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Anne Karen Reis OTORRINOLARINGOLOGIA 
Doenças infecciosas das orelhas 
INFECÇÕES DA ORELHA EXTERNA 
• Otite externa difusa; 
• Erisipela; 
• Pericondrite; 
• Otomicose (otite externa fúngica); 
• Furunculose (otite externa localizada); 
• Otite herpética; 
• Otite externa eczematosa; 
• Otite externa maligna; 
• Dermatites. 
FATORES PREDISPONENTES PARA 
INFECÇÕES DA ORELHA EXTERNA 
• Traumatismos; 
• Ausência de cerume; 
• Supurações da OM; 
• Substâncias cáusticas; 
• Queimaduras; 
• Corpos estranhos; 
• Lavagens repetidas; 
• Alterações de temperatura e umidade do 
ambiente. 
Para o diagnóstico → anamnese + otoscopia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OTITE EXTERNA DIFUSA AGUDA 
 
Definição → é uma celulite da pele e do tecido 
subcutâneo do conduto auditivo externo 
ocasionada por uma quebra na barreira 
protetora natural do conduto e facilitada pela 
presença de umidade no seu interior. Também 
conhecida como “orelha de nadador”. É 
frequentemente associada a traumatismo local 
com hastes de algodão ou outra forma de 
manipulação do conduto. 
Quadro clínico 
Estágio inicial (pré-inflamatório) → prurido, 
edema e sensação de plenitude. 
Estágio inflamatório agudo → a otalgia é o 
sintoma mais característico. Pode ocorrer 
otorreia, que geralmente é clara e inodora. 
Quadro mais graves → os sintomas se 
intensificam e a otorreia se torna mais intensa, 
espessa e seropurulenta. A otalgia manifesta-
se à digitopressão do trágus ou durante a 
mastigação, e pode haver linfadenopatia 
cervical e febre. 
Agentes etiológicos mais comuns → 
Pseudomonas aeruginosa, seguido por 
Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus 
aureus. 
 
Anne Karen Reis OTORRINOLARINGOLOGIA 
Tratamento → A limpeza meticulosa e 
frequente do conduto auditivo externo é a medida 
isolada mais importante no manejo terapêutico da 
otite externa. A microssucção é o método mais 
efetivo para remoção de resíduos em pacientes 
colaborativos de qualquer idade. 
Tratamento para otalgia → analgésicos. 
Tratamento antibiótico → Ciprofloxacino 
(cefalosporina antipseudomonas) ou ceftriaxona 
(antiestafilococus). 
Medicações tópicas disponíveis → 
combinação de polimixina B, neomicina e 
hidrocortisona. 
Otite externa crônica → Inflamação com 
duração de mais de 3 meses. 
 
Otite externa hipertrófica → A mucosa já está 
mais engrossada. 
ERISIPELA 
 
Definição → celulite superficial causada pelo 
Streptococcus pyogenes (raramente outros) com 
envolvimento de vasos linfáticos. 
Quadro clínico → febre, calafrios e cefaleia. A 
erisipela apresenta-se como uma lesão 
endurecida, avermelhada, dolorosa e 
caracteristicamente com bordos bem 
delimitados e irregulares. A lesão pode 
desenvolver vesículas e bolhas. 
Tratamento → antibioticoterapia sistêmica. É 
indicado penicilina (penincilina V oral ou 
benzatina intramuscular). Pode-se utilizar 
clindamicina ou cefalexina como alternativa e nos 
casos de suspeita de infecção por estafilococos. 
PERICONDRITE 
 
Definição → é a inflamação do pericôndrio que 
reveste a cartilagem do pavilhão. 
Quadro clínico → dor geralmente intensa, 
calor, edema e eritema de parte ou de todo o 
pavilhão, com exceção do lóbulo. 
Casos mais avançados → a formação de 
abscesso subpericondral pode levar à necrose da 
cartilagem subjacente. Nesses casos, indica-se a 
drenagem em condições assépticas, seguida do 
debridamento do tecido desvitalizado. 
Agente etiológico mais comum → 
Pseudomonas aeruginosa, seguido por 
Staphylococcus aureus. 
Tratamento medicamentoso → a escolha do 
antimicrobiano sempre deve considerar atividade 
contra a pseudomona. 
• Fluoroquinolonas → ciprofloxacino, 
levofloxacino, norfloxacino. 
Outras informações importantes → a 
cartilagem do pavilhão pode estar comprometida 
em distúrbios autoimunes, mais especificamente 
a policondrite recidivante. O comprometimento 
auricular é o achado inicial mais comum. 
 
 
 
 
 
Anne Karen Reis OTORRINOLARINGOLOGIA 
OTOMICOSE 
 
Definição → processo inflamatório do conduto 
causado por fungos. As infecções fúngicas do 
conduto auditivo externo correspondem a até 20% 
dos casos de otite externa. 
Quadro clínico → principalmente prurido e 
otorreia. 
Principais agentes etiológicos → fungos do 
gênero Candida e Aspergillus (A. niger, A. 
fumigatus) 
Fatores de risco → uso contínuo de gotas 
otológicas, diabetes mellitus, imunossupressão e 
cirurgia otológica prévia. 
Tratamento → limpeza completa do conduto, 
com a retirada do fungo com limpeza mecânica 
(pinça ou aspiração) e uso de gotas 
acidificantes e antifúngicos tópicos, como o 
cetozonazol. 
FURUNCULOSE (OTITE EXTERNA LOCALIZADA) 
 
Definição → infecção dos pilos sebáceos 
encontrada no terço lateral do CAE, com a 
formação de uma foliculite, podendo evoluir para 
um abscesso ou furúnculo. 
Quadro clínico → forte otalgia, hipoacusia nos 
casos de oclusão do CAE e secreção quando 
ocorre a drenagem do abscesso. 
Principal agente etiológico → Staphylococcus 
aureus 
Tratamento → limpeza local e no uso de 
analgésicos e AINH para aliviar o desconforto. 
Antes da drenagem, o uso de antibióticos 
tópicos e/ou sistêmicos pode resolver o 
processo. Compressas quentes intermitentes 
podem levar à drenagem da lesão. Havendo um 
ponto de flutuação este deve ser incisado e 
drenado. Dependendo da gravidade pode ser 
necessária a utilização de antibióticos 
sistêmicos com atividade antiestafilocócica 
(penicilina penicilinase-resistente, cefalexina ou 
clindamicina). 
OTITE HERPÉTICA 
 
Definição → reativação dos vírus varicela-zóster 
latentes de uma infecção prévia (varicela) nos 
gânglios nervosos. 
Quadro clínico → otalgia intensa, associada à 
presença de vesículas seguindo a distribuição 
do nervo. 
Síndrome de Ramsay-Hunt → caracterizada 
por paralisia facial transitória ou permanente, 
vesículas no CAE, hipoacusia e vertigem. A 
paralisia facial é decorrente do edema sofrido 
pelo nervo facial. O nervo mais acometido é o VII 
(facial). 
Tratamento → Cuidados locais e a aplicação 
de antibióticos tópicos sem corticoides ajudam 
na prevenção de infecções secundárias. 
Antibióticos sistêmicos podem ser necessários 
eventualmente. Devido à forte otalgia, o uso de 
analgésicos potentes é prioritário. A utilização 
dos antivirais (valaciclovir, aciclovir, famciclovir) 
é eficiente nas fases iniciais. 
Anne Karen Reis OTORRINOLARINGOLOGIA 
OTITE EXTERNA ECZEMATOSA 
 
Definição → processo de base alérgica, com 
reação de hiperssensibilidade da pele do meato 
acústico externo. 
Quadro clínico → em geral crônico, ou pelo 
menos recidivante. A alergia pode ser 
desencadeada por ingestão de alimentos, por 
medicamentos de uso tópico ou oral, e não raro 
por situações de conflito emocional ou stress. 
Presença de prurido intenso, descamação 
furfurácea da pele e exsudação de líquido 
seroso amarelado. 
Tratamento → cremes dermatológicos 
(corticoides tópicos) e anti-histamínicos. 
OTITE EXTERNA MALIGNA 
 
Critério diagnóstico → otalgia persistente (de 
semanas). 
Agente etiológico → Pseudomonas aeruginosa 
Conduta → Solicitar cintilografia com tecnécio 
(inicialmente) para verificar se há alterações 
ósseas. A cintilografia para acompanhamento 
é com gálio. Solicitar cultura para identificar o 
agente etiológico. Se identificado Pseudomonas, 
proceder com internação e tratamento com 
antibiótico (Ciprofloxacino) por no mínimo 4 
semanas. Pode haver hemograma com 
leucocitose ou não. 
Principal complicação → Osteomielite. 
DERMATITES 
Definição → inflamações superficiais da pele, 
caracterizadaspor prurido, eritema, edema, 
exsudação, crostas e descamação. 
Dermatite de contato → inflamação aguda ou 
crônica causada por uma ação irritante (ácidos, 
álcalis, fenol, sabão, detergentes) ou alérgica 
(reação de hipersensibilidade). Pode-se usar um 
corticoide tópico, reservando os sistêmicos para 
os quadros mais graves. Se houver infecção 
secundária deve ser utilizada terapia 
antimicrobiana. Anti-histamínicos podem aliviar 
o prurido. 
Dermatite atópica → inflamação de curso 
crônico com períodos de exacerbação, 
associada à asma e à rinite alérgica. As lesões 
apresentam-se em diferentes locais como a face, 
o couro cabeludo, a nuca e as dobras cutâneas. 
O CAE é frequentemente acometido. As lesões 
são muito pruriginosas e podem se apresentar 
de variadas formas, de eritema discreto até 
pápulas eritematosas com escoriações e 
vesículas. O tratamento visa o controle e a 
prevenção, sendo os corticoides tópicos os 
mais eficazes. Anti-histamínicos também podem 
ajudar a melhorar o prurido. Os corticoides orais 
devem ser usados apenas em casos graves. 
Dermatite seborreica → afecção crônica em 
áreas com glândulas sebáceas. Pode se 
manifestar apenas como uma descamação seca 
e difusa do couro cabeludo (caspas). A erupção é 
acompanhada de prurido discreto. O tratamento 
deve incluir o controle da caspa, com xampus à 
base de sulfeto de selênio ou zinco. As lesões 
podem ser tratadas com corticoides tópicos, 
evitando-se corticoides fluorados. 
 
 
 
 
 
 
Anne Karen Reis OTORRINOLARINGOLOGIA 
INFECÇÕES DA ORELHA MÉDIA 
OTITE MÉDIA AGUDA 
 
Definição → surgimento rápido de sinais e 
sintomas de inflamação do mucoperiósteo da 
orelha média de etiologia viral ou bacteriana. É 
uma das patologias infecciosas mais prevalentes 
na prática pediátrica. 
A diferença entre otite média aguda e otite média 
serosa é que esta não costuma doer. 
Fatores de risco 
Fatores extrínsecos → fator sazonal (IVAs 
tendem a piorar no inverno), baixo nível 
socioeconômico, aglomerados (creches). 
Fatores intrínsecos → genética, idade, 
hipertrofia de adenóides, doença de refluxo 
gastroesofágico, fenda palatina, alergias. 
Fatores alérgicos → fumaça de cigarro, 
hiperplasia das células caliciformes com 
hipersecreção da mucosa e diminuição do 
transporte mucociliar. 
Patogênese → A OMA é mais prevalente no 
lactente e na criança pequena. Supõe-se que esta 
predisposição seja decorrente de fatores 
anatômicos e imunológicos característicos nesta 
faixa etária. A tuba auditiva é curta e mais 
horizontalizada na criança, o que facilitaria a 
progressão de vírus e bactérias da rinofaringe 
para a orelha média. 
 
Principais agentes etiológicos → 
Streptococcus pneumoniae (35 a 40%), 
Haemophilus influenzae (30%) e Moraxella 
catarrhalis (10%). 
Quadro clínico → Otalgia, principalmente. 
Irritabilidade, diminuição do apetite, vômitos, 
diarreia e fadiga também podem estar presentes, 
entretanto, como a maioria dos casos são 
precedidos por IVAS, estes sintomas podem ser 
atribuídos ao quadro viral e não devem ser 
considerados como critério diagnóstico. 
Diagnóstico → através da otoscopia. São sinais 
de alteração da membrana timpânica (MT) 
encontrados na OMA as mudanças de 
translucidez, forma, cor, vascularização e 
integridade. O achado de maior poder prognóstico 
para OMA é o abaulamento da membrana 
timpânica, que apresenta uma sensibilidade de 
67% e uma especificidade de 97%. 
Tratamento → timpanocentese para cultura da 
efusão no momento do diagnóstico. 
Casos mais graves → posicionar um tubo de 
ventilação na membrana timpânica. 
A amoxicilina é recomendada como tratamento 
de primeira escolha na OMA. Entretanto, 
recomenda-se utilizar na dose elevada de 80-90 
mg/kg/dia. Em crianças que utilizaram amoxicilina 
em menos de 30 dias, com conjuntivite 
concomitante, ou necessidade de cobertura para 
bactéria produtora de betalactamase, recomenda-
se a associação de amoxicilina com 
clavulanato. 
Complicações → mastoidite (inflamação da 
mastóide, osso localizado atrás da orelha) com 
elevação do pavilhão auricular, otite média com 
abscesso. 
 
 
 
 
 
 
 
Anne Karen Reis OTORRINOLARINGOLOGIA 
OTITE MÉDIA CRÔNICA 
Aspectos clínicos → condição inflamatória 
associada a perfuração da membrana 
timpânica e otorreia (não necessariamente, pois 
a otite média crônica simples não tem otorreia). 
Aspectos cronológicos → duração maior que 3 
meses. 
Aspectos histológicos → inflamação com 
alterações teciduais irreversíveis (metaplasia). 
Etiologia → OMA supurativa, OMA necrotizante, 
disfunção tubária isolada, trauma, tumores, 
doenças sistêmicas (granulomatose de Wegener, 
histiocitose X). 
Diagnóstico → anamnese + otoscopia. 
CLASSIFICAÇÃO 
Não específica 
• Não colesteatomatosas → perfuração 
central, perfuração marginal, retração; 
• Colesteatomatosas → colesteatoma 
primário, colesteatoma secundário, 
colesteatoma congênito. 
Específica → causa por algum agente 
específico. 
• Tuberculose; 
• Actinomicose; 
• Luética; 
• Outros. 
OTITE MÉDIA CRÔNICA NÃO 
COLESTEATOMATOSA 
Perfurações timpânicas → qualquer quebra na 
integridade da membrana timpânica. Podem ser 
centrais ou marginais. 
 
Padrão otoscópico da otite média crônica não 
colesteatomatosa – Lillie I 
Retrações da membrana timpânica → as 
retrações da membrana timpânica, quando 
moderadas ou graves, por determinarem 
alterações estruturais irreversíveis na fenda 
auditiva, são consideradas uma otite média 
crônica não colesteatomatosa. 
 
Retração grave de pars flaccida e pars tensa 
OTITE MÉDIA CRÔNICA COLESTEATOMATOSA 
Definição → crescimento de pele em cavidade 
timpânica ou mastoide (epitélio escamoso 
estratificado) com produção exacerbada de 
queratina. 
Colesteatoma → “tumor benigno” 
Adquirida 
• Primária → retração atical, disfunção de 
TA. 
• Secundária → invaginação de tecido 
epidérmico do CAE ou epitelial da 
membrana timpânica através de 
perfuração. 
Congênita 
• Restos embrionários de tecido epitelial no 
OM. 
Tratamento 
• Cirúrgico → via tímpano ou via 
mastoide; 
• Pré-operatório → diminuir otorreia, 
gotas otológicas, limpeza local, ATB 
sistêmico.

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