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JOÃO VICTOR NASCIMENTO DA SILVA MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS HIDRÁULICOS PREDIAIS BASEADO NA NBR 5626:2020 NATAL-RN 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL João Victor Nascimento da Silva Manual para elaboração de projetos hidráulicos prediais baseado na NBR 5626:2020 Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Dr. Manoel Lucas Dantas Filho Natal-RN 2022 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Silva, Joao Victor Nascimento da. Manual para elaboração de projetos hidráulicos prediais baseado na NBR 5626:2020 / Joao Victor Nascimento da Silva. - 2022. 138f.: il. Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal, RN, 2022. Orientador: Prof. Dr. Manoel Lucas Dantas Filho. 1. Instalação - Monografia. 2. Manual - Monografia. 3. Hidráulica - Monografia. I. Dantas Filho, Manoel Lucas. II. Título. RN/UF/BCZM CDU 626.8 Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinoco - CRB-15/262 João Victor nascimento da silva Manual para elaboração de projetos hidráulicos prediais baseado na NBR 5626:2020 Trabalho de conclusão de curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Aprovado em 13 de julho de 2022: ___________________________________________________ Prof. Dr. Manoel Lucas Dantas Filho – Orientador UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ___________________________________________________ Profa. Dra. Micheline Damião Dias Moreira – Examinador interno UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ___________________________________________________ Eng. Antônio Teobaldo Bastos Júnior – Examinador externo Natal-RN 2022 DEDICATÓRIA "Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos – Salmos 91:11-13” Aos meus pais, Enilson e Luciana AGRADECIMENTOS Deixo registrado nominalmente meu agradecimento aos que participaram e contribuíram para essa jornada de curso que culminou nesse trabalho de conclusão. Primeiramente, agradeço a Deus que me deu os meios necessários para realização de todas as fases dessa jornada e me presenteou com minha família, que esteve sempre ao meu apoio. Agradeço aos meus pais Enilson e Luciana, cujo sonho era ter um filho formado e trabalharam uma vida inteira com objetivo de me proporcionar os meios para conseguir isso. Agradeço ainda ao meu orientador Manoel Lucas por trilhar essa caminhada comigo e aos vários outros parceiros de curso que me deram apoio. Kelvin Johnson, por ter ajudado a conseguir a arquitetura usada nesse trabalho e Verne Monteiro por disponibiliza-la. Aos meus caros amigos, Carlos Linhares e Raul Rebouças, agradeço por em mais da metade do meu curso me ensinarem o oficio dos projetos complementares com tanta bondade e paciência. RESUMO Manual para elaboração de projetos hidráulicos prediais baseado na NBR 5626:2020 O presente estudo objetiva a construção de um manual prático para elaboração de projetos hidráulicos prediais baseado nos requisitos explicitados pela NBR 5626:2020 que trata sobre a execução, projeto, operação e manutenção de sistemas prediais de água fria e quente. Para isso, se foi feita uma análise dos principais requisitos normativos seguindo um roteiro de elaboração de projetos pré-estabelecido, essa análise inicial propiciou a construção de uma rotina de projetos alinhada com os preceitos de norma, se fazendo possível, a elaboração de um projeto prático cujo concebimento é utilizado de exemplo para o manual proposto. Diante do exposto o manual se mostrou um material didático que consegue alinhar a pratica de projeto com os elementos essenciais da norma mais atualizada, sendo assim, um instrumento capaz de auxiliar os projetistas em seu cotidiano. Palavras-chave: Instalação. Manual. Hidráulica. Água fria. ABSTRACT Manual for the preparation of building hydraulic projects based on NBR 5626:2020 The present study aims at the construction of a practical manual for the elaboration of building hydraulic projects based on the requirements explained by NBR 5626:2020 which deals with the execution, design, operation, and maintenance of cold and hot water building systems. For this, if an analysis of the main normative requirements was made following a reestablished project elaboration script, this initial analysis allowed the construction of a project routine aligned with the precepts of the norm, if making possible, the elaboration of a project practical whose design is used as an example for the proposed manual. Because of the above, the manual proved to be a didactic material that manages to align the design practice with the essential elements of the most up-to-date standard, thus, an instrument capable of helping designers in their daily lives. Keywords: Installation. Manual. Hydraulics. Cold water LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA PÁGINA 1 Passos de elaboração de um projeto hidráulico 16 2 Ramal e alimentador predial 18 3 Diagrama de moody 21 4 Comprimento equivalente para tubo liso 21 5 Fluxograma da metodologia 23 6 Fluxograma da rotina de elaboração de projetos 24 7 Arquitetura utilizada na aplicação pratica 25 8 Separação atmosférica padronizada 31 9 Detalhamento de reservatório superior 40 10 Traçado de tubulação de água fria 41 11 Traçado da distribuição de água quente 42 12 Detalhe do boiler 43 13 Detalhe do banheiro 02 43 14 Detalhe do banheiro 03 44 15 Detalhe da cozinha 44 16 Detalhe do banheiro 04 45 17 Detalhe do banheiro 01 45 18 Detalhe do lavabo 46 19 Detalhe da área de serviço 46 LISTA DE TABELAS TABELA PÁGINA 1 Método dos pesos relativos para água fria 47 2 Método dos pesos relativos para água quente 48 3 Cálculo das velocidades para água fria 49 4 Cálculo das velocidades para água quente. 49 5 Cálculo da perda de carga no ponto mais desfavorável para água fria 50 6 Cálculo da perda de carga no ponto mais desfavorável para água quente 50 SUMÁRIO CAPÍTULO PÁGINA 1 INTRODUÇÃO 13 1.1 Consideração iniciais 13 1.2 Justificativa 14 1.3 Objetivos 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15 2.1 Instalações prediais de água fria e quente 15 2.2 Água potável 15 2.3 Estrutura de elaboração de um projeto hidráulico 16 2.4 Tipos de abastecimentos prediais 16 2.5 Ramal predial e alimentador predial 17 2.6 Pressões 17 2.7 Sistema de aquecimento 22 2.8 Sistema de distribuição de água quente 22 3 METODOLOGIA – MATERIAIS E MÉTODOS 23 3.1 Roteiro para elaboração de projetos hidráulicos 23 3.2 Projeto hidráulico pratico 24 3.3 Estrutura utilizada no manual 254 RESULTADOS E DISCUSSÃO 26 4.1 Revisão e síntese dos requisitos normativos 26 4.1.1 Etapas preliminares 27 4.1.2 Alimentador predial e hidrômetro 28 4.1.3 Reservatórios 29 4.1.4 Sistema de recalque e pressurização 31 4.1.5 Traçado de tubulação de água fria 32 4.1.6 Água quente 34 4.1.7 Detalhes isométricos 35 4.1.8 Dimensionamento 35 4.1.9 Manual de operação, uso e manutenção 37 4.2 Elaboração do projeto hidráulico 39 4.2.1 Etapas preliminares 39 4.2.2 Alimentador predial e hidrômetro 39 4.2.3 Sistema de recalque 40 4.2.4 Reservatório 40 4.2.5 Traçado de tubulação de água fria 41 4.2.6 Água quente 41 4.2.7 Detalhes isométricos 43 4.2.8 Dimensionamento 47 4.2.9 Sistema de pressurização 49 4.2.10 Manual de operação, uso e manutenção 50 4.2.11 Apresentação do projeto 51 4.3 Elaboração do manual 51 5 CONCLUSÃO 52 REFERÊNCIAS 53 APÊNDICE A – MANUAL DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS HIDRÁULICOS PREDIAIS 54 13 1 - INTRODUÇÃO 1.1 – Considerações iniciais Uma das etapas primordiais de uma obra de construção civil são os projetos, é nesse momento que os principais problemas que possam atingir a edificação são avaliados e reduzidos. Segundo Carvalho (2018) 75% das patologias apresentadas em edificações são decorrentes de problemas relacionados com as instalações hidráulicas e sanitárias, originando- se muitas vezes ainda na etapa de projeto. Sendo assim o uso das prescrições normativas para execução e elaboração de projetos, são extremamente necessários para que alcançamos altos níveis de eficiência das edificações. Tendo em vista a importância das normas na engenharia é necessário que as mesmas sempre passem por processos de revisão, levando em conta que durante o passar dos anos temos o surgimento de novos métodos, materiais e técnicas construtivas. No Brasil a comissão de estudo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a responsável pela elaboração e aprovação e revisão das Normas Brasileiras (NBR). O processo envolve a discussão de vários profissionais e ao fim da revisão o texto é apresentado para consulta pública podendo ainda ter possibilidade de emenda e alteração, isso permite a participação de toda a sociedade inclusive os cidadãos não técnicos. Com esse objetivo a NBR 5626:98 que trata dos Sistemas Prediais de Água Fria (SPAF) juntamente com a NBR 7198:93 que debruça sobre o Sistemas Prediais de Água Quente (SPAQ) sofreram um processo de revisão que cominou na fusão das duas normas e surgimento da NBR 5626:2020 que especifica os requisitos mínimos para elaboração de projetos, execução, operação e manutenção de Sistemas prediais de Água Fria e Quente (SPAFAQ). A norma atualizada além de extremamente aguardada pelos projetistas traz algumas mudanças importantes para a rotina dos projetos complementares, e ao analisá-la se faz possível inferir o seu alinhamento aos novos materiais existentes no mercado além da preocupação com a vida útil do projeto hidráulico. 14 1.2 – Justificativa Ao examinarmos a estrutura do novo texto da norma é possível concluir que a mesma perdeu a característica de “manual” que a NBR 5626:98 possuía, estabelecendo pré-requisitos para os projetos, porém deixando ao projetista a escolha das metodologias a serem utilizadas. A perca do Anexo “A” da antiga norma, exemplifica essa característica, cujo conteúdo orientava o passo a passo para o dimensionamento de tubulações em projetos de SPAF. Essa configuração da NBR 5626: 2020 pode levar muitos projetistas, principalmente os iniciantes, a confundirem qual método utilizar, culminando na elaboração de projetos sem a fundamentação em norma. Dessa forma, se faz necessário um trabalho que consiga compilar as informações contidas na NBR em uma rotina de elaboração de projetos apresentada como um conteúdo pratico visando ajudar os projetistas a elaborarem projetos que sigam todas as premissas postuladas nesta norma. 1.3 - Objetivos 1.3.1 Objetivo geral: O Presente estudo objetiva criar um manual prático para elaboração de projetos de SPAFQ – Sistemas prediais de água fria e quente baseado na NBR 5626:2020. Com um conteúdo voltado a estudantes e projetistas da área de instalações, aliando em seu escopo a teoria necessária e requisitada pela norma a um exemplo de projeto elaborado para uma residência unifamiliar e apresentado de maneira didática. 1.3.1 Objetivo específicos: Como objetivo especifico temos: ▪ Sintetização dos principais requisitos da nova norma; ▪ Construção de um roteiro de elaboração de projetos hidráulicos baseado nas premissas da nova norma; ▪ Exemplificar de forma pratica o roteiro atualizado de elaboração de projetos; ▪ Montagem de um manual prático com o roteiro de elaboração de projetos hidráulicos prediais. 15 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este tópico vem trazer algumas definições que foram fruto das pesquisas bibliográficas realizadas na produção desse estudo e foram de suma importância para o desenrolar desse trabalho, que tem como resultado final um manual de elaboração de projetos hidráulicos baseado na NBR 5626:2020. 2.1 Instalações Prediais de água fria e quente Segundo Carvalho Junior (2017) uma instalação predial de água fria pode ser definida como o conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos que são capazes de abastecer os aparelhos e pontos de água de uma edificação. De maneira complementar, as instalações de água quente possuem tubulações de água fria para o atendimento da água quente, além de aquecedores que podem ser de acumulação ou de passagem, também possuem tubulações de água quente culminando nos pontos de utilização. A NBR 5626:2020, por sua vez, especifica os requisitos para projetos, execução e manutenção de instalações prediais de água quente e fria, aplicando – se somente aos sistemas prediais que possibilitam o uso de água potável. Fazendo-se importante a definição de água potável. 2.2 Água potável Segundo a NBR ABNT 5626 (2020) água potável é a que atende ao padrão de potabilidade determinado pela legislação vigente, por sua vez, a legislação que trata deste padrão é a Portaria nº 2914 de 12/12/2011 do Ministério da Saúde que se dedica a definir os procedimentos de controle da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Estabelecendo uma série de requisitos físicos, químicos e biológicos para o enquadramento de água potável. 16 2.3 Estrutura de elaboração de um projeto hidráulico Assim como todo projeto, no projeto hidráulico, partindo dos conceitos e requisitos mínimos estabelecidos, podemos definir um conjunto de etapas para elaboração do mesmo, alguns manuais e livros e até a NBR trazem esses conjuntos de passos que podem ser seguidos pelos projetistas. No nosso estudo será seguido, como estrutura inicial, a rotina de projeto proposta por Almeida (2021). Figura 1 – Passos de elaboração de um projeto hidráulico. Fonte: Almeida (2021) 2.4 Tipos de abastecimento prediais Tomando por base que o sistema predial interno é alimentado por uma rede de abastecimento que é de responsabilidade da concessionária local, temos algumas formas de atender o sistema interno: 17 ➢ Sistema direto de distribuição Pode ser definido quando: A alimentação da rede predial de distribuição é feita diretamente da rede pública de abastecimento. Nesse caso, não existe reservatório domiciliar, e a distribuição é feita de forma ascendente, ou seja, as peças de utilização de água são abastecidas diretamente da rede pública. (Carvalho, 2017, p.34) É um sistema que possui pouca aplicabilidade na realidade Brasileira pois exigeum abastecimento continuo sem interrupções e uma pressão suficiente para o atendimento de forma satisfatória dos equipamentos hidráulicos da edificação. ➢ Sistema Indireto de distribuição Pode ser definido quando: Adotam-se reservatórios para minimizar os problemas referentes à intermitência ou a irregularidades no abastecimento de água e a variações de pressões da rede pública. (Carvalho, 2017, p.34) Esse sistema pode ser encontrado com bombeamento, quando a rede não tem pressão suficiente para a atingir o reservatório superior e sem bombeamento quando a rede tem pressão suficiente. ➢ Sistema Misto É o sistema mais usual nos projetos hidráulicos brasileiros e segundo Macintyre (2010) se trata de uma combinação dos sistemas citados anteriormente, com uma parte da edificação atendida diretamente pela rede de abastecimento pública e outra atendida pela rede de abastecimento interna da edificação. 18 2.5 Ramal predial e alimentador predial Segundo a ABNT NBR 5626 (2020) o ramal predial pode ser definido como sendo a tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento e a extremidade que antecede o alimentador predial ou a rede interna de abastecimento. Dessa forma, é o primeiro trecho de tubulação do sistema predial de abastecimento, sendo este de responsabilidade da concessionária local. Também seguindo a definição da norma o alimentador predial pode ser definido como a tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório ou a rede de distribuição interna, sendo dessa maneira o primeiro trecho do sistema de abastecimento predial interno e de responsabilidade do consumidor. Para complementar esse conceito é mostrado na figura a seguir um esquema dos trechos definidos anteriormente. Figura 2 – Ramal e alimentador predial. Fonte: Macintyre (2010) 2.6 Pressões Para o dimensionamento de sistemas de distribuição de água fria e quente além de outros parâmetros a pressão se faz necessária de ser avaliada, dessa forma existe algumas formas de avaliar a pressão dentro de projetos hidráulicos: 19 ▪ Pressão estática e dinâmica: Conforme a norma, pode ser definida como carga de pressão ou carga piezométrica em determinada seção da tubulação sob carga, entretanto sem escoamento. De forma, pratica nos projetos de instalações prediais a pressão estática é obtida a partir do desnível geométrico entre o ponto avaliado e a tomada d’agua do reservatório. A NBR 5626:2020 trata também a pressão na unidade de medida (Mca) diferentemente da norma anterior que avaliava a pressão somente em (Kpa), uma mudança que entra de acordo com a definição exposta anteriormente pois permite aferimos a pressão somente medindo a distância entre os pontos descritos. Por sua vez, a pressão dinâmica tem a mesma definição da pressão estática, porém avaliada com escoamento. ▪ Pressão disponível: De maneira complementar a pressão disponível, é definida como a pressão dinâmica atuante em determinada seção de tubulação, depois de descontados ou adicionados a perda de carga e o desnível geométrico de um valor conhecido de pressão dinâmica atuante em uma outra seção desta tubulação, respectivamente, a jusante e a montante. Sendo assim é necessário que conceituamos perda de carga e os métodos para calcula-la. ▪ Perda de carga Segundo Macintyre (2010) a perda de carga ou de energia é um resultado do atrito interno do liquido oferecida pelas paredes, em virtude de sua rugosidade, e das alterações nas trajetórias impostas pelas peças utilizadas nas tubulações. Logo, a perda de carga é resultado de duas parcelas: a perda de carga distribuída, ao longo do tubo, e a perda de carga localizada, referente as peças especiais, conexões e válvulas. A equação universal e as equações empíricas são métodos de cálculo para a perda de carga distribuída, tendo em vista que a NBR 5626:2020 indica o uso da equação universal, será a adotada nos cálculos pertinentes no presente estudo, podendo ser abordada da seguinte forma: 𝑱 = 𝒇 ∙ 𝒍 𝒅 ∙ 𝒗𝟐 𝟐 ∙ 𝒈 20 Onde: 𝑱= Perda de carga em (m) 𝒍= Comprimento da tubulação em (m) 𝒗 = Velocidade em (m/s) 𝒅 = Diâmetro da tubulação em (m) 𝒈 = Aceleração da gravidade (m/𝑠2) Já o valor de “f”, o coeficiente de atrito, pode ser obtido através do diagrama de moody ou ainda através de valores tabelados como o disponibilizado por Macintyre (2010). Para a obtenção do coeficiente através do diagrama é necessário, incialmente obter o número de Reynolds Re, o qual é dado por: 𝑹𝒆 = 𝒗 ∙ 𝒅 𝝊 Onde: 𝒗= Velocidade em (m/s) 𝒅= Diâmetro da tubulação em (m) 𝝊 = Viscosidade cinemática Além do parâmetro Re, é preciso ainda ser obtida a relação entre 𝜀 𝑑 , sendo 𝜀 a rugosidade absoluta das paredes e “d” o diâmetro interno da tubulação. A estes valores devemos nos atentar ao tipo material utilizado obtendo tais dados nos catálogos de fabricantes. Com os parâmetros anteriores especificados, se faz possível a obtenção do fator de atrito no diagrama apresentado abaixo. Porém Macintyre (2010) indica o uso dos valores tabelados em instalações hidráulicas prediais, tendo em vista que a flutuação dos valores de fator de atrito para esses casos é muito baixa e representa um pequeno impacto no dimensionamento, algo que não se alinha em projetos hidráulicos voltados para industrias. 21 Figura 3 – Diagrama de Moody. Fonte: Macintyre (2010) Em relação a perda de carga localizada, o método mais usual é o método dos comprimentos equivalentes ou virtuais, que se baseia na seguinte ideia: As peças especiais ou conexões tem uma perda de carga igual ao que seria produzida em um certo comprimento de tubulação com mesmo diâmetro. Dessa forma com os comprimentos equivalentes somados aos comprimentos reais podemos ter o comprimento total do trecho analisado e partindo da equação apresentada anteriormente se faz possível a obtenção da perda de carga total. Umas das tabelas possíveis de serem utilizadas para obtenção da equivalência, é veiculada na NBR 5626:98 explicitada abaixo: Figura 4 – Comprimento equivalente para tubo liso. Fonte: NBR 5626 (1998) 22 2.7 Sistemas de aquecimento O sistema de distribuição de água quente tem início no sistema de geração de água quente que pode ou não ter armazenamento. Segundo Macintyre (2010) o aquecimento de uma unidade de consumo predial pode ser realizado pelos seguintes sistemas: ➢ Individual: Quando o sistema é usado para alimentar somente um único aparelho, geralmente fica localizado no banheiro para o chuveiro ou na cozinha para uma pia especifica; ➢ Central privado: Quando o sistema alimenta mais de um aparelho de uma única unidade consumidora, os aquecedores de passagem podem ser um exemplo desse sistema; ➢ Central coletiva: Quando o sistema alimenta vários aparelhos de várias unidades consumidoras, os sistemas com reservatórios do tipo boiler são exemplos dessa tipologia. 2.8 Sistema de distribuição de água quente Após o aquecimento da água fria pelo método escolhido a água quente é distribuída para os pontos de utilização através de tubulações especificas, mais resistentes a elevadas temperaturas, os materiais das mesmas são diversos e a cada dia surgem inovações nesse tópico, alguns desses são: CPVC, PPR, PEX, cobre. Segundo Carvalho (2017) o dimensionamento desse sistema, levando em conta a velocidade, pressão e vazão pode ser feito utilizando a mesma metodologia da água fria. Entretanto é necessário se atentar que o superdimensionamento das tubulações de água quente não traz somente danos econômicos a execução do projeto, como nas tubulações de água fria, mas também afeta o desempenho do sistema tendo em vistaque os dutos começam a funcionar como “reservatórios” ocasionando a demora da chegada do fluido nos pontos de utilização e como consequência a perda de temperatura ao longo do sistema. 23 3 – METODOLOGIA - MATERIAIS E MÉTODOS O presente trabalho é caracterizado como uma pesquisa exploratória, tendo por início a revisão integra da NBR 5626:2020 seguida de uma síntese das instruções normativas acompanhado o roteiro para elaboração de um projeto hidráulico, obtendo assim, uma rotina de elaboração de projetos atualizada em consonância com a nova norma. Com isso, se tornou exequível o desenvolvimento do projeto que será usado como aplicação pratica no manual, culminando na montagem final do manual com todas as figuras e materiais necessários para a compreensão dos leitores. Figura 5 – Fluxograma da metodologia. Fonte: Autor (2022) 3.1. Roteiro para elaboração de projetos hidráulicos O roteiro de elaboração de projetos utilizado nesse estudo tem uma estrutura baseada no proposto por Almeida (2021), com alterações propostas seguindo os pré-requisitos da nova norma e a experiencia em elaboração de projetos do autor do presente estudo. Segue abaixo as etapas usadas ao decorrer do estudo para o desenrolar do projeto de instalações prediais de água fria e quente: 24 Figura 6 – Fluxograma da rotina de elaboração de projetos. Fonte: Autor (2022) 3.2 Projeto hidráulico pratico A arquitetura utilizada no projeto de água fria e quente foi cedida pelo professor Verne Monteiro do departamento de arquitetura. Consiste numa residência unifamiliar com 265,97m² de área construída e será considerada como residência de alto padrão para fins de dimensionamento. Possui 3 suítes, com ocupação de 2 pessoas/suíte, além dos 3 banheiros das suítes no pavimento superior residência ainda conta com mais um banheiro e um lavabo no térreo, uma cozinha e uma área de lazer com piscina e jacuzzi. Será estipulado que habitação se localiza em Natal/RN sendo atendida pela rede de concessionária local (CAERN). O projeto hidráulico foi integralmente realizado no Autocad com detalhamento feito pelo Mep hidráulica, uma extensão do Autocad para instalações hidrossanitárias. Na figura abaixo é possível ter uma percepção da arquitetura utilizada no projeto. 25 Figura 7 – Arquitetura utilizada na aplicação pratica. Fonte: Autor (2022) 3.3 Estrutura utilizada no manual O manual é dividido em 3 Capítulos, iniciando com um capitulo introdutório composto por uma definição do intuito do trabalho e seu público alvo, além de estabelecer alguns conceitos hidráulicos preliminares necessários de serem compreendidos antes do início da rotina de projeto. Além disso ainda nessa etapa são apresentados o projeto arquitetônico e as considerações feitas para os cálculos pertinentes ao projeto. O segundo capitulo tratará do roteiro de elaboração do projeto hidráulico, mostrando de maneira teórica as várias etapas que serão necessárias para o desenvolvimento projetual, e por fim será feita aplicação prática com o projeto arquitetônico proposto. 26 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO Este tópico traz os resultados obtidos em cada etapa metodológica, iniciando pela revisão e síntese feita da norma na qual foi analisado e discutido os itens de norma seguindo a rotina de elaboração de projetos, já apresentada. Logo após, é mostrado a elaboração da parte pratica do manual: um projeto hidráulico de uma residência unifamiliar. Por fim é apresentado a montagem final do manual com a estrutura que foi proposta. 4.1 Revisão e síntese dos requisitos normativos Antes mesmos de revisarmos os itens de norma a partir da rotina de projeto, é necessário analisarmos os elementos que a norma dita como necessários estarem apresentados na documentação dos projetos. Seriam esses: ▪ Premissas de cálculo; ▪ Critério(s)/método(s) de dimensionamento; ▪ Memorial descritivo; ▪ Volumes de armazenamento; ▪ Pressões de trabalho; ▪ Simultaneidade de uso e vazões de projeto dos pontos de utilização; ▪ Fonte de abastecimento de água; ▪ Previsão de dispositivos de segurança; ▪ Desenhos, detalhes e diagrama vertical; ▪ Especificação para operação e controle de componentes elétricos; 27 ▪ Especificação e características técnicas de componentes e aparelhos sanitários; ▪ Vida útil do projeto e manutenções necessárias para atingi-la (escopo e periodicidade). 4.1.1 Etapas preliminares A etapa preliminar é dividida em 4 passos iniciando com a análise e limpeza da arquitetura. Essa etapa não é citada pela norma, porém é impossível começar um projeto de instalações sem uma análise e preparação da arquitetura requisitada. O segundo passo é a interação com a concessionária nessa etapa a norma cita o seguinte trecho: Deve ser feita uma consulta prévia juntamente a concessionária e a responsável pelos recursos hídricos da região (NBR 5626, 2020, p.12, item 6.3) Sendo assim necessário um primeiro contato com a concessionária responsável pelo abastecimento de água onde será executado o projeto, com o objetivo de obter informações como a pressão de rede de abastecimento e classificação do tipo de hidrômetro. Na terceira etapa se foi observado o item 6.4 da norma que cita algumas informações que são cruciais antes do início do projeto, são elas: ▪ Características do consumo predial (volumes, vazões máximas e médias, perfil de consumo estimado); ▪ Características da oferta de água (disponibilidade de vazão, faixa de variação das pressões, constância do abastecimento, características da água, entre outras); ▪ Valores estimados do indicador de consumo em função da tipologia do edifício; ▪ Necessidades mínimas de reservação; 28 ▪ No caso de captação local de água, as características da água, o nível do lençol subterrâneo e a avaliação do risco de contaminação, além da vazão de água potável disponível; No manual proposto essa etapa será comprida a partir de um preenchimento de checklist tendo em vista evitar o projetista de esquecer alguma informação preliminar antes do início do projeto. Por fim tendo em vista o item 6.5.2 da norma, devemos classificar o tipo de abastecimento com base nas informações obtidas pelas etapas anteriores sendo ele do tipo direto ou indireto. 4.1.2 Alimentador predial e hidrômetro ➢ Alimentador predial Na definição de dimensionamento de alimentador predial no item 6.5.3 a norma estipula que no dimensionamento deste, devemos levar em conta o valor mínimo e máximo da pressão de abastecimento e o mesmo deve possuir capacidade de vazão suficiente para abastecer o reservatório de consumo conforme o item 6.7.2, que trata sobre a vazão de abastecimento de reservatórios de água potável, estipulando que esta vazão tem que repor o volume destinado ao consumo diário em até 6 horas e em até 3 horas se tratando de residências unifamiliares. Além disso a norma ainda pede para no dimensionamento se atentar a geração de ruídos elevados. Concluísse então que para o cálculo do alimentador predial podemos obter o diâmetro do mesmo a partir do cálculo de vazão considerando a razão entre o consumo diário e o limite de horas estipulado pelo item 6.7.2 da norma. O diâmetro pode ser obtido posteriormente a partir da equação da continuidade considerando o valor da velocidade em no máximo 1,0 m/s, recomendação da literatura tendo em vista a formação de ruídos elevados No cálculo do consumo diário necessário a etapa anterior a norma cita a seguinte prescrição: 29 Na elaboração dos projetos dos SPAFAQ, as peculiaridades de cada instalação, as condições climáticas, as características de utilização do sistema, a tipologia do edifício e apopulação atendida são parâmetros a serem considerados no estabelecimento do consumo. (NBR 5626, 2020, p.14, item 6.5.4) Além disso em forma de nota a norma demonstra que manuais e referencias técnicas podem ser usados para obtermos esse dado de projeto, sendo assim no manual do presente estudo será optado por usar as tabelas do Carvalho (2017) que se encaixam na tipologia de referência técnica. ➢ Hidrômetro A norma não estipula como deve ser feita a escolha do hidrômetro ficando a cargo da concessionária estipular os procedimentos para a definição do mesmo. 4.1.3 Reservatórios ➢ Volume A primeira característica a ser definida no reservatório é o seu volume. Sobre a definição do volume a ser reservado a norma cita o seguinte: O volume total de água reservado deve atender no mínimo 24 h de consumo normal no edifício e deve considerar eventual volume adicional de água para combate a incêndio quando este estiver armazenado conjuntamente. (NBR 5626, 2020, p.14, item 6.5.6.2) Como nota ainda é prescrito que o volume máximo deve ser determinado a um valor que assegure a potabilidade da água, e não sendo possível determinar esse valor recomenda-se usar 3 vezes o consumo diário. Conclui-se que podemos reservar a no mínimo 1 dia do consumo diário e no máximo 3 dias. Sendo necessário a utilização de reservatório inferior em conjunto com o superior, é descrito no item 6.5.6.4 que a divisão de volume deve conseguir atender as necessidades da edificação, tanto em períodos normais, quanto em situações de interrupção do 30 abastecimento ou manutenção. A norma não estipula nenhum valor para essa divisão, portanto no manual será usado as indicações dos livros de instalações. ➢ Locação e de terminação do tipo do reservatório Não existe orientações normativas para o local de posição do reservatório nem para a escolha do tipo de reservatório a ser utilizado. Porém na pratica de projetos é observado que essa etapa é crucial para o desenrolar do roteiro. ➢ Detalhamento do reservatório Em relação ao detalhamento dos reservatórios existe alguns pré-requisitos no qual devemos nos guiar ao projetar os reservatórios das edificações. ▪ No item 6.5.7.2 é orientado que reservatórios pré-fabricados sejam apoiados sobre bases planas e que os locais que abrigam os mesmos sejam previstos meios de escoar a água que por ventura possa incidir sobre o local; ▪ No item 6.5.6.5 a norma estipula que deve haver divisão de compartimentação nos reservatórios elevados, ficando isenta desse requisito somente as edificações unifamiliares isoladas; ▪ Nos itens 6.5.8.1 e 6.5.8.2 é citado a necessidade de componente destinado ao controle automático de admissão da água e à manutenção do nível desejado, além disso é fundamental ser previsto um registro de fechamento no alimentador predial e outro na tubulação de recalque, se houver, a montante e próximo do reservatório, visando facilitar a operação e manutenção. ▪ Nos itens 6.5.9.1, 6.5.9.3 e 6.5.9.5 é citado a obrigatoriedade de previsão dos dispositivos de limpeza, extravasão e aviso de extravasão no reservatório. ▪ Nos itens 6.9.5.4 e 6.9.5.6 a norma trata da necessidade de o dispositivo de extravasão ter diâmetro suficiente para escoar a água do reservatório em regime de escoamento livre, a norma não estipula nenhuma regra para escolha desse 31 diâmetro. Também é citado a necessidade de uma tela ou malha de proteção no terminal final do dispositivo de extravasão, com o objetivo de limitar a ingressão de vetores de doenças no reservatório. ➢ Separação atmosférica padronizada Como passo final para o dimensionamento e detalhamento dos reservatórios, a norma demonstra a preocupação com o refluxo de água não potável, sendo um possível contaminador da água utilizada no sistema de distribuição. Para isso é necessário o comprimento dos valores mínimos estabelecidos na Tabela – 1 da norma, conforme a figura abaixo, esses distanciamentos devem ser seguidos e detalhados no projeto do reservatório. Figura 8 – Separação atmosférica padronizada. Fonte: NBR 5626(2020) 4.1.4 Sistema de recalque e pressurização Apesar dos presentes tópicos serem separados na rotina de projeto apresentada, o sistema de recalque e pressurização foram analisados conjuntamente tendo por base a estruturação da norma que uni os mesmos em uma análise única. Dessa forma os equipamentos necessários a esses sistemas são determinados, quando necessário, através de catálogos dos fabricantes, os cálculos são feitos diante dos parâmetros exigidos para determinação do sistema 32 motor-bomba nesses documentos. A norma não trata de como deve ser feito este dimensionamento, deixando somente recomendações projetuais sobre tais sistemas, apresentadas no item 6.5.11, as com valores mais práticos para o escopo de projeto abordado no presente estudo são sintetizadas abaixo: ▪ Os sistemas de bombeamento, pressurizadores e recalque, devem ser locados onde houver um maior aproveitamento da pressão disponível; ▪ Nos sistemas de recalque e pressurização, devem possuir no mínimo duas bombas com funcionamento independente entre si; ▪ As bombas devem ser selecionadas de modo a não possibilitar cavitação; ▪ No sistema de recalque, a extremidade da tomada de água de tubulação de sucção deve ser posicionada elevada em relação ao fundo do reservatório; ▪ A pressurização no sistema de distribuição deve ser montada prevendo um by- pass com válvula de retenção e sem válvula de bloqueio; ▪ O sistema de pressurização deve contar com dispositivos capazes de admitir ar na tubulação quando de seu esvaziamento, de expulsar o ar nas operações de enchimento. 4.1.5 Traçado de tubulações de água fria O traçado de um projeto hidráulico tem início pelo plano geral em planta baixa, passando para o traçado dos detalhes com isométricos e concluindo, quando necessário, em esquemas verticais. A noma estipula alguns requisitos, inicialmente podemos nos nortear pelo seguinte trecho: 33 As tubulações não podem ser projetadas para ficar alojadas em locais que possam comprometer a qualidade da água potável. EXEMPLOS Caixas de inspeção, caixas de passagem, poços de visita, tanques sépticos, sumidouros, valas de infiltração, filtros anaeróbios, leitos de secagem de lodo, aterros sanitários, depósitos de lixo, tubulações de esgoto sanitário, de água não potável ou de água pluvial. (NBR 5626, 2020, p.29, item 6.15.1.2) Se faz necessário se atentar na realização desvios dos elementos citados anteriormente ou buscar rotas que não atravessem os mesmos. Outro ponto é a necessidade de o sistema de distribuição de água ser concebido de maneira que o permita ser setorizado, com objetivo de facilitar a manutenção do sistema hidráulico, essa setorização pode ser realizada mediante o uso de registros, a norma então estipula os trechos cuja setorização é obrigatória, são esses: ▪ A montante do hidrômetro; ▪ No barrilete, posicionado no trecho que alimenta o próprio barrilete; no caso de abastecimento indireto, posicionado em cada trecho que liga o barrilete ao reservatório; ▪ Na coluna de distribuição, posicionado a montante do primeiro ramal; ▪ No ramal, posicionado a montante do primeiro sub-ramal em ao menos um dos ambientes sanitários da unidade autônoma; ▪ Nos sistemas de distribuição de forma a setorizar os diferentes pavimentos, unidades autônomas ou economias e atividades-fim; ▪ Em ambientes sanitários destinados a uso público, ao menos um ponto de utilização de cada tipo de aparelho sanitário. Além disso, na elaboração dos sistemas de distribuição, conforme os itens 6.15.2.4 e 6.12.2.5 é necessário que adotamos soluções que permitam admitir ar por ocasião do seu 34 esvaziamentoe de expulsar durante o enchimento, um dessas soluções pode ser o uso de válvulas do tipo ventosas nas colunas de distribuição. 4.1.6 Água quente ➢ Determinação e dimensionamento do sistema de aquecimento Como o discutido no tópico de fundamentação teórica, existe alguns tipos de sistemas de aquecimento e distribuição de água quente. No item 6.13 é demonstrado a necessidade de ser apresentado em projeto alguns parâmetros da escolha do sistema de geração de água quente, e quando necessário, acumulação. Algumas dessas especificações são: volume, as temperaturas máxima e mínima de operação, a fonte de calor e respectiva potência, além desses no dimensionamento deve ser levado em conta: a frequência de utilização, a perda de carga em função da vazão, o coeficiente global de transferência de calor, a vazão mínima de funcionamento e a pressão dinâmica mínima de operação. Entretanto, a norma não dita como deve ser feito o dimensionamento do sistema de aquecimento, sendo necessário seguirmos os catálogos de fabricantes para isto. ➢ Traçado da tubulação de água quente Definido a forma de aquecimento do sistema devemos seguir traçando as tubulações de distribuição do sistema de água quente, dessa forma devemos seguir a seguinte premissa: O sistema de distribuição de água quente deve ser concebido e dimensionado de modo a minimizar o tempo de chegada de água do ponto de disponibilidade até́ o ponto de utilização mais distante. (NBR 5626, 2020, p.20, item 6.5.12.10) Portanto além de seguir o enunciado discutido no traçado de tubulação de água fria, devemos conceber o sistema de distribuição de água quente de maneira a termos a menor distância possível aos pontos de utilização. Ademais, é necessário atentarmos as limitações de temperatura explicitadas na norma, que faz observações sobre a possibilidade de a temperatura nos pontos de utilização de água quente ultrapassarem os 45ºC, há também observações sobre 35 a utilização do sistema em temperaturas acima de 70ºC e 90ºC. Portanto, de maneira prática é recomendado o uso do sistema de aquecimento configurado a uma limitação de 45º C. 4.1.7 Detalhes isométricos Concebido e traçado os sistemas de distribuição de água fria e quente é possível traçarmos os detalhes isométricos de cada ambiente sanitário da edificação, nessa etapa é abastecido cada ponto de utilização, sobre esta é explicitado o seguinte apontamento: Recomenda-se que as posições e alturas relativas ao nível do piso acabado dos pontos de utilização dos SPAFAQ atendam às ABNT NBR 16728-2, ABNT NBR 16731-2 e ABNT NBR 16727-2, por normas de aplicação de produtos e por normas de procedimentos de instalação de aparelhos sanitários específicos; na ausência destas, devem ser seguidas as recomendações dos fabricantes. (NBR 5626, 2020, p.20, item 6.5.12.10) Dessa maneira, devemos nos atentar a atender as alturas dos pontos de utilização seguindo as normas devidas ou recomendações do fabricante. Ademais no item 6.5.12.8 é demonstrado a necessidade de os sistemas serem protegidos do ingresso indevido de água no outro, se faz necessário assim de dispor válvulas de retenção incorporadas nos aparelhos ou nos pontos de utilização. 4.1.8 Dimensionamento O dimensionamento do sistema hidráulico compreende a determinação dos diâmetros necessários em cada trecho do sistema de distribuição, já traçado, tendo em vista satisfazer uma serie de parâmetros como: pressão, vazão e velocidade, necessários para o bom funcionamento dos equipamentos hidráulicos. Dessa forma a NBR 5626 faz a seguinte prescrição: O dimensionamento das tubulações do sistema de distribuição deve ser efetuado para promover o abastecimento de água com vazões e pressões conforme parâmetros de projeto. O método adotado para a determinação das vazões de projeto deve ser convenientemente justificado nos elementos descritivos integrantes do projeto. (NBR 5626, 2020, p.28, item 6.14.1) 36 Podemos concluir que a norma não estabelece um método para determinação das vazões nos trechos e posteriormente os diâmetros, o projetista tem liberdade de escolha do método, desde que atenta os requisitos de vazão e pressão e velocidades estabelecidos. Dessa forma existe critérios que devem ser atendidos nos projetos nesses 3 parâmetros e serão discutidos a seguir: ➢ Vazão No item 6.7.1 é estabelecidos alguns requisitos para as vazões nos pontos de utilização, diferentemente da norma antecessora na NBR 5626:2020 não existe valores mínimos de vazão nos pontos de utilização, porém o projetista deve explicitar as vazões consideradas para os aparelhos sanitários, assim como as vazões máximas consideradas deixando evidente para o usuário que a utilização de equipamentos com consumos superiores ao previstos podem afetar o desempenho do sistema de distribuição. ➢ Velocidades No item 6.8 é demonstrado a necessidade de limitar a velocidade de escoamento nas tubulações, essa limitação deve ser feita considerando a geração e propagação de ruídos, ademais é necessário que a velocidade limitada consiga evitar a geração de golpes de aríete em intensidades prejudicais ao sistema. Apesar dessas recomendações serem consideradas no dimensionamento, na norma não existe o valor de velocidade limite, em forma de nota se é informado que a limitação de 3m/s, recomendada pela norma anterior, não evita golpes de aríete mas limita a magnitude dos picos. Em Macintyre (2010) existe uma recomendação para essa velocidade ser limitada a 2,5m/s, valor que satisfaz a condição que foi recomendado pela norma em forma de nota e será usado como referência no manual proposto. ➢ Pressões No item 6.9 a norma explícita alguns limites que devem ser seguidos no dimensionamento deste parâmetro, são estes: ▪ A pressão dinâmica mínima nos pontos de utilização é a necessária para assegurar a vazão de projeto; 37 ▪ Em qualquer caso a pressão dinâmica mínima nos pontos de utilização não pode ser menor que 1 mca; ▪ Em qualquer ponto da rede de distribuição a pressão deve ser maior que 0,5 mca, exceto os trechos de saída do reservatório; ▪ A pressão dinâmica mínima em cada ponto é dada pelo correspondente desnível geométrico ao nível d’água de cota mais baixa no reservatório, descontada a perda de carga até o ponto considerado; ▪ Para o cálculo da perda de carga a norma recomenda o uso da equação universal de perda de carga; ▪ A pressão estática nos pontos de utilização não pode ser maior que 40mca; ▪ As sobrepressões devido a transientes hidráulicos não devem superar 20mca. Analisando o exposto, pela norma de 2020, sobre dimensionamento podemos concluir que a abordagem feita permite ao projetista se adequar aos novos materiais e equipamentos hidráulicos do mercado, sem limitação de vazão e de diâmetros de sub-ramais, necessitando somente satisfazer os requisitos mínimos apresentados anteriormente. O PEX por exemplo é um material com uma rugosidade muito abaixo da encontrada no PVC convencional, com o uso da perda de carga pela forma universal, e os dados cedidos pelos fabricantes é possível obtermos uma situação mais próxima de realidade. 4.1.9 Manual de uso operação e manutenção Um tópico novo que a norma 5626:2020 traz no seu escopo é a preocupação com a vida útil do sistema hidráulico. O item 4.1 da norma demonstra que um dos elementos da documentação necessária aos projetos de SPAFAQ é a vida útil do projeto e manutenção necessária para atingi-la (escopo e periodicidade). Além disso, no item 4.2 é explicitado a necessidade de o projeto trazer subsídios para elaboração no manual de operação, uso e manutenção e para elaboração do programa de manutenção preventiva, dessa forma se faz necessário que o projeto traga consigo as seguintes informações: 38 ▪ Modelo e características dos equipamentoscontidos no SPAFAQ; ▪ Descrição do funcionamento do SPAFAQ e seus componentes; ▪ Diagrama geral, mostrando componentes do SPAFAQ e suas inter-relações; ▪ Procedimentos para partida, desligamento, situações de emergência e segurança; ▪ Como deve ser realizada a limpeza dos reservatórios; ▪ Como deve ser realizada a drenagem e reabastecimento dos reservatórios; ▪ Verificação periódica dos sistemas hidráulicos e dos sistemas elétricos a eles relacionados; ▪ Verificação periódica dos sistemas de aquecimento e componentes de controle associados A norma ainda indica no item 8 em tabela qual a periocidade máxima das atividades ligadas a manutenção preventiva do SPAFAQ. Entretanto não existe uma discrição de como deve ser apresentada essas informações solicitadas pela norma e necessárias ao manual de uso, operação e manutenção da edificação. Dessa forma o presente estudo expõe uma sugestão de organização dessas informações aparentando-se como um manual de uso e operação e manutenção das instalações hidráulicas, uma parcela do que irá se elaborado juntando todos os projetos complementares que irão compor a edificação. 39 4.2 Elaboração do projeto hidráulico Assim como apresentado na metodologia, o projeto foi realizado conforme a rotina demonstrada, os cálculos foram realizados com ajuda de planilhas do Excel e os desenhos e detalhamentos realizados através do Autocad juntamente com a extensão mep hidráulica, todo o projeto foi feito baseado nas premissas analisadas na etapa anterior e os dados necessários de equipamentos e tubulações foram retirados dos catálogos mais recentes dos fabricantes mais usuais. 4.2.1 Etapas preliminares Como o proposto na síntese normativa, essa etapa foi realizada a partir de um check list com os itens que a norma destaca como necessários antes do começo do projeto hidráulico, a partir dessa analise previa foi possível definir o sistema de abastecimento como misto, sendo o reservatório superior alimentado de maneira direta sem bombeamento, tendo em vista que a pressão fornecida pela concessionária consegue superar o desnível necessário ao reservatório superior 4.2.2 Alimentador predial e hidrômetro De forma inicial foi calculado o consumo diário para a edificação, utilizando a indicação de Carvalho (2017) para residência de padrão de luxo 250 L/hab. Dia, estimando 6 pessoas para residência foi calculado a necessidade de 1500 litros diários. Tomando por base a análise feita no tópico de revisão, o alimentador predial foi calculado considerando uma vazão de alimentação do reservatório num período de 3 horas, assim temos: ➔ Qmin = 1500/10800 = 0,14 l/s ➔ 0,504 m³/h :. Com isso, utilizando a equação da continuidade foi obtido a necessidade de um diâmetro de no mínimo 13,30mm, porém foi considerado a contribuição da alimentação direta das torneiras de jardim, piscina e jacuzzi, necessitando de um diâmetro de 25 mm para toda a rede externa de alimentação direta, que vai até o reservatório. 40 No cálculo do hidrômetro foi considerado a tabela da CAERN, necessitando do valor mensal de vazão e vazão máxima da edificação, calculado da seguinte maneira: ➔ Qmax = 1,5x1,2x0,504 = 0,9072 m³/h ➔ Qmensal = 1500 x 30 = 45000 l = 45 m³ :. Dessa maneira o hidrômetro necessário seria o de 1,5 m³/h, porém como a rede de alimentação direta é de 25mm foi adotado o hidrômetro de 3,0 m³/h 4.2.3 Sistema de recalque Como o sistema adotado foi sem bombeamento não foi necessário, reservatório inferior nem sistema de motor-bomba para recalque no presente projeto 4.2.4 Reservatório Seguindo a premissa normativa de reservação de no máximo 3 dias e no mínimo um dia, foi reservado para 2 dias e meio, dessa forma foram adotados dois reservatórios de 2.000 Litros cada, o detalhamento dos reservatórios foi feito seguinte todos os preceitos discutidos na revisão, por sua vez a separação atmosférica necessária foi obtida utilizando a tabela da norma, chegando aos seguintes parâmetros: L = 3 d = 3x 25 = 75mm; S = 70mm. A seguir é demostrado o detalhamento feito com todos os registros necessários a alimentação do reservatório, tendo em vista a correta setorização para manutenção: Figura 9 – Detalhamento de reservatório superior. Fonte: Autor (2022) 41 4.2.5 Traçado de tubulação de água fria O traçado da tubulação de água fria foi pensado a partir do conceito de setorização estipulado pela norma, assim foi traçado a rede de atendimento direto no térreo, a ligação com o reservatório superior, e a partir do mesmo duas colunas que visam atender cada pavimento. O traçado de cada pavimento interno, buscou o menor caminho até os pontos de atendimento. Abaixo é ilustrado o traçado proposto na rede interna do pavimento superior e térreo: Figura 10 – Traçado de tubulação de água fria. Fonte: Autor (2022) 4.2.6 Água quente O sistema de distribuição de água quente teve início na escolha do sistema de aquecimento que será feito através de uma central privada com um aquecedor de acumulação, 42 boiler elétrico, foi estimado um volume de 300l para o reservatório, a partir do mesmo são destinadas duas colunas que irão atender o pavimento superior e o térreo. No caso particular desse projeto foi atendido somente os chuveiros com água quente. O traçado a partir disso se deu de maneira a diminuir ao máximo o comprimento das tubulações de distribuição de água quente com objetivo de não haver grandes perca de temperatura no percurso. A entrada e saída no boiler e o traçado de água quente são demonstrados nas figuras a seguir: Figura 11 – Traçado da distribuição de água quente. Fonte: Autor (2022) 43 Figura 12 – Detalhe do boiler. Fonte: Autor (2022) 4.2.7 Detalhes isométricos O traçado dos detalhes foi feito partindo dos pontos de descida do sistema de distribuição de água fria e quente, até os pontos de utilização, as alturas consideradas foram baseadas nos manuais e instruções dos principais fabricantes de peças sanitárias, a seguir são mostrados todos os detalhamentos realizados: Figura 13 – Detalhe do banheiro 02. Fonte: Autor (2022) 44 Figura 14 – Detalhe do banheiro 03. Fonte: Autor (2022) Figura 15 – Detalhe da cozinha. Fonte: Autor (2022) 45 Figura 16 – Detalhe do banheiro 04. Fonte: Autor (2022) Figura 17 – Detalhe do banheiro 01. Fonte: Autor (2022) 46 Figura 18 – Detalhe do lavabo. Fonte: Autor (2022) Figura 19 – Detalhe da área de serviço. Fonte: Autor (2022) 47 4.2.8 Dimensionamento O dimensionamento das tubulações foi feito em 3 etapas. Incialmente foi dimensionado as tubulações com o uso do método dos pesos relativos, fazendo uso das vazões de cada aparelho sanitário, em seguida foi conferida a pressão nos pontos de utilização, com objetivo de verificar a capacidade de satisfazer a pressão mínima dos equipamentos. Por fim houve a verificação das velocidades nos trechos. ➢ Vazão Tendo em vista que a norma de 2020 deixa em aberto qual método utilizar para considerar a simultaneidade de vazões, foi utilizado o método proposto na NBR 5626:98, considerando as vazões da tabela do anexo A da NBR 5626:98, os trechos foram divididos iniciando pelo reservatório e finalizando nos detalhes hidráulicos, que foram descritos no passo anterior assim obtemos os seguintes resultados: Tabela 01 – Método dos pesos relativos paraágua fria METODO DOS PESOS RELATIVOS - ÁGUA FRIA TRECHO SOMATORIA DE PESOS VAZÃO (l/s) DIÂMETRO (mm) 1-2 10,7 0,98 32 2-3 4,5 0,64 32 2-4 6,2 0,75 32 3-A 1,7 0,39 25 3-6 2,8 0,50 25 6-C 1,4 0,35 25 6-B 1,4 0,35 25 4-E 1,4 0,35 25 4-D 2,1 0,43 25 E-F 2,7 0,49 25 F-G 1,7 0,39 25 Fonte: Autor 48 Tabela 02 – Método dos pesos relativos para água quente METODO DOS PESOS RELATIVOS - ÁGUA QUENTE TRECHO SOMATORIA DE PESOS VAZÃO (l/s) DIÂMETRO (mm) 1-2 1,6 0,38 22 2-3 0,4 0,20 22 2-4 1,2 0,20 22 4-C 0,4 0,20 22 4-5 0,8 0,20 22 5-B 0,4 0,20 22 5-A 0,4 0,20 22 Fonte: Autor ➢ Pressões A pressão dinâmica mínima no equipamento mais desfavorável foi estabelecida a partir do fabricante escolhido e definida como 2,0 mca. Dessa forma antes mesmo de proceder no cálculo da pressão dinâmica no ponto de utilização foi feita uma análise previa na qual foi visto que a altura do reservatório não era suficiente para atender a pressão disponível necessária. Com isso como solução foi proposto a colocação de pressurizadores nos dois sistemas, o dimensionamento do sistema de pressurização é feito no passo seguinte. ➢ Velocidades As velocidades nos trechos foram avaliadas partindo da vazão obtida pelo método dos pesos relativos, conjuntamente com o diâmetro calculado. Sendo possível determinar esse parâmetro com a equação da continuidade, isolando a velocidade. Como foi discutido na etapa de revisão a norma não estipula um limite para a velocidade mais deixa clara a necessidade de limita-la tendo em vista a formação de golpes de aríete e ruídos excessivos nas tubulações. Assim foi adotado a limitação proposta por Macintyre (2010) de 2,5 m/s. Como vai ser visto com os resultados obtidos para esse estudo, em residências unifamiliares essa limitação não traz grandes mudanças no dimensionamento, porém em instalações prediais, é bem possível que esse limite seja ultrapassado em alguns pontos, a solução possível nesse caso é o aumento do diâmetro das tubulações nos trechos. A seguir é exposto os resultados do cálculo de velocidade obtido para o presente projeto: 49 Tabela 03 – Cálculo das velocidades para água fria. Fonte: Autor Tabela 04 – Cálculo das velocidades para água quente. VELOCIDADE NAS TUBULAÇÕES DE ÁGUA QUENTE TRECHO DIÂMETRO INTERNO (mm) VAZÃO (l/s) VELOCIDADE(m/s) 1-2 18 0,38 1,49 2-3 18 0,20 0,79 2-4 18 0,20 0,79 4-C 18 0,20 0,79 4-5 18 0,20 0,79 5-B 18 0,20 0,79 5-A 18 0,20 0,79 Fonte: Autor 4.2.9 Sistema de pressurização Tendo em vista a necessidade de obtenção da pressão necessária nos pontos de utilização foram previstos 4 pressurizadores compostos por motobomba mais fluxostatos, dois desses serão usados para pressurização dos sistemas de água fria e quente e os outros dois são reservas. No catalogo do fabricante escolhido a curva para escolha da bomba necessitou da pressão necessária no ponto e da vazão máxima daquele sistema, a pressão dinâmica foi calculada utilizando a equação universal para perda de carga distribuída, com a pressão dinâmica no ponto e a pressão que o chuveiro necessitava para o funcionamento foi possível obter a pressão de pressurização da bomba. A seguir é explicitado a planilha usada no cálculo: VELOCIDADE NAS TUBULAÇÕES DE ÁGUA FRIA TRECHO DIÂMETRO INTERNO (mm) VAZÃO(l/s) VELOCIDADE(m/s) 1-2 27,8 0,98 1,62 2-3 27,8 0,64 1,05 2-4 27,8 0,75 1,23 3-A 21,6 0,39 1,07 3-6 21,6 0,50 1,37 6-C 21,6 0,35 0,97 6-B 21,6 0,35 0,97 4-E 21,6 0,35 0,97 4-D 21,6 0,43 1,19 4-F 21,6 0,49 1,35 4-G 21,6 0,39 1,07 50 Tabela 5 – Cálculo da perda de carga no ponto mais desfavorável para água fria DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE PRESSUIZAÇÃO - ÁGUA FRIA Trecho Diâmetro (mm) Vazão estimada (l/s) Velocidade (m/s) f Perda de carga unitária Comprim. (m) Perda de carga (mca) Real Equiv. Tub. Cone. Total 1-2 40 0,98 1,01 0,02 0,03 4,33 30,40 0,13 0,90 1,02 2-3 32 0,64 1,05 0,02 0,04 3,23 3,90 0,13 0,16 0,29 3-6 25 0,50 1,37 0,02 0,09 1,55 0,80 0,14 0,07 0,21 6-C 25 0,35 0,97 0,02 0,04 7,21 4,30 0,32 0,19 0,51 C- CH 25 0,2 0,55 0,02 0,01 1,45 1,40 0,02 0,02 0,04 TOTAL 2,07 Fonte: Autor Tabela 6 – Cálculo da perda de carga no ponto mais desfavorável para água quente DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE PRESSURIZAÇÃO - ÁGUA QUENTE Trecho Diâmetro (mm) Vazão estimada (l/s) Velocidade (m/s) f Perda de carga unitária Comprim. (m) Perda de carga (mca) Real Equiv. Tub. Cone. Total 1-2 40 0,38 1,49 0,02 0,08 1,73 13,20 0,14 1,05 1,19 2-4 32 0,20 0,79 0,02 0,03 0,47 3,60 0,01 0,10 0,11 4-CH 25 0,20 0,79 0,02 0,04 6,47 4,30 0,23 0,15 0,38 TOTAL 1,68 Fonte: Autor Com o valor da perda de carga calculada foi possível obter o valor da pressão necessária para os pressurizadores, para os sistemas de água fria a pressão foi igual a 2,1mca e para água quente a pressão necessária foi de 1,74mca. Com esses valores e o valor da vazão máxima desses sistemas que foi obtida na etapa de vazão, trechos 1-2 para água quente e fria, foi possível escolher o motor-bomba que foi especificado no projeto. 4.2.10 Manual de uso, operação e manutenção Esse item da rotina de projeto foi incorporado no memorial descritivo que irá ser explicitado no tópico seguinte, é uma proposta para apresentação desse elemento tendo em vista que o manual de uso, operação e manutenção é um documento que envolve todos os projetos da edificação. No proposto, foi exposto as especificações técnicas dos equipamentos dimensionados, um resumo da setorização de manutenção que pode ser realizada com os registros demonstrados ao longo do projeto, além de tabelas de verificação periódica contendo 51 as atividades de manutenção a serem realizadas e o intervalo de tempo máximo para realizá- las, por fim foi apresentado o passo a passo para limpeza correta do reservatório, drenagem e reabastecimento do mesmo. 4.2.11 Apresentação do projeto A organização de apresentação proposta inicia com a apresentação geral do projeto através do memorial descritivo e de cálculo na qual é discorrido todos os elementos recomendados pela norma. O texto é composto por definições do abastecimento, caracterização dos reservatórios, tubulações e equipamentos considerados, premissas de cálculo utilizadas além das operações de manutenção necessárias. É neste documento que são anexados os desenhos do projeto que são compostos por: ▪ Anexo 01 – Plano Geral – Térreo, superior e cobertura (Prancha 01/04) ▪ Anexo 02 – Detalhamento do reservatório e barrilete (Prancha 02/04) ▪ Anexo 03 – Detalhes de água fria e quente do pavimento superior (Prancha 03/04) ▪ Anexo 04 - Detalhes de água fria e quente do pavimento térreo (Prancha 04/04) 4.3 – Elaboração do manual O manual foi montado integralmente no world sendo utilizada a concepção estrutural apresentada na metodologia. Todo designer e linguagem utilizada no manual teve como objetivo facilitar a compreensão da maneira mais pratica, levando em conta a experiência real, além da rotina de elaboração do projeto ser exposta no manual, o projeto final com memorial descritivo e anexos são também exibidos no final do mesmo. O referido manual encontra-se no apêndice - A do presente estudo. 52 5 – CONCLUSÃO De acordo com o exposto, o presente trabalho durante o seu desenvolvimento demonstrou todas particularidades da norma exibindo como o texto da nova norma entra em consonância com a pratica de projeto mais atual, permitindo ao projetista aproximar sua rotina de elaboração aos catálogos dos fabricantes de equipamentos hidráulicos, algo que torna a execução mais próxima do projetado, além disso foi demonstrado a preocupação com a vidaútil do projeto e as operações de manutenção necessárias para atingi-la. O resultado desse procedimento, o manual, se mostrou uma ferramenta capaz de orientar a elaboração de projetos acadêmicos e reais. É depositado aqui a indicação de trabalhos futuros com a mesma linha de estudo, no qual seriam possíveis a produção de novos manuais da mesma tipologia com outros exemplos de projetos hidráulicos e abordando o restante dos projetos complementares, necessários a uma edificação, sendo comum aos outros volumes do manual, a abordagem de produção de um conteúdo diádico alinhado a pratica de projeto aos requisitos normativos. 53 REFERÊNCIAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Técnica 5626, de Setembro de 1998. NBR 5626 - Instalação Predial de Água Fria, [S. l.], 30 out. 1998. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Técnica 5626, de Junho de 2020. NBR 5626 - Sistemas prediais de água fria e água quente: Projeto, execução, operação e manutenção, [S. l.], 29 jun. 2020. ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Técnica 7198, de Setembro de 1993. NBR 7198 - Projeto e execução de instalações prediais de água quente, [S. l.], 1 nov. 1993. ALMEIDA, Ana Victoria Carlos et al. Manual de Instalações Prediais. [S. l.: s. n.], 2021. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/34016. Acesso em: 17 jan. 2022 CARVALHO JÚNIOR, Roberto. Instalações Hidráulicas: e o Projeto de Arquitetura. 11. ed. rev. [S. l.]: Blucher, 2017. 373 p. ISBN 978-8521211594. MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas: Prediais e Industriais. 4. ed. [S. l.]: LTC, 2010. 596 p. ISBN 978- 8521616573. CARVALHO JÚNIOR, Roberto de. Patologias em sistemas prediais hidráulico-sanitários. 3ª Ed. São Paulo: Blucher, 2018. MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas: Prediais e Industriais. 4. ed. [S. l.]: LTC, 2010. 596 p. ISBN 978-8521616573. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011. [S. l.], 12 dez. 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html. Acesso em: 16 dez. 2021 54 APÊNDICE A – MANUAL DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS HIDRÁULICOS PREDIAIS MANUAL DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS HIDRÁULICOS PREDIAIS 1º EDIÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL REITOR: JOSÉ DANIEL DINIZ VICE-REITOR: HENIO FERREIRA DE MIRANDA AUTOR: JOÃO VICTOR NASCIMENTO DA SILVA ORIENTAÇÃO: MANOEL LUCAS DANTAS FILHO PROJETO ARQUITETÔNICO: VERNER MAX LIGER DE MELLO MONTEIRO CONSULTORIA TÉCNICA: MICHELINE DAMIAO DIAS MOREIRA CONSULTORIA TÉCNICA: CARLOS LINHARES REBOUÇAS CONSULTORIA TÉCNICA: RAUL ATAIDE REBOUÇAS SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO AO MANUAL 2 2 – ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS HIDRAULICOS 3 2.1 INTRODUÇÃO AO ROTEIRO 3 2.2 ETAPAS PRELIMINARES 4 2.3 DETERMINAÇÃO DO ALIMENTADOR PREDIAL E HIDRÔMETRO 5 2.4 RESERVATÓRIO 6 2.5 SISTEMA DE RECALQUE 9 2.6 TRAÇADO DE TUBULAÇÃO DE ÁGUA FRIA 12 2.7 ÁGUA QUENTE 14 2.8 DETALHES ISOMETRICOS 15 2.9 DIMENSIONAMENTO 17 2.10 SISTEMA DE PRESSURIZAÇÃO 24 2.11 MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO 25 2.12 APRESENTAÇÃO DO PROJETO 28 SUMÁRIO 3 – PROJETO DA RESIDÊNCIA ALPHA 31 3.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO 31 3.2 ETAPAS PRELIMINARES 32 3.3 DETERMINAÇÃO DO ALIMENTADOR PREDIAL E HIDRÔMETRO 34 3.4 RESERVATÓRIO 37 3.5 TRAÇADO DE TUBULAÇÃO DE ÁGUA FRIA 40 3.6 ÁGUA QUENTE 41 3.7 DETALHES ISOMETRICOS 43 3.8 DIMENSIONAMENTO 44 3.9 SISTEMA DE PRESSURIZAÇÃO 50 3.10 MEMORIAL DISCRITIVO 54 4 – APRESENTAÇÃO DO PROJETO 57 2 1. INTRODUÇÃO AO MANUAL _______________________________________________________ Antes mesmo de começar qualquer discussão sobre a elaboração de projetos hidráulicos é importante que definamos o intuito desse manual e o seu público alvo. O manual de projetos hidráulicos prediais é direcionado para estudantes de engenharia e engenheiros, e assim como na NBR 5626:2020, o seu roteiro irá abranger projetos residenciais ou não que sejam abastecidos por água potável. O presente material visa não só produzir um produto didático, como também orientar a elaboração e execução de projetos alinhados com a norma cuja revisão foi concluída em 2020, e resultou em um documento mais nivelada com as práticas de engenharia atuais, entretanto, omite a especificação de alguns métodos necessários aos projetos. Fato, que pode levar os projetistas a se confundirem com os preceitos normativos. Com base no exposto, será apresentado no capítulo 2 do presente manual a rotina de elaboração de projetos proposta, cuja concepção levou em conta a risca todos os requisitos normativos. Em seguida, iremos aplicar essa rotina no projeto da residência “Alpha” cuja elaboração será minuciada desde o primeiro passo à apresentação do projeto final, de maneira a termos um conteúdo inteiramente prático e que possa ser levado como referência para elaboração de projetos reais. 3 2. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS HIDRAULICOS _______________________________________________________ 2.1 INTRODUÇÃO AO ROTEIRO Nesse capitulo será abordado o roteiro proposto por este manual, no qual o fluxograma apresentado abaixo será seu mapa para acompanhar o passo a passo, logo após será destrinchado cada item culminando na aplicação prática. 4 2.2 ETAPAS PRELIMINARES ▪ Checklist Tendo em vista que a prática de engenharia pode alcançar várias tipologias de edificações com as mais variadas características precisamos estabelecer um método de captação das informações mais importantes, obtendo, uma elaboração de projeto mais rápida e limpa. Assim, é proposto o preenchimento do seguinte checklist antes do início do projeto, elencando as informações contidas para serem utilizadas posteriormente. ▪ Limpeza das pranchas Partimos então para limpeza da arquitetura e uma análise inicial da mesma, algo de praxe para qualquer projeto complementar, o procedimento irá variar para cada software usado. O importante, é que a arquitetura apareça no desenho como uma “marca de água” dando relevância ao traçado hidráulico. CHECKLIST DE PROJETO Estimativa de consumo conforme a tipologia do edifício Características da oferta de água Necessidades mínimas de reservação Classificação de abastecimento Características de captação local de água, se houver 5 2.3 ALIMENTADOR PREDIAL E HIDRÔMETRO ▪ Alimentador predial Com o consumo diário definido no passo anterior podemos proceder calculando o alimentador predial da seguinte forma: - Vazão mínima para residências unifamiliares: Qmin = ( 𝐶𝑑 10.800 ) - Vazão mínima para outros tipos de edificação: Qmin = ( 𝐶𝑑 21.600 ) Onde: Qmin = Vazão mínima do alimentador predial (L/s) Cd = Consumo diário em litros - Diâmetro do alimentador predial: Dap≥ √(4 ∙ 𝑄𝑚𝑖𝑛 𝜋 ∙𝑉𝑚𝑎𝑥 ) Onde: Dap = Diâmetro do alimentado predial em mm Vmax = 1,0 m/s Qmin = Vazão mínima do alimentador predial (m³/s) Sendo assim com o cálculo da vazão mínima e posteriormente a determinação do diâmetro do alimentador,se é utilizado o diâmetro nominal comercial mais próximo do valor encontrado. 6 ▪ Hidrômetro Para a classificação do hidrômetro a ser utilizado se faz necessário uma análise previa da concessionária, na qual o projeto irá ser executado, cada empresa estipula seus critérios de determinação desse elemento. Geralmente, é fornecida uma tabela cuja os valores e parâmetros envolvem a vazão de alimentação especificada. 2.4 RESERVATÓRIOS Com a determinação do tipo de abastecimento na etapa preliminar podemos dimensionar e detalhar nosso reservatório ou reservatórios. Seguiremos então o seguinte caminho: ▪ Determinação dos volumes: V = 2,5 ∙ Cd Se houver reservatório inferior podemos considerar: Vsup = 1,0 ∙ Cd e Vinf = 1,5 ∙ Cd ▪ Locação dos reservatórios: Geralmente os reservatórios já são locados na arquitetura, se não houver referência aos mesmos, como projetistas podemos fazer indicações. Porém, comunicando aos arquitetos as mudanças a serem realizadas. 7 ▪ Detalhamento dos reservatórios: Se faz necessário seguir a seguinte rotina para o detalhamento: 1 – Determinar o tipo de reservatório (pré-fabricado x moldado in loco? 2 – Realizar divisão de compartimentação quando o reservatório não for para residências unifamiliares, quando houver reservatório inferior compartimentar se o volume do superior for menor que volume necessário para 6 horas de consumo do edifício (tempo médio de uma manutenção). 3 – Os reservatórios devem possuir, dispositivos de controle automático de admissão de água, extavasor, aviso de extravasão e limpeza. 4- Recomenda-se que a limpeza e a extravasão tenham diâmetro igual ou superior ao diâmetro de entrada no reservatório. 8 5- O aviso de estravasão deve conter uma malha de proteção em seu terminal 6 - Os dispositivos devem estar separados entre si no reservatório seguindo as seguintes premissas: Figura 01 – Separação atmosférica padronizada Onde: Ap = Entrada de água no reservatório Ex = Extravasor NA = Nível de água do reservatório L ≥ 3d 9 2.5 SISTEMA DE RECALQUE O sistema de recalque deve ser projetado partindo das seguintes condições: ▪ Os sistemas de bombeamento, devem ser locados onde houver um maior aproveitamento da pressão disponível; ▪ A localização e a disposição dos sistemas de recalque devem ser definidas em projeto levando-se em conta a redução dos efeitos da transmissão de vibração e de ruído, dimensões suficientes e facilidade de acesso para permitir verificação e adequada manutenção, a ventilação ambiente suficiente para permitir dissipação de calor dos equipamentos, e local dotado de drenagem para atender a eventuais vazamentos ▪ Nos sistemas de recalque, devem possuir no mínimo duas bombas com funcionamento independente entre si; ▪ As bombas devem ser selecionadas de modo a não possibilitar cavitação ▪ Deve-se prever proteção da entrada da tubulação de sucção de sistema de recalque contra possível ingresso de objetos ou detritos. Diante desses requisitos, o dimensionamento desse sistema que compreende a escolha da bomba e a determinação dos diâmetros de sucção e recalque, é apresentado a seguir: 10 _Tempo de funcionamento da bomba: Podemos adotar os seguintes tempos de funcionamento: ▪ Prédios de apartamentos e hotéis: 3 períodos de 1 hora e 30 minutos cada = 4,5h = 16.200seg ▪ Prédios de escritórios: 2 períodos de 2 horas cada = 4h = 14.400seg ▪ Hospitais: 3 períodos de 2 horas cada = 6h = 21.600seg ▪ Indústrias: 2 períodos de 2 horas cada = 4h = 14.400seg Vazão de recalque: Calculamos pela seguinte equação: Qbomba = 𝐶𝑑 𝑇𝑓𝑢𝑛𝑐. Onde: Qbomba = Vazão de recalque (m³/s) Tfunc. = Tempo de funcionamento em segundos Cd = Consumo diário (m³) Diâmetro da tubulação de recalque e sucção: Será utilizada a formula Forchheimmer-Bress para a obtenção do diâmetro da tubulação de recalque: Dr≥ 1,3 ∙ ( 𝑇𝑓𝑢𝑛𝑐 24 ) 1 4 ∙ √𝑄𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎 Onde: Qbomba = Vazão de recalque (m³/s); Dr = Diâmetro de recalque (m) Tfunc. = Tempo de funcionamento em horas 1 1 2 - 3 - 11 Obtido o diâmetro de recalque a sucção pode ser determinada como sendo um diâmetro comercial superior. Cálculo da altura manométrica Pode ser compreendida como sendo a energia necessária para o fluido atingir o reservatório superior, dessa forma pode ser determinada como sendo o desnível geométrico mais as perdas de cargas: 𝐻𝑚 = 𝐻𝑔 + 𝛥ℎ 𝐻𝑚 = (ℎ𝑠 + ℎ𝑟) + (𝛥ℎ𝑠 + 𝛥ℎ𝑟) Onde: 𝒉𝒔 = Altura de sucção 𝒉𝒓 = Altura de recalque 𝜟𝒉𝒔 = Perda de carga na sucção 𝜟𝒉𝒓 = Perda de carga no recalque A altura de sucção e recalque são obtidos através da medição do desnível geométrico. Já o cálculo da perda de carga será demonstrado na etapa de dimensionamento do presente roteiro. Escolha do conjunto motor-bomba: Com os valores de altura manométrica e vazão se faz possível a obtenção do conjunto motor-bomba que satisfaz nossas condições. Além disso, é necessário avaliarmos a possibilidade de cavitação, para isso devemos satisfazer a seguinte regra: NPSH disponível > NPSH requerido 5 - 4 - 12 O NPSH requerido é obtido através dos próprios catálogos, para cada modelo de bomba escolhido. Já NPSH disponível é obtido pela seguinte equação: 𝑁𝑃𝑆𝐻 disponível = 𝑃𝐴 − (ℎ𝑠 + 𝑃𝑣 + ∆ℎ𝑠) Onde: 𝑷𝑨 = Pressão atmosférica 𝒉𝒔 = Altura estática na sucção 𝑷𝒗 = Pressão de vapor a 20°C (Quadro 2.8) ∆𝒉𝒔 = Perda de carga total na sucção 2.6 TRAÇADO DA TUBULAÇÃO DE ÁGUA FRIA Definido os reservatórios e o sistema de recalque, se houver, procedemos com a definição do traçado de água fria. Não existe um método geral para esse processo que consiga compreender todos as tipologias de edificações, porém, precisamos nos atentar ao tipo de abastecimento e aos dois princípios apresentados a baixo: ▪ Desvio de elementos intransitáveis: É necessário que na definição do traçado, as tubulações não atravessem elementos que afetem sua potabilidade ou que não sejam possíveis de atravessar, são exemplos desses: Caixas de inspeção, caixas de passagem, poços de visita, tanques sépticos, sumidouros, valas de infiltração, filtros anaeróbios, leitos de secagem de lodo, aterros sanitários, depósitos de lixo, tubulações de esgoto sanitário, de água não potável ou de água pluvial. 13 ▪ Setorização: É necessário que atentamos a necessidade de setorizar trechos para manutenção, essa setorização pode ser realizada pela disposição de registros ao longo do traçado, a seguir são apresentados os essenciais: ➢ A montante do hidrômetro; ➢ No barrilete, posicionado no trecho que alimenta o próprio barrilete; no caso de abastecimento indireto, posicionado em cada trecho que liga o barrilete ao reservatório; ➢ Na coluna de distribuição, posicionado a montante do primeiro ramal; ➢ No ramal, posicionado a montante do primeiro sub-ramal em ao menos um dos ambientes sanitários da unidade autônoma; ➢ Nos sistemas
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