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Microrganismos do Trato Gastrintestinal Definições → PATOGENICIDADE: capacidade de um micro-organismo causar doença, superando as defesas de um hospedeiro. → VIRULÊNCIA: medida quantitativa da patogenicidade relativa ao número de micro-organismos necessários para causar determinada doença. → FATORES DE VIRULÊNCIA: são estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para que o micro-organismo aumente a sua capacidade de causar doença - aumentam a patogenicidade Podem estar envolvidos com a colonização ou com o aumento das lesões ao hospedeiro Fatores de adesão (adesinas) Formação de biofilme - permite que eles se agrupem e consigam se associar a uma superfície Produção de toxinas (endotoxinas – LPS e exotoxinas) - produtos dos microrganismos Cápsulas (camuflagem), enzimas (facilitar a disseminação) → INFECÇÃO: crescimento de micro- organismos que não estão normalmente presentes dentro do hospedeiro - uma infecção pode acontecer sem a manifestação de sintomas → DOENÇA: dano ou lesão tecidual que prejudica as funções do hospedeiro Microbiota normal → Microbiota normal refere-se a população de micro-organismos que habita a pele e as mucosas de pessoas saudáveis. Microbiota residente: consiste em micro- organismos (comensais) encontrados com regularidade em determinadas regiões corporais e que podem variar de acordo com diversos fatores. Microbiota transitória: consiste em micro- organismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos que permanecem na pele ou mucosa por horas, dias ou semanas, provenientes do meio externo, não provocando doença e não se estabelecendo em definitivo na superfície corporal Estrutura bacteriana → Estrutura bacteriana típica: DNA nucleoide, citoplasma, membrana e parede celular → Existem bactérias que possuem, por exemplo, flagelo que está relacionado com a motilidade, e as que não são moveis e não possuem essa estrutura → Há também bactérias que possuem cápsula, plasmídeo, pilo sexual e outras estruturas que podem ser consideradas fatores de virulência em algumas situações → Formas bacterianas: cocos (esféricos), os bacilos (alongados), cocobacilos (forma intermediaria), bacilos fusiformes (pontas mais afiladas), os vibrions (formato de vírgula) e os espirilos e as espiroquetas → Comparação das paredes celulares: as gram-positivas são assim chamadas pois coram pelo gram e mantém uma coloração mais arroxeada pelo cristal violeta, já as bactérias gram-negativas não coram pelo gram, quando utiliza álcool ou acetona, forma passagem para o corante e essa bactéria não consegue reter o cristal violeta, daí usamos um contra corante e elas coram geralmente em vermelho → Necessidade de O2: Aeróbias obrigatórias - necessitam da presença do oxigênio para sobreviver Anaeróbias facultativas Anaeróbias obrigatórias - oxigênio é toxico para esse microrganismo Início da Colonização → Há fatores pré-natais, neonatais e pós- natais que influenciam na aquisição desses microrganismos e no desenvolvimento da microbiota ao longo dessas diferentes fases. → O tipo de parto influencia na composição da microbiota inicial desse bebê, a idade gestacional também influencia, → Dentre os fatores pós-natais temos o tipo da alimentação (leite materno ou fórmula) → Fatores ambientais, sociais, culturais como a localização geográfica, interações com parentes próximos, podem influenciar no desenvolvimento da microbiota → Há também uma transferência materno- fetal da microbiota, pois foi possível observar a presença bacteriana na placenta, no cordão umbilical, no líquido amniótico e também no mecônio (mas essa evidencia é a nível de material então ainda não podemos afirmar com certeza) Microbiota da Boca → Estreptococos: mais da metade das bactérias que existe na nossa cavidade oral → Principalmente do grupo viridans (CGP) - 5 subgrupos que são cocos gram-positivos → Streptococcus mutans (Primeiras horas após o parto) – colonizam a orofaringe e TGI → precisam ser controladas para não desenvolva uma cárie → Estafilococos aeróbios e anaeróbios (CGP) - cocos gram-positivos → Diplococos gram-negativo – Neisseria e Moraxella catarrhalis (CGN) → Corynebacterium (BGP) - bacilo gram- positivo → Lactobacillus (BGP) - bacilos gram-positivos envolvidas na progressão e desenvolvimento, da cárie por produzir muito ácido lático → Veilonella (CGN) – coco gram-negativo que é encontrado na placa dental → Candida (Fungo) - faz parte da microbiota normal quando existe equilíbrio, mas quando há uma disbiose pode causar doença → Surgem com os dentes: Espiroquetas anaeróbias Actinomyces (BGP) Prevotella melaninogenica (BGN) – doenças periodontais (gengivite e periodontite), Fusobacterium (BGN) Rothia (BGP), Capnocytophaga (BGN) e vibriões anaeróbios (BGN → Esses microrganismos estão associados com importantes doenças infecciosas orais mas também podem contribuir para doenças sistêmicas (cardiovasculares, vascular encefálica e pneumonia) → Faringe: microbiota semelhante com a boca Microbiota do Esôfago → Movimento peristáltico: contração em ondas que leva esse alimento até o estômago → Presença de esfíncter esofágico - impede o refluxo de microrganismos do estômago para o esôfago → Classificação da microbiota: • Tipo I: Streptococcus (predomínio), Veilonella e Prevotella - microbiota saudável • Tipo II: Maior proporção de anaeróbio/ microaerófilos → Correlação com Esofagite e Esôfago de Barret: Veilonella, Prevotella, Haemophilus, Neisseria, Rothia, Granulicatella, Campylobacter, Porphyromonas, Fusobacterium e Actinomyces Microbiota do Estômago → Fluxo do conteúdo rápido e pH ácido restringem a colonização microbiana - menor diversidade e quantidade de microrganismos quando comparado a cavidade oral. → Aproximadamente 103 UFC.g de conteúdo, que são microrganismos viáveis em cultura, ou seja, que conseguem se multiplicar → Cinco filos principais: Proteobacteria (Helicobacter spp – BGN) Firmicutes (Streptococcus – CGP, Lactobacillus – BGP Veilonella - CGN); Actinobacteria (Corynebacterium - GP) Bacteroidetes (Prevotella – BGN); Fusobacteria (Fusobacterium – BGN) → Helicobacter pylori (BGN) em baixa abundância → H. pylori negativo: microbiota do estômago mais diversa, que foi associada a baixo risco de desenvolvimento do câncer gástrico. → H. pylori positivo: ela é dominante, pois tem características que consigue se movimentar no muco do estômago, neutralizar o ácido e se desenvolver em determinadas regiões formando gastrite, ulceras, e aumenta cerca de 1 a 3% as chances de desenvolver um adenocarcinoma gástrico Microbiota do Intestino → No intestino delgado também tem um fluxo rápido de conteúdo e a liberação de secreções do intestino (entéricas), e isso acaba restringindo a colonização microbiana → Duodeno, jejuno e íleo proximal: 103 UFC.g de conteúdo, sendo que os mais abundantes são as espécies de Lactobacillus (BGP) e de Enterococcus (CGP) → À medida que vai se aproximando do intestino grosso, tem um aumento nessa diversidade e concentração → Aproximadamente 40% da matéria fecal é composta de bactérias, então, há muita bactéria no nosso intestino, principalmente no intestino grosso → Íleo distal: 107 UFC.g-1: Clostridium (BGP); Streptococcus (CGP) Bacteroide (BGN); Actinomyciae (BGP) e Corynebacterium (BGP) A motilidade intestinal é um pouco mais lenta nessa região e isso vai favorecer a colonização e desenvolvimento microbiano → Colón: 1011 UFC.g-1: Clostridium (BGP); Bacteroide (BGN) Bifidobacterium (BGP); Enterococcus (CGP), Coliformes; Candida e Aspergillus. O pH é neutro e isso favorece a proliferação de mais microrganismos que nãotoleram o ambiente ácido. Além disso, existe uma abundância relativa de nutrientes, carboidratos não digeríveis e componentes alimentares que escaparam da digestão do trato gastrintestinal e ficam disponíveis para esses microrganismos Importância e Função da Microbiota → Proteção → bactérias residentes deslocam e inibem direta e indiretamente patógenos potenciais: Competição por nutrientes - 10 vezes mais bactérias do que células Competição por receptores - vantagem sobre a presença de um microrganismo novo Produção de antimicrobianos (bacteriocinas e ácido láctico) – capazes de matar esses microrganismos que estão querendo se aderir → Desenvolvimento e função do sistema imunológico: → causam uma inflamação fisiológica, e estão sempre estimulando o sistema imunológico, no desenvolvimento de linfócito T, anticorpos IgA, direcionamento na produção de citocinas dependendo das células, se é Th1, Th2 ou Th17 → Funções metabólicas: Contribuem para as necessidades de aminoácidos apresentadas pelo hospedeiro Produzem ácidos graxos que controlam a diferenciação de células intestinais Sintetizam vitaminas Melhoram a absorção de íons Disbiose intestinal Causas → Uso indiscriminado de medicamentos (antiácidos, antibióticos, anti-inflamatórios, laxantes, anticoncepcionais, estrógenos e corticoides) – principalmente antibióticos → Estresse, radiação, excessiva exposição a toxinas ambientais. → Padrões alimentares → Idade → Estado imunológico → pH intestinal - onde existe uma acidez tem uma menor colonização de microrganismos → Tempo de trânsito intestinal Manifestações clínicas: → Diarreias → Déficits nutricionais → Doença celíaca → Câncer colorretal → Síndrome do cólon irritável → Supercrescimento bacteriano
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