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TCC-Rafael

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAFAEL FERNANDES FARIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O RECONHECIMENTO E A MENSURAÇÃO DOS CRIPTOATIVOS NAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE COMPANHIAS DE CAPITAL ABERTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAICÓ, RN 
2022 
RAFAEL FERNANDES FARIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O RECONHECIMENTO E A MENSURAÇÃO DOS CRIPTOATIVOS NAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE COMPANHIAS DE CAPITAL ABERTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade de Artigo apresentado ao 
curso de graduação em Ciências 
Contábeis, da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, como requisito 
parcial à obtenção do título de Bacharel 
em Ciências Contábeis. 
 
Orientador: Prof. Dr. Roberto Silva da 
Penha. 
Coorientador: Prof. Dr. . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAICÓ, RN 
2022 
Farias, Rafael Fernandes.
 O reconhecimento e a mensuração dos criptoativos nas
demonstrações contábeis de companhias de capital aberto / Rafael
Fernandes Farias. - Caicó, 2022.
 25f.: il.
 Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino
Superior do Seridó. Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas.
Bacharelado em Ciências Contábeis.
 Orientação: Prof. Dr. Roberto Silva da Penha.
 1. Bitcoin. 2. Criptomoedas. 3. Criptoativos. 4. Teoria da
Mensuração. I. Penha, Roberto Silva da. II. Título.
RN/UF/BS-CERES CDU 657.424
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Profª. Maria Lúcia da Costa Bezerra - -CERES- - Caicó
Elaborado por Giulianne Monteiro Pereira Marques - CRB-15/714
RAFAEL FERNANDES FARIAS 
 
 
 
 
O RECONHECIMENTO E A MENSURAÇÃO DOS CRIPTOATIVOS NAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE COMPANHIAS DE CAPITAL ABERTO 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade de Artigo apresentado ao 
curso de graduação em Ciências 
Contábeis, da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, como requisito 
parcial à obtenção do título de Bacharel 
em Ciências Contábeis. 
 
 
 
Aprovada em: 14/12/2022 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
Prof(a). Dr(a). /Me(a). Roberto Silva da Penha 
Orientador(a) 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
Prof(a). Dr(a)./ Me(a). Mariana Joyce dos Santos 
Membro interno 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
Prof(a). Dr(a)./ Me(a). Nataly de Meireles da Silva 
Membro externo 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
RESUMO 
Com a crescente demanda pelas criptomoedas e demais criptoativos, visando obter 
vantagens decorrentes de suas características descentralizadas e, principalmente, os 
benefícios econômicos de suas valorizações expressivas, tornou-se comum a 
obtenção de criptoativos pela população e pelas empresas em países emergentes. 
Contudo, esta nova classe de ativo ainda não possui métodos de registro emitidos 
pelos conselhos contábeis, deixando aberta a interpretação dos profissionais da 
contabilidade. Devido a esta informação, levantou-se a seguinte questão que esta 
pesquisa se propõem a solucionar: Qual é a metodologia de reconhecimento e 
mensuração que as empresas de capital aberto das bolsas brasileiras, argentinas e 
colombianas estão utilizando para os criptoativos em seus demonstrativos contábeis? 
O universo da pesquisa compreende um total de 487 empresas. Destas, 442 estão 
listadas na B3 (Brasil Bolsa Balcão), 23 estão na carteira teórica do índice Merval, o 
principal índice da Byma (Bolsas y Mercados Argentinos), e 22 estão comtempladas 
no índice Colcap, sendo este o índice central a refletir o desempenho da Bolsa de 
Valores de Colombia (Bvc). Foram analisadas as notas explicativas das 
demonstrações contábeis de todas as empresas, abordando os exercícios de 2019, 
2020 e 2021, iniciando sempre com o ano de 2021 e eliminando as empresas que não 
possuíssem algum criptoativo neste ano. Foi elaborada uma planilha descrevendo os 
ativos e o ano de aquisição de cada uma das empresas. Após essa coleta, foi 
analisada a metodologia de reconhecimento e mensuração empregada para a classe 
do ativo. Os resultados apontaram que apenas a Méliuz S.A. e o BTG Pactual S.A. 
possuem algum criptoativo no mercado brasileiro, mensurando-os pelo seu valor justo 
em moeda recorrente em suas operações. Entretanto, apenas a Méliuz S.A. informou 
que reconhece esses ativos como ativo financeiro. Dentre as empresas argentinas, 
apenas a Pampa Energia S.A. possui criptoativos e estes são reconhecidos como 
ativos intangíveis, com vida útil indeterminada, e mensurados pelo seu custo de 
aquisição. No mercado colombiano não foram encontradas empresas que possuem 
criptoativos em carteira, mas foram encontradas empresas com potencial para aderir 
ao mercado Cripto nos próximos anos, como é o caso do Banco Colômbia S.A. Assim, 
apesar da escassez de empresas que aderiram ao mercado dos criptoativos até 2021, 
pode-se constatar que, entre as empresas brasileiras, há um consenso em mensurar 
as criptomoedas pelo seu valor justo no fechamento do exercício, assim como 
reconhecê-los como ativo financeiro da mesma forma que as demais moedas 
fiduciárias, apesar da Méliuz S.A. ser a única a aderir a essa linha de raciocínio até o 
momento. Enquanto que no mercado argentino, a iniciativa da Pampa Energia S.A. 
pode servir de exemplo para as demais empresas deste país ao reconhecê-los como 
ativos intangíveis mensurados pelo custo de aquisição. 
Palavras-chave: Bitcoin. Criptomoedas. Criptoativos. Mensuração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
With the growing demand for cryptocurrencies and other crypto-assets, aiming to 
obtain advantages arising from their decentralized characteristics and especially the 
economic benefits of their expressive valuations, it has become common to obtain 
crypto-assets by the population and companies in emerging countries. However, this 
new asset class still does not have recording methods issued by accounting boards, 
leaving open the interpretation of accounting professionals. Due to this information, the 
following question was raised that this research aims to solve: What is the recognition 
and measurement methodology that publicly traded companies on Brazilian, Argentine 
and Colombian stock exchanges are using for cryptoassets in their financial 
statements? The research universe comprises a total of 487 companies, of which 442 
are listed on B3 (Brasil Bolsa Balcão), 23 are in the theoretical portfolio of the Merval 
index, the main index of Byma (Bolsas y Mercados Argentinos) and 22 are included in 
the Colcap index. which is the central index that reflects the performance of the Bolsa 
de Valores de Colombia (Bvc). The explanatory notes of the financial statements of all 
companies were analyzed, covering the years 2019, 2020 and 2021, always starting 
with the year 2021 and eliminating companies that did not have any crypto assets this 
year. A spreadsheet was prepared describing the assets and the year of acquisition of 
each of the companies. After this collection, the recognition and measurement 
methodology used for the asset class was analyzed. The results showed that only 
Méliuz S.A. and BTG Pactual S.A. hold any crypto assets in the Brazilian market, 
measuring them at their fair value in currency that is recurring in their operations. 
However, only Méliuz S.A. informed that it recognizes these assets as a financial asset. 
Among the Argentine companies, only Pampa Energia S.A. has crypto assets and 
these are recognized as intangible assets with an indefinite useful life and measured 
at their acquisition cost. In the Colombian market, no companies were found that have 
crypto assets in their portfolio, but companies with the potential to join the Crypto 
market in the coming years were found, as is the case of Banco Colombia S.A. Thus, 
despite the scarcity of companiesthat joined the crypto-assets market until 2021, it 
can be seen that among Brazilian companies there is a consensus on measuring 
cryptocurrencies at their fair value at the end of the year, as well as recognizing them 
as a financial asset of the company. in the same way as other fiat currencies, despite 
Méliuz S.A. be the only one to adhere to this line of reasoning so far. While in the 
Argentine market, the initiative of Pampa Energia S.A. can serve as an example for 
other companies in Argentina to recognize them as intangible assets measured at 
acquisition cost. 
 
Keywords: Bitcoin. Cryptocurrencies. Cryptoassets. Measurement. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
 
Desde o surgimento do real brasileiro, no ano de 1994, a moeda estatal 
brasileira já apresenta uma desvalorização de aproximadamente 650,00% (IBGE, 
2022). Isso se deve porque o órgão emissor, o governo brasileiro, pode imprimir 
moedas discricionariamente, ocasionando o aumento da circulação da moeda dentro 
do país, e gerando, assim, inflação. Caso semelhante ocorre com o peso argentino, 
moeda oficial da Argentina, que apenas no período de julho de 2021 a julho de 2022 
já acumula uma depreciação de 71%, a maior dos últimos 30 anos, colaborando para 
a instauração de uma das maiores crises econômicas da história do país. (G1, 2022) 
Em El Salvador, país da América Central, a utilização de uma moeda própria 
tornou-se inviável devido as desvalorizações astronômicas em curtos períodos de 
tempo. Esse cenário contribuiu para a adoção do Bitcoin, em 2021, como uma de suas 
moedas oficiais, assim como o dólar americano, o que tornou esta a primeira nação a 
adotar uma criptomoeda como moeda recorrente. (ESPOSITO, RENTERIA, 2021) 
Visto que a desvalorização gradual é um problema que ocorre com todas as 
moedas fiduciárias existentes, Satoshi Nakamoto (2008) criou um protocolo 
criptografado, que recebeu o nome Bitcoin, a primeira criptomoeda a ser criada. Todas 
as transações são validadas por um livro razão conhecido como blockchain (SWAN, 
2015), que garante a propriedade de cada moeda ao destinatário, validando esse ativo 
como sendo um tipo de moeda. O criador limitou o número de moedas em 21 milhões 
de exemplares e a cada 4 anos são mineradas cada vez menos moedas, tornando 
esse criptoativo uma moeda deflacionária, ganhando sempre mais valor, ao contrário 
das moedas fiduciárias, como o real e o dólar. 
O Bitcoin tornou-se conhecido no mundo inteiro, 14 anos após o seu 
lançamento, e as suas transações ocorrem em todo o globo, 24 horas por dia. Devido 
a isto, ele se tornou um dos ativos com uma das maiores valorizações do mercado 
financeiro, cerca de 650.000% até hoje (TRAIDINGVIEW, 2022). Isso atraiu a atenção 
de grandes fundos de investimentos e do público em geral, assim como das empresas. 
Alguns estudiosos, como Ulrich (2014) acreditam que o Bitcoin tem potencial 
para se tornar uma reserva de valor no futuro, possuindo características que apenas 
alguns ativos, como o ouro, possuem. Ele é escasso, pois se limita a 21 milhões de 
unidades, e é aceito e comercializado globalmente. 
A característica deflacionária do Bitcoin contribui para este ser adotado como 
uma ferramenta de proteção patrimonial em meio a crises econômicas e políticas, em 
especial nos países emergentes. Isso se torna evidente quando analisamos o cenário 
que vem sendo construído na desastrosa guerra entre Rússia e Ucrânia, no ano de 
2022, que contribuiu para classificar a Rússia como a segunda nação com o maior 
número percentual de habitantes a utilizarem as criptomoedas como uma ferramenta 
de proteção patrimonial e cambial, perdendo apenas para a Ucrânia, onde cerca de 
12% da sua população já utiliza as moedas digitais com essas finalidades (ALVES, 
2022). 
Caso semelhante ocorre na atual crise econômica que acomete a Argentina, 
pois segundo a matéria feita pelo Infomoney (2022), os argentinos estão procurando 
no mercado Cripto uma forma de fugir da desvalorização desenfreada do peso 
argentino. 
Aderindo a esta nova tendência da população do país, segundo matéria do 
jornal O Globo (2022), empresas argentinas já estão remunerando seus 
colaboradores com criptomoedas, tornando este o país que mais utiliza criptoativos 
para esta finalidade. 
Adentrando ainda mais nos países da América do Sul, um caso relativo à 
adesão de criptomoedas ocorre na Colômbia, onde o então Presidente da República, 
Gustavo Petro, chegou a afirmar que o Bitcoin é uma excelente ferramenta para retirar 
o poder econômico das mãos dos bancos e do Estado (EXAME, 2022) e, ainda no 
mesmo ano, segundo matéria do Portal do Bitcoin (2022), a Colômbia está em fases 
iniciais com relação à regulação das criptomoedas, onde a “Superintendencia 
Financiera de Colombia” (SFC) propôs algumas medidas que buscam criar um 
sistema de risco com as transações dos criptoativos e, concomitantemente, evitar 
fraudes e lavagens de dinheiro com o ativo. Esse avanço na regulação pelo estado 
dessa classe de ativo e os depoimentos à favor do Bitcoin, pelo Presidente da 
República, podem ter incentivado a aquisição das criptomoedas pelas empresas 
sediadas em território colombiano. 
Perante os fatos destacados anteriormente, podemos vislumbrar que tornou-se 
comum a obtenção do Bitcoin, e de outras criptomoedas, pelas empresas de capital 
aberto na América Latina, onde predominam países subdesenvolvidos e emergentes. 
No entanto, até o momento, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis ainda não 
proferiu nenhum posicionamento a respeito das criptomoedas, deixando vaga a forma 
como esses ativos devem ser reconhecidos e mensurados (CPC,2022), 
possibilitando, portanto, inúmeras interpretações quanto ao lançamento dos ativos, 
podendo existir divergências entre os profissionais, inclusive. 
Levando isso em consideração, aliado à escassez de informações pertinentes 
a esses novos ativos, o presente artigo busca resolver o seguinte problema: Qual é a 
metodologia de reconhecimento e mensuração que as empresas de capital aberto das 
bolsas brasileiras, argentinas e colombianas estão utilizando para os criptoativos em 
seus demonstrativos contábeis? Visando responder essa problemática, o objetivo 
deste trabalho será identificar quais empresas brasileiras, argentinas e colombianas 
possuem criptoativos e descobrir a forma como esses ativos estão sendo 
reconhecidos e mensurados nos demonstrativos contábeis. 
Portanto, este artigo é justificado pela sua utilidade em auxiliar e atualizar os 
contadores das três maiores economias da América do Sul, quanto aos novos ativos 
digitais que estão ganhando espaço nos últimos anos, demonstrando a metodologia 
de lançamentos e os critérios de mensuração e reconhecimento que os setores 
contábeis de algumas das maiores empresas do mundo estão utilizando no momento, 
como também pode ser útil para a futura elaboração de um pronunciamento contábil 
voltado exclusivamente para o universo das criptomoedas. 
 
2. Referencial teórico 
 
2.1.Teoria da mensuração 
 
A teoria da mensuração consiste em uma vertente da matemática aplicada, 
utilizada nas etapas de análise dos dados e desenvolvimento da mensuração, que se 
tornou popular devido a obra de Stevens (1951), sendo voltada, à princípio, para a 
área da psicologia. Porém, segundo Willett (1987), os fundamentos apresentados por 
essa teoria podem ser facilmente aplicados às ciências exatas e às ciências sociais, 
como a contabilidade. Por isso, essa teoria pode ser considerada como sendo um 
conjunto de princípios e normas que apoiam a ocorrência da mensuração. 
Para Mason e Swanson (1981), a mensuração retrata a conexão entre o acervo 
teórico e o empírico, possibilitando a usabilidade da estatística e da matemática na 
criação de previsões e detalhamentos de um evento. Já na óptica de Staubus (1986), 
essa é uma teoria normativa que dispõe de instruções gerais que permitem a 
realização de mensurações que buscam alcançar uma meta específica. Levando em 
consideração a ópticada teoria, a mensuração é a ferramenta destinada a constituir 
regras que buscam estabelecer a igualdade que foi acordada no início de determinado 
trabalho, podendo ser representada pela equação f = (x, y), onde x é uma 
particularidade do ativo mensurado e y, um numeral qualquer (MARTINS, BEYLE, 
NIYAMA, 2011). 
A teoria da mensuração baseia-se na premissa de que são os números que 
estabelecem uma relação, e não os atributos que foram mensurados. Isso é 
evidenciado, por exemplo, nas diversas mensurações de calor estabelecidas, em que 
40º Celsius nunca significará o dobro de 20º Fahrenheit. Levando isso para o universo 
contábil, é possível concluir que um estoque de R$ 5.000,00, pelo critério do valor 
realizado líquido, não será necessariamente o dobro de R$ 2.500,00, pelo critério do 
custo histórico. Sendo assim, é possível constatar que, na teoria da mensuração, a 
escala escolhida vai definir as regras de avaliação (MARTINS, BEYLE, NIYAMA, 
2011). 
Para Hille (1997), a teoria da mensuração busca possibilitar a reprodução e o 
entendimento dos atributos da mensuração, resultando em conteúdos inerentes ao 
desenvolvimento da mensuração, possibilitando decisões confiáveis. Para Willett 
(1987), essa teoria pode ser desmembrada em duas vertentes: derivada e 
fundamental. A fundamental investiga as estruturas empíricas, de modo a encontrar 
as qualidades de suas particularidades, visando validar os números incumbidos aos 
seus elementos. Já a derivada foi feita para investigar e encontrar as características 
adquiridas pela mensuração fundamental, encontrando as relações existentes e, 
assim, demonstrando-as pelas funções numéricas. Para Willett (1991), há uma 
hierarquia entre as duas vertentes, mensurando-as contabilmente em dois níveis, 
sendo o nível I, a mensuração fundamental, que pode ser os custos de atividades e, 
o nível II, a derivação da mensuração, como a contagem dos lucros, por exemplo. 
Sobre os níveis apresentados, pode-se destacar: 
No nível I são listadas as mensurações das amostras de dados, enquanto 
que no nível II são listadas as mensurações matemáticas e estatísticas. Na 
mensuração fundamental, alguns aspectos podem ser destacados, entre 
eles: a) os números podem ser atribuídos aos objetos, de acordo com leis 
naturais, sem depender da mensuração de qualquer outra variável; b) A 
concepção de uma mensuração é construída de tal forma que não se 
pressupõe a existência de outra que possa vir a substituí-la; c) apresenta 
propriedade aditiva; d) São exemplos: o volume, o comprimento e a 
resistência elétrica. Já, com relação à mensuração derivada, podem ser 
destacados os seguintes aspectos: a) é feita com base em medidas que 
resultam da mensuração fundamental; b) Depende do conhecimento das 
relações entre as variáveis a serem mensuradas; c) pode-se citar como 
exemplo a densidade, obtida do cálculo da massa e do volume. (MARTINS, 
BEYLE, NIYAMA, 2011; WILLETT, 1991) 
Algo que é recorrentemente esquecido na contabilidade, que é de extrema 
relevância na mensuração, é seu caráter de aproximação. Neste sentido, Stevens 
(1951) considera o ato de mensurar como sendo “a atribuição de números a objetos 
ou eventos de acordo com as regras”. Tais regras podem divergir conforme a 
metodologia de cada mensurador. A mensuração, segundo Larson (1969), não será 
nada além de uma aproximação. Devido a essa baixa precisão, Kerlinger (1986) 
conceituou a mensuração como uma espécie de jogo que, seguindo as regras, deverá 
ser jogado com números e objetos. 
Margenau (LARSON, 1969) declara não haver um valor empírico correto de um 
acervo mensurado. Aquilo a ser considerado correto entre os inúmeros resultados 
mensurados é chamada de probabilidade máxima, sendo essa uma descrição que 
fará sentido apenas se uma significativa amostra, dos inúmeros valores mensurados, 
estiver realmente disponibilizada. Acredita-se que nenhuma metodologia de 
mensuração é 100% eficaz, exceto a contagem. Margenau (LARSON, 1969) também 
acredita que existem algumas fontes de erro nas etapas da mensuração. Vejamos, 
exemplificativamente: A imprecisão nas operações de mensuração; problemas com o 
mensurador; problemas com o instrumento mensurado; o ambiente e a escassez de 
clareza com relação ao atributo mensurado. 
Dessa forma, Sarle (1997) nota que o desenvolvimento de atribuição de 
numerários ou demais símbolos é representado pela mensuração, de maneira que, as 
ligações entre símbolos e números, espelham as ligações dos atributos das coisas 
que são passadas pelo processo de mensuração. Esta descrição fundamentou a 
crença de que o objeto que está sendo mensurado não é a coisa em si, e sim, um 
atributo exato da coisa a qual se propõe mensurar. 
Quem também apoiou esse raciocínio foi Kerlinger (1986), pois, para ele, quem 
vai ser mensurado não são os objetos, e sim, os seus fundamentos, reconhecidos 
como particularidades ou atributos. Alguns fundamentos, como o acasalamento dos 
animais, são facilmente reconhecidos. Porém, às vezes, ocorre de características 
mais complexas, e de difícil compreensão, substituírem as características físicas 
consideradas como sendo mais fáceis de serem compreendidas, o que ocorre nas 
ciências sociais, onde a utilização de observação direta prova-se ser impraticável. 
Ademais, existem ocasiões em que a conclusão sobre as características do 
objeto se concretiza apenas por meio da análise de indicadores de características 
retratadas pelo uso de definições operacionais. 
 
2.2. Bitcoin 
 
A primeira criptomoeda a ser reconhecida como tal foi criada por Satoshi 
Nakamoto (2008), sendo esse um pseudônimo para a pessoa, ou grupo de pessoas, 
que foi responsável pela criação do Bitcoin. Poucos pronunciamentos oficiais foram 
feitos por Nakamoto, sendo um white paper o mais famoso deles. Nele, Nakamoto 
(2008) descreve o Bitcoin como sendo um sistema de pagamento financeiro peer-to-
peer (pessoa para pessoa, em tradução literal). Este sistema tem como sua principal 
característica a ausência de um órgão intermediador para validar as transações, 
sendo esse papel recorrentemente exercido por instituições financeiras em transações 
com moedas fiduciárias. Devido a isto, Ramos (2017) descreve que o Bitcoin se tornou 
o primeiro sistema de pagamentos 100% descentralizado. 
Segundo Ulrich (2014), o sistema peer-to-peer tem como principal vantagem a 
redução dos custos transacionais e a diminuição burocrática. Para o autor, essa 
vantagem no funcionamento do Bitcoin pode beneficiar, principalmente, os pequenos 
negócios; a redução da pobreza mundial, devido ao facilitado acesso ao capital; assim 
como garantir a privacidade dos dados pessoais; e anular o controle do capital próprio 
pelas instituições financeiras. 
Porém, Ulrich (2014) também destaca as desvantagens das criptomoedas, pois 
acredita que o sistema transacional descentralizado também pode ser utilizado pelas 
organizações criminosas, que buscam por operações onde não é preciso 
intermediários regulados pelos governos, visando ocultar os dados de seus usuários. 
As criptomoedas validam suas transações na blockchain. Este mecanismo foi 
criado, originalmente, para validar as transações do Bitcoin, mas a tecnologia também 
é utilizada por todas as criptomoedas que vieram em seguida. Para Swan (2015), a 
blockchain funciona como um livro razão contábil. Ulrich (2014) menciona que, quando 
novas transações estão sendo feitas, a blockchain faz a verificação com as operações 
antigas, para garantir que o mesmo Bitcoin não seja transferido duas vezes pela 
mesma pessoa. 
Levando para um conceito mais computacional, a blockchain, segundo Blemus 
(2017), cumpre a função de armazenamento de dados por distribuição de registros 
compartilhados, dispensando a centralização, e acessados por uma rede 
computacional, correlacionados, apoiados pelo método peer-to-peer, no qual todos os 
usuários da rede trocam dados e informações que são resguardados pela criptografia 
que impede a mutação dos registros.Para Prandiano (2021), nos próximos anos não se farão mais necessários 
agentes intermediários que hoje são considerados indispensáveis, como cartórios e 
bancos. Para ele, essa próxima evolução societária e financeira nos levará para um 
multiverso computacional, onde migraremos de bloco em bloco na “matriz 
ocupacional, em que as linhas representam as profissões, e as colunas, as 
especialidades, oferecendo serviços na forma de soluções seguras, ágeis e 
otimizadas (Optimized Contract). ” (PRANDIANO, 2021) 
A operação da blockchain é feita através de blocos computacionais, onde os 
blocos mais recentes ainda possuem a referência do bloco anterior, garantindo a 
interligação. Isso é possível graças à função hash, que funciona como uma impressão 
digital inalterável. Cada bloco vai possuir o seu próprio hash, e este “acorrentará” os 
blocos entre si, dando significado ao nome blockchain (em tradução literal, cadeia de 
blocos). (HIRATA, ANDRADE, 2022) 
Novas criptomoedas só podem ser criadas pela ocorrência de um processo 
conhecido como mineração. Esse termo faz alusão à mineração de metais e minerais 
preciosos, como o ouro e o diamante, onde é necessário o esforço braçal do homem 
para encontrá-las. Porém, a mineração das criptomoedas se dá pelo esforço 
computacional dos aparelhos eletrônicos dos usuários mineradores. 
De um ponto de vista mais técnico, o sítio eletrônico bitcoin.org (2017) 
conceitua a mineração como sendo “um sistema que funciona através de consenso 
que serve para confirmar as transações e incluí-las no blockchain”. Essas transações 
são postas dentro dos blocos computacionais da rede, passando, posteriormente, pelo 
processo criptográfico do sistema. Esse processo garante a inalterabilidade dos 
blocos anteriores, o que acarretaria na invalidez dos blocos que ainda vão ser 
minerados. 
Em troca do poder computacional dos usuários para validar as informações na 
rede, estes recebem moedas como recompensa, sendo essa a forma como novas 
criptomoedas são criadas. Para Ulrich (2014), a mineração nada mais é do que 
problemas matemáticos que serão solucionados pelos computadores dos usuários. 
No caso do Bitcoin, Nakamoto (2008) limitou o número de moedas em 21 
milhões de unidades, sendo que, desses, 19 milhões já foram minerados. Nakamoto 
(2008) estabeleceu, dentro da própria rede, um processo que diminui pela metade a 
oferta de Bitcoins a cada 4 anos. Ou seja, a cada renovação de ciclo só poderão ser 
minerados metade dos Bitcoins que foram minerados no ciclo anterior. Graças a essa 
programação, Antonopoulos (2015) estima que as últimas moedas só serão 
mineradas no ano de 2140. 
 
2.3. Altcoins 
Após a criação do Bitcoin, foram surgindo novas criptomoedas e tokens que 
também utilizam a tecnologia blockchain. Contudo, essas são blockchains distintas ao 
Bitcoin, desenvolvidas por outros programadores. Essas novas moedas são 
conhecidas como Altcoins, moedas alternativas ao Bitcoin. Cada uma delas foi 
desenvolvida para cumprir uma função distinta. Algumas dessas moedas são 
conhecidas como protocolos de finanças descentralizadas (Defi), como é o caso das 
redes Ethereum (ETH), Solana (SOL) e Cardano (ADA). Estas criptomoedas 
funcionam com a utilização de contratos inteligentes, registrados na blockchain. Esses 
contratos são feitos pelo método peer-to-peer, onde as duas partes fazem um acordo 
com a finalidade de emprestar capital entre elas, sem a necessidade de um 
intermediador, no caso, um banco comercial (CHEN, PENDLETON, LAURENT, XU, 
2020). Funciona como uma espécie de agiotagem digital, mas descentralizada. O 
“agiota” tem a certeza de que irá receber o capital de volta graças ao contrato 
inteligente, que garante que o que foi acordado realmente será cumprido. 
Outros criptoativos desenvolvidos nos últimos anos foram as stablecoins, 
moedas digitais que estão atreladas a alguma moeda fiduciária, seguindo a sua 
cotação, como é o caso da Tether (USDT), que é uma criptomoeda atrelada ao dólar. 
Elas têm suas transações validadas por blockchains de terceiros, sem possuir uma 
plataforma de transações própria. Estas moedas tornaram-se ótimas alternativas de 
investimento, pois não precisam adquirir dólar ou qualquer outra moeda estatal de 
forma física em uma casa de câmbio, podendo apenas adquirir uma stablecoin de 
forma remota e com baixa burocracia (MERCADO BITCOIN, 2022). 
Contudo, existem riscos atrelados a esses ativos, pois se a blockchain que 
registra as transações da stablecoin der algum problema, todo o montante aplicado 
será perdido. Isso ocorreu com a UST, token atrelado ao dólar que usava a blockchain 
da Terra Luna, perdendo todo o seu valor após a falência da empresa proprietária da 
Terra Luna. (KERNAN, 2022) 
Alguns tokens também podem estar atrelados aos resultados de empresas, 
como a Binance Coin (BNB), uma moeda atrelada a Binance, a maior corretora de 
criptoativos do mundo. A criptomoeda tende a acompanhar o desempenho da própria 
empresa. Caso esta tenha resultados positivos, ela tende a se valorizar, e o contrário 
também se aplica, pois caso a companhia divulgue prejuízo em seus demonstrativos, 
o token tenderá a se desvalorizar. (BINANCE, 2022). 
Algumas criptomoedas surgiram com a intenção de simplificar o uso de 
diferentes blockchains, interconectando-as e validando suas transações em uma só 
blockchain. A mais conhecida, que exerce essa função, é a Polkadot (DOT). Ela surgiu 
com o objetivo de facilitar a comunicação entre diferentes sistemas de forma 
descentralizada, ou seja, sem a necessidade de um agente intervindo na 
comunicação, apenas por meio de inteligência artificial. (MERCADO BITCOIN, 2022) 
Com o uso das blockchains, criaram-se tokens que não podem ser replicados, 
funcionando como certificados de posse de ativos digitais, conhecidos como NFTs 
(token não fungível). Estes ativos ficaram populares no mundo da arte, pois artistas 
passaram a digitalizar suas obras com o intuito de vendê-las virtualmente pelas redes 
de contratos inteligentes, como a Ethereum (ETH). Estas artes não podem ser 
replicadas e quem possui a propriedade é o único que pode passá-la adiante pela 
blockchain. (LENNART, 2022) 
O uso das NFTs não se limita a obras de arte, já que alguns jogos foram 
desenvolvidos usando como base essa tecnologia, onde os “avatares” do jogo, 
conhecidos como skins, são NFTs. Isso culmina na possibilidade de o jogador vender 
esses tokens em troca das moedas virtuais utilizadas no próprio jogo. Essas moedas 
em questão ficaram conhecidas como gamecoins e podem ser vendidas em troca de 
moedas fiduciárias, como o dólar. Ou seja, os usuários conseguem adquirir renda 
apenas com o ato de jogar. Uma das gamecoins mais conhecidas é a MANA, 
pertencente ao jogo Decentraland, que se propõe a ministrar uma experiência no 
metaverso para seus usuários. (INFOMONEY, 2022) 
Outra classe de criptomoedas criada nos últimos anos são as DAOs, sigla para 
“organizações autônomas descentralizadas”, que consistem em organizações que 
utilizam a tecnologia blockchain e os contratos inteligentes com o intuito de criar um 
ambiente empresarial onde a diretoria são os detentores dos tokens, podendo tomar 
decisões em ambiente descentralizado. A vantagem em relação a organizações 
convencionais é a possibilidade de tomada de decisões de forma simples, segura e 
barata, e com assinatura automática do contrato inteligente que garante a total 
realização das cláusulas contratuais. (EXAME, 2022) 
 
3. Metodologia 
A pesquisa se propõe a investigar os mercados brasileiros, argentinos e 
colombianos porque, além de vizinhos geográficos, estas três nações possuem 
características semelhantes, pois todos são considerados países emergentes, com 
economia voltada à extração e exportação de commodities, sendo, em 2022, as três 
maiores economias da América do Sul (ÀLVAREZ, 2022). Destarte, são parceiros 
comerciais pertencentes ao Tratado de Assunção, popularmente conhecido como 
Mercosul, onde o Brasil e a Argentina são integrantes,e a Colômbia, forte associado 
comercial. Por fim, a Argentina se encontra, em 2022, em uma das maiores crises de 
sua história. Este cenário, em especial, contribui para a utilização das criptomoedas, 
pelos habitantes e empresas, como forma de proteção cambial e patrimonial, o que 
pode corroborar com o objetivo proposto por esta pesquisa. 
Estas afirmações são validadas ao analisarmos o pronunciamento do então 
prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodriguez Larreta, que em abril de 2022, anunciou 
que os habitantes da capital poderiam pagar seus impostos com criptomoedas, 
tornando a Argentina um dos 10 países que mais aderem às moedas digitais. 
(INFOMONEY, 2022) 
A presente pesquisa usou, como base para sua análise de dados, as notas 
explicativas dos exercícios de 2019, 2020 e 2021 de todas as empresas de capital 
aberto listadas na B3 (Brasil Bolsa Balcão), assim como todas as empresas que 
compõem a carteira teórica do índice Merval, devido este ser o principal índice da 
Byma (Bolsas y Mercados Argentinos), além de todas as empresas integrantes do 
índice Colcap, principal índice da Bvc (Bolsa de Valores de Colombia). Não obstante, 
o índice Colcap engloba as ações preferenciais e ordinárias de uma mesma empresa, 
contudo, para fins de pesquisa, consideraremos ambas como uma única empresa. A 
escolha dos exercícios de 2019, 2020 e 2021 foi graças a esses serem os últimos três 
exercícios até o momento da pesquisa e por ser um período relevante para observar 
a adesão aos criptoativos pelas empresas analisadas. 
As companhias brasileiras são obrigadas a disponibilizar esses documentos 
pela Lei 6.404/76, conhecida como Lei das S.A. (BRASIL, 1976), enquanto que as 
empresas argentinas e colombianas devem fazer divulgações semelhantes, 
respectivamente, conforme a Lei nº 19.550/84 (ARGENTINA, 1984) e a Lei nº 99/93 
(COLÔMBIA, 1993). 
As notas explicativas das empresas brasileiras podem ser encontradas no site 
da relação com o investidor (R.I.) de cada corporação, assim como no site da própria 
B3, sendo segregadas pelo seu nível de governança corporativa. Almejando a 
praticidade, usaremos o site da B3 para consegui-las, pois encontram-se todas no 
mesmo local. Contudo, com as empresas argentinas e colombianas, a pesquisa será 
um pouco diferente, pois apesar das notas explicativas estarem presentes no sítio 
eletrônico da Byma e da Bvc, respectivamente, estas só podem ser visualizadas com 
uma assinatura, o que demanda encargos monetários. Diante desse empecilho, foi 
utilizado o próprio portal virtual de cada uma das empresas do índice Merval e do 
índice Colcap. 
Foi analisado, primeiramente, o ano exercício de 2021, procurando pelas 
palavras: Criptomoeda, Criptoativo, Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Token, NFT 
(token não fungível) e Altcoin (moedas alternativas ao Bitcoin). Começaremos pelo 
ano de 2021, pois se não for encontrada nenhuma das palavras citadas, conclui-se 
que essa empresa não adquiriu nenhum desses ativos nos anos anteriores, sendo 
essa uma forma de otimizar o tempo de pesquisa. 
Criou-se uma planilha com todas as empresas analisadas, descrevendo o ano 
que foram adquiridos esses criptoativos e especificando qual é o ativo. Após 
localizadas as empresas que possuem, será analisada a metodologia utilizada para 
lançar esses ativos em suas demonstrações contábeis, descrevendo seu 
reconhecimento e o método utilizado para mensurá-las. 
 
4. Análise dos resultados 
Com o auxílio do portal virtual da B3 e dos portais virtuais das empresas 
argentinas e as sediadas na Colômbia, encontrou-se uma amostra de 442 empresas 
listadas na bolsa de valores brasileira; 23 empresas presentes no índice Merval, 
listado na Bolsa y Mercados Argentinos; e 22 empresas do índice Colcap da bolsa de 
valores colombiana; totalizando 487 companhias de capital aberto nos três maiores 
players econômicos da América do Sul, sendo apenas as empresas brasileiras 
divididas pelo seu nível de governança, conforme a Tabela 1: 
 
Tabela 1 – Número de empresas em cada nível de governança 
 
Nível de Governança corporativa Bolsa Nº de empresas 
 Novo mercado B3 203 
 Nível 1 de governança B3 24 
 Nível 2 de governança B3 23 
 Bovespa mais nível 1 B3 14 
 Bovespa mais nível 2 B3 2 
 Tradicional – Bolsa B3 176 
 Total 442 
Fonte: Brasil Bolsa Balcão 
As principais empresas listadas na Byma encontram-se no índice Merval, sendo 
este o principal índice a medir a performance da bolsa argentina. As empresas que 
pertencem à carteira teórica do índice estão listadas conforme a Tabela 2: 
 
 
 Tabela 2 – Empresas integrantes do índice Merval 
Empresa Bolsa 
Agrometal S.A. Byma 
Aluar Alumínio Argentino SAIC Byma 
Banco de Valores S.A. Byma 
Banco Macro S.A. B Byma 
 BBVA Banco Frances S.A. Byma 
Bolsas y Mercados Argentinos S.A. Byma 
Cablevision Holding S.A. B Byma 
Central Puerto S.A. Byma 
Cresud S.A.C.I.F. y A. Byma 
Empresa Distrib. y Comercializadora Norte S.A. Byma 
Grupo Financiero Galicia B Byma 
Grupo Supervielle S.A. B Byma 
Holcim S.A. Byma 
Loma Negra Compania Industrial Argentina S.A. Byma 
Pampa Energia S.A. Byma 
Soc Com Del Plata S.A. Byma 
Telecom Argentina S.A. B Byma 
Ternium Argentina S.A. Byma 
Transener Cia de Transp. De Energia Elétrica S.A. Byma 
Transportadora de Gás del Norte S.A. C Byma 
Transportadora de Gás del Sur S.A.B Byma 
YPF S.A. D Byma 
Total de empresas 23 
Fonte: S & P GLOBAL 
Já as empresas listadas no índice Colcap, na bolsa de valores da Colômbia, 
se encontram na Tabela 3: 
 
 Tabela 3 – Empresas integrantes do índice Colcap 
Empresas Bolsa 
 Grupo Aval Acciones y Valores S.A. Bvc 
 Banco Davivienda S.A. Bvc 
 Banco De Bogota S.A. Bvc 
 Banco Colombia S.A. Bvc 
 Bolsa de Valores de Colombia S.A. Bvc 
 Canacol Energy S.A. Bvc 
 Celsia S.A. Bvc 
 Cemargos S.A. Bvc 
 Colombiana S.A. Bvc 
 Corporacion Financiera Colombiana S.A. Bvc 
 Ecopetrol S.A. Bvc 
 ETB S.A. Bvc 
 Grupo Argos S.A. Bvc 
 Grupo Bolivar S.A. Bvc 
 Grupo de Inversiones Suramericana S.A. Bvc 
 Grupo Energia Bogota S.A. Bvc 
 Interconnection Electric S.A. Bvc 
 Mineros S.A. Bvc 
 Nutresa S.A. Bvc 
 Organizacion Terpel S.A. Bvc 
 Promigas S.A. Bvc 
 Suramericana S.A. Bvc 
 Total de Empresas 22 
 Fonte: Investing índices 
Com a análise minuciosa das notas explicativas de todas estas empresas, 
pesquisando em cada uma delas as palavras-chave listadas anteriormente, foi 
possível encontrar, entre elas, oito empresas que possuem alguma relação com o 
universo dos criptoativos, seja direta ou indiretamente, ou apenas fazendo menção 
em suas notas explicativas. Destas oito, duas são listadas na bolsa de valores 
colombiana e apenas uma é listada na bolsa de valores da Argentina. As outras cinco 
estão todas listadas na B3. 
Estas empresas não possuem nenhum tipo de concorrência entre elas, pois 
todas atuam em setores distintos e exercem atividades distintas em seus países de 
atuação, conforme a Tabela 4: 
 
 Tabela 4 – Empresas listadas que contribuem com a pesquisa 
 (País de origem) Empresa Atividades 
 (Brasil) Ambipar participações e empreendimentos S.A. Água e saneamento 
 (Brasil) Atom empreendimentos e participações S.A. Holding de empresas 
 (Brasil) Banco BTG Pactual S.A. Banco Financeiro 
 (Brasil) Méliuz S.A. Tecnologia da informação 
 (Brasil) TC Traders Club S.A. Desenvolvimento e gestão de plataformas 
 (Argentina) Pampa Energia S.A. Energia Elétrica 
 (Colômbia) Banco Colômbia S.A. Banco Financeiro 
 (Colômbia) Grupo Bolivar S.A. Construtora 
 Fonte: Brasil Bolsa Balcão, Índice Merval e Índice Colcap 
Contudo, destas oito empresas, apenas três apresentaram informações 
suficientemente satisfatórias que contribuem com o objetivo desta pesquisa. Isso 
ocorre porque apenas estas três possuem criptoativos em uma carteira com custódia 
própria; as demais investem em criptoativos de forma indireta, por meio de empresas 
que elas adquiriram algum percentual de participação ou por exigência do mercado 
onde atuam. 
Como é o caso da TC Traders Club S.A., que adquiriu a empresa TC Cripto 
Ltda., em 2021. É informado, nas notas explicativas, que esta investe diretamente em 
criptoativos (TC Traders Club S.A., 2021), mas, por não possuir capital aberto, suas 
demonstrações contábeis não são disponibilizadas ao mercado para viabilizar a 
análise quanto a sua metodologia de reconhecimento e mensuração dos ativos 
digitais. 
Um caso semelhante ocorre com a Ambipar S.A., pois esta adquiriu a 
participação da Bleu Empreendimentos Digitais Ltda. Em nota, a empresa informou 
que o objetivo desta aquisição é contribuir com a meta de se tornar referência no 
mercado de compensação de crédito de carbono no futuro (Ambipar S.A., 2021), 
acreditando que isso será possível com o uso da tecnologia blockchain. 
A Atom Empreendimentos e Participações S.A. possuía criptoativos por meio 
da empresa Takion Technology S.A., porém esta foi vendida pois, segundo a 
empresa, ela não estava mais alinhada com a estratégia empresarial (ATOM S.A., 
2021). Devido a Takion ser descrita pela Atom S.A. como uma empresa de sociedade 
anônima, é de se imaginar que suas demonstrações contábeis estão públicas. 
Contudo, após pesquisa mais aprofundada, descobriu-se que esta deixou de ser 
listada em bolsa, o que inviabilizou o plano inicial. 
A primeira empresa colombiana a ser encontrada foi o Banco Colômbia. 
Infelizmente, esta corporação ainda não possui criptoativos. Contudo, ela emitiu 
relatórios informando que seus diretores receberam treinamento quanto ao 
funcionamento da tecnologia blockchain e das plataformas de finanças 
descentralizadas. Além disso, esta empresa, que também possui atuação em El 
Salvador, passou a aceitar Bitcoin como pagamento pelo uso de seus cartões e 
empréstimos, após a adesão do Bitcoin como moeda oficial em El Salvador, e para 
aderir ainda mais a essa nova exigência do mercado, a empresa também passou a 
aceitar Bitcoin como forma de pagamento em estabelecimentos que possuem 
máquinas de cartão da “Wompi”, empresa pertencente ao grupo. 
Já no mercado colombiano, eles estão com plano de expansão no mercado 
Cripto, por meio de uma parceria com a exchange “Gimini”, com o intuito de oferecer, 
como novo produto, as negociações de compra e venda de criptoativos. (BANCO 
COLÔMBIA, 2021) 
A segunda empresa sediada na Colômbia que fez alguma menção aos termos 
propostos pela pesquisa foi o Grupo Bolivar. A companhia também possui operações, 
além do território colombiano, em El Salvador, a primeira nação a aderir ao Bitcoin 
como moeda oficial. Com a finalidade de informar seus investidores quanto ao cenário 
político e econômico do país onde operam, os mesmos emitiram em suas notas 
explicativas, de 2021, um informe sobre a nova Lei do Bitcoin, aprovada pela 
assembleia em 7 de novembro de 2021, responsável por oficializar a criptomoeda 
como moeda recorrente, informando também que as pessoas que aderirem a essa 
nova moeda, instalando uma carteira própria em seus dispositivos eletrônicos, 
ganharia um crédito equivalentea USD 30,00 (trinta dólares). (GRUPO BOLIVAR, 
2021) 
Por fim, com a análise das notas explicativas e dos demonstrativos da 
contabilidade, as empresas BTG Pactual S.A., Méliuz S.A., e Pampa Energia S.A., 
contribuem diretamente com a pesquisa, pois as três possuem criptoativos em carteira 
própria e informaram o seu método para reconhecer e/ou mensurar estes ativos. 
Primeiramente, o BTG Pactual S.A. classifica suas transações com criptoativos 
quanto a sua natureza na conta “outros valores e bens”, em seu ativo circulante. Eles 
mensuram esses ativos pela apuração do seu valor justo, convertendo os valores a 
sua moeda usual no fim do exercício. Infelizmente, eles não informaram quais são as 
criptomoedas que possuem, muitos menos como as reconhecem, informando apenas 
que tem como objetivo conseguir futuros benefícios financeiros com as suas 
transações. (BTG PACTUAL S.A., 2021) 
A segunda empresa é a Méliuz S.A; seu departamento contábil informa que a 
companhia possui Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Binance Coin (BNB). Eles 
reconhecem essas moedas como sendo um ativo financeiro em seu ativo circulante e 
fazem a mensuração da mesma forma que o BTG Pactual S.A., apurando o seu valor 
justo em moeda funcional no fechamento do exercício. (MÉLIUZ S.A., 2021) 
A terceira empresa é, justamente, a única empresa argentina encontrada na 
coleta de dados, o que contribui para averiguar se existe divergência entre os países 
vizinhos com relação ao reconhecimento dos criptoativos. Em suas notas explicativas, 
os contadores da Pampa Energia S.A. informaram que adquiriram ativos digitais no 
exercício de 2021, reconhecendo-os como um ativo intangível, com vida útil 
indeterminada, em seu ativo não circulante. Eles mensuram esses ativos pelo seu 
custo de aquisição, o que diverge do método usado pelas empresas brasileiras citadas 
anteriormente. Infelizmente, eles não divulgaram quais foram os ativos adquiridos. 
(PAMPA ENERGIA S.A., 2021) 
Portanto, a pesquisa conseguiu os seguintes dados, conforme a Tabela 5: 
 
 Tabela 5 – Apuração dos resultados da pesquisa 
 Pampa Energia S.A. Méliuz S.A. BTG Pactual S.A. 
Ativos Não informado Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) Não informado 
 Binance coin (BNB) 
 
Reconhecimento Ativo Intangível Ativo Financeiro Não informado 
 
Mensuração Custo de Aquisição Apuração do valor justo Apuração do valor justo 
 em moeda recorrente em moeda recorrente 
Ano de aquisição 2021 2021 2020 
 Fonte: Dados da pesquisa 
Como explanado na tabela, as únicas empresas que divulgaram informações 
suficientes para o objetivo do trabalho foram a Méliuz S.A. e a Pampa Energia S.A.; 
porém, o BTG Pactual S.A. também foi de grande importância para descobrir um 
possível padrão a ser estabelecido em território brasileiro quando se trata da 
mensuração das criptomoedas pelo método da apuração do seu valor justo em moeda 
recorrente. 
 
5. Considerações finais 
Com a iminente crise econômica em território argentino e a vasta adesão de 
sua população ao mercado criptografado, as empresas nacionais tendem a aderir a 
esse novo sistema monetário, com a intenção de proteger seu capital. Em relação ao 
mercado colombiano, a iminente regulação dos criptoativos deve contribuir para a 
utilização dessa ferramenta pelas empresas que buscam por segurança em suas 
transações. Destarte, nos últimos 4 anos, houve um aumento considerável no número 
de empresas brasileiras que aderiram ao mercado de criptoativos. Isso se torna 
evidente após a análise de uma pesquisa realizada, usando o ano exercício de 2018, 
nas empresas brasileiras, onde não foi encontrada nenhuma que possuísse Bitcoin 
ou qualquer ativo semelhante (ARAÚJO, COSTA, 2021). Visando atualizar esses 
dados para os últimos anos e, acima de tudo, auxiliar os contadores quanto aos 
lançamentos contábeis desses ativos, o presente trabalho teve como objetivo principal 
descobrir como as companhias de capital aberto das bolsas brasileiras, argentinas, e 
colombianas, mensuram e reconhecem os seus criptoativos. 
Mediante aplicação das ferramentas metodológicas, foi constatado que 8 das 
487 empresas com capital aberto, listadas na Brasil Bolsa Balcão (B3), na Bolsa y 
Mercados Argentinos (Byma) e na Bolsa de Valores de Colombia (Bvc), possuem, 
direta ou indiretamente, algum ativo digital ou fazem menção aos ativos em suas notas 
explicativas. 
Contudo, apenas três dessas empresas mensuraram os ativos e duas dessas 
também expressaram abertamente como os reconhecem. Com isso, concluiu-se que 
a mensuração mais recorrente entre as empresas brasileiras é feita pela apuração do 
seu valor justo, convertida em sua moeda de maior utilização. Além disso, a Méliuz 
S.A. declarou reconhecer o Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e a Binance Coin (BNB) 
como um ativo financeiro, em seus demonstrativos contábeis. Esse resultado diverge 
de uma pesquisa realizada anteriormente, onde constatou-se que o Bitcoin não pode 
ser reconhecido como um ativo financeiro (HIRATA, ANDRADE, 2022). Entre as 
empresas argentinas, a única a possuir criptomoedas é a Pampa Energia S.A., 
mensurando as mesmas pelo seu custo de aquisição e reconhecendo-as como um 
ativo intangível com vida útil indeterminada. 
Por meio da avaliação empírica das notas explicativas, evidenciou-se que uma 
boa alternativa para os contadores mensurarem os criptoativos, nas demonstrações 
contábeis em território brasileiro, é pelo seu valor justo. Da mesma forma, ficou claro 
que estes podem reconhecê-los como ativo financeiro, apesar da Méliuz S.A. ser a 
única a aderir a esse reconhecimento com as moedas em sua custódia. Em 
contrapartida, a contabilidade da empresa Pampa Energia S.A., reconhece as moedas 
criptografadas como um ativo intangível com vida útil indeterminada, divergindo do 
reconhecimento de moedas convencionais e mensurando-as pelo seu custo de 
aquisição, o que pode servir como exemplo para as demais empresas argentinas que 
aderirem aos criptoativos nos próximos anos. Infelizmente, não foram encontradas 
empresas do mercado colombiano que possuíssem criptoativos em sua custódia. 
Felizmente, ao analisar as notas explicativas do Banco Colômbia S.A., foi 
apontado que existe uma possível tendência à aquisição dessa classe de ativos nos 
próximos anos, e este já planeja permitir a transação desses ativos em parceria com 
a exchange Gimini. 
A maior limitação desta pesquisa foi a escassez de empresas que possuem 
criptoativos sob sua custódia, representando um percentual ínfimo em comparação 
com a amostra de empresas listadas nas bolsas dos três países emergentes citados; 
outra limitação foi graças ao método utilizado que consiste no descarte das empresas 
que não possuíam criptoativos no ano de 2021, no qual foi considerado que as 
mesmas também não possuíam nos anos anteriores. Como sugestão para pesquisas 
futuras, podem ser feitos estudos semelhantes, nos próximos anos, com o objetivo de 
analisar a evolução da adesão às criptomoedas e à tecnologia blockchain, pelas 
empresas da América Latina. Outra alternativa seria fazer a mesma pesquisa com as 
empresas norte-americanas, em especial com as empresas listadas na Nasdaq, 
conhecida como a bolsa da tecnologia no país. O mesmo estudo também pode ser 
feito com diversos países em distintos continentes, a fim de descobrir se as empresas 
analisadas na América do Sul estão mensurando e reconhecendo as criptomoedas 
em consonância com a contabilidade internacional. Outra comparação poderia ser 
feitaabordando as metodologias de reconhecimento e mensuração em países 
desenvolvidos e emergentes, com o intuito de desvendar alguma assimetria contábil 
relacionada à saúde financeira da nação onde as empresas estão sediadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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