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Fome e Saciedade Regulação do Metabolismo Energético e do Peso Corporal Fome, saciedade, peso e metabolismo energético são questões biológicas e sofrem interferências de questões culturais, sociais e emocionais; O hipotálamo regula a fome, saciedade e o peso corporal. Ele é um local importante para regular o metabolismo – faz a conexão entre o que está ocorrendo no meio interno e o que está ocorrendo no meio externo; Balanço Energético: A fome e saciedade se relacionam bastante com o peso e metabolismo energético do nosso corpo; O peso corporal depende de alguns fatores, como o quanto adquirimos de energia e quanto gastamos de energia. Esse balanço entre o que “entra” e o que “sai” é o que define o peso corporal; A energia entra na forma de alimento. As principais fontes de energia são carboidratos, proteínas e gorduras; Gastamos energia devido ao RMR (que representa a maior fração de energia gasta e é a taxa do metabolismo basal), exercícios e estilo de vida; O gasto energético do indivíduo envolve: -Metabolismo Basal dos Tecidos: 60-70%; -Gasto Energético durante alimentação: 5-15%; -Atividades físicas espontâneas: 20-30%; Vários fatores podem aumentar ou diminuir a taxa metabólica, como hormônios; Se entrar mais energia do que gasta – tem um aumento de peso. Se precisa perder peso – é preciso gastar mais calorias do que é consumido; Dependendo dos tipos de alimentos que comemos, podemos gastar mais energia do que adquirir – gasto com a digestão do alimento. Manutenção do Peso Corporal: BALANÇO ENERGÉTICO GORDURA CORPORAL INGESTÃO = GASTO NORMAL INGESTÃO > GASTO OBESIDADE INGESTÃO < GASTO INANIÇÃO O gasto metabólico pode ser maior em pessoas que possuem uma predisposição genética; Fatores que contribuem para a manutenção do peso corporal: -Aspectos genéticos: fator neurotrófico do cérebro (BDNF) e receptor de melanocortina 4 (MCR4); -Disponibilidade de alimento; -Qualidade e palatabilidade do alimento; -Aspectos culturais; -Circuito neural da fome e saciedade/ gasto energético (hipotálamo); REGULAÇÃO DA MASSA CORPORAL Alimentos ultra processados geralmente alteram a palatabilidade e estimulam zonas da língua, enquanto anestesiam as outras – o que leva a não identificar o real sabor do alimento (gera um vício). Conceitos Básicos: Fome = objetivo de suprir a necessidade energética. Necessidade de ingestão de alimentos, sem ligar qual o tipo de comida. Ou seja, necessidade de ingestão de alimentos como resultado da diminuição de reservas energéticas; Apetite = desejo de ingerir determinado alimento, por questões cognitivas/psicológicas, mas também por alguma demanda do corpo (algum nutriente em déficit). Ou seja, é o desejo de ingerir um alimento associado ao prazer que o nutriente promove; Saciedade = é o desaparecimento do apetite ou da fome como resultado de reestabelecimento ou aumento das reservas energéticas; *Anorexia é a redução do apetite; Regiões Neurais Responsáveis pela Fome e pela Saciedade: Como o nosso cérebro entende a fome e saciedade; erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar A imagem anterior mostra um corte coronal do cérebro. Ela demonstra alguns núcleos hipotalâmicos (neurônios que se organizam em conjuntos) – o núcleo arqueado, o núcleo paraventricular, o núcleo dorsomedial (atrás do paraventricular) e área hipotalâmica lateral; NÚCLEO ARQUEADO- fica em uma região em que há a ausência da barreira hematoenecefálica – ou seja, muitos elementos presentes do organismo presentes na circulação sanguínea chegam lá. Por isso, ele é um sensor para perceber a quantidade de nutrientes (como glicose, lipídios, aa e hormônios circulantes) no nosso corpo. Ele analisa como está a quantidade de substratos energéticos no corpo e envia comandos para as outras áreas, como o núcleo paraventricular e a área hipotalâmica lateral; NÚCLEO PARAVENTRICULAR- está relacionado com respostas autonômicas simpáticas e endócrinas (como os eixos hipotálamo-hipófise-tireoide e hipotálamo-hipófise-suprarrenal). Ela recebe a mensagem do núcleo arqueado e tem a ação efetora (simpática ou endócrina); ÁREA HIPOTALÂMICA LATERAL- possui muitos feixes nervosos que se correlacionam com o córtex cerebral, gerando uma resposta motora (comportamento frente a fome ou comportamento frente à saciedade). Também possui influências olfativas e visuais. Ou seja, existe uma relação entre os aspectos cognitivos e sensoriais e os núcleos da mastigação e da deglutição. Está relacionada com a fase cefálica da digestão. Possui muitos neurônios de integração, por isso gera ajustes viscerais frente a estímulos cognitivos e ambientais; Os núcleos arqueado e paraventricular e a área hipotalâmica lateral geram a resposta diante a falta ou excesso de energia no organismo. O Hipotálamo e seu Papel no Comportamento Alimentar: No núcleo arqueado existem dois tipos de neurônios: o neurônio que produz neuropeptídeo Y (NPY) e peptídeo relacionado a agouti (AGRP) quando é ativado e possui efeito orexigênico e o neurônio que sintetiza a pró-opiomelanocortina (POMC) e um transcrito relacionado à anfetamina e cocaína (CART) e tem ação anorexigênica. Esses dois tipos possuem projeções para o núcleo paraventricular (podendo ativar ou inibir os neurônios existentes na região). Além disso, podem interferir na atividade dos neurônios da área hipotalâmica lateral; O núcleo paraventricular possui neurônios que produzem TRH, neurônios que produzem CRH (que ativam os eixos endócrinos) e neurônios que ativam o sistema nervoso simpático; Quando a área hipotalâmica lateral é ativada leva a um comportamento alimentar; VIA ANOREXIGÊNICA- quando essa via é ativada há a redução do apetite. Quando os neurônios de POMC e CART são ativados no núcleo arqueado, as substâncias próprias são liberadas para o núcleo paraventricular. Então, os neurônios do núcleo paraventricular vão ser ativados e vai ocorrer um aumento da secreção de TRH e CRH (o que aumenta o metabolismo). *T3 e T4 aumentam o metabolismo; Vai ter um aumento do gasto energético e inibir o consumo de alimentos, a partir da redução da fome. A via anorexigênica é ativada quando há excesso de energia, para não ter de gerar excesso de peso. O metabolismo “avisa” para o cérebro que não é preciso se alimentar, pois já existe a quantidade suficiente de energia; Quando essa via é ativada, há a inibição da fome e a redução do gasto energético (objetivo é gastar o excesso de energia); A POMC e o CART reduzem a liberação de orexinas e MCH (hormônio concentrador de melanina), que estimulam a alimentação – por isso, há inibição do comportamento alimentar; VIA OREXIGÊNICA- quando ela é ativada vai ter aumento do apetite/fome e diminuição do gasto energético. Há o estímulo ao comportamento alimentar; Se há um estímulo à fome, significa que o núcleo arqueado entende que há uma baixa de energia; erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar Além de incentivar a fome, vai tentar poupar energia (diminuindo a taxa metabólica basal); Quem comanda essa via são os neurônios que secretam NPY e AGRP do núcleo arqueado. Quando essas substâncias são liberadas geram a inibição da atividade dos neurônios secretores do núcleo paraventricular (funcionam como antagonistas do receptor de melanocortina) e inibe os neurônios que estimulam SN simpático; Diminuição do gasto energético pela via endócrina, quanto pela inibição do SN simpático; Inibe a atividade da via anorexigênica e, por isso, vai a área hipotalâmica lateral vai poder reestabelecer ocomportamento alimentar. Regulação Neuroendócrina do Comportamento Alimentar: REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E DAS RESERVAS ENERGÉTICAS- -Peridiocidade prandial: Previne a superalimentação a cada refeição e intervalos longos sem aquisição de substratos energéticos; Relaciona-se com a sensação de fome e saciedade; -Mecanismos: Neural – mecânico e químico; Endócrino. Peridiocidade prandial significa comer em certos intervalos durante o dia com porções moderadas; Os mecanismos neurais e endócrinos que avisam quando há a saciedade ou fome; CONTROLE PERIFÉRICO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR- ARQ= núcleo arqueado; NTS= núcleo do trato solitário (sensor de atividades viscerais); (A) O neurônio inerva o estômago. Quando o organismo se alimenta, o estômago distende e os receptores de estiramento enviam informação para o NTS. O NTS se conecta com o ARC e avisa que o estômago está enchendo; Ou seja, o estímulo mecânico dá um sinal para o núcleo arqueado que já pode começar a ativar o sistema anorexigênico, para perder a fome enquanto se alimenta (controle da quantidade de alimento ingerida); O estimulo mecânico (estiramento do TGI) é um dos primeiros estímulos que induzem à saciedade; No entanto, essa sinalização demora de 15- 20 min – portanto, se o tempo da alimentação for menor do que isso, o indivíduo pode acabar ingerindo mais do que o necessário para a saciedade (não dá tempo de ativar a via anorexigênica); (B) Também há o estímulo químico. Quando o alimento chega algumas estruturas sensoras (em todo o TGI) são ativadas. São células que secretam mediadores químicos/hormônios. Exemplo: quando o nutriente chega no duodeno, as células produtoras de hormônio liberam o mediador, que chegam no hipotálamo por via sanguínea (na região em que não existe a barreira hematoencefálica) ou via nervo vago. O hormônio avisa que está ocorrendo a digestão, por isso estimula a saciedade. Volume Intragástrico induzindo à Saciedade: erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar À medida que vamos nos alimentado, a pressão do estômago aumenta. Nesse processo, começa a aparecer os mecanismos que induzem a saciedade – ainda durante o enchimento gástrico; A curva dos sujeitos com o comportamento alimentar compulsivo, mostra que mesmo com o estômago vazio a pressão intragástrica é mais alta. Existe uma demora para ativar o mecanismo de saciedade - o que deixa ele comendo muito mais; A pressão intragástrica do indivíduo obeso é alta por conta da gordura visceral, que comprime as vísceras. Quimiossensores do TGI: As células enteroendócrinas ou células do sistema neuroendócrino difuso estão ao longo das mucosas do TGI; Essas células podem secretar gastrina, secretina, CCK, grelina, GIP, GLP-1, GLP-2 e PYY. Elas possuem sensores na superfície a diversas substâncias (como aa, ácidos graxos e açúcar); Eles detectam os nutrientes e devido ao estímulo liberam os hormônios – que vão para o hipotálamo, fazendo o controle da fome e da saciedade; Em todo o TGI existem receptores que respondem a estímulos mecânicos de estiramento ou estímulos gustativos, que podem ativar neurônios para o NTS, que se conectam ao hipotálamo e outros núcleos motores para diminuir o comportamento alimentar ou induzir à saciedade; Ação mecânica do nervo vago no estômago = quando ele está vazio (contraído), o nervo vago leva a informação para o NTS que estimula os centros da fome. Quando o estômago está cheio (distendido), há a inibição dos centros da fome; GRELINA = é liberada quando o estômago está vazio e gera fome. Ela vai para o núcleo arqueado e estimula a via orexigênica (NPY e AGRP); GLP-1 e o PYY = são liberados pelo intestino delgado em locais distintos, mas ambos hormônios inibem os centros orexigênicos. Estimulam a saciedade. O GLP- 1 retarda o esvaziamento gástrico (mais tempo distendido). Controle Periférico Humoral do Comportamento Alimentar: Insulina e leptina são hormônios anorexigênicos; INSULINA = controla a glicemia, causa a captação de glicose pelas células. Reduz os níveis de nutrientes no sangue vão para o tecido. Ela é secretada quando há um aumento da oferta de energia para o organismo. Ela também é um sinalizador do núcleo arqueado, que já possui energia suficiente e pode iniciar a ativação da via anorexigênica; LEPTINA = produzida pelos adipócitos (tecido adiposo brancos) – não é o tempo todo, só quando a quantidade energética sobe (quando ele está armazenando nutrientes). A leptina funciona como uma sinalização para o hipotálamo, estabelecendo o eixo tecido adiposo-hipotálamo. A leptina avisa que os níveis lipogênicos estão altos. Ela tem o objetivo de aumentar o metabolismo; Circuito do Prazer e Recompensa: Existe uma interação entre o circuito neural que controla o comportamento alimentar primário (centros da fome e saciedade) e o circuito do prazer e recompensa; O circuito cerebral da recompensa envolve áreas que produzem dopamina. Quando é ativado ele gera grande neuroplasticidade, tende aumentar as sinapses. Traz um reforço positivo, para que repita o comportamento e sinta prazer. Quanto mais ele é ativado, ele reforça para que seja ainda mais vezes ativado – induzindo o comportamento; Esse circuito se relaciona com a alimentação – quando come algo gostoso (prazer), ele induz a um vício; Além de induzir a comer novamente, ele induz a comer em maiores quantidades – circuito extremamente plástico (se expande); Os alimentos ultraprocessados reforça os núcleos da recompensa e ativa as vias orexigênicas. Mesmo com os hormônios da saciedade sendo liberados, o erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar circuito interfere na sinalização e induz o comportamento alimentar. Regulação Neuroendócrina do Peso Corporal e das Reservas Energéticas: Controle do gasto energético frente a disponibilidade de nutrientes; Os níveis das reservas energéticas interferem na ação da fome, saciedade e peso corporal; Os mecanismos anteriormente citados funcionam a curto prazo – eles regulam a peridiocidade prandial; NUTRIENTES REGULANDO A FOME E PESO CORPORAL- tecido adiposo libera hormônios a depender da sua reserva energética (momento de lipogênese ou lipolítico). Manda sinal químico para estimular ou inibir o consumo de alimento ou para estimular ou inibir o gasto energético; A leptina inibe o consumo de alimento e estimula o gasto energético sinal anorexigênico. A leptina regula o comportamento alimentar e o metabolismo energético. Ela inibe a via orexigênica (NPY e AGRP); A adiponectina estimula o consumo de alimento e inibe o gasto energético sinal orexigênico; Tudo isso interfere no peso corporal; No nascimento, há mais tecido adiposo marrom, que é especializado em gerar calor e, ao longo do tempo, aumenta a quantidade de tecido adiposo branco, que pode ser subcutâneo ou visceral, é especializado e acumular energia/ isolante térmico e libera hormônios; A massa de tecido adiposo marrom vai reduzindo com a idade e parece estar relacionado com o aumento de tecido adiposo branco; O tecido adiposo branco visceral libera uma série de hormônios pró-inflamatórios que interferem na sinalização da insulina (pode aumentar a resistência à insulina); Modulação da microbiota = bactéria patobióticas; Tecido adiposo magro pode se tornar um tecido adiposo obeso, que libera adipocinas alteradas. erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar erick Destacar
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