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DESENVOLVIMENTO DO PROJETO HIDROSSANITÁRIO PREDIAL E O SEU RESPECTIVO PROCESSO DE EXECUÇÃO ESTUDO DE CASO PARA OBRA LOCAL, BOSCO e BROERING (2019)

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA 
AMABILE DE SOUSA BOSCO 
CAROLINA BROERING 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO HIDROSSANITÁRIO PREDIAL E O SEU 
RESPECTIVO PROCESSO DE EXECUÇÃO – ESTUDO DE CASO PARA OBRA 
LOCAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palhoça 
2019 
 
AMABILE DE SOUSA BOSCO 
CAROLINA BROERING 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO HIDROSSANITÁRIO PREDIAL E O SEU 
RESPECTIVO PROCESSO DE EXECUÇÃO – ESTUDO DE CASO PARA OBRA 
LOCAL 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Curso de Engenharia Civil da Universidade 
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial 
à obtenção do título de Engenheiro Civil. 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Roberto de Melo Rodrigues, Esp. 
 
 
 
Palhoça 
2019 
 
AMABILE DE SOUSA BOSCO 
CAROLINA BROERING 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO HIDROSSANITÁRIO PREDIAL E O SEU 
RESPECTIVO PROCESSO DE EXECUÇÃO – ESTUDO DE CASO PARA OBRA 
LOCAL 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi 
julgado adequado à obtenção do título de 
Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final 
pelo Curso de Engenharia Civil da 
Universidade do Sul de Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este trabalho a nossa família, pois a 
família é a base de tudo. 
 
AGRADECIMENTOS 
Amabile de Sousa Bosco 
Primeiramente agradeço a minha família, em especial aos meus pais Ernani e 
Adriana, meu irmão Filippe, minha avó Nilza, minha tia avó Iria e minha tia Cileni, pelo apoio 
e incentivo aos estudos desde sempre. 
Ao meu companheiro e parceiro de vida Christian por todo o apoio e paciência, por 
sempre acreditar em mim e me mostrar que devo persistir sempre. 
A minha colega de TCC Carolina Broering pelo companheirismo nesses 5 anos de 
curso e a todos os meus amigos, que fazem a minha jornada ser mais leve e mais divertida, 
sempre estando ao meu lado. 
Aos meus colegas de empresa, que me deram a oportunidade de crescer 
profissionalmente. 
A todos os professores que me acompanharam durante a graduação, em especial o 
professor Roberto que nos dedicou tempo e esforço para que este TCC fosse possível. 
E acima de tudo a Deus, por me conceder a força de seguir em frente e nunca 
desistir. 
 
 
Carolina Broering 
A toda minha família, principalmente meus pais Luciana e Guilherme, e meu irmão 
também Guilherme, que sempre fizeram tudo por mim, pela educação e exemplo, por sempre 
proporcionarem o melhor para nossa família e permitir minha formação profissional. 
Ao Daniel, meu companheiro, pelo apoio, compreensão, paciência e por sempre 
estar ao meu lado. 
Ao professor Roberto pela confiança e atenção dedicada na orientação deste 
trabalho. Também a todos os professores que durante todo o curso compartilharam 
conhecimentos e experiências possibilitando minha formação como engenheira. 
A minha companheira de TCC, Amabile, pela amizade e todos os meus amigos que 
fizeram essa trajetória ser mais agradável e dinâmica, em especial minha amiga Ana Luiza. 
A JF Engenharia e o engenheiro Marco pelos ensinamentos e todas as informações 
que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. 
E a todos que contribuíram para a realização deste trabalho e torceram por mim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Nenhuma engenharia constrói caráter, mas com caráter se faz os melhores 
engenheiros.” (Jordan Lucas) 
 
RESUMO 
A atual situação econômica, do setor da construção civil, evidência a busca das empresas 
construtoras por métodos e técnicas construtivas eficientes na redução de custos para 
permanência no mercado. O projeto é um elemento fundamental para a melhoria da qualidade 
do processo de execução de um empreendimento, que se não for realizado adequadamente pode 
comprometer o desempenho do sistema edificado. O sistema predial hidráulico e sanitário tem 
sido responsável por grande parte das patologias diagnosticadas nas edificações, estudos 
baseados em manifestações patológicas apontam que 30% dos defeitos construtivos constatados 
no pós-obra estão diretamente associadas a esse sistema, sendo que a maior parte delas 
decorrem por falhas de projeto e erros execução. Partindo disto, este trabalho tem a finalidade 
de apresentar a análise de um projeto hidrossanitário, com o objetivo de relatar as interferências 
e modificações da execução do mesmo em uma obra local. A metodologia consiste na análise 
de projetos e fotos, identificando as falhas e defeitos inerentes tanto ao processo de 
desenvolvimento do projeto quanto ao de execução in loco. As análises evidenciaram que 
grande parte das interferências foram encontradas na fase de execução, com mão de obra 
desqualificada, soluções rápidas, improvisações e falta de fiscalização para que a construção 
seja feita de acordo com a planta, levando uma separação entre as atividades de projeto e 
execução na obra, sendo o projeto visto como apenas cumprimento de formalidade para 
obtenção da licença da construção e não como um instrumento de planejamento. 
Palavras-chave: Sistema predial hidráulico e sanitário. Execução. Projeto. Patologias. 
 
ABSTRACT 
The current economic situation in the construction sector shows that construction companies 
are looking for cost-effective construction methods and techniques to stay on the market. The 
project is a fundamental element for improving the quality of a project's execution process, 
which if not done properly can compromise the performance of the built system. The hydraulic 
and sanitary building system has been responsible for most of the pathologies diagnosed in the 
buildings, studies based on pathological manifestations show that 30% of the post-construction 
constructive defects are directly associated with this system, and most of them are due to project 
failures and execution errors. Based on this, this paper aims to present the analysis of a water 
sanitation project, with the objective of reporting the interferences and modifications of its 
execution in a local work. The methodology consists of the analysis of projects and photos, 
identifying the flaws and defects inherent to both the project development process and the on-
site execution process. The analyzes showed that most of the interferences were found in the 
execution phase, with disqualified labor, quick solutions, improvisations and lack of 
supervision to make the construction according to the plan, leading to a separation between 
project activities and execution on the site, being the project seen only as formality fulfillment 
to obtain the construction license and not as a planning instrument. 
 
Keywords: Hydraulic and Sanitary Building System. Execution. Project. Pathologies. 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 - Origem percentual de falhas em edificações ........................................................... 19 
Figura 2 - Partes constituintes de um sistema predial de água fria........................................... 27 
Figura 3 - Partes constituintes de uma instalação predial de esgoto ........................................ 33 
Figura 4 - Ligação de ramal de esgoto ..................................................................................... 34 
Figura 5 - Solução de projeto com parede engrossada ............................................................. 53 
Figura 6 - Zonas de sobrepressão ............................................................................................. 60 
Figura 7 - Fluxograma da estrutura do trabalho ....................................................................... 63 
Figura 8 - Planta baixa apartamento tipo final 01 - Projeto arquitetônico ............................... 66 
Figura 9 - Planta baixa humanizada apartamento tipo final 01 - Projeto arquitetônico........... 67 
Figura 10 - Planta baixa apartamento tipo final 01- Projeto hidrossanitário ............................ 71 
Figura 11 - Curvas em tubulações de esgoto ............................................................................ 75 
Figura 12 - Planta baixa apartamento tipo final 01 - Projeto as built hidrossanitário .............. 78 
Figura 13 - Detalhe do banheiro 01 apartamento tipo final 01 - Projeto as built hidrossanitário
 .................................................................................................................................................. 79 
Figura 14 - Detalhe do banheiro 02 apartamento tipo final 01 - Projeto as built hidrossanitário
 .................................................................................................................................................. 80 
Figura 15 - Detalhe da sacada apartamento tipo final 01 - Projeto as built hidrossanitário ..... 81 
Figura 16 - Detalhe da cozinha/área de serviço apartamento tipo final 01 - Projeto as built 
hidrossanitário .......................................................................................................................... 82 
Figura 17 - Barrilete sem identificação .................................................................................... 84 
Figura 18 - Registros e hidrômetros individuais sem identificação ......................................... 85 
Figura 19 - Prumada de água fria fixada inadequadamente ..................................................... 85 
Figura 20 - Execução do sistema de água fria após reboco ...................................................... 86 
Figura 21 - Tubulação de água quente no contrapiso da laje ................................................... 87 
Figura 22 - Tubulação de água quente em baixo da de água fria ............................................. 87 
Figura 23 - Conexões de 90º área de serviço ............................................................................ 88 
Figura 24 - Conexões de 90º no banheiro 01 ............................................................................ 89 
Figura 25 - Conexões de 90º e redução excêntrica na cozinha................................................. 89 
Figura 26 - Joelho e junção formando 90º ................................................................................ 90 
Figura 27 - Tubulação de gordura da pia da cozinha ............................................................... 91 
Figura 28 - Realocação da caixa sifonada na laje ..................................................................... 91 
Figura 29 - Vigota danificada pela instalação da caixa sifonada ............................................. 92 
 
Figura 30 - Furo em viga .......................................................................................................... 92 
Figura 31 - Ramal de ventilação com ligação no mesmo nível do ramal de esgoto ................ 93 
Figura 32 - Tubulação sem identificação ................................................................................. 94 
 
LISTA DE SIGLAS 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
CB - Comitê Brasileiro da Construção Civil 
CE - Comissão de Estudos de Desempenho de Edificações 
CPVC - Policloreto de vinila clorado 
IPAF - Instalações prediais de água fria 
IPAQ - Instalações prediais de água quente 
IPES - Instalações prediais de esgoto sanitário 
IPEP - Instalações prediais de esgoto pluvial 
ISO - Organização Internacional para Padronização 
NBR - Norma Brasileira de Regulamentação 
PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat 
PEX - Polietileno reticulado 
PPR - Polipropileno copolímero random 
PVC - Policloreto de polivinila 
SC - Sistema de cobertura 
SPHS - Sistemas prediais hidráulicos e sanitários 
SVVIE - Sistemas de vedação verticais internas e externas 
TCC - Trabalho de conclusão de curso 
UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina 
VRP - Válvula redutora de pressão 
VU - Vida útil 
VUP - Vida útil de projeto 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Proposta de requisitos de desempenho .................................................................... 37 
Tabela 2 - Vida útil de projeto .................................................................................................. 46 
Tabela 3 - Problemas recorrentes IPAF .................................................................................... 50 
Tabela 4 - Problemas recorrentes IPAQ ................................................................................... 50 
Tabela 5 - Problemas recorrentes IPES .................................................................................... 50 
Tabela 6 - Problemas recorrentes IPEP .................................................................................... 51 
Tabela 7 - Quadro de áreas total ............................................................................................... 65 
Tabela 8 - Quadro de áreas apartamento tipo final 01 .............................................................. 68 
Tabela 9 - Legenda do projeto hidrossanitário ......................................................................... 72 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 17 
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................... 17 
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................................................. 18 
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 18 
1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 18 
1.2.3 Problema de Pesquisa ................................................................................................. 18 
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 18 
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................. 20 
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................... 21 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 21 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 23 
2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 23 
2.2 HISTÓRICO DOS SPHS ................................................................................................. 24 
2.3 PARTES DOS SPHS ....................................................................................................... 26 
2.3.1 Instalações prediais de água fria (IPAF) ................................................................... 26 
2.3.1.1 Partes constituintes da IPAF ....................................................................................... 26 
2.3.1.2 Materiais utilizados nas IPAF .................................................................................... 29 
2.3.2 Instalações prediais de água quente (IPAQ) ............................................................. 29 
2.3.2.1 Partes constituintes das IPAQ .................................................................................... 30 
2.3.2.2 Materiais utilizados nas IPAQ .................................................................................... 32 
2.3.3 Instalações de esgoto sanitário (IPES) ....................................................................... 32 
2.3.3.1 Partes constituintes das IPES......................................................................................33 
2.3.3.2 Materiais utilizados nas IPES ..................................................................................... 35 
2.3.4 Instalações prediais de esgoto pluvial (IPEP) ........................................................... 35 
2.3.4.1 Partes constituintes das IPEP...................................................................................... 36 
2.3.4.2 Materiais utilizados nas IPEP ..................................................................................... 36 
2.4 DESEMPENHO DOS SPHS ........................................................................................... 36 
2.5 NORMATIZAÇÃO ......................................................................................................... 38 
2.5.1 NBR 5626: Instalação predial de água fria ............................................................... 38 
2.5.2 NBR 7198: Projeto e execução de instalações prediais de água quente ................. 39 
2.5.3 NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitários ................................................... 40 
2.5.4 NBR 10844: Instalação predial de águas pluviais .................................................... 41 
 
2.5.5 NBR 15575: Desempenho de edificações habitacionais ........................................... 42 
2.5.5.1 Parte 1: Requisitos gerais ........................................................................................... 43 
2.5.5.2 Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais ......................................................... 44 
2.5.5.3 Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos ............................................................. 44 
2.5.5.4 Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedação verticais internas e externas ........... 44 
2.5.5.5 Parte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura ...................................................... 45 
2.5.5.6 Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários................................................. 45 
2.6 QUALIDADE DO PROJETO E ERROS DE EXECUÇÃO ........................................... 47 
2.7 PATOLOGIA DOS SPHS ............................................................................................... 51 
2.7.1 Patologia devido ao projeto ........................................................................................ 52 
2.7.1.1 Falha de compatibilização de projeto ......................................................................... 52 
2.7.1.2 Erro de dimensionamento ........................................................................................... 54 
2.7.2 Patologia devido a execução ....................................................................................... 54 
2.7.3 Patologias devido a qualidade dos materiais e falhas do produto .......................... 55 
2.7.4 Patologia devido a uso e manutenção ........................................................................ 55 
2.7.5 Principais patologias ................................................................................................... 56 
2.7.5.1 Entupimento ............................................................................................................... 56 
2.7.5.2 Vazamentos ................................................................................................................ 56 
2.7.5.3 Ruídos ......................................................................................................................... 57 
2.7.5.4 Oscilação de pressão................................................................................................... 58 
2.7.5.5 Retornos ...................................................................................................................... 58 
2.7.5.5.1 Retorno de água quente para a tubulação de água fria .......................................... 58 
2.7.5.5.2 Retorno de esgoto .................................................................................................... 59 
2.7.5.5.3 Retorno de espuma .................................................................................................. 59 
2.7.5.6 Mau cheiro .................................................................................................................. 60 
3 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................. 62 
3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 62 
3.2 MÉTODOS ADOTADO ................................................................................................. 62 
3.3 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DE PESQUISA ............................................................... 63 
3.3.1 Revisão bibliográfica ................................................................................................... 63 
3.3.2 Levantamento de dados .............................................................................................. 63 
3.3.3 Análise de projetos e execução ................................................................................... 64 
3.3.4 Organização e apresentação dos resultados.............................................................. 64 
4 ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 65 
 
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 65 
4.2 IDENTIFICAÇÃO DA EDIFICAÇAO ........................................................................... 65 
4.3 ESTUDO DOS SPHS DA EDIFICAÇÃO ...................................................................... 68 
4.3.1 Planejamento ............................................................................................................... 68 
4.3.2 Projetos ......................................................................................................................... 68 
4.3.2.1 Estudo preliminar e anteprojeto .................................................................................. 69 
4.3.2.2 Projeto legal – Prefeitura ............................................................................................ 69 
4.3.2.3 Projeto executivo ........................................................................................................ 73 
4.4 VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO PROJETO HIDROSSANITÁRIO ............... 74 
4.5 EXECUÇÃO DO SPHS .................................................................................................. 76 
4.5.1 Diagnóstico da situação encontrada na obra ............................................................ 76 
4.5.2 Projeto as built ............................................................................................................. 76 
4.5.3 Modificações, interferências e incompatibilidades ................................................... 83 
4.5.3.1 Execução IPAF ........................................................................................................... 83 
4.5.3.2 Execução IPAQ .......................................................................................................... 86 
4.5.3.3 Execução IPES ........................................................................................................... 88 
4.5.3.4 Execução IPEP ........................................................................................................... 93 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES .............................................................. 95 
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 95 
5.2 SUJESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 96 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 98 
 
 17 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 CONSIDERAÇÕESINICIAIS 
O projeto de edifícios tem-se mostrado um dos principais elementos para 
maximização dos ganhos dos empreendimentos imobiliários, tanto na fase de construção como 
na de utilização da edificação, também pode ser considerado um elemento fundamental para a 
melhoria da qualidade nos processos de execução e na formatação final do produto, atingindo 
as expectativas e as necessidades das construtoras e dos usuários (MELHADO; OLIVEIRA, 
2007). 
Apesar de sua importante inserção no processo que leva à obtenção do objeto 
construído, o projeto, no Brasil, muitas vezes é visto mais como o cumprimento da formalidade 
legal de obtenção da licença de obra, do que como um instrumento de formulação da solução 
(MAYER, 2000). 
A decorrente crescente complexidade dos projetos e dos processos construtivos 
levou a uma marcante separação entre as atividades de projeto e de execução da obra. Como 
consequência, podem ocorrer deficiências nos projetos e improvisações no canteiro de obras, 
que levam à perda de produtividade no processo de implementação, ao comprometimento do 
desempenho do sistema edificado e a não conformidade do edifício em relação ao projeto 
(MAYER, 2000). 
Além de comprometer a produtividade da construção, a necessidade de decidir na 
obra e as próprias deficiências do projeto podem comprometer o desempenho da edificação e 
ser responsáveis por diversas patologias (MAYER, 2000). 
Conforme diversas pesquisas realizadas, por diferentes autores, as instalações 
prediais de água em geral lideram a ocorrência de patologias em construções. A patologia é 
definida como um estuda de falhas e defeitos construtivos, abrangendo todas as falhas visíveis 
ou não, desde a concepção do projeto até a execução da obra (CANIDO, 2012). 
Problemas recorrentes como vazamentos, entupimentos, mau cheiro e retorno de 
espuma, causam insatisfações aos proprietários, danos a outros elementos da edificação, 
prejuízos à saúde e ao bolso do usuário. Por outro lado, por serem instalações ocultas 
(embutidas), pouca importância é dada, sendo comum execução de obras ricas em 
improvisações, somando à baixa qualificação da mão de obra e dos materiais, acabam 
comprometendo a qualidade final do empreendimento. 
 18 
1.2 OBJETIVOS DO ESTUDO 
1.2.1 Objetivo Geral 
Este trabalho tem como objetivo estudar o processo de desenvolvimento do projeto 
hidrossanitário predial, relacionando com a execução do mesmo, em uma obra local. 
1.2.2 Objetivos Específicos 
● Explorar os tipos de sistemas hidráulicos e sanitários prediais de água fria, água 
quente, esgoto sanitário e esgoto pluvial; 
● Apresentar normas específicas de desempenho, projeto, execução e manutenção 
de instalações prediais; 
● Fazer o levantamento das principais patologias que ocorrem com mais frequência 
nos sistemas; 
● Examinar as falhas de projeto e defeitos de execução nos SPHS; 
● Apresentar um estudo de caso de uma obra; 
● Comparar o projeto hidrossanitário com o que foi executado em obra; 
● Relatar as interferências encontradas nos SPHS. 
1.2.3 Problema de Pesquisa 
As pessoas vivem diariamente com inúmeras falhas nos SPHS e as consideram 
normais, mas estas ocorreram devido a projetos mal elaborados, execuções inapropriadas, 
utilização de componentes não normatizados e dentre outras causas. 
Dessa forma, a questão principal desta pesquisa, dentro do contexto do estudo de 
caso, é estabelecida como: Quais as principais interferências percebidas após análise da 
execução do sistema predial hidráulico e sanitário, relacionando com o projeto do 
empreendimento? 
1.3 JUSTIFICATIVA 
O desenvolvimento de países emergentes, como o Brasil, fez com que as obras 
fossem construídas cada vez mais velozes, maiores e com poucos rigores no controle de 
materiais e dos serviços. Estes fatos em conjunto com a deficiência na formação de engenheiros, 
 19 
arquitetos e a falta de qualificação da mão de obra empregada, vem provocando uma baixa na 
qualidade da construção civil em nosso País. 
Segundo Melhado e Violani (1992b), na implementação de sistemas de garantia da 
qualidade na estruturação de edifícios, é de importância fundamental o fluxo de informações 
entre projeto e execução, onde é necessário alcançar uma integração organizacional e 
tecnológica entre as duas atividades, entre o que se concebeu e o que virá a se tornar realidade 
no canteiro de obras. 
Conforme Borsato e Back (2015), para garantir um bom trabalho é necessário o 
acompanhamento da execução e o domínio das normas de aplicações pelos profissionais que 
estão realizando o serviço. A falta do controle pode vir a transformar algumas instalações em 
futuras manifestações patológicas. 
Os sistemas prediais hidrossanitários são considerados como um dos principais 
causadores de manifestação patológica. Segundo Carvalho Júnior (2018b), as manifestações 
podem ser atribuídas as seguintes proporções, conforme Figura 1. 
Figura 1 - Origem percentual de falhas em edificações 
 
Fonte: Carvalho Júnior, 2018b. 
 20 
 O levantamento apresentado se refere a origens das patologias construtivas em geral, e 
permite concluir que, proporcionalmente, a maior parte das patologias decorrem por falhas no 
projeto e na execução, com menor grau de importância pelos respectivos materiais e por falhas 
de uso e manutenção. 
Estudos, com base em dados de manifestações patológicas em obras residenciais 
verticais já existentes, apontam que por volta de 30% dos defeitos construtivos constatados no 
pós-obra estão diretamente associados a vazamentos, entupimentos, falhas de manutenção e 
defeitos em componentes dos SPHS (MOREIRA; PAULA, 2014). 
Inúmeras pesquisas já comprovaram que é mais econômico e mais seguro, executar 
corretamente o sistema logo na primeira vez para evitar gastos com reparação, intervenções ou 
retrabalhos (DÓREA et al., 2010). 
Além das leis criadas para amparar o consumidor, como o código de defesa do 
consumidor instituído pela lei 8078/90, entrou em vigor, em julho de 2013, a nova norma de 
desempenho Norma Brasileira de Regulamentação (NBR) 15575 da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) (2013), que diz respeito à durabilidade dos sistemas, manutenções 
da edificação e o conforto dos usuários. 
Assim sendo, com finalidade de obter o conforto dos clientes, deve-se realizar um 
projeto bem planejado, acompanhar a execução dos sistemas e diagnosticar corretamente as 
patologias que ali se encontram, utilizando soluções técnicas específicas que as previnam e, 
caso ocorra, efetuar as devidas correções, para que assim se tenha o desempenho normal dos 
SPHS. 
Este trabalho visa associar o projeto hidrossanitário com o processo de execução de 
um empreendimento, frente aos argumentos expostos, após análise das interferências entre 
projeto e obra, pretende enfatizar a importância do projeto para se obter maior eficiência, tanto 
em questões econômicas quanto de qualidade. 
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA 
A metodologia deste trabalho foi exploratória. Já do ponto de vista dos 
procedimentos técnicos, uma pesquisa bibliográfica com aplicação em estudo de caso, pois 
desenvolveu-se a partir de materiais publicados em livros, revistas, artigos, dissertações e teses. 
Utilizou-se ainda a abordagem dedutiva (do geral para o específico). Sendo a proposta de 
metodologia do trabalho desenvolvida considerando as seguintes etapas gerais: 
 21 
● Revisão bibliográfica abordando os principais conceitos introdutórios ao tema; 
● Definição da edificação para a realização do estudo proposto, sendo de tipologia 
residencial privativa multifamiliar; 
● Levantamento das principais interferências nos sistemas prediais hidrossanitários 
da edificação selecionada para o estudo de caso; 
● Organização e análise dos resultados, apresentação das conclusões e sugestões 
para trabalhos futuros. 
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 
Os resultados obtidos por meio desta pesquisa não devem ser utilizadosde forma 
genérica, pois advém de características particulares da empresa que forneceu os dados para 
estudo, como elaboração dos projetos, igualmente a construtora, com métodos executivos, mão 
de obra e tipos de materiais adotados. 
Este trabalho conta com a colaboração de uma empresa localizada na Grande 
Florianópolis, no estado de Santa Catarina, a qual disponibilizou para análise o projeto de 
instalações hidrossanitárias e os documentos utilizados na realização do projeto as built. 
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO 
No capítulo atual buscou-se contextualizar o tema da pesquisa, bem como 
apresentar as motivações para a realização do presente trabalho, objetivos que direcionaram o 
estudo, além dos objetivos específicos pretendidos, a metodologia aplicada, tal como a 
delimitação da pesquisa e a estrutura do trabalho. 
O segundo capítulo traz uma revisão bibliográfica relativa ao tema proposto. Nele 
será apresentada a definição de sistemas prediais de água fria, água quente, esgoto sanitário, 
esgoto pluvial, as respectivas soluções disponibilizadas no mercado brasileiro abordando as 
normas técnicas e as boas práticas de engenharia. Esse mesmo capítulo aborda a importância 
do projeto na fase de execução da obra, também as relações de causa e efeito para as patologias 
frequentes nas instalações hidrossanitárias. 
O terceiro capítulo trata da metodologia aplicada para realização deste trabalho, o 
processo e as etapas de pesquisa. 
No capítulo quatro foi realizado um estudo de caso, onde apresentou-se um projeto 
de uma obra local, suas modificações e interferências. Expondo as diretrizes para controle de 
 22 
projeto de instalações hidrossanitárias, apresentando os resultados e análises obtidos a partir 
das incompatibilidades da execução do sistema. 
E por fim o último capítulo deste trabalho trará a conclusão da pesquisa, a partir de 
um apanhado geral sobre os resultados obtidos, objetivos alcançados, contribuições do estudo 
e dificuldades encontradas durante a pesquisa, fazendo também recomendações para a 
continuidade e aprofundamento da temática em outros futuros trabalhos acadêmicos. 
 23 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 INTRODUÇÃO 
De acordo com Gnipper (2010), os SPHS são um conjunto de componentes das 
edificações destinados a conduzir, armazenar e distribuir água potável para o consumo, permitir 
sua utilização adequada, coletar os correspondentes efluentes e destiná-los a um sistema público 
de coleta ou dispô-los de forma e em local apropriados, ou ainda propiciar o seu reuso ou 
aproveitamento no próprio edifício; também se destinam a captar, transportar e dispor 
adequadamente as águas pluviais incidentes, com ou sem aproveitamento para usos não 
potáveis no edifício. 
O sistema de instalação predial funciona como se fosse o aparelho circulatório do 
edifício. Desta maneira é necessário que haja um projeto elaborado por um profissional 
habilitado, com mão de obra especializada para a montagem dos tubos e conexões de 
Policloreto de Polivinila (PVC) rígido ou outros plásticos como Policloreto de Vinila Clorado 
(CPVC), Polipropileno Copolímero Random (PPR), Polietileno Reticulado (PEX) e materiais 
produzidos de acordo com as normas vigentes. 
As instalações hidráulicas e sanitárias devem ser operadas durante toda a vida útil 
da edificação, afinal, são responsáveis por disponibilizar água aos usuários, entre outros 
insumos. A qualidade dos mesmos implica não só no adequado desempenho, atendendo às 
necessidades dos clientes, mas também na racionalização do uso dos insumos, evitando perdas 
e desperdícios (ARAÚJO, 2004). 
O desempenho desses sistemas está vinculado as condições do uso para o qual foi 
projetado, a execução da obra de acordo com as normas técnicas, a utilização de elementos e 
componentes sem defeito de fabricação, programas de inspeção periódicas e manutenção 
predial (BENEDICTO, 2009). 
Em geral, patologias frequentes nos SPHS não envolvem sérios riscos à vida ou à 
saúde dos seus usuários, porém, elas costumam causar transtornos, aborrecimentos e 
desconfortos, em geral associados aos sintomas comuns de suas manifestações. São exemplos: 
vazamentos, ruídos ou obstruções frequentes em tubulações, mau cheiro e refluxos em sistemas 
prediais de esgoto sanitário e de águas pluviais, insuficiência de pressões e vazões nos 
aparelhos, oscilações na temperatura de utilização de água quente, entre outros (GNIPPER, 
2010). 
 24 
Para obter sucesso em um empreendimento, o projeto não pode ser resumido à 
caracterização geométrica no papel da obra a ser construída, deve conceber, além do produto, 
o seu processo de produção (MELHADO; VIOLANI, 1992a). 
Uma parte das empresas construtoras entende, que a forma de pensar e de elaborar 
o projeto tem uma participação fundamental na obtenção da qualidade de um edifício, porém 
esse potencial nem sempre tem sido explorado nas construções realizadas no setor. Quando a 
atividade de projeto é pouco valorizada, eles são entregues à obra repletos de erros e de lacunas, 
levando a grandes perdas de eficiência nas atividades de execução (MOTTEU; CNUDDE, 
1989). 
Para Heineck e Oliveira (2000, p. 7), a qualidade do projeto: 
Abrange um conjunto de avaliações de acordo com os participantes envolvidos no 
processo: objetivos do empreendedor, cumprimento das funções de execução do 
construtor e a satisfação do usuário de acordo com suas intenções de consumo, o que 
envolve o conforto, a segurança, a funcionalidade e os baixos custos de manutenção, 
entre outros. A qualidade do projeto tem, portanto, um forte impacto sobre a qualidade 
de todo o processo de planejamento e construção, custos e sobre a qualidade do 
produto final. 
Decidir durante a realização de uma obra, é incompatível com o planejamento da 
construção. No limite, é o realizar o empreendimento sem saber o que construir, em quanto 
tempo e a que custo. Nesta perspectiva, o projeto e a execução não podem estar dissociados. 
Um existe em função do outro, o projeto só tem sentido pela possibilidade de ser executado, a 
obra só pode ser construída a partir do projeto (MAYER, 2000). 
2.2 HISTÓRICO DOS SPHS 
O abastecimento de água e a drenagem de águas residuais estão diretamente ligados 
ao desenvolvimento da civilização urbana. 
Os primeiros sistemas comunitários ou “públicos” tiveram origem na antiga 
civilização egípcia. No auge da civilização grega, Atenas possuía 20 aquedutos, construídos em 
barro e chumbo, sendo que já havia legislação em vigor sobre o uso da água (AFONSO, 2001). 
Segundo Palas (2013), os romanos desenvolveram e aperfeiçoaram técnicas de 
outros povos, dando importância a questões de ordem de saúde pública e saneamento básico, e 
por isso foram os grandes impulsionadores no que refere à evolução dos sistemas de 
abastecimento de água e coleta de esgotos. 
Em Roma, no séc. II a.C., a adução de água teria o valor de cerca de 13 m³/s para 
uma população superior a um milhão de habitantes. Só para o abastecimento da capital do seu 
 25 
império, os romanos construíram onze grandes aquedutos, totalizando 613 km. Os romanos 
desenvolveram também técnicas de aquecimento de água, que eram usadas nos seus famosos 
“banhos”, criaram ainda sistemas de alimentação de água fria e quente, em alguns casos já com 
recurso a torneiras (AFONSO, 2001). 
No que refere aos sistemas de esgotos, o mais antigo sistema conhecido foi 
realizado no Paquistão em 2500 a.C., era constituído por tubagens de grés, que conduziam as 
águas residuais por canais cobertos, que posteriormente desaguavam nos campos, regando e 
adubando as culturas. Em Roma, nos finais do séc. VI a.C., foi construída a chamada “Cloaca 
Máxima”, uma das mais antigas redes de esgotos do mundo, trata-se de um coletor feito de 
tijolos, com 3,5 m de diâmetro, inicialmente com a função de canal e posteriormente coberto 
(AFONSO, 2001). 
Na idade média, houve um enorme retrocesso nas condiçõesde salubridade, o que 
acarretou uma série de epidemias na Europa, não se tendo verificado durante cerca de um 
milénio qualquer inovação ao nível de engenharia sanitária (PALAS, 2013). 
Só em meados do séc. XIX, a Europa dispôs de um sistema público de 
abastecimento de água e de drenagem de águas residuais adequado, conseguindo igualar o nível 
alcançado pelos romanos na antiguidade. As primeiras redes públicas de drenagem ditas 
modernas, foram realizadas em 1843 em Hamburgo e em 1850 em Chicago, enquanto que a 
primeira estação elevatória municipal dos EUA foi construída em 1954, na Pensilvânia. A 
primeira estação de tratamento de água residuais foi em 1914, na cidade de Manchester 
(AFONSO, 2001). 
Analisando a evolução histórica dos aparelhos e dispositivos de utilização, a 
primeira bacia de retrete com descarga foi criada em 1585 e a primeira banheira individual com 
água quente e fria só veio a ser divulgada na segunda metade do séc. XI pelos americanos. O 
primeiro sistema de aquecimento solar de água surge em Israel no ano de 1955. Nos finais do 
séc. XIX, foram adotadas nas redes hidráulicas prediais, alguns métodos que ainda perduram 
nos nossos dias, como por exemplo a adoção de sifões, cujo objetivo é o de evitar a passagem 
de cheiros para o interior das habitações (AFONSO, 2001). 
 26 
2.3 PARTES DOS SPHS 
2.3.1 Instalações prediais de água fria (IPAF) 
Desde a antiguidade o homem procurou construir a sua moradia próxima das fontes 
de água. Com o passar do tempo, os avanços obtidos nos processos construtivos residenciais 
foram incorporando elementos e sistemas que possibilitassem que a água disponível nos 
mananciais fosse conduzida a cada ponto de utilização, no interior da edificação (VIEIRA, 
2016). 
A instalação predial de água fria integra um conjunto de tubulações, equipamentos, 
reservatórios, dispositivos destinados ao abastecimento dos aparelhos e pontos de utilização da 
água da edificação. A NBR 5626 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (1998), 
estabelece requisitos básicos e recomendações para elaboração de projetos, execução e 
manutenção dos sistemas prediais de água fria. 
A norma recomenda que o sistema preserve a potabilidade da água, garantindo um 
fornecimento contínuo, promovendo economia e possibilitando fácil manutenção do mesmo. 
2.3.1.1 Partes constituintes da IPAF 
O sistema predial de água fria pode ser dividido em três subsistemas: o de 
alimentação, o de reservação e o de distribuição. O subsistema de alimentação é constituído 
por um ramal predial, cavalete e alimentador predial; já o subsistema de reservação é formado 
por um reservatório inferior e superior, conjuntos elevatórios, tubulações de sucção e recalque. 
O subsistema de distribuição é composto pelo barrilete, coluna e ramais de distribuição 
(CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Carvalho Júnior (2018a) apresenta um esquema vertical mostrando as partes 
constituintes do sistema predial de água fria, conforme a Figura 2. 
 27 
Figura 2 - Partes constituintes de um sistema predial de água fria 
 
Fonte: Carvalho Júnior, 2018a. 
 28 
A entrada de água pela edificação é realizada por meio de um ramal predial 
executado pela própria concessionária local, interligando a rede pública de distribuição com a 
instalação predial. Posteriormente é instalado um dispositivo de medição de consumo, 
conhecido como hidrômetro, é exigido uma disposição para os encanamentos, essa canalização 
existente é denominada cavalete (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Atualmente, em edifícios de múltiplos apartamentos vem sendo adotada a medição 
de água individualizada, onde cada consumidor paga efetivamente pelo seu próprio consumo, 
reduzindo o desperdício de água. O conjunto de tubulações compreendidas entre o ramal predial 
e o reservatório é denominado alimentador predial (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Existem três tipos de sistema de abastecimento: o direto, o indireto e o misto. O 
sistema é direto quando a alimentação da distribuição é feita diretamente da rede pública de 
abastecimento. No sistema indireto adotam-se reservatórios, garantindo o abastecimento de 
água mesmo se o fornecimento da rede pública esteja interrompido, quando a pressão da rede 
pública é insuficiente, adota-se um sistema com bombeamento. Quando parte da alimentação 
predial é feita diretamente da rede pública e parte pelo reservatório superior é um sistema misto 
(CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
O sistema indireto com bombeamento é composto por bombas centrífugas 
(geralmente duas, sendo uma reserva), motores elétricos por indução (um para cada bomba), 
tubulação de sucção e recalque, registro de gaveta, válvula de pé com crivo (válvula de 
retenção), comando automático de boia e quadros elétricos (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Os reservatórios domiciliares têm sido comumente utilizados para compensar a 
falta de água da rede pública, em virtude das falhas existente no sistema de abastecimento e na 
rede de distribuição (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
O conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual derivam as 
colunas de distribuição é denominado barrilete. As colunas de distribuição alimentam os ramais, 
que alimentam os sub-ramais das peças de utilização (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Os registros são dispositivos destinados a controlar e interromper o fornecimento 
de água nas tubulações. O registro de gaveta tem a finalidade de fechar o fluxo de água e o 
registro de pressão, função de controlar a vazão de acordo com a necessidade do usuário 
(CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
 29 
2.3.1.2 Materiais utilizados nas IPAF 
Na primeira metade do século XX os materiais utilizados em instalações prediais 
de água eram confeccionados com material rígido, metálicos ou não. Nas décadas de 60 e 70, a 
evolução industrial no período pós-guerra trouxe para os sistemas prediais materiais plásticos, 
principalmente o PVC, considerado mais leve, fácil de instalar e com baixa rugosidade, 
favorecendo o desempenho hidráulico (RAMOS, 2010). 
A utilização dos polímeros apresenta vantagens em relação aos materiais 
tradicionais, como o ferro galvanizado ou o cobre, especialmente por sua durabilidade. Este é 
o caso do PVC, um polímero com ciclo de vida útil longo entre 15 a 100 anos. Entre suas 
aplicações diversas, a construção civil representa 64% da demanda por esse produto 
(HIPÓLITO et al., 2013). 
Normalmente as tubulações destinadas ao transporte de água potável são 
executadas em PVC rígido marrom, com diâmetros externos que variam em 20 mm a 110 mm. 
Além da durabilidade, o PVC possui resistência a corrosão e baixo custo, entretanto é pouco 
resistente a exposição ao calor (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Os tubos metálicos de ferro galvanizados, apresentam maior resistência mecânica, 
mas são suscetíveis a corrosão, possibilitando alterações das características físico-químicas da 
água. Os tubos de cobre também podem ser utilizados no sistema de água fria, todavia seu custo 
é elevado comparado ao PVC (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
A tubulação de PEX, composta por tubos flexíveis, é um sistema bastante utilizado 
no mercado Europeu e América do Norte, e está sendo lentamente adotada no Brasil. A 
utilização desse método compete às necessidades de uma obra mais limpa, com processos 
eficientes e eficazes. Esse sistema de instalação possui semelhanças com os serviços de 
instalação elétrica, sendo embutidos nas lajes e alvenarias, reduzindo o uso das conexões 
(CURTINHAS et al., 2018). 
2.3.2 Instalações prediais de água quente (IPAQ) 
O sistema predial de água quente é o responsável por oferecer ao usuário as 
condições de conforto e higiene em atividades importantes como o banho e lavagem de louças. 
As instalações prediais de água quente são regidas pela NBR 7198 da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (1993). Existem alguns parâmetros a serem considerados no estabelecimento 
 30 
do consumo de água quente, dentre eles, as condições climáticas,as características de instalação 
e as peculiaridades de utilização do sistema. 
A produção de água quente deverá ser feita a partir de um processo de transferência 
de calor de uma fonte energética, para que água aqueça até determinada temperatura. A 
definição do sistema de aquecimento adotado deverá determinar a necessidade ou não de haver 
armazenamento da água quente, bem como a temperatura final de aquecimento de água 
(BENEDICTO, 2009). 
 O projetista responsável deverá determinar a melhor forma de abastecimento, 
levando em consideração a opção mais econômica e de maior sustentabilidade. O sistema 
deverá ser adequado ao desempenho dos equipamentos e a distribuição de água quente poderá 
ser feita com ou sem recirculação. Segundo Cardão (1973), quando se trata do uso habitacional, 
a água deverá ser utilizada a uma temperatura média de 36 ºC. 
Devido ao aumento das tarifas de energia elétrica, a energia solar vem sendo cada 
vez mais adotada no segmento de aquecedores de água, o desenvolvimento tecnológico desse 
sistema vem reduzindo o custo de implementação, compensando um custo-benefício que gera 
segurança, ecologia e economia. O sistema de energia solar apresenta muitas vantagens, além 
da fácil manutenção e economia de energia, é uma fonte inesgotável e sem poluição ambiental, 
no entanto é necessário a utilização de um sistema misto de aquecimento, devido aos dias 
nublados ou chuvosos (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
2.3.2.1 Partes constituintes das IPAQ 
Existem no mercado diversos equipamentos para aquecimento, reservação e 
distribuição de água quente, atualmente há três formas de aquecimento, o individual (local), o 
central privado e o central coletivo. 
O sistema é individual quando se alimenta apenas uma única peça, também 
chamado de local quando alimenta somente um compartimento sanitário. O sistema central 
privado é quando atende uma única unidade habitacional, alimentando diversos pontos de 
consumo, como cozinhas e banheiros, já o sistema central coletivo é quando um único conjunto 
de aquecimento alimenta várias unidades habitacionais dentro de um edifício (CARVALHO 
JÚNIOR, 2018a). 
Dentre as opções de sistema central coletivo, podem-se citar: o sistema de 
aquecimento solar, os sistemas de aquecimento indireto como geradoras de água quente de alta 
 31 
eficiência e as geradoras de água quente horizontal, sistema de aquecimento conjugado e as 
geradoras de água quente vertical (BENEDICTO, 2009). 
Nas IPAQ ocorre a perda de calor, por convecção, radiação e condução, na 
circulação da água ao longo da rede de alimentação. Ou seja, se durante algum tempo não 
houver consumo, água fica parada na tubulação, ocorrendo a queda de temperatura, afetando o 
conforto dos usuários e o desempenho do sistema. A solução é empregar um sistema de 
recirculação, onde a água retorna do ponto de consumo para sistema de aquecimento central, 
mesmo quando todos os pontos estão fechados (BENEDICTO, 2009). 
A distribuição do sistema de água quente é feita por encanamentos completamente 
independentes do IPAF. Deve ser previsto registro de gaveta no início de cada coluna ou ramal 
de distribuição, também junto aos aparelhos e dispositivos utilizados no mesmo. O ponto de 
água quente deve ser localizado à esquerda do ponto de água fria, e caso a temperatura da água 
seja superior a 40 ºC é obrigatório a utilização de misturadores (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Os aquecedores são aparelhos destinados a aquecer a água, a sua fonte de calor pode 
ser elétrica, a gás ou a energia solar. Os aquecedores elétricos utilizam energia como fonte de 
aquecimento, são compactos e fáceis de instalar, mas apresentam a desvantagens do alto custo 
do kW, baixa pressão e pouca vazão de projeto (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
 Os aquecedores elétricos de passagem são dispositivos interpostos na tubulação, 
que aquecem a água que faz a passagem pelo aparelho, como chuveiros elétricos e torneiras 
elétricas. Os aquecedores elétricos de acumulação, conhecidos também por boiler, acumulam e 
fornecem água de imediato, na temperatura desejada, proporcionando um maior conforto ao 
usuário, eles também deverão ser providos de isolamento térmico (CARVALHO JÚNIOR, 
2018a). 
Os aquecedores a gás apresentam melhor pressão de água que os similares elétricos 
e água quente para uso imediato, ele deve estar de acordo com as normas e especificações, 
garantindo a estanqueidade do sistema. O modelo de passagem tem instalação simples, 
evidenciando conforto e encomia ao usuário, basta abrir a torneira para o aquecedor ligar 
automaticamente. O aquecedor de acumulação é bem maior que o de passagem, sua utilização 
só se justifica quando consome grande quantidade de água simultaneamente (CARVALHO 
JÚNIOR, 2018a). 
Para controle da pressão na rede, deve-se adotar o uso de válvula redutora de 
pressão (VRP), cuja função é reduzir a pressão de abastecimento à um valor desejado e 
constante. Os materiais e componentes utilizados na rede de alimentação de água a jusante e a 
 32 
montante da VRP, deverão ter resistência mecânica às pressões de serviço e a temperatura às 
quais o sistema estará submetido (BENEDICTO, 2009). 
2.3.2.2 Materiais utilizados nas IPAQ 
Os principais materiais utilizados para condução de água quente no Brasil são: 
CPVC, cobre, PPR e PEX. A tubulação deve ser resistente a temperatura máxima de 70 ºC e 
levar em consideração os efeitos de dilatação térmica, devido a variação de temperatura do 
sistema (BENEDICTO, 2009). 
2.3.3 Instalações de esgoto sanitário (IPES) 
A partir do instante em que a água foi disponibilizada nos pontos de uso das 
edificações, por meio das instalações de água fria, tornou-se necessário resolver o problema 
gerado com o seu uso, houve então a necessidade de desenvolver-se um sistema que coletasse 
e encaminhasse os efluentes domésticos para uma destinação final (VIEIRA, 2016). 
As instalações prediais de esgoto sanitário têm por função, coletar e conduzir os 
despejos do uso de aparelhos sanitários a um destino apropriado. O destino final dos esgotos 
pode ser a rede pública coletora de esgotos ou um sistema particular de tratamento. 
As condições técnicas de projeto e execução são fixadas pela NBR 8160 da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1999), em atendimento as exigências de higiene, 
conforto, economia e segurança, o sistema deve ser projetado de modo a evitar a contaminação 
da água, permitindo um rápido escoamento da água utilizada, impedir que os gases provenientes 
do sistema atinjam as áreas de utilização, entre outras exigências mínimas de utilização que 
garantem a qualidade de consumo. 
Quando não houver rede pública adota-se um sistema individual de esgoto, como o 
conjunto de fossa séptica e sumidouro, o dimensionamento é realizado em função do número 
de moradores da edificação, deve ser levando em consideração também o padrão da construção, 
uma vez que o volume de resíduos gerados é proporcional ao volume de água consumido 
(CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
 33 
2.3.3.1 Partes constituintes das IPES 
Os principais componentes de um sistema predial de esgoto sanitário são: 
aparelhos, desconectores ou sifões, ralos, caixas sifonadas, ramal de descarga, ramal de esgoto, 
tubo de queda, coluna de ventilação, subcoletor e coletor predial, dispositivos de inspeção e 
válvula de retenção, ilustrados na Figura 3 (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Figura 3 - Partes constituintes de uma instalação predial de esgoto 
 
Fonte: Carvalho Júnior, 2018a. 
O ramal de descarga recebe os efluentes dos aparelhos sanitários. O ramal da bacia 
sanitária deve ser ligado diretamente à caixa de inspeção ou no tubo de queda de esgoto, os 
ramais do lavatório e ralo deverão ser ligados a caixa sifonada e os ramais de gordura devem 
ser ligados a caixas de gordura ou tubos de queda específicos de gordura (CARVALHO 
JÚNIOR, 2018a). 
O desconector, conhecido como sifão, é um dispositivode fecho hídrico, destinado 
a vedar a passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto, de acordo com a 
norma, todos os aparelhos sanitários devem ser protegidos por desconectores. A caixa sifonada, 
que recebe efluentes de um conjunto de aparelhos de uma mesma unidade autônoma (lavatórios, 
bidês, banheiras e chuveiros), é provida de desconector (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Os chuveiros e água de lavagem de pisos podem ser coletadas por ralos simples 
(secos), são ralos sem proteção hídrica, os quais devem ser ligados às caixas sifonadas. Além 
 34 
desse tipo de ralo, temos outros modelos como o ralo de saída articulada (ideal para coletar 
água de terraços e pisos), ralo antiespuma (bloqueia o retorno do ralo ou caixa sifonada), ralo 
anti-infiltração (impede a infiltração de água entre o piso e caixa sifonada) e o ralo linear 
(CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
O ramal de esgoto é o tubo que sai da caixa sifonada, ele deve ser ligado diretamente 
a caixa de inspeção (em pavimento térreo) ou ao tubo de queda (pavimento sobrepostos). O 
tubo de queda recebe os efluentes dos ramais de esgoto e dos ramais de descarga, ele deve ser 
instalado na vertical, de preferência sem desvios e com diâmetro uniforme, este diâmetro que 
não deve ser inferior ao mínimo da maior tubulação a ele ligada (CARVALHO JÚNIOR, 
2018a). 
A Figura 4 possibilita a visualização de como deve ser realizada a ligação do ramal 
de esgoto. 
Figura 4 - Ligação de ramal de esgoto 
 
Fonte: Carvalho Júnior, 2018a. 
Os tubos e colunas de ventilação são destinados a possibilitar escoamento de ar 
atmosférico em direção ao interior das instalações e vice-versa, sua extremidade superior deve 
ser aberta para atmosfera, ultrapassando a cobertura em, no mínimo, 30cm. O ramal de 
ventilação faz a ligação do desconector, ou ramal de descarga, ou ramal de esgoto a uma coluna 
 35 
ou tubo de ventilação, essa ligação deve ser feita visando impedir o acesso do esgoto sanitário 
ao seu interior (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
O subcoletor é o trecho compreendido entre o tubo de queda e a caixa de inspeção, 
além daqueles demais trechos que interligam as diversas caixas de inspeção existentes. Já o 
coletor predial é o trecho compreendido entre a última inserção de subcoletor e a fossa séptica 
ou rede de esgotos (VIEIRA, 2016). 
As caixas de inspeção são destinadas a permitir a limpeza e desobstrução das 
tubulações de esgoto, são instaladas em mudanças de direção ou quando o comprimento da 
tubulação for superior a 12m, com lados internos ou diâmetro mínimo de 60cm. A caixa de 
gordura tem a função de reter as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, evitando que estes 
componentes escoem livremente pela rede de esgoto (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
2.3.3.2 Materiais utilizados nas IPES 
Os materiais usualmente empregados nos sistemas prediais de esgoto sanitário são 
o PVC (série normal e reforçada) e o ferro fundido. Os tubos de PVC, geralmente, são 
empregados em tubulações embutidas, já os tubos de ferro, em tubulações aparente, onde existe 
a possibilidade de ocorrer acidentes, como garagens ou pilotis (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
2.3.4 Instalações prediais de esgoto pluvial (IPEP) 
As águas pluviais são originadas a partir das chuvas. O sistema de captação destina-
se ao recolhimento e condução dessas águas, visando um melhor escoamento, protegendo a 
edificação de umidade excessiva e evitando alagamentos. As águas pluviais não podem ser 
interligadas com outras instalações prediais, portando, não podem ser lançadas em redes 
coletoras de esgoto. O sistema pode ser instalado para servir de coleta e armazenamento da água 
da chuva, possibilitando o reaproveitamento (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
A norma que fixa as exigências e os critérios mínimos de utilização é a NBR 10844 
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (1989). Segundo a mesma, as instalações de 
drenagem devem recolher e conduzir a água até os locais permitidos, utilizando dispositivos e 
materiais compatíveis, não provocando ruídos, entre outras exigências que garantem níveis 
aceitáveis de funcionalidade. 
 36 
O sistema deve ser calculado levando em consideração a capacidade de escoamento 
das redes públicas de drenagem, a intensidade pluviométrica da região e a área de contribuição 
da residência (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
2.3.4.1 Partes constituintes das IPEP 
O sistema de drenagem é constituído por calhas, condutores verticais e horizontais. 
As calhas devem coletar as águas sobre o telhado e conduzi-las aos condutores verticais, que 
devem suportar a vazão de projeto. Esta vazão é calculada a partir da intensidade de chuva para 
determinada localidade e um certo período de retorno (número médio de anos em que, para a 
mesma duração de precipitação, uma determinada intensidade pluviométrica é igualada ou 
ultrapassada apensa uma vez). As calhas devem ter declividades mínimas, com intuito que não 
ocorra acúmulo de água em seu interior (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Os condutores verticais conduzem as águas coletadas para as redes coletoras, ou 
despeja-as pela superfície do terreno. Os condutores horizontais conduzem a água coletada dos 
condutores verticais ou da superfície do terreno até os locais permitidos, como à sarjeta da rua 
(CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
A caixas coletoras de águas pluviais devem ser independentes das caixas coletoras 
de esgoto sanitário. Sempre que houver possibilidade de arrastamento de lama e de areia para 
tubulação, utiliza-se a caixa de areia. Devem ser utilizadas quando houver mudança de direção, 
de diâmetro e de declividade da tubulação (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
2.3.4.2 Materiais utilizados nas IPEP 
Os materiais mais comuns são os mesmos da instalação predial de esgoto sanitário, 
tubos de PVC e ferro fundido, ainda pode ser o fibrocimento ou aço galvanizado (CARVALHO 
JÚNIOR, 2018a). 
2.4 DESEMPENHO DOS SPHS 
A definição de desempenho pode ser estabelecida como um conjunto de 
comportamentos de um sistema que atenda as exigências dos usuários. Segundo Ferreira (1986) 
desempenho é o ato ou efeito de desempenhar; execução de um trabalho, atividade, 
empreendimento, etc., que exige competência e/ou eficiência. 
 37 
O desempenho de um sistema ao longo de sua vida útil está diretamente ligado ao 
trabalho para qual foi projetado, desde que sejam feitas manutenções preventivas. É envolto de 
diversas etapas como a necessidade dos usuários, condição de exposição e definição de 
critérios. 
As avaliações de desempenho em edificações representam uma contribuição à 
especificação de materiais e à definição de espaços previamente definidos para cada 
tipologia e, uma vez baseadas na opinião dos usuários, podem resultar em maior êxito 
que o obtido pelas normas prescritivas. (BARROS, 2004, p. 6). 
De acordo com Benedicto (2009), a ocorrência de problemas patológicos também 
poderá afetar o desempenho do sistema, fazendo com que fique abaixo do mínimo requerido. 
Neste caso, as intervenções de manutenção corretiva serão necessárias para que o sistema volte 
a atuar com desempenho acima do mínimo requerido. Mesmo assim, é importante dar 
prosseguimento às inspeções periódicas e manutenções preventivas. 
A aplicação dos conceitos de desempenho serve para termos uma maior concepção 
do que é e como funciona os sistemas prediais. Existe então, uma lista de desempenho mínimo 
obrigatório que segue as diretrizes da norma International Organization for Standardization 
(ISSO) 6241 (1984), citados na Tabela 1. 
Tabela 1 - Proposta de requisitos de desempenho 
Estabilidade 
Segurança ao Fogo 
Estanqueidade 
Conforto Acústico 
Conforto Tátil 
Conforto Antropodinâmico 
Higiene 
Adequabilidade de Espaços para Usos Específicos 
Durabilidade 
Economia 
Conservação Ambiental 
Fonte: Elaboração dos autores, 2019. Adaptado de ISO 6241 (1984). 
Na maioria dos países, o desenvolvimento dos projetos inicia pela definição do 
desempenho doedifício, para depois definirem- as tecnologias construtivas a serem utilizadas. 
Já no Brasil, na maior parte das vezes, define-se primeiro as questões de arquitetura e custos, 
para, posteriormente, considerar o atendimento às exigências de desempenho. Esse cenário 
 38 
tende a mudar com a entrada da norma brasileira de desempenho de edifícios habitacionais, 
NBR 15575 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2013), que estabelece requisitos e 
critérios de desempenho, bem como os respectivos métodos de avaliação, para cinco 
subsistemas de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos (estruturas, pisos, vedações 
verticais, coberturas e instalações), além dos requisitos para o edifício como um todo 
(OLIVEIRA; MITIDIERI FILHO, 2012). 
2.5 NORMATIZAÇÃO 
A tendência atual é de que os projetos de edifícios sejam concebidos com enfoque 
em desempenho, o que significa considerar os requisitos de desempenho desde a fase de 
concepção, nas definições das exigências do programa de necessidades. Cada vez mais a prática 
de projetar com enfoque em desempenho deve ser incorporada ao processo de projeto, 
principalmente em razão das crescentes preocupações com durabilidade e sustentabilidade 
(OLIVEIRA; MITIDIERI FILHO, 2012). 
Qualquer que seja o material escolhido, para qualquer uma das instalações é 
importante verificar se obedecem a alguns parâmetros fixados pelas normas brasileiras. Ao 
comprar tubos e conexões, deve-se averiguar se contêm a marcação com o número da norma 
ABNT correspondente e a marca do fabricante. A falta de observância da norma pode 
comprometer a qualidade da obra (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
Além das normas referentes a projeto e execução que serão descritas a seguir, 
existem diversas normas relacionadas aos equipamentos utilizados, frisando a importância da 
escolha de louças e metais de qualidade que seguem as normas específicas. 
O conhecimento das normas técnicas é tão importante quanto o conhecimento de 
alguns códigos estaduais e municipais, muitos órgãos e entidades possuem suas próprias 
regulamentações, que devem ser analisadas e consideradas (CARVALHO JÚNIOR, 2018a). 
2.5.1 NBR 5626: Instalação predial de água fria 
A NBR 5626: Instalação predial de água fria (ABNT, 1998), define termos 
fundamentais para projeto, execução e manutenção das instalações prediais de água fria 
garantindo um bom desempenho. Ela se aplica em qualquer sistema predial que faça uso 
doméstico de água, sendo residencial ou não. 
 39 
De acordo com a norma, os sistemas prediais de água fria devem ser projetados de 
modo que, durante a vida útil do edifício que as contém, atendam os seguintes requisitos gerais: 
● Preservar a potabilidade da água; 
● Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada, com 
pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos 
sanitários, peças de utilização e demais componentes; 
● Promover economia de água e energia; 
● Possibilitar manutenção fácil e econômica; 
● Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente; 
● Proporcionar conforto aos usuários prevendo peças de utilização adequadamente 
localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais 
exigências do usuário. 
A norma estabelece também exigências e recomendações sobre os materiais e 
componentes empregados nas instalações de água fria. Podem ser utilizados materiais metálicos 
de aço-carbono, cobre, chumbo, ferro fundido e materiais plásticos como poliéster com fibra de 
vidro, polipropileno e PVC rígido, desde que atendam as especificações designadas. 
Referente ao abastecimento, a norma traz especificações quanto aos reservatórios, 
que devem preservar o padrão de potabilidade, não transmitindo gosto, cor, odor ou toxidade à 
água, nem promover ou estimular o crescimento de microrganismo, devem ser estanques, com 
tampas, instalados de modo a possibilitar a limpeza e inspeção. 
A norma ainda prevê que o projeto de instalação predial de água fria deve ser 
elaborado de modo a tornar o mais eficiente possível o uso da água e energia nele utilizados. 
Por fim, em relação a entrega da instalação predial, a norma cita que deve ser 
entregue em condições de uso, sendo executado limpeza e desinfecção para garantir água com 
padrão de potabilidade. 
2.5.2 NBR 7198: Projeto e execução de instalações prediais de água quente 
A NBR 7198: Projeto e execução de instalações prediais de água quente (ABNT, 
1993), fixa exigências mínimas de higiene, segurança, economia e conforto dos usuários. Sendo 
utilizada para uso humano com temperatura máxima de 70 ºC. 
As instalações de água quente devem ser projetadas e executadas de modo a: 
 40 
● Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente e 
temperatura controlável, com segurança aos usuários, com as pressões e 
velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários e 
das tubulações; 
● Preservar a potabilidade da água; 
● Proporcionar o nível de conforto adequado aos usuários; 
● Racionar o consumo de energia. 
De acordo com a norma citada acima, a implementação das instalações prediais de 
água quente, inclusive a instalação de aquecedores, devem ser realizadas observando-se, além 
das condições específicas, as prescrições do projeto, as normas brasileiras relativas aos 
materiais e componentes utilizados. 
Por fim, os trabalhos executados devem ser verificados após e durante o andamento 
dos sistemas, através de ensaios realizados. Qualquer alteração durante a execução só pode 
ocorrer com o aval do projetista. 
2.5.3 NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitários 
A NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução (ABNT, 
1999), defini exigências e recomendações para projeto, execução e manutenção das instalações 
prediais de esgoto sanitário, não sendo aplicada em esgoto industrial. 
Segundo esta norma, os sistemas de esgoto sanitário têm funções de coletar e 
conduzir os despejos provenientes do uso adequado dos aparelhos à um destino apropriado. 
Para isso, as instalações devem ser projetadas da seguinte forma: 
● Evitar a contaminação da água, de forma a garantir a sua qualidade de consumo, 
tanto no interior dos sistemas de suprimento e de equipamentos sanitários, como 
nos ambientes receptores; 
● Permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos, 
evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos no interior das 
tubulações; 
● Impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial de esgoto 
sanitário atinjam áreas de utilização; 
● Impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema; 
● Permitir que os seus componentes sejam facilmente inspecionáveis; 
 41 
● Impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação; 
● Permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos que facilitem 
a sua remoção para eventuais manutenções. 
Os aparelhos que compõe o sistema são os aparelhos sanitários, desconectores, 
ramais de descarga e de esgoto, tubos de queda, subcoletores e coletores predial, caixas de 
gordura, caixas de inspeção e componentes para o subsistema de ventilação. A norma descreve 
cada um e o modo que devem ser instalados, seus devidos dimensionamentos, usos, operações 
e manutenções. 
Além da norma citada, para dimensionamento das estações de tratamento individual 
de água residual deve ser levado em consideração a NBR 7229: Projeto, construção e operação 
de sistemas de tanques sépticos (ABNT, 1997) e a NBR 13969: Tanques sépticos - Unidades 
de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e 
operação (ABNT, 1997). 
2.5.4 NBR 10844: Instalação predial de águas pluviais 
A NBR 10844: Instalações prediais de águas pluviais (ABNT, 1989), fixa critérios 
de projetos das instalações de drenagem de águas pluviais, buscando bomfuncionamento do 
sistema quanto aos níveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e 
economia. 
Elas devem ser projetadas de acordo com as seguintes exigências: 
● Recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos dispositivos 
legais; 
● Ser estanques; 
● Permitir a limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação; 
● Absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que estão submetidas; 
● Quando passivas de choques mecânicos, ser constituídas de materiais resistentes 
a estes choques; 
● Nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes às intempéries; 
● Nos componentes em contato com outros materiais de construção, utilizar 
materiais compatíveis; 
● Não provocar ruídos excessivos; 
● Resistir às pressões a que podem estar sujeitas; 
 42 
● Ser fixadas de maneira a assegurar resistência e durabilidade. 
Para a determinação da intensidade pluviométrica, é tomado como base dados 
pluviométricos locais. 
A instalação predial de águas pluviais se destina exclusivamente ao recolhimento e 
condução das águas pluviais, não podendo haver ligação com outros sistemas e não devendo 
ser lançadas em redes de esgoto que são usadas apenas para águas residuárias. 
2.5.5 NBR 15575: Desempenho de edificações habitacionais 
A NBR 15575: Desempenho de edificações habitacionais (ABNT, 2013), descreve 
os requisitos para a avaliação de desempenho dos SPHS. Segundo sua introdução, as normas 
de desempenho buscam atender as exigências dos usuários, independente do material que 
constitui os sistemas, focando no seu comportamento quanto ao uso. 
Todas as normas em vigor, até o surgimento desta, são prescritivas, ou seja, uma 
série de requisitos e critérios para um material ou procedimento específico, tratado do modo 
que o produto deve ser quando vai à obra, já a norma de desempenho regulamenta a forma como 
a edificação deve se comportar depois de entregue. 
Normas de desempenho são estabelecidas buscando atender às exigências dos 
usuários que, no caso desta Norma, referem-se a sistemas que compõem edificações 
habitacionais, independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema 
construtivo utilizado. (NBR 15575-1 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, 
2013, p. 1). 
A norma de desempenho foi criada pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil 
(ABNT/CB-02) e pela Comissão de Estudos de Desempenho de Edificações (CE-02.136.01). 
Entrou em vigor pela primeira vez em 2008, porém, não era prevista para ser aplicada em 
empreendimentos residenciais que estavam sendo projetados naquela época, assim, passou por 
análises e entrou oficialmente em vigor a NBR 15575: Desempenho de edificações 
habitacionais, a partir de julho de 2013. 
A norma foi então dividida em 6 partes, um conjunto normativo bastante amplo, 
sendo eles: 
● NBR 15575-1: Parte 1 – Requisitos gerais (ABNT, 2013); 
● NBR 15575-2: Parte 2 – Requisitos para os sistemas estruturais (ABNT, 2013); 
● NBR 15575-3: Parte 3 – Requisitos para os sistemas de pisos (ABNT, 2013); 
 43 
● NBR 15575-4: Parte 4 – Requisitos para os sistemas de vedação verticais internas 
e externas (ABNT, 2013); 
● NBR 15575-5: Parte 5 – Requisitos para os sistemas de cobertura (ABNT, 2013); 
● NBR 15575-6: Parte 6 – Requisitos para os sistemas hidrossanitários (ABNT, 
2013). 
2.5.5.1 Parte 1: Requisitos gerais 
A NBR 15575-1: Parte 1 – Requisitos gerais (ABNT, 2013), trata dos requisitos e 
critérios gerais de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais, bem como as interações 
entre os diferentes elementos da obra, avaliando-os também de forma isolada. Para efeitos da 
norma, a edificação deve atender às exigências de desempenho mínimo para cada item citado 
abaixo: 
● Segurança estrutural; 
● Segurança contra o fogo; 
● Segurança no uso e na operação; 
● Estanqueidade; 
● Desempenho térmico; 
● Desempenho acústico; 
● Desempenho lumínico; 
● Saúde, higiene e qualidade do ar; 
● Conforto tátil e antropodinâmico; 
● Durabilidade; 
● Manutenibilidade; 
● Impacto ambiental. 
A norma estabelece também o tempo vida útil para cada um dos sistemas desde que 
o programa de manutenção seja seguido, entretanto, o prazo de garantia certificada é definido 
pelo projetista, construtor e incorporador e, segundo a norma, recomenda-se que os prazos de 
garantia sejam iguais ou maiores que o tempo de vida útil indicado para cada elemento. 
De acordo com a referida norma técnica, serão discutidos conceitos a seguir: 
Vida útil (VU): Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam 
às atividades para as quais foram projetados e construídos considerando a periocidade 
e correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual 
 44 
de Uso, Operação e Manutenção (a VU não pode ser confundida com o prazo de 
garantia legal e certificada). (NBR 15575-1 da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, 2013, p. 1). 
Vida útil de Projeto (VUP): Período estimado de tempo para o qual um sistema é 
projetado a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nesta norma, 
considerando o atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio do 
conhecimento no momento do projeto e supondo o cumprimento da periocidade e 
correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual 
de Uso, Operação e Manutenção (a VUP não deve ser confundida com tempo de vida 
útil, durabilidade, prazo de garantia legal e certificada). (NB 15575-1 da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas, 2013, p. 1). 
Prazo de garantia Legal: Período de tempo previsto em lei que o consumidor dispõe 
para reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de produtos duráveis. (NBR 
15575-1 da Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2013, p. 1). 
Prazo de garantia Certificada: Período de tempo, acima do prazo de garantia legal, 
oferecido voluntariamente pelo fornecedor na forma de certificado ou termo de 
garantia de contrato, para que o consumidor possa reclamar dos vícios (defeitos) 
verificados na compra do seu produto. Este prazo pode ser diferenciado para cada um 
dos componentes do produto a critério do fornecedor. (NBR 15575-1 da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas, 2013, p. 1). 
2.5.5.2 Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais 
A NBR 15575-2: Parte 2 – Requisitos para os sistemas estruturais (ABNT, 2013), 
não propõe mudanças na forma de construir e projetar, mas denomina requisitos para os 
sistemas estruturais, estabelecendo limites, bem como indicando métodos para mensurar os 
impactos que a estrutura deve suportar. 
2.5.5.3 Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos 
A NBR 15575-3: Parte 3 – Requisitos para os sistemas de pisos (ABNT, 2013), traz 
requisitos técnicos para os sistemas de pisos tanto em ambientes internos quanto externos. 
2.5.5.4 Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedação verticais internas e externas 
A NBR 15575-4: Parte 4 – Requisitos para os sistemas de vedação verticais internas 
e externas (ABNT, 2013), abrange os requisitos e métodos para a avaliação de desempenho dos 
sistemas de vedação verticais internas e externas (SVVIE) das edificações habitacionais, que 
podem assumir funções estruturais como estanqueidade, isolamento térmico e acústico, 
capacidade de fixação de peças, capacidade de suporte a esforços de uso entre outros que não 
afetam os demais elementos da construção, mas que influenciam no desempenho da edificação. 
 45 
2.5.5.5 Parte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura 
A NBR 15575-5: Parte 5 – Requisitos para os sistemas de cobertura (ABNT, 2013), 
prescreve os requisitos mais impactantes para a edificação como a durabilidade dos sistemas, 
segurança e saúde dos usuários, resistência ao fogo, estanqueidade e segurança estrutural. 
O sistema de cobertura (SC) é a parte mais exposta da edificação, exercendo 
funções importantes que podem interferir diretamente

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