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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREDITIVA DE COMPRESSOR DE AR EM UMA EMPRESA TÊXTIL DO RIO GRANDE DO NORTE JOSÉ MAGDIEL DA SILVA NATAL- RN, 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREDITIVA DE COMPRESSOR DE AR EM UMA EMPRESA TÊXTIL DO RIO GRANDE DO NORTE JOSÉ MAGDIEL DA SILVA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Mecânico, orientado pelo Prof. Dr. João Carlos A. Costa Júnior. NATAL - RN 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREDITIVA DE COMPRESSOR DE AR EM UMA EMPRESA TÊXTIL DO RIO GRANDE DO NORTE JOSÉ MAGDIEL DA SILVA Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso Prof. Dr. João Carlos A. Costa Júnior ___________________________ Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Orientador Thiago de Araújo Brito ___________________________ Vicunha Têxtil – Avaliadora Externa Lucas Michel da Costa Alves ___________________________ Vicunha Têxtil – Avaliador Externo NATAL, 14 de dezembro de 2018. i Agradecimentos Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus por, apesar das dificuldades, nunca ter me abandonado e ter me proporcionado força e sanidade para a elaboração deste trabalho. Gostaria de agradecer também a Nossa Senhora de Fátima e Santo Expedito, aos quais eu me agarro pela fé nos momentos difíceis. Agradeço minha família por todos os ensinamentos e todo o amor, mesmo à distância durante minha graduação. Sou grato, especialmente, aos meus pais, Iran e Neide, que nunca mediram esforços pela minha educação e dos meus irmãos e nunca nos deixaram perder a fé. Sem vocês a realização deste sonho nunca seria possível! Aos amigos de infância e jamais esquecidos que, apesar da distância e dos desencontros, a amizade perdura. Não menos importante, também sou grato aos amigos de Mossoró e Natal, que se tornaram minha família em terras potiguares e nunca me negaram um apoio pessoal ou profissional. Agradeço a Letícia, Paula, Hian, Fernanda, Joyce, Bruna, Felipe, Mariana, Wescley, Vinícius, Gaby, Lúcia, Renato, Giovanna, Amanda, Karol, Kaka, Marcinha e Aline. De forma especial, agradeço a Rafael por ter sido o responsável pelo meu primeiro trabalho acadêmico e sempre me apoiar nas esferas acadêmicas, profissionais e pessoais. Obrigado aos companheiros de estudo que se tornaram amigos para a vida e colegas de trabalho: Edália, Valquíria, Alexandre, Sylvia, Gaby e Patrícia por, além de todo o conhecimento compartilhado em tantas noites em claro e finais de semana no GET, ainda tornaram a engenharia e os momentos de tensão mais leves. As aprovações não teriam sido possíveis sem esse grupo que sempre ajudou um ao outro. Aos amigos da rota zero que descobri no melhor estágio, que me ensinaram que engenharia vai além da sala de aula e compactuaram comigo os momentos desse trabalho: Iane, Lucas, Eloá e Thaieny. Aos meus inspiradores profissionais da educação que, em algum momento, me nortearam na minha formação. Sou grato aos professores Haroldo (10), Telésforo, Juliana, Karllyammo, Wiebke e Jessica. Também agradeço todo o conhecimento a minha querida orientadora no GET, Joana. Aos responsáveis pelo conhecimento adquirido durante o estágio e para a elaboração deste trabalho, agradeço a Paulo, Lucas, Thiago, Fernanda, Layse, Lívia, Márcio, Sérgio e, especialmente, aos dois que mais perturbei durante a execução deste trabalho: Renato e Edson. Por último, e não menos importante, agradeço ao meu orientador pela disponibilidade, por ter aceitado o desafio, pela confiança e não ter desistido de mim. ii Silva, J. M. Elaboração e Implementação de um Plano de Manutenção Preditiva em um Compressor de Ar em uma Empresa Têxtil do Rio Grande do Norte. 2018. 51 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2018. Resumo Inseridas em um mundo cada vez mais global e competitivo, as indústrias estão constantemente em uma corrida, cujo fator estratégico para a liderança, atualmente, está em uma boa gestão da manutenção baseada em melhorias contínuas, cujos resultados são maiores confiabilidade e disponibilidade. Por isso, conhecer e monitorar a condição das máquinas têm se tornado tão importantes. O presente trabalho tem como proposta o desenvolvimento e a implantação de um Plano de Manutenção Preditiva baseado nas técnicas de vibração em um compressor de ar de uma empresa têxtil, tendo em vista que essa máquina é estratégica, pois impacta diretamente na produção. Os conceitos utilizados para a confecção desse trabalho abordam temas como tribologia, gestão da manutenção e técnicas de preditiva, bem como compressor de ar e a empresa em que a máquina está inserida. Neste sentido, o Plano de Manutenção Preditiva para o Compressor de ar foi desenvolvido através de diversas etapas, que incluem desde a divisão da máquina em níveis de TAG, equipamentos e componentes, bem como todos os pontos a serem monitorados pela técnica de vibração, parâmetros considerados aceitáveis para a prática das atividades do plano e periodicidade. Além disso, o cadastro do plano desenvolvido na empresa estudada fornece base para um melhor planejamento e controle do setor de Planejamento e Controle da Manutenção, tendo em vista algumas falhas que foram encontradas durante a elaboração do trabalho, como abertura de Ordens de Manutenção equivocada ou apontamento de horas de trabalho de colaboradores em outros documentos. Além disso, o trabalho apresenta um modelo de gestão à vista para que toda a equipe e interessados pelo desempenho da máquina possam ter um acompanhamento da condição dela, viabilizando uma melhor gestão para a equipe. Palavras-chave: manutenção, compressor de ar, indústria têxtil, disponibilidade iii Silva, J. M. Elaboration and Implementation of a Predictive Maintenance Plan in an air compressor in a textile company of Rio Grande do Norte. 2018. 51 p. Conclusion work project (Graduate in Mechanical Engineering) - Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN, 218. Abstract Inserted in an increasingly global and competitive world, industries are constantly in a competition, whose strategic factor for leadership is currently placed in good maintenance management based on continuous improvement, which results in greater reliability and availability. Therefore, knowing and monitoring the condition of machines has become increasingly important. This paper proposes the development and implementation of a Predictive Maintenance Plan based on vibration techniques in an air compressor in a textile company, considering that this is strategic, since it has a direct impact on production. The concepts used to prepare this paper cover topics such as tribology, maintenance management, predictive techniques, as well as air compressor and the company in which the machine is inserted. In this sense, the Predictive Maintenance Plan for the Air Compressor was developed through several stages, which includes the division of the machine into TAG levels, equipment and components, as well as all points to be monitored by the vibration technique, parameters considered acceptable for the practice of planned activities and periodicity. In addition, the use of this plan in the company studied provides a basis for better planning and control of the Maintenance Planning and Control sector, considering some of the shortcomingsthat were encountered during the preparation of this paper, such as the opening of erroneous Maintenance Orders or registration of employees' work hours in other documents. Moreover, the paper presents a model of management in sight so that all the team and those interested in the performance of the machine can access and monitor its condition, enabling a better management for the team. Keywords: maintenance, air compressor, textile company, availability iv Lista de Ilustrações Figura 1 - Evolução do tempo das paradas de máquinas. .......................................... 4 Figura 2 - Evolução da perda de produção de tecido. ................................................. 5 Figura 3 - Evolução da perda financeira pela parada dos teares. ............................... 5 Figura 4 - Compressor de ar centrífugo de alta pressão modelo CENTAC. ............... 9 Figura 5 - Representação do funcionamento do CENTAC. ....................................... 10 Figura 6 - Economias decorrentes da aplicação dos conceitos de tribologia. ........... 12 Figura 7 - Tipos de desgastes. .................................................................................. 13 Figura 8 - Manutenção Corretiva Não Planejada. ..................................................... 16 Figura 9 - Manutenção Preventiva. ............................................................................ 17 Figura 10 - Manutenção Preditiva. ............................................................................. 18 Figura 11 - Resultados x Tipos de Manutenção x Custos. ........................................ 19 Figura 12 - Curva PF. ................................................................................................ 20 Figura 13 - Relatório técnico. ..................................................................................... 29 Figura 14 - Exemplo de OM errada. .......................................................................... 30 Figura 15 - Pontos de coleta do motor compressor no lado não acoplado. .............. 32 Figura 16 - Pontos de coleta do motor compressor no lado acoplado. ..................... 32 Figura 17 - Pontos de coleta do compressor. ............................................................ 33 Figura 18 - Pontos de coleta do segundo e terceiro estágios. .................................. 33 Figura 19 – Ponto de coleta do primeiro estágio do compressor. ............................. 34 Figura 20 – Pontos de coleta do conjunto motor-bomba. .......................................... 34 Figura 21 - Estrutura hierárquica do software. .......................................................... 36 Figura 22 – Ilustração do equipamento de monitoramento portátil. .......................... 40 Figura 23 – Plano de Manutenção Preditiva do Compressor de ar. .......................... 41 Figura 24 – Tela para inserir os valores de coleta. .................................................... 43 Figura 25 – Tela de preenchimento para abertura da MDM. ..................................... 43 Figura 26 – Modelo de OM tipo MDM. ....................................................................... 44 v Figura 23 – Quadro de gestão a vista ....................................................................... 45 vi Lista de Tabelas Tabela 1 - Propriedades positivas do AC. ................................................................... 9 Tabela 2 - Propriedades negativas do AC. ................................................................ 10 Tabela 3 - Grandezas de medição de vibração. ........................................................ 22 Tabela 4 - Divisão de Nível das bombas dos sistemas aberto e fechado. ................ 27 Tabela 5 - Divisão de Nível do Compressor de ar. .................................................... 28 Tabela 8 - Pontos de coleta separados por TAG. ..................................................... 39 Tabela 6 - Parâmetros para análises. ........................................................................ 40 vii Sumário Resumo ........................................................................................................................ ii Abstract ........................................................................................................................ iii Lista de Ilustrações ...................................................................................................... iv Lista de Tabelas .......................................................................................................... vi 1 Introdução ................................................................................................................. 1 1.1 Contextualização ................................................................................... 1 1.2 Objetivos ............................................................................................... 2 1.2.1 Objetivo geral .................................................................................. 2 1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................... 2 1.3 Justificativa ............................................................................................ 2 1.4 Organização do documento .................................................................. 6 2 Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 7 2.1 Introdução ............................................................................................. 7 2.2 Indústria têxtil ........................................................................................ 7 2.3 Setor de manutenção de utilidades ....................................................... 8 2.4 Compressor de ar .................................................................................. 8 2.5 Tribologia ............................................................................................. 11 2.5.1 Tipos de desgastes ....................................................................... 12 2.6 Manutenção na indústria têxtil ............................................................. 14 2.6.1 Conceito e histórico da manutenção ............................................ 14 2.6.2 Tipos de manutenção ................................................................... 15 2.6.3 Curva PF ....................................................................................... 20 2.7 Modos de detecção de falha ............................................................... 21 2.7.1 Análise de vibração ...................................................................... 21 2.7.2 Análise termográfica ..................................................................... 22 2.7.3 Análise do óleo ............................................................................. 23 viii 2.7.4 Ultrassom – Emissão acústica ...................................................... 24 3 Metodologia ............................................................................................................ 25 3.1 Etapas de desenvolvimento ................................................................ 25 3.1.1 Diagnóstico da situação do tipo de manutenção da máquina e coleta de dados .................................................................................................. 26 3.1.2 Definição de pontos para monitoramento ..................................... 31 3.1.3 Definição de parâmetros e periodicidade ..................................... 35 3.1.4 Instrumentação ............................................................................. 363.1.5 Informatização .............................................................................. 37 4 Caracterização e Desenvolvimento ........................................................................ 37 4.1 Sistematização do plano de manutenção preditiva ............................. 38 4.1.1 Pontos de Coleta .......................................................................... 38 4.1.2 Ferramentas de uso ...................................................................... 39 4.1.3 Parâmetros dos pontos de coleta ................................................. 40 4.2 Plano de manutenção preditiva ........................................................... 41 4.3 Cadastro do plano de manutenção preditiva no sistema da empresa estudada ................................................................................................................ 42 4.4 Gestão a vista do plano de manutenção preditiva .............................. 44 5 Conclusões ............................................................................................................. 45 5.1 Objetivos e conquistas alcançados com o estudo .............................. 46 5.2 – Contribuições do estudo ................................................................... 47 5.3 – Sugestões para estudos futuros ....................................................... 48 5.4 – Considerações finais ........................................................................ 48 6 Referências ............................................................................................................. 49 1 1 Introdução 1.1 Contextualização A palavra manutenção - derivada do latim manus tenere - significa manter o que se tem e por muitos anos essa atividade foi vista e executada como tal, sendo considerada um custo que deveria ser evitado dentro de qualquer empresa ou indústria. Sabe-se que a manutenção é um conjunto de atividades e procedimentos a serem realizados para garantir não apenas o contínuo funcionamento das máquinas e equipamentos, mas também a segurança dos operadores e mantenedores. Segundo a Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 5462-1994, manutenção pode ser definida como: “combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida.” Com o passar dos anos, novas tecnologias foram inseridas nas máquinas de pequeno e grande porte, fazendo com que elas se tornassem cada vez mais mecanizadas e automatizadas. Consequentemente, o setor de manutenção teve que acompanhar essas mudanças e deixando de ser agente passivo dentro dos custos da empresa e passando a ser um setor estratégico para a inserção de um mercado cada vez mais competitivo e que exige perdas zero durante a produção. Seguindo essa linha de raciocínio, um novo conceito de manutenção foi desenvolvido com base na confiabilidade das máquinas. Segundo Kardec (2009), o conceito atual de manutenção pode ser definido como a garantia da confiabilidade e da disponibilidade em função de equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção ou de serviço, com segurança, preservação do meio ambiente e custo adequados. Máquinas que possuem uma rotina operante de trabalho durante 24 horas por 7 dias da semana apresentam provavelmente falhas em potencial que podem sofrer intervenções – a depender das análises da manutenção preditiva - de forma programada antes de uma futura falha funcional. Esse é o caso de um compressor de ar que fornece insumo, principalmente, para os setores de fiação e tecelagem em 2 uma indústria têxtil. Como essa máquina gera um impacto (in)direto na qualidade do produto final, então deve ser analisada de forma crítica pela equipe da manutenção. Essa monografia foi motivada a partir de um brainstorming realizado pela equipe de utilidades da empresa estudada e foi levantada a seguinte problemática: como melhorar a disponibilidade de um compressor de ar a partir da implantação de gestão de um plano de manutenção preditiva? 1.2 Objetivos Levando em consideração o problema situacional exposto, os objetivos geral e específicos são explanados a seguir. 1.2.1 Objetivo geral O objetivo do presente trabalho se caracteriza pela proposta e implantação de um plano de manutenção preditiva, com o intuito de melhorar a disponibilidade de um compressor de ar, de forma a diminuir as paradas não programadas por conta de falhas funcionais. 1.2.2 Objetivos específicos Como objetivos específicos são listados os seguintes itens: • Compreender o funcionamento de um compressor de ar e a distribuição do ar comprimido; • Identificar os pontos específicos para análise de vibração; • Elaborar o plano de manutenção e inserir no sistema da empresa, abrindo o viés para a abertura de Ordem de Manutenção (OM) para a intervenção nos potenciais de falha da máquina a partir das análises realizadas. • Adquirir conhecimento sobre gestão e controle de manutenção preditiva e, consequentemente, corretiva; • Melhorar o índice de indisponibilidade do compressor de ar. 1.3 Justificativa Viana (2014) apresenta um cenário competitivo a partir de 1990 com a verdadeira abertura dos portos no Brasil, quando a indústria pátria se viu em uma corrida pela busca de qualidade total em relação aos seus produtos. 3 Além disso, Viana (2014) ainda alerta que a manutenção não pode mais se limitar a apenas corrigir problemas cotidianos, mas deve perseguir sempre a melhoria constante, tendo como norte o aproveitamento máximo dos instrumentos de produção, aliado a zero defeito. Posto isso, é fácil perceber que paradas não programadas de máquinas geram perdas de produtividade, qualidade e, consequentemente, de receita para uma empresa. Alguns dos fatores que podem ir contra a diminuição desses índices são um bom planejamento e um bom controle dos serviços realizados na máquina. O PCM e a supervisão da área realizam juntos um trabalho primordial para definição dos parâmetros corretos e necessários para que essas atividades sejam realizadas com qualidade. O compressor de ar é uma das máquinas mais importantes, pois, assim como as outras máquinas do setor de utilidades, fornece insumo para toda a planta da fábrica. No caso, o insumo fornecido é o ar comprimido que serve para alimentar as máquinas pneumáticas. No quadro da indústria têxtil, em análise, os principais clientes são os setores da fiação e da tecelagem, com destaque especial para a tecelagem, onde operam mais de 200 teares que necessitam de ar comprimido para que seja possível o entrelaçamento da trama com o urdume. Segundo Nascif e Dorigo (2013), o gerenciamento da rotina e a implementação de melhorias garantem a estabilização dos processos diários, que possibilitam a previsibilidade dos resultados obtidos, além de garantirem a competitividade da empresa no mercado. Sabendo disso e tendo a consciência da importância do compressor de ar para uma indústria têxtil e os impactos que a falta de ar comprimido pode ocasionar à empresa, então é imprescindível a elaboração de um plano de manutenção com base na condição, tendo em vista que irá acarretar o aumento da eficiência e disponibilidade do compressor. Após realizar a padronização das atividades de manutenção preditiva, é interessante e possível criar e monitorar indicadores, com o intuito de estabelecer uma melhoria contínua ao plano elaborado e, consequentemente, de sua gestão. Além disso, tal análise possibilita a identificação de falhas em diversos âmbitos, 4 desde a falha em potencial, ou seja, aquelas falhas que estão ainda prematuras, até falhas que estão na iminência de ocorrer, por exemplo. Segundo Teles (2017): O processo de planejamento permite elevar o grau de controlesobre o futuro dos sistemas internos e das relações com o ambiente. A organização que planeja procura antecipar-se às mudanças em seus sistemas internos e no ambiente, como forma de garantir sua sobrevivência e eficácia. Assim, fica evidenciado, alto nível de importância que o planejamento exerce dentro das organizações, bem como, a necessidade de sua utilização de forma correta. Problemas relacionados ao compressor de ar, quando não programados podem impactar de forma negativa nos índices de produção da empresa. Os Gráficos (Figura 1, 2 e 3) a seguir representam as evoluções da indisponibilidade (em minutos) dos 5 compressores de ar do tipo CENTAC presentes na empresa, de tecido deixado de produzir (em metros) por conta da falta de ar comprimido nos teares do setor da tecelagem e do monetário (em reais) que é caracterizada como prejuízo por consequência dos dois parâmetros já citados, respectivamente. Figura 1 - Evolução do tempo das paradas de máquinas. Fonte: elaborado pelo autor, 2018. 5 Figura 2 - Evolução da perda de produção de tecido. Fonte: elaborado pelo autor, 2018. Figura 3 - Evolução da perda financeira pela parada dos teares. Fonte: elaborado pelo autor, 2018. Após a análise dos 3 gráficos acima, é possível perceber a relação direta entre a indisponibilidade dos compressores, a não produção de tecidos e a perda monetária por consequência dos itens anteriores. Nos três gráficos, o mês crítico dos parâmetros foi setembro, no qual foi caracterizado por uma parada não programada durante uma manutenção preventiva realizada por uma empresa terceirizada, o que acarretou em quase 1400 minutos de 6 parada do compressor, aproximadamente 55.000 metros de tecido que deixaram de ser produzidos e um montante de quase R$ 60.000,00 reais que a empresa deixou de obter pela falta de produção. Assim, o trabalho se justifica por possibilitar uma intervenção que aumenta o número de intervalo entre manutenções corretivas e preventivas, causando uma menor incidência de paradas não programadas como a evidenciada acima e, consequentemente, menor índice de indisponibilidade e maior escala de produção. 1.4 Organização do documento O presente trabalho foi elaborado em cinco capítulos, sendo divididos: introdução, referencial teórico, metodologia adotada, considerações finais com resultados e discussões e a conclusão. Primeiramente, na introdução, é feita uma apresentação geral do estudo realizado, mostrando o objetivo geral e os objetivos específicos, além da justificativa do trabalho. O segundo capítulo aborda o referencial teórico, em que são expostos os conceitos inerentes à compreensão do conteúdo abordado do trabalho realizado. São apresentados conceitos relacionados principalmente à tribologia, manutenção industrial, manutenção preditiva por análise de vibração e indústria têxtil. No terceiro capítulo, é apresentada a metodologia adotada para a realização dessa monografia, destacando as etapas do desenvolvimento do trabalho, como coletas de dados e escolhas de parâmetros. O plano de Manutenção Preditiva, então, é apresentado no quarto capítulo, além do cadastro deste no sistema da empresa estudada junto com o setor do Planejamento e Controle da Manutenção (PCM). Além disso, também é apresentado um quadro de gestão a vista para o acompanhamento de diagnósticos e modos de falha. Para finalizar, o quinto capítulo apresenta as considerações finais do trabalho, evidenciando resultados obtidos e mostrando pontos que podem ser explorados em trabalhos futuros para a contínua melhoria e controle em relação ao equipamento escolhido. 7 2 Revisão Bibliográfica 2.1 Introdução Neste capítulo, o referencial teórico será apresentado com a abordagem de temas considerados importantes para o entendimento e desenvolvimento do trabalho em questão. A partir disso, é possível tirar todas as confirmações e ideias inerentes ao projeto proposto. Atualmente, é indiscutível a necessidade de uma maior interação entre os setores de produção e de manutenção para a sobrevivência de uma indústria dentro de um espaço cada vez mais globalizado e competitivo. Com isso, a tecnologia vem ao encontro desse conceito e surge a quarta revolução industrial, fomentando o conceito de indústria 4.0. A confiabilidade e a disponibilidade de um equipamento devem estar de acordo com o nível de produção. Para isto, faz-se necessário o entendimento do processo como um todo para que sejam discutidos pontos como quais atividades devem ser realizadas e suas periodicidades, tempo necessário para a intervenção e, principalmente, quais os pontos devem ser analisados e priorizados em uma análise ou intervenção. 2.2 Indústria têxtil A indústria têxtil é composta por três grandes áreas, cuja sequência segue uma ordem cronológica natural de processos: fiação, tecelagem e beneficiamento. Sendo essas ainda subdivididas em processos. Na fiação, existe a seleção da mistura da matéria, além da abertura do algodão para retirada de impurezas, logo após o algodão é torcido em várias etapas até possuir as propriedades desejadas. Na tecelagem, por sua vez, é composta pelas áreas de preparação à tecelagem, onde é feito o processo de engomagem do fio para dar uma maior resistência ao ser solicitado uma alta tensão nos teares, e a tecelagem em si, onde ocorre o entrelaçamento entre o urdume e a trama, tecendo o tecido. Por último, e não menos importante, há o beneficiamento, onde é separado por preparação - cuja função é limpar o tecido das sujeiras ainda incrustadas da matéria prima e decorrentes dos processos anteriores -, tingimento – processo para 8 definir tonalidade de cor e quantidade de corante – e acabamento – onde o tecido passa por processos que agregam valor pelas características da aparência e do uso. No entanto, para que todo esse sistema de processos possa ocorrer de forma harmônica, é necessário o fornecimento de insumos, como ar comprimido, água e vapor de água, por exemplo. O nome do setor responsável por esse fornecimento e manutenção é Utilidades. 2.3 Setor de manutenção de utilidades O setor de manutenção de utilidades possui uma importância fundamental para o funcionamento da fábrica, atuando em praticamente todos os setores da cadeia de produção de forma direta ou indireta, devido ao fornecimento de insumos, como vapor de água e ar comprimido. O setor de utilidades é subdividido nas seguintes áreas: ETA (Estação de Tratamento de Água), caldeiras, ar comprimido, refrigeração e climatização, hidráulica, manutenção civil e ETE (Estação de Tratamento de Efluentes); sendo o setor de ar comprimido explorado nesse trabalho. 2.4 Compressor de ar O ar comprimido desde muito tempo foi utilizado como forma de energia e o compressor de ar é uma máquina responsável por transformar energia mecânica (ou elétrica) em energia pneumática (ar comprimido), através da compressão do ar atmosférico, sendo um compressor de ar centrífugo de alta pressão representado na Figura 4. 9 Figura 4 - Compressor de ar centrífugo de alta pressão modelo CENTAC. Fonte: Manual do fabricante. Segundo Pavani (2010), o ar comprimido tem suas vantagens e desvantagens que estão listadas nas Tabelas 1 e 2, respectivamente. Tabela 1 - Propriedades positivas do AC. Fonte: Pavani (2010). Para que as necessidades do sistema sejam atendidas, é preciso conhecer as limitações dos campos de emprego da pneumática, analisando seus pontos negativos. Propriedade Descrição Quantidade O3ar,3para3ser3comprimido,3é3abundante. Transporte O3AC3é3transportável3até3para3longas3distâncias. Armazenamento O3AC3pode3ser3armazenado3em3reservatórios. Temperatura Garantia3de3trabalho3em3situações3térmicas3extremas. Limpeza O3AC3é3limpo,3não3polui3o3ambiente. Velocidade Permite3alcançar3altas3velocidades3de3trabalho. Regulagem Velocidade3e3força3são3reguláveis.10 Tabela 2 - Propriedades negativas do AC. Fonte: Pavani (2010). O tipo de compressor abordado neste trabalho será um centrífugo, tipo CENTAC de 3 estágios, cujo funcionamento está representado na Figura 5. Figura 5 - Representação do funcionamento do CENTAC. Fonte: Manual do fabricante. Segundo o manual de operações do próprio fabricante, o funcionamento do compressor CENTAC se dá com a entrada do ar pela válvula de admissão até o impelidor (1) onde ganha velocidade devido a engrenagem acionada por um motor elétrico de 100HP de potência. O ar então converte velocidade em pressão através da seção do difusor estacionário (2). Para melhorar a eficiência, o calor da compressão é removido devido a troca de calor com água que é resfriada em uma torre de resfriamento que passa pelo resfriador (3), montado internamente. Logo após o ar passa através de um separador de umidade (4), para remover o excesso de condensado. Essa sequência se repete nos outros dois estágios para atingir a pressão desejada. Há ainda outro tipo de refrigeração, onde o ar ainda aquecido ao Propriedade Descrição Preparação Impureza2e2umidade2devem2ser2evitadas. Escape2de2ar O2escape2é2ruidoso. Custos O2AC2é2uma2fonte2cara,2porém2com2baixo2custo2de2 instalação2e2alta2rentabilidade2do2ciclo2de2trabalho. 11 sair dos compressores troca calor com etileno glicol refrigerado, fazendo assim toda umidade presente no ar condensar e o ar seco enviado às máquinas. Além disso, o sistema da indústria em análise ainda conta com dois sistemas de água, são eles: aberto e fechado. O sistema aberto troca calor com o meio ambiente por meio de torres de resfriamento, já o sistema fechado, troca calor com o compressor e com a água resfriada da torre de resfriamento, tendo em vista a necessidade de resfriar o sistema do compressor de ar. Ambos os sistemas são compostos por 5 conjuntos de motor-bomba. Muitas são as aplicações do uso de ar comprimido dentro da indústria têxtil, desde os serviços mais básicos, como limpeza, até os mais complexos, como acionamento de máquinas de teares presentes no setor da tecelagem, que é o setor que mais consome ar comprimido na indústria em análise. 2.5 Tribologia A palavra tribologia vem do grego tribos (fricção, atrito), logos (estudo), portanto significa estudo do atrito entre dois corpos. Hutchings (1992) define Tribologia como: “A ciência e a tecnologia da interação entre superfícies em movimento relativo”, abrangendo o estudo do atrito, do desgaste e da lubrificação. A palavra Tribologia foi usada pela primeira vez pelo comitê governamental Inglês por um estudo realizado em 1964 em indústrias do Reino Unido, cujos resultados econômicos estão exibidos na Figura 6. Em um conceito mais moderno, Medeiros (2002) é incisivo ao destacar que cabe à tribologia não mais apenas identificar, mas também classificar e quantificar os mecanismos de atrito, desgaste e lubrificação dos sólidos em contato submetidos a esforços e movimento relativo entre si, bem como prever sua vida em serviço. 12 Figura 6 - Economias decorrentes da aplicação dos conceitos de tribologia. Fonte: adaptado da Tabela de Hutchings (1992). A porcentagem da Figura 6 é em relação a uma economia anual que foi estimada em, aproximadamente, £ 15 milhões. Os dados que correspondem a mais de 2/3 do total estão relacionados a manutenção, peças de reposição e falhas funcionais. Após essa análise, é fácil enxergar que a tribologia e a manutenção avançam cientifica e tecnologicamente juntas. Um sistema tribológico é composto por, no mínimo, 2 corpos, podendo ainda conter entradas que interfiram nos processos, como lubrificação ou, até mesmo, um terceiro corpo proveniente de interações entre os dois corpos, que pode atuar como um catalisador de desgaste ou formar uma camada de tribofilme que pode agir como um autolubrificante. 2.5.1 Tipos de desgastes Tradicionalmente são aceitos quatro modos de desgaste: adesivo, abrasivo, fadiga e corrosivo (Kato, 2001). A Figura 7 ilustra os tipos de desgaste citados. Economia de manutenção e peças de reposição 45% Economia de perdas devido a quebras 22% Economia em inves9mentos devido a maior vida ú9l de máquinas 4% Redução de custos com lubrificantes 2% Outros 27% Economias com Tribologia 13 Figura 7 - Tipos de desgastes. Fonte: Hutchings (1992). O desgaste adesivo ocorre quando a ligação adesiva entre as superfícies é suficientemente forte para resistir ao deslizamento, o que faz com que, durante um movimento de separação dos corpos, uma trinca seja gerada por conta de uma deformação plástica causada na região de contato. Essa trinca pode evoluir e se propagar levando à geração de um terceiro corpo. No desgaste abrasivo ocorre remoção de material da superfície. Esse desgaste ocorre em função da geometria e da natureza dos dois corpos em contato. Quando o desgaste é ocasionado pelo alto número de ciclos de movimento, então é chamado de desgaste por fadiga. Já o desgaste corrosivo ocorre em meios corrosivos, líquidos ou gasosos. Esse tipo de desgaste é caracterizado por produtos de reação devido às interações conhecidas como reações triboquímicas e produzem uma intercamada na superfície que depois é removida. Medeiros (2002) chama a atenção para a distinção entre adesão e aderência. Sendo o primeiro puramente a atração entre dois corpos explicada pela físico-química. Já o segundo, aderência, quantifica a força necessária para a separação dos corpos, causando uma ruptura do conjunto. 14 2.6 Manutenção na indústria têxtil 2.6.1 Conceito e histórico da manutenção É de fácil percepção a corrida que as indústrias brasileiras estão enfrentando contra o tempo de adaptação das indústrias para um mercado cada vez mais competitivo e industrializado em um mundo onde se prega a livre concorrência. Por outro lado, as atividades de apoio à produção, correspondente, por exemplo, aos setores de manutenção, almoxarifado, comunicação e outros, possuem uma importância ímpar dentro do cenário de uma planta fabril, sendo esses setores indispensáveis à produção. Conforme Xenos (1998) a manutenção além de indispensável, pode ser considerada como a base de toda a atividade industrial. Facina (1999) ainda afirma que a manutenção deve ser considerada como parte estratégica do negócio. O conceito de manutenção, segundo o dicionário Aurélio: “Ação ou efeito de manter, Administração, Conservação, Gerência.”. Já Branco Filho (2000), em seu dicionário, define manutenção nas áreas de reparo, restabelecimento, de melhoramentos de bens físicos. Nas conceituações anteriores de manutenção, nota-se que não são considerados o conjunto de equipamentos, os custos das intervenções e tampouco as consequências ao meio ambiente e à segurança do homem, por exemplo. Barros Filho (1995) redefine o conceito de manutenção quando comenta: “Uma definição mais completa de manutenção deveria ser: “Um conjunto de atividades, gerenciais e executivas, com a finalidade de garantir e melhorar a disponibilidade [f(confiabilidade, mantenabilidade)], a qualidade de serviço e eficiência dos trabalhos no setor produtivo e de escritório, com a finalidade de otimização de custos, contribuindo com a obtenção da eficácia e elevação da produtividade da empresa”. Segundo Coral Neto (1992), entre os anos de 1914 e 1930, surge a Manutenção Corretiva, esta com nível hierárquico organizacional não definido. Nesta 15 fase a falha dos equipamentos não era alta prioridade para a maioria dos gerentes, pois ocasionavam apenas em custos, ou seja, a necessidade por outro tipo de manutenção não era essencial. A Manutenção Corretiva é o método de manutenção caracterizado pela intervenção no ativo da empresa quandohá uma falha funcional, deixando de cumprir a sua função. O aparecimento da Manutenção Preventiva se deu, entre os anos de 1930 e 1947. O nível da manutenção já acompanha o da produção, dentro do organograma da empresa. A manutenção preventiva adotada é a baseada no tempo de uso ou número de ciclos, ocasionando a intervenção supostamente antes do equipamento apresentar uma falha, seja ela potencial ou funcional. A Manutenção Preditiva caracteriza-se pela monitoração dos parâmetros globais do componente do ativo antes que o equipamento venha a apresentar uma falha funcional, ou seja, a intervenção se dá ainda durante a falha em potencial, evitando assim uma parada inesperada do ativo. Com a Segunda Guerra, tomam posição de destaque na indústria os órgãos de apoio à manutenção, tais como a Engenharia de Manutenção, a Programação e o Controle da Manutenção, impulsionado pela carência de mão de obra, pelo consequente crescimento da mecanização industrial e pela multiplicação da demanda de mercadorias. 2.6.2 Tipos de manutenção Os métodos de manutenção agrupam-se somente em Manutenção Corretiva, Preventiva, Preditiva e Detectiva. Pinto e Xavier (1998) ampliam estes tipos de manutenção, adicionando a manutenção corretiva planejada e a engenharia de manutenção. Com um intuito de amenizar a confusão no entendimento do tipo de manutenções existentes, Kardec et. al (2009) decidiram definir 6 tipos de manutenção, de forma que todos os tipos possam ser enquadrados nesses. Que são: • Manutenção Corretiva Não Planejada; • Manutenção Corretiva Planejada; 16 • Manutenção Preventiva; • Manutenção Preditiva; • Manutenção Detectiva; • Engenharia de Manutenção. Manutenção Corretiva Não Planejada (ou emergencial), Kardec et al. (2009) caracteriza esse tipo de manutenção como indesejável, pois não há tempo de preparo, ou seja, é de forma aleatória e pode ser solicitada por baixo desempenho ou falha funcional do componente do equipamento. Esse tipo de manutenção pode gerar impactos negativos no processo de produção, especialmente em produção contínua, tendo em vista que a ruptura desse processo, pode ocasionar em má qualidade do produto, retrabalho e perdas de produção, por exemplo. O gráfico a seguir (Figura 8) representa a aleatoriedade do tempo até a ocorrência da falha. Figura 8 - Manutenção Corretiva Não Planejada. Fonte: Kardec e Nascif (2001). Kardec et. al (2001) define que a Manutenção Corretiva Planejada ocorre, diferente da não planejada, quando um ativo está com seu desempenho menor do que o esperado ou quando é uma decisão gerencial e não quando ocorre a falha funcional. Ou seja, é possível permitir o equipamento em funcionamento por um curto período de tempo para que a equipe possa se preparar. Normalmente, a decisão gerencial leva em consideração os dados dos parâmetros obtidos durante a manutenção preditiva. A decisão da adoção da manutenção corretiva planejada, conforme Pinto e Xavier (1998), é, dentre outros: aguardo de peças sobressalentes, melhor planejamento dos serviços, negociação de parada com a produção, aspectos 17 relacionados com a segurança, e busca de recursos humanos com tecnologia externa. O tipo de manutenção baseada em um plano com intervalo de tempo definido, segundo Kardec (2009), é denominado como Manutenção Preventiva. Como o próprio nome sugere, a característica desse tipo de manutenção é prevenir que a possível falha ocorra. Contemplando a filosofia de implantação da manutenção preventiva, Ariza (1978) já abordava a necessidade da variação da periodicidade dos intervalos de manutenção preventiva. Estas eram dependentes da intempérie do ambiente, a aplicação do tipo de trabalho, demanda de produção e, finalmente, ferramental e mão de obra disponível para operação do equipamento e realização da manutenção. Um dos fatores negativos, por exemplo, é o fato de que a máquina deve parar a operação para a execução das respectivas atividades da Manutenção Preventiva. O gráfico a seguir (Figura 9) mostra a representação da manutenção preventiva. Figura 9 - Manutenção Preventiva. Fonte: Kardec e Nascif (2001). A Manutenção Preditiva (ou sob condição ou com base no estado), segundo Kardec, tem o papel de predizer as condições do equipamento. Uma vez que as medições dos parâmetros realizadas na Manutenção Preditiva ocorrem enquanto o equipamento está em funcionamento, então é possível afirmar que esse tipo de manutenção privilegia a disponibilidade. Conforme Nepomuceno (1989), 18 Manutenção Preditiva é a execução da manutenção no momento adequado, antes que o equipamento apresente falha funcional, ocorrendo a intervenção ainda durante uma falha potencial. Ela tem a finalidade de estabelecer “quais são os parâmetros que devem ser escolhidos em cada tipo de máquina ou equipamento, em função das informações que as alterações de tais parâmetros sobre o estado mecânico de um determinado componente”. Kardec (2009) ainda chama a atenção para o tipo de manutenção que é realizada, pois através das técnicas de preditiva é feito o monitoramento das condições e a ação da correção e quando a gerência decide intervir, essa manutenção é realizada por meio de uma manutenção corretiva planejada. Neste trabalho, esse tipo de manutenção que será explorado. O gráfico a seguir (Figura 10) mostra a manutenção preditiva. Figura 10 - Manutenção Preditiva. Fonte: Kardec e Nascif (2001). Se no sistema ou no processo é impossível detectar falhas nos componentes antes de elas ocorrerem, faz-se uso da manutenção detectiva. Nela, busca-se eliminar as chamadas falhas ocultas através de testes periódicos no sistema (Geraghety, 2000 e Pinto e Xavier, 1998). Esse tipo de manutenção por sua vez privilegia a confiabilidade, pois, segundo Kardec (2009), são tarefas executadas para verificar se um sistema de produção ainda está funcionando, como o botão de teste de lâmpadas de sinalização e alarme em painéis. 19 Segundo Kardec (1998), engenharia de manutenção “é deixar de ficar consertando continuamente, para procurar as causas básicas, modificar situações permanentes de mau desempenho, deixar de conviver com problemas crônicos, melhorar padrões e sistemáticas, desenvolver a manutenibilidade, dar feedback ao Projeto, interferir tecnicamente nas compras”. Kardec (2001), por sua vez, além de afirmar que a Engenharia da Manutenção é o apoio técnico da manutenção que se dedica a consolidar rotina e implantar melhoria, ainda lista suas principais atribuições, por exemplo: melhorar a confiabilidade e a disponibilidade, melhorar a manutenibilidade, melhorar a segurança, buscar a causa raiz do problema, gerir materiais e sobressalentes e entre outros. O gráfico a seguir (Figura 11) apresenta a evolução dos tipos de manutenção impactando com resultados positivos na disponibilidade, confiabilidade, segurança e meio ambiente, além da diminuição dos custos. Figura 11 - Resultados x Tipos de Manutenção x Custos. Fonte: Kardec e Nascif (2001). É perceptível que quando se muda da preventiva para a preditiva há um salto positivo nos resultados e um salto mais significativo ainda quando se adota a Engenharia da Manutenção. Esses saltos correspondem ao fato de os dois tipos de manutenção impactam diretamente na confiabilidade e na disponibilidade, conforme já dito em parágrafos anteriores. 20 Na empresa em análise, cada mudança nos parâmetros adotados nos tipos de manutenção já citados, adota-se a sequência da ferramenta PDCA (Planejar, Fazer, Acompanhar e Agir; do inglês to Plan, to Do, to Check, to Act), podendo então realizar ajustes para uma melhor performance do setor da manutenção. 2.6.3 Curva PF Embora muitos sintomas, também conhecidos como modos de falha, não estejam relacionados com o tempo de uso do equipamento, muitos deles dão algum tipo de sinal quando estão em processo deocorrer a falha. Com as técnicas de preditiva, é possível encontrar alguma evidência da falha e intervir antes que ocorra o rompimento da função da máquina e evitar consequências não desejáveis. O mecanismo do estágio final da falha, é a chamada curva PF, mostrando como a curva começa se deteriorar ao ponto que pode ser detectado, ponto de falha potencial (P) e depois, se não for tratado da maneira correta, continua a se deteriorar até atingir o ponto da falha funcional (F) de forma abrupta normalmente. (Andrade, Fabrício 2019), como mostrado na Figura 12. Figura 12 - Curva PF. Fonte: Teles (2017). Uma falha potencial é uma condição que indica se a falha funcional está na iminência de ocorrer ou, até mesmo, ainda em ocorrência. Se uma falha potencial é detectada entre o ponto P e o ponto F (Figura 12), é possível tomar ações ou prevenir as consequências da falha funcional. Se será possível ou não tomar ação significativa depende da rapidez da falha ocorrer, por isso é importante conhecer a 21 máquina que está sendo monitorada. Tarefas sob condição são chamadas assim, porque os itens que são inspecionados são deixados em serviços sob condição para que continuem a desenvolver os padrões de desempenho desejado. Isto também é conhecido como manutenção preditiva. Tarefas sob condição exigem checar falhas potenciais de modo que a ação pode ser tomada para prevenir a falha funcional ou evitar a sua consequência (ibid). 2.7 Modos de detecção de falha Várias são as técnicas utilizadas em uma manutenção preditiva. Quatro são apresentadas abaixo, sendo a análise de vibração a mais abordada. 2.7.1 Análise de vibração A análise de vibração é uma das técnicas de manutenção preditiva mais completa para a detecção de defeitos mecânicos e é presença obrigatória em qualquer programa de manutenção preditiva em equipamentos rotativos. Além de detectar defeitos existentes nas máquinas, essa técnica trabalha na causa raiz de outros defeitos que possam a vir ocorrer e causar a parada de produção na sua fábrica. (Teles, 2017). Silva (2012) define a vibração como um movimento de um corpo, sobre um ponto de referência, em resposta a forças que interagem com a máquina. Levando em consideração a ideia em que todas as máquinas vibram, um nível de vibração dentro dos limites aceitáveis, segundo normas técnicas, indica que o equipamento está funcionando corretamente. Quando a vibração começa a aumentar, a máquina está caminhando para uma possível falha. A existência de um nível alto de vibração nem sempre indica que há um problema na máquina. Defeitos passíveis de ser encontrados pela Análise de Vibração: • Desbalanceamento de massa; • Desalinhamento e empenamento de eixos; • Desgaste de rolamentos; • Desgaste de engrenagens; • Problemas estruturais; • Lubrificação deficiente; • Problemas elétricos em motores; 22 • Folgas. Toda máquina, segundo Teles (2017), possui uma “Assinatura Espectral Original”, que é caracterizada pela frequência natural de seus componentes, e na medida que os componentes dessas máquinas começam a falhar, a frequência e amplitude de vibração começam a mudar. Através do processo de análise de espectro aplicado ao sistema inteiro, é possível identificar as características de vibração de cada componente individual para monitorar sua condição. A deterioração da “assinatura espectral” é um sinal de que o equipamento perdeu sua integridade. 2.7.1.1 Medição de vibração As medições de vibração, segundo a norma ISO 10816, pode ser por deslocamento, velocidade ou aceleração, todas com finalidades diferentes. A Tabela 3 ilustra bem cada caso. Tabela 3 - Grandezas de medição de vibração. Fonte: tabela elaborada pelo autor. 2.7.2 Análise termográfica Teles (2018) afirma que a termografia permite identificar, monitorar e registrar alteração nos níveis de temperatura dos componentes e gerar uma imagem térmica ou termograma. A análise desse termograma é feita por um profissional especializado na técnica, que será capaz de identificar a possível anomalia com base nas alterações de temperatura dos componentes. Em termos práticos, isso é feito com uma câmera especial cujo elemento sensor eletrônico é sensível a uma determinada faixa de radiação infravermelha. 23 Essa câmera além de registrar a radiação emitida pelo alvo, a transforma em uma imagem visível ao olho humano. Assim podemos ter “imagens térmicas” de todos os objetos dentro da faixa de alcance da câmera (ibid). Com a implantação da manutenção preditiva por termografia, segundo Spamer (2009), os riscos de incêndio causados por aquecimento de componentes elétricos podem ser eliminados, além de diminuir o elevado número de ações corretivas. Ambos os casos causam prejuízo para a empresa. Com a inspeção termográfica é possível predizer com exatidão todos os equipamentos (ou seus componentes) que precisam de uma intervenção, o que impacta diretamente na disponibilidade da máquina, uma vez que será possível programar o melhor momento para atuar, e na confiabilidade, tendo em vista que não haverá necessidade de troca de peça desnecessária, por exemplo. 2.7.3 Análise do óleo Com o tempo e a interação com a máquina, o óleo sofre modificações, que podem ser analisadas em laboratório das propriedades do lubrificante, se existe contaminantes e detritos. A análise de óleo é realizada durante a rotina de manutenção preditiva e tem como finalidade fornecer informação útil e precisas sobre o estado do lubrificante e principalmente sobre as condições da máquina, sendo dividida em três categorias: análise das propriedades do lubrificante (verifica o estado do óleo base e seus aditivos); análise dos contaminantes (água, sílicas, partículas ferrosas, etc.) e análise e monitoramento do desgaste das máquinas (Teles, 2018). Os custos de manutenção podem ser reduzidos com o uso dessa prática. Ao comparar os resultados da análise de um óleo novo e usado, um analista poderá determinar quando um óleo deve ser substituído, pois, conforme Soares (2018), uma lubrificação só é considerada correta quando o ponto de lubrificação recebe o lubrificante correto, o volume certo e o momento exato. Alguns defeitos que podem ser encontrados pela análise de óleo: § Contaminações em geral; § Falhas em engrenamentos; § Oxidação; 24 § Desalinhamentos; § Depreciação de aditivos; § Desgaste de componentes mecânicos (engrenagens, rolamentos, mancais de deslizamento, partes móveis de motores diesel e à gasolina, rotores, válvulas e outros). 2.7.4 Ultrassom – Emissão acústica Essa técnica de inspeção detecta facilmente vazamentos em sistemas de transporte de ar comprimido, vapor e outros gases até mesmo fuga de corrente elétrica e defeitos mecânicos. Por isso ela costuma economizar muita energia para as empresas e evitar paradas de produção inesperadas (Teles, 2018). Silva (2012) disserta sobre o fato de todos os equipamentos em operação e a maioria dos problemas de vazamentos produzirem vários tipos de sons. No entanto, faz-se necessário o uso de tradutores ultrassônicos, pois eles direcionam os sons ultrassônicos para o local exato de onde se originam e isolam esses sinais que são de alta frequência, ou seja, em ondas curtas, dos demais ruídos. À medida que alterações súbitas começam a ocorrer nos equipamentos mecânicos, os tradutores ultrassônicos possibilitam a detecção precoce dos potenciais sinais de aviso, fazendo com que possa ocorrer uma intervenção antes que a falha ocorra. 25 3 Metodologia Para a elaboração do Plano de Manutenção Preditiva do compressor de ar, inicialmente, foi necessário ser feito um levantamento dos componentes da máquina (nível um), que diz respeito aos componentes (nível três) presentes em cada compartimento do equipamento (nível dois), bem como seus respectivos cadastros e tagueamentos. Além damáquina principal, também foi feito o levantamento dos sistemas de circuitos de água aberto e fechado, pois os conjuntos motores-bombas também fazem parte do Plano de Manutenção Preditiva como máquinas auxiliares, tendo em vista que caso ocorra uma falha em algum desses sistemas, o impacto é direto na máquina principal. A partir disso, puderam ser apontados e identificados todos os pontos da máquina que necessitam ser monitorados de acordo com os parâmetros estabelecidos. Com base nas informações dos fabricantes, nas normas e nos dados de aplicação do sistema foram identificados os parâmetros a serem utilizados no Plano de Manutenção Preditiva do compressor de ar. Após, foram estabelecidas as rotinas de monitoramento para os pontos definidos. A fim de estabelecer uma gestão à vista ao Plano de Manutenção Preditiva, foi adotada uma simbologia relacionada à frequência a qual deve ser realizado o monitoramento, de modo a contribuir para uma melhor visualização da periodicidade da evolução da possível falha nos locais indicados pelo plano. 3.1 Etapas de desenvolvimento Para estabelecer o plano, gestão e o controle da manutenção preditiva no Compressor de ar, a execução do trabalho foi realizada a partir de cinco etapas. Foram elas: • Diagnóstico da situação histórica e atual da indisponibilidade da máquina e coleta de dados; • Definição de pontos e parâmetros para monitoramento; • Instrumentação; • Informatização. 26 A execução de cada uma dessas etapas foi de extrema importância para o desenvolvimento do projeto, uma vez que trata-se de um equipamento de grande relevância para o processo produtivo e que a proposta de uma gestão de manutenção preditiva para a máquina impacta diretamente nos indicadores de qualidade e de produção da empresa. 3.1.1 Diagnóstico da situação do tipo de manutenção da máquina e coleta de dados Nesta etapa, inicialmente foi feito um estudo geral da situação do compressor de ar, das máquinas periféricas, da sistemática de distribuição de ar comprimido, bem como dos dados referentes à atual gestão de manutenção para o equipamento. O primeiro passo foi um levantamento dos componentes da máquina, a fim de viabilizar a compreensão do equipamento. Por ser uma máquina grande, a mesma é dividida em níveis – até o terceiro - de acordo com as funcionalidades de cada um deles. As Tabelas 4 e 5 apresentam suas respectivas divisões para as bombas dos circuitos aberto e fechado e para o compressor de ar: 27 Tabela 4 - Divisão de Nível das bombas dos sistemas aberto e fechado. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. NIVEL&1&(TAG) NIVEL&2&(GRUPO) NIVEL&3&(COMPONENTE) TAMPA DE PRESSAO A48 CL30 EIXO SAE 1045 ROTOR A48 CL30 ROLAMENTO 6310 C3 DIANTEIRO ROLAMENTO 6310 C3 TRASEIRO SUPORTE DE MANCAL TAMPA DE MANCAL JUNTA PLANA RETENTOR GAXETA 12,5 mm APERTA GAXETA ANEL CADEADO ANEL CENTRIFUGADOR PRISIONEIRO ANEL DE DESGASTE CORPO ANEL DE DESGASTE ROTOR LUVA PROTETORA DO EIXO ARRUELA INDICADOR DE NIVEL DE OLEO BUJAO PARAFUSO DO ROTOR ANEL DE SEGURANCA CHAVETA ROLAMENTO DIANTEIRO 6312-C3 MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO ROLAMENTO TRASEIRO 6212-Z-C3 MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO INDUZIDO MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO VENTOINHA MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO ESTATOR MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO VEDAÇÃO MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO TAMPA DEFLETORA MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO TAMPA TRASEIRA MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO TAMPA DIANTEIRA MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO ANEL DE FIXACAO MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO ROTOR MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO CARCACARA MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO CAIXA DE LIGAÇÃO MOTOR DA BOMBA 1 FECHADO VALVULA 8" SUCCAO - BAB0001 VALVULA 6" RECALQUE - BAB0001 TERMOMETRO 0 - 120°C MANOMETRO 0 - 7 BAR TUBULACAO BOMBA& BOMBA&KSB& MEGANORM&1009 315 MOTOR&WEG& 50CV&200L 28 Tabela 5 - Divisão de Nível do Compressor de ar. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Como não havia uma gestão das rotinas de trabalho do técnico responsável pela Manutenção Preditiva na área de Utilidades, os dados referentes ao controle das máquinas monitoradas pelas técnicas de preditiva, bem como as datas para inspeção e aumento da frequência de monitoramento eram realizadas a partir de anotações do técnico responsável em um arquivo digital, transcrito por relatórios. A NIVEL&1&(TAG) NIVEL&2&(GRUPO) NIVEL&3&(COMPONENTE) MANCAL RADIAL PRIMEIRO ESTAGIO MANCAL AXIAL PRIMEIRO ESTAGIO SELO MECANICO PRIMEIRO ESTAGIO CONJUNTO ROTATITO PRIMEIRO ESTAGIO DIFUSOR PRIMEIRO ESTAGIO TAMPA DO DIFUSOR PRIMEIRO ESTAGIO TROCADOR DE CALOR DE AR PRIMEIRO ESTAGIO PINHAO PRIMEIRO ESTAGIO SEPARADOR DE UMIDADE PRIMEIRO ESTAGIO PARAFUSO FOLGA DE PRESSAO (Y) PRIMEIRO ESTAGIO TAMPA DO MANCAL PRIMEIRO ESTAGIO PURGADOR DE CONDENSADO DRAIN ALL 1700E PRIMEIRO ESTAGIO IMPELIDOR PRIMEIRO ESTAGIO NARIZ DO IMPELIDOR PRIMEIRO ESTAGIO SENSOR DE VIBRACAO PRIMEIRO ESTAGIO CABO SENSOR DE VIBR PRIMEIRO ESTAGIO TRANSMITER PRIMEIRO ESTAGIO P/I DE PRESSAO DE DESCARGA DE AR PRIMEIRO ESTAGIO PT100 TEMPERATURA DE DESCARGA DO AR PRIMEIRO ESTAGIO TROCADOR DE CALOR DE ÓLEO TROCADOR DE CALOR DE AR AFTER COOLER ENGRENAGEM PRINCIPAL VALVULA DE BYPASS VALVULA DE ADMISSAO CARCACA DO COMPRESSOR BOMBA DE ÓLEO PRINCIPAL FILTRO DE ÓLEO COM BASE MANCAIS DA ENGRENAGEM ACOPLAMENTO LADO COMPRESSOR BASE METÁLICA COMPRESSOR FILTRO DE OLEO DO CARTER 1 FILTRO DE OLEO DO CARTER 2 KIT DE MANGUEIRA DE OLEO KIT OVERHAUL ELEMENTO FILTRANTE PRIMARIO ELEMENTO FILTRANTE SECUNDARIO DEMISTER PAINEL MICROPROCESSADOR MAESTRO INDICADOR DE RESTRICAO FILTRO ADMISSAO FONTE DE ALIMENTACAO 24 VOLTS P/I PRESSAO SISTEMA P/I PRESSAO DO OLEO PT100 TEMPERATURA DO OLEO BOMBA DE PRE-LUBRIFICACAO 440 VOLTS PRESSOSTATO DO AR DE SELAGEM JANELA DE MAESTRO SEM FLUXOSTATO FACE PLATE COOLER REFRIGERACAO PAINEL FILTRO DE LINHA 110 VOLTS FONTE 24 VOLTS CONTATOR AUXILIAR DE PARTIDA BASE COM FUSIVEL DE PROTECAO PAINEL PRIMEIRO,& SEGUNDO&E& TERCEIRO& ESTÁGIO ELÉTRICO CENTAC&1&:& CPA0001 MECÂNICO 29 Figura 13 mostra um relatório relacionado às técnicas de preditiva realizadas no compressor de ar. Figura 13 - Relatório técnico. Fonte: Equipe de manutenção utilidades. Tal relatório é armazenado de forma eletrônica, além disso o software utilizado exibir o histórico da evolução dos dados. Para isso, é preciso ter os níveis de monitoramento bem definidos em bom, aceitável e em alerta. Também foi observado que a abertura de ordens de manutenção e o apontamento de horas trabalhadas pelos mecânicos da utilidades eram realizados 30 inadequadamente. Pelo fato de não se ter um tipo específico e definido de OM para caso seja necessária uma intervenção, havia uma confusão com os tipos de manutenção corretiva utilidades, corretiva planejada e corretiva mecânica. Com isso, o apontamento de horas, por vezes, ficava comprometido, além de dificultar qualquer levantamento para análises de estudo. A Figura 14 ilustra um erro comum entre as OMs de intervenção no compressor, pois não é possível identificar que tipo de serviço foi solicitado. Figura 14 - Exemplo de OM errada. Fonte: Sistema da empresa estudada. Outro fator é que as OMs geradas para intervenção devido ao aviso de alerta das análises de preditiva não eram ligadas à Manutenção Preditiva, ou seja, o levantamento de corretivas mascarava as intervenções que foram necessárias à máquina devido às falhas em potencial detectadas durante a Manutenção Preditiva, fazendo com que a equipe tivesse um alto índice de Manutenção Corretiva, o que por muitas vezes não é a realidade. 31 3.1.2 Definição de pontos para monitoramento Nesta etapa, é necessário o estudo da norma ISO 10816, assim como o entendimento técnico do profissional responsável para definir bem o ponto a ser monitorado pelas técnicas preditivas. As medições serão geralmente feitas nas partes expostas “carcaça” da máquina que estão acessíveis. Tem que se tomar cuidado para se garantir que as medições representem as vibrações no local do rolamento da máquina,e que não inclua nenhuma ressonância ou amplificação. Para isso, é necessário pegar o ponto rígido mais próximo dos elementos. As direções vertical e horizontal são geralmente preferidas para máquinas montadas horizontalmente. Para máquinas montadas verticalmente ou inclinadas, o local que dá o máximo de leitura das vibrações, geralmente na direção dos eixos elásticos, deve de ser um deles o usado. O local e direção específicos são registrados com a análise de acordo com a nomenclatura. As figuras 15 a 19 ilustram os pontos definidos no compressor de ar e a Figura 20 os pontos do conjunto motor-bomba dos circuitos (aberto e fechado) respectivamente. A primeira letra da nomenclatura informa ao técnico responsável o local onde deve ser coletado os dados de vibração, ou seja, onde deve ser colocado o acelerômetro. A segunda letra nos informa o sentido que o acelerômetro deve estar: axial (paralelo ao eixo) ou radial (perpendicular ao eixo). A terceira letra consiste em informar a direção do acelerômetro: horizontal ou vertical. 32 Figura 15 - Pontos de coleta do motor compressor no lado não acoplado. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Figura 16 - Pontos de coleta do motor compressor no lado acoplado. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. AAX ARV ARH BRV ARV BAX 33 Figura 17 - Pontos de coleta do compressor. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Figura 18 - Pontos de coleta do segundo e terceiro estágios. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 2 EAX 3 EAX 1 EAX 2 ERV 3 ERV 34 Figura 19 – Ponto de coleta do primeiro estágio do compressor. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Figura 20 – Pontos de coleta do conjunto motor-bomba. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. ARV ARV ARV ARV 1 ERV 35 Levando em consideração que o conjunto motor-bomba está bem ajustado a sua base, então é normal com que o sentido horizontal possua um nível de vibração mais elevado. Entretanto, a equipe percebeu que para o porte do motor, pequeno, não há diferença significativa na coleta de dados entre Vertical e Horizontal. 3.1.3 Definição de parâmetros e periodicidade Foi realizado um estudo das Normas ISO 10816 para a definição dos parâmetros, porém também foi preciso levar em consideração a aplicação da máquina estudada. A norma serviu para nortear os parâmetros, porém esses foram definidos de forma flexível. O Nível Global de Vibração inclui uma combinação de todos os sinais de vibração dentro de uma faixa da frequência avaliada. Essa técnica não inclui os sinais de vibração que estejam fora da faixa dessa frequência e produz um valor numérico referente à amplitude de vibração correspondente à faixa de frequência avaliada. Outro parâmetro explorado é a análise pelos espectros de velocidade e de aceleração. Caso os níveis globais estejam fora dos níveis comuns, é necessário fazer uma análise mais profunda do caso, então é observado o espectro do caso a ser analisado e diagnosticado qual a falha. Além disso, outra forma interessante de monitoramento é acompanhar o histórico de vibração do ponto de coleta, sendo possível verificar a evolução da falha antes e após a intervenção. A periodicidade também foi tomada com base nas normas, mas como a definição de manutenção preditiva nos deixa claro que ela ocorre sob condições da máquina, então o tempo de intervalo do monitoramento também vai variar de acordo com a condição da máquina. Por exemplo, caso exista uma variação no nível global de uma máquina, então ela precisa ser monitorada com uma maior frequência para que não haja parada indesejada. O contrário também é verdade e isso faz com que a dinâmica da Manutenção Preditiva seja mais eficiente, sem desperdício de tempo com atividades que possa ser desnecessária, como é o caso da preventiva. 36 3.1.4 Instrumentação Nesta etapa, foi necessário o estudo do equipamento a ser utilizado que a equipe utiliza para coleta de dados. É preciso manuseá-lo de forma a seguir uma estrutura hierárquica, onde são indicadas a planta, os setores, as máquinas e os pontos de medições que representam a máquina a ser monitorada. A primeira configuração que deve ser feita é a criação de uma planta. No caso da empresa em questão foi decidido fazer uma planta exclusiva para o setor de Utilidades. Logo após, é necessário criar uma área, onde também foi dado o nome de Utilidades. Então, foi necessário criar um grupo de máquinas, o qual foi nomeado como Compressores de ar e bombas d´água. Ambos os grupos ainda tiveram que ser desmembrados em máquinas. No primeiro grupo, as máquinas foram: CENTAC 1 e MOTOR. Já o outro grupo, tiveram as máquinas: BOMBA e MOTOR. A Figura 17, mostra o resultado da estrutura hierárquica. Figura 21 - Estrutura hierárquica do software. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Posto isso, ainda é preciso criar os pontos de coleta com a nomenclatura já citada no tópico anterior e com os parâmetros de medição. 37 3.1.5 Informatização Esta etapa consiste no envio do Plano de Manutenção Preditiva à equipe do PCM) da empresa, para que ele seja registrado no sistema de gestão da indústria. A partir da informatização, torna-se possível estabelecer um controle das atividades de Manutenção Preditiva para o Compressor de ar, tendo em vista que, através dela, surgirão oportunidades de melhorias a serem implementadas, tais como: • Controle e apontamento correto de mão de obra; • Elaboração de indicadores de performance; • Gestão à vista das atividades de Manutenção Preditiva no equipamento; • Armazenamento de informações em banco de dados; • Padronização e controle de rotinas de trabalho. 4 Caracterização e Desenvolvimento A elaboração do Plano de Manutenção Preditiva é a etapa mais importante para se gerenciar o processo de manutenção sob condição em um equipamento. Através dele, é possível estabelecer diretrizes que geram um controle à manutenção, evitando tempos ociosos e retrabalhos, além de identificar potenciais de melhorias ao compressor de ar e aos equipamentos periféricos, possibilitando uma melhor relação de custo x benefício em diversos aspectos, como tempo de mão de obra, peças sobressalentes e, consequentemente, elevando a performance da máquina. O Plano de Manutenção Preditiva designa predizer o estado da máquina em funcionamento, visto que para que a vibração ocorra, seja ela dentro dos parâmetros aceitáveis ou não, há a necessidade do acionamento da máquina e, além disso, há um roteiro a ser seguido mensalmente, garantindo, assim, uma melhor execução daquilo que foi previsto, sem comprometer a disponibilidade do equipamento. Neste capítulo, será apresentado o Plano de Manutenção Preditiva para o Compressor de ar de uma indústria têxtil do Estado do Rio Grande do Norte através das abordagens levantadas e dos conceitos já definidos durante o trabalho. 38 4.1 Sistematização do plano de manutenção preditiva A sistemática para a elaboração do Plano de Manutenção Preditiva do Compressor de ar deu-se a partir da divisão do Plano em etapas. Tal elaboração foi feita pensando em facilitar o trabalho dos colaboradores responsáveis e de todos os interessados pelo trabalho, de modo a conseguirem encontrar todas as informações necessárias relacionadas ao estado do equipamento. Além disso, foram coletadas informações referentes às programações de intervenções na máquina através do Planejamento e Controle da Manutenção (PCM), bem como de dados referentes aos parâmetros e à periodicidade do monitoramento com a equipe da Manutenção Utilidades da empresa estudada. 4.1.1 Pontos de Coleta Para elaboração do Plano de Manutenção Preditiva do Compressor de ar, foram levantados os pontos a serem monitorados do equipamento. A coleta destes locais é uma das principais ações a serem executadas, pois norteia a elaboração do Plano. Vistoque a máquina possui outras máquinas periféricas, o armazenamento dessas informações no Plano também foi realizado de acordo com essa divisão. No total, foram encontrados 16 (dezesseis) locais em que há a necessidade de monitoramento. A Tabela 8 apresenta os pontos levantados para coleta para o Compressor de ar: 39 Tabela 8 - Pontos de coleta separados por TAG. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 4.1.2 Ferramentas de uso As ferramentas de uso para o monitoramento dos pontos consiste em apenas o manuseio do instrumento que corresponde a um acelerômetro, o conector e o painel do equipamento, sendo necessário o uso de um prolongador em alguns pontos. A Figura 18 ilustra o equipamento em uso. TAG COMPONENTE PONTO DESCRIÇÃO ARV Lado não acoplado do motor, perpendicular ao eixo e sentido vertical. ARH Lado não acoplado do motor, perpendicular ao eixo e sentido horizontal. AAX Lado não acoplado do motor e paralelo ao eixo. BRV Lado acoplado do motor, perpendicular ao eixo e sentido vertical. BRH Lado acoplado do motor, perpendicular ao eixo e sentido horizontal. BAX Lado acoplado do motor e paralelo ao eixo. 1 ERV Próximo ao mancal do primeiro estágio, perpendicular ao eixo e sentido vertical. 1 EAX Próximo ao mancal do primeiro estágio e paralelo ao eixo. 2 ERV Próximo ao mancal do segundo estágio, perpendicular ao eixo e sentido vertical. 2 EAX Próximo ao mancal do segundoo estágio e paralelo ao eixo. 3 ERV Próximo ao mancal do terceiro estágio, perpendicular ao eixo e sentido vertical. 3 EAX Próximo ao mancal do terceiro estágio e paralelo ao eixo. ARV Lado não acoplado do motor, perpendicular ao eixo e sentido vertical. BRV Lado acoplado do motor, perpendicular ao eixo e sentido vertical. CRH Lado acoplado da bomba, perpendicular ao eixo e sentido vertical. DRH Lado não acoplado da bomba, perpendicular ao eixo e sentido horizontal. MOTOR COMPRESSOR MOTOR BOMBA CENTAC BOMBA D'ÁGUA 40 Figura 22 – Ilustração do equipamento de monitoramento portátil. Fonte: Site do fabricante. 4.1.3 Parâmetros dos pontos de coleta A Tabela 6 mostra todos os parâmetros e seus respectivos intervalos de valores de níveis globais de velocidade e de aceleração. Tabela 6 - Parâmetros para análises. Fonte: elaborada pelo autor, 2018. O motor do CENTAC não tem os parâmetros definidos para o nível global de aceleração, pois o mancal utilizado nesse equipamento é o de deslizamento, ou seja, não há contato entre os elementos de máquina rotativos, o que não acarreta em uma vibração de alta frequência. MOTOR COMPRESSOR MOTOR) BOMBA NORMAL 0)/)2,0 0)/)1,4 0)/)2,0 0)/)2,5 ALERTA 2,1)/)4,0 1,5)/)2,8 2,1)/)4,0 2,6)/)5,0 PERIGO 4,1)/)8,0 2,9)/)5,6 4,1)/)6,0 5,1)/)8,0 NORMAL / / 0)/)3,5 0)/)6,0 ALERTA / / 3,6)/)8,5 6,1)/)10,0 PERIGO / / 8,6)/)12,0 10,1)/)12 PARÂMETROS CENTAC BOMBAS)D´ÁGUA Nível)global) Velocidade)(mm/s) Nível)global) Aceleração) (mm/s2) 41 4.2 Plano de manutenção preditiva Após conclusão de todas as etapas definidas para a elaboração do Plano de Manutenção Preditiva do Compressor de ar, foram reunidos os dados coletados em um único arquivo, seguindo a padronização de documentos adotada pela empresa estudada. Foram considerados também detalhes referentes ao equipamento e aos pontos de coleta, de modo a atender todas as informações necessárias para a construção do Plano de Manutenção Preditiva e respeitando também às solicitações do PCM para cadastro posterior do Plano no Sistema de Manutenção da indústria. Com base em todos os pontos levantados e itens a serem inseridos no Plano de Manutenção Preditiva, esse foi elaborado, conforme apresentado na Figura 23: Figura 23 – Plano de Manutenção Preditiva do Compressor de ar. Fonte: elaborada pelo autor, 2018. Os parâmetros de um compressor são replicados para todos os outros, assim como os de uma bomba. O CENTAC é analisado com o nível global apenas de velocidade, pois, como explicado anteriormente, o mancal de deslizamento evita vibração de alta frequência, ITEM IMAGEM TAG COMPONENTE NÍVEL GLOBAL FAIXA PONTO PERIODICIDADE ARV MENSAL ARH MENSAL AAX MENSAL BRV MENSAL BRH MENSAL BAX MENSAL 1 ERV MENSAL 1 EAX MENSAL 2 ERV MENSAL 2 EAX MENSAL 3 ERV MENSAL 3 EAX MENSAL Normal: 0 - 2,0 MENSAL Alerta: 2,1 - 4,0 MENSAL Perigo: 4,1 - 6,0 MENSAL Normal: 0 - 3,5 MENSAL Alerta: 3,6 - 8,5 MENSAL Perigo: 8,6 - 12,0 MENSAL Normal: 0 - 2,5 MENSAL Alerta: 2,6 - 5,0 MENSAL Perigo: 5,1 - 8,0 MENSAL Normal: 0 - 6,0 MENSAL Alerta: 6,1 - 10,0 MENSAL Perigo: 10,1 - 12,0 MENSAL Velocidade Aceleração Aceleração Velocidade Plano de Manutenção Preditiva - CENTAC ARV BRV Velocidade Normal: 0 - 1,4 Alerta: 1,5 - 2,8 Perigo: 2,9 - 5,6 Velocidade Normal: 0 - 2,0 Alerta: 2,1 - 4,0 Perigo: 4,1 - 8,0 1 2 CPA0001 CPA0002 CPA0003 CPA0004 CPA0010 MOTOR COMPRESSOR DRH CRH BOMBA MOTOR BAB0001 BAB0002 BAB0003 BAB0004 BAB0005 BFC0001 BFC0002 BFC0003 BFC0004 BFC0005 42 o que torna dispensável a análise pelo nível global de aceleração. No entanto, faz-se necessário a análise através dos espectros de velocidade e de aceleração. 4.3 Cadastro do plano de manutenção preditiva no sistema da empresa estudada Após a elaboração do Plano de Manutenção Preditiva do Compressor de ar, esse foi enviado ao PCM, para que pudesse ser cadastrado no Sistema de Manutenção da empresa e, conforme as necessidades de paradas da máquina para intervenção, as Ordens de Manutenção para a atividade no equipamento também possam ser criadas, visto que estas Ordens são executadas de acordo com a alimentação dos parâmetros coletados durante a execução do Plano de Manutenção Preditiva. Com isso, quando os parâmetros estão acima do nível crítico estabelecido pela equipe, uma OM de intervenção, cujo nome adotado é Manutenção de Preditiva Mecânica (MPM),é gerada automaticamente pelo sistema e, então, é solicitada uma narrativa, onde o técnico responsável pela preditiva detalha o tipo de serviço solicitado a ser executado pelo mecânico da área. Na OM gerada, é possível identificar qual máquina e qual ponto a ser reparado, bem como a data em que o serviço é solicitado e, na narrativa, qual o sintoma apresentado. Além disso, as Ordens de Manutenção informam o centro de custo ao qual os serviços estarão inseridos e a equipe a realizar a intervenção no equipamento. As OM’s possibilitam, ainda, o armazenamento das informações referentes à execução das tarefas designadas. O controle pode ser feito a partir do número gerado pela OM, bem como através da data de execução ou dos componentes em que a intervenção foi realizada. Além disso, é através das Ordens de Manutenção que os apontamentos de mão de obra são realizados pelos mecânicos responsáveis pelas atividades de intervenção para, posteriormente, serem registradas no Sistema da empresa. As Figuras 24, 25 e 26 representam, respectivamente, a janela onde o técnico responsável pelas atividades de Manutenção Preditiva alimenta o sistema com os dados coletados, logo após, a tela de preenchimento para a abertura da OM 43 tipo MDM caso seja necessária e, por fim, um modelo de OM pronta para ser entregue ao mecânico executar a atividade de intervenção. Figura 24 – Tela para inserir os valores de coleta. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. Figura 25 – Tela de preenchimento para abertura da MDM. Fonte: Elaborada pelo autor, 2018. 44 Figura 26 – Modelo de OM tipo MDM.
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