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RAISSA ALECRIM FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
RAISSA ALECRIM FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal - RN 
Junho, 2017.
 
RAISSA ALECRIM FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho Final de Graduação 
apresentado ao curso de Arquitetura e 
Urbanismo da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, como requisito 
para obtenção do título de Arquiteto e 
Urbanista. 
 
Orientação: Profa. Dra. Eunádia Silva 
Cavalcante. 
 
 
 
Natal - RN 
Junho, 2017.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco - DARQ - -CT 
 
 
 
Ferreira, Raissa Alecrim. 
 Vila Pet: anteprojeto de um complexo de lazer, cuidados e 
hotelaria para cães e gatos / Raissa Alecrim Ferreira. - Natal, 
2017. 
 127f.: il. 
 
 Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura e 
Urbanismo. 
 Orientadora: Eunádia Silva Cavalcante. 
 
 
 1. Projeto arquitetônico - complexo de lazer para animais - 
Monografia. 2. Arquitetura para Animais - Monografia. 3. Bem-estar 
animal - Monografia. 4. Humanitário - Monografia. I. Cavalcante, 
Eunádia Silva. II. Título. 
 
RN/UF/BSE15 CDU 72.012.1 
 
RAISSA ALECRIM FERREIRA 
 
 
 
VILA PET 
 
Anteprojeto de complexo de lazer, cuidados e hotelaria para cães e gatos. 
 
 
Trabalho Final de Graduação 
apresentado ao curso de Arquitetura e 
Urbanismo da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte, como requisito 
para obtenção do título de Arquiteto e 
Urbanista. 
 
Orientação: Prof.ª. Dra. Eunádia Silva 
Cavalcante. 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 
 
 
 
Prof.ª. Dra. Eunádia Silva Cavalcante 
Orientadora 
 
 
 
 
Prof.ª. Leila Araújo Guilhermino 
Convidada interna 
 
 
 
 
 
Prof.ª. Me. Emanuelle Albuquerque de Oliveira Souza 
Convidada externa 
 
Aprovação em 30 de junho de 2017.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos 
meus pais, Ciro e Edna.
AGRADECIMENTOS 
 
Meus sinceros agradecimentos são primeiramente a Deus, Nosso Senhor 
Jesus Cristo e a intercessão de Nossa Senhora, pelo dom da vida e pelas graças 
que me foram dadas para a realização desse trabalho e de toda a minha 
formação como Arquiteta e Urbanista. 
Ao meu pai, Ciro da Fonseca Ferreira e minha mãe, Edna de Fátima 
Alecrim Ferreira, por serem peças chaves do meu equilíbrio e os meus maiores 
exemplos de vida, bem como ao meu irmão, Arthur Alecrim Ferreira e, em 
especial, a minha irmã, Clarissa Alecrim Ferreira, que sempre esteve disponível 
para me ajudar em qualquer situação da vida, seja acadêmica ou pessoal. 
Agradeço, ainda, ao meu tio César, por sempre ter ensinado e orientado a minha 
vida estudantil. Sem o apoio deles, nada seria possível. Verdadeiras bênçãos 
em minha vida. 
A meu companheiro e amigo Allan Oliveira, que sempre compreendeu o 
quão difícil é a jornada de um estudante de arquitetura e urbanismo, me 
ajudando durante essa longa caminhada sem qualquer cobrança ou 
questionamento. Obrigada pelo seu apoio e confiança, não me deixando desistir 
e sendo meu apoio nos momentos mais difíceis. 
A todos os amigos e futuros colegas de profissão que foram conquistados 
ao longo desses 5 anos, que ajudaram na minha formação e fizeram com que 
esses anos fossem bem mais leves e felizes. 
A todas as meninas do Baile de favela, que sempre foram solícitas para 
me ajudar, me compreendendo e dando forças para continuar, em especial a 
Amanda, Lana, Marina e Nana, com quem iniciei o curso, partilhei momentos 
importantes dessa jornada e agora chegamos juntas ao final. Vocês são grandes 
responsáveis por eu ter chegado até aqui, obrigada. 
As minhas amigas e irmãs Manoela, Bruna e Amannda, por todo o apoio 
dado e por toda a compreensão, amo vocês.
Ao meu querido grupo Rehab, que sempre esteve pronto para me distrair 
e alegrar em qualquer momento da vida. 
A todos os professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, 
que contribuíram de alguma forma para minha formação, em especial a minha 
orientadora, Eunádia Cavalcante, pelo empenho e dedicação neste trabalho. 
Agradeço imensamente pelo carinho e disponibilidade durante essa jornada. 
Por fim, agradeço ao grande motivador para a realização desse trabalho, 
meu grande amigo e companheiro fiel, Floquinho. Se não fosse por você nada 
disso teria sido feito. Esse trabalho é para você, te amo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
As modificações comportamentais na relação do homem com o animal de 
estimação trouxeram consigo diversas mudanças, entre elas a forma de pensar 
e de trata-los. Hoje, os cães e gatos apresentam um papel importante na vida do 
homem, seja por seu apelo afetivo seja pelo uso de seus sentidos apurados em 
atividades e trabalhos. Assim, os animais de estimação alcançaram grande 
relevância no cenário mundial, fato que aumentou, consideravelmente, o 
mercado destinado aos mesmos. Desse modo, o presente trabalho corresponde 
ao desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico de um complexo para cães e 
gatos destinado à prestação de serviços na cidade de Parnamirim/RN, 
consistindo em uma estrutura física que proporcione aspectos humanitários nas 
atividades prestadas, implementando um novo conceito de bem-estar e hotelaria 
para os mesmos. A fim de dar maior subsídio ao projeto foram realizados estudos 
de referência de maneira direta e indireta, que forneceram repertório de soluções 
funcionais e formais, bem como a análise das legislações, normas e decretos 
vigentes, os quais apontam diretrizes projetuais e pré-dimensionamentos 
focados na qualidade de vida dos animais. 
 
Palavras-Chave: Arquitetura para Animais; Bem-Estar Animal; Humanitário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Behavioral changes in man's relationship with animals brought various changes, 
including the way of thinking and dealing with them. Today, dogs and cats play 
an important role into people’s life, either by they affective appeal or by the use 
of they sharp directions in activities and works. Thus, the pets reached a great 
relevance into the world scene, fact that has increased considerably the market 
destined to them. So, the present work corresponds to the development of an 
architectural project to dogs and cats destined for the services to those animals 
in the city of Parnamirim / RN, consisting of a physical structure that provides 
humanitarian aspects in the offered activities, implementing a new Concept of 
well-being and hospitality for them. In order to give greater support to the project, 
the reference studies were carried out in a direct and indirect way, which provided 
a repertoire of functional and formal solutions, as well as an analysis of the laws, 
norms and decrees in force, based on pets quality of life. 
Keywords: Architecture for Animals; Animal Welfare; Humanitarian.
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1-As três etapas do plano emergencial-Arquitetura Humanitária. ......... 25 
Figura 2- Foto Panorâmica do Malabo Pet Resort ........................................... 37 
Figura 3- Área de convívio, lazer e diversão. ................................................... 38 
Figura 4- Área de hospedagem ........................................................................ 39 
Figura 5- Centro Cirúrgico ................................................................................ 40 
Figura 6- Foto panorâmica do Cãopestre Park e Hotel .................................... 41 
Figura 7- Canis, corredeiras, playgound epista de agility, respectivamente. ... 42 
Figura 8- Asilo canino e complexo para animais de pequeno porte, 
respectivamente. .............................................................................................. 43 
Figura 9- Local para banho e tosa. ................................................................... 43 
Figura 10- Croqui Pronto Clínica Veterinária Tico e Teco. .............................. 45 
Figura 11- Internação. ...................................................................................... 46 
Figura 12-Consultório Veterinário. .................................................................... 46 
Figura 13- Canis. .............................................................................................. 47 
Figura 14- Parque Canino. ............................................................................... 48 
Figura 15- Loja, Táxi Dog e Sala para Banho e tosa, respectivamente. .......... 49 
Figura 16- Boos Beach Club. ........................................................................... 50 
Figura 17- Fachada Norte e volumetria do Boos Beach Club, respectivamente.
 ......................................................................................................................... 52 
Figura 18- Entrada principal Boos Beach Club. ................................................ 53 
Figura 19- Localização terreno escolhido. ........................................................ 55 
Figura 20- Mapa de uso do Solo. ..................................................................... 56 
Figura 21- Vista aérea terreno escolhido com dimensões. .............................. 57
Figura 22- Curvas de nível do terreno escolhido. ............................................. 58 
Figura 23- Terreno selecionado com a trajetória solar. .................................... 59 
Figura 24- Estudo da Carta solar. .................................................................... 60 
Figura 25- Estudo ventilação. ........................................................................... 62 
Figura 26- Dimensionamento das formas de acesso. ...................................... 65 
Figura 27- Exemplos manobra de cadeiras de rodas com deslocamento. ....... 69 
Figura 28- Medidas mínimas de um sanitário acessível. .................................. 71 
Figura 29- Sinalização e dimensões – Vaga para Pessoa com Deficiência ..... 72 
Figura 30- Sinalização Vertical e Horizontal de vaga exclusiva para Idoso. .... 73 
Figura 31-Sinalização Vertical de vaga exclusiva para deficientes. ................. 74 
Figura 32- Fluxograma inicial do projeto. ......................................................... 79 
Figura 33- Zoneamento inicial. ......................................................................... 80 
Figura 34- Cobertura inspirada no origami. ...................................................... 82 
Figura 35- Logomarca Vila Pet. ........................................................................ 83 
Figura 36- Zoneamento durante o processo de evolução. ............................... 85 
Figura 37- Realocação da parte de apoio dos canis para o bloco de lazer. ..... 85 
Figura 38- Evolução Implantação com destaque para mudanças nos acessos.
 ......................................................................................................................... 87 
Figura 39- Evolução formal. ............................................................................. 88 
Figura 40- Movimentação de areia feita. .......................................................... 89 
Figura 41- Topografia final com a implantação dos blocos. ............................. 89 
Figura 42- Fluxograma implantação. ................................................................ 92 
Figura 43- Implantação final sinalizada. ........................................................... 94 
Figura 44- Fachada sudoeste, sudeste e nordeste do Bloco Pet Shop, 
respectivamente. .............................................................................................. 95
Figura 45- Estudo insolação fachada sudoeste bloco pet shop. ...................... 96 
Figura 46- Fachada Noroeste, sudoeste e sudeste bloco Recepção e Adm., 
respectivamente. .............................................................................................. 98 
Figura 47- Estudo insolação fachada noroeste bloco recepção e administração, 
considerando a situação sem proteção vertical e com proteção vertical regulada 
nas duas direções, respectivamente. ............................................................... 99 
Figura 48- Fachada noroeste e fachadas nordeste e sudeste, respectivamente.
 ....................................................................................................................... 101 
Figura 49- Bloco funcionários. ........................................................................ 102 
Figura 50- Entradas bloco serviço. ................................................................. 103 
Figura 51- Piscina e pista de agility. ............................................................... 104 
Figura 52- Fachada sudoeste e nordeste, respectivamente. ......................... 105 
Figura 53- Lazer livre aberto. ......................................................................... 106 
Figura 54- Canil para médio e grande porte. .................................................. 107 
Figura 55- Canil para pequeno porte. ............................................................. 108 
Figura 56- Gatil. .............................................................................................. 108 
Figura 57- Estudo insolação fachada nordeste. ............................................. 109 
Figura 58- Estudo insolação fachada sudoeste. ............................................. 110 
Figura 59- Dimensionamento Viga e Pilar de concreto, respectivamente. ..... 111 
Figura 60- Dimensionamento Viga e Pilar de madeira, respectivamente. ...... 112 
Figura 61- Cobertura conectada com destaque para área com pilares estrurais e 
vigas em madeira. .......................................................................................... 113 
Figura 62- Dimensionamento treliças de madeira. ......................................... 113 
Figura 63- Telha Brasilit Landmark Solaris Gold na cor Max Def Resawn Shak.
 ....................................................................................................................... 114
Figura 64- Composição telha shingle. ............................................................ 115 
Figura 65- Inclinação dos telhados Shingle. ................................................... 115 
Figura 66- Madeiramento para telha shingle. ................................................. 116 
Figura 67- Esquema de ventilação cumeeiras ventiladas brasilit. .................. 117 
Figura 68- Esquema de montagem da telha Shingle. .................................... 117 
Figura 69- Torre tublar Faz Forte 1501. ......................................................... 119 
Figura 70- Estacionamento 01 e 02, respectivamente. .................................. 120 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1- Incidência do sol nas faces do terreno. ............................................ 61 
Tabela 2- resumo dos índices urbanísticos para a Zona Urbana. .................... 64 
Tabela 3- Dimensionamento das Formas de acesso. ...................................... 64 
Tabela 4- Relação das vagas de estacionamento por empreendimento. ......... 65 
Tabela 5- Resumo índices urbanísticos aplicado ao terreno. ........................... 66 
Tabela 6- Programa de Necessidades e Pré-Dimensionamento...................... 75 
Tabela 7- Prescrições Urbanísticas. ................................................................. 91 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABINPET- Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animaisde 
Estimação 
BEA- Bem-estar Animal 
CBA- Comissão Brasileira de Agility 
CFMV- Conselho Federal de Medicina Veterinária 
COMAC- Comissão de Animais de Companhia 
CONTRAN- Conselho Nacional de Trânsito 
FCI - Fédération Cynologique Internationale 
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
OIE- Organização Mundial da Saúde Animal 
RN- Rio Grande do Norte 
VAN- Voluntary Architects' Network 
WSPA- World Society for the Protection of Animals 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.facebook.com/VoluntaryArchitectsNetwork
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 16 
 
1 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 20 
1.1 Bem-estar animal.......................................................................................... 20 
1.2 Aspectos humanitários: como se aplicam na arquitetura que se destina aos 
animais .................................................................................................................... 23 
1.3 Legislação e condicionantes para projeto destinados a animais ................... 27 
 
2 OLHAR PROJETUAL: ESTUDO DE REFERÊNCIA ................................ 36 
2.1 Estudos indiretos .......................................................................................... 36 
2.1.1 Malabo Pet Resort ................................................................................. 36 
2.1.2 Cãopestre Park e Hotel ......................................................................... 40 
2.2 Estudo direto ................................................................................................ 44 
2.2.1 Pronto Clínica Veterinária Tico & Teco .................................................. 44 
2.3 Estudo Formal .............................................................................................. 50 
2.3.1 Boos Beach Club. .................................................................................. 50 
 
3 CONDICIONANTES PROJETUAIS .......................................................... 54 
3.1 Terreno ......................................................................................................... 54 
3.2 Condicionantes físico-ambientais ................................................................. 58 
3.3 Condicionantes legais ................................................................................... 62 
3.3.1 Plano diretor de Parnamirim .................................................................. 62 
3.3.2 Código de obras de Parnamirim ............................................................ 66 
3.3.3 Código de segurança e prevenção contra incêndio e pânico do Rio 
Grande do Norte (Lei nº. 4.436) ............................................................................ 67 
3.3.4 NBR 9050/2015 ..................................................................................... 68 
3.3.5 Resoluções Contran nº 236/07, nº 303/08 e nº 304/08 .......................... 72 
3.4 Condicionantes Funcionais ........................................................................... 74 
3.4.1 Programa de necessidades e pré-dimensionamento ............................. 74 
3.4.2 Fluxograma inicial .................................................................................. 78
3.4.3 Zoneamento Inicial ................................................................................ 79 
 
4 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA .................................................... 81 
4.1 Conceito e Partido arquitetônico ................................................................... 81 
4.2 Evolução da proposta ................................................................................... 83 
4.3 Memorial descritivo e justificado ................................................................... 90 
4.3.1 Implantação ........................................................................................... 91 
4.3.2 Bloco Pet Shop ...................................................................................... 94 
4.3.3 Bloco Recepção e Administração .......................................................... 97 
4.3.4 Bloco Ambulatorial ............................................................................... 100 
4.3.5 Bloco Funcionários + Serviços ............................................................. 101 
4.3.6 Bloco Lazer ......................................................................................... 103 
4.3.7 Bloco Gatil e Canis .............................................................................. 106 
4.4 Aspectos técnicos e construtivos ................................................................ 110 
4.4.1 Sistema construtivo ............................................................................. 110 
4.4.2 Cobertura ............................................................................................ 114 
4.4.3 Reservatório d’água ............................................................................. 118 
4.4.4 Estacionamento ................................................................................... 119 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 121 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como tema a arquitetura comercial e de serviços 
para animais de estimação, visto que o mesmo consiste na elaboração de um 
anteprojeto de um empreendimento destinado à prestação de serviços para cães 
e gatos na cidade de Parnamirim/RN, visando seu bem-estar, comodidade, 
satisfação e hospedagem. 
Nota-se no país e nas últimas décadas uma mudança nas relações de 
convívio entre os seres humanos e os animais, principalmente no que se refere 
ao trato com os animais domésticos, tidos como de estimação ou companhia. 
Antigamente, no início desta relação, os animais viviam somente nos quintais e 
tinham como função principal garantir a segurança da casa, enquanto nos dias 
atuais essa realidade mudou, uma vez que os homens e os animais 
desenvolveram laços afetivos cada vez mais fortes e estes assumiram novos 
papeis dentro e fora do lar. Hoje, já existem, inclusive, vários métodos de 
tratamento e terapias para humanos que incluem os animais como parte 
integrante e fundamental dos mesmos. 
Atualmente, o crescimento do número de pessoas que vivem sozinhas ou 
muito focadas na sua vida profissional faz com que elas busquem, por diversas 
vezes, a companhia de um animal como solução, de forma que esses seres se 
inserem na família, despertando nas pessoas um maior interesse em atividades 
e lugares que possam envolver seus amigos de quatro patas. 
Essa realidade de inserção dos animais de estimação na sociedade ajudou 
a criar uma situação extremamente favorável à expansão da indústria de pet, 
pois para a maioria das pessoas não há limites para satisfazer os "desejos dos 
seus animais/filhos". Tudo isso pode ser facilmente constatado pelo número 
cada vez maior de investimentos em lojas especializadas e serviços 
direcionados para os animais, a exemplo de serviços de SPA, recreação, 
alimentação diferenciada, treinamentos, hotéis, tratamentos, entre outros, visto 
que, já é comprovado que, assim com os humanos, os animais também sofrem 
de problemas como ansiedade, stress, depressão, tristeza, entre outros. 
 
 
17 
Dessa forma, o mercado de produtos e serviços destinados aos animais de 
estimação ganhou grande destaque mundial e é caracterizado como um novo e 
lucrativo segmento da economia nacional e mundial. De acordo com dados da 
Euromonitor International compilados pela Associação Brasileira da Indústria de 
Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), a América Latina é uma das 
regiões mais importantespara o mercado pet em todo o mundo. O valor de 
vendas totais do mercado pet no Brasil expandiu 40%, de 2010 a 2015, e foi 
responsável por um faturamento de mais de R$ 18 bilhões em 2015; além de um 
crescimento de 7,6% sobre 2014 e de ser terceiro lugar absoluto no mercado 
mundial, atrás apenas dos Estados Unidos e Reino Unido (ABINPET, 2016). 
Diante da ascensão deste setor na economia, percebe-se que ainda existem 
grandes oportunidades neste mercado, permitindo o surgimento de novos 
empreendimentos que visem o bem-estar animal. Logo, o presente estudo tem 
como objetivo geral desenvolver um anteprojeto de um complexo para cães e 
gatos, consistindo em uma estrutura física que proporcione aspectos 
humanitários nos serviços prestados, implementando um novo conceito de bem-
estar e hotelaria para os mesmos. 
Mais especificadamente, pretende-se entender as necessidades funcionais 
de um projeto destinado a prestação de serviços para animais; buscar elementos 
e técnicas utilizados em projetos que forneçam repertório e ideias para soluções 
formais; e estudar estratégias projetuais, do ponto de vista humanitário, que 
possibilitem o atendimento às necessidades dos animais relacionadas ao 
conforto, segurança, tranquilidade, convivência e aconchego. 
A escolha do tema em questão foi orientada por preferências pessoais, 
que incluem desde a área de estudo, Projeto de Arquitetura, ao interesse em 
trabalhar com um tema específico para animais. A autora teve a experiência e a 
oportunidade de conviver 15 anos com um grande amigo de quatro patas, o que 
lhe despertou a vontade e a curiosidade de estudar sobre o assunto, uma vez 
que o mercado natalense não supre a necessidade no que se refere à hotelaria 
e serviços confiáveis, bem como de espaços de lazer para animais de estimação. 
 
 
18 
Por experiência própria, uma dificuldade encontrada pelos donos destes 
animais reside no momento em que decidem fazer alguma viagem de férias ou 
viagem a trabalho, por exemplo. Muitos não têm a possibilidade de deixar seus 
animais com parentes e amigos, principalmente se os mesmos apresentarem 
problemas de saúde que necessitem de maior atenção e cuidado. 
Para a realização desse trabalho e consequente alcance dos objetivos nele 
determinados foi necessário primeiramente entender como funcionam os 
empreendimentos voltados para animais, além de compreender e conceituar o 
bem-estar animal. Dessa forma, foram realizadas pesquisas em sites, 
reportagens, artigos, teses, trabalhos e livros relacionadas ao tema com leituras, 
coletas e análises. 
Ainda visando dar maior subsídio ao estudo foi feita uma pesquisa 
documental com normas e legislações vigentes, o que permitiu o levantamento 
de dados que serviram de base para a criação do projeto. Além desta pesquisa 
documental, foi necessário a realização de uma pesquisa bibliográfica e de 
estudos de casos, de modo a descobrir novos aspectos humanitários atrelados 
à arquitetura que proporcionam boa qualidade de vida para os cães e gatos. 
Nesse contexto, foram feitos estudos de referência de maneira direta e 
indireta nos projetos e empreendimentos já construídos para adquirir 
informações relativas a arquitetura destinada a animais. Estas, por sua vez, 
ajudaram na elaboração de um programa de necessidades e de um pré-
dimensionamento do projeto, englobando as necessidades relacionadas ao 
conforto, segurança, tranquilidade, convivência e aconchego. 
Por último, com intuito de exibir os resultados deste estudo, o trabalho aqui 
apresentado foi divido em quatro capítulos. O primeiro foi subdividido em 3 
tópicos os quais apresentam os conceitos utilizados para embasamento teórico, 
tais como: bem-estar animal, aspectos humanitários e as legislações e 
condicionantes para projetos destinado a animais. Já o segundo capítulo aborda 
a análise de 4 estudos de referência realizados de maneira direta e indireta com 
a finalidade de entender o funcionamento destes estabelecimentos além de 
extrair ideias para soluções funcionais e formais. O capítulo 3, por sua vez, 
 
 
19 
explana as condicionantes que foram utilizadas para a realização do projeto, 
sendo elas: o terreno, as condicionantes físico-ambientais, as condicionantes 
legais e as condicionantes funcionais. O quarto capítulo, finalmente, explica o 
desenvolvimento da proposta arquitetônica. Este está dividido em 4 partes: 
conceito e partido arquitetônico; evolução da proposta; memorial descritivo e 
justificado; e aspectos técnicos e construtivos. O volume em apêndice 
corresponde as pranchas e as imagens relativas ao projeto desenvolvido. 
 
 
 
20 
1 REFERENCIAL TEÓRICO 
1.1 Bem-estar animal 
 Atualmente, pode-se dizer que a relação entre homens e animais 
domésticos vem, cada vez mais, se estreitando. Antes, na maioria das vezes, 
adotava-se um animal apenas por questões de segurança, no entanto, hoje o 
bicho de estimação é visto como uma alegria para o lar, capaz de estimular 
verdadeiros sentimentos de companheirismo, amor, lealdade e amizade. 
Consequentemente, hoje, a preocupação, o carinho e o zelo são itens muito 
importantes dentro da relação Homem e animal de estimação. Assim, para seus 
donos o bem-estar do animal é um ponto crucial e decisivo na escolha de locais 
e serviços para seus amigos de quatro patas. 
Dentro desse contexto de preocupação com o animal foi que surgiu a 
necessidade de um estudo e conceituação do bem-estar animal para que, dessa 
forma, se possa projetar o Vila Pet aplicando este conceito, a fim de se obter 
uma melhor qualidade de vida tanto para os bichos quanto para seus 
proprietários. 
A definição de Bem-Estar Animal (BEA) é um assunto controverso e 
multifacetado, dada à complexidade do assunto e a grande divergência 
observada entre os cientistas que atuam na área. São inúmeros os autores que 
falam sobre o assunto tendo opiniões distintas entre si. 
 Hughes (1982) propôs que o conceito de BEA correspondia a um estado 
de harmonia entre o animal e a natureza ou com seu ambiente. Embora esta 
definição seja amplamente utilizada e seja uma das formas mais comuns de 
definir o tema, tem uma aplicação cientifica limitada, uma vez que, estar em 
harmonia é um estado único pois não permite que com facilidade possa ser 
mensurado o estado de harmonia, ou seja, o quanto o indivíduo está em 
harmonia. 
Quatro anos depois, um dos grandes pesquisadores sobre esse assunto, 
Donald M. Broom (1986), apresentou sua nova definição do BEA. Esta, por sua 
 
 
21 
vez, foi muito bem aceita e difundida. Consistia na relação do indivíduo com suas 
tentativas de lidar com o ambiente em que se encontrava, ou seja, a tentativa de 
se adaptar ao ambiente. Quando as tentativas eram vencidas sem muito esforço 
e gasto de recursos, pode-se dizer que o BEA do indivíduo é satisfatório. Em 
contrapartida, quando o indivíduo falha no enfrentamento destes desafios ou 
precisa de muito esforço para sua adaptação, pode-se dizer que o BEA é baixo. 
Vale ressaltar que tais desafios ou tentativas que se refere o autor estão 
diretamente ligadas as condições ambientais e arquitetônicas que o mesmo está 
inserido, como espaços muito apertados ou com superlotação, ambiente muito 
quente ou muito frio, pisos escorregadios ou abrasivo para as patas (BROOM, 
2001). 
 Dentro desta perspectiva, Broom e Jhonson (1993) afirmam que o bem-
estar animal é uma característica de cada indivíduo, podendo ser afetado pelas 
suas necessidades e pelas liberdades que lhes são oferecidas. Acreditam que o 
bem-estar não é algo que possa ser fornecido aos animais por ação humana, 
mas que tal ação pode influenciar positivamente ou negativamente para eles 
alcançarem o bem estar. Os autores também afirmam, ainda, que o BEA pode 
variar entre um nível muito ruim e muito bom e que o mesmo pode ser medido 
cientificamente. 
 Já para Ducan (2005) o bem-estar animal é muito difícil de sedefinir, uma 
vez que os sentimentos do animal devem ser levados em conta. Para ele, o BEA 
é a harmonia da noção do animal em completa saúde mental e física com o seu 
ambiente, sendo capaz de se adaptar sem sofrimento a um recinto 
proporcionado pelo ser humano. 
 Em seus habitats naturais, os animais utilizam diferentes mecanismos 
para atingir seu bem-estar quando as condições ambientais são ruins, como 
temperaturas extremas, desidratação e ataques de predadores. Todavia, quando 
o animal está inserido em ambientes antrópicos com condições ambientais ruins 
tais mecanismos utilizados no habitat natural são inapropriados para estes 
ambientes. Assim, tal situação desfavorável para o bem-estar do mesmo pode 
acarretar-lhes várias consequências negativas, como alteração no 
 
 
22 
comportamento e estresse excessivo, diminuindo o potencial reprodutivo e a 
perspectiva de vida do animal (BRADSHAW, 2000). 
 Assim, Ross (2009), em uma de suas pesquisas, conclui que quando as 
características de um ambiente são inadequadas isto pode ser uma grande fonte 
de desconforto e estresse para o animal, causando-lhes distúrbios fisiológicos, 
comportamentais, entre outros; enquanto que ambientes de cativeiro com 
tamanhos e espaços adequados para o animal são benéficos para os mesmos, 
os ajudando a atingir o bem-estar. 
 Outro fator relevante relatado por Shepherdson (2000) é que o bem-estar 
animal é muito individual em relação a espécie em geral. Pode ocorrer de um 
ambiente ser prejudicial para uma determinada espécie ou um indivíduo e para 
outra espécie ou para outro individuo não ser. Logo, os ambientes para os 
animais devem ser pensados e projetados visando quais espécies irão utilizar 
aquele determinado ambiente, devendo-se levar em conta as experiências de 
cada indivíduo. 
O bem-estar dos animais é uma questão complexa que envolve 
dimensões científicas, éticas, econômicas, culturais, sociais, religiosas e 
políticas. A sociedade civil está cada vez mais interessada no BEA e isso tem 
sido uma prioridade no trabalho da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) 
há mais de uma década. Segundo a OIE o bem-estar animal significa como um 
animal lida com as condições em que vive no que diz respeito tanto ao bem-estar 
físico como mental (OIE, 2007b). Os princípios orientadores da OIE em relação 
ao BEA são baseados nas cinco liberdades universalmente reconhecidas, 
publicadas em 1965 pelo Conselho para o Bem-Estar de Animais de Fazenda, 
na Inglaterra. 
A relação entre homem, animal e ambiente no contexto do BEA é 
analisada pela OIE considerando diferentes situações, tendo como norteamento 
o conceito supracitado das cinco liberdades , a saber: Livre de fome e de sede – 
fornecimento de água fresca e uma dieta balanceada que mantenha os animais 
saudáveis e vigorosos; livre de dor, lesões e doenças – pela prevenção ou rápido 
diagnóstico e tratamento; livre de medo e estresse – assegurando condições e 
 
 
23 
tratamento que evitem sofrimento mental; livre de desconforto – providenciando 
ambiente apropriado, incluindo abrigo e área para descanso confortáveis; livre 
para expressar comportamento normal – providenciando espaço suficiente, 
proporcionando atividades e companhia apropriada de animais de sua própria 
espécie (OIE, 2005b). 
As cinco liberdades do BEA utilizada pela OIE apresentam papel bastante 
importante mundialmente, pois elas são as únicas normas globais, baseadas na 
ciência, acordadas pelas nações comerciais do mundo. 
Diante do exposto, percebe-se a complexidade e a dificuldade na 
definição do BEA, uma vez que são inúmeras as correntes filosóficas acerca do 
tema, assim como é relativamente recente a discussão e estudo sobre o assunto. 
Todavia, sabe-se que em muitos conceitos já existe uma grande preocupação 
com a saúde física e mental dos animais, com a relação destes e os ambientes 
nos quais estão inseridos, e com as condições ambientais, haja vista as 
consequências negativas que ambientes mal projetados podem gerar. 
Pensando nisso, o Vila Pet abrange todos os seguimentos para manter o 
BEA em uma estrutura física temporária para os cães e gatos, para que eles se 
sintam felizes, confortáveis e em harmonia com a natureza durante sua estadia 
ou durante qualquer prestação de serviço. Além disto, também foi pensado no 
bem-estar dos proprietários, uma vez que os mesmos têm liberdade de ir ao 
empreendimento para conhecer todas as instalações e constatarem que o Vila 
Pet apresenta uma ótima estrutura física com ambientes limpos e em condições 
de higiene adequadas; gaiolas e canis individuais confortáveis; e espaços 
amplos para recreação e atividades físicas, com área coberta e descoberta 
integrados à natureza, sempre presando pela segurança e pelo bem-estar dos 
seus amigos de quatro patas. 
1.2 Aspectos humanitários: como se aplicam na arquitetura que se 
destina aos animais 
Como já dito, no país e nas últimas décadas vem ocorrendo uma grande 
mudança comportamental na relação do ser humano com os animais de 
 
 
24 
companhia, notadamente o cão e o gato, espécies mais comuns nos lares 
brasileiros, o que gerou uma crescente inserção dos animais de estimação na 
sociedade atual. 
A pesquisa realizada, no ano de 2009, pela Comissão de Animais de 
Companhia (COMAC) revelou que a relação entre os cães e gatos com seus 
donos já pode ser comparada às relações entre os membros de uma família. 
Nesse sentido, o tempo em que os animais de estimação eram criados no quintal 
de casa, comiam restos do almoço e tomavam banho de mangueira com água 
fria já passou. Hoje, são considerados os melhores amigos do homem e 
verdadeiros integrantes da família. 
Esta nova relação do homem com o animal de estimação trouxe consigo 
diversas mudanças, entre elas a forma de pensar e de trato com o animal. A 
consequência disso foi uma maior preocupação com a qualidade de vida dos 
animais, que pode ser proporcionada pelo ambiente, bem como por produtos e 
serviços destinados aos mesmos, possibilitando, assim, o uso do termo 
humanitário relacionado aos animais, já que este visa a ausência de maus tratos 
e a promoção do bem-estar animal. 
A palavra humanitária, segundo o dicionário Aurélio, significa algo ou 
aquele que busca promover o bem-estar dos indivíduos. Assim, ao se referir a 
aspectos humanitários refere-se a um conjunto de procedimentos e atitudes 
ligadas aos preceitos de bem-estar que garantem o melhor para os animais. 
Tendo em vista este pensamento humanitário, percebe-se que o referido 
termo está relacionado a qualquer ação ou coisa que gere o bem-estar. Dessa 
forma, a expressão não está somente ligada as atitudes e serviços, mas também 
a tudo que irá influenciar o conforto dos indivíduos, incluindo a arquitetura. 
Na arquitetura o termo humanitário abrange, principalmente, estruturas 
temporárias ou permanentes que atendam contextos como os de 
acampamentos, serviços emergenciais, obras de assistencialismo, entre outros. 
Assim, chama-se arquitetura humanitária pois é feita para pessoas que estão em 
condições desfavoráveis com o intuito de melhorar a qualidade de vida das 
 
 
25 
mesmas. Esta nomenclatura foi criada com finalidade de dar assistência 
humanitária em cenários de guerra e catástrofes naturais, como também para 
refugiados, para moradores de rua, etc. 
Um exemplo claro de arquitetura humanitária é o projeto do escritório de 
Shigeru Ban Architects, juntamente com a Voluntary Architects' Network (VAN), 
o qual enviou planos de abrigos e equipamentos emergenciais para as vítimas 
do terremoto em Nepal. O plano era divido em três etapas, as quais englobavam 
um abrigo imediato por meio de tendas, habitações temporárias com materiais 
disponíveis na região e, posteriormente, habitações permanentes com materiais 
e sistemas acessíveis, leves e de fácil montagem (figura 01). 
Figura 1-As três etapas do plano emergencial-ArquiteturaHumanitária. 
 
 
Fonte: Shigeru Ban Architects, 2017. 
No entanto, arquitetura humanitária não se restringe apenas a situações 
extremas como no caso supracitado. Ela pode englobar vários segmentos da 
atualidade, uma vez que ela visa a melhoria da qualidade de vida dos seres 
humanos ou animais. Dessa maneira, o complexo Vila Pet pode ser considerado 
um projeto de arquitetura humanitária, já que incorpora aspectos humanitários, 
https://www.facebook.com/VoluntaryArchitectsNetwork
 
 
26 
pois utiliza todos os quesitos e estratégias para promover o BEA por meio da 
arquitetura, tais como: conforto térmico, conforto acústico, conforto lumínico, 
funcionalidade, acessibilidade, ergonomia, dimensões adequadas e entre outros. 
Em virtude desta preocupação do trato humanitário, algumas escolas 
infantis implantaram em seu ensino a educação humanitária. Esta, por sua vez, 
visa incentivar as pessoas a terem respeito, compaixão e empatia para com os 
animais, pessoas e meio ambiente. Ela enfatiza a importância de uma boa 
relação com todos os seres vivos do planeta, além de abranger a valorização 
das boas escolhas e atitudes que visem o desenvolvimento socioambiental. 
Assim, a Educação Humanitária ajuda a criar uma noção de responsabilidade 
em cada pessoa, sempre estimulando o desenvolvimento moral e criando 
hábitos que façam frutificar o bem em qualquer situação mundana por vontade 
própria. 
Diante da crescente relação de amor e cuidado entre humanos e animais 
de estimação, a existência de um ambiente para cães e gatos baseado em ações 
humanitárias, ainda que seja para permanência temporária, quando da ausência 
dos seus donos, é de extrema importância, uma vez que conseguir o bem-estar 
dos seus amigos de quatro patas, minimizando o sofrimento causado pela 
distância, é muito valioso para seus proprietários. 
Nesse sentido a arquitetura proporciona algumas estratégias capazes de 
ajudar a alcançar o referido bem-estar, tais como: o uso de espaços projetados 
com dimensões e layout adequados para cada espécie animal; a utilização de 
pisos e revestimentos apropriados; a existência de canis e gatis individuais ou 
coletivos com áreas livres e áreas cobertas; acessibilidade; funcionalidade; e a 
atenção ao conforto ambiental. 
Complementarmente à arquitetura, existem outras medidas humanitárias 
que também auxiliam a qualidade de vida do animal, como o fato de manter a 
mesma rotina que ele apresenta no seu lar, seja através das refeições, seja 
através do conforto, seja pelos horários de passeios e entre outras medidas que 
também foram observadas no desenvolvimento deste estudo. 
 
 
27 
1.3 Legislação e condicionantes para projeto destinados a animais 
Infelizmente, apesar da relação do homem com os animais ter ficado mais 
sólida nas últimas décadas, muitos bichos ainda são vítimas da falta de 
responsabilidade e cuidados de alguns estabelecimentos veterinários, sofrendo 
maus-tratos e não desfrutando de todo o carinho e cuidado que necessitam. A 
falta de higienização dos utensílios, agressão física, superlotação de canis e 
gatis, aprisionamento dos bichos, estrutura física não compatível com a 
necessidades dos mesmos, animais feridos e disseminação de doenças são 
alguns exemplos de maus-tratos que são encontrados nos serviços prestados. 
Diante da triste realidade de abusos e maus-tratos contra animais, 
diversos decretos, leis e normas surgiram ao longo das últimas décadas para 
regulamentar e proteger os cães, gatos e outros bichos nesses lugares. Todavia, 
como dito anteriormente, o mercado de serviços destinado para animais é 
relativamente recente, consequentemente, são poucas as leis e normas vigentes 
que regulamentam esses tipos de empreendimentos no país. 
Visando preencher esta lacuna, para efeito desta pesquisa, buscou-se 
como referência a “World Society for the Protection of Animals” (WSPA) que criou 
um documento chamado “Políticas para abrigos de cães e gatos” (2011), o qual 
aborda assuntos relacionados aos abrigos de animais que vão desde a 
funcionalidade até questões técnicas de logística. 
Inicialmente, o documento retrata assuntos relacionados as novas 
admissões dos bichos, informando que para haver o aceite/entrada de um animal 
é necessário conferir se o espaço tem capacidade para recebê-lo em função do 
espaço, assim como relata que a entrada e saída dos animais deve ser 
estritamente controlada e que cada animal deve ter uma ficha com suas 
informações básicas necessárias. 
O documento evidencia, também, a importância da capacidade máxima 
do abrigo, uma vez que a ultrapassagem desse limite implicará no aumento de 
lesões, doenças e mortes, em virtude da elevação do nível de estresse e de 
contaminação, da redução do espaço e do conforto, do aumento de brigas e de 
 
 
28 
diferentes alterações comportamentais. Assim, deve-se fazer um cálculo básico 
para se ter uma média de quantos animais o local suportará. Dessa forma, 
considera-se o espaço disponível e divide-se a área total destinada ao 
alojamento pela área mínima necessária para cada animal, no caso do cachorro 
são 5 m² e do gato são 0,84m². 
Posteriormente, aborda a importância de se planejar um canil e um gatil 
de forma humanitária a fim de proporcionar o conforto, segurança e proteção 
para os animais prevenindo a disseminação de doenças, estresse, fugas e 
brigas. Desse modo, apresenta os dois tipos de canis e gatis, individuais e 
coletivos, e suas respectivas vantagens e desvantagens. 
Os canis individuais são recomendados para fêmeas em estado de 
gestação evidente ou com filhotes, animais com comportamento agressivo, que 
não se adaptam à companhia de outros, e animais feridos ou em tratamento. 
Estes devem dispor de no mínimo 2m² de área coberta bem iluminada e ventilada 
para descanso e abrigo das intempéries, protegido de sol e chuva, com cama 
confortável e espaço para vasilhas com alimento e água. Ademais, além da área 
coberta, cada cão requer também um mínimo de 2,5 a 3,5 metros quadrados de 
área aberta para banho de sol e pequenos exercícios, sendo que ambas as áreas 
devem estar interligadas permanentemente e terem uma boa visão externa. 
Já os canis coletivos, assim como nos individuais, devem dispor de área 
coberta para descanso e proteção das intempéries, com camas e vasilhas para 
alimento e água correspondente ao número de animais alojados, bem como uma 
área aberta para banho de sol e pequenos exercícios. Em relação as dimensões, 
o espaço mínimo requerido para cães em canis coletivos é o mesmo que o 
requerido para um cão em canil individual, 2m² de área coberta e 2,5 a 3,5 m² de 
área aberta para cada animal alojado. Todavia, a associação recomenda que os 
cães não fiquem juntos de outros cachorros incompatíveis quanto à faixa etária, 
porte e comportamento, devendo ser utilizada a prática de esterilização de todos 
os animais e/ou a separação por sexo. 
Dentro deste contexto, recomenda-se, ainda, soltar os animais 
diariamente, para passeio individual ou coletivo em área livre, pois isto é 
 
 
29 
imprescindível para manter o BEA, reduzindo o nível de estresse como também 
para atender as suas necessidades básicas. Por isso, cada cachorro deve 
brincar e se exercitar diariamente, no mínimo, por dois períodos de meia hora ou 
por um período de uma hora, para que possam brincar, correr, se exercitar e 
interagir. 
Em relação aos gatis o documento também explana seus dois tipos, 
entretanto, recomenda o uso dos gatis individuais, uma vez que para os felinos, 
é preferível ficar sozinho em uma instalação com uma visão de outros animais e 
com uma área para se esconder quando se sente ameaçado, a ficar com outros 
gatos em um mesmo espaço. Entretanto, manter gatos totalmente isolados, 
presos a correntes ou dentro de gaiolas é totalmente contraindicado, 
considerando suas necessidades físicas, psicológicas, comportamentais, sociais 
eambientais. Ambas instalações, seja individual ou coletiva, deve ser 
visivelmente separada dos canis. 
Os gatis individuais devem dispor de uma área fechada, projetada de 
modo a evitar a entrada de chuva, e uma área aberta, para banho de sol e 
exercício, interligadas entre si. As áreas juntas devem ter um mínimo de 2,2 
metros cúbicos, sendo a abertura voltada para frente. A parte fechada deve 
conter a cama, um espaço para colocação de vasilhas com alimento e água, bem 
como prateleiras para eles subirem, com caixas de material lavável ou de 
papelão dispostas para se acomodarem ou se esconderem. Nesse sentido, 
neste gatil também devem ser postas caixas ou bandejas plásticas, que 
contenham serragem, areia ou jornal picado para os gatos fazerem a deposição 
dos dejetos, devendo ser instaladas em locais distantes dos comedouros e 
bebedouros. 
Já nos gatis coletivos, uma boa ventilação, proteção do sol e da chuva 
são fatores essenciais para garantir o bem-estar dos usuários. Necessitam dos 
mesmos materiais e objetos que nos individuais, porém a quantidade tem que 
ser proporcional ao número de animais alojados, tanto é que também devem 
dispor de espaços ou caixas fechadas para os gatos que preferirem ficar 
isolados. Já em relação a quantidade, sabe-se que o máximo sugerido por gatil 
 
 
30 
coletivo é de 50 gatos, todavia, grupos menores são mais indicados. Igualmente 
aos cães, por estarem alojados em grupos, é importante fazer a esterilização de 
todos os gatos e/ou fazer uma separação estrita por sexo. 
Assim, a associação relata que os estabelecimentos destinados a estes 
animais devem oferecer espaços adequados para a expressão de 
comportamentos naturais, tais como: deitar e levantar confortavelmente, 
caminhar livremente, correr e brincar, do mesmo jeito que deve promover um 
ambiente que propicie estímulos físicos e mentais, complexos e interativos, 
oferecendo, assim, serviços humanitários e gerando uma melhor qualidade de 
vida aos usuários. 
É imprescindível, segundo o documento, identificar os fatores geradores 
de estresse para que desta forma se possa alcançar o bem-estar, a exemplo de: 
extremos de temperatura, ruídos e odores desagradáveis ou intensos, falta de 
atividade física e de vida social, competição intensa, confinamento prolongado, 
etc. Um fator que interfere no conforto, não só dos animais como também da 
vizinhança, é a poluição sonora causada pelo latido dos animais. Nesse 
contexto, existem vários mecanismos que podem ser utilizados para dificultar a 
passagem de tais ruídos, como a escolha de materiais para construção ou 
divisão dos canis, altura do pé direto da construção e o tipo de material utilizado 
no forro/telhado. 
Além deste documento criado pela WSPA, em 1995 o governador do 
estado de São Paulo, Mário Covas, no uso de suas atribuições legais aprovou o 
Decreto Nº 40.400 que regulamenta a instalação de estabelecimentos 
veterinários em São Paulo. Cabe ressaltar que embora este decreto apresente 
vários artigos e incisos, este trabalho abordará apenas aqueles que foram 
necessários e relevantes para o projeto em questão. 
 De acordo com artigo primeiro deste decreto, o complexo Vila Pet é 
considerado, pelo que rege o artigo primeiro deste decreto, um estabelecimento 
veterinário, uma vez que foi proposto um ambulatório, escola para cães, pensão 
para animais, pet shop, drogaria veterinária e salão de banho e tosa. Já o artigo 
6º descreve as dependências, instalações, recintos e partes dos 
 
 
31 
estabelecimentos veterinários, relatando as premissas para a construção de 
cada um. Assim, após compreensão deste artigo, conclui-se que o projeto em 
estudo se enquadra dentro de dez incisos, são eles: I - sala de recepção e 
espera, II - sala de consultas, III - sala de curativos, X - sala de tosa, XI - sala 
para banhos, XII - sala para secagem e penteado, XIII – canil, XIV – gaiola e 
XXIV - abrigo para resíduos sólidos, como se pode ver abaixo, in verbis: 
I - Sala de recepção e espera: destina-se à permanência dos 
animais que aguardam atendimento; deve ter acesso 
diretamente do exterior; sua área mínima deve ser 10,00m² 
sendo a menor dimensão no plano horizontal não inferior a 
2.50m; o piso dever ser liso, impermeável e resistente a pisoteio 
e desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas até 
altura de 2.00m; 
II - Sala de consultas: destina-se ao exame clínico dos animais; 
deve ter acesso direto da sala de espera; sua área mínima deve 
ser 6,00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal não 
inferior a 2,00m: o piso deve ser liso, impermeável e resistente a 
pisoteio e desinfetantes; as paredes devem ser 
impermeabilizadas até a altura de 2,00m; 
III - sala de curativos: destina-se à prática de curativos, 
aplicações e outros procedimentos ambulatoriais: obedece às 
especificações para a sala de consultas; 
X - Sala de tosa: destina-se ao corte de pelos dos animais; sua 
área mínima deve ser 2,00m; o piso deve ser impermeável, liso 
e resistente a desinfetantes; as paredes devem ser 
impermeabilizadas até' a altura de 2,00m; 
XI - sala para banhos: deve ter piso impermeável e resistente a 
desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas até a 
altura de 2,00m; a banheira deve ter paredes lisas e 
impermeáveis; o escoamento das águas servidas deve ser 
ligado diretamente à rede de esgoto, sendo o da banheira 
provido de caixa de sedimentação; a área mínima dever ser 
2,00m²; 
XII - sala para secagem e penteado: deve ter piso liso, 
impermeável e resistente aos desinfetantes; as paredes devem 
ser impermeabilizadas até 2,00m de altura; 
XIII - canil: o compartimento destinado ao abrigo de cães; deve 
ser individual, construído em alvenaria. com área compatível 
com o tamanho dos animais que abriga e nunca inferior a 
1,00m²; as paredes devem ser lisas, impermeabilizadas de 
altura nunca inferior a 1,5m; o escoamento das águas servidas 
não poderá comunicar-se diretamente com outro canil: em 
estabelecimentos destinados ao tratamento de saúde pode ser 
adotado o canil de metal inoxidável ou com pintura 
antiferruginosa com piso removível; em estabelecimentos 
destinado ao adestramento e/ou pensão pode ser adotado o 
canil tipo solário, com área mínima de 2,00m², sendo o solário 
totalmente cercado por tela de arame resistente, inclusive por 
cima; 
 
 
32 
XIV - gaiola: a instalação destinada ao abrigo de aves, gatos e 
outros animais de pequeno porte; deve ser construída em metal 
inoxidável ou com pintura antiferruginosa; não pode ser 
superposta a outra gaiola nem o escoamento das águas servidas 
pode comunicar-se diretamente com outra gaiola; 
XXIV - abrigo para resíduos sólidos: destina-se ao 
armazenamento de resíduos sólidos gerados no 
estabelecimento enquanto aguardam a coleta; deverá ser 
dimensionado para conter o equivalente a três dias de geração; 
as paredes e pisos deverão ser de material resistente a 
desinfetantes e impermeabilizados; sua área mínima deve ser 
1,00m²; deve ser provido de dispositivos que impeçam a entrada 
e proliferação de roedores e artrópodes nocivos, bem como 
exalação de odores; sua localização deverá ser fora do corpo do 
prédio principal; o armazenamento de resíduos infectantes 
deverá ser feito em separado dos resíduos comuns; (SÁO 
PAULO, 1995). 
Sendo assim, como se pode constatar pelos incisos transcritos, trata-se 
de legislação que estabelece definições e premissas que orientam o projeto de 
diversos estabelecimentos veterinários. 
É importante destacar que, enquanto o primeiro capítulo aborda as 
instalações veterinárias, o segundo capítulo discorre sobre as condições 
mínimas para o funcionamento de tais empreendimentos. Neste último, os 
artigos que se enquadram para o complexo proposto são os artigos 12, 15 e 18. 
O artigo 12 explana sobre as instalações mínimas para o funcionamento 
de um ambulatório veterinário. Este deve apresentar um local para exame clínico 
dos animais e um localadequado para a prática de curativos e pequenas 
cirurgias. Já o artigo 15 obriga estabelecimentos de pensões para animais a 
possuírem ambulatórios veterinários conforme disposto no artigo 12, 
supracitado. Por fim, o artigo 18 descreve as instalações mínimas para o 
funcionamento de pets shops, isto é, devem conter uma loja com piso 
impermeável, sala para tosa (trimming), sala para banho com piso impermeável, 
sala para secagem e penteado (grooming) e abrigo para resíduos sólidos. Neste 
mesmo artigo existe a proibição dos pets shops comercializarem medicamentos 
e produtos terapêuticos, por isso foi implementado no projeto em estudo a 
drogaria veterinária. 
 
 
33 
Em relação a localização destes empreendimentos, o decreto, no quinto 
capítulo, aborda este tema. Logo, os artigos que serão utilizados e estudados 
são o 25 e 27. O artigo 25 determina que as escolas para cães e pensões para 
animais podem se localizar dentro do perímetro urbano, porém fora das áreas 
estritamente residenciais, enquanto o artigo 27 se refere aos estabelecimentos 
médico veterinário para animais de pequeno porte, os quais, assim como no 
artigo 25, poderão localizar-se no perímetro urbano, fora das áreas estritamente 
residenciais. 
Tendo como base o princípio humanitário, foi considerada ainda a Lei nº 
11.977 de agosto de 2005, que estabelece o Código de Proteção aos animais de 
São Paulo e a Lei nº 13.131, de 18 de maio de 2001, que disciplina a criação, 
propriedade, posse, guarda, uso e transporte de cães e gatos no Município de 
São Paulo. Ambas não abordam assuntos relacionados aos estabelecimentos 
veterinários em si, mas tratam de temas relacionados a maus-tratos com os 
animais no que se refere a arquitetura. O Código de Proteção aos animais de 
São Paulo em seu primeiro capítulo, artigo 2, inciso I, veta manter animais em 
locais desprovidos de higiene ou que lhes impeça de se movimentarem, 
descansarem ou os privem de ar e luminosidade. 
Em contrapartida, a Lei nº 13.131 no seu artigo 15, parágrafos primeiro e 
segundo, responsabiliza os proprietários a promoverem condições adequadas 
de alojamento, devendo ser este um local iluminado, ventilado, seguro, onde 
fiquem impedidos de fugir e agredir pessoas ou outros animais e com dimensões 
compatíveis com seu porte, que lhe possibilite caminhar e abrigar-se de 
intempéries climáticas. Dessa forma, fica claro que durante a escolha de 
estabelecimentos veterinários, o proprietário tem o dever de escolher um local 
que ofereça todos esses requisitos supracitados para seus amigos de quarto 
patas. 
Por fim, em 09 de janeiro de 2013, O Conselho Federal de Medicina 
Veterinária (CFMV) publicou a resolução CFMV Nº 1015 que conceitua e 
estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médicos 
veterinários, e dá outras providências. Dessa forma, aqui caberá apenas o 
 
 
34 
estudo do artigo 8º. No que lhe concerne, “ambulatórios veterinários são as 
dependências de estabelecimentos comerciais, industriais, de recreação ou de 
ensino”. Estes devem ter acesso independente. Neste local é vedada a 
realização de procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos e a internação, 
podendo ser realizados apenas exame clínico e curativos. 
No que se refere às instalações necessárias para o funcionamento 
ambulatorial são requisitadas: sala de recepção, mesa impermeável com bordas 
e dispositivo de drenagem e de fácil higienização, sala de atendimento, pias de 
higienização, arquivo médico, armários próprios para equipamentos e 
medicamentos e geladeira, com termômetro de máxima e mínima temperatura 
para uso exclusivo de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos. 
Em resumo, pode-se concluir a partir destas breves análises que a legislação, 
normas e decretos para estabelecimentos veterinários embora sejam 
relativamente recentes contém alguns dispositivos capazes de proteger de 
maneira eficiente, pelo menos alguns direitos significativos dos animais, livrando-
os de maus-tratos e sofrimentos absolutamente desnecessários. 
 Neste contexto merece destaque o Decreto Nº 40.400 de 1995 que 
estabelece diversas medidas efetivas para a proteção animais, além de 
personificá-los, na medida em que apresenta princípios projetuais de 
funcionalidade e pré-dimensionamentos focados no bem-estar e na qualidade de 
vida dos mesmos. Tal documento, todavia, está por merecer uma atualização, já 
que completou mais de 20 anos de existência, período no qual significativa 
evolução do pensamento e de mudanças no relacionamento dos homens com 
os bichos ocorreram. 
Após se constatar que o Rio Grande do Norte não apresenta leis que 
regulamentem estes tipos de instalações é que se fez necessário o estudo de 
leis, normas e decretos de outros municípios a fim de dar maior embasamento 
teórico ao projeto. Atualmente, existem leis federais que criminalizam os maus-
tratos de animais, como previstos no artigo 32 da Lei Federal nº 9.605, chamada 
de Lei de Crimes Ambientais. Porém, não foi encontrada qualquer legislação 
federal que regulamente tais estabelecimentos veterinários. 
 
 
35 
Dessa forma, os estudos das legislações vigentes são fundamentais para a 
realização do trabalho como forma de nortear as decisões projetuais e de 
garantir o bem-estar que cada usuário, uma vez que elas estabelecem critérios 
e diretrizes mínimas para os estabelecimentos veterinários. Todavia, é sabido 
que para a realização de um projeto apropriado aos animais apenas estas 
análises não são suficientes necessitando, desta maneira, de um subsídio maior 
para entender a realidade deste tipo de projeto. Assim, fez-se necessário o 
estudo de projetos já construídos e em funcionamento para, dessa forma, 
entender todas as necessidades funcionais dos projetos destinados para 
animais. 
 
 
 
36 
2 OLHAR PROJETUAL: ESTUDO DE REFERÊNCIA 
Nesse capítulo serão apresentados 4 estudos de referência que tiveram 
relevância no desenvolvimento do projeto. São 2 estudos indiretos, realizados 
por meio de pesquisas na internet, 1 estudo direto realizado in loco e que foi 
bastante importante para entender a dinâmica do funcionamento de 
estabelecimentos veterinários e, por fim, um estudo formal realizado através de 
pesquisas na internet, o qual forneceu referencias para as decisões formais do 
projeto. É importante destacar que as escolhas desses estudos expostos se 
deram a partir da semelhança e afinidade com o tema abordado. 
2.1 Estudos indiretos 
2.1.1 Malabo Pet Resort 
Malabo Pet Resort é um complexo para animais de estimação localizado 
na cidade de Sorocaba, no interior do Estado de São Paulo. O Malabo surgiu a 
partir da paixão da proprietária por cachorros da raça Rhodesian Ridgeback. 
Inicialmente, o Malabo foi pensado para ser um conceituado canil de criação 
desta raça, todavia, ao passar dos anos eles foram crescendo e se 
transformaram em um dos maiores e mais completos complexos de lazer, 
cuidado e hotelaria para animais de estimação do país, sendo considerado um 
resort seis estrelas. 
O resort é considerado pela proprietária como a extensão do lar dos 
animais, onde eles são cuidados com jeitinho especial, sendo acariciados, 
estimulados a diversão e convidados a conhecerem um mundo novo, diferente 
da sua vida cotidiana. A ética com os animais gira em torno da filosofia africana 
Ubuntu, um conceito amplo de generosidade, solidariedade, compaixão e o 
desejo sincero de felicidade e harmonia entre todos. O Malabo apresenta a mais 
completa estrutura de hospedagem, treinamentos, saúde e bem-estar dos pets, 
além de oferecer espaços para programas educacionais e atividades especiais 
em uma área de 600 mil m² construídos para os animais e mais 20 mil m² de 
área nativa com muito verde e ar puro (figura 2). 
 
 
37 
Figura 2- Foto Panorâmica do Malabo Pet Resort 
 
Fonte: Malabo Pet Resort, 2016. 
Visando sempre o bem-estar dos animais, o resortapresenta uma área 
grande com piscina de raia olímpica, academia com equipamentos excelentes e 
pátio coberto destinado ao convívio, lazer e diversão nos dias de chuva (figura 
3). Nestes locais, os monitores, passeadores e adestradores proporcionam 
diariamente uma rotina elaborada de brincadeiras, atividade física e diversão 
estabelecidas de acordo com a individualidade de cada animal, pensando 
sempre em um resultado mais proveitoso, tanto físico quanto psicológico. 
 
 
38 
Figura 3- Área de convívio, lazer e diversão. 
 
 
Fonte: Malabo Pet Resort, 2016. 
A área de hospedagem é formada por dormitórios que são divididos em 
três ambientes, que permitem, ao mesmo tempo, segurança, proteção e 
liberdade, são eles: os quartos, as varandas e as corredeiras (figura 4). O 
primeiro é climatizado, coberto e revestido com piso antiderrapante. Durante o 
dia o quarto serve como uma área de descanso mais privativa, enquanto no 
período noturno, funciona como dormitório para que, dessa forma, os animais 
tenham uma noite protegida e segura. A varanda externa atua como uma 
extensão do quarto e é utilizada para repouso nos horários de incidência do sol 
ou como área de lazer nos dias chuva. Já as corredeiras ficam no quintal da casa 
e apresentam dimensões de 5m x 30m a fim de permitir que eles passeiem e se 
exercitem livremente. Vale ressaltar que diariamente todos os dormitórios são 
higienizados com produtos desinfetantes à base de cloro e amônia quaternária, 
 
 
39 
de maneira a impedir que ocorra a contaminação viral, bacteriana, ou a 
transmissão de doenças infectocontagiosas e/ou parasitárias. 
Figura 4- Área de hospedagem 
 
 
Fonte: Malabo Pet Resort, 2016. 
O Malabo conta, ainda, com salas para banho e tosa além de uma 
estrutura médica veterinária impecável, com salas de atendimento, sala de 
esterilização, sala de repouso, centro cirúrgico (figura 5) e laboratórios, além de 
contar com salas para fisioterapia e esteira aquática. O complexo também está 
apto para receber animais em fase de pós-operatório e em programas de 
reabilitação, uma vez que sempre dispõe de uma equipe de médicos 
veterinários, fisioterapeutas veterinários, além de segurança e monitoramento 
durante 24 horas, proporcionando ao animal um ambiente controlado e 
totalmente protegido. 
 
 
40 
Figura 5- Centro Cirúrgico 
 
Fonte: Malabo Pet Resort, 2016. 
 O estudo do Malabo como referência para o desenvolvimento do projeto 
foi de extrema importância uma vez que foi possível entender as necessidades 
espaciais e funcionais de uma proposta como essa, de modo a ajudar nesse 
presente estudo com a implantação de espaços com grandes áreas verdes, 
canis com amplos solários, blocos separados, amplas áreas de recreação com 
piscina e etc. 
2.1.2 Cãopestre Park e Hotel 
Eleito como melhor hotel para cães na categoria Excelência em Hotelaria 
Canina nos anos de 2010 e 2012, o Cãopestre Park e Hotel é o 1º park canino 
no gênero, onde o lazer é compartilhado entre o cão e seu dono, interagindo em 
diversas atividades num ambiente saudável, livre e amistoso. Instalados em uma 
área de 20.000m² (figura 6), cercados pela Mata Atlântica, está localizado nos 
limites dos municípios de Itapecerica da Serra, Embu e Cotia, na Estrada Velha 
da Ressaca, nº110, em Itapecerica da Serra, São Paulo. 
 
 
41 
Figura 6- Foto panorâmica do Cãopestre Park e Hotel 
 
Fonte: Cãopestre Park e Hotel, 2016. 
Idealizado no ano de 2002 pelo veterinário e engenheiro Dr. José Luis 
Crespo de Codes, juntamente com sua esposa, o hotel, inicialmente, 
apresentava 3 canis com solários, uma maternidade e 2 canis para criação, 
porém, todas as suas instalações técnicas foram planejadas e pensadas para 
permitir uma expansão futura. Assim, no ano de 2003, após o sucesso do 
empreendimento, realizou-se uma ampliação das instalações do hotel, passando 
a ter 40 canis, solários, corredeiras, ambulatório, pista de adestramento, pista de 
agility, playground e trilha ecológica (figura 7). Também foi criada uma estrutura 
para ser oferecida as pessoas nos eventos e reuniões, e aos amigos e visitantes, 
como o campo poliesportivo, vestiários e a piscina. 
 
 
42 
Figura 7- Canis, corredeiras, playgound e pista de agility, respectivamente. 
 
 
Fonte: Cãopestre Park e Hotel, 2016. 
O Agility é um esporte baseado em provas hípicas que nasceu em 1978 
na Inglaterra. Ele deve ser praticado por duplas compostas de um cão e seu 
condutor. O esporte consiste em fazer o cão percorrer um circuito de obstáculos 
no menor tempo possível e com o menor número de infrações, tornando assim 
uma prova de habilidade, onde a velocidade é apenas um critério para 
desempate (CBA, 2014). 
Dentro dessa perspectiva, o hotel possui estrutura para asilo canino, com 
canis apropriados as suas necessidades e rotina diária equilibrada, e um 
complexo específico e projetado especialmente para os cães de pequeno porte 
(Figura 8). 
 
 
43 
Figura 8- Asilo canino e complexo para animais de pequeno porte, respectivamente. 
 
Fonte: Cãopestre Park e Hotel, 2016. 
Mesmo tendo como principal atividade a hotelaria, a qual é de amplo 
conhecimento dos proprietários, o Park também oferece outros tipos de serviços, 
a exemplo de recreação, spa, banho e tosa para os hóspedes, vacinações e táxi-
dog, serviço de transporte ida e volta até o hotel (figura 9). A alimentação 
oferecida para os cães é a mesma que eles recebem em sua casa, para que 
assim não sofram problemas de adaptação. 
Figura 9- Local para banho e tosa. 
 
Fonte: Cãopestre Park e Hotel, 2016. 
 
 
44 
O Complexo hoteleiro foi projetado de forma a ficar com as fachadas 
principais voltadas para sol durante o inverno para que, dessa forma, haja 
incidência solar durante esta estação nos dormitórios. Tal estratégia foi pensada 
para amenizar o frio que ocorre nesta época do ano, uma vez que o mesmo está 
situado em uma região serrana com altitude de 842 metros acima do nível do 
mar. 
O Cãopestre Park e Hotel conta com uma equipe formada por 
profissionais que adoram conviver com os cães, assegurando-os dos melhores 
serviços, manejo e rotina, além de dispor de modernas instalações 
especialmente projetadas para as atividades desenvolvidas, integradas à 
natureza, de fácil manejo, limpeza e seguras, propiciando um ambiente ideal de 
hospedagem com lazer, conforto, segurança e carinho para os animais 
(CÃOPESTRE, 2017). 
 O estudo desse empreendimento, assim como o Malabo, foi de grande 
influência para a realização do projeto em se tratando de questões físicas. O 
estabelecimento traz novidades nessa área, se diferenciando do comum através 
da implantação de trilhas para os animais, pistas para treinamentos (agility) e, 
principalmente, a divisão dos canis de acordo com o porte, tamanho e idade do 
animal, criando 3 canis distintos: canis para animais de grande porte, canis para 
animais de pequeno porte e um asilo para cães. 
2.2 Estudo direto 
2.2.1 Pronto Clínica Veterinária Tico & Teco 
A Pronto Clínica Tico e Teco está localizada no bairro de Lagoa Nova, na 
Av. Nascimento de Castro número 1965, Natal/RN. Hoje, a Pronto Clínica é 
considerada um dos mais completos espaços de tratamento e cuidados com os 
animais. O complexo oferece desde atendimento hospitalar 24 horas até 
serviços como: pet shop, banho e tosa, hotel, parque canino, taxi dog, aplicação 
de vacinas, entre outros (figura 10). O estabelecimento funciona 24 horas por 
dia, sete dias por semana, porém as instalações de banho e tosa funcionam de 
segunda à sexta das 8h às 17h e no sábado das 8h às 13h. 
 
 
45 
Figura 10- Croqui Pronto Clínica Veterinária Tico e Teco. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
O hospital Tico e Teco dispõe de uma área bem estruturada para receber 
as mais diversas patologias, contando com uma estrutura de última geração: 
centro cirúrgico completo, anestesiainalatória, desfibrilador, monitores 
cardíacos, internação com 31 leitos (figura 11), sendo 23 leitos para cães e 8 
para gatos, laboratório moderno de hemograma e bioquímica com resultado de 
exames na hora, ultrassom, raio-x, além de dois consultórios para atendimentos 
(figura 12). 
Deve-se ressaltar que o estabelecimento não autorizou fazer fotografias 
durante a visita in loco. Logo, todas as imagens aqui mostradas serão foram 
retiradas das redes sociais da Pronto clínica Tico e Teco. 
 
 
46 
Figura 11- Internação. 
 
Fonte: Pronto Clínica tico e teco, 2017. 
 
Figura 12-Consultório Veterinário. 
 
Fonte: Pronto Clínica tico e teco, 2017. 
Além do atendimento clínico veterinário, o empreendimento conta com um 
espaço destinado a hospedar animais, em segurança, por um dia (daycare) ou 
 
 
47 
por uma temporada. O hotel conta com 20 canis individuais (figura 13), medindo 
2x2m, com altura bem elevada, e com iluminação e ventilação apropriada. Além 
disso, por ser uma clínica que atende 24h, há sempre um veterinário responsável 
próximo aos bichos para verificar como ele está se sentindo, garantindo assim 
um cuidado profissional personalizado. 
Figura 13- Canis. 
 
Fonte: Pronto Clínica Tico e Teco, 2017. 
Visando o bem-estar dos animais hospedados, o hotel apresenta, além 
dos canis, um parque canino onde o hóspede poderá experimentar novas 
situações, explorando, brincando e socializando com outros pets por meio de 
recreações. Este parque, por sua vez, conta com uma piscina para aulas de 
natação, escorrego, tubos de brincar, parquinho de areia, espelho d'água, 
piscina de bolas e outros brinquedos em geral (figura 14). Tudo isso em um 
espaço de 283 m² de área total, sendo 196 m² de recreação externa com uma 
área verde feita com grama sintética, com o objetivo de prevenir qualquer tipo de 
alergias nos animais. 
 
 
48 
Figura 14- Parque Canino. 
 
 
Fonte: Pronto Clínica tico e teco, 2017. 
Outro detalhe interessante é que o hotel conta com a presença semanal 
de um adestrador para auxiliar no trabalho e recreações, como também, por ser 
um Hospital Veterinário, com o apoio de todo um corpo de profissionais 
veterinários qualificados prontos para lidar com qualquer situação inusitada. 
A pronto clínica Tico e Teco possui, ainda, uma loja com produtos 
especializados para cães e gatos, serviço de Táxi Dog caso o proprietário esteja 
sem tempo de levar seu pet para o estabelecimento, e serviços de banho e tosa 
com 38 cabines para alojar os animais enquanto aguardam sua vez (figura 15). 
 
 
49 
Figura 15- Loja, Táxi Dog e Sala para Banho e tosa, respectivamente. 
 
 
Fonte: Pronto Clínica tico e teco, 2017. 
Deve-se ressaltar que a escolha desse ambiente se deu devido a ser um 
dos mais conceituados estabelecimentos veterinários do estado, todavia, o 
mesmo não apresenta características estruturais semelhantes ao projeto aqui 
proposto, uma vez que apresenta canis pequenos, com grades e sem permitir 
visão periférica, dando bastante sensação de isolamento. Da mesma forma, as 
áreas destinadas ao lazer animal são relativamente pequenas e não apresentam 
integração com a natureza. Entretanto, por mais que esse estabelecimento não 
atendesse aos quesitos físicos desejados, ele apresenta alguns dos serviços 
comuns aos propostos para o Vila Pet, o que foi importante para entender, do 
ponto de vista operacional, esses tipos de estabelecimentos. 
 
 
50 
2.3 Estudo Formal 
Tendo em vista que o Vila Pet é um estabelecimento térreo, foi necessário a 
realização de um estudo de referência para encontrar ideias de soluções formais 
e aplicá-las ao projeto. O empreendimento escolhido foi o Boos Bach Club que 
foi abordado no tópico abaixo. 
2.3.1 Boos Beach Club. 
O Boos Beach club é um projeto de um “clube da praia”, localizado em Bridel, 
no centro de Luxemburgo. Em 2016, o clube passou por uma reforma a qual 
preservou a identidade antiga do clube, mas criou um edifício moderno e 
contemporâneo com um design novo e icônico. O projeto foi assinado pelo 
Arquitetos Metaform e apresenta uma área total de 600m². 
Figura 16- Boos Beach Club. 
 
 
 
51 
 
Fonte: Metaform Architects, 2017. 
A parte mais notável do edifício é a cobertura. Esta apresenta uma forma 
triangular diferenciada em madeira que cria uma relação com o antigo e ao 
mesmo tempo se integra com a natureza. Ao apoiar-se no edifício existente, o 
telhado rígido autossustentável requer poucos pontos estruturais periféricos. O 
sistema de telhado instalado é leve e facilmente removível, o que permite futuras 
mudanças e adições, se necessário. 
 
 
52 
Figura 17- Fachada Norte e volumetria do Boos Beach Club, respectivamente. 
 
 
Fonte: Metaform Architects, 2017. 
A equipe de design da Metaform Architects procurou integrar 
harmoniosamente a nova estrutura no contexto natural, ao mesmo tempo em 
que respeitaram a arquitetura existente, colocando uma estrutura de madeira 
clara com aberturas de vidro para a paisagem. Além disso, para preservar a 
identidade do "Beach Club", a nova estrutura é composta pelas seguintes 
matérias-primas: madeira queimada, piso de concreto polido, aço bruto, terraço 
 
 
53 
em madeira e areia branca. Quando juntas, essas matérias-primas criam o 
caráter correto tanto para o interior como para o exterior do edifício. 
Figura 18- Entrada principal Boos Beach Club. 
 
Fonte: Metaform Architects, 2017. 
Dessa forma, após o estudo desse estabelecimento foi que surgiu a ideia de 
criar uma cobertura diferenciada com formas triangulares desencontradas em 
tons amadeirados criando um volume diferenciado para o complexo, bem como 
também foi utilizado a ideia de integração com a natureza e a utilização de 
materiais semelhantes. 
 
 
 
54 
3 CONDICIONANTES PROJETUAIS 
Este capítulo engloba assuntos que nortearam as decisões projetuais do 
complexo em estudo. Foram abordados vários assuntos importantes para o 
desenvolvimento do trabalho que variam desde a escolha do terreno e suas 
características até as condicionantes físico-ambientais, legais e funcionais. 
3.1 Terreno 
Para a escolha do terreno foi necessário realizar alguns estudos específicos 
da área onde a edificação será locada, além de uma análise espacial e 
socioeconômica da região. 
Além disso, foram feitas pesquisas do entorno, analisando suas 
características relevantes para o desenvolvimento da proposta, uma vez que 
existem premissas contidas no Decreto Nº 40.400, já explanado anteriormente, 
que permite que o terreno esteja dentro do perímetro urbano, porém fora das 
áreas estritamente residenciais. Todavia, não é de interesse neste projeto a 
realização de um complexo longe da área urbana, visto que o mesmo apresenta 
espaços comerciais, dessa forma, este deve apresentar uma boa visibilidade e 
fácil acesso com linhas de ônibus que circulam pela região, facilitando o 
translado. 
Por se tratar de um empreendimento destinado a animais, também foi levado 
em consideração o fato de que o terreno escolhido deve possuir uma área 
grande para que haja amplas áreas verdes, ocorra as atividades ao ar livre e 
ainda permita a inserção de piscinas e pistas de corrida/passeio. Ademais, houve 
uma preocupação com o suposto ruído que será causado pelos mesmos, logo, 
o terreno tem que apresentar dimensões adequadas para que se possa fazer 
alguma estratégica acústica, já que os animais estarão, na maioria do tempo, ao 
ar livre. 
Diante das restrições e critérios acima mencionados, chegou-se a escolha do 
terreno, que compreende a cidade de Parnamirim/RN, no bairro de Nova 
Parnamirim, pertencente à zona urbana da cidade (figura 19). 
 
 
55 
Figura 19- Localização terreno escolhido. 
 
Fonte: Google maps editado pela autora, 2017. 
Pertencente a região metropolitana da cidade de Natal, Parnamirim está 
situada a 12km de distância desta capital. Limita-secom Natal a norte, Nísia 
Floresta e São José de Mipibu a sul e Macaíba a oeste, além do Oceano Atlântico 
a leste. É a terceira cidade mais populosa do estado. Segundo dados do IBGE 
(2016), a cidade possui cerca de 248.623 habitantes. 
O terreno está localizado no cruzamento da Avenida Maria Lacerda 
Montenegro, que é uma via estrutural, segundo a Lei complementar nº 063/2013, 
e a Rua Aníbal Brandão, via coletora. Este local foi estrategicamente pensado 
uma vez que concilia a localização privilegiada, visibilidade pelos pedestres e 
motoristas, bom potencial construtivo, proximidade de parada de ônibus e ampla 
infraestrutura física cercados de comércio e serviços. 
 
 
56 
Figura 20- Mapa de uso do Solo. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Quanto às suas características, o terreno apresenta 26.005,48m² sendo a 
maior testada para a Avenida Maria Lacerda Montenegro com 187,69m e menor 
testada para a Rua Aníbal Brandão com 138,08m (figura 21). Dessa forma, pode-
se afirmar que se trata de um terreno com grandes dimensões, de modo a 
permitir a implantação de grandes áreas verdes e passeios além de propiciar 
que os artifícios de isolamento acústico pudessem ser utilizados para que o ruído 
provocado pelos cães não causasse incômodo aos vizinhos, bem como o ruído 
causado no entorno não interferisse no bem-estar dos animais. 
 
Residencial 
Serviço 
Comercial 
Institucional 
 
 
 
57 
Figura 21- Vista aérea terreno escolhido com dimensões. 
 
Fonte: Google maps editado pela autora, 2017. 
Em relação a topografia, a curva de nível mais baixa do lote encontra-se 
a 45 m em relação ao nível do mar enquanto a mais alta está a 50m, assim existe 
um desnível de cinco metros entre a cota mais baixa e a mais elevada. 
Entretanto, percebe-se que as disposições das curvas formam picos dentro do 
lote, o que permitiu a movimentação de terra, de modo a facilitar o nivelamento 
de algumas partes do terreno. 
 
 
58 
Figura 22- Curvas de nível do terreno escolhido. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
3.2 Condicionantes físico-ambientais 
No tocante a análise bioclimática do terreno, sabe-se que Parnamirim está 
situada em um dos pontos mais orientais na costa do Atlântico Sul, com altitude 
da sede de 53 metros. Com relação às temperaturas médias anuais, a máxima 
registrada é de 30,0°C, com média de 27,1°C e mínima de 21,0ºC. 
Conseguintemente o terreno escolhido fica em uma área de grande incidência 
solar e com temperaturas altas (figura 23). 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Figura 23- Terreno selecionado com a trajetória solar. 
 
Fonte: Sun and Earth tools editado pela autora, 2017. 
Com base nisso, fez-se necessário a análise da insolação nas quatro 
faces do terreno (figura 24). Este estudo permite constatar os horários de 
incidência solar nas testadas desejadas podendo, dessa forma, averiguar quais 
fachadas são mais críticas para prever algum mecanismo de proteção. 
Trajetória 
solar 
durante o 
solstício 
de inverno 
 
Trajetória 
solar 
durante o 
solstício 
de verão 
 
 
 
 
60 
Figura 24- Estudo da Carta solar. 
 
 
Fonte: Sol-AR , 2017. 
 
A tabela 01 aponta os horários e as épocas do ano da exposição das faces 
do terreno à radiação solar direta. O estudo é fundamental para a determinação 
da volumetria, bem como para a distribuição interna dos ambientes. 
 
 
61 
Tabela 1- Incidência do sol nas faces do terreno. 
Orientação do 
Terreno 
Solstício de 
Inverno 
Equinócio Solstício de 
Verão 
Nordeste 6h às 14h30 6h às 12h20 6h às 9h50 
Sudeste 6h às 10h 6h às 11h30 6h às 12h50 
Sudoeste 15h20 às 18h 13h às18h 10h50 às 18h 
Noroeste 11h40 às 18h 12h às 18h 13h30 às 18h 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
Por conseguinte, foi proposto para o projeto vários mecanismos para 
minimizar tais temperaturas e incidências, deixando o ambiente mais confortável, 
tais como: grandes beirais, telha com alta refletância solar e boa emissão 
térmica, ventilação cruzada, brises, cobogós, entre outros. Além disso, não 
existem edificações que causem impacto na ventilação do mesmo, uma vez que 
a ventilação predominante é sudeste podendo variar entre leste e sul (figura 25). 
Assim, a edificação que influenciaria a ventilação seria o lote vizinho a direita, o 
Clube dos empregados da Petrobras, porém o mesmo é térreo e as construções 
que existem nele estão afastadas. 
 
 
62 
Figura 25- Estudo ventilação. 
 
Fonte: Google maps e Sol-AR editado pela autora, 2017. 
3.3 Condicionantes legais 
Neste tópico serão apresentadas as condicionantes projetuais legais que 
regem o município de Parnamirim e que foram de suma importância para o 
desenvolvimento a proposta. 
3.3.1 Plano diretor de Parnamirim 
A lei complementar nº 063, de 08 de março de 2013 e lei complementar 
nº 67/2013, de 27 de julho 2013, dispõem sobre o Plano Diretor de 
Paramirim/RN, e dá outras providências com o objetivo de nortear o 
desenvolvimento das variadas funções da cidade garantindo o bem-estar e o 
aumento da qualidade de vida dos cidadãos. 
 
 
63 
 De acordo com o macrozoneamento, constante no Anexo 2, Mapa 1, o 
terreno escolhido para o desenvolvimento da proposta está localizado na zona 
urbana, a qual é classificada como uma área que apresenta bairros ou distritos 
com legislações específicas e com infraestrutura consolidada e apropriada para 
urbanização. 
Após analisar o Anexo 1 Quadros de 1 a 9, e o Anexo 2 Mapa 3.I e 3.II, 
pode-se afirmar que o terreno não se enquadra dentro de nenhuma área especial 
não necessitando, assim, de adição de normas complementares e específicas 
para uso e ocupação do solo. 
No tocante ao sistema viário, o artigo 52, conforme Anexo 2, Mapa 4, o 
lote em questão é compreendido pela via estrutural número 47, Avenida Maria 
Lacerda Montenegro, e pela via coletora número 104, Rua Aníbal Brandão. A via 
estrutural apresenta papel de integração das regiões metropolitanas, enquanto 
a via coletora é de importância intermediária, uma vez que desempenha função 
de distribuição e apoio. 
Considerando que o lote em estudo se encontra na zona urbana do 
Município de Parnamirim, têm-se o coeficiente de aproveitamento básico 
correspondente a uma vez a área do terreno. O coeficiente de aproveitamento 
máximo permitido mediante pagamento de concessão onerosa para 
aproveitamento do solo criado ou transferência de potencial construtivo é de 2.0, 
todavia o projeto em questão não necessitará do pagamento da outorga onerosa 
respeitando, assim, o coeficiente de aproveitamento básico. Deve-se destacar, 
ainda, que a taxa de ocupação permitida para a área é de até 80% e a taxa de 
área permeável mínima é de 20%. 
Quanto aos recuos, segundo o artigo 96, para edificações térreas é 
exigido um recuo frontal de 3,00m, medidos a partir do limite do terreno sem 
incluir as calçadas. É importante ressaltar que as construções que são permitidas 
para ocupar o recuo frontal, como a casa do lixo, não podem ultrapassar 20% da 
área do recuo. 
 
 
64 
Em relação ao gabarito permitido conforme o Ministério de Estado da 
Aeronáutica e segundo parâmetros exigidos para segurança de voos, anexo 2, 
Mapa 3.I. destas leis, a parcela em análise não apresenta limite de altura. 
Fazendo um resumo de algumas premissas utilizadas para o projeto têm-se: 
Tabela 2- resumo dos índices urbanísticos para a Zona Urbana. 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013 editado pela autora, 2013. 
No que ser refere aos estacionamentos, o artigo 104, parágrafo primeiro, 
estabelece parâmetros para a realização dos mesmo de acordo com o Anexo I, 
Quadro 12 e 13, e Anexo III. 
Tabela 3- Dimensionamento das Formas de acesso. 
 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013 editado pela autora, 2013. 
 
 
 
65 
Tabela 4- Relação das vagas de estacionamento por empreendimento. 
 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013 editado pela autora, 2013.Figura 26- Dimensionamento das formas de acesso. 
 
Fonte: Lei complementar nº 063/2013 editado pela autora, 2013. 
Após a análise da tabela 4, concluiu-se que para a via estrutural, Av. Maria 
Lacerda Montenegro, seriam necessárias 8 vagas de estacionamento posto que 
apenas o bloco do Pet Shop está voltado para ela, em contrapartida, na Rua 
Aníbal Brandão, via coletora, seriam necessárias 21 vagas de estacionamento. 
Na tabela 3 e na figura 26, mostra, a partir do tamanho das testadas dos lotes e 
do número de estacionamento, como devem ser seus acessos. Assim, para a 
Av. Maria Lacerda Montenegro a forma de acesso é a opção C da figura 26, 
enquanto para a Rua Aníbal Brandão a forma de acesso se dá pela opção B. 
Deve-se ressaltar que nos estacionamentos coletivos deverão ser previstas 
 
 
66 
vagas para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e idosos, conforme 
legislação pertinente. 
Resumidamente, aplicando estes dados ao projeto, e considerando a área 
total do terreno de 26.005,48m², tem-se: 
Tabela 5- Resumo índices urbanísticos aplicado ao terreno. 
 Exigido 
Permitido em relação a 
área total do terreno 
Coeficiente de 
aproveitamento 
≤ 1 26.005,48 m² 
Taxa de ocupação ≤ 80% 20.804,38 m² 
Taxa de permeabilidade ≥ 20% 5.201,10 m² 
Recuos 3 m 
Gabarito Sem limite de gabarito 
Estacionamento 
Via arterial 1 vaga/35m² 8 vagas 
Via coletora 1 vaga/40m² 21 vagas 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
3.3.2 Código de obras de Parnamirim 
A Lei Complementar n° 830/94 de 29 de julho de 1994 dispõe sobre o 
Código de Obras do Município de Parnamirim, determinando normas para a 
elaboração de projetos e execução de obras em aspectos técnicos, estruturais e 
funcionais, referentes às obras e urbanizações realizadas na zona urbana, de 
expansão urbana e rural. 
O capítulo III aborda assuntos relacionados a ventilação, insolação e 
iluminação. Assim, o artigo 56 explana as exigências mínimas referentes as 
aberturas da edificação. Relata que os dormitórios, salas de estar, escritórios, 
refeitórios e biblioteca precisam apresentar a área total da abertura para o 
exterior superior ou igual a 1/6 da superfície do piso de cada ambiente. Já nas 
áreas molhadas, como cozinhas, copas e banheiros, elas não poderão ser 
inferiores a 1/8 da área do piso do compartimento. Já o artigo 57, explana sobre 
as aberturas que são destinadas para insolação, iluminação e ventilação, 
 
 
67 
relatando que quando voltada para o logradouro, para a área da frente ou área 
dos fundos, estas aberturas devem ser 1/6 da área útil do compartimento, à 
medida que quando for voltada para o espaço livre fechado, como varanda e 
terraços, necessitam ter no mínimo 1/5. 
Quanto aos depósitos de lixo, necessitam ser compostos por 
compartimentos fechados, com capacidade para guardar os vasilhames 
coletores de lixo, possuírem ligação direta com o exterior, serem totalmente 
revestidos de material liso, impermeável, resistente a lavagens periódicas e 
dotados de ralos. 
3.3.3 Código de segurança e prevenção contra incêndio e 
pânico do Rio Grande do Norte (Lei nº. 4.436) 
Este código visa determinar critérios indispensáveis para a segurança 
contra incêndio nas construções de todo o Estado do Rio Grande do Norte, tendo 
em vista garantir, através de suas exigências, as formas necessárias para 
combater o incêndio, prevenir ou reduzir a propagação do fogo, facilitar os atos 
de socorro e garantir a evacuação segura dos ocupantes das edificações. 
 De acordo com o capítulo IV, o Vila Pet é considerado como uma 
ocupação mista, já que é uma ocupação comercial por apresentar escritórios, 
lojas, serviços diversos, entre outros, e também ocupação residencial uma vez 
que possui serviços de hotelaria e asilos para animais. 
Dentro dessa perspectiva, o artigo 8, do referido código, expõe exigências 
de dispositivos de proteção contra incêndio de acordo com a área construída e 
altura da edificação das ocupações comercial, mista e pública. Dessa forma, o 
projeto em questão está enquadrado nas edificações com altura inferior a seis 
metros e com área inferior a 750m². Assim, a prevenção deve ser móvel feita a 
partir dos extintores de incêndio e com sinalização. Deve-se ressaltar que o 
empreendimento é classificado, de acordo com a ocupação, como risco A e 
possui edificações isoladas entre si menores de 750m² o que dispensa a 
prevenção fixa por meio dos hidrantes. 
 
 
68 
3.3.4 NBR 9050/2015 
Esta norma dispões de critérios básicos e parâmetros técnicos que devem 
ser utilizados no projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e 
rural, e de edificações às condições de acessibilidade, visando o acesso e a 
inclusão de todos, independentemente de idade, estatura ou qualquer limitação. 
Dessa forma, durante o processo de concepção da proposta foram 
utilizadas várias recomendações e exigências desta norma as quais permitem 
que os ambientes possam ser usufruídos, da maneira mais autônoma possível, 
pela maior quantidade de pessoas independente de qualquer deficiência física. 
Em relação aos parâmetros antropométricos que determinam as 
dimensões referenciais, têm-se: 
- Módulo de referência: É a projeção de 0,80 m por 1,20 m no piso, 
ocupada por uma pessoa em cadeira de rodas. 
- Área de circulação e manobra: 0,90m para um cadeirante, 1,20m a 
1,50m para um cadeirante ao lado de um pedestre, 1,50m a 1,80m para duas 
pessoas em cadeiras de rodas. 
- A dimensão mínima necessária para a transposição de uma barreira 
isolada com extensão de no máximo 0,40m é de 0,80m, para obstáculo com 
extensão acima de 0,40 m, a largura mínima deve ser de 0,90 m. 
-Área de manobra para cadeirantes sem deslocamento é de 1,20m x 
1,20m quando a rotação for de 90°, 1,50m x 1,20m quando a rotação for de 180° 
e ø 1,50m quando a rotação for de 360°. 
-Área de manobra para cadeirantes com deslocamento está exemplificada 
na figura abaixo. 
 
 
69 
Figura 27- Exemplos manobra de cadeiras de rodas com deslocamento. 
 
Fonte: NBR 9050, 2015. 
As circulações internas devem ser dimensionadas de acordo com o fluxo 
de pessoas, assim tem-se as larguras mínimas para os corredores em relação 
ao fluxo e extensão: 
 
 
70 
- Deve-se prever 0,90m para corredores de uso comum com extensão até 
4,00 m; 1,20 m para corredores com extensão até 10,00m; e 1,50 m para 
corredores com extensão superior a 10,00m; 
- Para corredores de uso público deve-se prever 1,50m; 
-Corredores de grandes fluxos de pessoas devem ser maiores de 1,50m. 
As portas também devem conter um vão livre de, no mínimo, 0,80m, 
quando abertas, e altura de 2,10m. Já as portas de sanitários devem ter, no lado 
oposto ao lado da abertura da porta, um puxador horizontal, associado à 
maçaneta localizados à uma distância de 0,10 m do eixo da porta e possuir 
comprimento mínimo de 0,40 m, com diâmetro variando de 35 mm a 25 mm, 
instalado a 0,90 m do piso. 
Em se tratando da circulação externa, a largura da calçada é dividida em 
três faixas de uso. A primeira é referente a faixa de serviço onde se acomoda o 
mobiliário, os canteiros, árvores e os postes de iluminação ou sinalização, é 
recomendado reservar 0,70 m, já a segunda é destinada a faixa livre ou passeio, 
onde ocorre a circulação de pedestre. Esta, deve ser livre de qualquer obstáculo, 
ter inclinação transversal até 3 %, ser contínua entre lotes e ter no mínimo 1,20m 
de largura e 2,10 m de altura livre. Por fim, a terceira é a faixa de acesso, a qual 
consiste no espaço de passagem da área pública para o lote. 
No tocante aos estacionamentos, estes apresentam dois tipos distintos de 
vagas reservadas: uma para os veículos que conduzam ou sejam conduzidos 
por idosos e outra para os veículos que conduzam ou sejam conduzidos por 
pessoas com deficiência. As vagas para idosos necessitam ser posicionadas 
próximas das entradas de modo a garantir o menor deslocamento,enquanto as 
vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por 
pessoas com deficiência precisam contar com um espaço adicional de circulação 
com no mínimo 1,20 m de largura, quando afastadas da faixa de travessia de 
pedestres, estar vinculadas à rota acessível que as interligue aos polos de 
atração, estar localizada de forma a evitar a circulação entre veículos, ter piso 
regular e estável, e, por fim, o percurso máximo entre a vaga e o acesso à 
 
 
71 
edificação ou elevadores deve ser de 50 m. Os percentuais para a previsão de 
vagas reservadas nos estacionamentos externos ou internos das edificações de 
uso público ou coletivo estão definidos nas normas específicas do Conselho 
Nacional de Trânsito (CONTRAN). 
Quanto a informação e sinalização das vagas reservadas para veículos, 
devem ser sinalizadas e demarcadas com o símbolo internacional de acesso ou 
a descrição de idoso, aplicado na vertical e horizontal, conforme as normas 
específicas do Conselho Nacional de Trânsito e devem estar posicionadas de 
maneira a não interferir com as áreas de acesso ao veículo, e na circulação dos 
pedestres. 
No que se refere aos banheiros e vestiários acessíveis, deve-se prever 
5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo um, onde houver sanitários. 
Os boxes de bacia sanitária acessível devem conter dimensões suficientes para 
o giro da cadeira de roda e os boxes de chuveiro devem apresentar no mínimo 
0,90m x 0,95m, conforme se pode conferir na figura abaixo retirada da norma: 
Figura 28- Medidas mínimas de um sanitário acessível. 
 
Fonte: NBR 9050, 2015. 
 
 
72 
3.3.5 Resoluções Contran nº 236/07, nº 303/08 e nº 304/08 
A Resolução 236 de 11 de maio de 2007 do Conselho Nacional de Trânsito 
regulamenta a sinalização horizontal, através do volume IV do Manual Brasileiro 
de Sinalização de Trânsito, além de englobar todas as sinalizações, dispositivos 
auxiliares, sinalização semafórica e sinalização de obras determinados pela 
Resolução nº 160/04 do CONTRAN. 
Esta resolução foi importante para o projeto no que tange as sinalizações das 
vagas para veículos conduzidos por pessoas com deficiência, uma vez que 
compete ao órgão regulador de trânsito normatizar a sinalização horizontal 
correta, como já visto anteriormente. Assim, segundo esta resolução a 
sinalização horizontal deve ser feita de acordo com a figura 29. Quanto ao 
pictograma indicativo do local de estacionamento, deve ser na cor branca, 
inserido num quadrado azul com 1,20m de lado. 
Figura 29- Sinalização e dimensões – Vaga para Pessoa com Deficiência 
 
Fonte: Resolução CONTRAN nº 236, 2007. 
 
 
 
73 
Já Resolução 303 de 18 de dezembro de 2008 dispõe sobre as vagas de 
estacionamento de veículos destinadas exclusivamente aos idosos. Expõe que 
os percentuais mínimos para a previsão de vagas reservadas nos 
estacionamentos devem ser de 5% (cinco por cento) das vagas em 
estacionamento regulamentado de uso público para serem utilizadas 
exclusivamente por idosos, conforme a Lei Federal n° 10.741/2013. 
Desse modo, a referida resolução traz, ainda, como devem ser as 
sinalizações das vagas destinadas aos idosos de acordo com a figura 30. 
Figura 30- Sinalização Vertical e Horizontal de vaga exclusiva para Idoso. 
 
Fonte: Resolução CONTRAN nº 303, 2008. 
Em contrapartida, a Resolução 304 de 18 de dezembro de 2008 apresenta 
o modelo de sinalização vertical de vagas de estacionamento de veículos 
destinadas exclusivamente a veículos que transportem pessoas portadoras de 
deficiência ou com dificuldade de locomoção, conforme a figura 31. 
 
 
74 
Figura 31-Sinalização Vertical de vaga exclusiva para deficientes. 
 
Fonte: Resolução CONTRAN nº 304, 2008. 
Esta mesma resolução relata os percentuais mínimos para a previsão de 
vagas reservadas nos estacionamentos externos ou internos, regulamentados 
pela Lei n° 10.098/00, que define a reserva de 2 % (dois por cento) do total de 
vagas de estacionamento para veículos que transportem pessoas portadoras de 
deficiência física ou visual. 
3.4 Condicionantes Funcionais 
As condicionantes funcionais reúnem aspectos que ajudaram a estabelecer 
o projeto arquitetônico, abordando assuntos relacionados ao programa de 
necessidades, pré-dimensionamento, fluxograma e zoneamento iniciais. 
3.4.1 Programa de necessidades e pré-dimensionamento 
Para a realização do programa de necessidades foi de suma importância 
a análise das legislações vigentes para projetos destinados aos animais, já 
apresentada anteriormente no tópico 1.3, as leis que regem o terreno escolhido, 
como descritas no capítulo 3 e, principalmente, os estudos de referência diretos 
ou indiretos que forneceram exemplos de soluções funcionais e formais, 
contribuindo assim, para a elaboração do programa de necessidades adequado 
à proposta. 
 
 
75 
O projeto foi inicialmente pensado para apresentar espaços destinados a 
boutique, hotelaria, treinamentos e tratamentos fisioterápicos diversos. Porém 
após o estudo das legislações que regem estabelecimentos veterinários, mas 
especificadamente o Decreto Nº 40.400/1995 de São Paulo, foi constatado a 
necessidade de acrescentar ao projeto um espaço ambulatorial, uma vez que é 
obrigatório a presença de um ambulatório veterinário em estabelecimentos de 
pensões para animais, e uma drogaria veterinária, posto que neste mesmo 
decreto existe a proibição dos pets shops comercializarem medicamentos e 
produtos terapêuticos. 
 O Vila Pet foi dividido, inicialmente, em blocos independes a partir da 
funcionalidade de cada um, são eles: bloco do Pet Shop, bloco recepção e 
administração, bloco ambulatorial, bloco funcionários, bloco serviços, bloco 
lazer, bloco dos gatis, bloco dos canis e bloco de infraestrutura. Todavia, para a 
proposta final houve alguns agrupamentos e desagrupamentos de blocos, de 
modo a garantir melhor funcionalidade, economia e estética ao projeto. Tais fatos 
serão abordados no tópico da evolução da proposta. 
Dentro desta perspectiva, chegou-se a um programa de necessidades 
compatível com as necessidades e funções da proposta escolhida: 
Tabela 6- Programa de Necessidades e Pré-Dimensionamento 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Pet Shop 
Drogaria 01 35 m² 
Utilidades para drogaria 01 5 m² 
Boutique 01 50 m² 
Sala para banho 01 15 m² 
Sala para secagem 01 15 m² 
Sala para tosa 01 15 m² 
Sala para tratamento 
pelagem 
01 15 m² 
Abrigo de resíduos 
sólidos (local) 
01 6 m² 
Depósito 01 6 m² 
 
 
76 
DML 01 6 m² 
Canis espera 04 2,50 m² cada 
Gatis espera 02 2 m² cada 
 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Recepção e 
Administração 
Foyer com recepção 01 130 m² 
Sala administração 01 15 m² 
Sala reunião 01 25 m² 
Sala coletiva 01 30 m² 
Sala triagem 01 10 m² 
Sala esterilização 01 10 m² 
Abrigo de resíduos 
sólidos (local) 
01 6 m² 
Depósito 01 6 m² 
DML 01 6 m² 
BWC Feminino 01 9 m² 
BWC Masculino 01 9 m² 
BWC acessível 01 3 m² 
 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Ambulatorial 
Recepção 01 30 m² 
Consultório 01 12 m² 
Sala curativos 01 12 m² 
Sala fisioterapia 01 20 m² 
Sala tratamentos 01 12 m² 
Abrigo de resíduos 
sólidos (local) 
01 4 m² 
Depósito 01 4 m² 
DML 01 4 m² 
 
 
 
77 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Funcionário 
Sala estar 01 20 m² 
Cozinha 01 10 m² 
Salas para descanso 02 15 m² cada 
BWC Feminino 01 10 m² 
BWC Masculino 01 10 m² 
BWC acessível 01 3 m² 
 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Serviços 
Cozinha geral 01 10 m² 
Sala de apoio para 
cozinha 
01 4 m² 
Lavanderia Geral 01 10 m² 
Sala limpa 01 3 m² 
Sala suja 01 3 m² 
 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Lazer 
Academia 01 35 m² 
Spa 01 30 m² 
Espaço Zen 01 20 m² 
Abrigode resíduos 
sólidos (local) 
01 6 m² 
Depósito 01 6 m² 
DML 01 6 m² 
Lazer livre com parte 
coberta 
01 600 m² 
Pista de Agility 01 960 m² 
Piscina 01 100 m² 
 
 
 
78 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Gatil 
Gatis 20 4 m² cada 
Sala de utilidades 01 4 m² 
Depósito 01 4 m² 
 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Canis 
Grande e médio porte 20 36 m² cada 
Pequeno porte 20 10 m² cada 
Asilo 20 10 m² cada 
Abrigo de resíduos 
sólidos (local) 
01 4 m² 
Depósito 01 4 m² 
DML 01 4 m² 
Sala Plantonista 01 10 m² 
 
Bloco Ambiente Quantidade 
Área aproximada 
por ambiente (m²) 
Infraestrutura 
Casa de gás 01 6 m² 
Casa de Bombas 01 9 m² 
Casa de Gerador 01 9 m² 
Casa de lixo (geral) 01 9 m² 
Estacionamento A definir 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
3.4.2 Fluxograma inicial 
Após a realização do programa de necessidades e pré-dimensionamento, foi 
necessário o entendimento das relações funcionais e as ligações entre os 
diversos blocos a partir da realização de um fluxograma geral inicial, que serviu 
 
 
79 
para fundamentar o desenvolvimento do zoneamento e, posteriormente, a 
implantação. 
Figura 32- Fluxograma inicial do projeto. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
3.4.3 Zoneamento Inicial 
Para a realização do zoneamento foram utilizados todos os critérios já 
supracitado nas condicionantes físico-ambientais, como ventilação e insolação, 
além da atenção para o local onde ele está inserido e seu entorno. 
Como a Av. Maria Lacerda é mais movimentada que a Rua Aníbal Brandão, 
optou-se por colocar os principais acessos por esta via a fim de não influenciar 
negativamente o tráfego da avenida, além de facilitar o acesso para o complexo. 
Dessa forma, os estacionamentos foram previstos para ficarem dispostos 
perpendicularmente a calçada da Rua Aníbal Brandão. Todavia, também se fez 
necessário a implantação de estacionamentos voltados para a Av. Maria 
Lacerda, porém estes estacionamentos serão em menor quantidade. 
Deve-se ressaltar que o bloco do Pet Shop é comercial, necessitando estar 
situado em áreas visíveis e de fácil acesso. Consequentemente, o bloco foi 
locado na esquina da edificação tendo acesso pelas duas vias que englobam o 
terreno. Visando, ainda, a sua maior visibilidade, utilizou-se da topografia natural 
 
 
80 
do terreno como estratégia visual para locá-lo um pouco mais elevado que as 
vias que o circundam de forma a não criar barreiras visuais. 
Pela entrada principal, Rua Aníbal Brandão, pode-se entrar diretamente no 
bloco recepção/administração e no bloco ambulatorial, ambos com entradas 
independentes, porém interligados entre si. Posteriormente estão localizados o 
bloco de serviço e o bloco de lazer. Este último está na porção central do terreno, 
seguido dos gatis e canis. Já os gatis e os canis foram dispostos de uma forma 
que fossem atingidos pela radiação solar em algum momento do dia, já que o sol 
tem papel importantíssimo como antibacteriano ajudando na esterilização do 
ambiente. Tais estudos de insolação e proteção serão descritos nos capítulos 
posteriores. 
É importante frisar que foi pensado em uma faixa de 30 m contornando os 
blocos de permanência animal visando criar uma barreira acústica tanto para os 
animais quando para o entorno, dado que as áreas ocupadas com vegetação 
densa, entre a fonte e o receptor, atenuam os níveis sonoros gerados pela fonte. 
Figura 33- Zoneamento inicial. 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
 
81 
4 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA 
Neste capítulo será apresentada a proposta arquitetônica elaborada, 
mostrando seu conceito, partido arquitetônico, evolução do projeto e demais 
etapas até o resultado final, que está detalhado no memorial descritivo e 
justificado. Este, por sua vez, aborda todos os detalhes relacionados a proposta 
final que variam desde as soluções funcionais até a escolha da cobertura, 
estrutura, dimensionamento do reservatório d’água e estacionamento. 
4.1 Conceito e Partido arquitetônico 
Segundo Edson Mahfuz (1998), qualquer obra arquitetônica deve 
apresentar um conceito central que será um fio condutor para a concepção do 
edifício. Ele é transmitido ao projeto a partir do partido arquitetônico que define 
as premissas que serão utilizadas no desenvolvimento do projeto. 
 Dentro dessa perspectiva do conceito como norteador do 
desenvolvimento, temos como conceito escolhido o origami. Esta é uma arte 
milenar japonesa passada de geração para geração e conhecida no mundo 
inteiro. Esta técnica consiste em uma série de dobras combinadas de diversas 
maneiras com o intuito de criar novos objetos tridimensionais. O origami sempre 
foi uma arte encantadora uma vez que ele transforma o papel, na sua forma 
geométrica mais simples, em um objeto desejado de acordo com sua vontade e 
necessidade. 
 Dessa forma, o origami está rebatido no partido arquitetônico, 
principalmente, na cobertura da edificação, já que esta partiu de uma solução 
geométrica simples, limite das paredes e beirais, que com os diversos 
dobramentos e desdobramento visando a solução formal e funcional, chegou a 
geometria desejada, isto é, algumas com a forma mais simples e outras com 
formas bastantes diferenciadas (figura 34). 
 
 
82 
Figura 34- Cobertura inspirada no origami. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Também é importante destacar que a matéria prima para fazer um origami 
é o papel, feito a partir da madeira. No que lhe concerne, a madeira foi um 
material bastante utilizado em diversos elementos do complexo, como nas 
esquadrias, brises e a própria cobertura, para a qual foi escolhida uma telha com 
características semelhantes a madeira. 
O conceito também está presente na logomarca do Vila Pet, pois 
apresenta um cachorro e um gato que lembram os feitos de origamis, posto que 
são formados por vários triângulos, remetendo, consequentemente, a 
dobraduras e a cobertura do projeto. 
Com relação a escolha do nome, como neste complexo foi priorizado a 
integração com a natureza, tendo diversas áreas verdes e caminhos, criou-se 
 
 
83 
um agradável ambiente de vila, ademais, por ser este um estabelecimento 
destinado aos animais, o presente projeto foi então nomeado Vila Pet. 
Figura 35- Logomarca Vila Pet. 
 
Fonte: Acervo pessoal, 2017. 
4.2 Evolução da proposta 
Tendo como referência o conceito e o partido arquitetônico a ser seguido, 
aliado aos estudos realizados anteriormente, o programa de necessidades 
dimensionado e o zoneamento inicial, pôde-se realizar uma proposta final 
adequada para este tipo de estabelecimento. Também foi levado em 
consideração todas as condicionantes já citadas nos capítulos anteriores, como 
recuos, gabaritos, estacionamento, ventilação, insolação, entre outros. Porém, 
até chegar a solução desejada ocorreram diversas alterações na proposta as 
quais serão abordadas neste capítulo. 
Inicialmente, foi feita uma análise do zoneamento inicial proposto de modo 
a identificar possíveis erros e melhorias para o mesmo. Dessa forma, foi 
observado que existiam blocos fragmentados e pequenos que poderiam ser 
unidos com a finalidade de melhorar a funcionalidade, centralizar algumas 
atividades e funções, além de aumentar as possibilidades para as soluções 
formais. Logo, foi constatado que o bloco de serviços poderia ser agrupado ao 
bloco de funcionários, porém com entradas distintas, uma vez que este bloco 
será utilizado apenas pelos próprios funcionários. 
 
 
84 
Além destes, o bloco do lazer estava subdividido em vários blocos 
menores, consequentemente estes foram agrupados entre si ficando juntas a 
parte de spa, academia e espaço zen. O Gatil também foi realocado posto que 
não é desejável que este fique visualmente em contato aos canis, como já foi 
relatado anteriormente, assim, ele foi reposicionado para um local entre o espaçofuncionário e a área de lazer livre, criando a barreira visual entre os canis e os 
gatis. 
Os canis, por sua vez, também sofreram alterações, uma vez que o canil 
para cães de médio e grande porte necessitava de um espaço maior para a sua 
implantação, de modo que foi realocado para ficar à direita dos demais canis. Já 
a parte de apoio para os canis, que é compreendida pelo abrigo de resíduos 
sólidos, DML, depósito e sala do plantonista, foi colocada centralizada próximo 
aos canis de modo a atender a todos os blocos igualmente. 
Houve a necessidade, ainda, de dividir o bloco de infraestrutura, deixando 
perto da calçada apenas a casa de lixo, enquanto o restante foi recolocado para 
perto dos demais blocos. Deste modo, foi criada uma nova configuração, 
apresentada na figura abaixo: 
 
 
85 
Figura 36- Zoneamento durante o processo de evolução. 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Ainda relacionado ao bloco dos canis, foi pensado posteriormente em 
realocar a parte de apoio aos canis para junto do bloco de lazer, visto que o bloco 
de lazer é centralizado mantendo, assim, a possibilidade deste bloco atender a 
todos os canis, conforme a figura 37. 
Figura 37- Realocação da parte de apoio dos canis para o bloco de lazer. 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
 
86 
No tocante a implantação, foi seguido o zoneamento definido na figura 36 
em relação a localização dos blocos, posicionando-os perpendicularmente a Rua 
Aníbal Brandão, já que seguindo essa organização haveria espaço suficiente 
para a massa arbórea desejada, com fins acústicos, circundando os blocos. Além 
disso, esta disposição proporciona também que três fachadas recebam 
ventilação, já que, como mostrado anteriormente, a ventilação varia entre sul e 
leste. 
No que se refere ao estacionamento e seus acessos, foi pensado, 
inicialmente, em fazer uma via principal, de mão única, em cada entrada que dá 
acesso ao estacionamento e aos blocos, todavia, após as análises do plano 
diretor, foi descoberta a necessidade de fazer uma via dupla no acesso da 
testada voltada para a Rua Aníbal Brandão. Desse modo, para a realização da 
via dupla foi preciso diminuir a área destinada ao estacionamento, embora tenha 
sido respeitada a quantidade de vagas mínimas exigidas, a fim de criar um 
espaço de lazer com acesso livre para os animais, como mostrado na evolução 
abaixo: 
 
 
87 
Figura 38- Evolução Implantação com destaque para mudanças nos acessos. 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Em se tratando da solução formal, deve ser levado em conta que o 
complexo em questão é térreo o que dificulta a criação de um volume 
diferenciado. Pensando nisso, foi idealizada a criação de uma cobertura 
diversificada, que gerou uma identidade visual ao projeto. Assim, surgiu a ideia 
do conceito do origami que cria formas e objetos distintos partindo de uma 
geometria simples. Logo, foi delimitado os contornos das paredes e beirais e, a 
partir deles, criou-se dobras que foram dando forma as águas do telhado. 
 
 
88 
Inicialmente, foi feito para cada bloco uma cobertura individual, porém fez-se 
necessário a criação de uma conexão entre elas para sombrear os caminhos 
que as ligam, dado que esse fluxo é livre, o que gera a ideia um volume único na 
fachada. 
Figura 39- Evolução formal. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
No que diz respeito a topografia, como já relatado anteriormente, o terreno 
escolhido apresenta um desnível de cinco metros entre a cota mais baixa e a 
mais elevada, apresentando dois cimos. Assim, foi proposto uma movimentação 
de terra de modo a retirar essas elevações na parte central do terreno e aterrar 
outras partes, nivelando as áreas onde os blocos estão situados. Portanto, o 
terreno passou a apresentar apenas 3 metros de declividade. 
 
 
89 
Figura 40- Movimentação de areia feita. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Figura 41- Topografia final com a implantação dos blocos. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
 
90 
4.3 Memorial descritivo e justificado 
 
Este capítulo apresenta uma síntese técnica para melhor compreensão do 
projeto e compila as justificativas para as principais decisões projetuais. 
O Vila Pet é um complexo de lazer, hotelaria e cuidados destinado para cães 
e gatos que visa o bem-estar dos mesmos. Ele reúne em um só lugar espaços 
para programas educacionais, atividades especiais e uma ótima estrutura de 
hospedagem, treinamentos, tratamentos, saúde e bem-estar dos pets. 
Apresenta instalações de fácil manejo, limpas, seguras e especialmente 
projetadas para as atividades desenvolvidas integradas à natureza, propiciando 
um ambiente ideal para o animal, tais como: área livre com parte coberta para 
lazer em dias de chuva, pista de agility, piscina semiolímpica, academia, spa, 
espaço zen, boutique, drogaria, banho, tosa, tratamentos de pelagem, 
ambulatório veterinário, salas de tratamentos diversos, gatis e canis amplos com 
solários amplos, entre outros. 
O empreendimento ocupa um terreno de área igual a 26.005,48m² com 
15.621,00m² de área verde e 1.718,20m² de área construída. Conforme a tabela 
abaixo: 
 
 
91 
Tabela 7- Prescrições Urbanísticas. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
4.3.1 Implantação 
Como relatado nos capítulos anteriores, a implantação dos blocos se deu 
por diversas condicionantes. Assim, após vários estudos e mudanças chegou-
se a uma implantação final adequada para o projeto em questão, com aspectos 
humanitários que visam o bem-estar animal. Logo, fez-se necessário a 
realização de um novo fluxograma incluindo todas as alterações que foram feitas 
(figura 42). 
 
 
92 
Figura 42- Fluxograma implantação. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
O acesso principal se dá pela Rua Aníbal Brandão, apresentando ainda 
acesso para o bloco do Pet Shop pela Avenida Maria Lacerda Montenegro. A 
entrada de serviço é independente e reservada, porém é feita pela mesma rua 
da entrada principal. E a casa de lixo ficou próxima a via enquanto as demais 
áreas de infraestrutura ficaram próximas a entrada de serviço. 
Já os quatros blocos da entrada principal (pet shop, recepção e 
administração, ambulatorial e funcionários) apresentam uma cobertura única 
conectando todos os quatro blocos. Esta cobertura foi pensada com o intuito de 
sombrear os caminhos entre os blocos uma vez que, como mostrado no 
fluxograma acima, o fluxo entre os blocos do Pet Shop, Recepção e 
Administração e o Ambulatorial é considerado livre. Os caminhos foram 
realizados mais retilíneos, ligando todos os blocos entre si. 
A escolha da localização do bloco de lazer se deu devido a necessidade 
de estar centralizado para atender igualmente todos os blocos, visto que é um 
espaço comum para os usuários e hóspedes do Vila Pet. Dessa forma, a piscina 
também está localizada na parte central do complexo e, com base nos estudos 
de insolação do terreno, foi disposta de forma a receber radiação solar na maior 
parte do tempo. 
 
 
93 
Visando a segurança dos animais e a permeabilidade visual do projeto, o 
complexo foi circundado com um gradil de madeira com 2 portões que dão 
acesso ao complexo, porém, o acesso não se dá somente por esses dois 
portões, tendo em vista que alguns blocos também apresentam conexão direta 
com a parte interna. Um destes portões fica próximo ao Pet Shop e ele foi 
pensado em caso de um animal precisar usufruir de algum serviço lá prestado, 
enquanto o outro portão ficou próximo ao bloco de serviços. Este, por sua vez, 
liga a área de carga e descarga ao interior do complexo, por isso a necessidade 
de ficar perto do bloco de serviços e funcionários. 
Os estacionamentos ficaram situados entre o complexo e as vias que os 
englobam. As vagas destinadas aos idosos e aos deficientes foram situadas o 
mais próximo possível das entradas dos blocos, uma vez que existe uma 
distânciamáxima de deslocamento a ser respeitada. No estacionamento 
principal, voltado para R. Aníbal Brandão, a via de acesso ficou entre as vagas 
exclusivas e os blocos, consequentemente, foi colocada uma passarela elevada 
tendo como objetivo o melhor deslocamento para todos. 
Ao lado do estacionamento principal encontra-se o espaço de lazer com 
livre acesso para os animais. O espaço é cercado para evitar fugas além de 
possuir bancos para seus proprietários sentarem enquanto aguardam a diversão 
do seu animal. Esta área aumenta, ainda, o potencial do complexo, visto que o 
mesmo se tornará um polo atrativo para diversão gratuita dos animais. 
 Outro ponto que se deve frisar é a implantação de um cinturão verde de 
30 metros com arborização densa que circunda os blocos. Essa massa arbórea 
funcionará como um elemento vazado absorvendo e minimizando a propagação 
dos ruídos. Em relação as espécies escolhidas, propõe-se a utilização, no 
cinturão, de árvores nativas de diversos portes, enquanto nas demais áreas foi 
proposto a utilização de vegetações rasteiras, arbustivas e de pequeno porte, 
posto que se julgou mais interessante a colocação de árvores de pequeno porte 
perto das fachadas de modo a não interferir na visibilidade das mesmas. 
Já em relação a locação da torre da caixa d’água, foi pensado em coloca-
la próximo aos blocos que irão ser abastecidos por ela. Todavia, foi considerado 
 
 
94 
que não é visualmente agradável a colocação desta na fachada ou em áreas 
muito visíveis, assim, foi escolhido posicioná-la perto do cinturão verde, 
tentando, com o auxílio das árvores, minimizar seu impacto visual. 
Figura 43- Implantação final sinalizada. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
4.3.2 Bloco Pet Shop 
O bloco do Pet Shop está situado próximo ao cruzamento das duas vias que 
margeiam o terreno. Para sua localização foi pensado, principalmente, na 
visibilidade que o local aliado a topografia do terreno iria promover. O bloco é 
composto pela drogaria, boutique, sala para banho, sala para tosa, sala para 
secagem, sala para tratamento de pelagem, os canis e gatis temporários e o 
setor de apoio (abrigo de resíduos sólidos, DML e depósito). 
Uma estratégia adotada na boutique foi realizar um layout que induza o 
consumidor a passar pelas gôndolas para incentivá-lo a comprar. Já os canis e 
gatis propostos são de permanência rápida, logo, foram adotadas as medidas 
mínimas estabelecidas para eles. 
 
 
95 
Neste bloco foi usado, também, cobogó nas áreas dos canis e em algumas 
salas, de modo a criar elementos diferentes nas fachadas, bem como a 
realização da ventilação cruzada nos ambientes. 
Figura 44- Fachada sudoeste, sudeste e nordeste do Bloco Pet Shop, 
respectivamente. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
 
96 
A fachada sudoeste, voltada para a av. Maria Lacerda, apresenta aberturas 
grandes para que se possa ver o interior das lojas e das salas de banho, tosa e 
secagem, uma vez que hoje há uma grande preocupação com os maus tratos, 
então, deixar as salas visíveis é uma forma de passar confiança para o cliente e 
evitar qualquer dano ao animal. É sabido que essa fachada recebe bastante luz 
solar durante o verão, assim, foi proposto como elemento de proteção a 
colocação de um beiral de 2 metros para a diminuição da incidência solar 
principalmente nessa época do ano. 
Figura 45- Estudo insolação fachada sudoeste bloco pet shop. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Após as análises acima pode-se concluir que no inverno a incidência solar 
na fachada é baixa, concentrando-se apenas em uma pequena parte depois das 
16h30. Já no verão, a incidência solar nas aberturas também começa a partir 
das 16h30 e vai até o pôr do sol, porém, deve-se atentar que a radiação, em seu 
máximo, só atinge a parte das vitrines das lojas e um pouco dos caixas. Assim, 
a opção adotada foi colocar cortinas persianas apenas na parte dos caixas para 
o sol não incomodar visualmente, pois nesta hora a radiação não é quente, logo, 
não afetará no conforto térmico do bloco, nem tampouco influenciará na 
visibilidade das vitrines. 
 
 
97 
4.3.3 Bloco Recepção e Administração 
O bloco da recepção e administração é bloco com maior área construída do 
complexo. Ele é dividido em dois pés direto distintos, um na parte acesso com 
pé direito duplo e outro nos demais ambientes com pé direto padrão ao resto dos 
blocos. Na parte com pé direto duplo está situado o foyer e recepção - com 
acessos pela porta central e duas portas laterais -, onde estão situados o balcão 
de informações, áreas de espera e banheiros. Essa recepção é responsável por 
todo o complexo incluindo a parte de hotelaria, treinamentos e tratamentos. 
 Após a recepção tem-se um corredor que dá acesso as salas de triagem e 
esterilização. Na sala de triagem realiza-se o estudo sobre o animal em relação 
a seu comportamento, preferências, horários, entre outros, e a sala de 
esterilização são guardados os remédios carrapaticidas e feita toda a 
esterilização do animal para não contaminar os demais e nem ser contaminado. 
Ao lado dessas salas há o setor de apoio que é composto pelo abrigo de 
resíduos sólidos, DML e depósito. No lado esquerdo do corredor acima 
mencionado tem-se o setor de administração do complexo, com sala para 
reunião, sala de administração e sala coletiva com espaço para 5 pessoas 
trabalharem simultaneamente, fazendo pedidos de produtos, conferindo os 
caixas e etc. No final desse corredor há uma porta que dá acesso direto ao 
complexo, que foi pensada para que o animal chegue pela recepção, passe pelas 
duas salas (triagem e esterilização) e já entre no complexo, evitando, assim, o 
estresse do animal de ficar se locomovendo para outros lugares. 
Na fachada noroeste foi proposta a colocação de janelas pivotantes em 
madeira, as quais apresentam comportamento semelhante aos brises verticais. 
Elas foram instaladas com alturas diferenciadas de modo a criar uma 
movimentação e identidade visual para a fachada. A escolha para esse tipo de 
abertura se deu devido ao pé direito da edificação ser bastante alto dificultando 
o sombreamento das aberturas pela cobertura. Já na fachada posterior também 
foi usado esse tipo de abertura, porém com altura uniforme, com a finalidade de 
regular a passagem de ventilação e insolação para a salas da administração. 
 
 
98 
Figura 46- Fachada Noroeste, sudoeste e sudeste bloco Recepção e Adm., 
respectivamente. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Dessa forma, foram feitos estudos de insolação na fachada noroeste para 
ter a comprovação da eficácia do elemento escolhido. Assim, estas análises 
 
 
99 
foram realizadas considerando a pior situação, ou seja, sem os brises, e as 
situações com as regulagens de sol e ventilação. 
Figura 47- Estudo insolação fachada noroeste bloco recepção e administração, 
considerando a situação sem proteção vertical e com proteção vertical regulada nas 
duas direções, respectivamente. 
 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
 
100 
Dessa forma, ficou constatado que esse elemento de proteção escolhido é 
viável para todas as circunstâncias de insolação, uma vez que ele é regulável 
podendo ser adaptado para qualquer incidência solar de acordo com a sua 
necessidade e desejo. 
4.3.4 Bloco Ambulatorial 
Para a realização do bloco ambulatorial foi necessário basear-se nas 
legislações vigentes para este tipo de estabelecimento veterinário, como 
relatados nos capítulos anteriores. Assim, este bloco apresenta entrada 
individualizada com área de recepção e espera, seguido por um corredor central 
onde estão distribuídas as demais salas. No lado direito do corredor tem-se a 
sala de consultas, a sala de curativos e a parte de apoio, enquanto no lado 
esquerdo está a sala de fisioterapia e a sala destinadas a tratamentos diversos 
como homeopatia, acupuntura, entreoutros. No fim deste corredor há uma porta 
que dá acesso ao complexo, para que os animais que estiverem dentro do 
complexo possam entrar diretamente no bloco ou vice-versa. 
Em relação a fachada principal, fachada noroeste, foi utilizada a mesma 
estratégia de proteção aplicada no bloco de recepção e administração, as janelas 
pivotantes. Todavia, as janelas usadas neste bloco apresentam apenas duas 
variações de altura e são menores que as utilizadas no outro bloco, posto que o 
pé direito deste bloco é menor. No que se refere as fachadas laterais, não foi 
previsto nenhum elemento de proteção, pois estas já estão sendo protegidas 
pela própria cobertura conectada, bem como a fachada posterior, posto que não 
apresenta nenhuma abertura. 
 
 
101 
Figura 48- Fachada noroeste e fachadas nordeste e sudeste, respectivamente. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
4.3.5 Bloco Funcionários + Serviços 
O bloco dos funcionários está situado junto ao bloco de serviços, todavia, 
cada um apresenta uma entrada específica. O bloco dos funcionários, 
diferentemente dos blocos já citados, tem entrada independente destinada 
exclusivamente para funcionários. Esta entrada foi prevista pela lateral da 
 
 
102 
edificação, na fachada nordeste, uma vez que localizada desta maneira cria-se 
um acesso mais reservado para os mesmos. 
 Ao entrar na edificação, tem-se a cozinha integrada com a sala, destinada 
para uso comum dos funcionários. Esta sala integrada, conta com outra porta 
que dá acesso ao interior do complexo, facilitando a entrada dos funcionários. 
Após a sala estão os quartos de repousos feminino e masculino, seguido dos 
banheiros comuns e do acessível com duchas. No corredor central foi colocado 
o cobogó tipo brises visando a ventilação e a iluminação indireta por meio destes. 
Figura 49- Bloco funcionários. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 Já o bloco de serviço foi locado na outra lateral, sudoeste, da edificação. 
Este, por sua vez, tem acesso apenas pela parte interna do complexo. Ele é 
composto pela cozinha geral com uma sala de apoio e pela lavanderia geral com 
duas salas, uma para depósito e outra de utilidades. 
 
 
103 
Figura 50- Entradas bloco serviço. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
4.3.6 Bloco Lazer 
O bloco de lazer é de uso comum para todos os animais usuários do 
complexo, dessa forma, ele ficou situado na parte central do terreno. Este bloco, 
diferentemente dos demais, foi fragmentado em 4 conjuntos distintos, são eles: 
a pista de agility, a piscina, o lazer livre aberto e a edificação composta pela 
academia, spa, espaço zen e a parte de apoio. 
A pista de agility foi dimensionada de acordo com o regulamento da 
“Fédération Cynologique Internationale” (FCI), apresentando 24m x 40m. Ao lado 
da pista está a piscina que foi mensurada de acordo com as dimensões de uma 
piscina semiolímpica com duas raias (figura 51). Esta, por sua vez, como já 
abordado anteriormente, recebe radiação solar direta, independente da estação 
do ano, na maior parte do dia. 
 
 
104 
Figura 51- Piscina e pista de agility. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
Adjacente a piscina está situada a edificação de lazer (figura 52) que 
apresenta em sua fachada nordeste uma grande área com cobogós do tipo 
brises. A colocação destes elementos teve como motivo principal a proteção da 
incidência direta solar durante o inverno, além de assegurar a ventilação dos 
ambientes. Como já explicado nos tópicos anteriores, foi adicionado à esta 
edificação a parte de apoio dos canis (abrigo de resíduos sólidos, DML, depósito 
e sala plantonista), todavia, como o abrigo de resíduos sólidos, DML e depósito 
já tinham sido previstos para este bloco, eles não foram adicionados 
repetidamente, mas sim juntado aos existentes, de forma que se adicionou 
apenas a sala para o plantonista. 
 
 
105 
Figura 52- Fachada sudoeste e nordeste, respectivamente. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Por fim, tem-se a parte de lazer aberta formada por um campo livre cercado 
com gradil de madeira. Metade desse campo é aberto e a outra metade é coberta 
de modo a garantir a diversão dos animais também em dias de chuva (figura 53). 
 
 
106 
Figura 53- Lazer livre aberto. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
4.3.7 Bloco Gatil e Canis 
Os blocos dos gatis e canis foram locados de forma a ficarem com as maiores 
fachadas voltadas para nordeste e sudoeste. Cada um destes blocos apresenta 
um corredor central que dá acesso aos canis e gatis individuais. No gatil, no fim 
deste corredor, foram colocadas salas para apoio do mesmo, enquanto a parte 
de apoio dos canis foi colocada junto com o bloco de lazer. Estes corredores 
centrais apresentam, na cobertura, uma janela do tipo boca de lobo em vidro, de 
modo a garantir a ventilação cruzada e iluminação indireta, além disto, nos canis, 
foi proposto ainda colocar cobogós tipo brises nas paredes das extremidades 
dos blocos. 
Vale ressaltar que todos os gatis e canis individuais foram pensados de 
acordo com as legislações vigentes e os termos humanitários a fim de garantir o 
maior bem-estar dos seus usuários, amenizando o sofrimento dos animais 
durante a ausência do proprietário e, principalmente, tranquilizando os donos, 
assegurando-os que seus companheiros estão sendo bem cuidados e 
acomodados durante a hospedagem. 
 
 
107 
Cada bloco tem capacidade para 20 animais totalizando 60 cães e 20 
gatos. Eles são compostos por uma parte coberta e a área do solário. Esta é 
cercada por uma tela de arame resistente nas laterais e na parte superior, como 
manda a legislação, além de apresentar uma inclinação de 5% a qual 
proporciona o escoamento da água, facilitando assim, a limpeza e higienização 
dos canis e gatis. Deve-se ressaltar ainda que entre um canil e outro existe uma 
porta que os conecta a fim de que, quando houver algum animal que seja 
habituado a conviver com outro, eles possam ficar juntos. 
Nas maiores fachadas foi colocado um beiral de 2 metros para os canis e 
de 1 metro para o gatil para prever o sombreamento em algumas horas do dia. 
Figura 54- Canil para médio e grande porte. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
 
 
108 
Figura 55- Canil para pequeno porte. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Figura 56- Gatil. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Deve-se destacar a importância de permitir a entrada do sol nos canis e 
gatis visto que o sol tem um poder muito grande contra as bactérias, além de ser 
fonte de várias vitaminas. Logo, no projeto foi previsto um beiral com dimensões 
que propiciem a entrada do sol, deixando algumas partes sombreadas, fazendo 
 
 
109 
com que o animal tenha a opção de escolha. Dessa forma, foram feitos alguns 
estudos de insolação, mostrados na figura abaixo: 
Figura 57- Estudo insolação fachada nordeste. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
Percebe-se que durante o inverno, o sol, na fachada nordeste, tem o 
máximo de incidência às 06:00 da manhã e que mesmo no seu auge de 
insolação sempre vai ter uma parte sombreada dentro do canil e gatil para o 
animal se proteger do sol, podendo optar por ficar no sol ou na sombra. Este 
sombreamento é causado devido as divisórias entre os canis e gatis que 
funcionam como uma barreira solar. 
É importante frisar que no inverno o sol começa a entrar na fachada 
nordeste a partir do amanhecer e permanece até as 09h30 da manhã. Já no 
verão este mesmo fenômeno de sombreamento em algumas partes também 
acontece, porém, ao comparar com o inverno, constata-se que o sol tem uma 
menor incidência no interior do canil e gatil coberto. Tal fato é vantajoso visto 
que nessa época do ano a sensação térmica na cidade é muito alta. Neste 
período do ano existe a entrada do sol desde o amanhecer até as 07h30 da 
manhã, levando poucas horas de sol. 
Nas fachadas sudoeste dos blocosem questão, tem-se o mesmo 
fenômeno de sombreamento ocorrido nas fachadas orientadas à nordeste, 
porém em estações do ano contrárias. Dessa forma, as paredes que separam 
 
 
110 
os canis e gatis formam barreiras solares que sombreiam partes do espaço 
independente da hora da incidência solar. No inverno a parte coberta recebe sol 
das 15h30 até o pôr do sol, enquanto no verão o sol começa a incidir as 14h30 
até o pôr do Sol, conforme mostrado na figura abaixo. 
Figura 58- Estudo insolação fachada sudoeste. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
4.4 Aspectos técnicos e construtivos 
Este capítulo trata sobre as especificações técnicas e construtivas para o 
desenvolvimento do anteprojeto do Vila Pet, tais como: sistema construtivo, 
cobertura, reservatório d’água, estacionamento e os revestimentos. 
4.4.1 Sistema construtivo 
O sistema estrutural adotado para a execução das edificações do anteprojeto 
foi a alvenaria convencional. As paredes são de tijolo cerâmico de oito furos, as 
lajes, vigas e pilares são em concreto armado pré-fabricados, de modo a 
possibilitar a execução de uma obra mais rápida, limpa e econômica. Os seus 
dimensionamentos foram baseados no livro de Yopanan Rebello (2003) o qual 
mostra, a partir de gráficos, dimensões mínimas para os sistemas estruturais 
(figura 59), incluindo sistemas térreos. 
 
 
111 
Figura 59- Dimensionamento Viga e Pilar de concreto, respectivamente. 
 
 
Fonte: Rebello, 2003. 
 Assim, foi feita a análise com base no gráfico dimensionado para 
construções térreas, considerando o pé direito duplo proposto para o bloco da 
recepção e administração, bem como nas medidas dos demais pés direitos os 
quais são iguais. Logo, obteve-se como resultado um pilar com largura de 20 por 
15 centímetros, enquanto as vigas foram dimensionadas de acordo com cada 
vão a ser vencido. 
 
 
112 
Nas fachadas foram utilizados pilares cruzados em madeira formando um 
“x”. Estes, por sua vez, foram colocados, principalmente, por questões estéticas 
com exceção dos pilares que suportam a cobertura do lazer livre e dos pilares 
entre o bloco ambulatorial e o bloco dos funcionários, que também seguram a 
cobertura conectada (figura 60). Visando ainda a sustentação desta cobertura 
conectada foram dimensionadas as vigas de acordo com as tabelas seguintes: 
Figura 60- Dimensionamento Viga e Pilar de madeira, respectivamente. 
 
Fonte: Rebello, 2003. 
 
 
 
113 
Figura 61- Cobertura conectada com destaque para área com pilares estrurais e vigas 
em madeira.
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 Dessa forma, os pilares ficaram com a dimensão de 15 cm por 15 cm cada 
um com inclinação de 15 graus para lados opostos fincando entre eles um ângulo 
de 30 graus. 
 Para o suporte da cobertura dos canis e gatis foi proposto a utilização da 
tesoura tipo F, enquanto para o lazer aberto foram usadas treliças de banzos 
paralelos, dimensionados de acordo com a figura 62. 
Figura 62- Dimensionamento treliças de madeira. 
 
Fonte: Rebello, 2003. 
 
 
114 
4.4.2 Cobertura 
Uma grande dificuldade encontrada para a escolha do tipo de cobertura foi a 
necessidade de apresentar características de fácil manuseio de modo a se 
adaptar a diferentes formas e inclinações. 
Após muitos estudos, foi escolhido a telha Shingle da Brasilit. Telhas Shingle 
são fáceis de instalar e é o sistema de cobertura mais eficiente do mundo, o mais 
usado na Europa, Estados Unidos e Canadá. Apresenta custo benefício muito 
bom uma vez que possui resistência e leveza, além de ter menor necessidade 
de estrutura de madeira para sustenta-la. Apresenta um acabamento impecável 
com vedação absoluta devido ao sistema de fixação e sobreposição auto 
aderente, formando uma camada única e contínua. As curvas e recortes são 
feitos com a própria telha, resultando em um acabamento perfeito, sem a 
necessidade de compra de peças especiais. 
O modelo escolhido foi a Landmark Solaris Gold na cor Max Def Resawn 
Shak. Este modelo, em específico, reflete a energia solar e reduz a temperatura 
em até 20% durante os meses mais quentes do ano, quando comparada com 
outra telha Shingle tradicional. É um produto com selo Energy Star®, que cumpre 
os requisitos de refletância solar e emissão térmica. 
Figura 63- Telha Brasilit Landmark Solaris Gold na cor Max Def Resawn Shak. 
 
Fonte: Brasilit, 2017. 
 
 
115 
Ela é composta por uma base de fibra de vidro firmemente colada em uma 
manta asfáltica de alta resistência, revestida com grãos minerais de alta 
refletância, deixando-a mais brilhante, mais vibrante e com uma aparência ainda 
mais bonita, com profundidade das cores. 
Figura 64- Composição telha shingle. 
 
Fonte: Brasilit, 2017. 
Antes da instalação das telhas Shingle deve ser atentado para a inclinação 
do telhado, uma vez que não é recomendado a instalação em telhados com 
inclinação inferior a 9,5 graus (figura 65). 
Figura 65- Inclinação dos telhados Shingle. 
 
Fonte: Brasilit, 2017. 
 
 
116 
A sustentação da cobertura pesa 6 vezes menos que os sistemas 
tradicionais, permitindo uma economia considerável na estrutura do telhado e da 
edificação, já que não exige tanto da estrutura devido ao seu peso ser inferior. 
Essa sustentação deve ser feita a partir de caibros distanciados de 50cm a 60cm, 
as pernas de serra distanciadas de 2 a 2,5m e o apoio (figura 66). 
Figura 66- Madeiramento para telha shingle. 
 
Fonte: Casa da telha, 2017. 
Sobre os caibros fica a base para o telhado: um painel estrutural de madeira 
composto por compensados tratados ou OSB. Esta base deve resistir aos 
esforços da cobertura e também garantir a ancoragem das fixações das telhas 
Shingle. Após o painel de madeira é colocado a subcobertura que é subdividida 
em duas: o felt paper que é utilizado para recobrimento de todo o telhado e a 
manta auto aderente para água-furtada, usada em regiões de água-
furtada/rincão ou em regiões com maior incidência de água de chuva. Depois de 
toda essa estrutura montada é que se pode instalar a telha Shingle. 
Este sistema de cobertura apresenta, ainda, as cumeeiras de ventilação que 
melhoram a circulação de ar e o conforto térmico da edificação. A ventilação é 
imprescindível para o controle da temperatura e também para evitar 
condensação de água, assim, ela permite a entrada de ar frio na parte mais baixa 
da cobertura e saída de ar quente nas regiões mais altas (figura 67). 
 
 
117 
Figura 67- Esquema de ventilação cumeeiras ventiladas brasilit. 
 
Fonte: Brasilit, 2017. 
Por fim, é feito o acabamento com a própria telha que por serem muito 
flexíveis, permitem uma adaptação perfeita das diversas águas do telhado, 
facilitando o acabamento dos espigões, rufos e águas-furtadas. Junto aos 
acabamentos também é colocada uma proteção em toda borda da base de 
madeira que estiver exposta às intempéries e nos encontros com paredes. Esta 
proteção é feita pela BrasiTape, manta autoadesiva impermeável para a 
proteção de borda. 
Figura 68- Esquema de montagem da telha Shingle. 
 
Fonte: Brasilit editado pela autora, 2017. 
 
 
118 
4.4.3 Reservatório d’água 
Para o cálculo do reservatório de água do empreendimento foram 
consideradas as orientações de Hélio Creder (2006). Primeiramente, calculou-
se a capacidade máxima de pessoas no empreendimento e de funcionários. O 
consumo diário adotado foi de 120 litros para os funcionários plantonistas do 
estabelecimento, enquanto para os demais foi considerado um consumo de 50 
litros por pessoa. Assim, foi feito o cálculo com a média dos funcionários 
plantonistas, 6 pessoas, totalizando 720 litros, enquanto o somatório dos demais 
foi de 40 pessoas, resultando em 2.000 litros. Dessa forma, tem-se um total de 
2.720 litros. 
Quanto aos animais, foi adotado um valor para consumo diário, visto que o 
livro não aborda médias de consumo para cachorros e gatos. Sendoassim, 
adotou-se 50 litros por animal, multiplicado pela capacidade máxima de 60 cães 
e 20 gatos, totalizando 4.000 litros. 
Somando os valores acima encontrados, temos o consumo diário: 6.720 
litros. Ainda se faz necessário o armazenamento de água para mais um dia, ou 
seja, o valor para consumo será dobrado: 13.440 litros. 
Deve-se ressaltar que não foi necessário a previsão da reserva técnica 
para incêndio já que a prevenção será feita apenas por extintores. 
Logo, o modelo escolhido para o reservatório foi a torre tubular 1501 da 
Faz Forte com capacidade para 15.000 litros. Esta caixa d'água Tubular é feita 
em aço carbono de grande qualidade e durabilidade, sendo a pintura externa em 
esmalte sintético e pintura interna em Epóxi. Em relação a suas dimensões, 
apresenta altura de 9,60 metros e diâmetro de 1,43 metros. 
 
 
119 
Figura 69- Torre tublar Faz Forte 1501. 
 
Fonte: Faz Forte, 2017. 
4.4.4 Estacionamento 
Como visto nos capítulos anteriores, é previsto pela Lei complementar nº 
063/2013 uma quantidade mínima de vagas para estacionamentos de acordo 
com as vias e as áreas construídas. Para via arterial esta previsão é de 1 vaga 
para cada 35m² construídos enquanto a via coletora é de 1 vaga para cada 40m². 
Dessa forma, para o cálculo do estacionamento voltado para a Avenida Maria 
Lacerda Montenegro, estacionamento 02, tem-se uma área total construída 
265,69 m², uma vez que o cálculo foi baseado na área do bloco do Pet Shop, 
totalizando 8 vagas. Para a contagem de vagas estacionamento voltado para a 
Rua Aníbal Brandão, estacionamento 01, foram utilizadas as áreas construídas 
 
 
120 
dos demais blocos com exceção dos canis e gatis somando um total de 817,37 
m², necessitando, assim, de uma previsão mínima de 21 vagas. 
Nesse contexto, foram colocadas as vagas previstas para os portadores de 
necessidades especiais, 2% do total de vagas, e para os idosos, 5% do total de 
vagas, totalizando, no estacionamento 02, uma vaga para deficiente e outra para 
idoso, ao passo que no estacionamento 01 foi prevista uma vaga para deficientes 
e duas vagas para idosos. 
Deve-se ressaltar que essas são as previsões mínimas para a colocação das 
vagas de estacionamento, assim, no projeto proposto foram adicionadas 
algumas vagas em ambos os estacionamentos, resultando em 32 vagas no 
estacionamento 01 e 11 vagas no estacionamento 02 (figura 70). 
Figura 70- Estacionamento 01 e 02, respectivamente. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 
 
 
121 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Tendo em vista a temática bastante diferenciada, pois é destinada a cães 
e gatos, foi possível listar uma série de apontamentos e considerações críticas 
sobre a realização deste trabalho. 
Inicialmente, destaca-se a carência de bibliografia sobre 
estabelecimentos veterinários voltados para arquitetura, o que dificultou a tarefa 
de encontrar dados que pudessem auxiliar o entendimento das estratégias 
funcionais para a realização do projeto. Sendo assim, os estudos de referência 
assumiram extrema importância, pois permitiram a compreensão destes 
estabelecimentos de forma mais clara e dinâmica. 
Também encontrou-se dificuldade em relação as legislações, decretos, 
normas que regem estes tipos de estabelecimentos no estado, uma vez que não 
foram localizadas leis a nível regional que aborda estes tipos de 
empreendimento. Assim, foram utilizadas como base para a realização do 
projeto legislações pertencentes ao estado de São Paulo. 
Outro obstáculo encontrado foi a falta de empreendimentos para animais 
com princípios humanitários localizados no estado que pudessem servir como 
referência para o projeto. Sendo assim, foi necessário entender o funcionamento 
de alguns estabelecimentos com alguns serviços similares para que o projeto 
final fosse alcançado. 
 Todavia, apesar dos entraves encontrados, foi possível atingir o resultado 
final desejado já que o produto final conseguiu atender adequadamente aos 
requisitos técnicos, ambientais e funcionais, além de propor um ambiente ideal 
para os animais. 
A necessidade de realizar um projeto que atendesse a todos os 
parâmetros definidos por leis, normas, códigos, bem como às recomendações 
ambientais e humanitárias, proporcionou uma experiência muito rica, já que 
 
 
122 
várias subáreas de conhecimento do curso de graduação puderam ser aqui 
trabalhadas e expostas na proposta final. 
Assim, com a realização deste estudo, foi realmente possível propor um 
complexo que proporciona o BEA a partir da implantação dos aspectos 
humanitários, melhorando a qualidade de vida não só dos animais, mas também 
de seus donos, pois, como dito, os animais vem sendo, cada vez mais, 
verdadeiros integrantes da família. 
Dessa forma, conclui-se que o trabalho cumpriu seu objetivo inicial de 
chegar ao nível de anteprojeto, entretanto, deve-se destacar que para haver a 
sua construção de fato será necessário adicionar mais estudos, informações e 
detalhes técnicos ao projeto. 
 
 
 
 
 
 
123 
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