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TCC---Lucas-da-Costa-Soares---UFRN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE 
UMA INDÚSTRIA TÊXTIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO 
NORTE 
 
 
 
 
 
 
LUCAS DA COSTA SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2018 
 
LUCAS DA COSTA SOARES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE 
UMA INDÚSTRIA TÊXTIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO 
NORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto de monografia apresentado ao 
Curso de Engenharia Mecânica, como 
requisito para a obtenção do título de 
Engenheiro Mecânico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profª. Drª. Juliana Ricardo de Souza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2018 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho é dedicado a toda a minha 
família e amigos, de maneira especial aos 
meus pais, que sempre me apoiaram e me 
deram todo o suporte necessário para 
conquistar os meus objetivos nos âmbitos 
pessoal e acadêmico. Sou e serei 
eternamente grato também àqueles que 
estão sempre ao meu lado, em todos os 
momentos e aos que, de alguma forma, 
contribuíram para o desenvolvimento do 
trabalho.
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, que está comigo em todos os momentos, me iluminando e me 
protegendo de todo o mal. Que me me dá a saúde e forças necessárias para lutar 
pelos meus objetivos e que me dá discernimento para tomar decisões em minha 
vida. Sem Ele, certamente eu nada seria. 
Aos meus familiares, que acreditaram no meu sonho e me deram todo o 
suporte necessário para que eu pudesse, mesmo que longe deles, morar em Natal e 
cursar Engenharia Mecânica na UFRN. Em especial aos meus pais, Edione Soares 
e Francisco Soares, e à minha avó Socorro Medeiros, que são meus exemplos e 
inspirações de vida. Agradeço por todo o amor e por todo o afeto e atenção 
prestados durante todos esses anos. Por nunca me deixarem faltar o necessário e 
por darem o melhor de si em prol da minha felicidade. 
A Renata e Franklin que, além de irmãos, são meus amigos e me dão 
motivação e amor diário, me apoiando e dando suporte às minhas conquistas. 
Aos meus amigos, que se tornaram minha família em Natal e que sempre 
estiveram comigo nos momentos em que mais precisei, e que são verdadeiros 
irmãos para mim, que compartilham das minhas felicidades e das minhas angústias, 
sempre me motivando a conquistar meus objetivos e também aos amigos de 
Mossoró, que, mesmo distantes, estão sempre presentes em minha vida. 
Aos colegas de estágio e de vida: Iane, Magdiel, Eloá e Thaieny, que 
estiveram comigo durante toda a construção do trabalho e que se tornaram amigos 
também fora da empresa e da Universidade. 
À professora Juliana Ricardo e à supervisora Karine dos Anjos, pelo auxílio na 
elaboração do trabalho e por sempre se prestarem solícitas às minhas necessidades 
profissionais e acadêmicas. Por toda a atenção que me foi dada e pelos 
ensinamentos prestados. 
Aos senhores Ricardo Nogueira e Adailson Rodrigues, que me acolheram 
com atenção, que foram excelentes chefes e que contribuíram diretamente para o 
meu crescimento pessoal e, principalmente, acadêmico e profissional. 
Aos colaboradores Wilker e João Batista, que foram de fundamental 
importância para o êxito do trabalho, e aos senhores Willian, Bruno, Diomeces, 
Euclides, Pedro, Egon, Edson e Idjonson por todo o suporte e amizade. 
 
SOARES, Lucas da Costa. Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira de uma 
Indústria Têxtil do Estado do Rio Grande do Norte. 2018. 65 f. TCC (Graduação) 
- Curso de Engenharia Mecânica, Centro de Tecnologia, Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, Natal, 2018. 
 
RESUMO 
 
O presente relatório refere-se à apresentação de um Plano de Lubrificação 
elaborado para uma Mercerizadeira de uma Indústria Têxtil. O controle da 
lubrificação é de fundamental importância aos processos têxteis, haja vista a alta 
exigência do mercado atual, necessitando a obtenção de produtos de primeira 
qualidade. A gestão da manutenção industrial, de modo geral, certamente influencia 
nos resultados obtidos por qualquer empresa que possua um grande maquinário e, 
portanto, quanto melhor for o controle da manutenção, maior será a confiabilidade 
dos seus equipamentos. A lubrificação industrial tem ganhado cada vez mais 
importância e espaço na Indústria Têxtil, principalmente por impactar diretamente na 
performance, disponibilidade e eficiência do maquinário, bem como na qualidade 
dos produtos entregues. Tendo como base a necessidade de se ter um controle da 
lubrificação nos equipamentos, principalmente os ligados ao processo produtivo, foi 
constatado que não havia controle de lubrificação para uma das máquinas de suma 
importância ao acabamento do tecido, gerando, em algumas ocasiões, paradas na 
máquina para manutenções corretivas não planejadas decorrentes de falhas na 
lubrificação, gerando manchas nos tecidos e, consequentemente, impactando na 
qualidade dos artigos. Os conceitos utilizados neste trabalho abordam um estudo da 
tribologia, da Lubrificação de Classe Mundial (LCM), da confiabilidade, bem como da 
máquina Mercerizadeira e do setor ao qual ela está alocada. Através do Plano, é 
possível guiar as ações a serem realizadas, no que diz respeito à lubrificação, bem 
como corrigir problemas encontrados no equipamento, além de se enxergar a sua 
importância perante à manutenção da Indústria Têxtil. O formato do Plano de 
Lubrificação foi escolhido com base nos estudos feitos e apresenta, de maneira 
clara, os resultados obtidos. Assim, o Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira 
foi desenvolvido através de diversas etapas, que incluem desde o levantamento de 
todos os componentes da máquina, bem como todos os pontos de lubrificação, até a 
quantidade, periodicidades de relubrificação e inspeção e armazenamento dos 
lubrificantes. Além disso, o levantamento revelou problemas relacionados a 
apontamento de mão de obra trabalhada pelos mecânicos de lubrificação, haja vista 
que, por não possuir Plano de Lubrificação, o apontamento era realizado em outras 
ordens de manutenção. A partir da elaboração do Plano de Lubrificação para a 
Mercerizadeira, foi possível estabelecer um controle de lubrificação à máquina e aos 
apontamentos de horas trabalhadas pelos mecânicos responsáveis pela lubrificação 
do equipamento, além de padronizar as rotinas de trabalho desses colaboradores. O 
trabalho realizado servirá também como base para implementação de Planos de 
Lubrificação a outros equipamentos da empresa estudada. 
 
Palavras-chave: Indústria Têxtil. Lubrificação. Manutenção. Mercerizadeira. 
 
 
 
SOARES, Lucas da Costa. Lubrication Plan for the Mercerizing Machine of a 
Textile Industry of the State of Rio Grande do Norte. 2018. 65 p. TCC 
(Undergraduate) - Mechanical Engineering Course, Technology Center, Federal 
University of Rio Grande do Norte, Natal, 2018. 
 
ABSTRACT 
 
This report refers to the presentation of a Lubrication Plan developed for a 
Mercerizing machine of a Textile Industry. Lubrication control is essential for the 
textile process, in view of the market requirement, requiring a series of first quality 
products. The management of industrial maintenance, in general, certainly influences 
the results obtained by any company that owns a large machinery, and therefore, the 
better the maintenance control, the greater the reliability of its equipment. Industrial 
lubrication has gained increasing importance and space in the Textile Industry, 
mainly because it has a direct impact on the performance, availability and efficiency 
of the machinery, as well as on the quality of the delivered products. Based on the 
need to control the lubrication in the equipment, especially those related to the 
production process, it was verified that there was no lubrication control for one of the 
machines of great importance to the finishing of the fabric, occasionally generating 
stops in the machine for unplanned corrective maintenancedue to lubrication 
failures, resulting in blemishes on the fabrics and, consequently, impacting the quality 
of the products. The concepts used address a study of tribology, World Class 
Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to 
which it is allocated. Through the Plan, it is possible to guide the actions to be taken, 
in regard to lubrication, as well as to correct problems found in the equipment, in 
addition to seeing its importance in the maintenance of the Textile Industry. The 
format of the Lubrication Plan was chosen based on the studies done and presents, 
in a clear way, the results obtained. Thus, the Lubrication Plan for the Mercerizing 
machine has been developed through several stages, which include everything from 
the lifting of all the components of the machine, as well as all the lubrication points, to 
the quantity, relubrication periodicity and inspection and storage of the lubricants. In 
addition, the survey revealed problems related to the registration of manpower 
worked by lubrication mechanics, considering that, because it did not have a 
Lubrication Plan, registration was carried out in other work orders. From the 
elaboration of the Lubrication Plan for the Mercerizing machine, it was possible to 
establish a control of lubrication to the machine and a control of the records of hours 
worked by the mechanics responsible for the lubrication of the equipment, besides 
standardizing the work routines of these collaborators. The work performed will also 
serve as a basis for the implementation of Lubrication Plans to other equipment of 
the company studied. 
 
Keywords: Textile Industry. Lubrication. Maintenance. Mercerizing Machine.
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Pilares da Manutenção Produtiva Total ...................................................21 
Figura 2 – Local de armazenamento das FISPQ’s ................................................... 28 
Figura 3 – Print screen da FISPQ do ÓLEO KLUBERSYNTH CTH 2-260 .............. 28 
Figura 4 - Etapas para a realização do trabalho........................................................33 
Figura 5 – Layout da Mercerizadeira, dividida por compartimentos ......................... 34 
Figura 6 – Sala de lubrificação ................................................................................. 36 
Figura 7 – Controle de lubrificação realizada pelos mecânicos ............................... 36 
Figura 8 - Itens levantados relacionados à lubrificação na Mercerizadeira...............37 
Figura 9 – Evidência de problema na lubrificação das caixas de lavagem .............. 38 
Figura 10 – Manchas no tecido provenientes de falha na lubrificação .................... 39 
Figura 11 – Manchas de graxa no tecido – cilindros secadores .............................. 39 
Figura 12 – Layout das caixas de lavagem e das torres de secagem ..................... 40 
Figura 13 – Aplicação de lubrificante durante Manutenção Preventiva na 
Mercerizadeira .......................................................................................................... 41 
Figura 14: Potenciais de melhorias a partir do controle e gestão da lubrificação......42 
Figura 15 – Bombonas utilizadas para lubrificação .................................................. 49 
Figura 16 – Carrinho de ferramentas da Manutenção ...............................................49 
Figura 17: Representação de Checklist de Tarefas por OM para a lubrificação na 
Mercerizadeira .......................................................................................................... 58 
Figura 18: Mapeamento dos pontos com falha na lubrificação – Torres de 
Secagem .................................................................................................................. 60 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Evolução do índices de não qualidade gerada por manchas de oxidação, 
graxa e óleo nos tecidos ........................................................................................... 15 
 
LISTA DE EQUAÇÕES 
 
Equação 1 - Quantidade de graxa em cada ponto (carga axial)...............................50 
Equação 2 - Quantidade de graxa em cada ponto (carga radial)..............................50 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Função dos aditivos ............................................................................... 25 
Quadro 2 – Planilha de controle de FISPQ .............................................................. 29 
Quadro 3 – Levantamento dos componentes da Mercerizadeira ............................ 35 
Quadro 4 – Pontos de lubrificação por compartimento da Mercerizadeira .............. 45 
Quadro 5 – Código dos lubrificantes utilizados na Mercerizadeira .......................... 48 
Quadro 6 – Armazenamento e ferramentas de uso dos lubrificantes ...................... 48 
Quadro 7 – Quantidade de graxa a ser aplicada nos mancais dos cilindros da 
Mercerizadeira .......................................................................................................... 51 
Quadro 8 – Periodicidade de relubrificação da Mercerizadeira por blocos e 
compartimentos ........................................................................................................ 52 
Quadro 9 – Plano de Lubrificação da Mercerizadeira .............................................. 53 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ASTM – American Standard for Testing Materials 
FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos 
LCM – Lubrificação de Classe Mundial 
MCE – Manutenção Corretiva de Emergência 
MCP – Manutenção Corretiva Planejada 
ME – Mercerizadeira 
MP – Manutenção Preventiva 
OM – Ordem de Manutenção 
PCM – Planejamento e Controle da Manutenção 
PL – Plano de Lubrificação 
TAG – Código dos lubrificantes 
TPM – Total Productive Maintenance 
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ....................................................................... 12 
1.1 APRESENTAÇÃO ..................................................................................... 12 
1.2 OBJETIVOS............................................................................................... 13 
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................... 13 
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................... 13 
1.3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 13 
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................. 16 
 
CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO .................................................... 17 
2.1 TRIBOLOGIA ............................................................................................17 
2.2 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL...................................................................18 
2.2.1 Manutenção Produtiva Total ............................................................. 20 
2.2.2 Manutenção Preventiva .................................................................... 22 
2.2.3 Manutenção Corretiva ....................................................................... 22 
2.2.4 Manutenção Preditiva ........................................................................ 23 
2.3 INTRODUÇÃO À LUBRIFICAÇÃO .......................................................... 23 
2.3.1 Óleos Lubrificantes ........................................................................... 24 
2.3.2 Graxas ................................................................................................ 24 
2.3.3 Aditivos .............................................................................................. 25 
2.4 LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL ................................................................. 26 
2.5 CONTROLEDE FICHAS DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE 
PRODUTOS QUÍMICOS .......................................................................... 27 
2.6 LUBRIFICAÇÃO NA INDÚSTRIA TÊXTIL ............................................... 29 
2.6.1 Beneficiamento Têxtil ........................................................................ 30 
2.6.2 Mercerização e a máquina Mercerizadeira ...................................... 30 
2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ............................................. 31 
 
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................... 32 
3.1 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ................................ 33 
3.1.1 Diagnóstico da situação atual da lubrificação e coleta de dados ... 33 
3.1.2 Identificação e análise de problemas na máquina relacionados à 
lubrificação .............................................................................................. 38 
 
3.1.3 Elaboração do Plano de Lubrificação ............................................... 40 
3.1.4 Integração entre lubrificação e manutenção .................................... 41 
3.1.5 Informatização dos controles ............................................................ 42 
3.2 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO .......................................................... 43 
 
CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ..................... 44 
4.1 SISTEMATIZAÇÃO DO PLANO DE LUBRIFICAÇÃO ............................... 44 
4.1.1 Pontos de Lubrificação ..................................................................... 45 
4.1.2 Lubrificantes utilizados no equipamento ........................................ 47 
4.1.3 Cadastro dos Lubrificantes .............................................................. 48 
4.1.4 Ferramentas de uso ........................................................................... 48 
4.1.5 Quantidade de lubrificante ................................................................ 50 
4.1.6 Periodicidade de lubrificação ........................................................... 51 
4.2 PLANO DE LUBRIFICAÇÃO DA MERCERIZADEIRA .............................. 52 
4.3 CADASTRO DO PLANO DE LUBRIFICAÇÃO NO SISTEMA DA 
EMPRESA ESTUDADA ............................................................................. 57 
 
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO ........................................................................ 59 
5.1 – OBJETIVOS E CONQUISTAS ALCANÇADAS COM O ESTUDO ......... 59 
5.2 – CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO ........................................................... 61 
5.3 – SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS .......................................... 62 
5.4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 62 
 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 63 
 
 
12 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 
 
1.1 APRESENTAÇÃO 
 
Com a evolução e crescimento da indústria ao longo dos anos, tornou-se 
cada vez mais importante a gestão sobre o uso de lubrificantes. Através de uma boa 
gestão na lubrificação industrial, é possível aumentar a eficiência no que se diz 
respeito ao processo produtivo, à logística de itens em estoque, à disponibilidade e 
confiabilidade de equipamentos, à estabilidade operacional e, consequentemente, à 
redução de custos. 
Nascif e Dorigo (2013, p. 4) são incisivos no aspecto de que a competitividade 
é o fator primordial para o crescimento e sobrevivência das empresas em um 
ambiente globalizado. 
Eles também defendem que para que os resultados possam ser alcançados, 
é necessário “ter um sistema de Gestão Estratégica Integrado, sob uma liderança 
atuante e perseverante, de modo que as Diretrizes, Projetos, Programas e Planos de 
Ação sejam executados, avaliados e corrigidos de forma permanente e 
sistematizada”. (NASCIF; DORIGO, 2013. p. 4). 
Bastian (2009, p. 8) defende que: 
O setor têxtil propriamente dito destaca-se por ser incorporador de 
tecnologia desenvolvida em outros setores, ou seja, grande parte dos 
avanços tecnológicos no processo produtivo da indústria têxtil provém dos 
avanços ocorridos na produção de suas máquinas e de suas matérias-
primas, nesse último caso, especialmente no desenvolvimento das fibras 
sintéticas. 
Uma máquina que não dispõe de um controle na lubrificação, principalmente 
sendo esta bastante complexa e importante ao setor, provavelmente irá apresentar 
problemas relacionados à falha por lubrificação. Atualmente, é de suma importância 
se dar atenção à gestão de lubrificantes, no que diz respeito à manutenção de 
equipamentos, haja vista a relevância que se tem em trabalhar com propostas que 
visem um aumento na confiabilidade do maquinário. 
Este trabalho caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, através da coleta 
de dados narrativos e, diante do exposto, a presente monografia discute a seguinte 
problemática: Como estabelecer uma gestão e um controle da lubrificação para 
uma Mercerizadeira? 
 
13 
1.2 OBJETIVOS 
 
A partir da problemática identificada, a seguir, são dispostos o objetivo geral e 
os específicos deste estudo. 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
O presente trabalho objetiva-se em propor uma gestão e um controle à 
lubrificação da Mercerizadeira através da elaboração de um Plano de Lubrificação 
(PL), a fim de identificar potenciais de melhorias e padronizar rotinas de lubrificação 
para o equipamento. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
O trabalho tem, por objetivos específicos, os seguintes itens: 
 Compreender a importância da lubrificação para os ativos; 
 Identificar e conhecer a máquina Mercerizadeira e o processo de mercerização; 
 Identificar possíveis problemas na máquina relacionados à lubrificação e gerar 
ações para saná-los; 
 Inserir o Plano de Lubrificação ao sistema da empresa, possibilitando a criação 
de ordens de serviços baseadas em checklist, para padronização das atividades 
e apontamento de mão de obra dos mecânicos responsáveis pela lubrificação do 
equipamento; 
 Adquirir conhecimentos a respeito de gestão e controle de lubrificantes. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
De acordo com Bastian (2009, p. 4), o setor têxtil brasileiro investe, para a 
atualização de seus parques, uma média de um bilhão por ano de dólares, com 
tecnologia de ponta, investindo na capacitação dos profissionais e respeitando as 
leis ambientais e a legislação. 
14 
A lubrificação na indústria têxtil, nesta visão, conecta-se com as questões 
ambientais, pelo fato de lidar com produtos que podem causar impactos ao meio 
ambiente e, por esse motivo, necessitam de uma atenção especial. 
A Mercerizadeira é uma máquina muito importante para o processo de 
beneficiamento do tecido, especialmente para a empresa estudada. Nesta máquina, 
passam praticamente quase todos os tipos de tecidos que são ofertados pela 
empresa. Por se tratar de uma indústria que trabalha com tecidos, problemas na 
lubrificação podem impactar diretamente na qualidade dos produtos, haja vista a 
possibilidade de gerar manchas nos tecidos, por exemplo, devido a um possível 
excesso de lubrificante. 
Segundo Nascif e Dorigo (2013, p. 5), o gerenciamento da rotina e a 
implementação de melhorias garantem a estabilização dos processos diários, que 
possibilitam a previsibilidade dos resultados obtidos, além de garantirem a 
competitividade da empresa no mercado. 
Com base nisso, e tendo em vista a importância da Mercerizadeira para o 
processo industrial têxtil e os impactos que a falta de uma gestão de lubrificantes 
pode trazer à empresa, é de fundamental importância ter-se um controle da 
lubrificação para o equipamento. 
Através da padronização das atividades a serem executadas, é possível criar 
e fazer o acompanhamento de indicadores, a fim de estabelecer uma melhoria 
contínua ao plano de lubrificação e, consequentemente, de sua gestão. Além disso, 
tal análise possibilita a identificaçãode falhas em diversos âmbitos, desde a 
execução da lubrificação, até problemas com matéria-prima ou no maquinário, por 
exemplo. 
Segundo Chen (2007), 
O agendamento de manutenção para reduzir a taxa de falha é comumente 
reconhecido pelos tomadores de decisão. Sabe-se que a manutenção 
desempenha um papel importante em muitas indústrias, como indústrias de 
semicondutores e químicas, e, portanto, deve ser considerada seriamente. 
De acordo com a experiência prática, um mau agendamento de 
manutenção pode reduzir bastante o desempenho da empresa. 
 
 
 
15 
Como afirma Belinelli (2015), “os planos de lubrificação são a base da Gestão 
da Lubrificação, pois são eles que procedimentam todos os passos para uma correta 
execução”. A partir destes planos, é possível observar dados relacionados aos 
pontos de lubrificação, além da periodicidade, ferramentas de aplicação, quantidade, 
inspeção, dentre outros. 
Problemas relacionados à lubrificação podem impactar diretamente nos 
índices de não qualidade da empresa. O Gráfico 1 representa a evolução dos 
defeitos em tecidos gerados por oxidação, graxa e óleo na Mercerizadeira, em 
relação ao mesmo índice observado em outras duas máquinas semelhantes. 
Gráfico 1: Evolução do índice de não qualidade gerada por manchas de oxidação, graxa e óleo nos 
tecidos. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 
Pela análise do Gráfico 1, é possível verificar a elevada incidência do defeito 
na Mercerizadeira, quando comparada aos outros equipamentos. Em todos os 
meses do ano, com exceção de dezembro de 2017, o índice de não qualidade 
gerada por oxidação, graxa e óleo nos tecidos foi maior na Mercerizadeira. 
Assim, o trabalho se justifica por possibilitar à empresa uma gestão e controle 
à lubrificação na Mercerizadeira, analisando a complexidade deste equipamento e a 
sua importância para o processo produtivo. Além disso, possibilita um melhor 
controle dos dados de lubrificação da máquina, sistematizando a gestão e 
proporcionando melhorias na execução das atividades por parte dos colaboradores 
responsáveis pela lubrificação, bem como no apontamento e registro das horas 
trabalhadas. 
 
16 
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO 
 
Este trabalho foi elaborado a partir de cinco capítulos. No primeiro capítulo, é 
feita uma apresentação geral do estudo realizado, mostrando o objetivo geral e os 
objetivos específicos, além da justificativa do trabalho. 
O segundo capítulo aborda o referencial teórico, em que são expostos os 
conceitos necessários ao entendimento do trabalho realizado. São apresentados 
conceitos relacionados principalmente à tribologia, lubrificação, manutenção 
industrial e indústria têxtil. 
No terceiro capítulo é abordada a metodologia pela qual a pesquisa foi 
realizada, destacando as etapas do desenvolvimento do trabalho. Já o quarto 
capítulo apresenta o plano de lubrificação para a Mercerizadeira, bem como o 
cadastro deste no sistema da empresa estudada. Além disso, também é feita uma 
comparação da gestão após implementação do plano de lubrificação com a gestão 
anterior a ela. 
Por fim, o quinto capítulo apresenta as considerações finais do trabalho, 
retomando alguns resultados obtidos e relevando pontos a respeito da continuidade 
da gestão e controle da lubrificação para o equipamento escolhido.
17 
CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO 
 
O referencial teórico deste trabalho aborda temas e conceitos que serão 
vistos durante o desenvolvimento desta monografia, a fim de viabilizar um melhor 
entendimento dos assuntos tratados. Além disso, este capítulo objetiva-se em dar 
sustentação ao trabalho e apresenta as principais características e justificativas 
atribuídas à pesquisa. 
A partir desta revisão, é possível se ter um embasamento com relação ao 
trabalho desenvolvido e realizar uma análise qualitativa dos resultados. 
 
2.1 TRIBOLOGIA 
 
A Oxford English Dictionary (2010) define tribologia como “o ramo da ciência e 
tecnologia relacionada com a interação de superfícies em movimento relativo e com 
matérias (como fricção, desgaste, lubrificação e design dos rolamentos)”. 
Já Carreteiro e Belmiro (2016, p. 416), dizem que tribologia é “a ciência e 
tecnologia de superfícies atuantes em movimento relativo e todos os fenômenos daí 
decorrentes”. 
A tribologia reúne os conhecimentos obtidos na mecânica, na física, na 
química e na ciência dos materiais para explicar e prever o comportamento de 
sistemas físicos que são utilizados em sistemas mecânicos. O que unifica a 
tribologia não são os conhecimentos básicos, mas sim a área de aplicação. 
(SINATORA, 2005). Fenômenos tribológicos são fundamentalmente importantes 
para o funcionamento de muitos sistemas mecânicos. (TRIBOLOGY, 2016). 
Visto que a tribologia estuda o desgaste, o atrito e a lubrificação, Lima (2011, 
p. 3) defende que “qualquer tipo de movimento relativo entre corpos sólidos, líquidos 
ou gasosos, dá origem ao atrito, que se opõe a esse movimento. O atrito produz 
calor, o que, entre outros inconvenientes, representa uma perda direta de energia”. 
A presença do atrito entre componentes pode gerar desgaste da superfície, corrosão 
do material, aumento de temperatura do equipamento e liberação de partículas, por 
exemplo. Este último, gerando a formação de sujeira ou contaminação do ambiente. 
18 
Sendo o desgaste um dos focos da tribologia, Kato (2001) defende que o 
desgaste pode ser representado de quatro maneiras: adesivo, abrasivo, fadiga e 
corrosivo. 
De acordo com RADI et. al. (2007, p. 3): 
O desgaste adesivo ocorre quando a ligação adesiva entre as superfícies é 
suficientemente forte para resistir ao deslizamento. Como resultado dessa 
adesão, uma deformação plástica é causada na região de contato gerando 
uma trinca que pode se propagar, levando à geração de um terceiro corpo e 
a uma transferência completa de material. No desgaste abrasivo, ocorre 
remoção de material da superfície. Esse desgaste ocorre em função do 
formato e da dureza dos dois materiais em contato. Quando o desgaste é 
ocasionado pelo alto número de repetições do movimento, ele é chamado 
de desgaste por fadiga. Finalmente, o desgaste corrosivo ocorre em meios 
corrosivos, líquidos ou gasosos. 
Já a ASTM G40-01 (2001) defende que o desgaste abrasivo é “a perda de 
massa resultante da interação entre partículas ou asperezas duras que são forçadas 
contra uma superfície, ao longo da qual se movem”. 
 
2.2 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL 
 
A manutenção é o termo utilizado para abordar a forma pela qual as 
organizações buscam evitar as falhas, cuidando de suas instalações físicas (SLACK 
et al., 2009). Com base nisso, a manutenção busca estar sempre elevando a 
confiabilidade dos equipamentos. Este conceito é dado a partir da “capacidade de 
um item desempenhar uma função requerida sob condições especificadas, durante 
um dado intervalo de tempo” (NBR-5462, 1994). 
Nascif (2013, p.27) defende que “a Manutenção é considerada como uma 
Função Estratégica tendo em vista a sua importância em relação aos resultados da 
empresa”. 
Segundo os autores Enderenyl et al. (2001, p. 641): 
Em muitas aplicações, as falhas dos componentes podem ser divididas em 
duas categorias, falhas aleatórias e aquelas que surgem como 
consequência de deterioração (envelhecimento). O processo de 
deterioração é representado por uma sequência de estágios de desgaste 
crescente, levando finalmente a falhas no equipamento. 
19 
De acordo com Kardec (2009, p. 23), a função da manutenção é garantir a 
disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos e instalações, de modo a atender 
a um processo de produção ou de serviço com segurança, custos controlados e 
preservando o meio ambiente. 
A qualidade na gestão da manutenção deve ser composta desde intervenções 
pensadas previamente até análises e inspeções, para que possam ser identificados 
os estágios do ciclo de vida de um equipamento, por exemplo, oupara mensurar o 
desempenho, a fim de aumentar a confiabilidade e evitar falhas que ameacem 
perdas de qualidade e segurança e na do equipamento. (BARONE; FRANGOPOL, 
2014a) Os autores Barone e Frangopol (2014, p. 41) enfatizam que “as intervenções 
de manutenção são necessárias para manter, melhorar ou restaurar o desempenho 
do sistema”. 
Estas intervenções possuem, em geral, dois objetivos: reduzir ou eliminar 
problemas nos equipamentos ou recuperar, parcialmente ou totalmente, a 
resistência de um ou mais componentes da estrutura quando uma determinada 
condição é alcançada. (BARONE; FRANGOPOL, 2014b). 
Uma das ferramentas utilizadas para identificação de causas-raízes e que 
possibilitam a criação de planos de ação para solucionar problemas é a técnica de 
brainstorming. Nóbrega (1997, p. 249) defende que: 
A sessão brainstorming, por ser uma técnica de grupo, tem por objetivo 
coletar ideias de todos os participantes, se críticas ou julgamentos. Logo, 
destina-se ao recolhimento de ideias e sugestões viabilizadoras de soluções 
para determinados problemas ou situações de trabalho improdutivo. 
Dentre os tipos de manutenção, destacam-se três: Manutenção Corretiva, 
Manutenção Preventiva e Manutenção Preditiva. Cada um destes tipos de 
manutenção possui suas particularidades e são importantes para o bom 
funcionamento dos equipamentos. 
A partir da análise destes tipos de manutenção, é possível se ter um 
embasamento a respeito das intervenções que podem ser feitas nas máquinas. 
 
 
 
 
 
20 
2.2.1 Manutenção Produtiva Total 
 
A Manutenção Produtiva Total, termo derivado do inglês Total Productive 
Maintenance (TPM), é uma abordagem inovadora para manutenção que otimiza a 
eficácia do equipamento, elimina avarias e promove a manutenção autônoma pelos 
operadores através de atividades do dia-a-dia envolvendo a força de trabalho total 
(BHADURY, 2000 apud I.P.S., 2008). 
De acordo com Tsuchiya (1992, p.4 apud K. E. et al., 199, p. 124): 
O TPM é projetado para maximizar a eficácia do equipamento, melhorando 
a eficiência geral, estabelecendo um sistema abrangente de manutenção 
produtiva que cobre toda a vida útil do equipamento, abrangendo todos os 
campos relacionados a equipamentos, planejamento, uso, manutenção, etc. 
e, com a participação de todos funcionários da alta administração até os 
trabalhadores do chão de fábrica, para promover a manutenção produtiva 
por meio do gerenciamento da motivação ou de atividades voluntárias em 
pequenos grupos. 
A Manutenção Produtiva total propõe a redução de custos através da 
melhoria contínua de seus equipamentos e está sustentada sob oito pilares, que 
estão apresentados abaixo, de acordo com Nakajima (1989, p.42), JIPM (2002, p. 2) 
e Palmeira (2002, p. 113), conforme citado por Moraes (2004, p. 40): 
1. Pilar da Melhoria Focada: utiliza-se do conceito de Manutenção Corretiva de 
Melhorias para atuar nas perdas crônicas relacionadas aos equipamentos; 
2. Pilar da Manutenção Autônoma: baseia-se no treinamento teórico e prático 
recebidos pelos operários e no espírito de trabalho em equipe para a melhoria 
contínua das rotinas de produção e manutenção; 
3. Manutenção Planejada: refere-se às rotinas de manutenção preventiva 
baseadas no tempo ou na condição do equipamento, visando a melhoria 
contínua da disponibilidade e confiabilidade além da redução dos custos de 
manutenção; 
4. Treinamento e educação: refere-se a aplicação de treinamentos técnicos e 
comportamentais para liderança, a flexibilidade e a autonomia das equipes; 
5. Gestão antecipada: baseia-se nos conceitos de Prevenção da Manutenção 
onde todo o histórico de equipamentos anteriores ou similares é utilizado 
desde o projeto afim de que se construa equipamentos com índices mais 
adequados de confiabilidade e manutenabilidade; 
21 
6. Manutenção da qualidade: refere-se à interação da confiabilidade dos 
equipamentos com a qualidade dos produtos e capacidade de atendimento a 
demanda; 
7. Segurança, Saúde e Meio Ambiente: dependente da atuação dos demais 
pilares, esse pilar tem o enfoque na melhoria contínua das condições de 
trabalho e na redução dos riscos de segurança e ambientais; 
8. Melhoria dos processos administrativos: também conhecido como TPM de 
escritório, utiliza-se dos conceitos de organização e eliminação de 
desperdícios nas rotinas administrativas, que de alguma maneira acabam 
interferindo na eficiência dos equipamentos produtivos e processos. 
A Figura 1 apresenta os pilares da Manutenção Produtiva Total: 
Figura 1: Pilares da Manutenção Produtiva Total. 
 
 Fonte: IM&C Internacional, 2006. 
 
22 
2.2.2 Manutenção Preventiva 
 
Segundo a NBR-5462 (1994, p. 7), manutenção preventiva é o tipo de 
manutenção “efetuado em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios 
prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do 
funcionamento de um item”. A Manutenção Preventiva (MP) possui o objetivo de 
intervir em um sistema ou componentes específicos, sob certas condições, a partir 
de um estudo prévio (LIU et al., 2014). 
De acordo com Slack et. Al (2002, p 645), a manutenção preventiva “visa 
eliminar ou reduzir as probabilidades de falhas por manutenção (limpeza, 
lubrificação, substituição e verificação) das instalações em intervalos de tempos pré-
planejados. 
 
2.2.3 Manutenção Corretiva 
 
De acordo com a NBR-5462 (1997, p.7), a Manutenção Corretiva é o tipo de 
manutenção que “é efetuada após a ocorrência de uma pane destinada a recolocar 
um item em condições de executar uma função requerida”. 
De acordo com Slack et al. (2002, p. 625) “significa deixar as instalações 
continuarem a operar até que quebrem”. O trabalho de manutenção é realizado 
somente após a quebra do equipamento ter ocorrido. 
Ela busca reduzir a gravidade das falhas de equipamentos, uma vez que já 
ocorreram. Em contraste com a manutenção preventiva, a manutenção corretiva tem 
foco nos procedimentos de manutenção que trazem o equipamento de volta à 
produção em um menor tempo possível e/ou outras alternativas que minimizem a 
perda de produção enquanto a máquina estiver inoperante. (TAYLOR; SHEUT; 
KRAJEWSKI, 2007). 
Analisando-se a vertente do Sistema de Manutenção Lean, a manutenção 
corretiva pode ser dividida de duas maneiras: Manutenção Corretiva de Emergência 
(MCE), em que, segundo Pinto (2013, p. 28) “a intervenção ocorre após a falha ou 
avaria”, e Manutenção Corretiva Planejada (MCP), em que a intervenção no 
equipamento irá acontecer após um planejamento prévio de manutenção. PINTO 
(2013). 
 
23 
2.2.4 Manutenção Preditiva 
 
Segundo a NBR-5462 (1994, p.7), Manutenção Preditiva ou Controlada é: 
A manutenção que permite garantir uma qualidade de serviço desejada, 
com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de 
meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao 
mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva. 
Uma política de manutenção baseada nos princípios da manutenção preditiva 
pode ser lucrativa para evitar a ocorrência de falhas a um menor custo. 
(UNIVERSITC et al., 2001) A manutenção preditiva conceitua-se a partir da ação de 
monitoramento e/ou acompanhamento das condições de um sistema, de seus 
parâmetros operacionais e de sua eventual desgaste, sendo realizada através de 
medições ou inspeções que não venham a interferir na operação do sistema. 
(FILHO, 2008). 
 
2.3 INTRODUÇÃO À LUBRIFICAÇÃO 
 
Segundo Medeiros (2010, p. 51), lubrificante é “a substância que interposta 
entre duas superfícies, em deslocamento relativo, diminuem a resistência ao 
movimento”. De acordo com ele, os lubrificantes podem ser divididos em quatro 
grupos: lubrificantes líquidos, pastosos, sólidos e gasosos. 
Um dos principais problemas relacionados à lubrificação é o desgaste dos 
materiais por atrito. Através de fenômenos como arraste de material,cisalhamento e 
abrasão, corpos em movimento e em contato possuem uma tendência ao desgaste, 
devido ao atrito entre as áreas de contato. (GÂNDARA, 2000, p. 40). 
De acordo com Pirro e Wessol (2001): 
“Os elementos de máquinas requerem lubrificação, pois eles formam 
superfícies que movem respectivamente uma a outra, deslizando, rolando, 
avançando ou retrocedendo. Caso ocorra o contato direto entre as 
superfícies, o atrito conduzirá altas temperaturas entre elas e possivelmente 
o desgaste ou avaria acontecerá. Logo a interposição de um lubrificante 
entre essas superfícies previne ou reduz o contato direto entre elas.” 
 
 
24 
O estudo dos lubrificantes pode ser dividido de acordo com suas funções, 
características, classificações e tipos. As bases lubrificantes são obtidas 
essencialmente do refino do petróleo cru e da síntese de compostos relativamente 
puros e são as principais constituintes dos lubrificantes. (CARRETEIRO; BELMIRO, 
2016, p.19). 
 
2.3.1 Óleos Lubrificantes 
 
Para reduzir o desgaste entre os corpos em contato, a fim de aumentar a vida 
útil dos materiais, utiliza-se o óleo lubrificante. (GÂNDARA, 2000, p. 40). De acordo 
com a Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte (2005, p. 8): 
São funções do lubrificante, dependendo da sua aplicação, a refrigeração e 
a limpeza das partes móveis, a transmissão de força mecânica, a vedação, 
isolação e proteção do conjunto ou de componentes específicos, e até a 
transferência de determinadas características físico-químicas a outros 
produtos. 
Segundo Carreteiro e Belmiro (2008, p. 447), “a viscosidade é a característica 
mais importante no controle do uso do lubrificante”. A viscosidade, assim, impacta 
diretamente na escolha dos óleos lubrificantes a serem utilizados em qualquer 
equipamento. 
O óleo é selecionado a partir da viscosidade necessária para que haja uma 
lubrificação correta ao rolamento, atuando em sua temperatura de funcionamento. 
Essa viscosidade reduz conforme o aumento de temperatura. Tal relação entre 
temperatura de um óleo e sua respectiva viscosidade é dada através do índice de 
viscosidade IV. (PEREIRA; BRITO, 2002, p. 4). 
 
2.3.2 Graxas 
 
Pereira e Brito (2002, p. 2) defendem que “as graxas podem ser definidas 
como produtos formados pela dispersão de um espessante em um óleo lubrificante”. 
Elas se comportam conforme o tipo de sabão que é empregado, com 
determinada textura, a qual poderá ser amanteigada, ser fibrosa, ou untosa. (LIMA, 
2001, p. 6). 
25 
Segundo Albino Antunes (2013, p. 25), “as graxas lubrificantes geralmente 
utilizam sabões metálicos (lítio, alumínio, sódio, cálcio etc.) como agente espessante 
e óleo mineral, derivado do petróleo”. 
Para selecionar graxas para um rolamento, alguns critérios devem ser 
analisados, como: fator de velocidade, temperatura de serviço, coeficiente de carga 
e condição do lubrificante (PEREIRA; BRITO, 2002, p. 2). 
 
2.3.3 Aditivos 
 
A Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte (2005, p. 10) define 
aditivos como sendo “substâncias empregadas para melhorar ou conferir 
determinadas características aos óleos lubrificantes básicos para que estes 
desempenhem de forma melhor uma finalidade específica”. 
O Quadro 1 representa um resumo das funções dos principais tipos de 
aditivos: 
Quadro 1: Função dos aditivos. 
 
Fonte: Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte, 2005. 
26 
2.4 LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL 
 
Embora seja fácil ver que os engenheiros de confiabilidade se preocupam 
muito mais com a lubrificação, também fica claro que o um bom controle tem um 
impacto significativo na eficácia geral dos ativos. Também está claro que a 
lubrificação adequada envolve muito mais do que apenas recomendar um 
lubrificante para uma aplicação específica (SCHWINDAMAN, 2008). 
A lubrificação industrial é uma forma primitiva de manutenção preventiva que, 
através de uma gestão correta e eficaz, aumenta a disponibilidade de máquina, 
definindo-se assim como uma ferramenta eficaz na diminuição de custo e, 
consequentemente, no aumento de produtividade nas indústrias (MOBLEY,2008). 
Além disso, uma boa gestão da lubrificação contribui diretamente com os 
resultados obtidos pela empresa, aumentando sua competitividade no mercado. 
Para Falconi (1992, p.6), “ser competitivo é ter a maior produtividade entre todos os 
seus concorrentes. O que garante a sobrevivência das empresas é a garantia de sua 
competitividade”. 
Através de uma boa gestão na lubrificação, é possível garantir elevação nos 
índices de disponibilidade de equipamentos, confiabilidade de processo, melhoria 
contínua da lubrificação, produtividade dos colaboradores, estabilidade operacional 
e controle da manutenção. Além disso, possibilita a redução no consumo de 
lubrificantes e de energia, nas paradas de máquinas para manutenções corretivas, 
no descarte de lubrificantes e, consequentemente, nos custos de manutenção. 
Sem a lubrificação nos maquinários, a maior parte dos equipamentos iriam 
parar de funcionar em um curto período de tempo, sendo o desgaste excessivo a 
principal consequência. A lubrificação inadequada também é uma das causas que 
fazem com que as máquinas percam suas respectivas funcionalidades, ocasionando 
paradas de máquinas para ser realizada manutenção. (PIRRO e WESSOL, 2001). 
Ainda segundo Pirro e Wessol (2001): 
Outra consequência de uma Gestão Inadequada de Lubrificação é o 
aumento do consume de energia e perca de eficiência do maquinário, pois 
antes dos componentes de máquina falharem, acontece força de atrito 
excessiva entre eles que acarreta sobrecarga em equipamentos elétricos 
como bombas e motores. 
 
27 
A escolha do lubrificante a ser utilizado depende fundamentalmente da 
praticabilidade da utilização e do projeto, visando a promoção do lubrificante correto 
para o equipamento, como também evitar lubrificação por excesso ou por falta, 
prolongar a vida útil do equipamento, eliminar a falha pessoal e aumentar a 
produtividade. (CARRETEIRO; BELMIRO, 2016, p. 425). 
Já a escolha do método de aplicação do lubrificante depende de fatores 
como: tipo do lubrificante, viscosidade, quantidade de óleo e custo do dispositivo 
adequado. (CARRETEIRO; BELMIRO, 2016, p.4). 
 
2.5 CONTROLE DE FICHAS DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE 
PRODUTOS QUÍMICOS 
 
Um dos cuidados que se deve ter dentro da gestão de lubrificantes está 
relacionado às Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos 
(FISPQ’s). Uma FISPQ, segundo a NBR-14725-2 (2009, p. 1) “estabelece critérios 
para o sistema de classificação de perigos de produtos químicos, sejam eles 
substâncias ou misturas, de modo a fornecer ao usuário informações relativas à 
segurança, à saúde humana e ao meio ambiente”. 
A obtenção destas Fichas também é de grande importância no que diz 
respeito às concessões de certificações de meio ambiente e de qualidade à 
empresa, haja vista que os órgãos que certificam a empresa realizam auditorias e 
exigem as FISPQ’s de todos os lubrificantes utilizados por ela. 
As Fichas são armazenadas, geralmente, na sala de lubrificantes e/ou em 
locais de fácil acesso aos colaboradores. A Figura 2 representa o local de 
armazenamento das FISPQ’s na indústria estudada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
Figura 2: Local de armazenamento das FISPQ’s. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
A Figura 3 exemplifica uma das FISPQ’s que podem ser encontradas na 
empresa estudada: 
Figura 3: Print screen da FISPQ do ÓLEO KLUBERSYNTH CTH 2-260. 
 
Fonte: Klüber Lubrication, 2007. 
29 
O controle das FISPQ’s pode ser realizado através de auditorias bimestrais 
nos locais onde ficam armazenadas as Fichas. Na empresa estudada, as mesmas 
ficam alocadas na sala de lubrificação e na oficina mecânica do Beneficiamento. 
Através da auditoria, também é possível analisar a usabilidade dos produtos 
químicos utilizados na empresa. 
O Quadro2 refere-se à planilha de controle das FISPQ’s: 
Quadro 2: Planilha de controle de FISPQ. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
2.6 LUBRIFICAÇÃO NA INDÚSTRIA TÊXTIL 
 
De acordo com Medeiros (2015), “um par tribológico é formado por dois 
corpos sólidos em contato físico com movimento relativo, sob atrito, lubrificação e 
desgaste. Sua vida depende disso”. Tendo em vista este conceito e a grande 
quantidade de máquinas presente na indústria têxtil, a lubrificação é de suma 
importância para o bom desempenho dos equipamentos, aumentando sua vida útil e 
sua confiabilidade. 
 
30 
2.6.1 Beneficiamento Têxtil 
 
O Beneficiamento Têxtil é uma das principais etapas para a obtenção dos 
tecidos com alta qualidade, tendo em vista os processos pelos quais os artigos são 
submetidos, a fim de agregar propriedades e elevar sua qualidade, aumentando, 
consequentemente, o seu valor no mercado. 
Bastian (2009, p. 6) define o Beneficiamento como uma “etapa de preparação 
dos fios para seu uso final ou não, envolvendo tingimento, engomagem, retorção 
(linhas, barbantes, fios especiais, etc.) e tratamento especiais”. 
Neste setor, estão presentes várias máquinas que realizam diversos 
processos no tecido que é recebido da Tecelagem. Os principais processos 
realizados no Beneficiamento Têxtil são: chamuscagem, desengomagem, purga e 
alvejamento, mercerização, estampagem, tingimento, ramagem, sanforização, 
calandragem e escovação. Cada um desses processos é realizado em 
equipamentos diferentes, e os tecidos passam por tais processos de acordo com os 
resultados almejados e/ou conforme solicitados. 
 
2.6.2 Mercerização e a máquina Mercerizadeira 
 
De acordo com Bastian (2009, p. 11) a mercerização é um “tratamento 
alcalino do material têxtil com objetivo de melhorar propriedades físico-químicas da 
fibra (brilho, aumento da afinidade por corante, estabilidade dimensional etc.)”. Já 
Rizzi (1985, p. 29) defende que “a mercerização é o processo pelo qual as fibras 
celolósticas são tratadas para obter maior poder tintorial, brilho, resistência e 
estabilidade dimensional”. 
Os fatores que influenciam na mercerização são a concentração da solução 
da soda cáustica, a temperatura e o tempo de contato soda/fibra. (RIZZI, 1985, p. 
30). 
A Mercerizadeira (ME) é a máquina responsável por realizar o processo de 
mercerização nos tecidos. Ela está presente no setor do Beneficiamento têxtil e é de 
suma importância para adquirir melhores resultados na produção dos tecidos. Os 
principais processos realizados pela Mercerizadeira são: Impregnação e reação do 
tecido na solução de soda cáustica, estabilização e lavagem do tecido. 
 
31 
2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO 
 
Neste capítulo, foi possível obter conhecimento através de um embasamento 
teórico a respeito dos assuntos que serão abordados no decorrer do trabalho. Foram 
tratados os principais assuntos que justificam e são suporte à elaboração do Plano 
de Lubrificação para a Mercerizadeira, bem como a importância do controle e gestão 
da Manutenção e Lubrificação na indústria, especialmente, no ramo têxtil. 
No próximo capítulo, será apresentada a metodologia pela qual a pesquisa foi 
realizada, estabelecendo também uma sequência lógica ao desenvolvimento do 
trabalho.
32 
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
Para a elaboração do Plano de Lubrificação da Mercerizadeira, inicialmente, 
foi necessário ser feito um levantamento dos componentes da máquina até o terceiro 
nível, que diz respeito aos itens presentes em cada compartimento do equipamento 
(nível dois), bem como seus respectivos cadastros e tagueamentos. 
A partir disso, puderam ser apontados e identificados todos os pontos da 
máquina que necessitam de lubrificação. Com base nas informações dos 
fabricantes, foram identificados os lubrificantes a serem utilizados na Mercerizadeira, 
além da quantidade de lubrificante a ser aplicado em cada ponto da máquina. 
Após, foram estabelecidas as rotinas de inspeção e de relubrificação para os 
pontos coletados. A fim de estabelecer uma gestão à vista ao Plano de Lubrificação, 
foi adotada uma simbologia relacionada à frequência a qual deve ser realizada a 
lubrificação, de modo a contribuir para uma melhor visualização da periodicidade da 
aplicação dos lubrificantes nos locais indicados pelo Plano. 
Também foi feito um levantamento a respeito da forma de armazenamento 
dos lubrificantes a serem utilizados na máquina e identificados os equipamentos 
necessários para realizar a lubrificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
3.1 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 
 
Para estabelecer a gestão e o controle da lubrificação na Mercerizadeira, a 
execução do trabalho foi realizada a partir de cinco etapas. A Firuga 4 apresenta 
estas etapas: 
Figura 4: Etapas para a realização do trabalho. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
A execução de cada uma dessas etapas foi de extrema importância para o 
desenvolvimento do projeto, uma vez que trata-se de um equipamento de grande 
relevância para o processo produtivo e que a falta de uma gestão de lubrificação 
para a máquina impacta diretamente nos indicadores de qualidade da mesma. 
 
3.1.1 Diagnóstico da situação atual da lubrificação e coleta de dados 
 
Nesta etapa, inicialmente foi feito um estudo geral da Mercerizadeira, da sala 
de lubrificação, da sistemática de funcionamento da lubrificação, bem como dos 
dados referentes à atual gestão de lubrificação para o equipamento. 
O primeiro passo foi analisar a Mercerizadeira. Foi feito um levantamento dos 
componentes da máquina, a fim de viabilizar a compreensão do equipamento. Por 
ser uma máquina grande, a mesma é dividida em compartimentos, de acordo com 
as funcionalidades de cada um deles. A Figura 5 apresenta o layout da máquina, 
com suas respectivas divisões: 
Diagnóstico da situação atual da lubrificação e
coleta de dados
Identificação e análise de problemas na
máquina relacionados à lubrificação
Elaboração do Plano de Lubrificação
Integração entre lubrificação e manutenção
Informatização dos controles
34 
 
Figura 5: Layout da Mercerizadeira, dividida por compartimentos. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
O levantamento foi realizado até o terceiro nível da máquina, como mostra o Quadro 3: 
Quadro 3: Levantamento dos componentes da Mercerizadeira. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
NÍVEL 1
NÍVEL 2
CONJUNTO 
DE ENTRADA
IMPREGNAÇÃO REAÇÃO RAMINHA ESTABILIZAÇÃO
CAIXA DE 
LAVAGEM 01
CAIXA DE 
LAVAGEM 02
CAIXA DE 
LAVAGEM 03
CAIXA DE 
LAVAGEM 04
ENDIREITADOR 
DE TRAMA 01
TORRE DE 
SECAGEM 01
TORRE DE 
SECAGEM 02
ENDIREITADOR 
DE TRAMA 02
CONJUNTO DE 
SAÍDA
COMPONENTES 
AUXILIARES
CILINDRO 
GUIA 
CILINDRO 
PRENSA 
SUPERIOR
SISTEMA DE 
CIRCULAÇÃO
SISTEMA DE 
CIRCULAÇÃO
SISTEMA DE 
CIRCULAÇÃO
CILINDRO 
BALANÇA
CILINDRO 
BALANÇA
CILINDRO 
BALANÇA
CILINDRO 
BALANÇA
CILINDRO GUIA
SISTEMA DE 
VAPOR
SISTEMA DE 
VAPOR
CABEÇAS DE 
LEITURA
CILINDRO GUIA 
TROCADOR DE 
CALOR
TENSOR 
MANUAL
CILINDRO 
PRENSA 
INFERIOR
CILINDRO 
OCADO
CILINDRO 
BALANÇA 
CILINDRO BALANÇA
CILINDRO 
EXTRATOR 
CILINDRO 
EXTRATOR 
CILINDRO 
EXTRATOR 
CILINDRO 
EXTRATOR 
CILINDRO 
BANANA
TAMBORES 
DE SECAGEM
TAMBORES 
DE SECAGEM
GRADE 
HORIZONTAL
TENSOR 
PNEUMÁTICO 
ESTRUTURAS DE 
SEGURANÇA
SISTEMA DE 
TRAÇÃO 
SISTEMA DE 
TRAÇÃO
CILINDRO 
BALANÇA 
CILINDRO 
OCADO
CILINDRO OCADO
CILINDRO 
GUIA
CILINDRO 
GUIA
CILINDRO 
GUIA
CILINDRO 
GUIA
GRADE 
HORIZONTAL
SISTEMA DE 
EXAUSTÃO
SISTEMA DE 
EXAUSTÃO
CILINDRO GUIA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
TENSOR 
PNEUMÁTICO
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
TENSOR 
PNEUMÁTICO
CILINDRO 
OCADO
CILINDRO 
RAIADO
CILINDRO 
RAIADO
CILINDRO RAIADO
CILINDRO 
IMERSOR 
CILINDRO 
IMERSOR 
CILINDRO 
IMERSOR 
CILINDRO 
IMERSOR 
CABEÇAS DE 
LEITURA
CILINDRO 
CURVO
CILINDROCURVO
CILINDROS 
BANANA
SISTEMA DE 
TRAÇÃO 
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
ABRIDORE DE 
OURELA 
CILINDRO 
RAIADO
CILINDRO 
PRENSA 
SUPERIOR
SISTEMA DE 
VAPOR
CILINDRO PRENSA 
SUPERIOR
CILINDRO DE 
TRAÇÃO
CILINDRO DE 
TRAÇÃO
CILINDRO DE 
TRAÇÃO
CILINDRO DE 
TRAÇÃO
CILINDRO 
GUIA
CILINDRO 
GUIA
CILINDRO 
PUXADOR 
SUPERIOR
CILINDRO 
PUXADOR 
SUPERIOR
CILINDRO 
BALANÇA 
CILINDRO 
PRENSA 
INFERIOR
SISTEMA DE 
TRAÇÃO
CILINDRO PRENSA 
INFERIOR
SISTEMA DE 
VAPOR
SISTEMA DE 
VAPOR
SISTEMA DE 
VAPOR
SISTEMA DE 
VAPOR
CILINDRO 
BALANÇA
CILINDRO 
BALANÇA
CILINDRO 
PUXADOR 
INFERIOR
CILINDRO 
PUXADOR 
INFERIOR
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
PRENSA
SISTEMA DE 
VAPOR
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
BALANÇA
SISTEMA PNEUMÁTICO 
- CILINDROS PRENSA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
BALANÇA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
BALANÇA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
BALANÇA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
BALANÇA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDRO 
BALANÇA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDRO 
BALANÇA
CILINDRO BATEDOR 
CILINDRO 
BATEDOR DE 
ENTRADA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
BALANÇA 
SISTEMA DE 
TRAÇÃO
ESTRUTURA
SISTEMA PNEUMÁTICO 
- CILINDROS BALANÇA 
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
EXTRATORES
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
EXTRATORES
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
EXTRATORES
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
EXTRATORES
ESTRUTURA ESTRUTURA
ABRIDORES DE 
OURELA 
TENSOR 
PNEUMÁTICO 
SISTEMA DE 
VAPOR
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
PRENSA
SISTEMA DE VAPOR
SISTEMA DE 
TRAÇÃO 
SISTEMA DE 
TRAÇÃO 
SISTEMA DE 
TRAÇÃO 
SISTEMA DE 
TRAÇÃO 
CILINDRO CURVO 
 ABRIDORES 
DE OURELA 
SISTEMA DE 
CIRCULAÇÃO
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDROS 
BALANÇA
SISTEMA DE TRAÇÃO
SISTEMA DE 
CIRCULAÇÃO
SISTEMA DE 
CIRCULAÇÃO
SISTEMA DE 
CIRCULAÇÃO
SISTEMA DE 
CIRCULAÇÃO
CILINDRO BALANÇA 
CILINDRO 
BALANÇA 
ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDRO 
PUXADOR
ESTRUTURA 
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
ABRIDORES DE 
OURELA 
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
CILINDRO BALANÇA
CILINDRO 
ENROLADOR 
SISTEMA 
PNEUMÁTICO - 
BRAÇO 
ENROLADOR
SISTEMA DE 
TRAÇÃO
ESTRUTURA
NÍVEL 3
MERCERIZADEIRA
36 
Foi feita uma análise na sala de lubrificação, a fim de identificar os principais 
lubrificantes utilizados na máquina estudada, além de obter uma visão geral da atual 
gestão e manuseio destes lubrificantes. A Figura 6 mostra a sala de lubrificação da 
empresa em estudo: 
Figura 6: Sala de lubrificação. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
Como não havia uma gestão das rotinas de trabalho dos mecânicos 
responsáveis pela lubrificação, os dados referentes ao controle dos locais de 
lubrificação para o equipamento, bem como às datas para inspeção e relubrificação 
eram realizadas a partir de anotações em um livro de ocorrências, juntamente com a 
análise do layout da máquina. A Figura 7 mostra um registro do livro de ocorrências 
relacionadas à lubrificação da Mercerizadeira: 
Figura 7: Controle de lubrificação realizada pelos mecânicos. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
37 
Tal livro de ocorrências era armazenado no setor durante um período de seis 
meses. Após este período, o mesmo era descartado, perdendo informações que 
poderiam ser necessárias para análises futuras, bem como para criar indicadores de 
qualidade, gerados a fim de estabelecer melhorias para a gestão da lubrificação. 
Também foi observado que o apontamento de horas trabalhadas pelos 
mecânicos da lubrificação era realizado em locais inadequados. Pelo fato de não se 
ter um Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira e, consequentemente, não 
possuir um checklist de atividades a serem executadas e nem uma sistematização 
do controle de lubrificação para a máquina, os apontamentos eram realizados em 
Ordens de Manutenção (OM) de outros equipamentos. 
Além disso, notou-se que a inspeção nos pontos de lubrificação da ME era 
falha, tendo em vista o fato de que não se tinha um controle confiável para análise 
de tais locais. Por fim, foi verificado que a lubrificação no equipamento era realizada 
com base no Plano de Lubrificação de um equipamento com alguns compartimentos 
semelhantes. 
Foram observados também outros pontos, tais como estão apresentados na 
Figura 8: 
Figura 8: Itens levantados relacionados à lubrificação na Mercerizadeira. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
Rotinas de trabalho 
da equipe 
responsável pela 
lubrificação
Lubrificantes 
utilizados
Armazenamento 
dos lubrificantes
Histórico da 
lubrificação na 
Mercerizadeira
Ferramentas e 
metodologia de 
aplicação dos 
lubrificantes
Recursos para 
armazenamento e 
processamento de 
informações
38 
3.1.2 Identificação e análise de problemas na máquina relacionados à 
lubrificação 
 
Durante esta etapa, foi feita uma análise sucinta da ME, através de um 
brainstorming realizado com os responsáveis pela lubrificação do equipamento, a fim 
de identificar possíveis problemas na máquina decorrentes de falhas na lubrificação. 
Foi dada uma maior atenção aos problemas pontuais, para que pudessem ser 
analisados e tratados, com o intuito de evitar outros problemas no desenvolvimento 
do Plano de Lubrificação. Através da reunião e análise do equipamento, foi possível 
identificar os seguintes problemas: 
Alguns rolamentos dos cilindros secadores das torres de secagem e das 
caixas de lavagem estavam com problemas. A partir de uma análise nestes pontos, 
foi identificado que os mancais de rolamento estavam desgastados, apresentando 
folgas. 
Deste modo, ao realizar a relubrificação dos tambores das torres de secagem, 
os rolamentos não estavam recebendo o lubrificante de maneira correta (o 
lubrificante não estava entrando no rolamento), assim, danificando-os.Em outros 
casos, foram observadas retenções danificadas por excesso de graxa na 
relubrificação das caixas de lavagem, fazendo com que o lubrificante vazasse para 
dentro do compartimento. 
A Figura 9 retrata uma das observações relacionadas a este problema: 
Figura 9: Evidência de problema na lubrificação das caixas de lavagem. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
39 
Problemas relacionados à lubrificação podem gerar manchas no tecido. Este 
defeito por ser explicado a partir do seguinte processo: conforme há excesso de 
graxa proveniente da relubrificação, as retenções se danificam, pelo excesso de 
pressão e permitem o vazamento de graxa, que escorre pela lateral interna do 
equipamento e entra em contato com o banho que, ao entrar em contato com o 
tecido, contamina o mesmo, conforme apresentadas na Figura 10 e na Figura 11: 
Figura 10: Manchas no tecido provenientes de falha na lubrificação. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
Figura 11: Manchas de graxa no tecido – cilindros secadores. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
40 
Dessa forma, foi feito um mapeamento dos pontos de lubrificação em que a 
incidência da anomalia apresentada era maior. Foram verificados os dois lados da 
máquina e identificados os locais cujo problema era recorrente. 
Os layouts das caixas de lavagem e das torres de secagem foram dispostos 
aos responsáveis pela lubrificação no equipamento que, por sua vez, mapearam os 
mancais que estavam apresentando este problema, a fim de saná-lo. A Figura 12 
representa os layouts destes dois compartimentos: 
Figura 12: Lauyout das caixas de lavagem e das torres de secagem. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
3.1.3 Elaboração do Plano de Lubrificação 
 
Para a elaboração do Plano de Lubrificação da Mercerizadeira para a 
empresa estudada, alguns pontos foram levados em consideração: 
 Quantidade de funcionários na equipe de lubrificação; 
 Estrutura dos Planos de Lubrificação adotada pela empresa; 
 Tipos de lubrificantes a serem utilizados; 
 Cadastro e controle dos lubrificantes; 
 Pontosde lubrificação no equipamento; 
 Número da FISPQ; 
 Estrutura de armazenamento (embalagem); 
 Ferramentas de aplicação; 
 Previsão de consumo; 
 Planejamento dos serviços periódicos de lubrificação; 
 Periodicidade de inspeção; 
 Esquema de gestão à vista. 
41 
Nesta etapa, foram levantados os principais pontos a serem inseridos ao 
Plano de Lubrificação, a fim de atribuir a melhor gestão possível à lubrificação ao 
equipamento. O modelo utilizado para a elaboração do PL foi adotado respeitando a 
padronização dos Planos de Lubrificação já existentes na empresa, referentes a 
outras máquinas. 
Foram implementados alguns itens e modificadas algumas nomenclaturas 
como forma de viabilizar um melhor entendimento por parte das pessoas que terão 
acesso ao PL da Mercerizadeira. 
 
3.1.4 Integração entre lubrificação e manutenção 
 
Para uma boa execução da lubrificação no equipamento, é de suma 
importância que haja uma integração entre a manutenção e a lubrificação. Tendo em 
vista que a maior parte da lubrificação na Mercerizadeira é realizada durante as 
Manutenções Preventivas, as quais atuam na máquina equipes de diferentes áreas 
da manutenção (Elétrica, Mecânica, Utilidades, Oficina Mecânica e Civil), é 
necessário que a programação das intervenções a serem realizadas no 
equipamento seja bem planejada, para que não inviabilize a atuação de nenhuma 
das áreas. 
Assim, durante esta etapa, foi analisada a execução da lubrificação na ME 
durante uma Manutenção Preventiva, juntamente com as outras equipes de 
manutenção, a fim de observar possíveis problemas que podem estar relacionados à 
incompatibilidade de informações, atuação em compartimentos iguais, inviabilizando 
a intervenção por uma das partes, quantidade de colaboradores atuando no 
equipamento, dentre outros. 
A Figura 13 representa uma das atuações realizadas na ME pela equipe de 
lubrificação, durante uma Manutenção Preventiva. Na atuação descrita na Figura 13, 
ocorre uma relubrificação no mancal do cilindro extrator inferior do lado esquerdo da 
caixa de lavagem 02, com uma bomba pneumática, utilizando a graxa Starburags 
NBU 8: 
 
 
 
 
42 
Figura 13: Aplicação de lubrificante durante Manutenção Preventiva na Mercerizadeira. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
3.1.5 Informatização dos controles 
 
Esta etapa consiste no envio do Plano de Lubrificação à equipe do 
Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) da empresa, para que o PL seja 
registrado no sistema de gestão da indústria. A partir da informatização do Plano de 
Lubrificação, torna-se possível estabelecer um controle da lubrificação para a 
Mercerizadeira, tendo em vista que, através dela, surgirão oportunidades de 
melhorias a serem implementadas no âmbito da gestão da lubrificação para o 
equipamento, tais como estão apresentadas na Figura 14: 
 
 
 
 
43 
Figura 14: Potenciais de melhorias a partir do controle e gestão da lubrificação. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
3.2 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO 
 
Estabelecer uma metodologia para realização do trabalho é de grande 
importância, pois a mesma organiza, em uma sequência lógica, as etapas do 
trabalho a ser desenvolvido e facilita a obtenção de bons resultados. 
Através deste capítulo, foi possível observar o passo a passo para a obtenção 
de um controle e, a partir disso, gerenciar o processo de lubrificação para a 
Mercerizadeira, dando foco no objetivo principal do trabalho, que é a elaboração do 
Plano de Lubrificação para o equipamento descrito. 
Além de tornar qualitativo o entendimento da construção do trabalho, a 
metodologia escolhida para este estudo dá um embasamento referente a alguns 
pontos relacionados à gestão de manutenção, otimização de custos e segue um 
caminho visando estabelecer o senso de propriedade aos envolvidos com a 
lubrificação na máquina, tendo em vista as oportunidades de melhorias levantadas. 
No capítulo seguinte, será apresentado o Plano de Lubrificação para a 
Mercerizadeira, bem como os estudos feitos e dados coletados para a sua 
elaboração. 
Elaboração de checklist
dos controles de 
lubrificação, 
manutenção, eventos 
críticos, custos, 
consumos e possíveis 
irregularidades
Controle e 
apontamento correto 
de mão de obra
Elaboração de 
indicadores de 
performance
Gestão à vista da 
lubrificação no 
equipamento
Armazenamento de 
informações em 
banco de dados
Padronização e 
controle de rotinas de 
trabalho
44 
CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
 
A elaboração do Plano de Lubrificação é a etapa mais importante para se 
gerenciar o processo de lubrificação em um equipamento. Através dele, é possível 
estabelecer diretrizes que geram um controle à lubrificação e identificar potenciais 
de melhorias à ME, possibilitando uma melhor relação de custo x benefício aos 
lubrificantes, reduzindo problemas relacionados à falhas de lubrificação e, 
consequentemente, elevando a performance da máquina. 
O PL encaixa-se no conceito de lubrificação preventiva, visto que há um 
planejamento prévio das ações a serem realizadas, garantindo, assim, uma melhor 
execução daquilo que foi previsto, sem comprometer a disponibilidade do 
equipamento. 
Neste capítulo, será apresentado o Plano de Lubrificação para a 
Mercerizadeira de uma indústria têxtil do Estado do Rio Grande do Norte através das 
abordagens levantadas e dos conceitos já definidos durante o trabalho. 
 
4.1 SISTEMATIZAÇÃO DO PLANO DE LUBRIFICAÇÃO 
 
A sistemática para a elaboração do Plano de Lubrificação da ME deu-se a 
partir da construção do PL dividindo-o em etapas. Tal elaboração foi feita pensando 
em facilitar o trabalho dos colaboradores responsáveis pela lubrificação e de todos 
os interessados pelo trabalho, de modo a conseguirem encontrar todas as 
informações necessárias relacionadas à lubrificação do equipamento no Plano de 
Lubrificação desenvolvido. Além disso, foram coletadas informações referentes às 
programações de intervenções na máquina através do Planejamento e Controle da 
Manutenção (PCM), bem como de dados referentes aos lubrificantes e à 
periodicidade de lubrificação com a equipe da Manutenção Mecânica da empresa 
estudada. 
O Plano de Lubrificação da Mercerizadeira possui informações relacionadas 
aos lubrificantes e seus respectivos cadastros, aos pontos de lubrificação, à 
metodologia de aplicação (armazenamento, ferramenta de aplicação e quantidade 
de lubrificante), além da periodicidade para lubrificação e inspeção dos pontos 
lubrificados e aos números de FISPQ’s armazenados na indústria em que o trabalho 
foi desenvolvido. 
45 
4.1.1 Pontos de Lubrificação 
 
Para elaboração do Plano de Lubrificação da Mercerizadeira, foram 
levantados os pontos de lubrificação do equipamento. A coleta destes locais é uma 
das principais ações a serem executadas, pois norteia a elaboração do PL. Visto que 
a máquina é dividida por compartimentos, o armazenamento dessas informações no 
Plano também foi realizado de acordo com a divisão da máquina. 
No total, foram encontrados 105 (cento e cinco) locais em que há a 
necessidade de lubrificação. O Quadro 4 apresenta os pontos de lubrificação 
coletados para a Mercerizadeira: 
Quadro 4: Pontos de lubrificação por compartimento da Mercerizadeira. 
 
 
COMPONENTE PONTOS DE LUBRIFICAÇÃO
FUSOS DOS KF ABRIDORES DE OURELA
CONJUNTO TENSOR
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA SUPERIORES (LE/LD)
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA INFERIORES (LE/LD)
MANCAIS DO EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA (LE/LD)
MANCAIS DOS CILINDROS BATEDORES SUP/INF. (LE/LD) 
MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS SUP/INF. (LE/LD) 
CONJUNTO DE CILINDROS TENSORES
MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR DE BORRACHA (LE/LD) 
MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR DE INOX (LE/LD)
GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN
REDUTOR DO CILINDRO PUXADOR 
MANCAIS DO CILINDRO ROSCA (LE/LD)
MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD)
MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DEINOX (LE/LD)
GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS SUPERIORES (LD) 
GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS INFERIORES (LD) 
CORRENTES E ENGRENAGENS
GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN
REDUTOR DE ACIONAMENTO WU-5
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS (LE/LD) 
MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA
MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD)
MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE INOX (LE/LD) 
GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN
REDUTOR WU-5 (LD)
C
A
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O
46 
 
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA (LE/LD) 
MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA
MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) 
MANCAIS DOS CILINDROSPRENSA INOX (LE/LD)
GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN
REDUTOR WU-5 (LD)
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) 
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) 
CILINDRO DE TRAÇÃO DE BORRACHA
MANCAIS DOS FUSOS (LE/LD) 
CAIXA DE ENGRENAGENS/CORRENTES (LD)
MANCAIS DO CILINDRO DE TRAÇÃO DAS CORRENTES
GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN
MANCAIS DO CILINDRO RAIADO
REDUTOR WU-4 (LD)
REDUTOR WU-4 ( ENTRADA DA RAMINHA )
REDUTOR COAXIAL (LE/LD) ( ENTRADA DA RAMINHA )
REDUTOR COAXIAL LD ( CAIXA DE REDUTORES RAMINHA )
REDUTOR WU-4 ( SAIDA DA RAMINHA )
REDUTOR RAMINHA (LE/LD) (M-15)
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS (LE/LD)
MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) 
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) 
GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN
REDUTOR WU-5 (LD)
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS SUPERIORES (LE/LD) 
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS INFERIORES (LE/LD) 
MANCAIS DA ARTICULAÇÃO DA BALANÇA
CARDAN DE ALINHAMENTO E TRANSMISSÃO DOS REUTORES SUP/LD 
MANCAIS DOS CILINDROS EXTRATORES SUPERIORES (LE/LD) 
MANCAIS DOS CILINDROS EXTRATORES INFERIORES (LE/LD) 
MANCAIS DO CILINDRO DE TRAÇÃO
MANCAIS DO CILINDRO ROSCA
MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS DE INOX (LE/LD)
GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS SUP. (LD)
GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS INF. (LD)
CAIXA DE ENGREN/CORRENTES SUP. (LD)
CAIXA DE ENGREN/CORRENTES INF. (LD)
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 01) 
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 01) 
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 02) 
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 02 ) 
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 03)
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 03)
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA. (LE/LD) ( CAIXA 04)
MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX. (LE/LD) ( CAIXA 04)
GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN
REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 01)
REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 02
REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 03)
REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 04)
C
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47 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018. 
 
4.1.2 Lubrificantes utilizados no equipamento 
 
Após análise dos lubrificantes utilizados pela empresa e em equipamentos 
semelhantes, foram definidos cinco tipos de lubrificantes a serem utilizados na 
Mercerizadeira, conforme necessidade de aplicação nos pontos de lubrificação já 
apresentados. São eles: 
 LUBRIFICANTE MOLYKOMBIM UFMT 4, à base de bissulfeto de molibdênio; 
 GRAXA TRIBOTEC PD-00, à base de lítio; 
 GRAXA MOBILUX EP-2, à base de lítio; 
 ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320, à base mineral; 
 GRAXA STABURAGS NBU 8, à base de óleo mineral. 
MANCAIS DOS CILINDROS SECADORES. (LE/LD) 
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS SUPERIORES (LE/LD) 
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS INFERIORES (LE/LD) 
MANCAIS DO EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA (LE/LD)
MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS SUPERIORES (LE/LD) 
MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS INFERIORES (LE/LD) 
MANCAIS DAS POLIAS
UNIÕES ROTATIVAS SUP/INF (LE/LD) 
REDUTOR N-1 (LD) 
REDUTOR N-2 (LD) 
REDUTOR N-3 (LD) 
FUSOS KF
ENGRENAGEM/CORRENTE DE ACIONAMENTO DO CILINDRO ENROLADOR (LE) 
MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA (LE/LD) 
EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA
MANCAIS DOS CILINDROS S BATEDORES (LE/LD) 
MANCAIS DOS CILINDROS S TENSORES (LE/LD)
CORRENTES/ENGRENAGENS ACIONADAS PELO REDUTOR
MANCAIS DOS CILINDROS S GUIAS (LE/LD) 
MANCAIS DE APOIO DO EIXO DAS ENGREN.
MANCAIS DO CILINDRO ENROLADOR
MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR BORRACHA. (LE/LD) 
MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR INOX (LE/LD) 
GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN
REDUTOR LD
REDUTOR DE ACIONAMENTO DOS FUSOS (LD) - CAIXA DE REDUTORES N-1
REDUTOR DE ACIONAMENTO DOS FUSOS (LD) - CAIXA DE REDUTORES N-2
T
O
R
R
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 S
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C
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G
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M
C
A
S
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 D
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ÍD
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48 
 
4.1.3 Cadastro dos Lubrificantes 
 
Cada lubrificante é cadastrado no sistema com um código diferente. Este 
código serve para facilitar a identificação do item no que diz respeito ao controle de 
estoque, solicitações de compra e padronização, por exemplo. O Quadro 5 mostra o 
código de cada lubrificante utilizado na Mercerizadeira: 
Quadro 5: Código dos lubrificantes utilizados na Mercerizadeira. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
 
4.1.4 Ferramentas de uso 
 
As ferramentas de uso dos lubrificantes variam de acordo com os locais de 
lubrificação, bem como da quantidade a ser aplicada e do tipo de lubrificante. O 
Quadro 6 representa as ferramentas recomendadas para uso de cada lubrificante e 
a embalagem na qual o lubrificante é recebido pelo almoxarifado: 
Quadro 6: Armazenamento e ferramentas de uso dos lubrificantes. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
TAG Tipo de Lubrificante
PC650010205 LUBRIF. MOLYKOMBIM UFMT 4
PC650010162 GRAXA TRIBOTEC PD-00
PC650010111 GRAXA MOBILUX EP-2
PC650010385 ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320
PC650010145 GRAXA STABURAGS NBU 8
Tipo de Lubrificante Embalagem Ferramenta
LUBRIF. MOLYKOMBIM UFMT 4 SPRAY 450 ml SPRAY
GRAXA TRIBOTEC PD-00 BALDE 18 kg PINCEL
GRAXA MOBILUX EP-2 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL
ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 TAMBOR 200 L BALDE
GRAXA STABURAGS NBU 8 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA
49 
A Figura 15 apresenta exemplos de bombas utilizadas na lubrificação da 
empresa estudada: 
Figura 15: Bombas utilizadas para lubrificação 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
A Figura 16 mostra o carro de ferramentas utilizado como suporte para a 
lubrificação dos equipamentos: 
Figura 16: Carro de ferramentas da Manutenção. 
 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 
50 
4.1.5 Quantidade de lubrificante 
 
Para estabelecer a quantidade de lubrificante a ser utilizada nos pontos de 
lubrificação da Mercerizadeira, foram adotados os cálculos utilizados pela empresa, 
a fim de respeitar a padronização na gestão de lubrificantes já existente para outros 
equipamentos. 
O cálculo para quantidade de lubrificante a ser utilizado em cada local, 
dependendo do ponto, pode levar em consideração as especificações do rolamento, 
o tipo de carga, a velocidade da máquina em rotações por minuto, a quantidade de 
graxa na tampa, bem como na caixa. 
A quantidade de graxa em cada rolamento é dada a partir da multiplicação 
dos valores de diâmetro externo do rolamento (D) pela sua largura (B). Já o valor em 
cada ponto de relubrificação é dado através da multiplicação do valor total de graxa 
(dado pelo somatório entre a quantidade de graxa no rolamento, na tampa e na 
caixa) pelo fator multiplicador de carga. Se o tipo for axial, multiplica-se por 0,005. 
Para o tipo radial, multiplica-se por 0,002. Estes valores foram derivados de acordo 
com a velocidade do equipamento. As dimensões dos valores para diâmetro externo 
e largura são dadas em milímetros, enquanto que as quantidades de graxa são 
dadas em gramas. 
A Fórmula 1 representa a quantidade de graxa em cada ponto de 
relubrificação para locais submetidos à carga axial, enquanto que a Fórmula 2 
apresenta a mesma equação para cargas radiais: 
 
Qtd. graxa em cada ponto = [(B x D) + Qtd. graxa na tampa + Qtd. graxa na caixa] x 0,005 (1) 
 
Qtd. graxa em cada ponto = [(B x D) + Qtd. graxa na tampa + Qtd. graxa na caixa] x 0,002 (2) 
 
O Quadro 7 representa o exemplo de alguns valores de quantidade

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