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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RÍZIA RAQUEL BRITO ROCHA DE AZEVEDO O SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES (SEI) COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL NO TELETRABALHO Natal, RN 2021 RÍZIA RAQUEL BRITO ROCHA DE AZEVEDO O SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES (SEI) COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL NO TELETRABALHO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. Dra. Anne Emília Costa Carvalho Natal, RN 2021 Azevêdo, Rízia Raquel Brito Rocha de. O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) como ferramenta de avaliação de desempenho do servidor público federal no teletrabalho / Rízia Raquel Brito Rocha de Azevêdo. - 2021. 94f.: il. Monografia (Graduação em Administração) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Administrativas. Natal, RN, 2021. Orientadora: Profª. Dra. Anne Emília Costa Carvalho. 1. Avaliação de desempenho - Monografia. 2. Servidor público federal - Monografia. 3. Sistema Eletrônico de Informações (SEI) - Monografia. 4. Trabalho remoto - Monografia. 5. COVID-19 - Monografia. I. Carvalho, Anne Emília Costa. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/Biblioteca CCSA CDU 35.088.6 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Elaborado por Eliane Leal Duarte - CRB-15/355 RÍZIA RAQUEL BRITO ROCHA DE AZEVEDO O SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES (SEI) COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL NO TELETRABALHO Monografia apresentada ao Departamento de Administração (UFRN) em 8 de setembro de 2021 e aprovada pela banca examinadora composta pelos seguintes membros: _________________________________________________________ Profª. Dra. Anne Emília Costa Carvalho Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Orientadora _________________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Alberto Freire Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Examinador _________________________________________________________ Profª. Dra. Lucila Moura Ramos Vasconcelos Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Examinadora Soli Deo gloria. AGRADECIMENTOS A parte mais importante é agradecer aqueles que vieram antes de nós e deixaram o caminho mais suave. Agradeço a Deus, primeiramente, pelo dom da vida e por ser tão bom para mim todos os dias, mesmo sem eu merecer; à minha mãe, Deisy, por dedicar seu tempo de vida a cuidar de mim e me dar tempo para estudar; aos meus irmãos, Abraão e Maressa, por sempre serem solícitos a todas as minhas necessidades; às minhas primas, Daniela e Vanessa, pelo o apoio e amor incondicional. Agradeço também ao meu parceiro de vida, Samuel, por me escutar todos os dias com carinho e atenção e por dividir comigo a percepção de um mundo alheio às nossas personalidades; à minha fiel escudeira, Nadjara, amiga de todas as horas por todo amor e suporte, sempre; à Tássia, que lá do outro lado do mundo continua presente com sua irmandade; à Renata por aguentar minhas tagarelices. Queria também agradecer aqueles que estiveram do meu lado durante esses quatro anos e meio de curso, enfrentando todos os trabalhos, provas e perrengues: Nyallison, Sâmela e Jéssika, partes fundamentais do quarteto fantástico. E, por fim, mas não menos importante, à minha orientadora Anne por todo o cuidado e dedicação, por ser meu exemplo de vida desde a primeira aula, lá em 2018.2. Obrigada, meus amados! RESUMO A avaliação de desempenho do servidor público federal sempre se constituiu como um desafio para a administração pública devido, entre outros fatores, a falta de uma metodologia objetiva de análise das atividades do servidor, fato este que se agravou com o surgimento da pandemia de Covid-19 em razão da necessidade de implementação do teletrabalho. Nesse sentido, este trabalho se propõe a analisar o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), que se constitui como uma ferramenta prioritária de gestão processual, para sua utilização na avaliação de desempenho do Servidor Público Federal, propondo, através da construção de indicadores, a mensuração dos critérios previstos em lei: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade. A natureza desta pesquisa é aplicada, pois elabora uma proposição prática para resolução do problema através da coleta de dados via pesquisa documental e bibliográfica e de análise documental e comparativa dos dados coletados, além da construção de indicadores. A abordagem da pesquisa se configura como quantitativa pela proposição de indicadores e qualitativa pela análise descritiva do SEI por parte da pesquisadora. A partir da coleta de dados e do mapeamento das tarefas do SEI e dos critérios de avaliação de desempenho propostos pela Lei nº 8.112/1990 foi possível construir indicadores de desempenho e um dashboard para exposição dos dados de desempenho do servidor, possibilitando assim avaliar seu desempenho no ambiente de trabalho remoto. Após esse processo foi verificada a necessidade de validação qualitativa dos dados coletados através da avaliação de uma comissão instituída para tal fim. Desse modo, este trabalho se propôs a construir uma ferramenta gerencial de avaliação de desempenho de modo a contribuir com a gestão do teletrabalho. Palavras-chave: avaliação de desempenho; servidor público federal; Sistema Eletrônico de Informações (SEI); trabalho remoto; Covid-19. ABSTRACT The performance evaluation of the federal public servants has always been a challenge for the public administration due, among other factors, to the lack of an objective methodology for analyzing the public servant's activities, a fact that was aggravated by the emergence of the Covid-19 pandemic due to the need to implement work from home. In this sense, this work proposes to analyze the Electronic Information System (SEI), which is a priority procedural management tool, for its use in the performance evaluation of the Federal Public Servants, proposing, through the construction of indicators, the measurement of the criteria provided by law: attendance, discipline, capacity for initiative, productivity and responsibility. The nature of this research is applied, as it elaborates a practical proposition to solve the problem through data collection by documentary and bibliographic research and documental and comparative analysis of the collected data, in addition to the construction of indicators. The research approach is configured as quantitative by the proposition of indicators and qualitative by the descriptive analysis of SEI by the researcher. From the data collection and mapping of SEI tasks and the performance evaluation criteria proposed by Law nº. 8112/1990, it was possible to build performance indicators and a dashboard to display the public servant performance data, thus enabling the evaluation of its performance in the remote work environment. After this process, the need for qualitative validation of the data collected was verified through the evaluation of a commission created for this purpose. Thus, this work proposed to build a management tool for performance evaluation in order to contribute to the management of remote work. Keywords: performance evaluation; federal public servant; electronic information system (SEI); remote-work; Covid-19. LISTA DE QUADROS Quadro 1 –Evolução dos estatutos do Servidor Público Federal.............................................21 Quadro 2 – Métodos clássicos de avaliação de desempenho....................................................24 Quadro 3 – Vantagens e desvantagens dos modelos de avaliação de desempenho 90º, 180º e 360º...........................................................................................................................................26 Quadro 4 – Tipos e características de representações gráficas.................................................31 Quadro 5 – Funcionalidades do SEI.........................................................................................36 Quadro 6 – Síntese dos estudos selecionados...........................................................................38 Quadro 7 – Síntese da estratégia da pesquisa...........................................................................44 Quadro 8 – Funções da barra de ferramentas............................................................................49 Quadro 9 – Funções de “Controle de Processos”.....................................................................52 Quadro 10 – Função para processos sigilosos..........................................................................53 Quadro 11 – Funções das simbologias......................................................................................57 Quadro 12 – Funções adicionais da tela do processo................................................................60 Quadro 13 – Funções adicionais da tela do processo para processos sigilosos........................61 Quadro 14 – Funções da tela do documento interno.................................................................63 Quadro 15 – Conceituação dos critérios de desempenho..........................................................66 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Passos para construção de KPI’s..............................................................................30 Figura 2 - Tela de acesso ao sistema.........................................................................................48 Figura 3 - Tela de “Controle de Processos”..............................................................................48 Figura 4 - Barra de ferramentas................................................................................................49 Figura 5 - Menu principal.........................................................................................................50 Figura 6 - “Controle de Processos”...........................................................................................51 Figura 7 - Árvore de processos.................................................................................................53 Figura 8 - Sinalização de processo não recebido, recebido e acessado recentemente..............54 Figura 9 - Visualização de processos com atribuição, por marcadores e de forma detalhada..54 Figura 10 - Visualização de processos com atribuição.............................................................54 Figura 11 - Visualização de processos por marcador...............................................................55 Figura 12 - Visualização de processos por marcador específico..............................................55 Figura 13 - Visualização de processos de forma detalhada......................................................56 Figura 14 - Tela do processo.....................................................................................................58 Figura 15 - Funcionalidades adicionais da tela do processo.....................................................59 Figura 16 - Tela do documento interno.....................................................................................62 Figura 17 - Funcionalidades adicionais da tela do documento.................................................62 Figura 18 - Tela do documento externo....................................................................................64 Figura 19 - Tarefas relacionadas ao processo...........................................................................67 Figura 20 - Tarefas relacionadas ao documento.......................................................................68 Figura 21 - Modelo de dashboard de avaliação de desempenho..............................................76 LISTA DE SIGLAS AGU Advocacia-Geral da União BI Business Intelligence (Inteligência de Negócios) CGU Controladoria-Geral da União DASP Departamento Administrativo do Serviço Público eDOC Sistema de Gestão Eletrônica de Documentos e Processos EMC Emenda Constitucional ENAP Escola Nacional de Administração Pública IN Instrução Normativa IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada KPI Key Performance Indicator (Indicador-chave de desempenho) MP Ministério do Planejamento MPF Ministério Público Federal MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão NPM New Public Management (Nova Gestão Pública) PDF Portable Document Format (Formato de Documento Portátil) PEN Processo Eletrônico Nacional POP Procedimento Operacional Padrão SAD Sistema de Avaliação de Desempenho SAPIENS Sistema de Acompanhamento de Processos das Inst. de Ens. Superior SEI Sistema Eletrônico de Informações SIPAC Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos SIPEC Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal STF Supremo Tribunal Federal SUAP Sistema Unificado de Administração Pública TCU Tribunal de Contas da União TJRJ Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro TRF4 Tribunal Regional Federal da 4ª Região TST Tribunal Superior do Trabalho UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFSCAR Universidade Federal de São Carlos WEB World Wide Web (Internet) ZIP Arquivo compactado SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................12 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA........................................................12 1.2 OBJETIVOS..........................................................................................................14 1.2.1 Objetivo geral.......................................................................................................14 1.2.2 Objetivos específicos............................................................................................14 1.3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................14 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO...........................................................................16 2 REFERENCIAL TEÓRICO E CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA EMPÍRICA..............................................................................................................................18 2.1 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO......................................................................18 2.1.1 Contextualização histórica..................................................................................18 2.1.1.1 Avaliação de desempenho no serviço público brasileiro.......................................19 2.1.2 Conceitos de avaliação de desempenho..............................................................22 2.1.3 Métodos de avaliação de desempenho................................................................24 2.1.4 Objetivos da avaliação de desempenho..............................................................27 2.1.5 Sistema de avaliação de desempenho.................................................................29 2.1.6 Indicadores de desempenho................................................................................30 2.1.7 Dashboard.............................................................................................................31 2.2 O TELETRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO BRASILEIRO E A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO.........................................................................................32 2.3 SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES.................................................352.4 CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA EMPÍRICA...........................................37 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................44 3.1 NATUREZA E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA......................................44 3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO E PLANO DE COLETA DE DADOS.............45 3.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS.....................................................................46 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................47 4.1 FUNCIONALIDADES DO SEI............................................................................47 4.1.1 Tela de acesso ao sistema.....................................................................................47 4.1.2 Tela “Controle de Processos”..............................................................................48 4.1.3 Tela do processo...................................................................................................58 4.1.4 Tela do documento...............................................................................................61 4.2 CONSTRUÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO NO AMBIENTE DE TELETRABALHO SEI COM BASE NOS CRITÉRIOS DA LEI 8.112/1990.................65 4.2.1 Critérios de avaliação de desempenho na Lei nº 8112/1990.............................65 4.2.2 Adaptações das funcionalidades e viabilidades da construção de indicadores de desempenho.........................................................................................................................66 4.2.3 Construção de indicadores de desempenho.......................................................69 4.2.3.1 Responsabilidade....................................................................................................69 4.2.3.2 Capacidade de iniciativa........................................................................................70 4.2.3.3 Assiduidade............................................................................................................70 4.2.3.4 Produtividade.........................................................................................................71 4.2.3.5 Disciplina...............................................................................................................73 4.2.4 Validação qualitativa da avaliação de desempenho..........................................74 4.3 MODELO DE DASHBOARD DE INDICADORES DE DESEMPENHO NO TELETRABALHO...................................................................................................................76 5 CONCLUSÃO......................................................................................................79 REFERÊNCIAS...................................................................................................81 APÊNDICES.........................................................................................................90 APÊNDICE A – PROTOCOLO DE REVISÃO DA LITERATURA...................90 12 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA A partir da Reforma do Estado introduzida por Bresser-Pereira, com a Emenda Constitucional nº 19/1998, a avaliação de desempenho no serviço público começa a entrar em pauta de forma significativa e a ganhar relevância junto às instituições estatais, sendo assim considerada como um instrumento para identificar a insuficiência de desempenho para fins de perda de cargo público, conforme citam Antunes et al. (2012). É neste momento que é possível vislumbrar a avaliação de desempenho do servidor público federal como a conhecemos hoje, delimitada a partir, prioritariamente, do princípio da eficiência previsto na emenda supramencionada e pelos critérios legais previstos no regime jurídico do servidor público federal: assiduidade, produtividade, capacidade de iniciativa, disciplina e responsabilidade. No que tange aos objetivos da avaliação de desempenho Guimarães et al. (2015, p. 2) afirmam que: Um dos principais objetivos da avaliação é o levantamento de informações dos servidores, quanto à sua eficiência diante do serviço público, percebe-se que os resultados práticos do ano anterior podem influenciar a avaliação subsequente, uma vez que o retorno da avaliação pode beneficiar muito o órgão público de maneira singular. Neste sentido, é importante salientar que existem algumas dificuldades relacionadas ao processo de avaliação de desempenho que impactam negativamente o atingimento de seu objetivo, entre elas está a subjetividade, que pode mascarar o real resultado do servidor. Segundo Pavani Júnior (2003, p. 3), “se deve eliminar toda a subjetividade do processo e avaliar as pessoas pelos produtos que entregam à organização e não pelo humor que despertam em seus pares”. Este aspecto também é observado por Lucena (1992, p. 19) que lembra sobre a necessidade de definir Padrões de Desempenho: [...] é preciso definir Padrões de Desempenho, isto é, quanto é esperado, qual o nível de qualidade desejada e quais os prazos para apresentar resultados. O não- estabelecimento desses indicadores tornará difícil medir ou avaliar a produtividade, dificultará distinguir os empregados mais produtivos dos menos produtivos, impedirá a ação correta sobre os desvios de desempenho e descaracterizará a avaliação de resultados, que será substituída pela avaliação de pessoas, a partir de critérios subjetivos e duvidosos. (LUCENA, 1992, p. 19) No período pandêmico, as dificuldades elencadas se tornaram mais acentuadas com o crescimento do teletrabalho. Na literatura, o termo teletrabalho possui diversas terminologias, 13 como teleworking, telecommuting ou homeworking que se referem ao trabalho remoto, conforme lembram Sakuda e Vasconcelos (2005). Saliente-se que nesta pesquisa os termos teletrabalho e trabalho remoto serão utilizados como sinônimos. No âmbito legal o teletrabalho pode ser conceituado a partir de dois dispositivos: nas instituições privadas, a Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, normatiza o teletrabalho e o conceitua em seu Art. 75-B como “a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo”; já nas instituições públicas, o teletrabalho é regulado a partir da Instrução Normativa (IN) nº 65, de julho de 2020, que conceitua em seu Art. 3º inciso VII o teletrabalho como: [...] modalidade de trabalho em que o cumprimento da jornada regular pelo participante pode ser realizado fora das dependências físicas do órgão, em regime de execução parcial ou integral, de forma remota e com a utilização de recursos tecnológicos, para a execução de atividades que sejam passíveis de controle e que possuam metas, prazos e entregas previamente definidos e, ainda, que não configurem trabalho externo, dispensado do controle de frequência. (BRASIL, 2020) Nesse contexto, Leite e Lemos (2021, p. 79), que citam Thomsin e Tremblay (2012), lembram que uma das dificuldades do teletrabalho diz respeito ao “controle de performance” do trabalhador. Já para Toledo (2020, p.36) outra dificuldade a ser superada diz respeito à “capacidade dos chefes para gerenciar as equipes à distância”; para a autora, estabelecer e cobrar metas não é uma tarefa fácil no ambiente presencial e se agrava quando não há o convívio diário. Desse modo, faz-se necessário construir um modelo de avaliação de desempenho a distância que responda de forma eficiente e eficaz a estas dificuldades e que possa avaliar o servidor com maior objetividade, tendo em vista que os servidores “representam a administração pública”, conforme lembra Monteiro (2010, p. 23), sendo o seu trabalho um produto fim da administração. Além disso, destaca-se a importância de ferramentaseletrônicas que viabilizem o teletrabalho, a avaliação de desempenho remota e o processo de digitalização da Administração Pública. Segundo Saraiva (2018), em 8 de outubro de 2015 foi publicado o Decreto nº 8.539 que [...] estabeleceu o prazo de seis meses para que os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional apresentassem um cronograma de implementação do uso do meio eletrônico para a realização do processo administrativo à então Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação 14 do MP, e de dois anos para os órgãos adotarem o processo administrativo eletrônico. Naquele momento não foi determinado qual deveria ser a solução, mas apenas o prazo, que se encerrou em outubro de 2017 (SARAIVA, 2018, p. 8). Assim, foram adotados pelas instituições sistemas de gestão de processos eletrônicos como o SAPIENS, eDOC, SIPAC, SUAP, dentre outros, além do SEI, objeto desta pesquisa, que possibilitassem essa gestão documental eletrônica no âmbito da administração pública federal direta. A adesão aos sistemas possibilitou que estes órgãos não só digitalizassem seus processos e a estrutura de tratamento destes, como também que o trabalho pudesse ser executado no ambiente remoto. Outrossim, salienta-se que a tendência de expansão do trabalho remoto está cada vez mais presente em nossa realidade, sendo assim necessário prever mecanismos de adequação. Diante do exposto, este trabalho buscará contribuir com a literatura empírica, colaborando para avanços em possíveis lacunas existentes ao responder o questionamento: como o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) pode ser utilizado para avaliar o desempenho do servidor público federal em um contexto de trabalho remoto? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral Analisar o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) para utilização na avaliação de desempenho do Servidor Público Federal. 1.2.2 Objetivos específicos a) Analisar abrangência e funcionalidades do SEI; b) Definir indicadores de desempenho com base nos critérios de avaliação da 8.112/1990: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade; c) Criar um modelo de dashboard de avaliação de desempenho do servidor público federal. 1.3 JUSTIFICATIVA Este trabalho monográfico teve como uma de suas motivações as experiências da pesquisadora enquanto agente participante do serviço público: em 2018, como estagiária no 15 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), trabalhando com a ferramenta de gestão processual SUAP; em 2019, como estagiária na Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças do RN (Seplan/RN), trabalhando com a ferramenta de gestão processual SEI, objeto deste trabalho e desde 2020 até o presente como servidora em cargo efetivo na Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN), trabalhando novamente com a ferramenta SEI. Nestas experiências, a pesquisadora evidenciou a possibilidade de utilização de ferramentas de gestão processual para outras finalidades, como a de avaliar o desempenho dos servidores. Outra motivação da pesquisa se deu devido ao crescimento do teletrabalho no Serviço Público Federal a partir da pandemia pela Covid-19. Segundo notícia publicada no site do Governo Federal, o teletrabalho ganhou força e “entre março e setembro de 2020, cerca de 50% dos servidores públicos federais desempenharam suas atividades a partir de suas casas. Em alguns órgãos, como no Ministério da Educação, esse percentual chegou a 98% durante certos períodos” (BRASIL, 2020). A partir dessa evolução, surgiram novos questionamentos, como: de que modo é possível avaliar remotamente o servidor público? Para responder a esta questão é necessário perceber os meios pelos quais os servidores exercem suas funções no teletrabalho e desenvolver, através deles, mecanismos de avaliação de desempenho que contemplem o trabalho remoto. Segundo Saraiva (2018) é possível verificar a grande adesão de órgãos de todos os poderes e níveis da administração pública ao software SEI: em maio de 2018, 93 órgãos já haviam implantado o SEI e 78 estavam em processo de implantação. Atualmente, de acordo com os dados do Ministério da Economia (BRASIL, 2021), já são 364 adesões ao sistema. Nesse sentido, percebendo a necessidade de avaliar os servidores no ambiente remoto e a grande adesão dos órgãos à ferramenta SEI, esta pesquisa propõe-se a criação de indicadores de desempenho, no ambiente SEI, com base nos critérios do regime jurídico do servidor público (assiduidade, produtividade, capacidade de iniciativa, disciplina e responsabilidade), que possam mensurar o desempenho do servidor no ambiente de teletrabalho, verificando se este está cumprindo as atividades que lhe são propostas. Esta pesquisa buscará contribuir com a literatura acadêmica de modo a adicionar às discussões uma proposta de avaliação de desempenho do servidor público em trabalho remoto a partir de indicadores de desempenho, buscando, assim, colaborar para avanços relativos a algumas lacunas que foram percebidas a partir da pesquisa estruturada, como a falta de uma de avaliação de desempenho objetiva do servidor no teletrabalho. 16 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO Esta monografia está organizada da seguinte maneira: introdução, na qual é relatado um pouco do surgimento da avaliação de desempenho no serviço público brasileiro, de como a conhecemos na atualidade, além de uma contextualização da avaliação de desempenho no ambiente de teletrabalho e suas dificuldades; outro aspecto abordado neste item é a utilização por parte dos órgãos de ferramentas eletrônicas que possibilitam o trabalho remoto. Após essa exposição inicial são elencados os objetivos desta pesquisa, que se propõe a contribuir na construção de conhecimento empírico para academia, descrevendo também as principais funcionalidades do SEI e de como estas podem ser exploradas para a configuração de indicadores de desempenho que possam ser utilizados na avaliação de desempenho em ambiente de teletrabalho. Na justificativa se encontram as motivações da presente pesquisa, que perpassam pelo crescimento exponencial do teletrabalho e pela necessidade de adequação das ferramentas eletrônicas para avaliação de desempenho em formato remoto, uma vez que o trabalho ganha um novo formato, não mais presencial. Neste item são mostradas também as motivações da pesquisa em delimitar o campo de atuação na administração pública federal, na qual a legislação é menos difusa e pode ser aplicada aos demais entes federativos No tópico do referencial teórico e contribuições da literatura empírica são abordados os embasamentos teóricos da literatura para a construção da pesquisa, que abarcaram pesquisa livre e estruturada de trabalhos, a partir de critérios de busca de trabalhos com a mesma temática e de teóricos da área que pudessem embasar a construção dos resultados da pesquisa. A partir da construção do referencial foram traçados os procedimentos metodológicos da pesquisa que orientaram a execução do andamento desta. Neste item foi verificada a viabilidade da utilização de uma pesquisa documental e bibliográfica que pudesse fazer a coleta dos dados do sistema SEI, mostrando o funcionamento de sua execução e ao mesmo tempo fazendo a análise das funções que poderiam ser utilizadas em uma avaliação de desempenho remota. O planejamento metodológico possibilitou a execução da pesquisa e a construção dos resultados que perpassaram pelo desenvolvimento de indicadores para cada um dos critérios de desempenho da Lei nº 8.112/1990 (produtividade, capacidade de iniciativa, responsabilidade, assiduidade e disciplina) e pela criação de uma comissão para validação dos dados apurados. A partir do desenvolvimento dosindicadores foi proposta a construção de um dashboard de visualização dos dados de desempenho dos servidores. 17 Na conclusão, foram abordadas algumas limitações da pesquisa, como a necessidade de atribuição de pesos às tarefas; a possível execução de tarefas de forma desnecessária fazendo com que estas sejam, indevidamente, contabilizadas no processo e a necessidade de delimitação de tempo para algumas tarefas que não têm como base o tempo de tramitação dos processos. Tais limitações elencadas podem ser utilizadas para a construção de novos trabalhos na área de modo a consolidar metodologias de avaliação de desempenho no ambiente de teletrabalho. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO E CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA EMPÍRICA Este referencial busca construir um embasamento teórico e empírico para o desenvolvimento dos resultados da pesquisa. Para tanto serão apresentados e comparados conceitos de diferentes autores a respeito da temática trabalhada. 2.1 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Neste tópico serão apresentados alguns aspectos a respeito da avaliação de desempenho: contextualização histórica, conceitos, objetivos e seus tipos. 2.1.1 Contextualização histórica A avaliação de desempenho, conforme preconizado por Amboni et al. (2008), é tão antiga quanto o momento em que um ser humano empregou os serviços de outro ser humano. Segundo Chiavenato (2006), na Idade Média já se utilizava relatórios para verificar o desempenho do trabalho dos jesuítas. Entretanto, foi só com o surgimento da administração científica, a partir da revolução industrial, no século XVIII, que se tornou possível fundamentar as bases para o estudo da avaliação de desempenho e da eficiência de forma sistemática e científica. Ao redor de 1842, o Serviço Público Federal dos Estados Unidos implantou um sistema de relatórios anuais para avaliar o desempenho dos seus funcionários. O exército americano adotou o mesmo em 1880. E, em 1918, a General Motors, desenvolveu um sistema de avaliação para seus executivos (CHIAVENATO, 2006, p. 258). Santos (2004) cita que no final do século XIX Taylor já buscava o aumento da produtividade através da avaliação das atividades de seus funcionários e otimização dessas tarefas no chão de fábrica, estudando os tempos e movimentos e padronizando a especialização das atividades, enquanto Fayol buscava organizar a estrutura das instituições, ambos de modo a atingir a eficiência. Após os estudos da administração científica, Weber incorporou os princípios do Taylorismo e do Fayolismo, criando um novo conceito de administração pautado na racionalização e sistematização que objetivava a eficiência e se contrapunha aos moldes patrimonialistas vigentes. 19 Esta corrente, denominada de administração burocrática, buscava dar eficiência às atividades dos funcionários através de princípios como o da hierarquização, organização de tarefas e formalização das atividades; para Weber o desempenho de um indivíduo poderia ser julgado por meio de atividades baseadas em regras e as promoções seriam decididas com base em seus méritos e desempenho. Segundo Bresser-Pereira (1997), o modelo patrimonialista começava a não responder mais às necessidades socio-político-econômicas, o que fez com que se iniciasse um processo de substituição pelo modelo burocrático, que visava combater os vícios e práticas do antigo modelo. Entretanto, entre os anos 1970 e 1980, o Estado entrou em crise devido a sua grande estrutura e a alta competitividade do mercado globalizado, sendo, inclusive, responsável pelas baixas taxas de crescimento econômico e altas taxas de inflação e desemprego, conforme cita Bresser Pereira (1997). O modelo burocrático não era mais capaz de responder às novas demandas da sociedade. Peci et al. (2007) argumentam que, nesse contexto, no final do século XX, vários movimentos ficaram abrigados sob o guarda-chuva da New Public Management (NPM), especialmente nos países anglo-saxões. Esses movimentos propunham soluções às falhas no modelo burocrático, tendo como pontos centrais de debate a adaptação e a transferência dos conhecimentos gerenciais desenvolvidos no setor privado para o público, com o objetivo de redução do tamanho da máquina pública. Na atualidade, o modelo de NPM e os ideais de governança pública impactam substancialmente o processo de avaliação de desempenho, lhe fornecendo um caráter mais amplo. Para Guimarães et al. (1998), durante o século XX, a avaliação de desempenho passou de metodologias como as de Taylor para processos que consideram o empregado e o seu trabalho como parte de um contexto organizacional e social mais amplo, compreensão essa que vem se estendendo até o século XXI. 2.1.1.1 Avaliação de desempenho no serviço público brasileiro A avaliação de desempenho do servidor público, no âmbito nacional, surgiu a partir da década de 1930 no governo de Getúlio Vargas, com o movimento de reforma administrativa. O movimento se subdividiu em três momentos principais: a criação, em 1938, do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP); a edição, em 1967, do Decreto-Lei nº 200 e a criação, em 1995, do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, conforme cita Santos (2004). Embora os três momentos tenham se configurado apenas como tentativas 20 de reforma administrativa que não se concretizaram em sua totalidade, todos deixaram contribuições embrionárias para mudanças nos critérios de desempenho e de eficiência nas atividades do serviço público. No primeiro momento, com a criação do DASP, o governo de Getúlio Vargas buscava normatizar e fiscalizar a reforma em curso e tinha como objetivo a implementação de um modelo administrativo racional-legal. As principais contribuições deixadas pelo DASP foram: a criação da Lei nº 284 de 1936, que propunha o reajuste dos quadros e vencimentos do funcionalismo público civil da União e criava indiretamente os primeiros parâmetros de avaliação do servidor em seu art. 40, § único: “Antes de decorrido esse prazo, será exonerado o funcionário que, a juízo do Governo, não tenha revelado idoneidade moral e aptidão para o desempenho de sua função” (BRASIL, 1936). Outro marco desse primeiro momento foi a criação do Decreto Lei nº 1.713 de 1939, que dispunha sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos e Civis da União. Neste decreto, em seu art. 16 foram criados os primeiros critérios de avaliação do servidor no estágio probatório: I - idoneidade moral; II - aptidão; III - disciplina; IV - assiduidade; V - dedicação ao serviço; VI - eficiência. Esses critérios, mais tarde, foram alterados pela promulgação do Decreto Lei nº 1.711 de 1952, que instituiu novos critérios de avaliação no período do estágio probatório em seu art. 15 § 1º: I – idoneidade moral; Il – assiduidade; lII – disciplina; IV – eficiência. Esses critérios foram alterados novamente através da Lei nº 8112/1990 em seu art. 20, passando a: I – assiduidade; II – disciplina; III – capacidade de iniciativa; IV – produtividade; V – responsabilidade, estrutura mantida até o presente, conforme Quadro 1: 21 Quadro 1 - Evolução dos estatutos do Servidor Público Federal. Evolução dos Estatutos do Servidor Público Federal Critérios de avaliação de desempenho Lei nº 284 de 1936 Decreto Lei nº 1.713 de 1939 Decreto Lei nº 1.711 de 1952 Lei nº 8112 de 1990 Idoneidade moral Idoneidade moral Idoneidade moral x Aptidão Aptidão x x x Disciplina Disciplina Disciplina x Assiduidade Assiduidade Assiduidade x Eficiência Eficiência x x Dedicação ao serviço x x x x x Produtividade x x x Responsabilidade x x x Capacidade de iniciativa Fonte: Elaborado pela autora (2021). No segundo momento, o Decreto-Lei nº 200/1967 promulgado no governo de Castello Branco instituiu a desconcentração e a descentralização dasatividades do Estado que antes eram concentradas e centralizadas, distinguindo assim a administração direta da indireta. O Decreto-Lei também normatizou princípios fundamentais para as atividades da Administração Federal: I – planejamento, II – coordenação, III – descentralização, IV - delegação de competência e V – controle trazendo, assim, os primeiros traços de gerencialismo, frente a burocratização exacerbada que ocorria no Estado. No terceiro momento, diante desse contexto e das críticas ao modelo burocrático, surge o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, no governo de Fernando Henrique, em 1995, desenvolvido pelo ministro da Administração e da Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser Pereira. Conforme preconiza Santos (2004), o Plano Diretor tinha como um de seus objetivos principais a instituição da Administração Pública Gerencial (Nova Administração Pública) no país e possuía como características a orientação da atividade estatal para o cidadão-usuário ou cliente; foco no controle de resultados em detrimento do controle de procedimentos; fortalecimento das carreiras específicas de Estado; segregação das unidades planejadoras das unidades executoras de políticas públicas; adoção de agências executivas e 22 das organizações sociais; melhoria dos controles sociais e instituição de “quase-mercados” e a terceirização das atividades de apoio e auxiliares ao setor público. Outrossim, Gabardo (2002) lembra que o plano possuía três frentes principais: a dimensão institucional-legal, que visava a instituição de marco constitucional e infraconstitucional apto a garantir juridicidade à reforma; a dimensão cultural, no sentido de promover a mudança da mentalidade dos agentes públicos para uma cultura gerencial; e a dimensão de gestão, caracterizada pela introdução de instrumentos gerenciais, como programas de qualidade e de aferição de desempenho, além da normatização de novas modalidades de entes descentralizados, como as agências executivas e as organizações sociais. Santos (2004) salienta que a partir da dimensão institucional-legal supramencionada foi desenvolvida a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, que definiu a eficiência como princípio explícito da administração pública e o instituto da avaliação de desempenho do servidor público, inserindo no art. 41 da constituição, em seu § 1º, inciso III, a necessidade de “procedimento de avaliação periódica de desempenho” (BRASIL, 1988), e em seu § 4º como condição para a aquisição da estabilidade a obrigatoriedade da “avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade” (BRASIL, 1988). Além de prever a obrigatoriedade e a periodicidade da avaliação de desempenho, o art. 41 institui a perda do cargo, mediante procedimento de avaliação periódica, por insuficiência de desempenho, na forma de Lei Complementar, assegurada ampla defesa. Desse modo, percebe-se na legislação vigente do texto constitucional e do Regimento Jurídico do Servidor Público Civil da União que a avaliação de desempenho do servidor público deve ser feita com base nos critérios propostos na Lei nº 8112/1990 supracitados, não só no momento do estágio probatório, mas de modo periódico até o fim da carreira no serviço público, tendo sempre como objetivo o princípio da eficiência e da eficácia no cumprimento das atividades. 2.1.2 Conceitos de avaliação de desempenho A avaliação de desempenho é conceituada segundo Chiavenato (2006, p. 259) como “uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e de seu potencial desenvolvimento futuro”. Este conceito se assemelha ao apresentado por Beraldo e Bergamini (1988) do British Institute of Management, em sua publicação Merit Rating: “a avaliação de desempenho é conceituada como uma apreciação sistemática de um subordinado, segundo um 23 trabalho feito, suas aptidões e outras qualidades necessárias à boa execução desse trabalho”. Ainda segundo os autores a avaliação de desempenho “constitui-se, portanto, no veículo da estimativa de aproveitamento do potencial individual das pessoas no trabalho e, por isso, do potencial humano de toda a empresa” (Id., 1988). Pontes (1999) preconiza que a avaliação de desempenho é um método: Administração de desempenho é um método que visa, continuamente, estabelecer um contrato com os funcionários referente aos resultados desejados pela organização, acompanhar os desafios propostos, corrigindo os rumos, quando necessário, e avaliar os resultados conseguidos (PONTES,1999, p.24). De modo similar, a Escola Nacional de Administração Pública (2000, p. 71) conceitua que a avaliação de desempenho representa um “conjunto de normas e procedimentos que possibilita o diagnóstico e a gestão de desempenho, fornecendo informações para outros sistemas de administração de pessoas”. Já Oliveira-Castro (1994) conceitua a avaliação de desempenho como um conjunto de normas e procedimentos utilizados pelas organizações para aferir o nível de produtividade de seus trabalhadores. Perazzolo (2008, p. 38) acredita que a avaliação de desempenho “verifica se o colaborador possui ou não as competências técnicas necessárias para exercer a função, apresentando os pontos fortes e os aspectos de melhoria”. Já para Marras (2000, p.174) “a Avaliação de Desempenho foi criada basicamente para acompanhar o desenvolvimento dos empregados durante sua permanência na organização e especificamente para medir seu nível de CHA (conhecimento, habilidades e atitudes)”. Outros autores como DeNisi (2000), citado por Odelius e Santos (2006), acreditam que a avaliação de desempenho se refere ao sistema pelo qual é atribuído um escore para indicar o nível de desempenho de determinada pessoa ou grupo. Assim também como Lotta (2002, p. 3), que conceitua a avaliação de desempenho como “um mecanismo que busca conhecer e medir o desempenho dos indivíduos na organização, estabelecendo uma comparação entre o desempenho esperado e o apresentado por esses indivíduos”. Estes últimos se assemelham à vertente seguida na análise deste trabalho, trazendo embasamento para avaliação de desempenho com base em indicadores. 24 2.1.3 Métodos de avaliação de desempenho A literatura elenca vários métodos de avaliação de desempenho que são utilizados nas organizações públicas e privadas, conforme vemos no Quadro 2, elaborado por Oliveira (2019). Quadro 2 - Métodos clássicos de avaliação de desempenho. Métodos Características Autoavaliação O profissional realiza sua própria avaliação com base em critérios definidos anteriormente, porém, esse método de avaliação, apesar da participação posterior e direta da chefia, por meio de discussão dos resultados, tende a ser um método fragilizado, pois, para tal, é necessário que o avaliado tenha maturidade profissional e autoconhecimento. Escalas gráficas de classificação Método amplamente utilizado nas empresas, pois conta com indicadores definidos previamente, utilizando fatores como desempenho na função, produção, cooperação, conhecimento do trabalho etc. Porém, esse método foca somente em comportamentos passados, tornando-se inflexível, escolhe fatores de forma subjetiva e o líder desempenha o papel de juiz. Escolha e distribuição forçada Consiste na avaliação dos funcionários, por meio de um conjunto de frases descritivas, previamente estipuladas. Apesar de esse método buscar minimizar a subjetividade do processo de avaliação, não ajuda a alcançar os resultados da empresa e pode acarretar um quadro de desmotivação ou improdutividade. Incidentes críticos O método traz o enfoque em comportamentos que representam desempenhos normais, muito positivos (sucesso), que devem ser realçados e estimulados a melhorar, ou muito negativos (fracassos),que devem ser corrigidos por intermédio de orientação contínua. Não se preocupa em avaliar as situações corriqueiras, no entanto, para haver sucesso na sua utilização, além da necessidade de sensatez por parte da liderança na resolução dos comportamentos negativos, que não pode ser confundido com a personalidade do avaliado. Faz-se necessária anotação constante dos fatos. Frases descritivas Trata-se de uma avaliação por meio de comportamentos descritos como ideais ou negativos, previamente estipulados. Na aplicação desse método pode surgir a subjetividade, o efeito halo (quando existe simpatia ou antipatia pelo avaliado) causando distorção na avaliação. Pesquisa de campo Consiste na realização de reuniões entre um profissional técnico da área de gestão de pessoas com cada líder, para avaliação do desempenho de cada um dos subordinados, considerando-se tal desempenho por meio de análise de fatos e situações. Este método possibilita um diagnóstico padronizado do desempenho, sendo o que melhor atenua a subjetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento, conjuntamente com o líder, e o desenvolvimento profissional de cada um. 25 Avaliação por objetivos ou resultados É um modelo mais contemporâneo de avaliação que focaliza a comparação entre os resultados previstos e realizados. É um método prático e objetivo, mas a descrição das atividades do cargo deve ser clara e atualizada de acordo com a importância de cada atividade, com ênfase nas principais responsabilidades do cargo. Com os objetivos definidos há melhoria no aumento da produtividade, na qualidade dos produtos e serviços. Algumas desvantagens desse método existem quando há dificuldade em definir os objetivos, a incompatibilidade dos objetivos com o potencial do funcionário, definição e imposição de objetivos pela chefia, inibição da inovação. Avaliação de desempenho por Competências Método utilizado na administração pública federal e que se ancora no Decreto 9.991/2019. Neste modelo as Competências Individuais devem ser estabelecidas com base nas Competências Organizacionais, acontecendo assim a confrontação entre ambas para avaliar se são compatíveis ou não. Fonte: Oliveira (2019, p. 27-28) adaptado a partir de Pontes (2010), ENAP (2000), Dutra (2001) e Benetti et al. (2007). Além destes métodos elencados pela autora existem outros citados pela literatura como o método de comparação binária explicitado por Pontes (2005), segundo o qual dois indivíduos de uma mesma equipe são avaliados a partir de comparações com uma tabela de dupla entrada; o método de avaliação 90º, “o qual caracteriza-se pela avaliação direta do desempenho pelo superior imediato na hierarquia funcional”, conforme explica Moreira (2020, p. 29); o método de avaliação 180º, conforme cita Stank (2010, p. 30) “o chefe avalia os subordinados diretos e indiretos e estes se auto-avaliam”; e o método de avaliação 360º, conforme conceituado por Branco (2011, p. 23): [...] neste modelo o avaliado tem seu desempenho analisado não somente pelo superior hierárquico, mas também por aqueles que interagem com o mesmo em seu ambiente de trabalho, podendo ser desde um colega ou uma auto-avaliação, até um cliente. Dessa forma a avaliação 360 graus visa enriquecer o nível de informações angariadas pelo processo. (BRANCO, 2011, p. 23). Em relação aos métodos conceituados de avaliação 90º, 180º e 360º destaca-se as vantagens e desvantagens relacionadas no Quadro 3. 26 Quadro 3 - Vantagens e desvantagens dos modelos de avaliação de desempenho 90º, 180º e 360º. Vantagens Desvantagens Avaliação de desempenho 90º Modelo mais tradicional de avaliação de desempenho; Modelo simples; Facilidade de ser implantado. Gera um clima de ansiedade e insegurança; Processo fechado e sem transparência, inacessível aos avaliados; Estratégia unilateral; Falta de acesso dos avaliados aos indicadores de desempenho constantes nos formulários; Autoritarismo por parte dos avaliadores na condução do processo de avaliação; Ocorrência muitas vezes de parcialidade na avaliação; Injustiças por parte das chefias nas avaliações. Avaliação de desempenho 180º Modelo tradicional de avaliação de desempenho; Promove o autoconhecimento do avaliado; Dá insumos para o gestor realizar sua própria avaliação. Usa apenas a chefia como fonte de avaliação; Comprometimento muito grande do gestor porque este assume muitas funções simultâneas. Assim como o modelo de 90º também pode haver ocorrência de parcialidade na avaliação pelo fato do gestor ter controle e responsabilidade sobre quase todo o processo de avaliação; Do mesmo modo que no modelo de 90º pode haver injustiças por parte das chefias nas avaliações, pelo fato das chefias terem controle e responsabilidade sobre quase todo o processo de avaliação. Avaliação de desempenho 360º O sistema é mais compreensivo e as avaliações provêm de múltiplas perspectivas; A qualidade da informação é melhor; Complementa as iniciativas da qualidade total; Enfatiza os clientes internos/externos e o espírito de equipe; Como a retroação vem de vários avaliadores, pode haver preconceitos e prejuízos; A retroação fornecida pelo entorno permite o autodesenvolvimento do avaliado; Viabiliza a construção de um plano individual de desenvolvimento para o avaliado. O sistema é administrativamente complexo para combinar todas as avaliações; A retroação pode intimidar e provocar ressentimentos no avaliado; Pode envolver avaliações conflitivas emitidas sob diferentes pontos de vista; O sistema requer treinamento dos avaliadores para funcionar bem; As pessoas podem fazer conluio ou jogo para dar avaliação inválida para as outras; Posição sensível/vulnerável do avaliado, que recebe opiniões de vários avaliadores e, portanto, precisa ter mente aberta/receptiva. Fonte: Gramigna (2002), Loureiro (2010), Reis (2016), Xavier (2018), Marins (2019), Chiavenato (2014), Caetano (1996) e (2008). Todos os métodos citados acima ainda podem ser mesclados e combinados entre si, o que Pontes (1999) e Chiavenato (2006) chamam de Métodos mistos ou combinados. Esta 27 combinação faz com que as necessidades personalizadas de cada organização sejam atendidas conforme cada caso. Segundo Viegas (2017) que cita Borges-Andrade e Magalhães (2001), no contexto da Administração Pública Federal, a avaliação de desempenho é feita através de um conjunto de avaliações diferentes: Auto avaliação, servidor avaliando a si próprio; Hétero avaliação, chefia imediata avaliando o servidor; Avaliação feita pelos pares (equipe), colegas de equipe avaliando o servidor; e a Avaliação feita pelos subordinados, chefia sendo avaliada pelos subordinados. Tal ideia é corroborada pelo Manual de Orientação para a Gestão do Desempenho da Secretaria de Gestão Pública (2013, p. 15), o qual aponta que “No modelo adotado pela administração pública federal, o servidor é avaliado não apenas pelo seu superior hierárquico, mas também por outros sujeitos que interagem com ele no seu ambiente de trabalho, como colegas de equipe, subordinados e por ele próprio (autoavaliação)”. No mesmo sentido, Moura et al. (2015) também argumentam que a Lei nº 11.091/05, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos Federais em Educação, regulamentada pelo Decreto nº 5824/06, propõe as seguintes etapas de implementação de programas de avaliação de desempenho: autoavaliação e avaliação dos servidores pelas chefias; avaliação dos chefes pelos seus colaboradores; avaliação da equipe de trabalho e usuários. Para Moura et al. (2015) as etapas elencadas configuram esta avaliação de desempenho como uma Avaliação de Desempenho 360º ou Múltiplas Fontes, onde o avaliado é analisado atravésde várias fontes diferentes. 2.1.4 Objetivos da avaliação de desempenho A avaliação de desempenho tem como seu principal objetivo o crescimento e o desenvolvimento da organização como um todo, conforme explicita DeNisi (2000). Desse modo, a avaliação de cada funcionário deve fornecer informações que proporcionem à organização a possibilidade de traçar estratégias futuras destinadas ao aperfeiçoamento dos funcionários e da instituição, conforme preconizam Marras (2000) e Dewes, Palma e Stein (2000). Alguns autores definem objetivos fundamentais para a avaliação de desempenho como Chiavenato (1995, p. 267): 28 1 - permitir condições de medição do potencial humano no sentido de determinar sua plena aplicação; 2 - permitir o tratamento dos recursos humanos como um recurso básico da organização e cuja produtividade pode ser desenvolvida indefinidamente, dependendo, obviamente, da forma de administração; e 3 - fornecer oportunidades de crescimento e condições de efetiva participação a todos os membros da organização, tendo em vista, de um lado, os objetivos organizacionais e, de outro, os objetivos individuais. (CHIAVENATO, 1995, p. 267). Bem como Perazzolo (2008, p. 36): Ajustar os objetivos com as metas da organização e da equipe; Desenvolver a visão sistêmica da organização; Buscar eficiência na comunicação interna; Melhorar a performance (desempenho); Manter a motivação e o compromisso; Analisar o desenvolvimento; Identificar necessidades de treinamento; Estimular o aperfeiçoamento; Comemorar êxitos e aprender com os erros; Compreender os desejos de crescimento profissional na empresa; Avaliar o potencial e obter o máximo de produtividade de cada colaborador. (PERAZOLLO, 2008, p. 36) Estes objetivos fundamentais elencados pelos autores corroboram com a noção de relação intrínseca entre as metas da organização e dos funcionários, denotando que a avaliação de desempenho dos funcionários de uma organização pode representar o retrato do seu estado presente. Alves (2012) que cita Pires e Souza (2008) lembra que na iniciativa privada a avaliação de desempenho obedece aos objetivos institucionais que são definidos na missão e visão da organização, porém no âmbito público esses objetivos são prescritos na Lei e por isso são muito estritamente definidos. No Regime Jurídico Único da Lei nº 8112/1990 são elencados alguns critérios de avaliação: assiduidade, produtividade, responsabilidade, capacidade de iniciativa e disciplina. Estes critérios por serem disciplinados em lei não possuem, portanto, natureza discricionária, devendo ser seguidos de forma obrigatória e compulsória tanto na avaliação de desempenho especial, quando o servidor adquire a estabilidade, como também na avaliação de desempenho periódica, quando o servidor já adquiriu a estabilidade, sob pena de perda do cargo. Segundo Araújo (2005) o objetivo dessa ferramenta no serviço público é avaliar periodicamente, por critérios técnicos e supostamente objetivos, as condições de aptidão, 29 desenvolvimento funcional e a eficiência dos serviços realizados pelo servidor. Deste modo, percebe-se que o objetivo da avaliação de desempenho é avaliar estes critérios com precisão e afinco, verificando não só se o servidor está exercendo devidamente suas atribuições técnicas como também atendendo às necessidades da sociedade, objetivo fim do estado. 2.1.5 Sistema de avaliação de desempenho A avaliação de desempenho ocorre a partir de um sistema complexo, que envolve os conceitos já vistos anteriormente, segundo a ENAP (2000, p. 8) os Sistemas de Avaliação de Desempenho (SADs) [...] podem ser considerados como conjunto de normas e procedimentos que possibilita o diagnóstico e gestão de desempenho, fornecendo informações para outros sistemas de administração de pessoas: desenvolvimento de pessoas, sistemas de incentivos ao desempenho satisfatório (promoções, ascensões funcionais e desenvolvimento de carreira), movimentação e alocação de pessoal, entre outros. (ENAP, 2000, p. 8) Este conceito, inclusive, é o mesmo apresentado pela Escola para Avaliação de Desempenho. Para ENAP (2000) a implementação de um Sistema de Avaliação de Desempenho individual é um tarefa que exige alguns cuidados inclusive da própria interpretação do conceito de desempenho que pode variar de acordo com os diversos entendimentos, desse modo, faz-se necessário ter clareza quanto ao conceito de desempenho e perceber quais os fatores que o afetam como: contexto extraorganizacional, aquele externo à organização; características organizacionais, ou internas à organização; ambiente de tarefas, ou ambiente do grupo funcional do trabalhador e suas características pessoais. O SAD possui objetivos múltiplos, conforme cita a ENAP (2000), que se alinham aos objetivos da avaliação de desempenho vistos anteriormente e fornecem subsídio constante às decisões administrativas relativas à administração de pessoas e ao desenvolvimento de pessoal. Segundo a ENAP (2000, p. 15) “algumas organizações explicitam e destacam o caráter de diagnóstico do SAD, de fornecimento de informações para a organização do trabalho, e a melhoria de condições relacionadas ao mesmo, visando assegurar o desempenho e o alcance de resultados”, desse modo, pode-se afirmar que o SAD tem papel fundamental para as organizações, sendo a elaboração de um sistema de avaliação de desempenho determinante para o desenvolvimento da organização e de seus colaboradores. 30 2.1.6 Indicadores de desempenho Os indicadores de desempenho funcionam como métricas para a avaliação de desempenho. Segundo Francischini e Francischini (2017, p. 6): Indicadores são medidas qualitativas ou quantitativas que mostram o estado de uma operação, processo ou sistema. Desempenho é a comparação do que foi realizado pela operação em relação a uma expectativa do cliente ou objetivo do gestor. Portanto, indicadores de desempenho são medidas que mostram a comparação do que foi realizado pela operação em relação a uma expectativa ou objetivo. (FRANCISCHINI, FRANCISCHINI, 2017) Para Francischini e Francischini (2017), Key Performance Indicator (KPI) ou indicador-chave de desempenho, tradução mais utilizada em português, devem ser entre o número total de cinco a nove, proporcionando assim um monitoramento focado do gestor naqueles indicadores que realmente sejam relevantes. Francischini e Francischini (2017, p. 8) apontam que a construção desses KPI’s deve seguir determinados passos: Figura 1 - Passos para construção de KPI’s. Fonte: Francischini e Francischini (2017, p. 8) 31 Desse modo, compreendendo a sistemática de construção de KPI’s é possível traçar paralelos com a legislação vigente, percebendo que a partir da Emenda Constitucional nº 19, de 1998 que definiu a eficiência como princípio explícito da administração pública a avaliação de desempenho começou a ser periódica a partir dos critérios de produtividade, assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa e responsabilidade previstos na Lei nº 8112/1990. Nesse sentido, podemos interpretar que, neste caso, o objetivo principal do gestor pode ser resumido a partir do princípio da eficiência, tendo como Critérios Relevantes de Interpretação os critérios de avaliação de desempenho supramencionados, os quais irão contribuir na construção dos KPI’s mais à frente nesta pesquisa. 2.1.7 Dashboard O Dashboard é um painel que mostra dados coletados a partir de indicadores. Para Francischini e Francischini (2017, p. 14) dashboard pode ser conceituado como um [...] painel de instrumentos, é um conjunto de gráficos e diagramas que fornecem uma visão geral das informaçõese métricas mais importantes. Permitem o monitoramento simultâneo de várias métricas para que se possa verificar rapidamente o comportamento dos indicadores ou analisar correlações entre diferentes relatórios. Estes painéis podem ser utilizados para mostrar os diversos dados coletados, fazendo o uso de gráficos e diagramas. Segundo Francischini e Francischini (2017, p. 14-18) podem ser utilizados para a demonstração dos dados os tipos de representação gráfica descritos no Quadro 4. Quadro 4 - Tipos e características de representações gráficas. Tipos de representação gráfica Características Séries temporais em gráficos de linha Gráficos que tenham a variável tempo na abscissa (eixo x) são definidos como séries temporais. É um dos gráficos mais utilizados em dashboards dada a facilidade do gestor em obter informações sobre o comportamento histórico do indicador. Geralmente, as evoluções do valor real e da meta a ser alcançada pelo indicador são mostradas por linhas. Séries temporais em gráficos de barras Menos utilizados do que os gráficos de linha, eles têm a vantagem de evidenciar a evolução dos valores reais. 32 Gráfico de pizza Utilizado para mostrar a composição relativa ou porcentual de uma variável analisada. Gráfico de barra acumulado Também utilizado para mostrar a composição de uma variável mas com a vantagem de mostrar, simultaneamente, uma evolução histórica da variável analisada ou comparar com itens similares. Tem a desvantagem de que a acuracidade visual fica prejudicada quando há muitos componentes. Gráfico de barra acumulado 100% Utilizado para mostrar a evolução porcentual dos componentes de uma variável ou a comparação porcentual dos componentes de dois itens analisados. Não fornece informações sobre os valores absolutos dos componentes nem do valor total da variável analisada. Gráfico Radar Gráfico de fácil visualização comparativa utilizado para avaliação simultânea de diversas variáveis, permite identificar aquelas que têm desempenho não adequado. Cada um dos eixos tem a origem no ponto central do gráfico e unidades de medida uniformes em cada um deles. Gráfico de farol Gráfico que permite a visualização por código de cores do estado de uma variável em relação a valores pré-determinados. A cor verde é geralmente utilizada para indicar que a variável apresenta um valor atual adequado em relação a um valor limite crítico preestabelecido; a cor amarela sugere atenção dado que o valor atual da variável está próximo do valor limite crítico; e a cor vermelha indica que o valor atual da variável ultrapassa o valor limite crítico e necessita de uma ação corretiva imediata. Pode-se utilizar ícones de faces conforme a adequação explicada acima. Gráfico de velocímetro Permite a união da visualização analógica do valor atual de uma variável em relação ao valor limite crítico preestabelecido com a informação por código de cores da condição dessa variável. Fonte: Elaborado pela autora a partir de Francischini e Francischini (2017, p. 14-18). Neste trabalho, após o desenvolvimento dos indicadores, busca-se apresentar um modelo de dashboard que auxilie os gestores na visualização dos dados e indicadores propostos. 2.2 O TELETRABALHO NO SERVIÇO PÚBLICO BRASILEIRO E A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Embora o assunto do teletrabalho tenha entrado na pauta recente de discussões do poder público, devido à pandemia de Covid-19, as primeiras iniciativas desse modo de 33 trabalho no Brasil surgiram em meados de 2005 com um projeto-piloto do Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) (PASCHOAL; VILLARINHO, 2016). Depois da primeira iniciativa, outros órgãos aderiram à ideia. Em 2009, o Tribunal de Contas da União (TCU) publicou uma portaria que regulamentava a realização de trabalho fora da instituição, entretanto, naquela época, a Portaria nº 139 propunha que o trabalho ocorresse, a princípio, por até um ano, a título de experiência-piloto. Em 2010, com a finalização do prazo, foi publicada a Portaria nº 99 que incorporava o trabalho remoto às práticas do TCU: Art. 1º A realização de trabalho do Tribunal fora de suas dependências fica incorporada às práticas institucionais de gestão de pessoas, com a manutenção das regras e dos procedimentos estabelecidos na Portaria-TCU nº 139, de 9 de março de 2009, observada a legislação vigente (BRASIL, 2010). Segundo Toledo (2020) e Castro et al. (2020) nos anos seguintes foi a vez de outros órgãos públicos aderirem à implantação do teletrabalho. Em 2011, a Advocacia-Geral da União (AGU); em 2012, a Receita Federal e o Tribunal Superior do Trabalho (TST); em 2015, a Controladoria-Geral da União (CGU); e em 2016, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Toledo (2020, p. 31) cita que: Atualmente, já são 14 órgãos públicos federais com experiência de trabalho remoto, e do que se tem notícia, são todas exitosas, resultando em economia de gastos, com a redução de espaços das instalações físicas e aumento de produtividade por parte dos servidores, em contrapartida ao ganho da qualidade de vida. (TOLEDO, 2020, p. 31) Embora a adesão dos órgãos ao teletrabalho fosse um fenômeno progressivo, na pandemia pela Covid-19, houve um crescimento exponencial dessas adesões, o que fez com que o governo publicasse a IN nº 65, de 30 de julho de 2020, que estabelece orientações, critérios e procedimentos gerais a serem observados pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC relativos à implementação de Programa de Gestão com o intuito de regulamentar o trabalho remoto na pandemia. A IN nº 65 conceitua em seu Art. 3,º Inciso VII, o teletrabalho como: [...] modalidade de trabalho em que o cumprimento da jornada regular pelo participante pode ser realizado fora das dependências físicas do órgão, em regime de execução parcial ou integral, de forma remota e com a utilização de recursos tecnológicos, para a execução de atividades que sejam passíveis de controle e que possuam metas, prazos e entregas previamente definidos e, ainda, que não 34 configurem trabalho externo, dispensado do controle de frequência, nos termos desta Instrução Normativa. (BRASIL, 2020) Outro ponto importante da IN é a limitação do teletrabalho em seu art. 5, § 2º, que determina que ele não poderá: I - abranger atividades cuja natureza exija a presença física do participante na unidade ou que sejam desenvolvidas por meio de trabalho externo; e II - reduzir a capacidade de atendimento de setores que atendam ao público interno e externo. (BRASIL, 2020) Além disso, a normativa cita seus objetivos com o programa de gestão em seu art. 6º: I - promover a gestão da produtividade e da qualidade das entregas dos participantes; II - contribuir com a redução de custos no poder público; III - atrair e manter novos talentos; IV - contribuir para a motivação e o comprometimento dos participantes com os objetivos da Instituição; V - estimular o desenvolvimento do trabalho criativo, da inovação e da cultura de governo digital; VI - melhorar a qualidade de vida dos participantes; VII - gerar e implementar mecanismos de avaliação e alocação de recursos; e VIII - promover a cultura orientada a resultados, com foco no incremento da eficiência e da efetividade dos serviços prestados à sociedade. (BRASIL, 2020) Nesse sentido, é importante perceber que a legislação objetiva trazer diversos benefícios com o teletrabalho, como a economia de recursos e a qualidade de vida dos servidores. Entretanto, vale lembrar que a expansão dele no serviço público brasileiro vem acompanhada de novas questões. Toledo (2020) argumenta que uma dificuldade a ser superada no trabalho remoto é a capacidade dos chefes em gerenciaras equipes à distância, estabelecer metas e cobrá-las, para a autora tal feito não se configurava como tarefa fácil no ambiente presencial e agora se torna realmente um desafio. Desse modo, é possível vislumbrar que esse modelo de trabalho não se configura como os demais já ajustados à realidade cotidiana presencial, fazendo assim surgir novas necessidades, com a sua implantação, tais como a de construção de métodos e ferramentas capazes de gerenciar servidores à distância, conduzi-los ao alcance de metas estabelecidas e avaliar seus respectivos desempenhos à distância, sendo esta última, objeto de estudo deste trabalho. 35 2.3 SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES O Sistema Eletrônico de Informações (SEI), é uma ferramenta de gestão de processos e documentos arquivísticos eletrônicos que foi desenvolvida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e está em funcionamento desde 2009. Segundo o Manual do SEI! (2015) o sistema é um produto do projeto de Processo Eletrônico Nacional (PEN), uma iniciativa conjunta de órgãos e entidades de diversas esferas do poder público coordenado pelo antigo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), atual, Ministério da Economia que tem como objetivo construir uma infraestrutura pública para os processos e documentos administrativos eletrônicos. Desde o período de seu surgimento diversos órgãos do poder público vêm aderindo à utilização do sistema, que “possibilita melhorias no desempenho dos processos da administração pública, com ganhos em agilidade, produtividade, transparência e satisfação do público usuário e redução de custos”, conforme aponta o Manual do SEI! (2015, p. 9). De acordo com dados do site do TRF4 “cada órgão público que passa a usar o SEI economiza cerca de R$ 20 milhões em dinheiro público somente na aquisição e manutenção do sistema, já que este é o custo de um programa similar oferecido no mercado”, salienta-se que pelo software ser livre diferentemente de outros no mercado, o poder público não tem os custos acima mencionados. Além da economia com o software, o site mostra dados da prefeitura de São Paulo, a maior da América Latina, que estima que sua economia anual com o uso do SEI, somente em material de escritório, é de cerca de R$ 3 milhões. O Manual do SEI! (2015, p. 9) cita, inclusive, esta como uma de suas principais características “a libertação do papel como suporte físico para documentos institucionais e o compartilhamento do conhecimento com atualização e comunicação de novos eventos em tempo real”. Outras funções elencadas pelo Manual do SEI! (2015, p. 9) são: [...] a produção, edição, assinatura e trâmite de documentos dentro do próprio sistema, proporcionando a virtualização de processos e documentos, permitindo atuação simultânea de várias unidades ao mesmo tempo em um mesmo processo, ainda que distantes fisicamente, reduzindo o tempo de realização das atividades. (SEI, 2015, p. 9) O Procedimento Operacional Padrão (POP) do SEI elenca cerca de 52 funções do sistema eletrônico, conforme disposto no Quadro 5: 36 Quadro 5 - Funcionalidades do SEI. Funcionalidades do SEI 1. Acessar o SEI 14. Duplicar processo 27. Cancelar documento 40. Excluir grupo em Acompanhamento Especial 2. Receber processo 15. Enviar processo 28. Incluir documento em múltiplos processos 41. Criar e disponibilizar a Base de Conhecimento 3. Atribuir processo 16. Concluir processo 29. Imprimir documento 42. Alterar a Base de Conhecimento 4. Inserir Anotação 17. Inserir ponto de controle 30. Dar ciência 43. Executar pesquisa 5. Iniciar processo 18. Gerenciar ponto de controle 31. Encaminhar documento para assinatura em outra Unidade 44. Reabrir processo 6. Excluir processo 19. Criar documento interno 32. Assinar documento encaminhado por outra Unidade 45. Exportar documentos do processo em formato PDF 7. Relacionar processo 20. Editar documento interno 33. Encaminhar processo para consulta de outra Unidade 46. Exportar documentos do processo em formato ZIP 8. Remover relacionamento 21. Gerar versão do documento 34. Visualizar minutas e documentos por meio de Blocos de Reunião 47. Estatística dos processos 9. Iniciar processo relacionado 22. Assinar documento interno 35. Incluir processos em um Bloco Interno 48. Enviar e-mail utilizando o SEI 10. Anexar processo 23. Criar texto padrão 36. Visualizar processos em um Bloco Interno 49. Criar grupo de e-mail 11. Abrir processo anexado 24. Criar, consultar, alterar e excluir modelo de documento 37. Verificar o histórico do processo 50. Permitir visualização de processo por usuário externo 12. Sobrestar processo 25. Incluir documento externo 38. Incluir processo em Acompanhamento Especial 51. Cadastrar usuário externo para assinatura em documento interno 13. Remover sobrestamento 26. Excluir documento do processo 39. Alterar grupo em Acompanhamento Especial 52. Solicitar assinatura de usuário externo em documento interno Fonte: Elaborado pela autora a partir do POP do SEI. O Manual do SEI! (2015, p. 9-10) destaca, além das funções citadas, outras facilidades do sistema: a. Portabilidade: 100% Web e pode ser acessado por meio dos principais navegadores do mercado: Internet Explorer, Firefox e Google Chrome. 37 b. Acesso remoto: em razão da portabilidade já mencionada, pode ser acessado remotamente por diversos tipos de equipamentos, como microcomputadores, notebooks, tablets e smartphones de vários sistemas operacionais (Windows, Linux, IOS da Apple e Android do Google). Isso possibilita que os usuários trabalhem a distância. c. Acesso de usuários externos: gerencia o acesso de usuários externos aos expedientes administrativos que lhes digam respeito, permitindo que tomem conhecimento do teor do processo e, por exemplo, assinem remotamente contratos e outros tipos de documentos. d. Controle de nível de acesso: gerencia a criação e o trâmite de processos e documentos restritos e sigilosos, conferindo o acesso somente às unidades envolvidas ou a usuários específicos. e. Tramitação em múltiplas unidades: incorpora novo conceito de processo eletrônico, que rompe com a tradicional tramitação linear, inerente à limitação física do papel. Desse modo, várias unidades podem ser demandadas simultaneamente a tomar providências e manifestar-se no mesmo expediente administrativo, sempre que os atos sejam autônomos entre si. f. Funcionalidades específicas: controle de prazos, ouvidoria, estatísticas da unidade, tempo do processo, base de conhecimento, pesquisa em todo teor, acompanhamento especial, modelos de documentos, textos padrão, sobrestamento de processos, assinatura em bloco, organização de processos em bloco, acesso externo, entre outros. g. Sistema intuitivo: estruturado com boa navegabilidade e usabilidade. (SEI, 2015, p. 10) O sistema possui também como principais funções a gestão por processo e por desempenho, disponibilizando inclusive relatórios de Estatísticas da Unidade e Desempenho de Processos. Os relatórios possibilitam medições de desempenho através da mensuração do tempo médio de cada tipo de processo no órgão e o tempo médio de tramitação do tipo de processo em cada unidade. Desse modo, é possível perceber que o sistema já se configura como uma ferramenta de avaliação de desempenho das atividades processuais, porém das unidades e setores de trabalho e não dos servidores de forma individual, sendo necessário, para esta finalidade, a adaptação de algumas funções do sistema, objeto desta pesquisa. 2.4 CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA EMPÍRICA A partir do protocolo disponível no Apêndice A foi feita uma pesquisa aplicada de modo a buscar na literatura empírica trabalhos que pudessem colaborar com a discussão proposta, ao todo foram selecionados quatro trabalhos: duas dissertações edois trabalhos de conclusão de curso, conforme detalhado no Quadro 6: 38 Quadro 6 - Síntese dos estudos selecionados. ID Tipo / Título / Autor/ Ano Objetivos Estratégia metodológica Principais resultados e conclusões 1 Dissertação / Proposição de Política e Programa Organizacionais de Envolvimento com o Trabalho e Avaliação de Desempenho para Servidores Públicos em Regime de Teletrabalho. / Cleidson da Silva Barbosa / 2020. Propor uma política e um programa organizacional de envolvimento com o trabalho e avaliação de desempenho para servidores públicos em regime de teletrabalho. Entrevistas individuais semiestruturadas com trabalhadores no ambiente de teletrabalho e presencial para levantar suas percepções e análises estatísticas dos dados coletados. Os entrevistados de maneira geral tiveram uma visão positiva com relação ao teletrabalho e concordaram quanto a avaliação de desempenho ser um procedimento via formulários com atribuição de algum tipo de pontuação, para avaliar o servidor. Através das entrevistas também foi possível fazer a triagem de quais temáticas deveriam ser contempladas na Política e no Programa de Envolvimento com o Trabalho e Avaliação de desempenho: adaptação e fomento ao ambiente de trabalho saudável, atenção ao diálogo e à comunicação organizacional, modernização e avanço tecnológico, melhoria da gestão do trabalho, gestão efetiva do desempenho e desenvolvimento do trabalhador, valorização profissional e flexibilização do trabalho. 2 Dissertação / A utilização do Sistema Eletrônico de Analisar o Sistema SEI, no contexto da Inovação A metodologia do trabalho foi elaborada através de pesquisas Na pesquisa verificou-se que 80% dos usuários entrevistados, 70 pessoas, 39 Informações – SEI no serviço público: inovação tecnológica para melhoria na eficiência administrativa e no conhecimento institucional. / Mary Anne Muraski Nowak / 2018. Tecnológica, como ferramenta de facilitação nos serviços, possibilitando avaliar a sua funcionalidade, desempenho, benefícios e problemas, apresentando um diagnóstico sobre os resultados do sistema, que possibilite sugerir implementações de melhorias. direcionadas em entrevistas, com entrega de questionários aos usuários do sistema SEI. utilizam frequentemente o sistema SEI, considerando o mesmo como sendo uma ferramenta de tecnologia aplicável e eficaz nas rotinas de serviço. Os pontos fortes do SEI verificados na pesquisa foram: transparência de informações, facilidade de acesso, fim dos casos de extravio de processos físicos, realização de muitos processos simultaneamente, boa navegação, rapidez e às vezes imediatismo na construção e tramitação de processos, funcionamento em modo online, acompanhamento em qualquer tempo do andamento de processos. Já os pontos negativos elencados foram: dificuldade nos acessos por problemas remotos, na interpretação dos ícones de opções, poucos módulos e informações, limitação em opções de arquivos e protocolos, rede de comunicação instável, não é muito intuitivo e o sistema de buscas possui limitações e erros no sistema. Como sugestões de melhorias, alguns usuários registraram a necessidade de tornar mais fácil a navegação, melhorar a ajuda no próprio sistema, aplicando links de acesso direto às Resoluções e documentos citados, os quais poderão estar relacionados com o tipo do processo em questão, com a implementação do auto preenchimento dos 40 formulários do sistema. 3 Trabalho de Conclusão de Curso / O processo de implementação do Projeto-Piloto de teletrabalho no âmbito do Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte. / Danielle Cristina Mariz Lopes / 2019. Analisar o processo de implementação do Projeto-Piloto de Teletrabalho no âmbito do Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte. Coleta de dados através de pesquisas a sites de organizações públicas do estado do Rio Grande do Norte (RN), seleção das instituições que adotam o modelo de teletrabalho no âmbito do RN, entrevistas presenciais com os com servidores dessas instituições que fazem parte dos setores responsáveis pelo teletrabalho e análise dos dados coletados. O projeto-piloto de teletrabalho é facultativo no que diz respeito à adesão dos servidores. Estes podem optar por aderir contanto que sigam alguns critérios definidos pelo MPF. Obedecendo aos critérios o servidor solicita, mediante preenchimento de formulário, à chefia imediata a participação no projeto piloto de teletrabalho, que por sua vez, analisa o perfil do solicitante caso considere que o servidor esteja apto, encaminha a indicação via Plano de Trabalho à Procuradora- chefe, que autoriza ou não a sua participação. Ao ser aprovado e entrar no regime de teletrabalho o servidor começa a executar atividades que são designadas pelas chefias imediatas no sistema de informações funcionais do órgão. A partir do momento em que uma atividade é adicionada, a situação da mesma encontra-se como “Não Iniciada”, quando o servidor começa a executar, o status muda para “Iniciada” e assim que termina, “Finalizada”. Já o campo “Prazo” determina o período para execução dessa tarefa, o seu preenchimento é opcional e geralmente é utilizado quando a chefia quer atribuir datas diferentes para as cada atividade, se não for preenchido a data 41 que constará será a do final da designação. Todo o monitoramento e controle das atividades desenvolvidas pelos servidores em designação é feito pelas chefias imediatas através do módulo de teletrabalho disponibilizado na intranet do MPF. 4 Trabalho de Conclusão de Curso / É possível gerar indicadores de desempenho utilizando o sistema eletrônico de informações? Um estudo de caso na Gestão do Trabalho Remoto do Supremo Tribunal Federal / Rodrigo Lima da Cunha / 2019. Demonstrar, por meio de um estudo de caso, a possibilidade de se gerar indicadores de desempenho utilizando o SEI. Revisão bibliográfica através de dados documentais das legislações, manuais do SEI e Qliksense; e entrevista semiestruturada com um dos três responsáveis pela implementação da solução de BI no STF Com a grande adesão ao teletrabalho por parte dos servidores do STF verificou-se a necessidade de modificar o processo de acompanhamento dos servidores no teletrabalho feito através de processos individuais no SEI onde eram anexados todos os documentos, despachos e questionários relativos ao funcionário desde o pedido de adesão até o desligamento dele do trabalho remoto, os dados contidos nesses processos eram não estruturados e faziam com que o comitê do Trabalho Remoto mensalmente abrisse cada um dos processos para coletar os dados de produtividade de cada um dos servidores e preencher uma planilha no Excel. A nova proposta de acompanhamento consistiu em modificar o documento de preenchimento dos dados por parte dos servidores que antes se dava a partir do preenchimento de documentos com dados não estruturados para formulários com dados estruturados que puderam 42 ser captados por uma ferramenta de BI Qliksense, sendo assim possível construir um Dashboard atualizado diariamente, por rotina automatizada e executada às 5 da manhã com informações referentes a produtividade no trabalho remoto extraídas de todos os processos individuais dos servidores. Fonte: Elaborado pela autora (2021). A partir da pesquisa aplicada foi possível verificar que já existem discussões que propõem sistemas de avaliação de desempenho no teletrabalho. No primeiro (BARBOSA, 2020) e no segundo (NOWAK, 2018) trabalhos selecionados foi verificada uma boa aceitação do usoda ferramenta de gestão processual SEI por parte dos entrevistados. Outro dado interessante levantado a partir da primeira pesquisa (BARBOSA, 2020) diz respeito ao consenso de que poderia haver uma avaliação de desempenho de forma remota a partir de formulários no sistema. Na segunda pesquisa (NOWAK, 2018) os usuários argumentam que os formulários deveriam possuir algumas áreas de auto preenchimento pelo sistema com as informações já possuídas em base. Na terceira pesquisa (LOPES, 2019) foi possível verificar a avaliação de desempenho em uma ferramenta de teletrabalho diferente do SEI, que é utilizada pelo Ministério Público Federal, e apresenta a ideia de atribuições de atividades por parte da chefia a um servidor. A atividade atribuída pode ter delimitação de prazo para o seu cumprimento a critério da chefia, outro aspecto interessante diz respeito ao status da atividade que se modifica, conforme as ações do servidor: não iniciada, iniciada e finalizada. No último trabalho (CUNHA, 2019) vemos a ideia sugerida na primeira pesquisa (BARBOSA, 2020) sendo posta em prática a partir da avaliação de desempenho em formato remoto no SEI, com base no preenchimento de formulários por parte dos servidores que são gerados no sistema pelas chefias. Os dados coletados foram transportados para a plataforma de Business Intelligence (BI) Qliksense, onde foi possível desenhar indicadores de desempenho e de produtividade de todos os servidores. 43 A análise dos trabalhos possibilitou vislumbrar que embora já existam projetos de avaliação de desempenho no teletrabalho, estes não utilizam dados baseados naquilo que realmente é produzido pelos servidores e sim em cima da avaliação que estes fazem junto à chefia do seu trabalho, apresentando assim avaliações muito subjetivas daquilo que é feito, fato este que pode comprometer na avaliação de desempenho, conforme visto anteriormente. Nesse sentido, esta pesquisa se diferencia das demais como a de Cunha (2019), pois pretende construir indicadores com base na extração de dados objetivos de desempenho das tarefas que o servidor executa no sistema SEI, não propondo assim que essa construção de indicadores seja feita com base nos dados de formulários de autoavaliação preenchidos pelos servidores no SEI, o que poderia trazer subjetividade e falhas na avaliação de desempenho. Outro ponto de diferenciação diz respeito à tabulação desses dados, pois na pesquisa de Cunha (2019) esses dados foram transportados para um sistema de BI à parte, o Qliksense, e nesta pesquisa se propõe que a construção do dashboard seja feita dentro do próprio sistema SEI. Desse modo, esta pesquisa pretende trazer contribuições a lacunas encontradas na literatura empírica. 44 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este tópico trata dos procedimentos metodológicos que foram utilizados na construção da pesquisa. No Quadro 7 é apresentada uma síntese da estratégia de pesquisa que mostra a estrutura lógica de condução do processo de elaboração desta: Quadro 7 - Síntese da estratégia da pesquisa. Título O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) como ferramenta de avaliação de desempenho do servidor público federal no teletrabalho Problema de pesquisa Como o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) pode ser utilizado para avaliar o desempenho do servidor público federal em um contexto de trabalho remoto? Objetivo geral Analisar o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) para utilização na avaliação de desempenho do Servidor Público Federal. Objetivos específicos Coleta de dados Análise de dados Analisar abrangência e funcionalidades do SEI. Pesquisa documental. Análise documental. Definir indicadores de desempenho com base nos critérios de avaliação da 8.112/1990: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade. Pesquisa documental. Pesquisa bibliográfica. Análise documental. Construção de indicadores. Criar um modelo de dashboard de avaliação de desempenho do servidor público federal. Pesquisa documental. Pesquisa bibliográfica. Análise documental. Análise comparativa. Fonte: Elaborado pela autora (2021). 3.1 NATUREZA E CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA A natureza da pesquisa se constitui como aplicada, pois conforme cita Prodanov e Freitas (2013, p. 51) “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”. A abordagem se configura como quantitativa, pois utiliza dados quantificáveis para a construção de indicadores. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 69) esse tipo de pesquisa 45 [...] considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.). (PRODANOV, FREITAS, 2013, p. 69) Entretanto, a pesquisa também possui abordagem qualitativa, pois propõe uma análise documental descritiva do SEI, com detalhamento de suas funções a partir da observação da pesquisadora, conforme explica Prodanov e Freitas (2013, p. 70) “A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas”. A pesquisa se utilizou de procedimentos técnicos como pesquisa bibliográfica desenvolvida, conforme conceitua Gil (2002, p. 44) “com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” e documental conceituada pelo autor (2002, p. 45) como aquela que “vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa”. Os procedimentos metodológicos utilizados buscaram atingir o objetivo descritivo da pesquisa, mostrar como funciona o SEI, e o exploratório, que é expor como este software pode ser utilizado para formular indicadores de avaliação de desempenho no teletrabalho. 3.2 ABRANGÊNCIA DO ESTUDO E PLANO DE COLETA DE DADOS Essa pesquisa se aplica aos órgãos que utilizam o SEI e desenvolvem um trabalho remoto e abrange os servidores públicos federais integrantes da União. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) (2019), em 2019 os servidores públicos federais representavam 938,71 mil vínculos públicos, enquanto os estaduais representavam 3,45 milhões e 6,51 milhões de servidores municipais. Explica-se que, embora em menor número, os servidores públicos federais possuem uma legislação menos difusa que os demais servidores em outros níveis: estadual e municipal e por isso foram escolhidos como recorte da pesquisa, tendo em vista também que sua legislação pode se aplicar aos demais níveis e não o contrário. Para obtenção dos dados foram feitas pesquisas bibliográficas de modo livre e aplicado, como forma de embasar o conhecimento empírico, vislumbrado na execução da 46 pesquisa. Além disso, foi feita uma pesquisa documental com base na ferramenta de trabalho SEI utilizada pela administração pública. A técnica de coleta desses dados se deu a partir da captura de imagem das telas apresentadas pelo SEI durante o acesso de modo a sistematizar o funcionamento das ferramentas que são abarcadas pelo sistema, como forma de proteção dos dados, os números dos processos, os nomes dos servidores e os dados do setor específico dentro do qual foram elaboradas as imagens foram alterados e foram omitidos os CPFs dos usuários apresentados pelo sistema. As ferramentas utilizadas para alteração das imagens e elaboração do dashboard foram: Microsoft Paint e LibreOffice Calc. 3.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS A partir dos dados coletados durante o acesso foi possível fazeruma análise documental das tarefas dispostas no SEI. Em segundo momento, foi feita uma nova análise documental a partir da conceituação dos critérios de avaliação de desempenho: produtividade, capacidade de iniciativa, assiduidade, responsabilidade e disciplina. Essa conceituação serviu como base para o desenvolvimento dos indicadores de desempenho que pudessem viabilizar uma avaliação quantitativa do desempenho do servidor. Além disso, foi proposta também a validação qualitativa desses dados a partir de uma comissão de servidores. Após esse processo, foi feita uma nova análise documental dos dados produzidos de modo a propor a exposição deles em um modelo de dashboard, possibilitando assim uma análise comparativa dos dados obtidos a partir da avaliação de desempenho com base nos indicadores. 47 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Este tópico do trabalho de pesquisa busca apresentar os resultados encontrados no projeto de monografia desenvolvido, de forma alinhada aos objetivos propostos. A seguir serão apresentados os tópicos de funcionalidades do SEI e critérios de avaliação de desempenho na Lei nº 8112/1990, a partir dessas conceituações serão desenvolvidos os tópicos de adaptações das funcionalidades com base na Lei nº 8112/1990, proposição de indicadores de desempenho no SEI e do modelo de dashboard. 4.1 FUNCIONALIDADES DO SEI Este tópico tem como objetivo mapear e apresentar as funcionalidades do SEI, percebendo aquelas que podem ser realizadas pelo servidor no ambiente digital, sendo assim possível, a partir delas, desenvolver indicadores de avaliação de desempenho em formato remoto. 4.1.1 Tela de acesso ao sistema O cadastro de um novo usuário no SEI é feito através da solicitação de algum usuário que já tenha acesso ao sistema ou da própria chefia, que podem solicitar ao setor responsável pela gestão do SEI da unidade, o ingresso do novo usuário. O acesso a tela inicial, de controle de processos do SEI, se dá através do preenchimento do servidor com seu Cadastro de Pessoa Física (CPF) na aba de usuário; de seu password, que é gerado no cadastro e enviado para o seu e-mail, na aba de senha e da indicação de seu respectivo órgão de lotação na aba de órgão, com a opção de lembrar seus dados para acessos posteriores sem a necessidade de digitá-los novamente, conforme Figura 2: 48 Fonte: Elaborado pela autora a partir de captura de tela do SEI (2021). 4.1.2 Tela “Controle de Processos” Ao acessar o sistema o usuário entra na tela de controle de processos do SEI, conforme Figura 3, onde pode verificar suas principais funcionalidades resumidas em três abas principais: a barra de ferramentas, o menu principal e controle de processos onde o usuário consegue visualizar a árvore de processos recebidos, ao lado esquerdo, e gerados pela respectiva unidade, ao lado direito. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). 49 Nesta tela, na parte superior, é possível visualizar a barra de ferramentas no topo da página em azul, conforme Figura 4: Figura 4 - Barra de ferramentas. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). A barra de ferramentas abriga as funções: Para saber +, Menu, Pesquisa, Caixa de seleção da Unidade, Controle de processos, Novidades, Usuário, Configurações do Sistema e Sair do Sistema, descritas no Quadro 8: Quadro 8 - Funções da barra de ferramentas. Fonte: Elaborado e disponibilizado pelo portal Software Público.org1 1 Disponível em: https://softwarepublico.gov.br/social/sei/manuais/manual-do-usuario/2.-iniciando- operacoes-no-sei/. Acesso em: 30 ago. 2021. 50 Além da barra de ferramentas, é possível visualizar também na tela de controle de processos o Menu principal localizado à esquerda da tela, em cinza, conforme Figura 5: Figura 5 - Menu principal. Fonte: Elaborado pela autora a partir de captura de tela do SEI (2021). Neste menu é possível ter acesso à função de retornar à aba de controle de processos em “Controle de Processos”; iniciar um novo processo na aba “Iniciar Processo”; consultar processos da unidade com retorno programado em “Retorno Programado”; pesquisar por processos e documentos na aba “Pesquisa”; consultar uma base de conhecimento ou criar uma nova em “Base de Conhecimento”; consultar, criar, editar ou excluir um texto padrão a ser 51 utilizado em algum documento de forma recorrente na aba “Textos Padrão”; consultar, criar, editar ou excluir modelos de documentos favoritos a serem utilizados quando necessários em “Modelos Favoritos”; criar, editar ou excluir blocos de assinatura de modo que um determinado servidor possa assinar vários documentos ao mesmo tempo na aba de “Blocos de Assinatura”; criar, editar ou excluir blocos de reunião que possibilitam que uma unidade disponibilize processos para conhecimento de outras unidades que possam ter interesse sobre o processo em “Blocos de Reunião”; criar, editar ou excluir blocos internos para organização de processos na aba “Blocos Internos”; editar ou criar um novo contato no SEI de modo que este possa ter acesso ao SEI em “Contatos”; consultar ou remover processos do sobrestamento na aba de “Processos Sobrestados”; criar, editar ou excluir grupos de acompanhamento especial em “Acompanhamento Especial”; criar, editar, excluir ou desativar marcadores na aba de “Marcadores”; consultar pontos de controle de um determinado processo, ou seja, seu fluxo em “Pontos de Controle”; consultar estatísticas da unidade de desempenho processual a partir do submenu “Estatísticas” e suas abas “Unidade” e “Desempenho de Processos”; e criar, editar, excluir ou consultar no submenu “Grupos” os grupos de contatos relacionados a unidade em sua aba “Contatos”, grupos de e-mail relacionados a unidade em sua aba “E-mail” e grupos de envio em sua aba “Envio”. A aba seguinte de Controle de Processos abriga as funções de Enviar Processo, Atualizar Andamento, Atribuição de Processos, Incluir em Bloco, Sobrestar Processo, Concluir Processo nesta Unidade, Anotações, Incluir Documento e Gerenciar Marcador, conforme Figura 6: Figura 6 - “Controle de Processos”. Fonte: Elaborado pela autora a partir de captura de tela do SEI (2021). As funções acima estão descritas e detalhadas no Quadro 9: 52 Quadro 9 - Funções de “Controle de Processos”. Fonte: Adaptado pela autora a partir do manual do SEI (2015).2 Existe também uma função adicional em casos em que a unidade comporte processos de nível sigiloso, nestes casos aparecerá também ao lado dos ícones elencados acima o ícone de Processos com Credencial de Acesso nesta Unidade, especificado no Quadro 10: 2 Disponível em: https://softwarepublico.gov.br/social/sei/manuais/manual-do-usuario/2.-iniciando- operacoes-no-sei/. Acesso em: 30 ago. 2021. 53 Quadro 10 - Função para processos sigilosos. Fonte: Adaptado pela autora a partir do manual do SEI (2015).3 Outra função localizada na tela de processos é a visualização dos processos da unidade, nesta sessão é possível verificar a quantidade de registros de processos recebidos e gerados pela unidade, que estão localizados nela, conforme Figura 7: Figura 7 - Árvore de processos. Os processos que ainda não foram recebidos por algum servidor da unidade são sinalizados na cor vermelha, os que já foram recebidos ficam sinalizados na cor preta e os que foram acessados recentemente na cor azul, conforme Figura 8: 3 Disponível em: https://softwarepublico.gov.br/social/sei/manuais/manual-do-usuario/2.-iniciando- operacoes-no-sei/. Acesso em: 30 ago. 2021. 54 Figura 8 - Sinalização de processo não recebido, recebido e acessado recentemente. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). A árvore possibilita ainda ao usuário fazer umafiltragem de visualização dos processos, através da qual é possível verificar somente os processos que estão atribuídos ao seu CPF, visualizar processos por marcadores específicos ou ainda fazer uma visualização detalhada de processos: Figura 9 - Visualização de processos com atribuição, por marcadores e de forma detalhada. Na visualização de processos por atribuição é possível verificar todos os processos que estão sob a responsabilidade do usuário, ao clicar é feita uma filtragem da seguinte forma: Figura 10 - Visualização de processos com atribuição. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). Na visualização por marcadores é possível filtrar os processos apenas por determinado marcador, ou seja, por temática específica, conforme Figura 11: 55 Figura 11 - Visualização de processos por marcador. Fonte: Elaborado pela autora a partir de captura de tela do SEI (2021). Ao clicar no número de processos de um marcador específico é possível filtrar todos os processos relacionados a mesma temática: Figura 12 - Visualização de processos por marcador específico. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). Na visualização detalhada é possível ver os tipos de todos os processos da árvore, ver processos atribuídos a determinado servidor e os seus interessados, seja um setor, pessoa física ou até mesmo uma empresa: 56 Figura 13 - Visualização de processos de forma detalhada. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). Além dessas funcionalidades, o SEI também oferece algumas simbologias informativas que indicam o nível de sigilo dos processos, indicação de se ele possui data de retorno programado - quando a unidade que o enviou estipula uma data para o seu retorno - se o retorno programado já excedeu do prazo, se há documento do processo que foi publicado, se foi inserido um documento dentro do processo ou assinado, além de oferecer indicativos de anotações simples, com prioridade e se há documentos sigilosos a serem assinados dentro do processo, conforme Quadro 11: 57 Quadro 11 - Funções das simbologias. Fonte: Adaptado pela autora a partir do SEI, manual do SEI (2015) e material disponível no portal Software Público.4 4 Disponível em: https://softwarepublico.gov.br/social/sei/manuais/manual-do-usuario/2.-iniciando- operacoes-no-sei/. Acesso em: 31 ago. 2021. 58 4.1.3 Tela do processo Após verificar as funções da tela de controle de processos referentes aos trâmites processuais, é necessário conhecer as funcionalidades internas do processo, que aparecem quando o processo é clicado pelo usuário para consulta, abaixo é possível ver a imagem interna do processo quando este é consultado. Nesta tela do processo algumas funções explicitadas anteriormente aparecem novamente como Enviar Processo, Atualizar Andamento, Atribuição de Processos, Incluir em Bloco, Sobrestar Processo, Concluir Processo nesta Unidade, Anotações, Incluir Documento e Gerenciar Marcador, entretanto aparecem outras funções novas como é possível ver na Figura 14: Figura 14 - Tela do processo. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). As novas funções da tela do processo que não aparecem na tela de controle de processos do SEI podem ser visualizadas abaixo: 59 Figura 15 - Funcionalidades adicionais da tela do processo. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). As funcionalidades Incluir Documento Interno e Externo, Iniciar Processo Relacionado, Consultar/alterar processo, Acompanhamento Especial, Ciência, Duplicar processo, Enviar Correspondência Eletrônica, Relacionar processos, Gerenciar Disponibilização de Acesso Externo, Anexar Processo, Gerar arquivo PDF do processo, Gerar arquivo ZIP do processo, Controle de Processos e Pesquisa no Processo, estão descritas no Quadro 12: 60 Quadro 12 - Funções adicionais da tela do processo. Fonte: Adaptado pela autora a partir do SEI, manual do SEI (2015) e material disponível no portal Software Público.5 5 Disponível em: https://softwarepublico.gov.br/social/sei/manuais/manual-do-usuario/2.-iniciando- operacoes-no-sei/. Acesso em: 31 ago. 2021. 61 Ao clicarmos em um processo de nível sigiloso ainda existem duas funções adicionais que aparecem, funções estas explicitadas no Quadro 13: Quadro 13 - Funções adicionais da tela do processo para processos sigilosos. Público.6 4.1.4 Tela do documento Ao clicarmos em um documento gerado dentro do processo é possível visualizar a tela do documento onde aparecem funções que já foram citadas anteriormente e outras relacionadas ao próprio documento, no caso de documentos internos, gerados no SEI, essas funções podem ser localizadas na aba direta, conforme Figura 16: 6 Disponível em: https://softwarepublico.gov.br/social/sei/manuais/manual-do-usuario/2.-iniciando- operacoes-no-sei/. Acesso em: 31 ago. 2021. 62 Figura 16 - Tela do documento interno. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). Nesta tela do documento aparecem algumas ferramentas já explicitadas anteriormente como: Acompanhamento Especial, Enviar Processo, Atualizar Andamento, Enviar Documento por Correio Eletrônico, que possui nomenclatura diferente da anterior Enviar Correspondência Eletrônica, mas possui mesma funcionalidade e Concluir Processo nesta Unidade. E outras novas funcionalidades como é possível ver na Figura 17: Figura 17 - Funcionalidades adicionais da tela do documento. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). Embora os símbolos sejam similares, as funcionalidades que aparecem nesta tela são relacionadas, não mais ao processo de forma global, e sim ao documento específico dentro dele que foi selecionado. As funções elencadas acima são respectivamente: Consultar/ Alterar Documento, Ciência, Editar Conteúdo, Assinar Documento, Gerenciar Liberações para Assinatura Externa, Incluir em Bloco de Assinatura, Cancelar Documento, Adicionar aos Modelos Favoritos, Versões do Documento, Gerar Circular, Imprimir Web e Excluir. Funções estas detalhadas no Quadro 14: 63 Quadro 14 - Funções da tela do documento interno. Fonte: Adaptado pela autora a partir do SEI, manual do SEI UFRJ (2015) e material disponível no portal Software Público.7 7 Disponível em: https://softwarepublico.gov.br/social/sei/manuais/manual-do-usuario/2.-iniciando- operacoes-no-sei/. Acesso em: 31 ago. 2021. 64 Ao clicarmos em um documento externo, que foi gerado fora do SEI, e inserido dentro do processo aparecem as funções de: Consultar/ Alterar Documento, Acompanhamento Especial, Ciência, Enviar Processo, Atualizar Andamento, Enviar Documento por Correio Eletrônico, Cancelar Documento, Excluir e Concluir Processo nesta Unidade: Figura 18 - Tela do documento externo. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). Por ser criado fora do sistema SEI, o documento externo não possui as mesmas ferramentas do documento interno. Ele não pode ser assinado eletronicamente, editado em seu conteúdo e utilizado como modelo padrão, por isso seu quadro de funcionalidades é resumido e conta apenas com alterações em sua tipologia e titulação e possibilidades de ciência, de envio, cancelamento ou de exclusão. As funções ou “tarefas” como serão apresentadas adiante, nesta pesquisa, evidenciam dados relevantes a respeito das atividades do servidor no sistema e têm o potencial de mostrar o seu desempenho no ambiente remoto. Desse modo, a partir da quantificação de execução de tarefas por parte do servidor, será proposta a construção de indicadores para a avaliação de desempenho no ambiente de teletrabalho. 65 4.2 CONSTRUÇÃO DE INDICADORESDE DESEMPENHO NO AMBIENTE DE TELETRABALHO SEI COM BASE NOS CRITÉRIOS DA LEI 8.112/1990. Após a descrição do funcionamento do SEI, pretende-se neste item apresentar a definição dos critérios de desempenho da legislação, além dos ajustes necessários dentro do SEI para que sejam construídos indicadores de desempenho com base nos critérios supramencionados. 4.2.1 Critérios de avaliação de desempenho na Lei nº 8112/1990 A Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 que regulamenta o regime jurídico dos servidores públicos civis da União estipula em seu Art. 20. alguns critérios de desempenho a serem seguidos pelos servidores em estágio probatório, estes critérios devem ser avaliados não só neste período como também após o seu término de forma periódica, conforme cita o texto legal: Art. 20 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (Vide EMC nº 19) I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade. § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008). (BRASIL, 1990) Tais parâmetros previstos na legislação para serem aplicados necessitam de compreensão do seu real significado. Segundo Costa et al. (2017) para avaliação do estágio probatório dos servidores federais os critérios de avaliação de desempenho podem ser conceituados conforme descrito no Quadro 15. 66 Quadro 15 - Conceituação dos critérios de desempenho. Fatores de desempenho Assiduidade Avalia a frequência diária do servidor. Disciplina Avalia o comportamento do servidor quanto aos aspectos de observância aos regulamentos e à chefia. Capacidade de Iniciativa Avalia a capacidade do servidor em tomar providências por conta própria dentro de suas competências. Produtividade Avalia o volume e a qualidade do trabalho produzido pelo servidor e o atendimento aos prazos estabelecidos. Responsabilidade Avalia se o servidor assume as tarefas que lhe são propostas, de maneira a responder pelos resultados, considerando as possíveis dificuldades. Fonte: Elaborado a partir de Costa et al. (2017). Através da conceituação é possível delimitar o real significado destes parâmetros, sendo assim possível desenhar indicadores para mensurá-los. 4.2.2 Adaptações das funcionalidades e viabilidades da construção de indicadores de desempenho Atualmente, o SEI comporta algumas estatísticas de dados de desempenho relacionados aos processos, aos documentos e aos tempos de tramitação de processos em seu menu principal. Ao clicar na aba Estatísticas é possível acessar no submenu “Unidade” quantidades de: a) processos gerados no período (por tipo) b) processos com tramitação (em trâmite) no período c) processos com andamento fechado (concluído) na unidade ao final do período d) processos com andamento aberto (em trâmite) na unidade ao final do período e) tempo médio de tramitação no período f) documentos gerados no período (por tipo) g) documentos gerados no período 67 Enquanto no submenu “Desempenho de processos” é possível consultar: a) Os tempos médios de trâmite de tipos de processos determinados em um órgão e período do tempo selecionados. Embora esses dados ofereçam uma boa ideia da quantidade de processos e documentos produzidos pela unidade e da quantidade de processos que passaram pela unidade, além de tempos de trâmite processual, não é possível, através deles, visualizar indicadores de desempenho da unidade e individuais, principalmente, no que diz respeito às tarefas de uma maneira mais ampla e não somente a criação de documentos e processos. Existem, no menu principal, cerca de dezenove tarefas relacionadas ao processo que se somam às vinte e cinco tarefas que podem ser visualizadas na tela de controle de processos e ao clicarmos no processo, conforme visto anteriormente e sintetizado na Figura 19. Figura 19 - Tarefas relacionadas ao processo. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). Neste quadro e no menu principal não foi contabilizada a função de retorno à tela inicial de controle de processos, por não se tratar de uma função relacionada ao processo e 68 sim de sistema. Além destas, existem onze tarefas relacionadas ao documento especificamente, conforme Figura 20. Figura 20 - Tarefas relacionadas ao documento. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). Todas as cerca de cinquenta e cinco tarefas relacionadas ao processo e ao documento não podem ser atribuídas de forma direta a um servidor por não existir atribuição de tarefa, apenas de processo. Deste modo, se perde no sentido de não poder responsabilizar o servidor por uma tarefa específica, o que traria maior controle daquilo que lhe é atribuído e daquilo que ele viesse a cumprir. Ponto este que reflete inclusive em outros critérios de avaliação como a produtividade e a capacidade de iniciativa, afinal com a atribuição de tarefa é possível mensurar tudo aquilo que o servidor produz não somente documentos e processos como também perceber quais são as atividades que ele inicia sem que lhe sejam atribuídas, o que traria indicativos de iniciação de tarefa sem nenhum tipo de atribuição e uma maior capacidade de iniciativa. Neste sentido, seria interessante que a função de atribuição de processos fosse adaptada de modo que fosse possível vincular uma tarefa específica dentro de um processo a um servidor, sendo, consequentemente, este processo atribuído ao servidor junto à tarefa, possibilitando assim um maior controle sobre as atividades do servidor. Outro aspecto relevante que deveria ser mostrado pelo sistema diz respeito aos dados que o sistema já mostra referentes à unidade, sendo especificados por servidor tais como: processos gerados no período pelo servidor, podendo ser especificado por tipo, processos tramitados pelo servidor no período, processos concluídos pelo servidor no período, processos reabertos pelo servidor no período, documentos gerados no período pelo servidor, podendo ser especificado por tipo e tempo médio de trâmite processual, além dos documentos concluídos e do tempo médio de execução da tarefa que não é mostrado no sistema. 69 Ademais, o sistema também poderia mostrar a quantidade de tarefas atribuídas ao servidor, a quantidade de tarefas atribuídas ao servidor que foram concluídas, a quantidade de tarefas sem atribuição ao servidor que foram concluídas, a quantidade de tarefas iniciadas pelo servidor sem atribuição, a quantidade de tarefas iniciadas pelo servidor com atribuição, o tempo em segundos que o servidor está logado no SEI, o tempo em segundos da carga horária do servidor, o tempo em segundos que o servidor está executando tarefas no SEI, a quantidade de processos em que o servidor tenha vinculado uma base de conhecimento, a quantidade de processos em que o servidor tenha executado no mínimo uma tarefa, inclusive gerá-lo, a quantidade de documentos normais concluídos, o tempo em dias que o servidor está executando documentos normais no SEI, a quantidade de documentos com parecer concluídos e o tempo em dias que o servidor está executando documentos com parecer no SEI, dados estes quepoderiam contribuir na construção de indicadores como veremos adiante. 4.2.3 Construção de indicadores de desempenho Para a formulação dos indicadores é necessário se construir uma métrica de avaliação que pode ser baseada em um índice de base 100, para Francischini e Francischini (2017, p. 280) “este tipo de índice mede a evolução do valor de uma variável obtida em uma data-base (na data-base, I=100). A expressão matemática que descreve o cálculo de um índice base 100 é dado por: In = (Valor data N/Valor data - base)*100”. Como pretende-se obter uma escala de notas mais próxima de uma realidade acadêmica de 1 a 10, considerando notas acima de 5 um desempenho acima da média, será utilizada uma base 10. 4.2.3.1 Responsabilidade A partir da adaptação seria possível construir um indicador de responsabilização, percebendo o conceito analisado anteriormente a respeito do critério de responsabilidade do servidor: “avalia se o servidor assume as tarefas que lhe são propostas, de maneira a responder pelos resultados, considerando as possíveis dificuldades.” Esse indicador seria desenhado da seguinte forma: = (Quantidade de tarefas atribuídas ao servidor que foram concluídas / Quantidade de tarefas atribuídas ao servidor)*10 (1) 70 A exemplo podemos pensar que dentro do período de um mês tenham sido atribuídas cerca de 70 tarefas a um servidor e dentro dessas tarefas tenham sido cumpridas 40, então o indicador resultaria em = (40/70)*10 => 5,71 ou seja uma nota acima de mais da metade das tarefas, representando que o servidor se responsabilizou efetivamente em termos percentuais por 57,1% das tarefas que lhe foram responsabilizadas. 4.2.3.2 Capacidade de iniciativa Outro indicador que seria passível de ser construído diz respeito à capacidade de iniciativa do servidor, lembrando que esse critério Avalia a capacidade do servidor em tomar providências por conta própria dentro de suas competências. Esse indicador poderia ser construído da seguinte forma: = (Quantidade de tarefas iniciadas pelo servidor com atribuição / Quantidade de tarefas atribuídas ao servidor)*10 (2) A exemplo podemos pensar que dentro do período de um mês tenham sido iniciadas pelo servidor com atribuição 60 tarefas e tenham sido atribuídas ao servidor 70 tarefas = (60/70)*10 => 8,57 ou seja uma nota acima de mais da metade das tarefas, representando que o servidor teve a capacidade de iniciar em termos percentuais 85,71% das tarefas que estavam dentro de suas competências. 4.2.3.3 Assiduidade Além desses indicadores também poderia ser desenhado um indicador para mensurar a assiduidade do servidor que Avalia a frequência diária do servidor. Esse indicador poderia ser calculado de duas formas, a depender daquilo que se entende como frequência: = (Tempo em segundos que o servidor está logado no SEI / Tempo em segundos da carga horária do servidor)*10 (3) A exemplo podemos pensar que dentro do período de um mês o servidor esteve logado no SEI durante 400.540 segundos e sua carga horária seja de 518.400 segundos, então o indicador resultaria em = (400.540/518.400)*10 => 7,72 ou seja uma nota acima de mais da 71 metade de sua carga horária, representando que o servidor teve a assiduidade em termos percentuais 77,2% de sua carga horária. Embora seja um modo de calcular a assiduidade do servidor o indicador acima pode não representar precisamente a frequência do servidor, afinal o servidor pode estar logado ao SEI sem executar tarefas então, um outro modo mais rígido de se construir esse indicador diz respeito a considerar somente os segundos em que o servidor estiver executando uma tarefa, ou seja seu tempo útil: = (Tempo em segundos que o servidor está executando tarefas no SEI / Tempo em segundos da carga horária do servidor)*10 (4) A exemplo podemos pensar que dentro do período de um mês o servidor esteve executando tarefas no SEI durante 340.432 segundos e sua carga horária seja de 518.400 segundos, então o indicador resultaria em = (340.432/518.400)*10 => 6,56 ou seja uma nota acima de mais da metade de sua carga horária, representando que o servidor teve a assiduidade em termos percentuais 65,6% de sua carga horária. Cabe ressaltar, ainda, que o tempo dedicado pelo servidor ao desenvolvimento de atividades realizadas em outras ferramentas também não seria captado pela medida proposta. 4.2.3.4 Produtividade No que diz respeito à produtividade esta pode ser representada através de dois indicadores, lembrando que este critério pode ser conceituado como Avalia o volume e a qualidade do trabalho produzido pelo servidor e o atendimento aos prazos estabelecidos. Salienta-se que na construção desse indicador não será considerado, em um primeiro momento, a qualidade que será objeto de análise posterior, através de uma comissão proposta para esse fim. Desse modo, a construção do indicador proposto se dará do seguinte modo: = (Quantidade de tarefas atribuídas ao servidor que foram concluídas + Quantidade de tarefas sem atribuição ao servidor que foram concluídas / Quantidade de tarefas iniciadas pelo servidor sem atribuição + Quantidade de tarefas iniciadas pelo servidor com atribuição) *10 (5) 72 A exemplo podemos pensar que dentro do período de um mês tenham sido atribuídas ao servidor 40 tarefas que foram concluídas e tenham sido concluídas sem atribuição 30 tarefas, além disso o servidor tenha iniciado sem atribuição 50 tarefas e com atribuição 60 tarefas, então o indicador resultaria em = (40+30/50+60)*10 => 6,36 ou seja uma nota acima de mais da metade das tarefas, representando que o servidor teve produtividade em termos percentuais de executar 63,6% das tarefas. Neste ponto é interessante perceber que a critério da gestão podem ser atribuídos pesos para algumas tarefas, tendo em vista que existem tarefas como a produção de um documento interno, a exemplo da construção de um termo de referência, que serão mais pesadas do que tarefas mais simples como a assinatura de um documento, entretanto neste trabalho pretende- se apenas dar uma ideia base de como se construir tais indicadores de desempenho, não se aprofundando nesta temática. Além de considerar as tarefas produzidas é interessante perceber se o servidor está utilizando seu tempo de forma produtiva para isso faz-se necessário considerarmos os segundos úteis de seu trabalho: = (Tempo em segundos que o servidor está executando tarefas no SEI / Tempo em segundos que o servidor está logado no SEI)*10 (6) A exemplo podemos pensar que dentro do período de um mês o servidor esteve executando tarefas no SEI durante 340.432 segundos e o tempo que esteve logado no SEI foi de 400.540 segundos, então o indicador resultaria em = (340.432/400.540)*10 => 8,49 ou seja uma nota acima de mais da metade de sua carga horária, representando em termos percentuais que em 84,9% do tempo que esteve logado no SEI o servidor estava executando alguma tarefa. É importante salientar que pode-se também avaliar a produtividade no que diz respeito ao tempo de execução de um documento, porém seria necessário a estipulação de um tempo padrão para isso, sendo necessário utilizar como base os tempos previstos na Lei nº 9784/1999 do processo administrativo. A referida Lei em seu Capítulo VIII - Da forma, tempo e lugar dos atos do processo determina em seu Art. 24. que: Art. 24 Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.(BRASIL, 1999) 73 Esta Lei discrimina também em seu Art. 42. que “Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.” Desse modo, para construir esse outro indicador de produtividade, tendo em vista que a construção de documentos dentro do processo envolve atos administrativos, seria necessário considerar os tempos previstos na legislação e documentos normais e documentos com parecer: = (Quantidade de documentos normais concluídos / Tempo em dias que o servidor está executando documentos normais no SEI) (7) = (Quantidade de documentos com parecer concluídos / Tempo em dias que o servidor está executando documentos com parecer no SEI) (8) Utilizando como base a legislação de trâmites processuais esse indicador poderia ter limite de 5 dias para documentos normais e 15 dias para documentos com pareceres. A exemplo podemos pensar que dentro do período de um mês o servidor executou 60 documentos normais em 30 dias, então o indicador resultaria em = (60/30) => 2 documentos por dia, ou seja, indicando que o servidor conseguiu executar em média 1 documento normal em menos de cinco dias. No caso de documentos com parecer podemos pensar como exemplo que dentro do período de um mês o servidor executou 5 documentos com parecer em 15 dias, então o indicador resultaria em = (5/15) => (1/3) 1 documento a cada 3 dias, ou seja, indicando que o servidor conseguiu executar em média 1 documento com parecer em menos de 20 dias. 4.2.3.5 Disciplina Um dos indicadores mais complexos de avaliar diz respeito à disciplina porque esta Avalia o comportamento do servidor quanto aos aspectos de observância aos regulamentos e à chefia desse modo, é perceptível que em um ambiente remoto esse indicador se torna bastante comprometido, afinal não existe um relacionamento direto entre chefia e servidor de maneira que este siga as normas previstas em regulamentos da instituição e seu chefe o avalie, outro ponto é que em ambiente remoto o servidor está trabalhando em casa então essa realidade pode não se aplicar em muitos pontos ao regulamento da instituição. 74 Entretanto, ainda é possível no ambiente de trabalho remoto avaliar se o servidor se preocupa com leis, normas e regulamentos que regem o processo, afinal todo processo deve possuir uma base de conhecimento. Segundo o portal SEI da UFSCAR a base de conhecimento é o local onde se encontra o manual passo a passo do tipo de processo que você está utilizando. Normalmente, a base de conhecimento deve conter os principais tópicos para se compreender um tipo de processo, que são: 1 Descrição do Processo, que explica sucintamente o objetivo do processo. 2 Fluxo do Processo, incluindo descrição e fluxograma. 3 Agentes do Processo, ou seja, as pessoas ou entidades com funções determinadas no processo. 4 Condições e Pré-requisitos do Processo, que apresenta os aspectos essenciais que devem ser observador para que o processo se realize. 5 Documentos Necessários, que apresenta os tipos ou modelos de documentos que devem ser utilizados no processo. 6 Base Legal, que indica as leis, normas e regulamentos que regem o processo. (PORTAL SEI UFSCAR, 2021) Nesse sentido pode-se construir dois indicadores a partir da quantidade de bases de conhecimento geradas e vinculadas pelo servidor, no caso das bases já existentes: = (Quantidade de processos em que o servidor tenha vinculado uma base de conhecimento / Quantidade de processos em que o servidor tenha executado no mínimo uma tarefa, inclusive gerá-lo)*10 A exemplo podemos pensar que dentro do período de um mês o servidor tenha vinculado 10 bases de conhecimento e tenha executado tarefas em 12 processos, o indicador resultaria em = (10/12)*10 => 8,33 ou seja uma nota acima de mais da metade dos processos, representando em termos percentuais que em 83,3% dos processos que iniciou ou executou alguma tarefa, vinculou uma base de conhecimento. 4.2.4 Validação qualitativa da avaliação de desempenho Embora a avaliação com indicadores nos dê uma análise quantitativa daquilo que é realizado pelo servidor é necessário que seja feita uma análise qualitativa de modo a validar o que foi mensurado pelos indicadores. Afinal, existe a possibilidade de burla aos indicadores, seja na criação de processos sem fundamento ou de documentos desnecessários, por isso, assim como previsto na Lei nº 8112/90, é necessário que uma comissão avalie aquilo que foi feito pelo servidor de modo a validar suas pontuações. 75 É necessário também uma análise qualitativa para avaliação do indicador de produtividade, tendo em vista que a análise quantitativa mostra apenas o volume processual do trabalho do servidor, não demonstrando a qualidade relacionada a execução de tarefas. Desse modo, se torna imprescindível a formação de uma comissão para avaliação qualitativa de algumas atividades do servidor, a exemplo da elaboração de documentos. Outro aspecto a ser observado diz respeito ao viés de avaliação de desempenho escolhido nesta pesquisa, de resultados e metas, que limita o olhar dessa ferramenta por parte dos avaliadores a outros vieses como o de desenvolvimento pessoal e de comportamento do servidor. Este fato faz com que a comissão foque no viés dos resultados aferidos a partir dos dados coletados no SEI. Entretanto salienta-se que o conceito de avaliação de desempenho é limitado e, atualmente, se fala em Gestão de Desempenho para Fetzner, Oltramari e Olea (2010, p. 978) “o conceito de gestão em lugar de avaliação enfatiza a ideia de que o desempenho envolve planejamento, acompanhamento e avaliação”. Para Aranha (2010) a “avaliação de desempenho” busca monitorar, formalizar, mensurar o desempenho do colaborador e a “gestão de desempenho” incorpora a avaliação de desempenho, fazendo uso de seus resultados para munir os demais processos de modo a obter a melhoria de desempenho do funcionário e da organização, conceito este corroborado por Marras (2012, p. 4) que afirma que a “gestão de desempenho é um acompanhamento sistemático do desempenho das pessoas no trabalho”. Faz-se necessário também analisar a maturidade da organização e de sua cultura organizacional, pois é a partir da análise desse nível de maturidade que será possível vislumbrar qual será o modelo de avaliação de desempenho mais adequado a ser adotado pela organização: 90º, 180º ou 360º e como esse processo será conduzido pela organização, inclusive no que diz respeito a exposição dos dados coletados, as vantagens e desvantagens de cada um desses modelos, conforme demonstrado no Quadro 3, e de como será feito o feedback. Além disso, deve-se observar a natureza das tarefas, considerando que existem níveis de complexidade e tarefas diferentes para cada servidor. Nesse sentido, se propõe à criação de pesos para as tarefas, a partir da percepção dos níveis de complexidade, fazendo assim com que algumas tarefas, à critério da comissão, recebam um peso diferenciado, implicando ao servidor uma maior pontuação. Desse modo, torna-se imprescindível uma comissão que avalie por fim o relatório daquilo que foi mensurado pelos indicadores como forma de controle e de avaliação daquilo que realmente foi realizado pelo servidor. 76 4.3 MODELO DE DASHBOARD DE INDICADORES DE DESEMPENHO NO TELETRABALHO. Para avaliar o servidor individualmente com base em todos os critérios vistos, de modo mais visível, é necessário a construção de um dashboard que possibilite ao servidor e a sua chefia imediata a consulta e o monitoramento de suas respectivas médias. Através da ferramenta o gestor pode inclusive avaliar setores de forma coletiva, fazendo o levantamento dos dados individuaisdos servidores e comparando-os, quando as suas funções foram compatíveis. O acesso ao dashboard pode ser construído juntamente aos submenus da aba de estatísticas com as respectivas informações referentes às atividades do servidor. O painel pode ser utilizado como ferramenta de autoavaliação do servidor, de modo não punitivo, incentivando-o a melhorar continuamente e acompanhar o seu desempenho histórico e sua curva de aprendizado ao longo de sua jornada no serviço público. A depender da maturidade da cultura organizacional da instituição os dados coletados na avaliação de desempenho podem ou não ser expostos publicamente. No dashboard seria possível acessar todos os indicadores individuais de rendimento do servidor, como também tabelas e o gráfico de barras, mostrando a comparação entre os indicadores e possíveis desvios do valor médio de notas, o que indicaria as notas que necessitassem de melhoria ou apresentassem um bom resultado, conforme Figura 21: Figura 21 - Modelo de dashboard de avaliação de desempenho. Fonte: Elaborado pela autora a partir de adaptação de captura de tela do SEI (2021). 77 No modelo de dashboard proposto na Figura 21 encontram-se as tabelas e os dados referentes ao desempenho individual do servidor. Na tabela “Indicadores” é possível visualizar indicadores de: responsabilidade, capacidade de iniciativa, produtividade (tarefa), produtividade (tempo), assiduidade (tempo logado), assiduidade (tempo útil) e disciplina. É possível verificar também uma média das notas dos indicadores em um círculo que dependendo da nota pode variar entre as cores: verde e vermelho, sendo verde a partir da nota cinco em diante e vermelho para notas abaixo de cinco, além disso existe um gráfico em barras que exibe as notas dos indicadores lado a lado como forma de comparação entre os indicadores. Na tabela “Tarefas” é possível visualizar a quantidade de tarefas: atribuídas, com atribuição concluídas, sem atribuição concluídas, iniciadas sem atribuição e iniciadas com atribuição. Na tabela “Documentos” é possível consultar a quantidade de documentos: gerados, concluídos, normais e com parecer; e na tabela “Documentos concluídos/dia” é possível visualizar a quantidade de documentos normais e com parecer concluídos por dia. Além disso, é possível consultar na tabela “Processos” a quantidade de processos: gerados, tramitados, concluídos, reabertos, processos vinculados a base de conhecimento e processos com uma tarefa executada (no mínimo); e verificar na tabela “Tempos” a quantidade de tempo do servidor no SEI, tempo de sua carga horária, tempo executando tarefas, tempo médio de execução da tarefa, tempo médio de trâmite processual, tempo executando documentos normais e com parecer. A partir do dashboard seria possível gerar um relatório de avaliação de desempenho para ser entregue para a validação dos gestores com o detalhamento das respectivas tarefas. Salienta-se que, atualmente, os dados existentes no sistema se encontram vinculados à unidade como um todo e a maioria, com exceção dos tempos de trâmite processuais da unidade, não se constituem como dados processados, pois representam apenas quantitativos soltos da unidade que se não forem relacionados a quantitativos passados e processados em forma de indicadores, não serão úteis ao gestor para mensurar o desempenho da unidade. Outro aspecto é que embora seja interessante fazer uma análise da unidade, deve-se priorizar a avaliação do desempenho individual do servidor, porque a melhoria dos desempenhos individuais trará, consequentemente, melhorias para o desempenho da unidade. Desse modo, faz-se necessário que os quantitativos que já são expressos pelo SEI para unidade sejam, do mesmo modo, evidenciados para o desempenho individual dos servidores. 78 Além disso, é fundamental fazer o levantamento de outros dados referentes à tarefa, percebendo a sua importância enquanto dado qualitativo para avaliação do servidor, além da relevância de sua atribuição ao servidor. Faz-se necessário considerar todas as variáveis relacionadas a ela, controlando suas execuções, tempos e demais variáveis, para, por fim, construir indicadores baseados nestes dados, pois estes, por mais que ofereçam algum indicativo de produção, precisam ser processados para que se transformem em uma informação útil para o gestor e, posteriormente, validados através de uma análise qualitativa. 79 5 CONCLUSÃO A presente pesquisa se propôs a responder o seguinte questionamento: como o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) pode ser utilizado para avaliar o desempenho do servidor público federal em um contexto de trabalho remoto? Para isso, buscou-se desenhar indicadores através do sistema que pudessem avaliar o servidor a partir dos critérios previstos no regime jurídico do servidor público federal: responsabilidade, produtividade, capacidade de iniciativa, assiduidade e disciplina. A pesquisa também se propôs a formular um modelo de dashboard para consulta das informações coletadas, através dos indicadores, aos servidores e aos gestores por meio de relatórios gerados através do SEI, que mostram detalhamentos dos indicadores que serão utilizados na avaliação qualitativa. A partir do projeto foi possível propor indicadores para todos os critérios previstos na Lei nº 8112/1990, tendo em vista que o SEI já apresenta uma proposta nesse sentido, que não contempla indicadores de desempenho individuais. Desse modo, considerando-se necessária uma grande quantidade de ajustes nas funcionalidades do SEI, buscou-se propor a construção de uma ferramenta gerencial para o controle da avaliação de desempenho dos servidores em formato remoto, através do sistema supracitado. Uma das limitações encontradas na parte metodológica da pesquisa relacionou-se à possibilidade de burla dos indicadores, através da execução de tarefas desnecessárias, como forma de aumentar as notas dos critérios. Desse modo, buscou-se propor uma validação dos dados através de uma avaliação qualitativa dos gestores em cima dos dados coletados, tendo em vista que no regimento jurídico se propõe uma comissão para avaliação de desempenho do servidor. Nesse sentido, encontrou-se também como limitação a estipulação de tempos para algumas tarefas que não estão vinculadas diretamente à construção de documentos e que não podem ter como base o tempo de tramitação dos processos. Essas tarefas não possuem um tempo estipulado padrão para avaliação, sendo assim difícil executar o controle de seus tempos de execução. Além disso, foi percebida a necessidade de atribuir pesos às tarefas, pois algumas terão um nível de dificuldade maior do que outras, aspecto este que não foi abordado nesta pesquisa e que pode ser objeto de estudo de trabalhos posteriores como forma de aprimorar os indicadores de desempenho e avaliação de desempenho proposta. 80 Ademais essa pesquisa encontrou algumas limitações como: impossibilidade de acesso a equipes técnicas de TI para análise de viabilidade das mudanças no SEI, dificuldade de realização de entrevistas com gestores e servidores usuários do SEI como forma de coletar dados para atribuição de pesos as tarefas de acordo os níveis de dificuldades que fossem aferidos e dificuldade na descrição de algumas tarefas no SEI que são pouco utilizadas em alguns órgãos como as relacionadas a processos sigilosos. Desse modo, ressalta-se a necessidade de pesquisas futuras com o intuito de estudar os pesos das tarefas do sistema e desenvolver uma metodologia de avaliação de desempenho a partir dos indicadores vislumbrados nesta pesquisa, através de estudos de caso que possam aferir as contribuições práticas por meio de simulações de um sistema gerencial de avaliaçãode desempenho do servidor em ambiente de teletrabalho. 81 REFERÊNCIAS ALVES, Filipe Teixeira. Avaliação de desempenho na administração pública. Revista Ciências Gerenciais, Belo Horizonte, Vol. 14, Nº 20, p. 87-104, 15 mar. 2012. AMBONI, Nério; DUTRA, Ademar; MARQUEZI, Tania Maria C.; SOUZA, Márcia da Costa P. Sales. Avaliação de desempenho: histórico, teorias e implantação. In: DUTRA, Ademar; MIROSKI, Christiane (Org). Gestão Estratégica de Pessoas: teoria e reflexão na prática de cases. Florianópolis: Insular, 2008. Cap. 5, p. 163-195. ANTUNES, Elaine Di Diego; PINHEIRO, Ivan Antônio; SILVEIRA, Jaqueline Insaurriaga. 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Análise dos benefícios da implantação da técnica de avaliação 360º na atual metodologia de mensuração de desempenho adotada no âmbito do Ministério Público do Trabalho. Revista Científica Semana Acadêmica, Fortaleza, v. 1, n. 135, p. 1-46, 16 out. 2018. 90 APÊNDICES APÊNDICE A – Protocolo de revisão da literatura. Objetivo da revisão A revisão da presente pesquisa teve como objetivo procurar embasamento teórico e empírico para o desenvolvimento do trabalho, identificando, neste processo, possíveis lacunas existentes acerca da temática no âmbito da literatura nacional. A pesquisa foi dividida em duas partes, em um primeiro momento, foi feita uma busca livre a partir da pesquisa bibliográfica nos repositórios da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, Biblioteca Digital de Monografias da UFRN, Portal Spell ANPAD e Google acadêmico. No segundo momento foi feita uma pesquisa estruturada nos mesmos repositórios a partir de combinações de critérios conforme exposto abaixo com o intuito de pesquisar possíveis trabalhos que envolvessem o mesmo viés de pesquisa deste trabalho de modo a procurar possíveis contribuições ou lacunas na literatura. Fontes primárias da pesquisa livre: 1 Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações; a Sistemaeletrônico de avaliação de desempenho i. 526 resultados ii. Selecionado: 0 resultado b Avaliação de desempenho do servidor público i. 218 resultados ii. Selecionados: 2 resultados 2 Biblioteca Digital de Monografias da UFRN; a. Avaliação de desempenho do servidor público i. 918 resultados ii. Selecionado: 0 resultado 3 Portal Spell ANPAD a. Reforma do aparelho do estado i. No resumo: 30 resultados ii. Selecionado: 1 resultado 4 Google acadêmico; a. Desempenho do servidor público i. 101.000 resultados ii. Selecionado: 6 resultados b. Avaliação de desempenho do servidor público i. 84.700 resultados ii. Selecionado: 1 resultado c. Sistema eletrônico de informações i. 689.000 resultados ii. Selecionado: 1 resultado d. Como medir a produtividade de um servidor i. 26.800 resultados ii. Selecionado: 0 resultado e. Controle processual 91 i. 159.000 resultados ii. Selecionado: 0 resultado f. Avaliação do servidor no ambiente home office i. 6.500 resultados ii. Selecionado: 1 resultado g. Avaliação da disciplina do servidor i. 72.500 resultados ii. Selecionado: 1 resultado h. Avaliação da capacidade de iniciativa do servidor i. 68.800 resultados ii. Selecionado: 0 i. Avaliação da assiduidade do servidor i. 9.200 resultados ii. Selecionado: 1 resultado j. Avaliação da responsabilidade do servidor i. 103.000 resultados ii. Selecionado: 0 resultado k. Avaliação de desempenho individual i. 315.000 resultados ii. Selecionado: 1 resultado l. Avaliação de desempenho no home office i. 23.200 resultados ii. Selecionado: 2 resultados m. Modelo de avaliação do serviço público federal i. 135.000 resultados ii. Selecionado: 1 resultado n. Trabalho remoto no serviço público i. 84.300 resultados ii. Selecionado: 1 resultado Fontes primárias da pesquisa estruturada: As fontes utilizadas nesta pesquisa que geraram resultados foram: 1 Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações; 1.a avaliação de desempenho AND teletrabalho a.i 8 resultados a.ii Leitura de título: 2 resultados a.iii Leitura de texto completo: 1 resultado 1.b avaliação de desempenho AND "Sistema Eletrônico de Informações" b.i 2 resultados b.ii Leitura de título: 2 resultados b.iii Leitura de texto completo: 1 resultado 2 Biblioteca Digital de Monografias da UFRN; 2.a Sistema Eletrônico de Informações a.i 1 resultado a.ii Leitura de título: 1 resultado a.iii Leitura de texto completo: 0 2.b Teletrabalho b.i 27 resultados 92 b.ii Leitura de título: 2 resultado b.iii Leitura de texto completo: 1 resultado 2.c Avaliação de desempenho c.i 4.177 resultados c.ii Leitura de título: 15 resultados c.iii Leitura de texto completo: 0 3 Portal Spell ANPAD; 3.a desempenho AND "Sistema Eletrônico de Informações" a.i 0 a.ii Leitura de título: 0 a.iii Leitura de texto completo: 0 3.b desempenho AND SEI b.i 0 b.ii Leitura de título: 0 b.iii Leitura de texto completo: 0 3.c teletrabalho AND produtividade c.i 1 resultado c.ii Leitura de título: 0 c.iii Leitura de texto completo: 0 3.d teletrabalho AND disciplina d.i 0 d.ii Leitura de título: 0 d.iii Leitura de texto completo: 0 3.e teletrabalho AND assiduidade e.i 0 e.ii Leitura de título: 0 e.iii Leitura de texto completo: 0 3.f teletrabalho AND capacidade de iniciativa f.i 0 f.ii Leitura de título: 0 f.iii Leitura de texto completo: 0 3.g teletrabalho AND responsabilidade g.i 0 g.ii Leitura de título: 0 g.iii Leitura de texto completo: 0 4 Google acadêmico. 4.a desempenho AND "Sistema Eletrônico de Informações" a.i 986 resultados a.ii No título: 4 resultados a.iii Leitura de título: 2 resultados a.iv Duplicidade no repositório: 1 (TCC ou o artigo) a.v Leitura de texto completo: 1 resultado 4.b desempenho AND SEI b.i 115.000 resultados b.ii No título: 2 resultados b.iii Leitura de título: 0 4.c teletrabalho AND produtividade c.i 5.520 resultados c.ii No título: 0 93 c.iii Leitura de título: 0 4.d teletrabalho AND disciplina d.i 4.490 resultados d.ii No título: 0 d.iii Leitura de título: 0 4.e teletrabalho AND assiduidade e.i 441 resultados e.ii No título: 0 e.iii Leitura de título: 0 4.f teletrabalho AND capacidade de iniciativa f.i 3.870 resultados f.ii No título: 0 f.iii Leitura de título: 0 4.g teletrabalho AND responsabilidade g.i 6.330 resultados g.ii No título: 0 g.iii Leitura de título: 0 Critérios de inclusão: A partir das strings acima foi feita uma pesquisa inicial livre onde foram selecionados alguns trabalhos que tratavam da temática avaliação de desempenho do servidor público, reforma administrativa, critérios de avaliação de desempenho, sistema eletrônico de informações e trabalho remoto. Em um segundo momento foi feita uma nova pesquisa concatenando as palavras chaves das referidas temáticas com o intuito de filtrar possíveis trabalhos relacionados especificamente a temática trabalhada neste projeto de pesquisa.