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DISTÚRBIOS ÁCIDOS-BÁSICOS DANIELA FRANCO EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO CONCEITOS O bicarbonato se liga ao H+ e forma o ácido carbônico que forma CO2 (ácido) e água. Toda substancia capaz de receber um hidrogênio é uma base. No caso a base é o bicarbonato. SISTEMA TAMPÃO: liga um ácido com um base. Principal sistema tampão do organismo é o BICARBONATO. HCO3 Baixo = pH baixo = acidose metabólica HCO3 Alto = pH alto = alcalose metabólica CO2 Baixo = pH alto = alcalose respiratória (hiperventilação – jogando muito CO2 fora) CO2 Alto = pH baixo = acidose respiratória (hipoventilação – não joga CO2 fora) DIAGNÓSTICO GASOMETRIA ARTERIAL pH: 7,35 – 7,45 pCO2: 35 – 35 mmHg HCO2 act: 22-26 mEq/l (tem interferência fisiolófica) HCO2 std: 22-26 mEq/l (não é fisiológico, indica mais doença) BB ecf: 48 mEq/l (Total de bases) BE ecf: - 3,0 - + 3,0 (mEq/l (Excesso de base, mostra o quanto o BB está variando do BB normal) OBS: O BE indica se aguda ou crônico, pois as bases quem controla é o rim, e ele demora agir (> 48h). Então se agudo o BE é normal e se for crônico o BE já vai estar alterado. RESPOSTA COMPENSATÓRIA Quando tem uma acidose metabólica o corpo vai tentar mandar H+ fora, faz isso por meio respiratório através da hiperventilação (rápido), vamos ter que analisar a PCO2 esperada. Se tiver em alcalose metabólica preciso reter CO2, então faz hipoventilação. Analisar a PCO2 esperada também. EXEMPLO 1: pH = 7,2 PCO2 = 26 HCO3 = 12 Acidose metabólica: PCO2 = 1,5 x 12 + 8 PCO2 = 26 (+/- 2) 24-28 Acidose metabólica pura / simples / compensada EXEMPLO 2: pH =7,2 PCO2 = 34 HCO2 = 12 Acidose metabólica: PCO2 = 1,5 x 12 + 8 PCO2 = 26 (+/- 2) 24-28 Paciente deveria ter PCO2 24-28, porém está com 34, quer dizer que está retendo CO2 (hipoventilando) – não compensado (daqui a pouco IOT) Acidose metabólica + acidose respiratória EXEMPLO 3: pH =7,2 PCO2 = 22 HCO2 = 12 Acidose metabólica: PCO2 = 1,5 x 12 + 8 PCO2 = 26 (+/- 2) 24-28 pH = HCO3 / CO2 PCO2 esperada = (1,5 x HCO3) + 8 PCO2 esperada = HCO3 + 15 Paciente deveria ter 24-28, porém rem 22, quer dizer que está hiperventilando e jogando mais CO2 fora do que deveria, isso leva a uma alcalose respiratória Acidose metabólica + alcalose respiratória ACIDOSE METABÓLICA Definição: pH baixo a custa de HCO3 baixo. CAUSAS Choque – produz ácido láctico Cetoacidose – produz cetoácidos Insuficiência renal – uremia Perdas digestivas baixas – diarreia perde muito HCO3 Acidoses tubulares renais tipo 1 - não libera H+ tipo 2 - elimina HCO3 na urina tipo 3 - raro tipo 4 - hiperaldosteronismo troca Na com H+, jogando H+ fora INVESTIGAÇÃO O equilíbrio busca que a soma das cargas negativas é igual a soma das cargas negativas. Na+ = Cl - + HCO3 – 140 = 106 + 24 Não está igual, pois tem outras cargas negativas que não então sendo analisadas na gasometria) Na+ = Cl - + HCO3 – + AG AG = Na - (Cl + HCO3) ANION GAP = 10 mEq/l (+/_ 2) Se o bicarbonato cair, alguém da formula vai ter que subir, sobe cloro ou ânion gap. Logo temos 2 grupos, a acidose hipercloremica e a acidose com ânion gap aumentado. O ânion gap demostra o aumento de ácidos, podendo ser ácido láctico, ácidos cetônicos. Ajuda a definir a causa da acidose ACIDOSE METABÓLICA COM AG AUMENTADO Acidose láctica: aumento de ácido láctico (LACTATO + H+) choque, falta de O2 (respiração anaeróbica) Cetoacidose: aumento de corpos cetônicos Uremia: insuficiência renal aumenta ácido sulfúrico Intoxicações: salicilatos (overdose de AAS), metanol, etilenoglicol (doa H+) – organismo ganhou algum ácido ACIDOSE METABÓLICA HIPERCLOREMICA Não tem a ver com novos ácidos, não produz novo anion Perda digestiva baixa: perde muito bicarbonato na diarreia Acidose tubular renal: tipo 1 não libera H+, tipo 2 joga HCO3 fora (não tem ácidos, por isso é hipercloremica) TRATAMENTO Acidose láctica: não prescreve HCO3, trata causa de base Uremia: Na insuficiência renal tem que fazer dialise, se não tem como prescreve HCO3. Intoxicação: não tem o que fazer, pH varia muito rápido, prescreve HCO3 Hipercloremica: repor bases (citrato de potássio – é um pré bicarbonato que passa no fígado e vira bicarbonato) = acidose tubular renal congênita começa agir tirando HCO3 do osso, enfraquece a criança, déficit de crescimento. ALCALOSE METABÓLICA CAUSAS Vômitos: perde ácido clorídrico (sonda nasogastrica) Diuréticos: tiazídicos / furosemida – diurético estimula a eliminação de água, seca o paciente e acaba estimulando a aldosterona, e essa manda embora H+. Hiperaldosteronismo primário – tumor que produz aldosterona HAS renovascular - estenose de artéria renal, diminui a filtração glomerular, ativa SRAA que tem aldosterona e joga fora H+ em troca de Na. Hipocalemia: se o K+ está baixo, em vez de jogar fora K+ joga o H+. AG = Na - (Cl + HCO3) No túbulo coletor cortical tem ação da aldosterona que faz reabsorção de Na em troca de K+ e H+, quanto mais Na reabsorve mais H+ vai embora, por isso tem alcalose metabólica. Na bomba de aldosterona só tem troca de aníons, não tem troca com carga negativa para manter equilíbrio, por isso que manda embora K+ ou H+ que são positivos. As outras bombas fazem absorção de Na junto com cloro que é negativo, não precisando mandar carga + embora. OBS: quem tem alcalose metabólica precisa de H+, para chegar no equilíbrio. Nas células tem H+, então troca com K+, o K+ entra e o H+ mais. Logo, em situações de alcalose tem hipocalemia. Tudo estimulado pela aldosterona (hipovolemia estimula aldosterona) O cloro na alcalose metabólica: Na = Cl + HCO3 + AG, se tem aumento de HCO3 (alcalose), alguém precisa diminuir para manter o equilíbrio da equação, quem cai é o cloro. Então na alcalose metabólica tem hipocloremia. TRATAMENTO Vômitos/diuréticos: SF 0,9% (dá volume pois vai parar de estimular aldosterona, logo para de mandar H+ embora) + KCL (alcalose tem hipocalemia pela ação da aldosterona) Hiperaldosteronismo primário (síndrome de Conn): não tem falta de volume tem muita produção de aldosterona. Podemos dar espironolactona (antagonista de aldosterona, bloqueia a sua ação), cirurgia. Estenose de artéria renal: IECA (controla pressão vai agir no SRAA (que inicia a cascata de aldosterona) - contraindicado se estenose bilateral), revascularização.
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