, o que facilita a ação da insulina e a captação da 
glicose, a agregação da insulina ao seu receptor e aumenta 
a atividade da enzima glicogênio sintase, o que aumenta a 
captação da glicose. 
 
Mudança nas concentrações plasmáticas de glicose e 
insulina durante um exercício prolongado a 65% - 70% do 
VO2 max. 
 
✓ Houve declínio gradual da insulina ao longo de todo o 
exercício, sugerindo aumento na sensibilidade à 
insulina durante o esforço prolongado. 
 
ANTIDIURÉTICOS (ADH) 
O ADH regula a osmolaridade dos fluidos corporais 
por reduzir a excreção renal de água. Ele limita a produção 
de grande quantidade de urina, pois estimula a reabsorção 
de água nos ductos coletores renais, o que resulta em 
menor volume urina ́rio. 
 
 
 
 
 
 
5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALDOSTERONA 
O exercício físico diminui a pressão 
arterial porque provoca redução no débito 
cardíaco. 
 2 - O suor reduz o volume 
plasmático e o fluxo de sangue 
para os rins 
3 – A redução do fluxo sanguíneo renal estimula a 
liberação de renina, que leva a formação de 
angiotensina I, que é convertida em angiotensina II 
4 – A angiotensina II estimula 
a liberação de aldosterona 
5 – A aldosterona aumenta a 
reabsorção de Na e H20 dos 
túbulos renais 
6 – O volume plasmático 
aumenta, a produção de urina 
diminui depois de alguns dias de 
exercício e de ingestão de água e 
sódio 
1 -A atividade 
muscular promove 
sudorese e aumenta 
a PA 
6
 
 
 
 
 
Durante o exercício físico, a necessidade de 
oxigênio aumenta para a produção de energia. 
VO2 máx é a capacidade máxima de produzir 
energia pelo metabolismo oxidativo, ou seja, é a capacidade 
de captar, transportar e utilizar o oxigênio. Vai depende das 
vias aéreas superiores, inferiores, dos alvéolos, do quanto o 
sistema cardiovascular é capaz de transportar e do quanto 
as células são capazes de utilizar esse oxigênio. 
 
✓ Em um exercício moderado o organismo fica 
estável; 
✓ Em um exercício intenso ou severo, demora mais 
tempo para atingir o estado de equilíbrio, se isso 
acontecer. 
Alterações respiratórias durante o exercício 
Dispnéia: é o encurtamento da respiração, o volume 
em cada ciclo fica reduzido e a frequência aumentada. 
Hiperventilação: é a respiração excessiva, no qual 
aumenta a frequência e volume. 
Manobra de Valsalva: geralmente acontece quando 
o indivíduo vai levantar objetos pesados e fecha a glote. Isso 
aumenta a pressão intra-abdominal e intratorácica, 
provocando diminuição do retorno renovo, do débito cardíaco 
e aumento da pressão arterial. 
 
 
 
 
 
Limiar de compensação respiratória 
É quando o sistema respiratório não consegue 
ajustar adequadamente o pH devido a intensidade do 
esforço físico ou do consumo de oxigênio. 
Fase do exercício com predomínio do metabolismo 
anaeróbio onde a acidose metabólica está descompensada, 
levando a interrupção do exercício. 
Limiar ventilatório 
É o ponto no qual a ventilação aumenta mais do que 
a necessidade de oxigênio, está relacionado com o controle 
do nosso pH e com a necessidade de remoção de dióxido de 
carbono em excesso. 
 
O limite tolerável de pH para o músculo na situação 
de repouso é 7,10 e em exaustão é 6,63. Já para o pH do 
sangue arterial é de 6,9 até 7,5 respectivamente, isso 
indica uma pequena faixa de tolerância fisiológica. 
 
 
 
 
 
 
Exercício físico 
7
 
Regulação do equilíbrio ácido-básico 
A velocidade de remoção do lactato sanguíneo é 
mais rápida quando a pessoa realiza a recuperação ativa, se 
comparada com a recuperação passiva. 
✓ Recuperação ativa: é um exercício de baixa 
intensidade após o esforço físico. 
✓ Recuperação passiva: descanso após o esforço 
físico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
 
 
 
FREQUÊNCIA CARDÍACA 
Durante a atividade física, alguns ajustes são 
necessários para a manutenção da perfusão tecidual, da 
pressão arterial em valores adequados e da frequência 
cardíaca. 
As primeiras alterações na frequência cardíaca 
ocorrem pouco antes do início do exercício físico e são 
conhecidas como resposta antecipatória. A FC também pode 
ter seu valor alterado pela temperatura, altitude e estados 
motivacionais e emocionais. 
✓ A frequência cardíaca de repouso (FCR) 
corresponde a 60 – 80 bat/min em indivíduos 
normais. Já em indivíduos altamente condicionados 
esse valor está entre 30 – 50 bat/min. 
O aumento da FC depende muito da intensidade do 
exercício e de estimulação simpática progressiva. Além 
disso, existe uma retroalimentação proveniente de 
receptores mecânicos e químicos da musculatura 
esquelética, que são responsáveis por monitorar a ação 
muscular e as alterações na concentraçãode metabólitos, 
como aumento da pressão parcial de CO2 e da temperatura 
corporal e da redução do pH. 
 
✓ Frequência cardíaca máxima: é o valor de FC mais 
alto em um esforço, até o ponto de exaustão. 
Devido ao processo de envelhecimento, esse valor 
diminui de um ano para o outro. 
 
 
 
✓ 60% da FC máx – Atividade leve para manutenção 
de condicionamento 
✓ 61 – 75% da FC máx – Controle de peso e ganho 
de capacidade aeróbica 
✓ 76 – 85% da FC máx – Capacidade anaeróbica e 
tolerância a lactato 
✓ Acima de 86% da FC máx – Treinos de velocidade 
e potência 
Frequência de reserva= FC máx – FC basal 
FC basal: após 5 minutos de repouso 
 
Quando o ritmo de esforço se mantém constante, 
em níveis submáximos de exercício, a FC aumenta muito 
rapidamente, até se estabilizar. Esse ponto de estabilização 
é conhecido como estado de equilíbrio da FC e é o ritmo ideal 
do coração para satisfazer as exigências circulatórias a 
esse ritmo específico de esforço. Para cada incremento 
posterior de intensidade, a FC alcançará um novo valor 
dentro de um ou dois minutos. 
✓ Quanto mais intenso é o exercício, mais se demora 
para alcançar o estado estável. 
✓ Quanto maior a resistência cardiorrespiratória, 
menor é a FC e mais rápido chega ao estado de 
equilíbrio. 
 
 
FC máx = 208 – (0,7 x Idade) ou FC máx = 220 – idade 
 
9
 
VOLUME SISTÓLICO 
O volume sistólico é fortemente influenciado pelo 
retorno venoso, que durante o exercício físico dina ̂mico 
(quando há contração muscular) é aumentado em virtude da 
ação da atividade muscular, do ritmo respiratório e da 
venoconstriça ̃o. 
Com o aumento da intensidade do exercício, ocorre 
aumento do VS devido ao aumento do retorno venoso, da 
contratilidade ventricular e da redução da resistência 
periférica total devido a vasodilatação dos vasos sanguíneos 
nos músculos ativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DÉBITO CARDÍACO 
Durante o exercício, ocorre aumento do débito 
cardíaco que contribui para o aumento do fluxo sanguíneo 
muscular. Para atender a maior demanda de oxigênio e 
 
 
nutrientes para os grupos musculares em atividade, o 
sistema reajusta os volumes de sangue para cada região do 
corpo. Esse ajuste é controlado por uma complexa interação 
de diversos mediadores derivados do endotélio, de 
neurotransmissores provindos de inervações presentes no 
local e de substâncias produzidas pelo metabolismo celular 
envolvido na atividade muscular. 
 
 
PRESSÃO ARTERIAL 
A pressão sistólica (PAS) aumenta em proporção 
ao consumo de O2, ao débito cardíaco e à progressão do 
exercício, enquanto a pressão diastólica (PAD) permanece 
igual ou aumenta apenas levemente. 
As pressões sistólicas são maiores quando o 
trabalho se realiza mais com os braços do que com as 
pernas, devido à menor massa muscular e à menor 
vascularização que existe nos membros superiores. 
10
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios aeróbicos prolongados ou em ambientes 
quentes aumenta muito a temperatura do corpo. O Drift 
Cardiovascular é um fenômeno fisiológico no qual diminui o 
VS e aumenta a FC com objetivo de regular a temperatura 
corporal, facilitando a perda de calor e atenuando a elevação 
da temperatura central. 
ADAPTAÇÕES CARDIOVASCULARES À PRÁTICA DE 
EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR 
Hipertrofia cardíaca, principalmente do ventrículo 
esquerdo: nesse caso não existe aumento significativo do 
tamanho do órgão como nas patologias. Em exercícios 
aeróbicos, a hipertrofia ventricular está relacionada com a 
sobrecarga volêmica, já em treinamentos resistidos 
(musculação), a hipertrofia está relacionada com os picos de 
pressão arterial. 
Redução da frequência cardíaca que está 
relacionada com mecanismos neurais, humorais e 
hemodinâmicos. 
Produção de NO: o aumento do fluxo sanguíneo 
exerce sobre a parede vascular, uma força de cisalhamento 
(ou shear stress) que atua sobre a camada íntima dos vasos 
 
na qual residem as células endoteliais. A força de 
cisalhamento é um estímulo potente para a produção do 
agente vasodilatador NO. 
O exercício físico é um estímulo importante para o 
aumento do fluxo sanguíneo e, por conseguinte, promove 
elevação da produção de NO que desencadeia vários efeitos, 
como relaxamento vascular e inibição da agregação 
plaquetária, evitando a hipertensão arterial e a 
aterosclerose. 
 
IMPORTANTE 
Durante o exercício estático (isométrico), com pesos e 
com máquinas, as pressões sistólica e diastólica 
aumentam o estado hipertensivo, trazendo um risco 
para pessoas hipertensas ou com outra doença 
cardiovascular. 
11
 
 
 
 
A temperatura corporal central normal está em 
torno de 37°C com uma variação circadiana de mais ou 
menos 1°C. 
Uma elevação da temperatura corporal acima de 
42°C provoca risco de desnaturação proteica e morte 
celular. Por outro lado, apesar de a hipotermia ser mais bem 
tolerada do que a hipertermia, quando a temperatura 
corporal está abaixo de 32°C, pode ocorrer perda de 
coordenação motora em razão do tremor, arritmias 
cardíacas e morte por parada cardíaca. 
 
CONCEITOS IMPORTANTES 
✓ Aclimatação: adaptação ao ambiente em curto 
prazo de dias ou semanas. 
✓ Aclimatização: adaptações ao ambiente em longos 
períodos, como meses e até anos. 
✓ Estresse térmico: Condição ambiental que aumenta 
a temperatura corporal e muda a homeostase 
temporariamente. 
✓ Umidade relativa alta: diminui a evaporação do 
suor e a perda de calor. 
✓ Umidade relativa baixa: aumenta a evaporação e a 
perda de calor, deve haver reposição de líquidos 
para não ter desidratação. 
 
 
 
 
 
 
TROCAS DE CALOR 
O calor do meio ambiente pode ser trocado por 
radiação (raios infravermelhos), condução (contato físico), 
convecção (corrente de ar ou de água) e por evaporação. 
 
TERMORREGULAÇÃO 
O sistema de termorregulação é composto de 
múltiplas vias neurais independentes que mandam estímulos 
aos centros termorreguladores hipotalâmicos. As 
informações são provenientes de sensores periféricos de 
temperatura que medeiam a relação entre a temperatura 
ambiente e temperatura da pele. 
Por outro lado, quando os receptores ao frio são 
estimulados na pele ou no hipotálamo, o centro 
termorregulador ativa os mecanismos fisiológicos que 
minimizam a perda de calor e aumentam a sua produção, 
tais como a vasoconstrição periférica. 
ESTRESSE TÉRMICO NO CALOR 
A intensidade dos exercícios, a umidade, a 
velocidade do ar e a radiação são fatores que contribuem 
para o estresse térmico total durante um exercício físico 
realizado no calor. Um aumento da temperatura central, 
TERMORREGULAÇÃO 
12
 
além dos 37°C, ativa os neurônios sensíveis ao calor, 
iniciando uma série de ações destinadas a aumentar a perda 
de calor: 
✓ Vasodilatação periférica 
✓ Sudorese 
✓ Diminuição da taxa metabólica 
✓ Aumento da FC e do débito cardíaco 
✓ Desvio do sangue para a pele 
Como a transpiração produz perda de água e de 
eletrólitos, o estresse induzido pela exposição ao calor 
desencadeia a secreção de aldosterona, aumentando a 
reabsorção de sódio no organismo, conservando mais 
eletrólitos. e reduzindo 
Ao mesmo tempo, a desidratação estimula a 
liberação de vasopressina (hormônio antidiurético), que eleva 
a permeabilidade dos túbulos coletores do rim à água, 
facilitando a retenção de líquidos. 
 
Os principais riscos para a saúde durante o 
exercício no calor: cãibras, exaustão térmica e intermação 
(temperatura superior a 40°C, interrupção da transpiração, 
pele quente e seca, pulso e respiração rápidos, confusão 
mental e inconsciência). 
Para prevenir a hipertermia é preciso praticar 
exercícios durante a manhã e a noite, usar roupas leves e 
realizar a ingestão constante de líquido. 
 
 
ACLIMATAÇÃO AO CALOR 
Aclimatação ao calor melhora a capacidade humana 
de perder o calor excessivoe envolve reajustes fisiológicos 
no volume plasmático, na função cardiovascular, no suor e 
no fluxo sanguíneo para a pele. 
Resultado da aclimatação ao calor: 
✓ Menor frequência cardíaca e temperatura central 
durante o exercício submáximo. 
✓ Aumento do volume plasmático em razão da 
pressão oncótica pelo retorno das proteínas 
plasmáticas para o sangue. 
✓ Sudorese mais elevada – aumenta o resfriamento 
pela evaporação. 
✓ Redução da perda de sódio e de cloreto no suor 
por aumento da secreção da aldosterona. 
✓ Redução do fluxo sanguíneo cutâneo. 
ESTRESSE TÉRMICO NO FRIO 
A queda na temperatura corporal promove 
ativação dos mecanismos de ganho de calor pelo aumento 
da atividade do sistema nervoso simpático, causando: 
✓ Vasoconstrição cutânea 
✓ Redistribuição do retorno venoso 
✓ Tremor muscular 
✓ Secreção de catecolaminas e hormônios tireoidianos 
✓ Aumento da taxa metabólica 
✓ Piloereção 
A estimulação dos receptores cutâneos sensíveis 
ao frio, ao contrário do calor, produz constrição dos vasos 
sanguíneos periféricos, o que reduz imediatamente o fluxo 
de sangue quente para a superfície corporal mais fria e o 
redireciona para regiões centrais mais quentes. 
Isso inclui a constrição dos vasos da pele, a 
termogênese com tremor muscular e a termogênese sem 
tremor produzida pelo aumento do metabolismo. 
Também ocorre os tremores musculares 
(calafrios), que provocam uma quantidade significativa de 
13
 
calor metabólico que aquece o sangue transportando o calor 
produzido nos músculos para outras regiões do corpo. 
 Termogênese com tiritações 
A maior produção de calor durante a exposição ao 
frio resulta em parte da ação de dois hormônios, a 
epinefrina e norepinefrina. O aumento das concentrações 
circulantes dessas catecolaminas causa um aumento da taxa 
do metabolismo celular. A norepinefrina, por exemplo, ativa 
as enzimas desacopladoras das mitocôndrias (UCP), 
diminuindo a eficiência na produção de ATP, o que libera 
maior quantidade de calor. 
O estresse induzido pela exposição prolongada ao 
frio estimula também a liberação de tiroxina, o hormônio 
tireoidiano, que induz aumento do metabolismo de repouso e 
favorece a ação das catecolaminas. A tiroxina age 
aumentando a taxa metabólica de todas as células do 
organismo. 
 Termogênese sem tiritações. 
 
Os principais riscos para a saúde durante o 
exercício físico no frio são: o hipotálamo começa a perder 
sua capacidade de termorregulação, efeitos no nodo 
sinoatrial como diminuição da FC e do débito cardíaco. Por 
fim, também pode ocorrer um fenômeno chamado geladura, 
que é a necrose de tecido cutâneo por redução do fluxo 
sanguíneo e carência de oxigênio. 
ACLIMATAÇÃO AO FRIO 
Primeiro, a aclimatação ao frio leva a uma redução 
do limiar térmico para ativação da termogênese por tremor 
muscular, ou seja, as pessoas aclimatadas ao frio começam 
a apresentar tremor muscular em um nível de temperatura 
cutânea menor em comparação com as pessoas não 
aclimatadas. Os indivíduos aclimatados ao frio também 
aumentam a capacidade da termogênese sem tremor 
mantendo a produção de calor com menor tremor muscular. 
Nesses indivíduos também ocorre indução da 
expressão da enzima desacopladara de mitocôndria UCP-1 e 
aumenta a secreção de epinefrina, que ativa a produção 
metabólica de calor. 
Um outro ajuste fisiológico que ocorre em razão da 
aclimatação ao frio é que os indivíduos aclimatados mantêm 
maior temperatura média das mãos e dos pés durante a 
exposição ao frio em comparação com as pessoas não 
aclimatadas. 
A aclimatação ao frio facilita a ocorrência da 
vasodilatação periférica, favorecendo o fluxo sanguíneo (e 
o fluxo de calor) para as mãos e os pés, o que impede a 
isquemia em ambientes extremos. 
 
 
 
 
REFERÊNCIA 
Cristina, PT. Fisiologia do Exercício. Grupo GEN, 2013. 978-
85-277-2307-7. 
14
 
 
 
 
O músculo esquelético contém um grupo 
heterogêneo de fibras musculares que têm propriedades 
contrateis e metabólicas diferentes. 
A distribuição percentual do tipo de fibra difere 
muito entre os indivíduos. Essa distribuição é determinada 
essencialmente pelo código genético, embora possa ocorrer 
alguma modificação com modos específicos de treinamento. 
Fibras do tipo I 
As fibras do tipo I possuem fibras de contração 
lenta, vermelhas, com maior quantidade de mioglobinas, 
mitocôndrias e com características adaptadas para 
exercícios aeróbicos. 
Elas utilizam o oxigênio como principal fonte de 
energia e têm resistência prolongada para contrações 
suaves, permitindo a manutenção da postura. 
✓ Sistema de energia utilizado: aeróbio; 
✓ São mais apropriadas para exercícios de longa 
duração; 
✓ São mais resistentes a fadiga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fibras do tipo II 
As fibras do tipo II possuem fibras de contração 
mais rápida, que são adaptadas a exercícios de potência. 
Elas são divididas em tipo IIA e tipo IIB. 
A fibra do tipo IIA exibe alta velocidade de 
encurtamento e capacidade moderada para transferência 
de energia das fontes aeróbias e anaeróbias. Já ́ a fibra IIB 
apresenta maior potencial anaeróbio e velocidade de 
encurtamento mais rápida. 
Elas produzem ATP por meio do sistema anaeróbio, 
isso contribui para a geração rápida de energia e 
contrações rápidas dessa fibra. Essas fibras podem 
também ser denominadas fibras brancas, uma vez que, 
comparadas as fibras de contração lenta, têm quantidade 
menor de mioglobina. 
✓ Essas fibras são utilizadas em esportes que 
necessitam de mudanças de ritmos como 
basquete, futebol ou corridas de curtas distâncias; 
✓ Fadigam mais rápido; 
✓ Capacidade glicolítica (utiliza a fosfocreatina e 
glicose). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15
 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA 
✓ O treinamento de resistência, para aumentar VO2, 
também resulta no aumento de enzimas oxidativas, 
gerando aumento no tamanho e n° de mitocôndrias. 
✓ A capacidade oxidativa aumenta em todos os tipos 
de fibras 
✓ Aumento da atividade anabólica: síntese de 
proteínas aumentada 
✓ Alterações mínimas nas enzimas glicolíticas 
✓ Aumento dos substratos armazenados 
✓ Aumento do glicogênio muscular em até 2 vezes 
✓ Aumento da liberação de oxigênio para o músculo 
✓ Fibras I e IIA tornam-se similares pós-treinamento 
✓ Fibras II aumentam a capacidade oxidativa 
✓ Fibras IIB tornam-se histologicamente semelhantes 
ao tipo IIA 
FORÇA 
✓ Hipertrofia das fibras 
✓ A hipertrofia pode diminuir a atividade enzimática 
da mitocôndria por diminuir a massa mitocôndria 
✓ Pequeno ou nenhum aumento das atividades 
enzimáticas glicolíticas e oxidativas no treinamento 
de força, em contração isotônica. 
✓ Aumento no número de fibras (hiperplasia) 
✓ Aumento na área de secção transversal das fibras 
musculares de contração rápida 
 
VELOCIDADE 
✓ Aumento do n° e tamanho das mitocôndrias 
✓ Aumenta a capacidade oxidativa nas fibras do tipo 
II 
✓ Aumenta a atividade glicolítica nas fibras do tipo I 
✓ Pequeno ou nenhum aumento na capacidade 
glicolítica das fibras do tipo II 
 
 
 
 
 
A quantidade de fibras musculares inervadas por 
um único neurônio depende muito do tipo de movimento que 
aquela região realiza. Na mão, por exemplo, que é um 
membro que precisa de movimentos precisos, um neurônio 
motor controla cerca de 300 fibras. Já nos músculos que 
precisam mais de força, como no gastrocnêmico, chega a 
ser um neurônio para 3.000 fibras. 
Para a realização de movimentos precisos e 
coordenados, necessitamos de um número maior de 
unidades motoras pequenas. Ao contrário, quando 
necessitamos de movimento de força, um número maior de 
grandes unidades motoras deve ser ativado. 
Os neurônios motores pequenos estão relacionados 
com unidades motoras de contração lenta ou unidades 
motoras pequenas que contém fibras muscularesde baixa 
velocidade (tipo I), menor quantidade de fibras musculares e 
alta resistência à fadiga 
Por sua vez, os neurônios motores grandes fazem 
parte das chamadas unidades motoras de contração rápida 
ou unidades motoras grandes, com fibras musculares de alta 
velocidade (tipo IIb), maior quantidade de fibras musculares 
e pouco resistentes a ̀ fadiga. 
 
 
 
16
 
 A contração muscular depende da integridade do SNC, 
do nervo motor, da junção neuromuscular, dos mecanismos 
contráteis e do metabolismo energético. A deficiência de um 
desses sistemas pode levar ao estado de fadiga. 
 A fadiga ocorre por trabalho ou exercício físico em 
exaustão e com isso o músculo fica incapaz de sustentar a 
força máxima de contração, mesmo na presença de estímulos. 
Ocorre sensação geral de cansaço acompanhado de decréscimo 
no desempenho muscular, além de incapacidade em manter uma 
produção de potência esperada. 
✓ A fadiga tem como função proteger o músculo de 
lesões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A fadiga experimentada por um indivíduo durante o 
exercício físico resulta de uma interação complexa entre 
fatores centrais e periféricos. alterações metabólicas no 
próprio músculo e danos musculares. 
No início e durante os exercícios de longa duração, 
predomina a fadiga central, mas após o exercício entram em 
ação os fatores periféricos da fadiga, que envolvem alterações 
estruturais e metabólicas do músculo, como a depleção de 
glicogênio. 
A fadiga central também envolve alterações nas 
concentrações de neurotransmissores como a serotonina, 
dopamina e norepinefrina, provocadas por modificações 
metabólicas durante o exercício. 
O exercício aumenta a concentração de triptofano no cérebro, 
que predispõe a maior síntese e liberação de serotonina. Uma 
vez que a serotonina está relacionada com sono e relaxamento, 
o aumento do seu conteúdo pode provocar fadiga central, 
causando letargia e redução no recrutamento das unidades 
motoras. 
 
✓ Redução na liberação ou síntese de ACh; 
✓ Hiperatividade da enzima Acetilcolinesterase; 
✓ Inibição da atividade da Colina-Acetiltransferase; 
✓ Aumento do limiar de excitabilidade da membrana da 
fibra muscular; 
✓ Presença de substância que competem cm ACh pelos 
receptores da membrana da fibra muscular; 
✓ Efluxo de potássio do espaço intracelular da fibra 
(menor potencial de membrana). 
 Depleção de fosfocreatina (PCr): a fadiga provocada 
por repetidas contrações musculares máximas coincide com o 
declínio dos estoques de fosfocreatina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FADIGA
Central 
Periférica 
- Envolve o SN 
- Exercícios de longa duração 
- Associada a fatores psicológicos como diminuição 
da motivação, falta de atenção nas tarefas e 
percepção de esforço e dor aumentadas. 
- Ocorre na junção neuromuscular 
- Exercícios mais intensos de curta duração 
 
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Depleção de glicogênio muscular: 
 
 No gráfico superior, no minuto 0, o músculo 
gastrocnêmio tem alta concentração de glicogênio. Após 3h de 
exercício (exercício moderado), essa concentração cai. Ao 
observar o gráfico inferior, é perceptível que, a medida que o 
tempo foi passando, mais intenso foi ficando o exercício para o 
indivíduo. 
 
 
 O gráfico mostra o percentual total de glicogênio usado 
e o tipo de fibra muscular. Pensando na intensidade do exercício 
(% VO2máx), no exercício intenso (um pouco a frente dos 70), 
pode-se perceber que fibras rápidas e fibras lentas estão 
trabalhando juntas. Enquanto, em intensidades menores, as 
fibras lentas usam mais glicogênio e as fibras rápidas usam 
menos. Porém, à medida que vai aumentando a intensidade, 
aumenta também a participação das fibras brancas. Essas 
fibras são predominantemente glicolíticas e usam a glicose, 
produzindo CO2 e lactato (predominância anaeróbia e acidose 
em exercícios de alta intensidade). A participação de fibras 
oxidativas em caminhadas simples, é maior. Por outro lado, a 
participação de fibras glicolíticas em um indivíduo correndo é 
maior. 
 
Exercícios em que predominam a glicólise anaeróbia: 
 
 
 São os exercícios de elevada intensidade (corrida 
contra o relógio, sprints, corrida de 100m), há uma alteração 
muito intensa no pH do músculo e no interstício. 
 No gráfico é possível perceber que a recuperação 
completa ocorreu aproximadamente 30min depois do exercício 
praticado. 
 
 
 É o estado prolongado de fadiga em atletas causado 
primariamente pelo excessivo treinamento e caracterizado pela 
falência da performance. 
 Síndrome do Overtraining: é uma condição de fadiga 
resultando em baixa performance, frequentemente associados 
a sintomas físicos e psicológicos dos quais ocorre em 
consequência de um duro e forte treinamento no período 
competitivo. 
Para evitar que o atleta entre em overtraining no 
estado de aquisição e no estado de competição, vários 
mecanismos são utilizados (termoterapia, mecanoterapia, 
massoterapia, psicoterapia, etc.). 
 A síndrome de overtraining pode ser revertida por: 
redução da intensidade do treinamento, privação do 
treinamento e melhora no padrão alimentar. 
 
 
Sintomas Simpáticos: 
✓ Aumento da FC em repouso 
✓ Aumento da PA 
✓ Perda de apetite 
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✓ Distúrbio do sono 
✓ Instabilidade emocional 
✓ Diminuição do peso corporal 
 
Sintomas Parassimpáticos: 
✓ Fadiga precoce 
✓ Diminuição da FC repouso 
✓ Diminuição da PA 
✓ Aumento da FC de recuperação após exercício 
 
 
 
 
 
 É possível observar que, dias repetidos de treino, 
levam a mudanças no perfil de alguns hormônios. Esses 
hormônios estão associados à regulação imunológica, entre 
outros mecanismos do organismo. 
 A testosterona, por exemplo, é importante na 
recuperação dos tecidos lesados. O cortisol tem fama de estar 
relacionado ao estresse, porém é o nosso comportamento que 
leva a um aumento não necessário desse hormônio. Ele inibe o 
sistema imunológico, então quanto maior a sua concentração, 
maior a inibição de algumas respostas imunológicas. 
 O 1° gráfico está mostrando o percentual de mudança 
na concentração desses hormônios de acordo com os dias de 
treino do indivíduo. É possível observar que os níveis de 
testosterona foram reduzindo com o passar do tempo, 
enquanto os níveis de cortisol aumentaram. Essa relação é 
utilizada para definir se o organismo está catabolizando ou 
anabolizando. O aumento do cortisol (estresse) promove a 
degradação de substâncias (catabolismo), enquanto a 
testosterona favorece a construção/reparo dos tecidos 
(anabolismo). 
 O 2° gráfico mostra que, o sujeito em overtraining tem 
um sistema imunológico pior do que aquele indivíduo que é 
sedentário. A queda no sistema imunológico de quem está em 
overtraining é maior e pode ser explicada pela elevação do 
cortisol. 
 
O destreinamento ocorre quando a pessoa treina e, 
posteriormente, para de fazer aquele exercício.
 Quando o treinamento físico cessa, os sistemas 
corporais reajustam-se em acordo com o estímulo fisiológico 
diminuído e muitas adaptações que foram induzidas pelo 
treinamento revertem-se em extensão variável. 
 O destreinamento pode ocorrer em um grupo 
muscular, em um segmento corporal ou em todo o corpo. 
 No destreinamento, o indivíduo reduz a necessidade de 
consumo de O2, o coração não é demandado como antes e o 
volume sistólico reduz. 
 O débito cardíaco também reduz porque o indivíduo não 
tem necessidade de fluxo sanguíneo basal igual quando estava 
em treinamento. Com 3 semanas já reduz o que precisava e, 
após esse período, se mantém. Isso nos leva a pensar que o 
indivíduo não está gastando tanta energia. 
 A FC vai compensar a redução do volume sanguíneo, 
fazendo uma compensação. Com o passar dos dias de 
destreinamento, as enzimas relacionadas ao metabolismo 
oxidativo reduzem a atividade e, potencialmente, as enzimas 
relacionadas ao metabolismo glicolítico aumentama atividade. 
 
 
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