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Microbiota Intestinal e Escala de Bristol

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• Numerosas bactérias, 
sobretudo anaeróbias 
(Bacteroides, Bifidobacterium, 
Lactobacillus), vivem em 
simbiose na microflora 
intestinal; 
• O íleo é a zona de transição microbiológica entre 
uma flora jejunal esparsa e predominantemente 
aeróbia e uma densa colonização anaeróbia do 
cólon; 
• Estas bactérias desempenham importante papel 
metabólico (metabolismo de ácidos biliares, 
proteínas, carboidratos, lipídios, drogas) e de 
proteção, ao influenciarem a presença de leucócitos 
na mucosa e na formação das placas de Peyer; 
• Mucosa intestinal: desde o esfíncter inferior do 
esôfago até o ânus, o trato gastrointestinal é 
revestido por uma única camada contínua de células 
que servem como limite entre os meios externo e 
interno do corpo humano; 
• Flora intestinal: 
o o intestino humano é o habitat de uma 
variada fora bacteriana; 
o O número de células bacterianas na luz 
intestinal corresponde a aproximadamente 
10 vezes o total de células eucarióticas 
presentes no corpo humano; 
• A troca de material genético entre microrganismos, 
assim como alterações na camada protetora de 
muco que reveste a mucosa intestinal, podem 
transformar bactérias comensais em patógenos, 
desencadeando quadros de enterites de intensidade 
variável - o uso de antibióticos pode afetar bactérias 
comensais e poupar possíveis bactérias patogênicas 
resistentes; 
• Motilidade intestinal: 
o O adequado funcionamento do intestino 
dependerá do equilíbrio da função dos 
diferentes tipos de células epiteliais de sua 
mucosa, da microbiota presente em sua luz, 
da integridade da mucosa, do conteúdo 
intraluminal, das células 
imunocompetentes e da sua 
neuromusculatura; 
o O ritmo intestinal normal varia de três 
vezes por semana a três vezes por dia; 
o A consistência é determinada pela relação 
entre água fecal e a capacidade de retenção 
de água dos sólidos insolúveis fecais; 
• Alguns estudos detectaram bactérias no mecônio 
(as primeiras fezes do bebê), no cordão umbilical e 
no líquido amniótico - ao nascer a colonização da 
microbiota ocorre de acordo com o tipo de parto 
(normal ou cesárea); amamentação (aleitamento 
materno exclusivo ou artificial) e pelas medidas de 
higiene. 
 
Bactérias da microbiota intestinal 
• Quatro principais filos colonizam o trato 
gastrointestinal humano: Bacteroidetes, Firmicutes, 
Proteobacteria e Actinobacteria representando 98% 
da microbiota intestinal - mais de 90% da 
composição bacteriana intestinal considerada 
saudável é representada por Bacteroidetes e 
Firmicutes; 
• Estima-se que 30-40 espécies de bactérias dominam 
o ecossistema intestinal, as quais pertencem aos 
gêneros Bacteroides, Bifidobacterium, 
Eubacterium, Fusobacterium, Clostridium e 
Lactobacillus 
• As principais bactérias que compõe a microbiota 
entérica podem ser agrupadas pela atuação no nosso 
organismo: 
o Benéficas/probióticas: Bifidobactérias e os 
Lactobacilos (gêneros Bacteroides, 
Bifidobacterium e Lactobacillus); 
o Patogênicas: Enterobacteriaceae e o gênero 
Clostridium; 
• Outros gêneros encontrados na microbiota 
intestinal: Eubacterium, Fusobacterium, 
Peptostreptococcus e Ruminococcus. 
• Filo Bacteroidetes: 
o Bactérias gram negativas; 
o Características fermentativas; 
o Capacidade de modular o sistema imune de 
forma benéfica; 
o Dois gêneros bacterianos são prevalentes: 
Bacteroides e Prevotella - associados à 
manutenção da saúde intestinal e prevenção 
de doenças; 
▪ Apesar das espécies do gênero 
Bacteroides serem mais 
frequentemente encontradas e mais 
abundantes, quando há presença de 
Prevotella este gênero se torna 
prevalente; 
▪ A maior abundância de Prevotella 
é tradicionalmente associada ao 
Microbiota intestinal e escala de Bristol 
maior consumo de carboidratos, 
fibras e açúcares simples, enquanto 
que a abundância de Bacteroides 
usualmente é associado a dietas 
ricas em proteínas e gorduras 
saturadas. 
▪ As espécies do gênero Bacteroides, 
quando em desequilíbrio na 
microbiota intestinal, podem ser 
responsáveis por infecções 
significativas e podem estar 
associadas a doenças inflamatórias 
intestinais, como a Doença de 
Crohn; 
• Filo Firmicutes: 
o Mais de 200 gêneros de bactérias, que 
incluem várias espécies de Lactobacillus, e 
de Clostridium; 
o Gram-positivas; 
o Possui tanto gêneros com atividade 
imunomodulatória benéfica, tais como 
Clostridium e Lactobacillus, como também 
espécies relacionadas a indução da 
inflamação, que estão diretamente 
associados a algumas doenças crônicas; 
o Alimentos com elevados teores de gorduras 
saturadas e poli-insaturadas proporcionam 
um ambiente propício para ocorrência deste 
filo; 
o O consumo de calorias em excesso leva à 
proliferação de Firmicutes, permitindo a 
extração e estocagem de nutrientes com 
maior eficiência, auxiliando no ganho de 
peso - a ingestão de fibras, frutas e 
hortaliças, proporciona o aumento da 
produção de derivados da fermentação de 
carboidratos resultando um ambiente 
desfavorável para elas; 
o Algumas bactérias do gênero Clostridium 
são consideradas benéficas com 
propriedades probióticas, entretanto, outras 
foram associadas a condições patológicas 
como botulismo em bebês ou enterocolite 
necrosante em recém-nascidos prematuros; 
o A presença da bactéria Clostridium 
symbiosum na microbiota intestinal pode 
ser considerada um biomarcador para a 
detecção precoce e não invasiva do câncer 
colorretal. 
• Filo Proteobacteria; 
o A microbiota intestinal de indivíduos 
saudáveis apresenta uma proporção 
aproximada de até 5% do filo 
Proteobacteria - um aumento crônico do 
filo Proteobacteria é indicativo de uma 
comunidade microbiana instável; 
o Família Enterobacteriaceae - Escherichia 
coli, considerada uma bactéria comensal e 
a sua presença em indivíduos 
assintomáticos pode ser habitual, entretanto 
em altas proporções pode estar associada a 
alterações funcionais e Doença 
Inflamatória Intestinal (DII); 
• Filo Actinobacteria: 
o A microbiota intestinal de indivíduos 
adultos saudáveis apresenta uma proporção 
habitual de 2 a 14% de bactérias do gênero 
Bifidobacterium.; 
o Produção de vitaminas, estimulação do 
sistema imunológico, inibição de bactérias 
potencialmente patogênicas, melhoria na 
digestão alimentar, manutenção da barreira 
intestinal e defesa contra patógenos. 
 
ESCALA DE BRISTOL 
• A Escala de Bristol é uma ferramenta que facilita a 
“leitura” do trânsito intestinal, dividindo as fezes 
em sete classes ou tipos, de acordo com a sua forma 
e consistência; 
• As fezes do tipo 3, 4 e 5 são consideradas ideais - 
ultrapassam o esfíncter anal sem esforço ou trauma; 
 
 
• Tipos 1 e 2: Trânsito intestinal lento, característico 
de constipação (intestino preso), falta de fibras e 
água; 
• Tipo 3 e 4: indicam bom funcionamento, sendo o 
tipo 4 ideal, e o 3 possível princípio de desregulação 
intestinal, devido a presença de algumas rachaduras 
nas fezes; 
• Tipo 5: Pode ser sinal de um trânsito intestinal 
acelerado, alimentação rica em carboidratos e 
gorduras. Alerta caso persista assim nas próximas 
ocasiões; 
• Tipo 6 e 7: indicam quadro diarreico, podendo 
relacionar com fatores de stress, pressão arterial 
elevada, intestino irritável. Fezes nesse formato 
apresentam alteração na absorção de água e 
nutrientes; 
 
 
 
REFEFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
Dani, Renato. Gastroenterologia essencial I. 4. ed.- 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 
 
Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-
graduação. 2. ed. - São Paulo: Editora Atheneu, 2016. 
Ministério da Saúde do Brasil. Manejo do paciente 
com diarreia. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/ 
manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em 
Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. 
Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso.8ª 
ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.

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