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Enfermagem dermatologica

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Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e63591110439, 2020 
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10439 
1 
Reflexões sobre competências do enfermeiro especialista em dermatologia 
Reflections on the skills of the specialist nurse in dermatology 
Reflexiones sobre las habilidades de la enfermera especializada en dermatología 
 
Recebido: 20/11/2020 | Revisado: 21/11/2020 | Aceito: 23/11/2020 | Publicado: 28/11/2020 
 
Euzeli da Silva Brandão 
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8988-8103 
Universidade Federal Fluminense, Brasil 
E-mail: euzelibrandao@gmail.com 
Maristela Belletti Mutt Urasaki 
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5034-3402 
Universidade de São Paulo, Brasil 
E-mail: mari.urasaki@usp.br 
Renato Tonole 
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4157-1809 
Instituto Nacional de Câncer Jose Alencar Gomes da Silva, Brasil 
E-mail: renato.tonole@inca.gov.br 
 
Resumo 
Objetivo: promover a reflexão sobre as competências do enfermeiro na área de dermatologia. 
Método: trata-se de uma reflexão teórica baseada em uma pesquisa bibliográfica para 
fundamentação teórica. Resultado: na realidade multifacetada do cotidiano da enfermagem, o 
enfermeiro é um agente do processo de trabalho em saúde, com formação generalista. Um dos 
desafios tem sido se defrontar com uma diversidade de situações que nem sempre é capaz de 
intervir com resolutividade, realidade que leva a categoria enfrentar dilemas de ordem ética e 
moral. Nesse contexto, destaca-se que as doenças dermatológicas estão entre as três principais 
demandas de busca aos serviços de saúde, exigindo do enfermeiro competências para 
prevenção, tratamento e recuperação. Outro aspecto que prejudica a qualidade de atendimento 
a esta clientela específica relaciona-se à formação dos especialistas em dermatologia, pois os 
conteúdos programáticos dos cursos privilegiam temas relacionados ao tratamento de feridas, 
preterindo os cuidados às pessoas com afecções cutâneas, fato que dificulta a assistência 
digna e livre de riscos a esta clientela específica. Conclusão: para garantir a qualidade do 
cuidado da pele, torna-se necessário ao profissional enfermeiro um conjunto de saberes, 
https://orcid.org/0000-0002-4157-1809
Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e63591110439, 2020 
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10439 
2 
habilidades e capacidades para adequado preparo do ambiente, avaliação integral da pessoa; 
seleção coerente de recursos e produtos; implementação de protocolos e guias, além da 
realização de pesquisas com níveis de evidências significativos junto a esta clientela 
específica. Acredita-se ser essencial estabelecer as competências e habilidades do enfermeiro 
especialista em dermatologia no brasil para que programas formadores se alinhem as 
propostas definidas. 
Palavras-chave: Cuidados de enfermagem; Enfermeiro; Dermatologia; Educação baseada em 
competências. 
 
Abstract 
Objective: to promote reflection on the skills of nurses in the field of dermatology. Method: it 
is a theoretical reflection based on a bibliographic research for theoretical foundation. Result: 
In the multifaceted reality of daily nursing, nurses are agents of the health work process, with 
general training. One of the challenges has been to face a diversity of situations that are not 
always able to intervene resolutely, a reality that leads the category to face ethical and moral 
dilemmas. In this context, it is highlighted that dermatological diseases are among the three 
main demands for seeking health services, requiring nurses to have skills in prevention, 
treatment and recovery. Another aspect that affects the quality of care for this specific 
clientele is related to the training of specialists in dermatology, since the syllabus of the 
courses focus on topics related to the treatment of wounds, neglecting the care of people with 
skin disorders, a fact that makes assistance difficult. dignified and risk-free to this specific 
clientele. Conclusion: In order to guarantee the quality of skin care, it is necessary for the 
professional nurse to have a set of knowledge, skills and abilities for adequate preparation of 
the environment, comprehensive assessment of the person; consistent selection of resources 
and products; implementation of protocols and guides, in addition to conducting research with 
significant levels of evidence among this specific clientele. It is believed to be essential to 
establish the skills and abilities of the specialist nurse in dermatology in Brazil so that training 
programs can align with the defined proposals. 
Keywords: Nursing care; Nurses; Dermatology; Competency-based education. 
 
Resumen 
Objetivo: promover la reflexión sobre las competencias del enfermero en el campo de la 
dermatología. Método: es una reflexión teórica basada en una investigación bibliográfica para 
fundamento teórico. Resultado: En la realidad multifacética de la enfermería diaria, las 
Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e63591110439, 2020 
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10439 
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enfermeras son agentes del proceso de trabajo en salud, con formación general. Uno de los 
desafíos ha sido enfrentar una diversidad de situaciones que no siempre son capaces de 
intervenir de manera decidida, realidad que lleva a la categoría a enfrentar dilemas éticos y 
morales. En este contexto, se destaca que las enfermedades dermatológicas se encuentran 
entre las tres principales demandas para la búsqueda de servicios de salud, requiriendo que el 
enfermero tenga habilidades en prevención, tratamiento y recuperación. Otro aspecto que 
incide en la calidad de la atención de esta clientela específica está relacionado con la 
formación de especialistas en dermatología, ya que el temario de los cursos se enfoca en 
temas relacionados con el tratamiento de heridas, descuidando el cuidado de personas con 
trastornos de la piel, hecho que dificulta la asistencia. digno y sin riesgos para esta clientela 
específica. Conclusión: Para garantizar la calidad del cuidado de la piel, es necesario que el 
profesional enfermero cuente con un conjunto de conocimientos, destrezas y habilidades para 
una adecuada preparación del entorno, valoración integral de la persona; selección constante 
de recursos y productos; implementación de protocolos y guías, además de realizar 
investigaciones con niveles significativos de evidencia entre esta clientela específica. Se cree 
que es fundamental establecer las habilidades y habilidades del enfermero especialista en 
dermatología en Brasil para que los programas de formación se alineen con las propuestas 
definidas. 
Palabras clave: Atención de enfermería; Enfermeros; Dermatología; Educación basada em 
competencias. 
 
1. Introdução 
 
O avanço da ciência e da tecnologia do século xxi tornou a comunicação e o acesso à 
informação mais acessível, beneficiando os processos educacionais no campo da saúde, mas 
por outro lado, o atual contexto histórico impõe desafios no que diz respeito a formação e 
desenvolvimento dos profissionais de saúde e docentes do ensino superior; e a efetivação de 
políticas educacionais que garantam qualidade de forma universal. Esses aspectos, 
evidentemente são impactados no cotidiano dos serviços e ações dos profissionais. 
Nesse texto, importa mencionar a formação profissional do enfermeiro que visa 
atender as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de enfermagem promulgadas em 
2001 pelo Ministério da Educação. De acordo com esse documento, o enfermeiro deve ter 
formação generalista, humanista, crítica e reflexiva para se tornar um profissional qualificado 
para o exercício da Enfermagem, tendo como base o rigor científico e intelectual, pautados 
Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e63591110439, 2020 
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em princípios éticos. Este deve ser capaz de intervir sobre situações e problemas de saúde-
doença, identificando as dimensões bio-psico-sociais e seus determinantes. Desse modo, na 
realidade multifacetada do cotidiano da Enfermagem, o enfermeiro é considerado um agente 
do processo de trabalho em saúde, com formação generalista (Oliveira, Brandão, & Ferreira, 
2006). 
Um dos desafios da prática profissional do enfermeiro generalista tem sido se 
defrontar com uma diversidade de situações e problemas que envolvem o indivíduo, família e 
comunidade. Porém, embora legalmente assegurado, nem sempre ele é capaz de intervir com 
resolutividade. Esta é uma realidade recorrente nos serviços de saúde e tem levado a categoria 
a enfrentar dilemas de ordem ética e moral no enfrentamento das exigências imposta (Daly & 
Carnwell, 2003). Assim, o dia a dia do enfermeiro está repleto de desafios que envolvem o 
processo de cuidar direcionado a saúde da pele com vistas à prevenção, tratamento e 
recuperação dos problemas dermatológicos. 
Sobre isso, ressalta-se que a inadequação dos cuidados com a pele provoca 
desdobramentos negativos que compreendem o indivíduo, a família e a sociedade. A falta de 
orientação em relação aos princípios básicos preventivos, e de cuidados específicos com as 
doenças dermatológicas expõe a pessoa acometida a riscos biológicos, psicológicos, sociais 
comprometendo sua saúde física e mental e a sua recuperação. Os gastos públicos são muitas 
vezes potencializados com a inadequação de cuidados, gerando elevados custos que 
influenciam de forma significativa sobre a qualidade de vida das pessoas. A luz do exposto, o 
texto a seguir tem por objetivo promover uma reflexão sobre as competências do enfermeiro 
na área de dermatologia. 
 
2. Metodologia 
 
Trata-se de um estudo de reflexão teórica pautado na seguinte questão norteadora: 
Quais as competências do enfermeiro na área da dermatologia? Foi utilizada a pesquisa 
bibliográfica como forma de apoio teórico, que segundo Gil (2008), permite explorar um 
universo robusto de referências. 
Assim, foram utilizadas como fonte de dados as Diretrizes Curriculares Nacionais dos 
Cursos de enfermagem promulgadas em 2001 pelo Ministério da Educação, a literatura 
científica com vistas a amparar a discussão e a análise crítica, abrangendo livros, resoluções e 
artigos científicos, coletados em bases de dados online que tivessem interface com o tema. 
 
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3. Resultados e Discussão 
 
3.1 O enfermeiro e a dermatologia 
 
Diante das significativas mudanças no perfil da população constata-se uma profunda 
reorganização do sistema de saúde, com crescente busca por melhor qualidade de vida, 
exigindo-se para isto a criação de centros especializados para o atendimento da saúde de 
crianças, adultos e idosos. Essas mudanças exigem ainda a reavaliação permanente dos 
modelos de formação e de prática, em busca de aprimoramento e especialização (Daly & 
Carnwell, 2003). 
 Destaca-se, a partir dos anos 90, a incorporação de uma série de novas descobertas, 
recursos e tecnologias para os cuidados com a pele, fato que contribuiu para a evolução da 
dermatologia enquanto especialidade médica e gerou a necessidade de profissionais de saúde 
com conhecimentos para atuar nos novos cenários e atender as novas demandas da população. 
Os conhecimentos conquistados nas últimas décadas, como por exemplo, os mecanismos de 
prevenção e recuperação da integridade da pele, demandaram novas e diversas abordagens 
exigindo atuação profissional capacitada, ao mesmo tempo em que evidenciou o grande 
potencial de contribuição do enfermeiro. Desse modo, a Dermatologia destaca-se como uma 
das áreas emergentes da formação profissional do enfermeiro, sendo uma das especialidades 
reconhecidas pelo Conselho Federal de Enfermagem-COFEN, conforme Resolução 389/2011. 
 No Reino Unido, problemas dermatológicos afetam um número significativo da 
população em geral. Dados sugerem que cerca de 54% da população apresentou um problema 
na pele no período de 12 meses (Schofield, Grindlay, &Williams, 2009). 
 No Brasil, as doenças de pele estão entre as três principais demandas de busca aos 
serviços de saúde. Entre as vinte e cinco causas mais frequentes identificadas estão a 
hanseníase (78%), psoríase (68%) e vitiligo (64%) (Agostinho, Cavalcante, Cavalcanti, & 
Pereira, 2013). Estudo realizado em um ambulatório localizado na cidade de São Paulo com 
3011 prontuários de clínica dermatológica constatou as seguintes dermatoses: tumores 
cutâneos 672 casos, doenças infecciosas 652, eczemas 441, afecções eritematodescamativas 
283, tumores benignos e cistos 260, discromias 222, tumores malignos 178, foliculites 153, 
tumores pré-malignos 102, urticárias 48, farmacodermias 35, úlceras 18, dermatoses 
imunobolhosas 17 e doenças dos vasos sanguíneos 15 (Lopes, Kundman, & Duarte, 2010). 
 Apesar de comuns no ambiente hospitalar, existe uma escassez de dados sobre a 
freqüência de dermatoses em pessoas hospitalizadas. Estudo realizado no México registrou 
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9.230.968 internações em todo o país, destas 170.917 (1,85%) apresentaram doença 
dermatológica como principal diagnóstico, sendo metade dos casos relacionados a infecções 
de pele e crescimentos cutâneos não cancerígenos (Orozco, et al, 2019). 
 Ainda sobre pessoas com dermatoses hospitalizadas, um estudo realizado em Porto 
Alegre avaliou a prevalência das doenças dermatológicas por um período de dez anos, sendo 
avaliados 5.685 pacientes. As dermatoses mais freqüentes foram distribuídas em cinco 
grupos: infecciosas (33,25%), eczematosas (11,49%), reações por drogas (11,43%), 
manifestações vasculares (6,81%) e grupo prurido, prurigos e urticárias (4,71%) (Dantas, 
Bakos, Balbinot, Drechsler ,& Eidt, 2015). 
O elevado número de dermatopatias aponta a necessidade de reorganização dos 
modelos tradicionais de atenção nas diversas subáreas da dermatologia: clínica, cirúrgica, 
pediátrica, geriátrica, oncológica e cosmética, buscando-se cada vez mais uma atenção 
integral, multiprofissional e interdisciplinar na qual o enfermeiro possui papel fundamental 
(Santos, Figueiredo, Brandão, & Santana, 2014). Também é oportuno salientar que muitas 
pessoas que sofrem de doenças crônicas de pele tais como, psoríase eritrodérmica, artrite 
psoriásica, eczema e dermatoses imunobolhosas necessitam de tratamentos e cuidados 
especializados em longo prazo. 
É fato que a busca por atendimento especializado na dermatologia é hoje um grande 
problema no Brasil, pela dificuldade de acesso da população aos serviços públicos, fato que se 
agrava com o escasso número de unidades de internação de dermatologia disponíveis, 
inclusive, nos grandes espaços urbanos metropolitanos. Soma-se a essa realidade nacional a 
dificuldade dos profissionais generalistas de intervirem com proficuidade, pois não estão 
suficientemente capacitados para a condução das afecções da pele. 
Outro aspecto fundamental que prejudica a qualidade de atendimento prestado está 
diretamente relacionado à formação profissional dos enfermeiros especialistas em 
dermatologia. Os conteúdos programáticos dos poucos cursos de especialização existentes no 
Brasil privilegiam temas relacionados aos cuidados de feridas, tais como úlceras venosas, 
arteriais, causadas pelo diabetes e lesões por pressão. Assim, preterem os relacionados à área 
de dermatologia propriamente dita, tais como cuidados com a pele sadia, fotoproteção, 
prevenção e cuidados com tumores cutâneos benignos e malignos, hanseníase, eczemas, 
afecções eritematodescamativas,discromias, foliculites, urticárias, farmacodermias, 
dermatoses imunobolhosas entre outras. Entende-se que os profissionais ao realizarem cursos 
de especialização com esta visão, carecem de formação mais ampla nessa área do 
Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e63591110439, 2020 
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conhecimento, e por isso apresentam dificuldades na prestação de cuidado aos clientes com 
afecções cutâneas que buscam por atendimento nos diversos cenários de atenção à saúde. 
É incontestável afirmar que a formação de boa qualidade implica em uma prática mais 
segura e efetiva, sendo coerente pensar que parte das complicações decorrentes das afecções 
de pele, como isolamento, depressão, amputações, dor e tantas outras, poderiam ser reduzidas 
se houvesse melhor preparo profissional. Além disso, importa mencionar que os clientes com 
afecções cutâneas normalmente apresentam lesões extensas e disseminadas, com importantes 
alterações na auto-imagem e auto-estima, exigindo equipe preparada para perceber o 
problema além da pele e atuar nos desdobramentos emocionais e sociais envolvidos (Urasaki, 
Mandelbaum, & Gonçalves, 2013). 
Toda essa conjuntura requer o desenvolvimento de competências e habilidades 
apropriadas por parte dos enfermeiros para que possam atender com qualidade, eficiência e 
competência técnica, humana, e científica as atuais demandas por uma atenção integral e 
resolutiva. Desse modo, salienta-se a necessidade de aptidão para enfrentar situações 
análogas, mobilizando múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades, informações, 
valores, atitudes, percepções, avaliação e raciocínio ((Perrenoud, 2002). 
No ambiente hospitalar, por exemplo, os clientes com lesões cutâneas podem 
apresentar dependência total de cuidados e o enfermeiro é profissional indispensável para o 
planejamento da assistência a ser prestada visando a promoção do conforto (Brandão & 
Santos, 2019). Todas as necessidades devem ser objetos de intervenções; cabe a este 
profissional conhecer os mecanismos básicos da doença, compreender a importância das 
relações/interações estabelecidas com o cliente e família, de modo a obter melhor resultado, 
conscientizar-se das implicações sociológicas pertinentes ao acometimento cutâneo, assim 
como conscientizar-se do seu importante papel na recuperação da saúde da pele. 
 A importância de uma prática pautada em evidências científicas e com tomada de 
decisão por meio de raciocínio clínico e conhecimento tem exigido um compromisso contínuo 
com a oferta de novas modalidades de capacitação, formação contínua e permanente (Santos, 
Figueiredo, Brandão, & Santana, 2014). Diante do estado atual é cada vez mais premente que 
se busquem novas estratégias para a contínua atualização, assim como, se revejam os 
processos para a formação, desde a graduação à formação especializada, tanto por parte das 
instituições formalmente constituídas, como das associações de especialistas. 
A sociedade e as associações também exercem importante papel neste processo 
educativo, por meio das provas e processos para concessão do título de especialista, com base 
em editais específicos e orientações oriundas dos órgãos de regulação da enfermagem 
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brasileira, presentemente a Resolução COFEN 389/2011. Com tal preocupação as associações 
de Enfermagem vêm realizando fóruns e encontros com objetivo de debater as competências e 
habilidades que devem fazer parte, tanto da formação do enfermeiro generalista, com base no 
que preconiza a Lei de Diretrizes Básicas do Ministério da Educação, ano 2001, como na 
formação especializada, por meio dos cursos de especialização e pós graduação stricto sensu. 
Nos Estados Unidos, diante da ausência de preparação educacional padronizada ou 
conjunto de competências que definam a especialização em dermatologia, foi realizada uma 
força tarefa nacional para definir os atributos essenciais e as competências básicas para os 
enfermeiros que atuam ou desejam atuar na área de dermatologia, entendendo que estas 
requerem um conjunto de conhecimentos e habilidades específicas. Pretende-se com este 
documento, fornecer a base para o desenvolvimento do currículo e a preparação educacional 
dos enfermeiros nesta área, que poderão usar as competências profissionais como uma 
ferramenta para autoavaliação contínua e aprendizado (Bobonich &, Nolen 2018). 
Entende-se que a competência do enfermeiro especialista em dermatologia deve reunir 
o saber sobre o ser humano em sua integralidade e ao mesmo tempo, delimitar sua 
especificidade, sua intenção para escolha dessa área profissional. Tal competência direciona o 
profissional para a produção de conhecimentos e desenvolvimento de tecnologias coerentes 
com as necessidades das pessoas. Assim, é essencial que os enfermeiros especialistas não 
tenham em sua formação uma visão reducionista, pois de tal modo o cuidar também se torna 
parcial. Da mesma forma que se identifica dificuldades na atuação do enfermeiro generalista 
diante dos problemas dermatológicos, é necessário estar alerta sobre o risco do enfermeiro 
especialista se tornar um profissional sem visão ampliada, gerando impasses de outras ordens. 
A Enfermagem em Dermatologia, compreendida em sua complexidade, requer uma 
formação de profissionais que possibilite concepções religadas entre parte e todo, 
acompanhadas do contexto, pois o contexto está na parte especializada e a parte especializada 
no contexto (Urasaki & Silva, 2016). Da mesma forma, enfatiza-se a necessidade de elaborar 
políticas públicas e construir novos modelos de atenção que possam acolher as expectativas e 
promover a participação da pessoa e familiares nas ações de autocuidado. O campo de atuação 
é vasto e são diversas as ações necessárias, haja vista o que pode ser desenvolvido na esfera 
da promoção e recuperação da saúde da pele, na realização de pesquisas visando a elaboração 
e utilização de protocolos de avaliação integral da pessoa e de propostas assistenciais que 
atendam as reais necessidades das pessoas. 
 
 
Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e63591110439, 2020 
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10439 
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4. Considerações Finais 
 
A competência do enfermeiro em dermatologia reúne um saber sobre o ser humano em 
sua integralidade. Tal competência o direciona para uma crescente produção de 
conhecimento, no sentido de desenvolver tecnologias coerentes com as necessidades e desejos 
dessas pessoas. Para garantir a qualidade do cuidado da pele, torna-se necessário ao 
profissional enfermeiro um conjunto de saberes, habilidades e capacidades para adequado 
preparo do ambiente, avaliação integral da pessoa; seleção coerente de recursos e produtos; 
implementação de protocolos e guias, além da realização de pesquisas com níveis de 
evidências significativos junto a esta clientela específica. Acredita-se ser essencial estabelecer 
as competências e habilidades do enfermeiro especialista em dermatologia no Brasil para que 
programas formadores se alinhem as propostas definidas. 
Diante disso, sugere-se a realização de pesquisas que possam fortalecer as 
competências do enfermeiro na área da dermatologia. 
 
Referências 
 
Agostinho, K. M., Cavalcante, K. M. H., Cavalcanti, P. P., & Pereira, D. L. (2013), Frequent 
dermatological diseases in primary health care centers. Cogitare Enferm,18(4):715-21. 
https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/34927/21679 
 
Bobonich, M., & Nolen, M. (2018). Competencies for dermatology nurse practitioners J. Am. 
Assoc. Nurse Pract, 30(11):606–613. doi: 10.1097/JXX.0000000000000137 
 
Brandão,E. S., & Santos, I. (2019) Teorias de enfermagem n promoção do conforto em 
dermatologia. Rev. enferm. UERJ, 27, e38330. 
DOI: https://doi.org/10.12957/reuerj.2019.38330 
 
Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN Nº 389/2011.Publicada no DOU nº 
202, de 20 de outubro de 2011, pág. 146 – Seção 1. Recuperado de 
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3892011_8036.html 
 
https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/34927/21679
https://journals.lww.com/jaanp/toc/2018/11000
https://doi.org/10.12957/reuerj.2019.38330
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3892011_8036.html
Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e63591110439, 2020 
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10439 
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Daly, W. M., & Carnwell, R. (2003). Nursing roles and levels of practice: a framework for 
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158–167. DOI: 10.1046/j.1365-2702.2003.00690.x 
 
Dantas, L. D. P., Bakos, L., Balbinot G., Drechsler, C. E. R., & Eidt, L. M. (2015). Prevalence 
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4841.20153664 
 
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6a ed.). São Paulo: Atlas 
 
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Porcentagem de contribuição de cada autor no manuscrito 
Euzeli da Silva Brandão – 50% 
Maristela Belletti Mutt Urasaki – 25% 
Renato Tonole – 25% 
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https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/34916

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