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TCC-Maria-LetAcia---VERSAãÆO-FINAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
MARIA LETÍCIA XAVIER DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
UMA REVISÃO DA LITERATURA SOBRE Pseudomonas aeruginosa: FATORES DE 
VIRULÊNCIA E RESISTÊNCIA BACTERIANA 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2022 
MARIA LETÍCIA XAVIER DE LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UMA REVISÃO DA LITERATURA SOBRE Pseudomonas aeruginosa: FATORES DE 
VIRULÊNCIA E RESISTÊNCIA BACTERIANA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Graduação em Farmácia, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Farmácia. 
 
Orientador: Prof. Msc. Ivanaldo Amâncio da 
Silveira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS 
 
Lima, Maria Leticia Xavier de. 
 Uma revisão da literatura sobre Pseudomonas aeruginosa: fatores de 
virulência e resistência bacteriana / Maria Leticia Xavier de Lima. - 2022. 
 38f.: il. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em Farmácia) - 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, 
Departamento de Farmácia. Natal, RN, 2022. 
 Orientador: Prof. Msc. Ivanaldo Amâncio da Silveira. 
 
 
 1. Pseudomonas aeruginosa - TCC. 2. Resistência antimicrobiana - TCC. 3. 
Infecção hospitalar - TCC. 4. Infecção nosocomial - TCC. I. Silveira, 
Ivanaldo Amâncio da. II. Título. 
 
RN/UF/BS-CCS CDU 561.231 
 
 
 
 
 
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263 
 
MARIA LETÍCIA XAVIER DE LIMA 
 
 
UMA REVISÃO DA LITERATURA SOBRE Pseudomonas aeruginosa: FATORES DE 
VIRULÊNCIA E RESISTÊNCIA BACTERIANA 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao curso de Graduação em Farmácia, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Farmácia. 
 
 
Aprovado em: 01 / 07 / 2022 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
______________________________________ 
Orientador: Prof. Msc. Ivanaldo Amâncio da Silveira 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
 
______________________________________ 
Membro: Profa. Dra. Maiza Rocha de Abrantes 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
 
______________________________________ 
Membro: Prof. Dr. Guilherme Maranhão Chaves 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente à Deus, por ter me sustentado até aqui e por ter me ajudado a 
vencer todas as dificuldades ao longo da minha formação acadêmica. 
À minha família, principalmente a minha mãe, meus irmãos e minhas tias, por todo 
apoio, paciência e compreensão. 
Aos meus amigos, por todo apoio, ajuda, paciência e incentivo. Sem eles seria muito 
mais difícil conseguir chegar até aqui. 
Ao meu orientador, Prof. Msc. Ivanaldo Amâncio, pela paciência, disponibilidade e 
apoio durante a realização deste trabalho. 
A esta universidade, por ter sido minha segunda mãe durante esses quatro anos e meio, 
oferecendo desde um ensino de qualidade até a moradia. 
Por fim, agradeço a todos os meus professores, que tive o privilégio de ser aluna, por 
todo o ensinamento repassado que levarei para a vida toda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria patogênica, amplamente distribuída na natureza e no 
ambiente hospitalar, comumente envolvida em infecções nosocomiais, infecções em 
imunocomprometidos e infecções crônicas, especialmente em pacientes com fibrose cística. 
Caracteriza-se por apresentar vários fatores de virulência e mecanismos de resistência que 
podem dificultar o tratamento de infecções. Em vista disso, o objetivo do presente trabalho é 
realizar uma revisão da literatura sobre os fatores de virulência e resistência bacteriana da 
Pseudomonas aeruginosa. Dessa forma, foi realizada uma ampla busca de artigos científicos, 
publicados no PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Scholar, 
Lilacs e Medline, que estivessem em conformidade com o assunto proposto. A pesquisa 
abrangeu o período de 2018 a 2020. Com isso, percebeu-se que Pseudomonas aeruginosa é 
um importante patógeno oportunista, causador de infecções difíceis de tratar, em virtude de 
apresentar resistência a vários antimicrobianos, acarretando no aumento de morbidade, 
mortalidade e custos. Logo, devido à resistência aos antimicrobianos ser um problema cada 
vez mais presente, é imprescindível o desenvolvimento de novas opções terapêuticas 
urgentemente, bem como a consolidação de estratégias de prevenção e controle de infecções, 
em instituições hospitalares. Além da realização de campanhas de conscientização, destinadas 
à população, visando atenuar o uso excessivo e irracional de antimicrobianos. 
 
Palavras-chave: Pseudomonas aeruginosa; Resistência Antimicrobiana; Infecção Hospitalar; 
Infecção Nosocomial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Pseudomonas aeruginosa is a pathogenic bacterium, widely distributed in nature and in the 
hospital environment, commonly involved in nosocomial infections, infections in 
immunocompromised and chronic infections, especially in patients with cystic fibrosis. It is 
characterized by having several virulence factors and resistance mechanisms that can make it 
difficult to treat infections. In view of this, the objective of the present work is to carry out a 
review of the literature on the virulence factors and bacterial resistance of Pseudomonas 
aeruginosa. In this way, a wide search was carried out for scientific articles, published in 
PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Scholar, Lilacs and Medline, 
which were in accordance with the proposed subject. The research covered the period from 
2018 to 2020. With this, it was realized that Pseudomonas aeruginosa is an important 
opportunistic pathogen, causing infections that are difficult to treat, due to its resistance to 
several antimicrobials, resulting in increased morbidity, mortality and costs. Therefore, due to 
antimicrobial resistance being an increasingly present problem, the development of new 
therapeutic options is urgently essential, as well as the consolidation of strategies for the 
prevention and control of infections, in hospital institutions. In addition to carrying out 
awareness campaigns, aimed at the population, aiming to mitigate the excessive and irrational 
use of antimicrobials. 
 
Keywords: Pseudomonas aeruginosa; Antimicrobial Resistance; Hospital Infection; 
Nosocomial Infection. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Mecanismos de virulência e formação de biofilme em infecções por Pseudomonas 
aeruginosa ................................................................................................................................ 16 
Figura 2 - Cultura de Pseudomonas aeruginosa em ágar Mueller-Hinton mostrando a 
coloração verde-azulada conferida pelos pigmentos pioverdina e piocianina (esquerda) e a 
coloração marrom pelo pigmento piomelanina (direita) .......................................................... 22 
Figura 3 - Estrutura química dos antibióticos β-lactâmicos ..................................................... 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Descrição dos artigos selecionados ......................................................................... 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ABC Superfamíliade Cassete de Ligação de ATP 
EF-2 Fator 2 de Elongação 
LPS Lipopolissacarídeo 
MATE Família de Extrusão de Compostos Tóxicos e Múltiplas Drogas 
MDR Multirresistente 
MFS Superfamília de Facilitadores Principais 
OMS Organização Mundial da Saúde 
PAMP Padrão Molecular Associado ao Patógeno 
PBPs Proteínas Essenciais de Ligação à Penicilina 
RND Família de Resistência-Nodulação-Divisão 
SMR Família de Pequenas Resistências a Múltiplas Drogas 
TLR 5 Receptores Toll Like 
TSA Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos 
UTI Unidade de Terapia Intensiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12 
2 OBJETIVO ......................................................................................................................... 14 
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 15 
3.1 Características gerais da Pseudomonas aeruginosa ..................................................... 15 
3.2 Fatores de virulência ....................................................................................................... 15 
3.2.1 Alginato ........................................................................................................................... 15 
3.2.2 Flagelo ............................................................................................................................. 16 
3.2.3 Fímbrias ou pili ............................................................................................................... 16 
3.2.4 Lipopolissacarídeos (LPS) .............................................................................................. 17 
3.2.5 Biofilmes ......................................................................................................................... 17 
3.2.6 Piocianina ........................................................................................................................ 18 
3.2.7 Exotoxina A .................................................................................................................... 18 
3.2.8 Sistemas de secreção tipo III ........................................................................................... 18 
3.3 Mecanismos de resistência em Pseudomonas aeruginosa ............................................ 19 
3.3.1 Bombas de efluxo ............................................................................................................ 19 
3.3.2 Deficiência de porinas na membrana externa ................................................................. 19 
3.3.3 Modificação do local alvo de antibióticos ...................................................................... 20 
3.3.4 Produção de enzimas inativadoras de antibióticos .......................................................... 21 
3.4 Diagnóstico laboratorial .................................................................................................. 21 
3.5 Tratamento e resistência aos antimicrobianos.............................................................. 22 
3.5.1 β-lactâmicos .................................................................................................................... 23 
3.5.2 Aminoglicosídeos ............................................................................................................ 24 
3.5.3 Fluoroquinolonas ............................................................................................................ 24 
3.5.4 Polimixinas ...................................................................................................................... 25 
4 METODOLOGIA .............................................................................................................. 26 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 27 
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 33 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 34 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Pseudomonas aeruginosa é um bacilo Gram-negativo, aeróbio, encontrado em 
animais, plantas, solos e reservatórios de água no ambiente hospitalar, como chuveiros, pias e 
águas de banheiros. É a espécie bacteriana oportunista mais associada a infecções 
hospitalares, infecções em imunocomprometidos e infecções crônicas em pacientes com 
fibrose cística (CHÁVEZ-JACOBO, 2020; NGUYEN et al., 2018; REYNOLDS; KOLLEF, 
2021). 
Estima-se que Pseudomonas aeruginosa tenha uma prevalência de 7,1% a 7,3% entre 
todas as infecções relacionadas à assistência à saúde e, em pacientes internados em Unidades 
de Terapia Intensiva (UTI), a porcentagem é ainda maior. As manifestações clínicas mais 
comuns provocadas por este patógeno incluem pneumonia, infecções de sítio cirúrgico, 
infecções do trato urinário e bacteremia (REYNOLDS; KOLLEF, 2021). 
Esta bactéria apresenta resistência intrínseca a vários antimicrobianos, sendo 
considerada uma “superbactéria” que ameaça à saúde pública global, implicando no aumento 
de custo, morbidade e mortalidade, principalmente em UTIs e hospitais de longa 
permanência. Entre os mecanismos de resistência, destacam-se a produção de betalactamases, 
bombas de efluxo, alterações de porinas e modificações de sítio-alvo (NGUYEN et al., 2018; 
RAMAN et al., 2018; REYNOLDS; KOLLEF, 2021). 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência antimicrobiana é um 
dos principais problemas do século XXI e estima-se que até 2050 este problema causará até 
10 milhões de óbitos anualmente em todo o planeta (CHÁVEZ-JACOBO, 2020; GSK, 2020). 
Existem várias classes de antibióticos que são utilizados para tratar infecções por 
Pseudomonas aeruginosa, como beta lactâmicos (monobactâmicos, cefalosporinas ou 
carbapenêmicos), polimixina e aminoglicosídeos. Por outro lado, há uma longa lista de 
antibióticos ineficazes, devido aos mecanismos de resistência cada vez mais presentes. 
Recentemente, a OMS listou Pseudomonas aeruginosa como um patógeno de prioridade 
crítica que requer urgentemente novas opções terapêuticas, devido à resistência aos 
carbapenêmicos (TALEBI BEZMIN ABADI et al., 2019). 
Evidências atuais indicam que os principais fatores relacionados com a diminuição da 
eficácia da antibioticoterapia, em hospitais e comunidades, são o uso excessivo de 
antimicrobianos e sistemas precários de controle de infecção e prevenção, sendo necessária 
13 
 
uma estratégia que busque minimizar este problema global que ameaça a humanidade 
(TALEBI BEZMIN ABADI et al., 2019). 
Milhões de pessoas são acometidas anualmente por doenças infecciosas difíceis de 
tratar em todo o mundo, e bactérias resistentes como Pseudomonas aeruginosa tem uma 
grande parcela de participação nesta problemática. Diante disso, este trabalho tem como 
objetivo realizar uma revisão da literatura sobre os fatores de virulência e resistência 
bacteriana da Pseudomonas aeruginosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
2 OBJETIVO 
 
O presente trabalho tem como objetivo principal realizar uma revisão da literatura sobre os 
fatores de virulência e resistência bacteriana da Pseudomonas aeruginosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
3.1 Características gerais da Pseudomonas aeruginosa 
 
Descrita pela primeira vez por Carle Gessard, em 1882, Pseudomonas aeruginosa 
pertence à família Pseudomonadaceae e ao gênero Pseudomonas. Caracteriza-se como bacilo 
Gram-negativo, não-fermentador, aeróbio, reto, com 0,5 a 0,7 μm de espessura por 1,5 a 3,0 
μm decomprimento, não é formador de esporos e apresenta mobilidade através da presença 
de um simples flagelo polar (TRABULSI, 2015). 
Pseudomonas aeruginosa apresenta crescimento simples e versatilidade nutricional, 
sendo assim amplamente distribuída na natureza e no ambiente hospitalar, podendo habitar o 
solo, vegetação, água e, inclusive, equipamentos de fisioterapia respiratória, de diálise e 
soluções desinfetantes. Além de poder colonizar transitoriamente os tratos respiratórios e 
gastrointestinais de pacientes hospitalizados (MURRAY, 2014). 
Utiliza carboidratos por meio da respiração aeróbia, tendo o oxigênio como aceptor 
final de elétrons. No entanto, em casos estritos, pode também utilizar nitrato ou arginina de 
forma alternativa, como aceptor final de elétrons, em situações de anaerobiose (MURRAY, 
2014). 
 
3.2 Fatores de virulência 
 
 Pseudomonas aeruginosa apresenta uma série de fatores de virulência (Figura 1), 
sendo estes os principais responsáveis pela gravidade da infecção e o aumento da resistência 
bacteriana nos últimos anos (ROCHA et al., 2019). 
 
3.2.1 Alginato 
 
 Pseudomonas aeruginosa é produtora de uma grande quantidade de um 
exopolissacarídeo, o alginato, que é composto pelos ácidos D-manurônico e L-gulurônico, 
imprescindível para a sobrevivência da bactéria, por contribuir na formação de biofilmes. 
Além de ser a principal causa do fenótipo mucóide observado em infecções crônicas como 
fibrose cística (MORADALI; GHODS; REHM, 2017). 
16 
 
 Por formar uma cápsula ao redor da Pseudomonas aeruginosa, o alginato pode 
impedir a difusão de antimicrobianos, a fagocitose, a opsonização e a morte, favorecendo a 
persistência deste patógeno no hospedeiro (HAUSER et al., 2011). 
 
 
Figura 1 - Mecanismos de virulência e formação de biofilme em infecções por Pseudomonas 
aeruginosa 
Fonte: REYNOLDS, KOLLEF, 2021. 
 
3.2.2 Flagelo 
 
 Pseudomonas aeruginosa apresenta motilidade devido a presença de um flagelo polar 
único, que é um polímero composto pela proteína flagelina. Esta estrutura bacteriana é 
essencial para a motilidade, adesão às células hospedeiras e formação de biofilmes (BUCIOR; 
PIELAGE; ENGEL, 2012). 
 Os flagelos são altamente imunogênicos devido a presença da proteína flagelina, que 
atua como um padrão molecular associado ao patógeno (PAMP), ativando receptores “toll 
like” (TLR 5) nas células hospedeiras e induzindo a imunidade inata no pulmão, estimulando 
uma resposta inflamatória protetora que contribui para a eliminação do patógeno 
(CAMPODÓNICO et al., 2010). 
 
3.2.3 Fímbrias ou pili 
 
 Pseudomonas aeruginosa apresenta em sua estrutura, apêndices de superfície 
filamentosos chamados pili tipo IV, que são constituídos por inúmeras cópias de pequenas 
proteínas chamadas pilinas. Esta estrutura facilita a adesão em células epiteliais do 
17 
 
hospedeiro, colonização, maturação do biofilme, adesão em superfícies, virulência e 
espasmos, uma forma de motilidade bacteriana (MARKO et al., 2018). 
 A adesão bacteriana às células do hospedeiro é uma etapa essencial para o 
estabelecimento da infecção por este patógeno e é realizada mediante interações entre 
adesinas bacterianas e receptores de células humanas (REYNOLDS; KOLLEF, 2021). Sendo 
o receptor celular no hospedeiro para esta fímbria o gangliosídeo GM1, quando desprovido de 
ácido siálico. Logo, para aderir, Pseudomonas aeruginosa prepara o seu receptor retirando o 
ácido siálico de GM1. A remoção é feita mediante uma sialidase previamente produzida pela 
bactéria (TRABULSI, 2015). 
 
3.2.4 Lipopolissacarídeos (LPS) 
 
 O principal constituinte da membrana externa de bactérias Gram-negativas é o 
lipopolissacarídeo (LPS), que estruturalmente apresenta três regiões: o lipídio A, de caráter 
hidrofóbico, responsável por ancorar o LPS à membrana externa; o oligossacarídeo central, 
que contribui para manter a integridade da membrana externa; e o antígeno O, que está em 
contado direto com o meio externo (MALDONADO; SÁ-CORREIA; VALVANO, 2016). 
 Nos mamíferos, o LPS atua como um padrão molecular associado ao patógeno 
(PAMP) que pode ser um potente ativador da resposta imune inata do hospedeiro, induzindo a 
produção de citocinas pró-inflamatórias, mediante uma cascata de transdução de sinal. A 
ativação excessiva do sistema imunológico, por meio deste mecanismo, pode causar choque 
séptico e pôr em risco a vida do indivíduo (HUSZCZYNSKI; LAM; KHURSIGARA, 2020). 
 
3.2.5 Biofilmes 
 
 Biofilmes são comunidades bacterianas altamente estruturadas, envolvidas por uma 
matriz extracelular que adere às superfícies bióticas ou abióticas. Essa matriz é composta 
principalmente por polissacarídeos, proteínas, DNA extracelular e lipídios. Esta estrutura 
torna as condições mais favoráveis para a persistência bacteriana, uma vez que oferece 
proteção contra a resposta imune do hospedeiro e contra a terapia antimicrobiana 
(MAURICE; BEDI; SADIKOT, 2018). 
 O desenvolvimento de biofilme por Pseudomonas aeruginosa compreende cinco 
fases: na primeira fase, as células bacterianas aderem a uma superfície mediante seus 
apêndices, como flagelos e pili tipo IV; na segunda fase, as células ficam irreversivelmente 
18 
 
aderidas às superfícies; na terceira fase, elas se propagam progressivamente na forma de 
microcolônias; na quarta fase, as microcolônias se transformam em estruturas tridimensionais 
semelhantes a cogumelos; e na quinta fase, ocorre o rompimento da microcolônia por meio de 
autólise, liberando células dispersas, permitindo a repetição do ciclo (THI; WIBOWO; 
REHM, 2020). 
 
3.2.6 Piocianina 
 
 Piocianina (N-metil-1-hidroxifenazina) é um metabólito secundário, de coloração 
azul-esverdeado, produzido em grandes quantidades por culturas ativas de Pseudomonas 
aeruginosa. Caracteriza-se por ser um potente pigmento bacteriano com atividade redox, 
capaz de aceitar e doar elétrons (DEBRITTO et al., 2020). 
Entre as características de virulência, destacam-se a produção de espécies reativas de 
oxigênio nas células do hospedeiro, induzindo ao estresse oxidativo e, consequentemente, ao 
dano celular e morte. Também foi sugerido que a piocianina favorece o crescimento de 
biofilmes, promovendo interações célula-célula entre células de Pseudomonas aeruginosa 
(ALATRAKTCHI; SVENDSEN; MOLIN, 2020). 
 
3.2.7 Exotoxina A 
 
 A exotoxina A é um dos fatores de virulência bacteriana mais potentes produzidos por 
Pseudomonas aeruginosa. É extremamente letal, ou seja, possui DL50 de 0,2 μg por 
camundongo após injeção intraperitoneal. Caracteriza-se por ser uma proteína termolábil de 
613 aminoácidos que é liberada para o meio extracelular, responsável por catalisar a 
transferência da fração ADP-ribose do NAD para o resíduo de diftamida no fator 2 de 
elongação (EF-2), mediante uma ligação covalente, resultando no término da síntese proteica 
e eventualmente levando à morte celular (SANTAJIT et al., 2019). 
 
3.2.8 Sistemas de secreção tipo III 
 
 Entre os mecanismos de virulência de Pseudomonas aeruginosa está o sistema de 
secreção tipo III, que permite injetar proteínas efetoras na célula hospedeira e é 
imprescindível para a proteção do patógeno contra as respostas fagocíticas e inflamatórias. Os 
19 
 
efetores injetados incluem ExoS, ExoT, ExoU e ExoY, além da proteína de filamento flagelar, 
difosfato quinase nuclear, PemA e PemB (WILLIAMS MCMACKIN et al., 2019). 
 Os efetores clinicamente mais relevantes são ExoS e ExoU. A exoenzima S causa 
apoptose celular, além de alterar o citoesqueleto de actina das células epiteliais respiratórias 
do hospedeiro. Enquanto, acredita-se que a exoenzima U seja responsável pela maior 
virulência, devido à sua atividade citotóxica que induz a morte da célula hospedeira 
(REYNOLDS; KOLLEF, 2021). 
 
3.3 Mecanismos de resistência em Pseudomonas aeruginosa 
 
3.3.1 Bombas de efluxo 
 
 Bombas de efluxo são proteínas de transporteativo localizadas ao longo da membrana 
citoplasmática da Pseudomonas aeruginosa. A principal função é a expulsão de substâncias 
tóxicas, como antibióticos, e metabólitos secundários para fora da célula. Apresentam 
habilidade em reconhecer grande número de compostos devido às suas propriedades físico-
químicas, sendo os antibióticos facilmente reconhecidos (NEVES et al., 2011). 
 Podem ser classificadas em cinco famílias: a família de resistência-nodulação-divisão 
(RND), superfamília de facilitadores principais (MFS), superfamília de cassete de ligação de 
ATP (ABC), família de pequenas resistências a múltiplas drogas (SMR) e família de extrusão 
de compostos tóxicos e múltiplas drogas (MATE) (SOL; DENG; YAN, 2014). 
 As proteínas pertencentes à família RND desempenham papel importante na 
resistência a antibióticos em Pseudomonas aeruginosa (ROCHA et al., 2019). Elas consistem 
em transportadores de membrana citoplasmática, proteínas ligantes periplasmáticas e 
proteínas do canal de porina da membrana externa. Os componentes citoplasmáticos e 
periplasmáticos desta bomba são chamados efluxo multidrogas. Pseudomonas aeruginosa 
expressa doze bombas de efluxo desta família, quatro das quais (MexAB-OprM, MexCD-
OprJ, MexEF-OprN e MexXY-OprM) contribuem para a resistência a antibióticos (PANG et 
al., 2019). 
 
3.3.2 Deficiência de porinas na membrana externa 
 
 A membrana externa de bactérias Gram-negativas, como Pseudomonas aeruginosa, 
atua como uma barreira seletiva para impedir a penetração de antibióticos e de outras 
20 
 
moléculas (PANG et al., 2019). Moléculas hidrofílicas utilizam porinas para penetrar a 
membrana externa, enquanto moléculas hidrofóbicas utilizam a bicamada lipídica (UDE et 
al., 2021). 
 As porinas são proteínas de membrana externa que formam canais cheios de água, 
responsável por facilitar a translocação de moléculas hidrofílicas através da membrana. 
Existem porinas inespecíficas, que permitem a entrada de moléculas com tamanho de até 600 
Dalton, e existem porinas específicas, que permitem a entrada de apenas algumas moléculas 
com tamanhos abaixo de 200 Dalton (UDE et al., 2021). 
 Diferentes tipos de porinas são encontradas na membrana externa de Pseudomonas 
aeruginosa, mas a OprF é a porina não específica predominante neste patógeno, responsável 
pela captação não específica de íons e sacarídeos, mas apresenta baixa eficiência para 
permeação de antibióticos (PANG et al., 2019). 
 A porina específica OprD, também encontrada em Pseudomonas aeruginosa, permite 
a passagem de aminoácidos alcalinos e está envolvida na absorção de antibióticos, contendo 
sítios de ligação para carbapenêmicos, uma classe de β-lactâmicos. A ausência de OprD, 
através da aquisição de mutação, em Pseudomonas aeruginosa, confere resistência a esta 
classe de antibiótico, especialmente ao imipenem (PANG et al., 2019). 
 
3.3.3 Modificação do local alvo de antibióticos 
 
 Os antimicrobianos apresentam alta afinidade pelo seu sítio alvo e, uma vez que se 
ligam a ele, têm a capacidade de desestabilizar as funções de uma organela bacteriana 
específica ou de uma via metabólica importante para o patógeno, de modo que, alterações 
estruturais significativas do sítio alvo impedem a ação antimicrobiana dos antibióticos, 
conferindo resistência (CHÁVEZ-JACOBO, 2020). 
 Modificações nos sítios alvo de quinolonas foram identificadas em Pseudomonas 
aeruginosa. Esta classe de antimicrobianos inibe a replicação do DNA bacteriano por meio da 
inibição da DNA girase e da topoisomerase IV. Mutações nos genes que codificam essas 
enzimas, causam diminuição da afinidade de ligação das proteínas codificadas às quinolonas, 
reduzindo a suscetibilidade em Pseudomonas aeruginosa (PANG et al., 2019). 
 Os aminoglicosídeos exercem seu efeito antibacteriano mediante a ligação e inibição 
do RNA ribossomal 16S, implicando na inibição da síntese proteica. Mutações ribossômicas 
em Pseudomonas aeruginosa, neste alvo do antibiótico, podem conferir resistência a todos os 
aminoglicosídeos clinicamente úteis (EICHENBERGER; THADEN, 2019). 
21 
 
3.3.4 Produção de enzimas inativadoras de antibióticos 
 
 Um dos principais mecanismos de resistência intrínseca em bactérias é a produção de 
enzimas inativadoras de antibióticos, como as enzimas β-lactamases e as enzimas 
modificadoras de aminoglicosídeos, que podem ser produzidas comumente por Pseudomonas 
aeruginosa. Essas enzimas são capazes de quebrar ou modificar a estrutura do antibiótico 
mediante hidrólise de ligações químicas (PANG et al., 2019). 
 As enzimas β-lactamases que hidrolisam a ligação amida do anel β-lactâmico de 
quatro membros, são o principal mecanismo de resistência dos β-lactâmicos e dividem-se em 
quatro classes: as serina β-lactamases de sítio ativo (classes A, C e D) e as metalo-β-
lactamases dependentes de zinco (MBLs; classe B) (TOOKE et al., 2019). 
 Os carbapenêmicos são os mais recentes β-lactâmicos e possuem um amplo espectro 
de atividade e são empregados no tratamento de infecções por patógenos multirresistentes 
(MDR). A resistência a esta classe pode ser atribuída a alguns mecanismos, dentre eles a 
resistência mediada por enzimas β-lactamases, chamadas carbapenemases. Pseudomonas 
aeruginosa produz carbapenemases de classe A, B e D, que são capazes de inativar a maioria 
dos β-lactâmicos, representando uma grande ameaça (ELSHAMY; ABOSHANAB, 2020). 
Os aminoglicosídeos são um grupo de antimicrobianos comumente usados no 
tratamento de infecções por Pseudomonas aeruginosa. A resistência a esta classe se deve a 
múltiplos fatores, dentre eles os mecanismos enzimáticos (ESPINOZA PESANTEZ; 
ESPARZA SANCHEZ, 2021). Esses mecanismos são mediados por enzimas modificadoras 
de aminoglicosídeos, como aminoglicosídeos fosfotransferases, acetiltransferases e 
nucleotidiltransferases. Cada uma dessas enzimas confere resistência a diferentes 
combinações de aminoglicosídeos. As nucleotidiltransferases permitem que Pseudomonas 
aeruginosa desative os aminoglicosídeos comumente usados contra ela, como tobramicina, 
amicacina e gentamicina (KAKOULLIS et al., 2021). 
 
3.4 Diagnóstico laboratorial 
 
O diagnóstico laboratorial de infecções por Pseudomonas aeruginosa é feito por meio 
do isolamento, da identificação e do Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos (TSA). O 
isolamento e a identificação são favorecidos pela versatilidade do microrganismo em utilizar 
os nutrientes, permitindo um rápido crescimento em quase todos os meios líquidos e sólidos 
22 
 
usados na rotina, inclusive em meios seletivos como o ágar MacConkey (KONEMAN et al., 
2008). 
As amostras utilizadas para a semeadura em meio de cultura dependem do tipo de 
infecção no hospedeiro e incluem amostras de lesões cutâneas, pus, urina, sangue, líquido 
cerebrospinal, escarro (BROOKS et al., 2014). 
Em cultura, Pseudomonas aeruginosa, pode produzir vários tipos de colônias (Figura 
2). Com frequência, algumas cepas produzem pigmentos que se difundem em ágar, como a 
piocianina, de cor azul não fluorescente, e a pioverdina, de cor verde fluorescente. Algumas 
cepas produzem ainda o pigmento vermelho piorrubina ou o pigmento negro piomelanina. 
Outra característica destacável é a produção de um odor adocicado característico de frutas. 
Nos pacientes com Fibrose Cística, as colônias apresentam, predominantemente, aspecto 
mucóide em decorrência da produção de alginato, importante na formação de biofilmes 
(BROOKS et al., 2014). 
 
 
Figura 2 - Cultura de Pseudomonas aeruginosa em ágar Mueller-Hinton mostrando a 
coloração verde–azulada conferida pelos pigmentos pioverdina e piocianina (esquerda) e a 
coloração marrom pelo pigmento piomelanina (direita). 
Fonte: TRABULSI, Microbiologia, 6. ed. 
 
Bioquimicamente, Pseudomonas aeruginosa, apresenta positividade para os testes de 
oxidase, motilidade, glicose, manitol, maltose, arginina, ureia, acetamida; sendo negativapara 
os testes de lactose, indol, lisina, DNAse, esculina. Uma característica diferencial é sua 
capacidade de crescer a 42° C. Em ágar sangue, essa bactéria produz β-hemólise 
(KONEMAN et al., 2008). 
 
3.5 Tratamento e resistência aos antimicrobianos 
 
23 
 
A descoberta dos antimicrobianos salvou milhões de vidas humanas, possibilitando o 
aumento da expectativa de vida das populações. No entanto, o mau uso destes medicamentos 
induziu o surgimento de bactérias resistentes, dificultando o tratamento das infecções e 
favorecendo o avanço de complicações hospitalares, muitas vezes fatais (TALEBI BEZMIN 
ABADI et al., 2019). 
As infecções por Pseudomonas aeruginosa podem ser difíceis de tratar devido aos 
seus mecanismos de resistência intrínseca e adquirida que afetam vários fármacos 
antibacterianos, o que limita significativamente as opções terapêuticas (THABIT et al., 2019). 
As classes de antibióticos mais utilizadas no tratamento de infecções por este patógeno 
incluem β-lactâmicos, aminoglicosídeos, fluoroquinolonas e polimixinas (BROOKS et al., 
2014; HORCAJADA et al., 2019). 
 
3.5.1 β-lactâmicos 
 
 Os antibióticos β-lactâmicos, grupo de antimicrobianos mais utilizados no tratamento 
de doenças infecciosas, são agentes bactericidas que se ligam covalentemente a proteínas 
essenciais de ligação à penicilina (PBPs), enzimas responsáveis pela formação de ligações 
cruzadas dos peptideoglicanos, impedindo a síntese da parede celular bacteriana (BUSH; 
BRADFORD, 2016). 
 Devido à sua estrutura química, os β-lactâmicos se dividem em quatro classes 
principais (figura 3): as penicilinas, em que o anel β-lactâmico de quatro membros é fundido a 
um anel tiazolidina; as cefalosporinas, no qual o parceiro de fusão é uma dihidrotiazina de 
seis membros; e os carbapenêmicos, onde o sistema bicíclico é completado por uma pirrolina 
de cinco membros. Além dos monobactâmicos, que são sistemas monocíclicos (TOOKE et 
al., 2019). 
 Os β-lactâmicos são bem tolerados e eficazes, sua toxicidade principal está relacionada 
com uma resposta alérgica que afeta pequena parcela de pacientes, sendo essas reações mais 
comuns com o uso de penicilinas e cefalosporinas (BUSH; BRADFORD, 2016). 
24 
 
 
Figura 3 - Estrutura química dos antibióticos β-lactâmicos 
Fonte: http://www.icb.usp.br/bmm/mariojac/arquivos/imagens/estrutura%20dos%20antibiticos.jpg 
 
 
3.5.2 Aminoglicosídeos 
 
 Os aminoglicosídeos, também utilizados contra infecções por Pseudomonas 
aeruginosa, são uma classe de antibióticos naturais e semi-sintéticos derivados dos 
actinomicetos. Caracterizam-se por apresentar uma estrutura central de açúcares aminados, 
unidos por ligações glicosídicas a um núcleo aminociclitol dibásico. Devido às características 
estruturais, os aminoglicosídeos são divididos em estreptomicina, canamicina, netilmicina, 
apramicina, neomicina, ribostamicina, gentamicina, amicacina, tobramicina e plazomicina 
(KRAUSE et al., 2016). 
Como mecanismo de ação, esta classe atua inibindo a síntese proteica, em nível 
ribossomal, resultando na morte celular (BELLUCCI; VOLONTERIO, 2020). As vantagens 
dos aminoglicosídeos são o amplo espectro de ação, alta eficácia, ausência de interações com 
outros fármacos, ação bactericida rápida, ausência de hipersensibilidade associada a 
medicamentos, pouca ligação a proteínas e metabolismo de medicamentos mínimo 
(BÖTTGER; CRICH, 2019). 
 
3.5.3 Fluoroquinolonas 
 
http://www.icb.usp.br/bmm/mariojac/arquivos/imagens/estrutura%20dos%20antibiticos.jpg
25 
 
 As fluoroquinolonas são antibióticos sintéticos de amplo espectro, derivados de 
quinolonas com acréscimo de um átomo de flúor ligado ao anel central. Apresentam atividade 
contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, como Pseudomonas aeruginosa. O seu 
efeito bactericida acontece mediante a inibição das enzimas topoisomerase II e IV, resultando 
no bloqueio da síntese e na clivagem do DNA bacteriano e, consequentemente, na morte 
rápida do patógeno (KARAMPELA; DALAMAGA, 2020). As fluoroquinolonas comumente 
utilizadas contra infecções bacterianas incluem, principalmente, ciprofloxacino, 
levofloxacino, norfloxacino e enrofloxacino (RIAZ et al., 2018). 
 
3.5.4 Polimixinas 
 
As polimixinas são uma classe de antibióticos polipeptídicos catiônicos que foram 
descobertos em 1947 a partir da bactéria Bacillus polymyxa. São representados principalmente 
pela polimixina B e pela colistina (polimixina E), ambos diferindo por apenas um único 
aminoácido no anel peptídico, com uma fenilalanina na polimixina B e uma leucina na 
colistina (POIREL; JAYOL; NORDMANN, 2017). 
Consideradas antibióticos de último recurso a ser usados contra patógenos Gram-
negativos MDR, como Pseudomonas aeruginosa, as polimixinas atuam principalmente na 
membrana externa de bactérias interagindo com o LPS e levando ao deslocamento dos cátions 
Ca e Mg. Essa ação resulta na desestabilização da membrana celular, provocando ruptura da 
mesma, ocasionando liberação das proteínas periplasmáticas e morte bacteriana 
(MOHAPATRA; DWIBEDY; PADHY, 2021). 
A toxicidade das polimixinas foi responsável pela interrupção do uso durante muitos 
anos e está relacionada ao seu modo de ação, uma vez que ao interagir com as membranas das 
células humanas, elas induzem a desintegração e provocam toxicidade, principalmente nos 
tecidos renais e cerebrais (MOHAPATRA; DWIBEDY; PADHY, 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
4 METODOLOGIA 
 
A revisão de literatura foi realizada empregando as seguintes bases de dados: PubMed, 
Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Scholar, Lilacs e Medline. Os 
descritores utilizados para a busca de estudos foram: “Pseudomonas aeruginosa”, “infecções 
por Pseudomonas", “Pseudomonas infections”, “Resistência Bacteriana”, 
"Farmacorresistência bacteriana”, “Drug Resistance, Bacterial”, "Systematic review”, 
“Carbapenems”. Foram selecionados artigos científicos que estavam em conformidade com o 
tema proposto. 
Como critérios de inclusão, foram considerados artigos de revisão sistemática e metanálise, 
em qualquer idioma, publicados do ano de 2018 ao ano de 2020. Os critérios de exclusão 
foram artigos que não incluíam as palavras-chaves descritas e os artigos sem consonância com 
a temática do estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Para o desenvolvimento desta revisão de literatura, foram selecionados nove artigos 
científicos, os quais se encontram dentro dos critérios de inclusão estabelecidos. 
 Na tabela 1, foi realizado um resumo dos artigos incluídos, com os títulos dos 
trabalhos, os nomes dos autores de cada trabalho, com os respectivos anos de publicação, os 
nomes dos periódicos, bem como os objetivos e os principais resultados. 
 
Tabela 1 - Descrição dos artigos selecionados 
Título Autor(s)/ano Periódico Objetivo Principais Resultados 
Fatores de risco para 
infecções por 
Pseudomonas 
aeruginosa na Ásia-
Pacífico e 
consequências da 
terapia antimicrobiana 
inicial inadequada: uma 
revisão sistemática da 
literatura e meta-análise 
Merchant et al., 
2018 
Journal of 
global 
antimicrobial 
resistance 
 
Fornecer informações 
sobre fatores de risco 
para infecções por P. 
aeruginosa bem como 
consequências da 
terapia antimicrobiana 
inicial inadequada. 
Os fatores de risco para 
infecções por P. 
aeruginosa incluem 
exposição prévia a 
antimicrobianos, 
ventilação mecânica e 
hospitalização prévia. A 
mortalidade foi menor com 
a terapia antimicrobiana 
inicial adequada versus a 
terapia antimicrobiana 
inicial inadequada. 
Importância dos grupos 
de controle ao delinear 
o uso de antibióticos 
como fator de risco para 
resistência a 
carbapenem (CR), 
resistência extrema a 
medicamentos (XDR) e 
pan resistência a drogas 
(PDR) em 
Acinetobacter 
baumannii e 
Pseudomonas 
aeruginosa: Umarevisão sistemática e 
meta-análise 
 
Lim et al., 2018 
 
International 
Journal of 
Infectious 
Disease 
Determinar o impacto 
de grupos de controle 
na associação do uso 
prévio de antibióticos 
e a aquisição de P. 
aeruginosa e A. 
baumannii resistente a 
carbapenem (CR), 
extremamente 
resistente a drogas 
(XDR) e pan 
resistente a drogas 
(PDR). 
A exposição prévia ao 
antibiótico foi associada à 
aquisição significativa de 
A. baumannii e P. 
aeruginosa CR/XDR/PDR 
em ambos os grupos I e II. 
As classes de antibióticos 
implicadas em ambos os 
grupos incluíram 
aminoglicosídeos, 
carbapenêmicos, 
glicopeptídeos e 
penicilinas. O uso de 
cefalosporina não foi 
associado à resistência em 
nenhum dos grupos. E a 
exposição à 
fluoroquinolona só foi 
associada à resistência no 
grupo I, mas não no grupo 
II. 
Mortalidade em 
pacientes com infecções 
Matos et al., 
2018 
Revista da 
Sociedade 
Avaliar a associação 
entre cepas de P. 
Os resultados indicam que 
os pacientes infectados 
28 
 
por Pseudomonas 
aeruginosa 
multirresistentes: uma 
meta-análise 
 
Brasileira de 
Medicina 
Tropical 
 
aeruginosa 
multirresistente 
(PAMDR) e cepas 
produtoras de metalo-
beta-lactamase (MBL) 
de São Paulo (SPM-1) 
versus mortalidade. 
 
com PAMDR tiveram uma 
taxa de mortalidade maior 
do que os pacientes 
infectados com cepas de P. 
aeruginosa não 
multirresistente, 
especialmente pacientes 
com infecção de corrente 
sanguínea (ICS), 
imunossupressão e terapia 
antimicrobiana 
inadequada. 
Revisão sistemática do 
uso de dados de séries 
temporais no estudo do 
consumo de 
antimicrobianos e 
resistência de 
Pseudomonas 
aeruginosa 
Athanasiou e 
Kopsini, 2018 
 
Journal of 
Global 
Antimicrobial 
Resistance 
 
Revisar 
sistematicamente 
todos os estudos sobre 
consumo de 
antimicrobianos e 
resistência 
antimicrobiana de 
Pseudomonas 
aeruginosa em 
ambientes de saúde 
que usaram dados de 
séries temporais 
(TSD). 
Houve um aumento 
recente no uso do desenho 
de séries temporais, bem 
como da metodologia de 
análise de séries temporais 
no campo de estudos de 
consumo de 
antimicrobianos/ 
resistência antimicrobiana 
de Pseudomonas 
aeruginosa. 
A farmacodinâmica da 
infusão prolongada de 
β-lactâmicos para o 
tratamento de infecções 
por Pseudomonas 
aeruginosa: uma 
revisão sistemática 
Thabit et al., 
2019 
Clinical 
Therapeutics 
 
Avaliar os vários 
regimes de β-
lactâmicos 
antipseudomonas 
administrados como 
infusões prolongadas 
(IP) associados à sua 
probabilidade de 
atingir o alvo 
farmacodinâmico 
(PTA), em um esforço 
para fornecer 
orientação na seleção 
de regimes de 
dosagem e tempos de 
infusão ideais para o 
tratamento de 
infecções por P. 
aeruginosa. 
 
Regimes de infusão 
prolongados de β-
lactâmicos podem 
aumentar a PTA em 
infecções contra P. 
aeruginosa não suscetível 
e pode fornecer, 
consequentemente, uma 
opção terapêutica potencial 
para infecções 
multirresistentes. 
Pseudomonas 
aeruginosa: fatores de 
virulência e genes de 
resistência a 
antibióticos 
 
Rocha et al., 
2019 
Arquivos 
Brasileiros de 
Biologia e 
Tecnologia 
Realizar um 
levantamento 
bibliográfico sobre P. 
aeruginosa, 
destacando fatores de 
virulência e genes que 
P. aeruginosa tornou-se, 
em âmbito hospitalar, a 
bactéria mais resistente a 
antibióticos. Devido a este 
problema, o desafio atual é 
encontrar novas opções 
29 
 
atuam na resistência 
antimicrobiana. 
terapêuticas com potencial 
antimicrobiano capazes de 
erradicar a infecção e curar 
os pacientes acometidos. 
Ceftolozane/tazobactam 
para infecções difíceis 
de tratar por 
Pseudomonas 
aeruginosa: Uma 
revisão sistemática de 
sua eficácia e segurança 
para indicações off-
label 
Maraolo et al., 
2020 
International 
Journal of 
Antimicrobial 
Agents 
 
Resumir as evidências 
disponíveis de estudos 
observacionais sobre a 
eficácia e segurança 
do uso off-label de 
ceftolozane/ 
tazobactam (C/T) 
quando administrado 
para tratar infecções 
por P. aeruginosa 
multirresistentes 
(MDR) ou 
extensivamente 
resistentes a drogas 
(XDR). 
Os estudos demonstraram 
que C/T pode ser uma 
opção terapêutica útil para 
infecções de difícil 
tratamento por P. 
aeruginosa, mesmo fora do 
quadro de indicações 
aprovadas. A taxa geral de 
sucesso de C/T foi de 
76,2%. A droga foi bem 
tolerada e o evento adverso 
mais comum foi 
hipocalemia. 
Infecções por 
Pseudomonas em 
adultos hospitalizados 
na América Latina: 
revisão sistemática e 
metanálise 
 
Ponce de Leon 
et al., 2020 
 
BMC infectious 
diseases 
 
Avaliar o uso da 
antibioticoterapia 
inicial adequada 
(AIAT) e da 
antibioticoterapia 
inicial inadequada 
(IIAT) em infecções 
por P. aeruginosa e 
examinar a literatura 
sobre fatores de risco 
para aquisição de P. 
aeruginosa resistente 
em pacientes adultos 
hospitalizados na 
América Latina. 
A AIAT foi associada a 
menor mortalidade por 
infecções por P. 
aeruginosa, em 
comparação com IIAT. E 
os fatores de risco 
significativos para 
aquisição de P. aeruginosa 
resistente incluíram: uso 
prévio de antibiótico, 
permanência na UTI e 
escore de comorbidade. 
Resistência 
antimicrobiana de 
Pseudomonas 
aeruginosa isolada de 
pacientes com infecção 
de feridas na Etiópia: 
uma revisão sistemática 
Gebreegziabher 
et al., 2020 
 
 
 Research 
Square 
Determinar o perfil 
atual de resistência 
antimicrobiana de 
Pseudomonas 
aeruginosa isolada de 
pacientes com 
infecção de feridas na 
Etiópia. 
 
Os estudos demonstraram 
que a maioria dos isolados 
de P. aeruginosa tem 
suscetibilidade limitada, 
especialmente aos 
antibióticos amplamente 
utilizados, como 
ampicilina, ácido 
clavulânico e amoxicilina, 
tetraciclina, cotrimoxazol, 
cloranfenicol e ceftriaxona, 
evidenciando que a 
resistência aos antibióticos 
é comum e prevalente na 
Etiópia, e pode ser um 
problema, principalmente 
entre os hospitalizados. 
30 
 
Como achado principal, destacamos a heterogeneidade dos resultados encontrados. No 
geral, observou-se que P. aeruginosa apresenta limitada suscetibilidade aos antibióticos, além 
de ser um patógeno de difícil manejo em âmbito hospitalar, no que diz respeito ao tratamento 
e erradicação da infecção. 
De acordo com Rocha et al. (2019), P. aeruginosa é considerada um dos principais 
agentes etiológicos de infecções hospitalares no Brasil, sendo a principal causa de infecções 
oportunistas. Dentre os fatores de virulência, citados destes autores, destaca-se a formação de 
biofilmes no organismo, frequentemente associado à resistência antimicrobiana. Ainda 
segundo este mesmo autor, vários estudos estão sendo realizados com intuito de obter novas 
drogas que possam reverter este problema clínico. 
 Athanasiou e Kopsini (2018), em uma revisão sistemática, observaram um aumento 
recente no uso do desenho de séries temporais no estudo do consumo de antimicrobianos e 
resistência antimicrobiana envolvendo P. aeruginosa. Séries temporais, segundo este autor, é 
o registro sistemático de observações em intervalos regulares de tempo, muito útil na 
vigilância de doenças infecciosas e na orientação para o uso apropriado de antimicrobianos. 
Este estudo reforça que P. aeruginosa é um importante patógeno causador de infecções 
nosocomiais e com potencial para multirresistência. 
 No que concerne aos fatores de risco para aquisição de infecções por Pseudomonas 
aeruginosa, nos estudos conduzidos por Merchant et al. (2018) e por Ponce de Leon et al. 
(2020), observou-se uma associação consistente entre o uso prévio de antimicrobianos e 
aquisição de P. aeruginosa resistente. Os antimicrobianos comumente envolvidos em ambos 
os estudos foram: carbapenêmicos e fluoroquinolonas, no estudo de Merchantet al. (2018); e 
aminoglicosídeos, carbapenêmicos e fluoroquinolonas, no estudo de Ponce de Leon et al. 
(2020). 
 Esses achados corroboram com Lim et al. (2018), que concluíram, em um estudo de 
revisão sistemática e metanálise, que a exposição prévia a antibióticos predispõe o paciente à 
aquisição de P. aeruginosa altamente resistente, tendo como principal desfecho a redução de 
opções terapêuticas e, consequentemente, prolongamento da hospitalização e mortalidade. 
Outros fatores de risco para infecções por P. aeruginosa também foram pesquisados 
em trabalhos como de Lopes et al. (2020), que constataram procedimentos invasivos, 
condição clínica do paciente e tratamento inadequado com uso de antibióticos, principalmente 
carbapenêmicos, como preditores de risco para infecções. Este estudo enfatiza a atual 
preocupação com a problemática referente a multirresistência da P. aeruginosa, bem como a 
difícil erradicação e tratamento. 
31 
 
 Merchant et al. (2018) apontam que a antibioticoterapia inicial apropriada, isto é, 
administração de pelo menos um agente antimicrobiano ao qual P. aeruginosa era suscetível, 
foi associada a uma taxa de mortalidade significativamente menor, se comparado a 
antibioticoterapia inicial inapropriada, com uma redução de 74% da mortalidade observada. 
Os resultados deste estudo ratificam a importância de tratar infecções graves com o agente 
mais adequado (com atividade contra P. aeruginosa), em tempo hábil, visando tanto a 
eliminação da infecção, quanto a diminuição do surgimento de resistência aos medicamentos 
que ela ainda é suscetível. 
A taxa de mortalidade atenuada associada à antibioticoterapia inicial apropriada é 
condizente com os achados de Ponce de Leon et al. (2020), que, além disso, apontam por 
outro lado, que a antibioticoterapia inicial inapropriada (terapia à qual P. aeruginosa era 
resistente ou apenas intermediariamente suscetível) acarreta resultados negativos. Este fator 
pode ser justificado pela maior chance de aumentar a mortalidade, o tempo de permanência no 
hospital e a aquisição de P. aeruginosa resistente a carbapenêmicos. 
 Em um estudo semelhante, Matos et al. (2018) trazem que pacientes infectados com 
cepas multirresistentes de P. aeruginosa apresentaram uma taxa de mortalidade maior, se 
comparado àqueles com cepas suscetíveis. A multirresistência, por sua vez, é uma das atuais 
preocupações em ambientes de saúde, por estar relacionada à gravidade da infecção e a 
limitação severa de opções terapêuticas, sendo definida como resistência a pelo menos três 
classes diferentes de antimicrobianos, incluindo carbapenêmicos, cefalosporinas, 
fluoroquinolonas, aminoglicosídeos e β-lactâmicos com inibidores. 
 Em virtude de ser um patógeno difícil de tratar, várias estratégias estão sendo 
desenvolvidas visando a obtenção de opções terapêuticas promissoras. De acordo com Thabit 
et al. (2019), infusões prolongadas podem otimizar a farmacocinética e a farmacodinâmica de 
β-lactâmicos no tratamento de infecções contra P. aeruginosa não suscetível. Esta técnica 
prolonga o tempo de exposição da bactéria ao fármaco livre (infusão durante 3-4 horas), 
muito útil em pacientes críticos com infecções graves. Sendo necessário, no entanto, a 
observação quanto ao tempo de meia vida do antibiótico, incidência da infecção, 
características farmacocinéticas dos pacientes. 
 Em um estudo similar, Maraolo et al. (2020) demonstraram que 
Ceftolozane/Tazobactam apresenta excelente atividade contra P. aeruginosa, mesmo usando 
“off-label”, com bom histórico de tolerância pelos pacientes. Este fato também foi constatado 
no estudo de Nguyen et al. (2018), que afirmaram que Ceftolozane/Tazobactam é a 
combinação de beta-lactâmico antipseudomonas mais potente disponível para uso clínico, 
32 
 
inclusive contra infecções por cepas multirresistentes, apresentando atividade intrínseca 
contra este patógeno. Ainda em conjunto com os dados supramencionados, Karakonstantis e 
colaboradores (2020) trazem em seu estudo, que dentre as opções atualmente disponíveis 
contra P. aeruginosa se encontra Ceftolozane/Tazobactam como a mais robusta. 
 A resistência antimicrobiana é um fenômeno natural que ocorre no ambiente entre as 
bactérias, mas está aumentando substancialmente em todo o mundo, em grande parte, devido 
ao uso excessivo de antibióticos em humanos e em animais, muitas vezes prescritos de forma 
desnecessária (ELSHAMY; ABOSHANAB, 2020). Gebreegziabher et al. (2020) mostram 
que, na Etiópia, os isolados de P. aeruginosa em infecções de feridas já são resistentes à 
maioria dos antimicrobianos usuais. Este estudo demonstrou ser preciso o desenvolvimento de 
programas de gestão antimicrobiana e vigilância antimicrobiana, em instituições hospitalares, 
como forma de controlar e atenuar esta situação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
6 CONCLUSÕES 
 
Pseudomonas aeruginosa é um importante patógeno oportunista causador de infecções 
difíceis de tratar, em virtude de apresentar resistência intrínseca a vários antimicrobianos. 
 É considerada uma “superbactéria” que oferece risco à saúde pública global, 
implicando no aumento da mortalidade, da morbidade e de custos. 
Novos estudos acerca da resistência bacteriana da Pseudomonas aeruginosa aos 
antimicrobianos, descrevendo como tratá-la e evitá-la, são necessários, em função da sua 
crescente multirresistência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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