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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
DÉBORA GOMES NUNES LEMOS 
 
 
 
OCORRÊNCIA DE CANDIDOSE ORAL EM PACIENTES INTERNADOS EM UMA 
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - -Departamento de Odontologia 
 
 Lemos, Debora Gomes Nunes. 
 Ocorrência de Candidose Oral em pacientes internados em uma 
unidade de terapia intensiva / Debora Gomes Nunes Lemos. - 
Natal, 2021. 
 43 f.: il. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) - 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências 
da Saúde, Departamento de Odontologia, Natal, 2021. 
 Orientador: Profª Drª Éricka Janine Dantas da Silveira. 
 
 
 1. Unidades de Terapia Intensiva - Trabalho de Conclusão de 
Curso. 2. Candidíase Oral - Trabalho de Conclusão de Curso. 3. 
Fatores de Risco - Trabalho de Conclusão de Curso. 4. Saúde Oral 
- Trabalho de Conclusão de Curso. I. Silveira, Éricka Janine 
Dantas da. II. Título. 
 
RN/UF/BSO BLACK D61 
 
 
 
 
 
Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393 
 
 
 
 
 
DÉBORA GOMES NUNES LEMOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OCORRÊNCIA DE CANDIDOSE ORAL EM PACIENTES INTERNADOS EM UMA 
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 
 
Trabalho apresentado à banca 
examinadora da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, como requisito 
parcial para a conclusão do Curso de 
Graduação em Odontologia. 
 
Orientadora: Profª Drª Éricka Janine 
Dantas da Silveira 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2021 
 
 
DÉBORA GOMES NUNES LEMOS 
 
OCORRÊNCIA DE CANDIDOSE ORAL EM PACIENTES INTERNADOS EM UMA 
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 
 
Trabalho apresentado à banca 
examinadora da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, como requisito 
parcial para a conclusão do Curso de 
Graduação em Odontologia 
Aprovado em __ /__ /__ 
BANCA EXAMINADORA 
____________________________________________________ 
Profª Drª Ericka Janine Dantas da Silveira- Orientadora 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
________________________________________________ 
Profª Dra Ruthineia Diógenes Alves Uchoa Lins 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
_________________________________________________ 
Profª Dra Ana Rafaela Luz de Aquino Martins 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho a minha avó 
Maria do Carmo (in memorian), 
minha saudade diária, com todo 
amor do mundo e gratidão. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Indubitavelmente, toda honra e toda minha gratidão a Deus. Desde o começo da 
graduação trago comigo a frase: “Perceba o cuidado de Deus nos detalhes”. E isso, no meio das 
angústias, incertezas, dias cansativos da faculdade, frustrações, eu lembrava dessa frase. 
Lembrava o quanto Ele cuidou de mim quando tive que voltar inúmeras vezes tarde da noite 
para casa, mas sempre me manteve segura ou quando chorava sem saber como comprar a lista 
dos materiais, todavia estava eu na clínica atendendo. Todo o processo que passei, as pessoas 
que Ele colocou em meu caminho, tenho certeza, era Ele cuidando de mim. Obrigada meu Deus 
por sua infinita misericórdia em minha vida, e por essa vitória alcançada. 
 À minha família, minha mãe Marcia e César que representa tão bem o papel de pai, 
obrigada por terem acreditado em mim, pela compreensão, por serem meu suporte e minha 
base. Sem vocês, a realização desse sonho não seria possível! Aos meus irmãos, Rebeca, 
Jéssica e Jonathan por todo amor e carinho ao longo dessa jornada. Amo vocês. 
 Às minhas tias, Elba e Eline, por todo o incentivo, apoio, suporte, amizade e conselhos. 
Meus outros tios que sempre torceram por mim, Marcone, Gildo, Fábio, Fabiano, Jacira, 
Francisco e Detinha. À minha avó Dona Nazinha pelo seu amor e por ter me acolhido quando 
precisei, e por tantas vezes ser meu lugar de refúgio, obrigada vovó. 
 À irmã Ilda e família por terem sido meu primeiro lar aqui em Natal, nesta caminhada. 
Sempre serei grata pelo acolhimento, ter me tratado como filha naquele período em sua casa e 
ter dividido o que já era pouco comigo. Pela irmã que ganhei, Thalita a qual me conhece melhor 
do que eu mesmo. Obrigada por me ouvir nos momentos difíceis, por sempre ter uma palavra 
de consolo e pelo seu ombro e abraço amigo. Sua amizade e irmandade é um presente de Deus 
na minha vida. Agradeço também ao meu namorado Max, por todo apoio nesta caminhada, 
compreensão nos meus momentos de estresses e ansiedades, e todo cuidado e carinho comigo 
e com Aba, principalmente, nestes últimos dias. Obrigada, amor. 
 Aos meus amigos, “família que a gente escolhe”. Deus sabe o quanto vocês foram e são 
peças fundamentais nesta trajetória. Edemberg, minha primeira dupla e irmão para a vida; Artur, 
minha dupla não de clínica, mas que a vida me presenteou. Babi, Karen, minhas manas, nossos 
cafezinhos filosóficos eram os melhores. Ítalo, Davi, Giulia e a todos meus amigos, obrigada 
por essa riqueza que é a amizade. 
 Às minhas duplas da faculdade. Daiana, por ter compartilhado os primeiros perrengues 
comigo. Thayná, mais conhecida como “dupla”, passamos juntas os piores e melhores 
momentos na clínica. Vou sentir saudades do nosso famoso “equipo dos milagres”, das nossas 
 
 
fofocas, as melhores playlist, dos seus B.O’s da vida e de suas dicas de 
blogueira/empreendedora. Podem ter certeza que levarei comigo um pouco de vocês duas na 
minha vida profissional. Obrigada! 
 A todos os professores que compartilharam e ensinaram com maestria a arte da 
odontologia, em especial a Prof.a Gisele Firmino que me acompanhou desde o início desta 
jornada. Aos funcionários e servidores do departamento que se dispuseram a voltar as atividades 
em meio a pandemia em especial a Andréa, Thalita, Tania, Helena, Lis, Joana e todos os outros 
funcionários sempre solícitos. 
 Aos doutorandos e minha coorientadora Maurilía Medeiros, que me ensinou muito na 
minha bolsa de pesquisa e aceitou mais um desafio do TCC. Muito obrigada pela paciência, por 
acreditar em mim, pelo apoio, correções e todo suporte dado a mim nestes últimos dias. A 
Helder Martins pelo suporte e por sempre se mostrar solícito a me ajudar, mesmo distante. 
 À minha orientadora, Prof Dra. Éricka Janine, sou eternamente grata por ter me dado a 
oportunidade de aprender um pouco mais de perto com a senhora. Por ter me acolhido e ter 
acredito em mim, enquanto eu mesma não acreditava. Obrigada por contribuir de forma 
enriquecedora na minha formação, por toda correção, incentivo e incansável dedicação. Um 
exemplo de profissional e de mãe para mim. Minha eterna gratidão. 
 Por fim, agradeço à Universidade Federal do Rio grande do Norte, que ao longo da 
minha formação, forneceu suportes necessários e um ambiente repleto de oportunidades e em 
especial ao Departamento de Odontologia por ter sido minha casa nestes últimos anos. Muito 
obrigada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Somente consegui enxergar mais longe porque me 
apoiei nos ombros de gigantes.” 
 - Isaac Newton 
 
 
 
RESUMO 
 
Pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI), em condição de saúde oral 
deficiente exibem maiores chances de ter desfechos desfavoráveis, pois se tornam mais 
suscetíveis a serem acometidos por outros tipos de infecções oportunistas como a candidose 
oral, que pode acarretar emcandidemia se não tratada. Objetivo: O presente estudo analisou a 
ocorrência de candidose oral em pacientes internados em UTI, bem como os perfis clínico e 
demográfico desses pacientes, e os possíveis fatores de risco associados ao desenvolvimento 
dessa infecção fúngica. Métodos: A presente pesquisa consistiu em um estudo observacional 
do tipo transversal, a qual foi desenvolvida com pacientes internados na UTI do hospital 
Policlínica – Liga Norte Riograndense Contra o Câncer. Os pacientes foram avaliados através 
de um exame clínico intraoral detalhado, no leito da UTI, por três cirurgiões-dentistas 
previamente calibrados, e as alterações observadas foram anotadas na ficha clínica odontológica 
do prontuário. Também foram coletados os dados referentes às condições sociodemográficas 
e sistêmicas do paciente. Resultados: Dos 92 pacientes analisados no período da pesquisa, 17 
(18,4%) desenvolveram candidose oral. A maioria era do sexo feminino (n = 9; 52,9%) com 
idade média de 69,6 ± 18,5 anos e provenientes do serviço público de saúde (n = 9; 52,59%). 
A candidose pseudomembranosa foi o tipo clínico de candidose mais prevalente (76,4%) e as 
neoplasias malignas foram os principais motivos de internação desses pacientes (64,4%). A 
anemia foi detectada em 88,2% destes pacientes. Alterações bucais como, hipossalivação, 
ressecamento labial, úlceras traumáticas, sangramento e biofilme visível foram outras 
alterações bucais detectadas. Conclusões: A candidose oral é uma infecção oportunista 
importante que pode comprometer o estado geral do paciente internado em UTI. Apesar da 
baixa ocorrência dessa infecção nos pacientes analisados, reforça-se a importância do correto 
diagnóstico e conduta diante da mesma. 
 
Palavras-chaves: Unidades de terapia intensiva. Candidíase. Fatores de risco. Saúde oral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Patients admitted to intensive care units (ICU) with poor oral health conditions are more likely 
to have unfavorable outcomes, as they become more susceptible to being affected by other types 
of opportunistic infections such as oral thrush, which can lead to candidemia if untreated. 
Objective: This study analyzed the occurrence of oral candidosis in patients admitted to the 
ICU, as well as the clinical and demographic profiles of these patients, and the possible risk 
factors associated with the development of this fungal infection. Methods: This research 
consisted of a cross-sectional observational study, which was developed with patients admitted 
to the ICU of the Policlínica Hospital – Liga Norte Riograndense Against Cancer. The patients 
were evaluated through a detailed intraoral clinical examination, in the ICU bed, by three 
previously calibrated dentists, and the observed alterations were noted in the dental clinical 
record of the medical record. Data regarding the sociodemographic and systemic conditions of 
the patient were also collected. Results: Of the 92 patients analyzed during the research period, 
17 (18.4%) developed oral candidosis. Most were female (n = 9; 52.9%) with a mean age of 
69.6 ± 18.5 years and from the public health service (n = 9; 52.59%). Pseudomembranous 
candidiasis was the most prevalent clinical type of candidiasis (76.4%) and malignant 
neoplasms were the main reasons for hospitalization of these patients (64.4%). Anemia was 
detected in 88.2% of these patients. Oral alterations such as hyposalivation, lip dryness, 
traumatic ulcers, bleeding and visible biofilm were other oral alterations detected. Conclusions: 
Oral candidosis is an important opportunistic infection that can compromise the general 
condition of patients admitted to the ICU. Despite the low occurrence of this infection in the 
patients analyzed, the importance of correct diagnosis and management is reinforced. 
 
 Keywords: Intensive care units. Candidiasis. Risk factors. Oral health. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Características demográficas e clínicas dos pacientes internados na 
UTI do Hospital Policlínica – Liga Norte Rio-grandense Contra o 
Câncer................................................................................................... 
 
 
26 
 
Tabela 2 - Características demográficas e clínicas dos pacientes com presença 
clínica de candidose oral internados na UTI do Hospital Policlínica 
– Liga Norte Rio-grandense Contra o 
Câncer............................................................................................... 
 
 
 
27 
 
Tabela 3 - Detalhes do perfil dos pacientes que exibiram candidose oral 
durante o período de internação na UTI............................................. 
 
28 
 
 
Tabela 4 - 
 
Frequência das alterações bucais associadas a candidose oral 
.......................................................................................................... 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Candidose pseudomembranosa em dorso de língua.................................... 30 
Figura 2 - Paciente intubado com ulcerações por pressão e queilite angular................ 30 
 
Figura 3 - Ressecamento labial e áreas de crostas em paciente do sexo masculino 
(Pac.11) que desenvolveu candidose pseudomembranosa em dorso de 
língua............................................................................................................ 
 
 
 
31 
Figura 4 - Permanência das lesões de candidose oral ao longo do período de 
internação...................................................................................................... 
 
32 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES 
 
CD Cirurgião-Dentista 
DM Diabetes Mellitus 
FEM Feminino 
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica 
IRAS Infecções relacionadas à assistência à saúde 
ITU Infecção do trato urinário 
MAS Masculino 
NI Não informado 
PAV Pneumonia associada ao ventilador 
PCR Proteína C Reativa 
TOT Tubo orotraqueal 
TQT Traqueostomia 
PN Pneumonia nosocomial 
UTI Unidade de terapia intensiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15 
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 17 
3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 22 
3.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 22 
3.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 22 
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 23 
4. 1 Considerações éticas .............................................................................................. 23 
4.2 caracterização do estudo ........................................................................................ 23 
4.3 população e amostra ............................................................................................... 23 
4.4 critérios de inclusão e de exclusão da amostra..................................................... 23 
4.4.1 os critérios de inclusão .......................................................................................... 23 
4.4.2 os critérios de exclusão .......................................................................................... 24 
4.5 coletas de dados .......................................................................................................24 
4.6 análise estatística .................................................................................................... 24 
5 RESULTADOS ...................................................................................................... 26 
6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 33 
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 39 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 40 
ANEXO A ...................................................................................................................... 44 
15 
1 INTRODUÇÃO 
 
A unidade de terapia intensiva (UTI) consiste em um ambiente para atender pacientes 
em estado crítico, utilizando- se de cuidados rigorosos e constantes. Porém, esse ambiente está 
relacionado ao aumento de riscos de infecções associadas à assistência à saúde, tendo em vista 
a condição clínica comprometida do paciente (TÚLIO et al., 2018; SILVA et al., 2017). 
A atenção à saúde bucal dos pacientes internados em UTI reflete como elemento 
indispensável para deter a proliferação de fungos e bactérias que podem comprometer a saúde 
bucal, bem como o risco de atingir outros órgãos e sistemas, que pode contribuir para agravar 
o quadro clínico e o aumento do tempo de permanência na UTI (SILVA et al., 2017; TÚLIO et 
al., 2018). Nessa perspectiva, a assistência odontológica em UTI promove, por meio da 
integralidade do cuidado, atenção a cavidade bucal desses pacientes, por vezes negligenciadas, 
que repercute diretamente com a melhora da saúde geral e a qualidade de vida destes (BLUM 
et al.,2018). 
A cavidade bucal tem se configurado como nicho de disseminação de microrganismos 
patogênicos em pacientes internados em UTI, pois pacientes em estado crítico de saúde são 
propícios a desenvolver alterações na microbiota bucal (BAEDER et al., 2012). O acúmulo de 
biofilme bucal destes indivíduos, sem dúvida, representa fator de destaque para o 
desenvolvimento de infecções bacterianas, virais e fúngicas, causadas por desequilíbrio na 
homeostase do meio bucal. O microbioma oral é uma comunidade diversa de microrganismos 
com aproximadamente 500 espécies de bactérias e fungos, as quais encontram-se em simbiose 
contribuindo para manutenção da saúde oral (DIAZ et al., 2019). Em algumas situações, devido 
a alterações no fluxo salivar e outras alterações do microambiente oral, esses pacientes podem 
ser acometidos por infecções oportunistas como a candidose oral (BAEDER et al., 2012). A 
candidose oral é a infecção fúngica mais comum na cavidade bucal, causada principalmente 
pela Candida albicans, que apesar de estar presente na microbiota da cavidade oral em 
indivíduos saudáveis têm um potencial patogênico associada a fatores locais e sistêmicos 
(LEWIS; WILLIAMS, 2017). 
A candidose oral pode ser diagnosticada através do exame físico intraoral, podendo se 
apresentar, clinicamente, de forma eritematosa (aguda ou crônica), caracterizada por lesões 
vermelhas ou como uma candidose pseudomembranosa, exibindo placas brancas destacáveis à 
raspagem, (MILLSOP; FAZEL, 2016). Essas lesões de candidose podem se apresentar 
assintomáticas ou associadas à- ardência em graus variados. Portanto, o diagnóstico é 
16 
 
fundamental através dos sinais clínicos para a definição da abordagem terapêutica (MILLSOP; 
FAZEL, 2016; LEWIS; WILLIAMS, 2017). 
Como mencionado, fatores sistêmicos e locais podem desencadear a proliferação da 
Candida albicans. Dentre os fatores locais citam-se a má higiene oral, o uso de próteses 
dentárias mal higienizadas, além do uso de fármacos esteroides por via inalatória (BAEDER, 
et al., 2012; ERDOGAN; KARAKAYA; KALYO, 2019; HERTEL et al., 2016). Em relação 
aos fatores sistêmicos que podem favorecer o desenvolvimento dessa infecção fúngica, pode-
se citar,imunossupressão, infecção pelo HIV, deficiências nutricionais, medicamentos que 
causam hipossalivação, comorbidades, bem como tratamentos de radioterapia e quimioterapia 
(DIAZ et al., 2019; ERDOGAN; KARAKAYA; KALYO, 2019; KONATÉ et al., 2017; 
SCHULTE et al., 2015). 
As condições dos pacientes internados em UTIs os tornam com maior susceptibilidade 
para o desenvolvimento da candidose oral (TÚLIO et al., 2018; AMIRI et al., 2012; BAEDER 
et al., 2012). Desse modo, torna-se importante conhecer a prevalência e o perfil de pacientes 
que desenvolvem a candidose oral em ambiente de UTI, visto que se conhecendo tal perfil é 
possível estabelecer alguns cuidados e protocolos nesse ambiente para auxiliar na prevenção 
dessa doença e evitar possíveis complicações do seu surgimento. 
Portanto, baseado no fato de que a manutenção da saúde bucal pode ajudar na prevenção 
de ocorrência de candidose oral e pneumonia, torna-se importante a realização de pesquisas que 
identifiquem os principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa infecção fúngica 
oportunista, em pacientes internados em UTIs para que, a partir disso, seja possível reforçar os 
protocolos de higiene bucal para esses pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 A unidade de terapia intensiva consiste em um ambiente hospitalar para atender 
pacientes em estado crítico, os quais necessitam de suporte à vida e cuidados e monitoramentos 
constantes (SILVA et al., 2017). Pacientes internados em UTI por apresentarem a condição de 
saúde debilitada, bem como submetidos a procedimentos invasivos, estão relacionados ao 
aumento de infecções associadas à assistência à saúde (TÚLIO et al., 2018). 
Nessa perspectiva, se faz necessário um atendimento de forma completa, humanizada e 
integralizada que atue para maximizar a assistência à saúde, por meio de uma equipe 
multidisciplinar. O cirurgião-dentista destaca-se na sua participação no cuidado da saúde bucal, 
que por muitas vezes é negligenciada, e reflete diretamente na qualidade de vida dos pacientes 
internados. A manutenção da saúde oral desses pacientes é primordial para prevenir 
crescimentos de microrganismos com potencial patogênico, que poderão comprometer outros 
órgãos sistêmicos, agravando o quadro clínico do paciente (SILVA et al., 2017; BLUM et al., 
2018). 
Entretanto, a presença do CD não é realidade em muitos hospitais brasileiros, mesmo 
sabendo-se dos benefícios da sua atuação em busca da integralidade e da qualidade de vida dos 
pacientes por meio da diminuição de infecções respiratórias e associadas à ventilação mecânica 
(VILLAR et al., 2016). A assistência odontológica repercute diretamente na diminuição de 
gastos com internações prolongadas, prevenção e controle de desfechos desfavoráveis na saúde 
sistêmica e bucal de pacientes internados em UTI (BLUM et al., 2018; RELLO et al., 2013). 
 Silva et al., (2017) relataram a importância do cirurgião-dentista na equipe 
multidisciplinar, no ambiente hospitalar e a sua integração para realizar medidas preventivas e 
contribuir para promoção da saúde. Por muitas vezes, pacientes internados apresentam higiene 
bucal debilitada relacionada também à limpeza natural da boca comprometida, como promovida 
pelos movimentos da mastigação, pelo fluxo salivar e/ou pela existência de um tubo oro 
traqueal, o qual favorece o acúmulo de biofilme. Esses fatores adicionais contribuem para o 
estabelecimento de outras infecções que podem comprometer a condição sistêmica desses 
pacientes por infecções respiratórias (TULIO et al., 2018; BAEDER et al., 2012). 
A saúde bucal reflete sobre o equilíbrio de microrganismos da cavidade oral, nesses 
pacientes internados, os quais exibem maior susceptibilidade de alterações da microbiota oral. 
Portando, o biofilme bucal pode constituir foco de infecções desses patógenos respiratórios, 
principalmente pela cavidade orofaríngea apresentartemperatura média (37° C) e pH estável 
18 
 
(6,5 a 7,5), que tornam um ambiente favorável para o crescimento de microrganismos 
patogênicos (BAEDER et al., 2012). 
Túlio et al., (2018) caracterizaram o perfil da microbiota bucal durante permanência na 
UTI e evidenciaram que houve um aumento significativo de biofilme visível, cálculo dentário 
e condição periodontal deficiente, refletindo no surgimento de microrganismos patogênicos. O 
biofilme localizado no dorso lingual representou o foco mais considerável de patógenos 
respiratórios. Além disso, Túlio et al., (2018) observaram a condição salivar dos pacientes 
internados e verificaram a presença de ressecamento bucal, ressecamento labial, hipossalivação, 
ausência de secreção salivar e escoamento salivar como alterações salivares mais prevalentes. 
A saliva representa um mecanismo importante para manter a homeostase do meio bucal, 
com funções de manutenção e regulação do pH, lubrificação, antimicrobiana e efeito tampão 
(DENNESEN et al., 2003). Em pacientes internados na UTI, podem ocorrer alterações no fluxo 
salivar, favorecendo o surgimento de lesões bucais, como candidose oral e mucosite (DIAZ et 
al., 2019). 
Vale destacar que as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAs), segundo a 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2016), representam um agravante por suas altas taxas 
de morbidade e mortalidade, no sistema de saúde pública, desqualificando a promoção de saúde 
nos pacientes internados. Entre as IRAS que mais acometem o paciente internado em UTI, 
citam-se as infecções respiratórias (TULIO et al., 2018; BAEDER et al., 2012). A pneumonia 
associada à ventilação mecânica (PAV), adquirida 48 horas após a admissão, caracterizada pela 
intubação endotraqueal, e a pneumonia nosocomial, indicada pela ausência do tubo 
endotraqueal, estão entre as mais comuns infecções respiratórias (BAEDER et al., 2012). 
A PAV está associada à aspiração do conteúdo presente na orofaringe e reflete na 
estreita relação que a cavidade bucal exibe com o trato respiratório, repercutindo diretamente 
no estado geral do paciente internado em UTI, bem como a qualidade de vida do mesmo 
(BLUM et al., 2018). Desse modo, a cavidade bucal tem se configurado como um potencial 
foco de disseminação de microrganismos patogênicos (ERGIN et al., 2013). 
Em certas situações, devido às alterações do fluxo salivar e da microbiota oral, somados 
a uma higienização deficiente, esses pacientes internados em UTI podem ser acometidos por 
infecções oportunistas como a candidose oral. Segundo Watkir et al., (2017), ao serem 
admitidos em UTI, os pacientes apresentaram aumento em duas vezes de Candida albicans 
entre o primeiro dia e o sétimo dia de internação. Tal fato demonstram, a mudança que ocorre 
na cavidade bucal sobre o microambiente fúngico oral e a susceptibilidade desses pacientes à 
infecção oportunista. 
19 
 
A Candida albicans, pode estar presente em regiões de pele, trato gastrointestinal e na 
cavidade oral (LEWIS; WILLIANS, 2017). Entretanto, apesar de estar presente na microbiota 
como um fungo comensal, a Candida albicans possui potencial patogênico e, em situações de 
desequilíbrio, pode acarretar infecção, de caráter oportunista como o desenvolvimento da 
candidose oral associada a fatores de risco sistêmicos e locais (HELLSTEIN; MAREK, 2019; 
WATKIR et al., 2017; ERGIN et al.,2013). 
A candidose oral pode ser diagnosticada através de um exame clínico detalhado. Em 
suas manifestações clínicas na mucosa oral, podemos encontrar a candidose eritematosa como 
lesões vermelhas, que acometem mais a região do palato duro e a língua podendo o paciente 
sentir sensação de queimação. Pacientes portadores de candidose pseudomembranosa, exibindo 
placas brancas destacáveis à raspagem, podendo ser assintomáticas ou apresentar sensação de 
queimação e gosto desagradável na boca e ainda, pacientes portadores de queilite angular, 
apresentando fissuras presente nas comissuras labiais (REINHARDT et al., 2018; LEWIS; 
WILLIANS, 2017). 
Alguns fatores sistêmicos e locais podem desencadear a patogenicidade da Candida 
albicans em pacientes internados em UTI. Ergin et al., (2013) analisaram a prevalência de 
colonização por Candida spp. nesses pacientes e encontraram 42% dos pacientes colonizados. 
e observaram a infecção por Candida spp. posteriormente, em 21,4% dos pacientes 
colonizados. Nesse estudo, a presença de nutrição parenteral, o uso de antibióticos e 
corticosteroides e traumas na pele tiveram uma relação significativa com a infecção por esse 
fungo. Nessa perspectiva, pacientes imunossuprimidos tornam-se mais vulneráveis a 
desenvolver infecções como a candidose oral. 
Konaté et al., (2017), em seu estudo, avaliaram a presença de candidose orofaríngea em 
pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e observaram a prevalência 
de 79,4% dessa infecção. A espécie mais predominante foi a Candida albicans (92,5%), sendo 
o sexo feminino mais afetado (54,6%) entre as idades de 30 a 45 anos. Somado a isso, pacientes 
submetidos à quimioterapia ou radioterapia estão sujeitos a vários efeitos colaterais desse 
tratamento, principalmente pelo seu sistema imunológico comprometido. A cavidade oral 
representa uma das regiões com mais complicações, como mucosite e candidose oral. Nesses 
pacientes a prevalência de candidose oral é de 20 a 30%, dependendo da duração e do regime 
da quimioterapia, bem como relacionados a fatores como: tabagismo, biofilme bucal, mucosite 
oral, diminuição do fluxo salivar e linfocitopenia na prevalência do desenvolvimento da 
candidose oral (DIAZ et al., 2019; KAWASHITA et al., 2018; SUN et al., 2016). 
20 
 
Segundo Santos et al. (2018), pacientes transplantados também estão sob risco de 
desenvolver infecções por fungo, devido ao uso prolongado de drogas imunossupressoras. 
Santos et al. (2018) observaram a presença de candidose oral relacionada com o tempo do 
transplante e a idade do paciente. Entretanto, verificou-se a presença de outras espécies por 
Candida não- albicans (58%), o que alerta para a identificação das espécies fúngicas, as quais 
podem não apresentar sensibilidade a anti-fúngicos convencionais (SUN et al., 2016). 
 Já no estudo de Sun et al., (2016), avaliou-se a ocorrência e os fatores associados da 
colonização oral por Candida spp. em pacientes portadores de neoplasias. A prevalência de 
colonização mais significativa por Candida albicans (33,7%) foi encontrada no grupo de 
pacientes com tumor no trato gastrointestinal. A idade demonstrou-se um fator de risco 
considerável em pacientes com câncer de pulmão e do trato gastrointestinal. Além disso, a 
frequência de escovação dentária exibiu relação significativa com o aumento da taxa de 
colonização. Sendo assim, um maior nível de colonização por esses fungos em pacientes com 
câncer, pode desencadear o desenvolvimento de infecção como a candidose oral. 
Além da imunossupressão como fator de risco para o desenvolvimento da candidose 
oral, doenças sistêmicas como diabetes mellitus tem se apresentado como condição para o 
surgimento dessa infecção fúngica (AMARI et al., 2012). Rodrigues, Rodrigues e Henriques 
(2019), em sua revisão de literatura, destacaram a diabetes mellitus como elemento de 
susceptibilidade para o aumento da Candida albicans. O estado imunocomprometido do 
paciente, somado a hiperglicemia não controlada pode levar ao surgimento de infecções 
secundárias. Rodrigues, Rodrigues e Henriques (2019) observaram a candidose oral como 
manifestação fúngica mais frequente em pacientes diabéticos, além de essas infecções fúngicas 
serem mais complicadas de tratar do que em pacientes saudáveis. 
Em relação ao uso de medicamentos como condição de risco, os antibióticos e os 
corticóides favorecem a proliferação de C. albicans por uma diminuição da microbiota oral 
(HERTEL; SCHIMIDT-WESTHAUSEN; STRIETZEL, 2015).Schulte et al. (2015) avaliaram 
os fatores de risco para a colonização por Candida spp e indicaram associação do uso de 
fluoroquinolonas, antibiótico utilizado para o tratamento de uma variedade de infecções 
bacterianas, e de antibióticos de amplo espectro à colonização desse fungo. Somado a isso, 
fatores que predizem essa proliferação por Candida spp e outros organismos multirresistentes 
incluem: idade avançada, desnutrição, tempo de internação em UTI, histórico de colonização 
por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina e o uso de antibióticos antes da admissão na 
UTI. 
21 
 
A desnutrição, por sua vez, pode refletir no desequilíbrio da microbiota bucal, por 
prejudicar a resposta imunológica do paciente e afetar a capacidade de combater infecções 
(AMIRI et al., 2012). Com base no estudo de Paillaud et al., (2004), determinou-se a 
prevalência de candidose oral em idosos internados com 70 anos ou mais e sua associação com 
a desnutrição. Paillaud et al., (2004) evidenciaram que a prevalência de candidose oral foi de 
37% (n = 36) e que esse grupo apresentou menor consumo diário de carboidratos, lipídios e 
proteínas. Portanto, o estudo demonstrou que tal infecção fúngica parece estar relacionada à 
desnutrição e afeta de modo negativo o estado nutricional do paciente pela possibilidade de 
agravar seu quadro clínico posteriormente. 
Uma pesquisa recente publicada por Nakajima et al. (2019) evidenciou que a pneumonia 
bacteriana, a pobre higiene oral e a secura bucal severa foram, significativamente, associadas 
ao desenvolvimento da candidose oral em pacientes geriátricos hospitalizados, em um hospital 
sem cirurgião-dentista. Esses autores relataram que cuidados orais através de profissionais da 
área reduzem o número de Candida albicans e patógenos bacterianos na cavidade oral que 
causam pneumonia por aspiração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
3 OBJETIVOS 
 
3.1 Objetivo geral 
 
O objetivo do presente estudo foi avaliar a ocorrência de candidose oral em pacientes 
internados em UTI, a fim de analisar os perfis clínico e demográfico desses pacientes, e os 
possíveis fatores de risco associados ao desenvolvimento dessa infecção fúngica. 
 
3.2 Objetivos específicos 
 
⮚ Avaliar a ocorrência de candidose oral em pacientes internados em unidade de terapia 
intensiva; 
⮚ Verificar o perfil sociodemográfico dos pacientes que desenvolveram candidose oral; 
⮚ Verificar quais foram os motivos de internação dos pacientes que desenvolveram 
candidose oral; 
⮚ Identificar outras alterações bucais presentes nos pacientes que desenvolveram 
candidose oral; 
⮚ Identificar comorbidades associadas como a presença de diabetes mellitus, hipertensão 
arterial sistêmica e quadro de sepse nos pacientes internados em UTI que desenvolveram 
candidose oral; 
⮚ Verificar a anemia e os níveis de PCR dos pacientes que desenvolveram candidose oral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
4 METODOLOGIA 
 
4. 1 Considerações éticas 
 
O desenvolvimento desta pesquisa foi pautado a resolução n° 466/12 do Conselho 
Nacional de Saúde (CNS), a mesma foi cadastrada na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa 
(CONEP), por meio da Base de Registros de Pesquisas envolvendo Seres Humanos (Plataforma 
Brasil) e, por conseguinte, submetida à análise de seu conteúdo pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa (CEP) da UFRN e da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer tendo sido aprovada 
sob o número 2.942.197 (ANEXO A). 
Diante disso, todos os pacientes foram esclarecidos sobre o estudo, tendo sido 
explicados a forma de realização, os objetivos, os riscos e os benefícios os quais foram expostos, 
conforme as Diretrizes e Normas Regulamentadoras do Conselho Nacional de Saúde. Desse 
modo, com a concordância em participar os pacientes assinaram o Termo de Consentimento 
Livre Esclarecido (TCLE). Para os pacientes sedados, o TCLE foi explicado ao acompanhante 
 
4.2 Caracterização do estudo 
 
A presente pesquisa consistiu em um estudo observacional do tipo transversal, 
desenvolvida em de pacientes na UTI do hospital Policlínica – Liga Norte Riograndense Contra 
o Câncer, situado em Natal, Rio Grande do Norte. 
 
4.3 População e amostra 
 
A população do presente estudo foi composta de 92 pacientes internados na UTI do 
Hospital Policlínica – Liga Norte Rio-grandense Contra o Câncer, no período de maio de 2019 
a dezembro de 2019, constituindo-se em uma amostra do tipo intencional para o estudo. 
 
4.4 Critérios de inclusão e de exclusão da amostra 
 
4.4.1 Os critérios de inclusão foram 
 
● Pacientes maiores de 18 anos; 
24 
 
● Paciente internados na UTI do Hospital Policlínica – Liga Norte Rio-grandense Contra 
o Câncer, 
 
4.4.2 Os critérios de exclusão foram 
 
● Pacientes que no momento da admissão à UTI exibam a candidose oral; 
● Paciente com limitação de abertura de boca, inviabilizando a realização do exame 
intraoral; 
● Pacientes internados de passagem pós cirúrgica. 
 
4.5 Coletas de dados 
 
 A coleta de dados constituiu-se em duas etapas, sendo a primeira a coletas de 
informações disponíveis nos prontuários multidisciplinares dos pacientes internados na UTI. 
As informações obtidas foram referentes ao nome, idade, sexo, convênio de saúde, motivo da 
internação, morbidades associadas, anemia e os níveis de PCR, tempo de internação. Para as 
morbidades associadas nestes pacientes, foram consideradas a presença de: diabetes mellitus, 
hipertensão arterial sistêmica, quadro de sepse e a predominância dos tipos de oxigenação dos 
pacientes que desenvolveram candidose oral. 
 A segunda etapa consistiu da avaliação clínica que foi realizada nos leitos dos pacientes 
acamados, sob iluminação ambiente e com o auxílio, quando necessário, de espátulas de 
madeira. O exame foi realizado três vezes por semana por três examinadores distintos, durante 
a permanência do paciente na UTI até o 4º momento de avaliação ou quando o paciente tivesse 
alta médica ou óbito, conforme realizado por Martins (2020). 
 Os examinadores foram calibrados conforme descrito no estudo de Martins, 2020. A 
calibração in lux foi adotada sendo realizada por meio de imagens projetadas. Um total de 14 
imagens, sequencialmente, foram projetadas em multimídia. Essas figuras variaram desde 
condições de normalidade até quadros mais severos, com várias alterações, e os três 
examinadores descreveram as alterações presentes. Ao término, as respostas foram recolhidas 
e foi calculada a concordância inter-examinador pelo teste Kappa (LANDIS; KOCH, 1977) O 
índice kappa (ĸ) foi acima do valor recomendado (ĸ>0,65) para todos os pesquisadores, 
descritos no trabalho de Martins (2020). 
Todos os pacientes receberam higienização bucal, realizada pela equipe de enfermeiros 
e/ou pelo cirurgião-dentista da UTI, por meio de métodos mecânicos, com auxílio de gazes ou 
25 
 
escovas e soro fisiológico, e métodos químicos com a utilização de solução de digluconato de 
clorexidina 0,12% uma vez ao dia, bem como foram tratados com anti-fúngicos tópicos quando 
desenvolveram candidose oral. 
 Com relação ao diagnóstico do das manifestações da candidose oral, foram considerados 
pacientes portadores de candidose pseudomembranosa aqueles que exibiam placas brancas 
facilmente removidas durante raspagem. Pacientes portadores de candidose eritematosa aqueles 
que exibiam lesões vermelhas, frequentemente, na região do palato duro e da língua com 
sintomas de queimação. Além disso, pacientes portadores de queilite angular com fissuras 
exibidas nas comissuras labiais, assintomáticas ou com sensibilidade também foram incluídos 
(LEWIS; WILLIANS, 2017). 
 Dentre as alterações bucais detectadas como possíveis fatores de interferência locais, 
analisou-se a presença de hipossalivação de acordo com as características clinicas do paciente 
como palidez da mucosa; língua saburrosa, camada de coloraçãoesbranquiçada aderida ao 
dorso da língua; sangramento espontâneo ao exame bucal; ulcerações, perda da continuidade 
do epitélio com exposição do tecido conjuntivo; ressecamento, inadequada lubrificação da 
cavidade bucal; cálculo dentário e restos radiculares; e a presença do tubo orotraqueal pelo tipos 
de oxigenação dos pacientes internados (MARTINS, 2020). 
 Diante do diagnóstico clínico de candidose oral, o médico chefe da UTI era comunicado 
para avaliar necessidade de introdução de anti-fúngico endovenoso, caso o paciente ainda não 
estivesse sendo submetido a essa terapia, e os pacientes portadores de candidose 
pseudomembranosa e candidose eritematosa eram submetidos à terapia anti-fúngica local com 
nistatina solução oral (100.000 u.i), aplicada 3 vezes ao dia com auxílio de uma gaze após a 
higienização com soro por um profissional da enfermagem. E caso o paciente estivesse 
consciente, era prescrito ainda bochecho da mesma solução, por 1 minuto, 3 vezes ao dia. Para 
os pacientes com diagnóstico de quelite angular foi prescrito cetoconazol creme (20mg/g), 3 
vezes ao dia por 10 dias. 
 
4.6 Análise estatística 
 
Os dados coletados foram tabulados no programa Microsoft Excel® 2019 (Microsoft 
Corporation, USA) e, posteriormente exportados para o programa estatístico SPSS® (Statistical 
Package for Social Sciences; IBM, USA) versão 22.0, tendo sido submetidos a análise estatística 
descritiva. 
 
26 
 
5 RESULTADOS 
 
Um total de 92 pacientes foi atendido na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital 
Policlínica – Liga Norte Rio-grandense Contra o Câncer no período analisado. Foi observada 
uma maior frequência de indivíduos do sexo feminino (n = 9; 52,9%), com idade média de 69,6 
± 18,5 anos, em sua maioria provenientes do serviço público (n = 9; 52,9%) (Tabela 1). Destes, 
17 (18,4%) desenvolveram candidose oral (Tabela 2). 
 O perfil dos 17 casos dos pacientes que exibiam candidose oral encontra-se descrito na 
tabela 3. A forma pseudomembranosa esteve presente na maioria dos pacientes (n=13, 76,4%) 
seguida de queilite angular (n = 4, 23,5%). 
 
Tabela 1 - Características demográficas dos pacientes internados na UTI do Hospital 
Policlínica – Liga Norte Rio-grandense Contra o Câncer 
*Apenas 88 pacientes possuíam essa informação 
Fonte: Autoria própria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 n % 
Sexo 
Feminino 44 47,8% 
Masculino 48 52,2% 
Presença de candidose oral 
Sim 17 18,5% 
Não 75 81,5% 
Procedência do paciente* 
Rede Publica 44 47,3% 
Rede Privada 44 47,3% 
 Média Desvio padrão 
Idade (Anos) 63,8 18,1 
Tempo de internação (Dias) 4,5 3,2 
27 
 
Tabela 2 - Características demográficas dos pacientes que desenvolveram candidose oral 
internados na UTI do Hospital Policlínica – Liga Norte Rio-grandense Contra o Câncer. 
Fonte: Autoria própria 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3 - Descrição do perfil dos pacientes que exibiam candidose oral durante o período de 
internação na UTI: 
 
 n % 
Sexo 
Feminino 9 52,9 % 
Masculino 8 47,1 % 
Procedência do paciente 
Rede Pública 9 52,9% 
Rede Privada 8 47,1% 
 Média Desvio padrão 
Idade (Anos) 69,6 18,5 
Tempo de internação (Dias) 10,6 5,6 
28 
 
Caso Idade Sexo Alteração bucal 
associada 
Dia que 
desenvo
lveu 
candido
se 
Tipo de 
Candidose oral 
Doença base Comorbidade Presença 
de 
Anemia 
PCR Oxigen
ação 
Tempo de 
permanência 
total (Dias) 
01 
 
27 Fem Língua saburrosa 2 Candidose 
pseudomembranosa 
Neoplasia 
maligna 
hematológica 
Insuficiência 
hepática 
Sim 92 
mg/L 
TOT 12 
02 71 Fem Lingua saburrosa, 
ressecamento labial. 
2 Candidose 
pseudomembranosa 
Insuficiência 
renal crônica 
HAS Sim 134,3 
mg/L 
TOT 4 
03 86 Mas Sangramento 1 Candidose 
pseudomembranosa 
Broncopneumo
nia 
HAS sim 13 
mg/L 
TOT 9 
04 89 Fem Hipossalivação 2 Candidose 
pseudomembranosa 
Neoplasia 
maligna (tumor 
sólido) 
Sepse e IRPA Sim NI TOT 3 
05 69 Fem Lesão traumáticas, 
ressecamento labial. 
6 Candidose 
pseudomembranosa 
Neoplasia 
maligna (tumor 
sólido) 
DM Sim 102 
mg/L 
TOT 21 
06 84 Mas Não 3 Candidose 
pseudomembranosa 
Neoplasia 
maligna (tumor 
sólido) 
RNC+Convulsão Sim 153 
mg/L 
Natural 10 
07 61 Mas Não 2 Queilite angular Neoplasia 
maligna (tumor 
sólido) 
NI Sim NI Natural 4 
08 74 Fem Hipossalivação, 
Sangramento, 
Cálculo dentário 
3 Candidose 
pseudomembranosa 
ITU de 
repetição 
HAS Sim 182.4 
mg/L 
TOT 7 
09 
 
93 Fem NI 3 Candidose 
pseudomembranosa 
Pneumonia DM Sim 35 
mg/L 
TOT 9 
10 
 
75 Fem 
Ressecamento 
2 Candidose 
pseudomembranosa 
Neoplasia 
maligna (tumor 
sólido) 
IRPA Sim 92 
mg/L 
TOT 6 
11 
 
74 Mas Sangramento; Resto 
radicular 
2 Queilite angular sepse RNC + ITU + DM Sim NI TQT 9 
29 
 
Mas.: Masculino; Fem.: Feminino; NI: Não informado; TOT:tubo orotraqueal; TQT: Traqueostomia; ITU: Infecção do trato urinário; IRPA: Insuficiência Respiratória 
Aguda; HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica; DM: Diabetes Mellitus; RNC:Rebaixamento do nível de consciência; PCR: Proteína C Reativa 
Fonte: Autoria própria 
 
12 66 Fem Hipossalivação, 
língua saburrosa, 
cálculo dental 
3 Candidose 
pseudomembranosa 
Neoplasia 
maligna (tumor 
sólido) 
Sepse Sim NI TOT 8 
13 81 Mas Sangramento 
espontâneo, 
ressecamento 
labial 
5 Candidose 
pseudomembranosa 
NI Sepse Não NI TOT 11 
14 83 Mas Hipossalivação, 
Cálculo dental, 
ressecamento 
labial 
3 Queilite angular Neoplasia 
maligna 
(Tumor sólido) 
DM, Pneumonia e 
cardiopatia 
Não 13 
mg/L 
VMNI 13 
15 33 Fem Úlcera em borda 
lateral de língua e 
língua saburrosa 
4 Candidose 
pseudomembranosa 
Neoplasia 
maligna 
hematológica 
AVC hemorrágico, 
Neutropenia 
febril, Trombose 
Sim 10 
mg/L 
Natural 22 
16 39 Mas Língua saburrosa, 
hipossalivação, 
ressecamento, 
sangramento. 
2 Candidose 
pseudomembranosa 
Neoplasia 
maligna 
hematológica 
NI Sim 185 
mg/L 
TOT 20 
17 65 Mas Lesão traumática 
em língua, língua 
saburrosa, 
sangramento 
espontâeno 
4 Queilite angular Neoplasia 
maligna 
(Tumor sólido) 
NI Sim 113 
mg/L 
TOT 12 
30 
 O aspecto clínico de alguns pacientes diagnosticados com candidose oral pode ser 
evidenciado nas figuras 1, 2 e 3. 
 
Figura 1 - Candidose pseudomembranosa em dorso de língua 
 
Fonte: Arquivo da pesquisa 
 
Figura 2 - Paciente intubado com ulcerações por pressão e queilite angular 
 
Fonte: Arquivo da pesquisa 
31 
 
Figura 3 - Ressecamento labial e áreas de crostas em paciente do sexo masculino 
(Pac.11) que desenvolveu candidose pseudomembranosa em dorso de língua 
 
Fonte: Arquivo da pesquisa 
 
A maioria era portador de neoplasia maligna do tipo tumor sólido (n = 8, 47,0%). Com 
relação a comorbidades, destacaram-se a diabetes mellitus (23,45), hipertensão arterial 
sistêmica (17,6%) e a presença de quadro de sepse (17,6%). A anemia também foi um fator 
sistêmico presente em 15 pacientes (88,2%) do estudo. Para os tipos de oxigenação, pôde-se 
observar a predominância da ventilação mecânica com o tubo orotraqueal em 12 casos (70,5%), 
seguida de oxigenação natural (n=3 17,6%), ventilação mecânica não invasiva (n=1; 5,8%) e 
traqueostomia (5,8%). Além disso, o elevado valor do PCR foi evidenciado na maioria dos 
pacientes, com a média de 93,72 ± 57,7 (Tabela3). 
 A maioria dos pacientes apresentava alterações bucais concomitantemente à candidose 
oral, sendo as mais frequentes a língua saburrosa (n=6, 35,2%), presença de ressecamento da 
cavidade bucal (n=6, 35,2%), sangramento (n=5, 29,4%) e hipossalivação (29,4%) detalhado 
na tabela 4. 
 
 
 
 
 
32 
 
Tabela 4 - Frequência das alterações bucais associadas a candidose oral. 
 
Fonte: Autoria própria 
 
 A média de dias para desenvolvimento da infecção foi de 2.88 dias. A figura 4 
evidencia a evolução dos pacientes portadores de candidose oral com o tempo de internação. 
 
Figura 4 - Evoluçãodas lesões de candidose oral ao longo do período de internação. Série 1 
(azul): Referente aos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva que não 
apresentaram lesões orais de candidose. Série 2 (Vermelho): Pacientes internados em Unidade 
de Terapia Intensiva que apresentaram candidose oral
 
Fonte: Autoria própria 
 
 
Alteração Oral associada a 
presença de candidose oral 
Prevalência por 
indivíduo 
Prevalência entre as lesões 
n % % 
Língua saburrosa 6 35,2% 20,6% 
Ressecamento 6 35,2% 20,6% 
Sangramento 5 29,4% 17,2% 
Hipossalivação 5 29,4% 17,2% 
Úlceras 1 5,8% 3,4% 
Cálculo dentário 3 17,6% 10,3% 
Lesão traumática 2 11,7% 6,8% 
Resto Radicular 1 5,8% 3,4% 
33 
 
6 DISCUSSÃO 
 
 Pacientes internados em UTI apresentam um risco aumentado para desenvolver 
infecções associadas à assistência à saúde devido a sua condição clínica comprometida. A 
candidose oral é a infecção fúngica que mais acomete pacientes hospitalizados, os quais tem 
maiores chances de desenvolver desfechos desfavoráveis devido ao risco de infecções 
respiratórias (SILVA et al., 2017). Ademais, o envolvimento sistêmico (candidemia) pelas 
espécies de Candida está associado a altas taxas de morbidade e mortalidade em pacientes 
imunocomprometidos (BASSETI et al., 2019; HELSTEIN, MAREK, 2019). Esta pesquisa 
evidenciou importantes aspectos em pacientes internado em UTI que desenvolveram candidose 
e, dessa forma, contribuiu para reforçar o imprescindível papel do cirurgião-dentista no 
ambiente hospitalar em conjunto com uma equipe multidisciplinar a fim de consolidar a 
integralidade do cuidado por meio da atenção à cavidade bucal, por vezes negligenciadas, bem 
como para refletir na melhora da saúde geral e na qualidade de vida destes pacientes (BLUM et 
al., 2018). 
 A candidose oral representa a infecção fúngica oportunista mais comum em pacientes 
internados em UTI, pois a cavidade bucal tem se configurado como foco de disseminação de 
microrganismos patogênicos nesse ambiente (BAEDER et al., 2012) e, devido à condição 
clínica debilitada desses pacientes, eles exibem uma maior suscetibilidade a infecções 
oportunistas e são mais propícios a desenvolver alterações na microbiota bucal. Na presente 
pesquisa, 18,4% dos pacientes examinados desenvolveram essa infecção durante o tempo de 
internação na UTI. Watkins et al., (2017) em seu estudo, evidenciaram a mudança da microbiota 
bucal, bem como um aumento considerável de Candida albicans, após a admissão em UTI, o que 
reflete em uma susceptibilidade em desenvolver candidose oral. 
 Durante o estudo, pôde-se observar a candidose pseudomembranosa como a forma clínica 
mais prevalente desta infecção oportunista (76.4%) nos pacientes que desenvolveram e de fato tem 
sido relatado em algumas pesquisas que esta forma clínica é a mais comumente observada em 
pacientes imunocomprometidos (HELLSTEIN; MAREK, 2019). Silva et al. (2014) avaliaram a 
presença de candidose oral em 27 pacientes e concluíram que a pseudomembranosa ocorreu em 23 
pacientes, enquanto apenas 4 exibiam a queilite angular, o que também corrobora com os achados 
do nosso estudo. 
Fatores sistêmicos e locais podem desencadear a patogenicidade deste fungo. No 
presente estudo, pôde-se observar uma maior ocorrência de candidose oral em pacientes do sexo 
feminino (52,9%), e com a média de idade de 69,6 anos, em concordância com o estudo 
34 
 
retrospectivo de REINHARDT et al., (2018) que avaliou o perfil de pacientes que 
desenvolveram candidose oral, em um centro especializado em diagnóstico oral no Brasil, e 
observou a predominância do sexo feminino com idade entre 51 a 60 anos. 
 Nessa perspectiva, pacientes internados que desenvolvem candidose oral apresentam 
fatores locais e sistêmicos, que podem aumentar a vulnerabilidade para o desenvolvimento 
dessa infecção oportunista. As neoplasias malignas estavam presentes na maioria dos pacientes. 
É descrito na literatura que a candidose oral é comumente encontrada em pacientes que realizam 
tratamento para neoplasias malignas como radioterapia e quimioterapia, como foi observado no 
estudo de Kawashita et al., (2018) em que 75 (25%) dos 300 pacientes que estavam em 
tratamento com radioterapia de cabeça e pescoço desenvolveram a candidose oral. Morais et al. 
(2014) avaliaram as manifestações bucais prevalentes em crianças portadoras de LLA e a 
candidose oral apresentou-se entre as lesões bucais mais frequentes. Assim, alterações no 
sistema imune, diminuição do fluxo salivar, mucosite oral, tabagismo e biofilme bucal, 
presentes nessas situações, favorecem o desenvolvimento de infecções oportunistas (DIAZ et 
al., 2019; KAWASHITA et al., 2018; SUN et al., 2016). 
 Além disso, destaca-se o quadro de sepse, síndrome de resposta inflamatória sistêmica 
desencadeada por infecção bacteriana, viral, fúngica ou parasitária, presentes em pacientes 
internados em UTI, pois esses pacientes utilizam antibióticos de amplo espectro que diminuem 
a competitividade dos microrganismos, favorecendo o desenvolvimento de infecções 
oportunistas, inclusive pelas espécies de Candida (LYU et al., 2016; LEWIS; WILLIAMS; 
2017). Isso pode ser observado também com o elevado valor de PCR, nível sérico da proteína 
C-reativa (proteína plasmática reagente de fase aguda produzida pelo fígado) – em mg/ml, o 
qual indica processos inflamatórios e infecções que ocasionam fragilidade na resposta imune 
do paciente, favorecendo as infecções oportunistas. O que corrobora com os resultados do 
nosso estudo, em que foi observado que todos os pacientes apresentavam em média 93,72 do 
valor do PCR, além da presença de sepse (17,6%). Schulte et al. (2015) apontarem o uso de 
antibióticos de amplo espectro como fatores de risco associados à colonização de C. albicans 
e, somado ao quadro clínico debilitado do paciente, o crescimento excessivo desse fungo pode 
levar ao desenvolvimento de infecções oportunistas orais. 
 Também foi observado que 15 pacientes (88,2%) apresentavam anemia, distúrbio 
hematológico, que se configura no agravamento do quadro de saúde do paciente. Com isso, a 
anemia, a qual pode ter a deficiência de ferro como a causa mais comum pode acarretar 
manifestações na cavidade bucal, pois o ferro é essencial para o crescimento da célula e sua 
35 
 
deficiência pode gerar alterações na mucosa, como espessamento da mucosa, e diminuindo 
assim a capacidade de reparo da mesma (LU, 2016; LEWIS; WILLIAMS; 2017). 
 Rodrigues, Rodrigues e Henriques (2019) observaram a diabetes mellitus como 
elemento de susceptibilidade para o aumento da Candida albicans e a candidose oral como 
infecção fúngica mais frequente em pacientes diabéticos. O presente estudo 4 pacientes 
apresentaram diabetes mellitus (DM) (23,5%) e 3 (17,6%) hipertensão arterial sistêmica (HAS). 
Pacientes portadores de DM e HAS utilizam medicamentos sistêmicos como anti-hipertensivos 
e drogas diuréticas que podem reduzir o fluxo salivar e assim facilitar o acúmulo de biofilme. 
Isso, aliado com uma negligência da saúde bucal pode acarretar o estabelecimento de várias 
doenças, entre elas a candidose oral (MARTORANO-FERNANDES et al., 2020). 
Ergin et al., (2013) ao analisarem a prevalência da colonização por Candida albicans 
em pacientes internados em UTI, encontraram esse microrganismo em 42% dos pacientes 
internados em UTI e destes 21,4% desenvolveram a candidose oral. Além disso, esses autores 
identificaram que a presença de nutrição parenteral e o uso de antibióticos e corticoides estavam 
significativamente relacionados com essa infecção fúngica. Outro fator que pode facilitar o 
desenvolvimento dessa infecção fúngica é a utilização de suporte respiratório artificial. No 
nosso estudo, 70,5% dos pacientes utilizavam TOT, 5,8% com VMNI e 17,6% com oxigenação 
natural. Marekovi ́ et al. (2021) também evidenciaram fatores de risco para a candidose oral, 
observando que de 160 pacientesinternados em UTI com candidose oral, a ventilação mecânica 
esteve presente em 42,5% desses pacientes. 
Vale ressaltar que, infecções relacionadas à assistência à saúde são aquelas adquiridas 
48 horas após a admissão, aumentando a gravidade das taxas de morbidade e mortalidade no 
sistema de saúde pública (Agência Nacional de Vigilância Sanitária 2016) Nessa perspectiva, 
8 pacientes do nosso estudo apresentaram lesões de candidose oral em até 48 horas após a 
admissão (Figura 4), pois devido ao quadro clinico debilitado do paciente, bem como, aos 
fatores já mencionados, a cavidade bucal, por meio do desequilíbrio da microbiota oral, torna-
se porta de entrada para estas infecções oportunistas. A Pneumonia Associada a Ventilação 
mecânica é uma das infecções nosocomiais mais comuns e a principal causa de mortes entre 
pacientes gravemente enfermos (PRENDERGAST et al.,2009). Um fator que contribui para o 
desenvolvimento da PAV é a saúde bucal do paciente deficiente associada à ventilação 
mecânica devido a intubação. A intubação e a diminuição do nível de consciência podem levar 
a aspiração de microrganismos patogénicos, bem como a presença de úlceras por pressão. 
(SAENSON et al., 2016). No presente estudo foi observado a presença do tubo orotraqueal na 
maioria dos pacientes que desenvolveram candidose oral. 
36 
 
 De Lacerda et al. (2017) evidenciaram a correlação entre o biofilme dentário e a 
colonização da orofaringe em pacientes com ventilação mecânica. A interrupção desse 
processo, ao evitar a colonização de patógenos, auxilia na prevenção da PAV. Assim, os 
cuidados bucais não só melhoram a saúde bucal e o bem-estar do paciente, mas também 
favorecem a redução na taxa de incidência da PAV (HAGHIGHI et al., 2017; EL RALBANY 
et al., 2015). Diante disso, pode-se destacar a importância da atenção e do cuidado com saúde 
bucal desses pacientes que fazem uso de ventilação mecânica. 
 Além de lesões de candidose oral, os pacientes gravemente enfermos podem exibir 
alterações bucais como foram observadas, no presente estudo pela presença de língua saburrosa 
(35,2%), ressecamento da cavidade bucal (35,2%), sangramento (29,4%) e hipossalivação 
(29,4%). Siqueira et al. (2015), em sua revisão de literatura, ressaltaram fatores locais para o 
desenvolvimento da candidose oral e observaram que pacientes internados em UTI podiam 
apresentar facilidade na aderência fúngica devido à higienização deficiente e ao baixo fluxo 
salivar, que podem ser confirmados pela prevalência de língua saburrosa, ressecamento e 
hipossalivação nos pacientes deste estudo. Tais fatores associados com o estado 
imunocomprometido desses pacientes podem reduzir a defesa do hospedeiro e assim permitir 
que Candida albicans mude de um estado comensal para patogênico, principalmente pela 
formação do biofilme bucal (HELLSTEIN; MAREK, 2019). 
Vale destacar também que alguns medicamentos usados na UTI como antibióticos, 
corticoides e anti-hipertensivos afetam a qualidade e a quantidade de secreção de saliva, 
levando a diminuição do fluxo salivar e a alterações na microbiota oral, contribuindo para o 
surgimento de alterações bucais como infecções fúngicas e bacteriana (SILVA et al., 2014). 
Diaz et al. (2019) observaram a associação entre a candidose oral e a diminuição do fluxo 
salivar em pacientes em tratamento com quimioterapia, pois mudanças quantitativas e 
qualitativas na saliva podem impactar na microbiota residente, bem como provocar alterações 
epiteliais na mucosa oral e promover a proliferação de fungos. 
O manejo diante de portadores de candidose oral vai depender do estágio e da dimensão 
da infecção, mas a mesma é tratada a base de anti-fúngicos locais ou sistêmicos. O tratamento 
tópico como, por exemplo, a nistatina solução oral (100.000UI) é o tratamento de escolha mais 
utilizado. Por outro lado, a terapia antifúngica sistêmica por meio de fluconazol, cetaconazol 
ou anfotericina B é a terapia de escolha em caso de pacientes imunocomprometidos (LEWIS; 
WILLIAMS; 2017). Em pacientes internados é de suma importância que, diante do diagnóstico 
de candidose oral, a equipe médica seja informada para que quando necessária a terapia 
sistêmica a base de anti-fúngico endovenoso seja introduzida para evitar a disseminação da 
37 
 
infecção e a complicação do quadro clínico do paciente. Os pacientes foram tratados com a 
terapia anti-fúngica tradicional, a qual mostrou efetividade, visto que a partir do 3º dia de 
infecção houve tendência à regressão clínica da infecção. Em um paciente apenas a infecção 
persistiu por 22 dias, fato este que pode estar associado à condição sistêmica que a paciente 
exibia e à resistência que pode ter sido desenvolvida ao tratamento. Nesses casos, a resistência 
ao tratamento com anti-fúngicos pode ser relacionado ao uso constante desse medicamento e, 
como consequência, à seleção de microrganismos mais resistentes, bem como ao fato desses 
microrganismos adquirirem resistência ao longo do tratamento. Diante desse contexto, a 
resistência dos microrganismos pode trazer prejuízo a esses pacientes, pois a casos em que não 
ocorre a remissão, podendo levar ao aumento do tempo de internação e ao óbito 
(GHRENASSIA et al., 2019; MELO et al., 2019). Isso ocorre devido a algumas espécies de 
Candida estarem desenvolvendo resistência aos anti-fúngicos da família dos azóis, entre elas a 
C. alris, C. glabrata, C. tropicalis e a C. Krusei (MAREKOVI ́et al., 2021; SARDI et al., 2013; 
SCORZONI et al., 2013). 
 Melo et al. (2019), observaram que apesar da C. albicans ser a mais prevalente nesse 
tipo de infecção, espécies de Candida não albicans estão associadas a infecções da corrente 
sanguínea que causam a candidemia. Desse modo, a candidemia é uma infecção sanguínea 
causada pelas espécies de Candida, responsáveis por 80% das infecções fúngicas nosocomiais 
e associadas à alta taxa de mortalidade (CANELA et al., 2018). No Brasil, mais de 40% dos 
pacientes com candidemia estão em ambiente de UTI e, além disso, apresentam candidose oral 
recorrente com envolvimento de cepas resistentes. Sendo assim, somado a condição 
imunológica debilitada desses pacientes, essa infecção sistêmica torna-se um fator agravante 
para o quadro clínico deles, podendo ocasionar aumento do tempo de internação e altas taxas 
de morbimortalidade (SIQUEIRAet al., 2015) 
Vale ressaltar também que, durante a internação, pode haver uma negligência em relação 
à atenção à saúde bucal dos pacientes internados o que favorece o acúmulo do biofilme bucal. 
Na literatura é possível observar o aumento do biofilme bucal no ambiente de UTI. Em seu 
estudo, Túlio et al. (2018) investigaram o aumento do biofilme e sua associação com o tempo 
de internação e o aumento do número de microrganismos potencialmente patogênicos ao trato 
respiratório, refletindo no risco e na recuperação da saúde dos pacientes. Esses acúmulos do 
biofilme podem causar infecções e, no ambiente bucal, a Candida pode estar presente em 
conjunto com outros patógenos existentes como Streptococos encontrados nos biofilmes. Com 
isso, cuidado efetivos com a saúde bucal dos pacientes podem minimizar a possibilidade de 
38 
 
surgimentos de infecções oportunistas (EL-RABBANY et al., 2015; DE LACERDA et al., 
2017). 
Este estudo trouxe importantes aspectos em relação ao desenvolvimento da candidose 
oral em pacientes internados em UTI, mas apresentou algumas limitações como pequeno 
número da amostra de pacientes que desenvolveram a infecção e o curto período de tempo de 
realização da pesquisa, o que inviabilizou a realização de testes de associação para identificação 
de fatores de risco para o desenvolvimento da candidose oral. 
Por outro lado, demonstrou a importância do conhecimento do desenvolvimento da 
candidose oral e o aumento da susceptibilidade à essa doença com a presença de alterações 
sistêmicas e locais. Além disso, reforçouo cuidado integralizado desses pacientes pela atenção 
à saúde bucal de forma efetiva por meio do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar a fim de 
prevenir possíveis complicações no quadro clínico dos mesmos. 
Nessa perspectiva, é salutar destacar a presença indispensável do cirurgião-dentista em 
conjunto com a equipe multidisciplinar para promover atenção à cavidade bucal desses 
pacientes (BLUM et al, 2018). É valido destacar que a UTI do Hospital Policlínica consta com 
a presença de CD na sua equipe e isso contribui para minimizar os riscos de desenvolvimento 
de complicações do quadro sistêmico. Tal fato reflete na situação encontrada no presente estudo 
em que a maioria dos pacientes não apresentaram lesões de candidose oral. Portanto, embasados 
no estudo de Siqueira et al. (2015), ressaltamos a importância do CD na UTI, pois através do 
diagnóstico e do tratamento precoce dos casos de candidose oral, há redução do risco de 
disseminação para uma infeção sistêmica, que poderia interferir no tempo de internação, nos 
custos hospitalares e na evolução do paciente.
39 
 
7 CONCLUSÕES 
 
Os resultados destes estudos nos permitem concluir que a candidose oral, mesmo sendo 
a infecção fúngica mais frequente nesses pacientes na literatura, no presente estudo não foi 
detectada ocorrência elevada dessa infecção oportunista nos pacientes internados na UTI, no 
período da pesquisa, o que pode estar associado à presença do cirurgião-dentista compondo a 
equipe multidisciplinar na referida UTI. Tal fato, reforça a importância desse profissional em 
atuar na prevenção, diagnóstico e tratamento de possíveis alterações bucais nesses pacientes 
auxiliando na redução de complicações sistêmicas, diminuição do tempo de internação e custos 
hospitalares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO A

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