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Professora Esp. Renata Alécio SAÚDE DO IDOSO (GERIATRIASAÚDE DO IDOSO (GERIATRIA E REUMATOLOGIA) E REUMATOLOGIA) REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Marcelino Fernando Rodrigues Santos Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt Carlos Firmino de Oliveira Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos André Oliveira FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP A366s Alécio, Renata Saúde do idoso: geriatria e reumatologia / Renata Alécio. Paranavaí: EduFatecie, 2023. 96 p.: il. Color. 1.Enfermagem geriátrica. 2. Envelhecimento. 3. Idosos – Cuidado e tratamento. 4. Idosos – Doenças. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23 ed. 610.7365 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas dos bancos de imagens Shutterstock . 2023W by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ Professora Esp. Renata Alécio ● Mestranda no Programa de Pós-graduação em Gestão, Tecnologia e Inova- ção em Urgência e Emergência (PROFURG - UEM). ● Bacharel em Enfermagem (Unespar). ● Pós-graduada em Urgência e Emergência (Uniasselvi). ● Pós-graduada em Qualidade de vida e Saúde (Uniasselvi). ● Pós-graduada em Gestão Hospitalar (Uniasselvi). ● Habilitada em: PICC, PICC guiado por Ultrassom, Porth-a-Cath, Cateterismo Umbilical e Punção Intraóssea. Ampla experiência como enfermeira atuante no programa de gerenciamento de ca- sos: Saúde do idoso, casos clínicos e complexos e Doenças Crônicas Não Transmissíveis. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8677736620105468 AUTORA http://lattes.cnpq.br/8677736620105468 4 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Seja muito bem-vindo (a)! Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, se prepare pela grande jornada que será trilhada no assunto envelhecimento. Proponho, junto a você, a compreensão do processo do envelhecimento, seus conceitos, definições e as formas de abordagem da equipe multidisciplinar. Além desse processo vamos aprimorar os conhecimentos sobre a reumatologia e suas classificações. Na unidade I vamos conhecer sobre o envelhecimento, implicação de uma população envelhecida para reabilitação, bem como os valores e processo de qualidade de vida e saúde, além de relembrar sobre o estatuto do idoso. Esses conceitos são essenciais no início da jorna- da para que possamos aprofundar o conhecimento na segunda unidade do livro. Na Unidade II e III, será apresentado de maneira detalhada sobre a função cognitiva do idoso, avaliações que podem ser aplicadas ao paciente, e visualizar os potenciais riscos para agravamento de doenças em idosos. Já na Unidade IV, vamos introduzir o conceito de reumatologia, bem como suas classificações, em que será possível correlacionar essas complicações em pacientes idosos. Por fim, aproveito para fortalecer o convite a você, junto conosco percorrer esse caminho do conhecimento e aprimorar sobre os assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado e bom estudo! SUMÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos ● Epidemiologia do Envelhecimento; ● Implicações de uma população envelhecida para a reabilitação; ● A comunicação, os valores e a qualidade de vida; ● O Estatuto do Idoso. Objetivos da Aprendizagem ● Conceituar e contextualizar sobre o envelhecimento e sobre a população envelhecida e os valores aplicados; ● Compreender o estatuto do idoso e qual a sua importância na sociedade. 1UNIDADEUNIDADEEPIDEMIOLOGIA DO EPIDEMIOLOGIA DO Professora Esp. Renata AlécioENVELHECIMENTOENVELHECIMENTO 7UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! Seja muito bem-vindo (a) a Unidade I sobre Saúde do Idoso. Começaremos mais uma jornada na sua busca pelo acúmulo de conhecimentos e capacitação na área. Atualmente ocorre uma exigência constante na atualização e aperfeiçoamento dos conhecimentos em diferentes áreas, e com a nossa área da saúde não poderia ser diferente. Com isso em mente é que essa Unidade I foi desenvolvida. Está subdividida em quatro tópicos para facilitar seu conhecimento. Na primeira etapa, vamos conhecer qual a importância do envelhecimento e compreender as principais mudanças que ocorrem no organismo. Já na segunda etapa, conheceremos sobre quais os obstáculos e implicações que podem ocorrer no idoso. As duas primeiras etapas, complementam então a terceira, no qual falaremos sobre quais as medidas que ajudam na qualidade de vida. E por fim, na quarta etapa aborda sobre as leis que amparam os idosos. Boa sorte em sua jornada e bons estudos! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . 8UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 1TÓPICO O envelhecimento no Brasil vem ocorrendo de maneira acentuada, de acordo com o IBGE 15,17% de habitantes acima de 60 anos. O processo do envelhecimento é devido às altera- ções fisiológicas que ocorrem no organismo, é natural e acarreta várias mudanças por toda vida. FIGURA 1- PIRÂMIDE DE FAIXA ETÁRIA 2010-2060 Fonte: IBGE (2010). 9UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO Viver por bastante tempo é o maior desejo da população brasileira, geneticamente explicando esse processo, na sequência do DNA ocorre uma perda progressiva de sua capacidade de renovação, em que acabam prejudicando o funcionamento do organismo como um todo. A faixa etária foi determinada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), baseada no envelhecimento fisiológico do indivíduo, o qual não impede que haja uma vida social e intelectual ativa, sem alterações. É determinado o processo do envelhecimento baseado no estilo de vida e ambiente em que a pessoa convive, como por exemplo, pacientes com histórico de sedentarismo é o fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas. É possível classificar os pacientes idosos em: Idoso funcional/robusto; Idoso pré- -frágil; Idoso frágil; Idoso em Cuidados Paliativos e Idoso Terminal, para essa classificação se faz necessárias ferramentas que auxiliam na definição de cada cliente. A capacidade funcional do idoso avaliada está correlacionada a alguns aspectos, tais como: físicos, cognitivos e emocionais. Além disso, deve-se levar em consideração o declínio da realização de suas atividades diárias, podendo gerar ou não uma dependência desse indivíduo. Vamos então entender cada classificação o qual o indivíduo pode-se classificar: ● Idoso Funcional/Robusto: é conhecido como o “envelhecimento-bem-su- cedido”. É o idoso capaz de realizar suas atividades diárias, bem como gerir sua própria vida, realizar suas próprias escolhas. Esse cliente consegue realizar decisões de seus tratamentos de maneira consciente, bem como realiza e promove o autocuidado, indepen- dentemente da presença ou ausência de comorbidades. As atividades de vida diárias estão divididas em: alimentar-se, banhar-se, vestir-se, mobilizar-se, deambular, ir ao banheiro e manter controle sobre suas necessidades fisiológicas. De maneira resumida a classificação do Idoso Funcional/Robusto é a interação dos vetores: saúde física, saúde mental, independência diária e econômica, integração social, suporte familiar. ● Idoso pré-frágil/ frágil: “A fragilidade pode ser utilizada como um potencial organizador de gerenciamento de saúde do idoso” (LOURENÇO et al., 2018, p. 02). De acordo com estudos sobre a fragilidade do idoso apontam: 10UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO Fragilidade representa um estado de vulnerabilidade fisiológica relacionada à idade, produzida pela reserva homeostática diminuída e pela capacidade reduzida do organismo de enfrentar um número variado de desfechos negati- vos de saúde, como internações hospitalares, quedas e perda funcional, com aumento da probabilidade de morte; Fragilidade não deve ser confundida com incapacidade, vulnerabilidade não fisiológica e multimorbidades (LOU- RENÇO et al., 2018, s/d). ● Idoso em cuidados paliativos: é o atendimento ativo de uma equipe multidisciplinar, onde consiste da não resposta de uma doença a um determinado tratamento, ou seja, é voltado aos cuidados de medidas de conforto tais como dores físicas e outros sintomas. Um idoso é classificado em cuidados paliativos através do seu declínio funcional, bem como falência orgânica ou até mesmo com síndrome de fragilidade. Nesses casos podem ser classificados idosos com dependência total ou parcial dos cuidados de atividades diárias. Nos cuidados paliativos o idoso deve receber todo suporte necessário ao enfrentamento do seu quadro clínico, a equipe multidisciplinar desenvolve um papel fundamental para minimizar esses sintomas e auxiliar o idoso e os familiares com essas medidas de conforto, bem como elucidar todas as dúvidas durante esse processo de declínio cognitivo. ● Idoso Terminal: De acordo com o estudo de Coobs (2019, online): Os pacientes tendem a seguir 1 de 3 trajetórias gerais de declínio funcional: ● Um período limitado de declínio funcional constante e progressivo (p. ex., típico do câncer progressivo) ● Um período indeterminado prolongado de disfunção grave que pode não ser progressivo de forma constante (p. ex., típico da demência grave, do acidente vascular encefálico incapacitante e da síndrome de fragilidade grave) ● Função que diminui de forma irregular, causada por exacerbações periódicas e, algumas vezes, imprevisíveis da doença subjacente (p. ex., típi- cos de insuficiência cardíaca ou doença pulmonar obstrutiva crônica). O processo do envelhecimento está correlacionado diretamente ao processo de fragilização, é através da identificação das etapas que é possível traçar um método de tratamento clínico ou manutenção da saúde e qualidade de vida. Além de transformar em um atendimento humanizado e individual. Por fim então é possível compreensão de SENESCÊNCIA envelhecimento normal. SENILIDADE: envelhecimento patológico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 2 IMPLICAÇÕES DE UM POPULAÇÃO ENVELHECIDA PARA A REABILITAÇÃOTÓPICO Após entender o processo de envelhecimento vamos compreender quais implica- ções afetam essa população. Relembrando sobre a fragilidade e sobre as alterações fisiológicas do indivíduo, conseguimos destacar algumas das alterações fisiológicas e suas definições, tais como: ● Redução da massa muscular e da água corporal A Sarcopenia ou como conhecida “perda da carne” é uma condição que se caracteriza na diminuição de massa muscular, pode ocorrer devido ao avanço da idade. Essa síndrome é uma perda progressiva relacionada à idade, que gera o aumento da massa de gordura corporal, acúmulo de depósitos de gordura na cavidade abdominal e pela perda da massa magra. O desenvolvimento da sarcopenia inclui um processo multifatorial, onde inclui-se: sedentarismo, unidade motora remodelada, níveis hormonais e diminuição da síntese de proteínas. Além dessa perda de massa muscular, ao longo dos anos e do envelhecimento a percepção de sede vai diminuindo, o que gera a rápida desidratação, ou seja, o idoso muitas vezes não sentirá vontade de realizar a ingestão, por isso, deve ser ofertado ao paciente idoso. Trata-se como estratégia a oferta de medidas em garrafinhas, ou isolar uma única garrafa ao idoso para controlar-se a ingesta. 12UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO ● Doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) As DCNT são desenvolvidas ao longo da vida, muitas vezes de forma silenciosa e lenta e em alguns casos sem aparecimento de sintomas. São classificados como principais doenças crônicas: doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, hipertensão, câncer, diabetes e doenças metabólicas. Algumas dessas patologias geram o declínio funcional-cognitivo, ou seja, durante o processo de reabilitação do paciente, o mesmo deve estar em acompanhamento regularmente, com seu médico assistente, bem como utilização correta de medicamentos. As Doenças Crônicas Não Transmissíveis, quando não controladas, dificultam o trabalho da equipe multidisciplinar no processo de reabilitação, muitos avanços às vezes não são efetivos devido a descompensação do quadro clínico. Por isso, se faz necessário uma avaliação clínica do indivíduo, bem como coleta da história clínica, uso de fármacos e a compreensão qual a progressão/ prognóstico do indivíduo mediante a sua doença. Nessaetapa precisa-se realizar um levantamento dos potenciais fatores de risco, ou fatores de exposição para tentar auxiliar no processo saúde-doenças, com medidas de orientações ao indivíduo, tentando sempre a promoção do autoconhecimento e autocuidado. FIGURA 2 – DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Fonte: Óbitos – Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/SVS/MS), População residente – Estimati- vas preliminares elaboradas pelo Ministério da Saúde/SVS/DASNT/Cgiae. Gastos e Internações – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS). *Em 2019. 13UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO ● Alteração dos mecanismos homeostáticos humano A Homeostase Humana nada mais é que os processos fisiológicos que trabalham de forma ordenada no nosso organismo. Os principais mecanismos são responsáveis pelo controle de temperatura corporal, pressão arterial, PH, batimentos cardíacos, concentração de elementos sanguíneos e volume dos líquidos corporais. Em relação a função cognitiva e fisiológica, caso ocorra um desequilíbrio do funcionamento desses mecanismos, podem acarretar reações químicas essenciais que realizam a manutenção do corpo humano, ou seja, um agravamento que afeta diretamente essas funções. A utilização de medicamentos contínuos também pode afetar a homeostase, tendo em vista que afetam diretamente essas funções. O uso indevido de fármacos ou a ausência dele, podem afetar também significantemente o processo fisiológico. É indicado o acompanhamento médico, bem se necessário acompanhamento com farmacêutico para controle de fármacos para que não ocorra a polifarmácia. ● Comportamento Cognitivo Leve (CCL) De acordo com o Instituto de Neurologia Funcionalitá (2021, online): O declínio cognitivo pode ser entendido como uma condição de transição entre a cognição normal e a demência. Nesses casos, a avaliação neuropsicológica é fundamental para diferenciar o envelhecimento normal do patológico e também para o correto diagnóstico entre CCL e demência. O Comportamento Cognitivo Leve, ainda é possível de classificação, se faz necessária para compreender o processo no qual o indivíduo se enquadra, para compreender se trata-se de uma perda cognitiva em relação a idade, ou de forma patológica. De acordo com sua classificação o paciente apresenta diferentes evoluções do quadro clínico, os mapas mentais abaixo, conseguimos visualizar quais as possíveis classificações da CCL, e suas possíveis evoluções de quadro clínicos. 14UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO FIGURA 3 - MAPA MENTAL DO COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE Fonte: Câmara (2018). FIGURA 4 - MAPA MENTAL TRAJETÓRIA EVOLUTIVA DO COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE Fonte: Câmara (2018). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 A COMUNICAÇÃO, OS VALORES E A QUALIDADE DE VIDATÓPICO UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 15 Para a compreensão de uma qualidade de vida da terceira idade, se faz necessário a compreensão do processo de envelhecimento. Como visto nesta Unidade, o idoso bem- sucedido é aquele capaz de realizar seu autocuidado bem como as atividades de vida diária. Um bom envelhecimento para Baracco (1990, p. 32): 1.Prevenção primária: descobrir os sintomas negativos regulando bem a vida, trabalho, tempo livre e atividade física. 2. Prevenção secundária: tratar os males físicos e psíquicos logo que apare- çam. 3. Prevenção terciária: reabilitação e recuperação da saúde física, psíquica e social do idoso. As Atividades diárias do idoso podem ser classificadas da seguinte maneira: 16UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO FIGURA 5 - CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA DO IDOSO Fonte: Moraes, Marino e Santos (2010). A comunicação é um modo de partilhar informações, ideias, desejos, e histórias de vida, para o idoso o mesmo traz consigo muitos valores de suas épocas vividas, bem como experiências a serem passadas a próxima geração. Além disso, é através dessas experiências de vidas e manutenção do quadro de saúde, que é possível traçar estratégias para melhorar a qualidade de vida. Na terceira idade se faz fundamental, pois ao longo do envelhecimento acaba-se diminuindo a vida social, a fim de evitar isso possui-se estratégias e medidas que podem ser adotadas, tais como: ● Prática de Atividade Física A prática de atividade física, é um dos meios do idoso manter seu organismo ativo, e criar um equilíbrio entre funcionamento biológico, relações afetivas e sociais. Os idosos devem procurar centros de atividade física para tal prática, é recomendado que haja um profissional capacitado para tal supervisão, a fim de evitar lesões e acidentes que podem ocasionar. Os idosos que praticam atividades físicas, segundo estudos, auxiliam nos relacionamentos sociais, bem como familiares, pois o idoso sente o bem-estar. Além disso, é necessário que o idoso entenda o motivo pelo qual necessita da prática de exercícios. 17UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO Ao ponto de vista fisiológico são considerados benefícios dessa prática: redução de níveis de triglicérides no sangue; controle de peso e funcionalidade, prevenindo perdas funcionais; redução do risco de mortes por doenças cardiovasculares, ampliação do contato social, melhora de postura e equilíbrio, preservação/manutenção dos ossos e articulações, melhora da qualidade do sono, entre muitos outros benefícios. ● Alimentação saudável Manter a alimentação saudável é um dos melhores manejos na manutenção do quadro de saúde. A dieta dos idosos, devem ser acompanhadas por um profissional, além de ser pensada também na comorbidades existentes. Deve ser levado em consideração as patologias pré-existentes dos indivíduos, durante a elaboração de sua dieta balanceada, além disso é necessário conhecer a evolução do seu quadro clínico pensando nos possíveis agravamentos de sua patologia já existente. ● Integração e convívio social O convívio social, pode ser mantido na terceira idade de diversas maneiras, tais como: grupos de atividade física, oficinas da memória, dança, grupos de jogos, culinária, artesanato, entre outros. Esses encontros sociais levam alegrias aos grupos de idosos, estimulam o autocuidado e até mesmo em processo de reabilitação de coordenação. ● Exames de rotina As consultas médicas na terceira idade, podem e necessitam ser realizadas anual- mente, ou conforme necessidade clínica do paciente. Em casos de patologias crônicas o idoso deve manter a realização de consulta e exames de rotina conforme sua linha de cuidado, essa linha encontra-se no Guia Saúde do Idoso desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO O ESTATUTO DO IDOSO 4TÓPICO O Estatuto do Idoso foi constituído em 1º de Outubro de 2003, pela Lei 10.741, em que no Brasil estimava-se a população de 15 milhões de idosos. O estatuto consta com 118 artigos que contêm direitos e deveres do idoso, bem como medidas de proteção, formas de acesso à justiça e quais as definições de crimes acometidos em idosos. Os artigos são separados por tais capítulos: Direito à vida; Direito à liberdade, respeito e dignidade; Direito a receber alimentos se não tiver condições financeiras para se sustentar; Direito a cuidados de saúde; Direito à educação, cultura, esporte e lazer; Direito à profissionalização e ao trabalho; Direito à Previdência Social; Direito à assistência social; Direito à habitação; Direito a transporte. No Artigo 230 da Constituição Federal, afirma que: Art. 230.A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pes- soas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmen- te em seus lares. § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos (BRASIL, 1988, p. 134). Para compreensão da importância do estatuto do idoso é necessário a leitura dos 4 primeiros artigos: Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa Idosa, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.” (NR) 19UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO “Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfei- çoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.” (NR) “Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à con- vivência familiar e comunitária (BRASIL, 2022, online). Já no Art 4º dispõe: Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. Estatuto do Idoso art. 9° diz: é obrigação do estado garantir à pessoa idosa a pro- teção à vida e à saúde, mediante efetivação de Políticas Sociais Públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Além dos artigos citados, o estatuto do idoso ainda conta com os seguintes itens: ● Saúde De acordo com o Art. 15: É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Siste- ma Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos (BRASIL, 2003, online). Ressalta-se que o idoso que realizam o autocuidado e são considerados lúcidos, tem o direito de escolha de seu tratamento clínico, entretanto caso haja alguma patologia que cause o acometimento de sua lucides, responde pelo idoso: familiares, cuidador e médico e equipe assistente quando houver risco À vida. ● Transporte No Art. 39. refere-se: Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. 20UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO ● Situação de Abandono Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada. § 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família (BRASIL, 2003, online). Em caso de abandono do idoso, possui alguns canais de denúncia que estão a disposição: 181 disque denúncia, e através do WhatsApp com a Inteligência Artificial Rápida e Anônima. Além dos itens acima citados o artigo ainda conta com: Gratuidade de medicamentos, Educação e Cultura, Isenção de IPTU, Trabalho, Violência, Violência, Viagens, Atendimento preferencial e Casamento. 21UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO TÓPICO 1: Leia o Manual do Idoso disponível no Linha Guia Saúde do Idoso - Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. TÓPICO 2: “Atividade física não é apenas uma das mais importantes chaves para um corpo saudável - ela é a base da atividade intelectual criativa e dinâmica” John Fitzge- rald Kennedy. TÓPICO 3: “Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a. Ela é abundante em pra- zeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem. Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos aos, estes ainda reservam prazeres” Sêneca. TÓPICO 4: Leia Lei 10.741 - 1º de Outubro de 2003. 22UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo você conheceu a importância da Saúde do Idosos, os processos do envelhecimento, os valores da vida na terceira idade, as implicações para o envelhecimento e os direitos e deveres do idoso através do estatuto. Foi possível analisar ainda como todos esses aspectos estão relacionados diretamente ao envelhecimento bem como atuam e influenciam esse processo. Por fim espero ter contribuído em seu conhecimento. Até a próxima Unidade. 23UNIDADE 1 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Envelhecimento - uma visão interdisciplinar Autor: Wilson Jacob Filho, Alexander Augusto de Lima Jorge, Alexandre Leopold Busse, Clóvis Eduardo Santos Galvão, Fa- biano Pinheiro da Silva, Iolanda de Fátima Lopes Calvo Tibério, Lúcia da Conceição Andrade, Luciano Ferreira Drager, Marcel Cerqueira César Machado, Rodrigo Diaz Olmos, Rosa Maria Rodrigues Pereira, Sandra Fátima Menosi Gualandro. Editora: Atheneu. Sinopse: Envelhecimento - Uma Visão Interdisciplinar é obra que tem sua origem no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O livro apresenta caráter inédito e abrangente, objetivando auxiliar os profissionais de Saúde das diferentes áreas na qualificação do atendimento da população idosa. Sua visão é integrada, daí o seu subtítulo "Interdisciplinar". Centra-se nos aspectos preventivos, clínicos e terapêuticos dos distúrbios mais comuns entre os idosos, que, por sinal, somam a população de 23,5 mi- lhões. Sua interdisciplinaridade reúne Geriatras, Gerontólogos, Clínicos, Reumatologistas, Endocrinologistas, Pneumologistas, Gastroenterologistas, Hematologistas, Cardiologistas e outras especialidades médicas de interesse. Envelhecimento - Uma Visão Interdisciplinar apresenta 12 Editores, 58 Colaboradores, 2seções, 36 capítulos, num total de 370 páginas. É livro, pois, destinado a médico das mais diversas especialidades que tem oportunidade de atender idosos. FILME/VÍDEO Título: The Father Ano: 2020. Sinopse: Um homem recusa toda a ajuda de sua filha à medida que envelhece. Ele começa a duvidar dos entes queridos, de sua própria mente e de sua realidade ao tentar compreender as mudanças que estão acontecendo em sua vida. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=yJW4szo- ZX1U https://www.youtube.com/watch?v=yJW4szoZX1U https://www.youtube.com/watch?v=yJW4szoZX1U . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos ● Plataformas de modelagem BIM em outras dimensões; ● Os D’s da BIM. Objetivos da Aprendizagem ● Conhecer as plataformas BIM além da dimensão 3D; ● Compreender o que é cada “D” da metodologia BIM e suas características na prática. 2UNIDADEUNIDADEEFEITO DO ENVELHECIMENTOEFEITO DO ENVELHECIMENTO Professora Esp. Renata Alécio 25UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a)! Seja muito bem-vindo (a) a Unidade II sobre o Efeito do Envelhecimento. Continuaremos trabalhando na jornada do acúmulo de conhecimentos e capacitação na área. Essa Unidade II foi desenvolvida, pensando na melhoria e aprofundamento de vossos conhecimentos. As Unidades estão subdivididas em 4 tópicos para facilitar seu conhecimento. No tópico I e II, respectivamente, vamos conhecer quais as principais alterações músculo esquelética, e as alterações que ocorrem no envelhecimento. Já no terceiro tópico, vamos conhecer os aspectos patológicos, ou seja, as pato- logias que influenciam diretamente no processo de envelhecimento. E por fim, na quarta etapa abordar os riscos de quedas e como conseguimos realizar sua prevenção. Boa sorte em sua jornada e bons estudos! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO FUNÇÃO DA MUSCULATURA ESQUELÉTICA NAS PESSOAS IDOSAS E EFEITOS DO ENVELHECIMENTO NOS OSSOS, ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS 1TÓPICO Para compreender o processo do envelhecimento na função muscular esquelética, primeiramente precisamos compreender como funciona o sistema muscular esquelético. O sistema muscular possui células específicas denominadas fibras musculares, é caracterizado por estruturas individualizadas ligadas com as articulações. Essa junção quando ocorre contração muscular, são capazes de transmitir os movimentos. Existem ainda três tipos de musculaturas diferentes, entre elas: o estriado esquelético, o estriado cardíaco e o não estriado. Os músculos são caracterizados pela coloração vermelha, devido a grande quantidade de vascularização nas fibras musculares, representando assim 40-50% do peso corporal total, além disso os músculos têm a capacidade de transformação de energia química em energia mecânica. Em relação aos três tipos de musculaturas, são classificados: ● Músculo Estriado Esquelético (MEE): é caracterizado por fibras longas, retas e multinucleadas, são ativos metabolicamente, formados pelas células mesodermais. Estão conectados ao esqueleto, são classificados como movimentos voluntários, exemplo: andar, falar, escrever, etc. ● Músculo Estriado Cardíaco (MEC): são músculos encontrados exclusivamente no coração (miocárdio), tem como característica aparência estriada, com um arranjo das fibras protéicas. Essa característica de estrias indica que é uma célula muscular forte, apresenta contrações involuntárias e vigorosas. ● Músculo Não Estriado ou Músculo Liso (ML): são músculos encontrados nos órgãos, ex: estômago, intestino (por isso pode ser chamado também de Músculo Liso 27UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO Visceral). São menos resistentes com a finalidade de contração, para movimentação das substâncias através dos órgãos, possuem ausência de estriações, e são controlados pela parte inconsciente do cérebro, ou seja, são movimentos lentos e involuntários. Como visto acima, o tecido muscular esquelético é localizado em abundância no organismo, agora que entendemos o seu funcionamento, compreendemos também que o corpo humano sofre modificações ao longo do processo de envelhecimento. Em escala macroscópica, o tecido muscular possui uma estrutura central, deno- minada ventre muscular. O Ventre muscular tem como característica a capacidade de contração quando esse estimulado, nas extremidades é possível localizar os tendões e em conjunto ventre e tendão é que ocorre a formação músculo esquelética. FIGURA 1 - SISTEMA MUSCULAR Fonte: Static. Disponível em: https://static.wixstatic.com/media/09e5a0_fc6514d42f964355a34d5db8d97c- f9c0~mv2.jpg/v1/fill/w_356,h_342,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/09e5a0_fc6514d42f964355a- 34d5db8d97cf9c0~mv2.jpg. Acesso em: 01 jul. 2022. Com os processos de envelhecimento, ocorre diminuição lenta e progressiva, do ventre muscular, com isso ocorre a sarcopenia. A sarcopenia é o termo “sarcopenia”, do grego sarco = músculo e penia = perda, de acordo com Fielding et al. (2011): As causas da sarcopenia são multifatoriais e podem incluir desuso, função endócrina alterada, doenças crônicas, inflamação, resistência à insulina e deficiências nutricionais. Embora a caquexia possa ser um componente da sarcopenia, as duas condi- ções não são as mesmas. 28UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO O diagnóstico de sarcopenia deve ser considerado em todos os pacientes idosos que apresentam declínios observados na função física, força ou saúde geral. A sarcopenia é uma condição altamente prevalente em idosos que leva à incapacidade, hospitalização e morte (FIELDING et al., 2011, p. 01). De acordo com estudos, a massa muscular pode haver declínio de 10% na faixa etária de 24 a 50 anos de idade, entretanto entre 50 a 80 anos, pode ocorrer uma perda adicional de 30% (MERLIN; KURA e BERTOLIN, 2013). Outras estruturas como sistema ósseo e sistema articular, também ocorrem perdas ao longo do processo de envelhecimento. De acordo com Merlin Kura e Bertolin (2013): Os ossos são estruturas rígidas, de forma e tamanho variável, que sustentam o peso do corpo, ancoram os músculos e trabalham com estes para produzir movimentos controlados e precisos. Além destas funções armazenam minerais e gordura, protegem os órgãos e tecidos e no seu interior, a medula óssea vermelha é responsável pela produção de células sanguíneas. As articulações são estruturas anatômicas que apresentam a capacidade de unir os segmentos ósseos. Neste contexto as articulações são classificadas estruturalmente em: articulações cartilaginosas, fibrosas e sinoviais. A classi- ficação estrutural leva em consideração o tecido que faz a conexão entre os ossos e a presença ou não do líquido sinovial (MERLIN; KURA e BERTOLIN, 2013, online). O processo de envelhecimento ocasiona em condições, vamos compreender abaixo como ocorre a osteoporose e osteoartrite. ● Osteoporose: é uma doença sistêmica progressiva, no qual ocorre a diminuição da massa óssea, caracterizada então pelo comprometimento da resistência e da qualidade óssea, ocorrendo predisposição a possíveis fraturas. Pode ser diagnosticada através da densitometria óssea, pode ocorrer também por forma secundária, através de condições clínicas como: anormalidades endócrinas e neoplásicas. 29UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO FIGURA 2 - OSTEOPOROSE Fonte: Abreu Cardiologia. Disponível em: https://abreucardiologia.com.br/wp-content/uploads/2020/02/ osteoporose-1519148898679_v2_1920x1080.jpg. Acesso em: 23 jul. 2022. ● Osteoartrite: é uma doença articular crônica, conhecida como artrose, afetando principalmente: joelho, pés e mãos, e quadril. Explica-se como o efeito acumulativo, da carga mecânica, ao longo dos anos, onde ocorre o desgaste da cartilagem. FIGURA 3 - OSTEOARTRITE Fonte: Artrite Reumatoide. Disponível em: https://artritereumatoide.blog.br/wp-content/uploads/2019/02/ Atrose.jpg. Acesso em: 01 jul. 2022. Por fim, é notável que as condições acima afetam diretamente a qualidade de vida e continuidade do processo do autocuidado na terceira idade, por isso é necessário a realização de ações preventivas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO 2 O ENVELHECIMENTO E O SISTEMA NERVOSO CENTRAL E CONSIDERAÇÃO CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS EM IDOSOS TÓPICO O responsável de todas as funcionalidades do organismo, chama-se: Sistema Nervoso. É responsável pelo controle das funções ocorre através de uma transmissão de impulsos que percorrem os circuitos e ocorre também a liberação de mediadores químicos nas terminações nervosas. É formado por neurônios, e as células glia ou neuróglia. ● Neurônios: são células que realizam a recepção e transmissão de estímulos, em que possibilita a manutenção da homeostase, essa função necessita de duas propriedades, a excitabilidade e a condutibilidade. A propagação dos impulsos é semelhante a uma corrente elétrica, ou como cha- mado de impulso nervoso, isso ocorre devido os seus principais elementos: corpo, axônio e dendritos. FIGURA 4 – ESTRUTURA DO NEURÔNIO E SENTIDO DO IMPULSO NERVOSO 31UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO Fonte: Static. Disponível em: https://static.planejativo.com/uploads/novas/542a820a71d6d6544e76b973a- 3c46b26.png. Acesso em: 01 jul. 2022. ● Células da glia: tem como principal finalidade manter unido, a função de envolver e nutrir os neurônios. As células dessa natureza são: células de Schawann, astró- citos, oligodendrócitos, micróglias, conforme imagem abaixo: FIGURA 5 – CÉLULAS DE GLIA OU NEURÓGLIAS Fonte: Unifal. Disponível em: https://www.unifal-mg.edu.br/histologiainterativa/wp-content/uploads/ sites/38/2019/09/c%C3%A9lulas-da-glia.jpg. Acesso em: 01 jul. 2022. Dentro do Sistema Nervoso, encontramos 2 divisões: o Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervoso Periférico. O Sistema Nervoso Central, é formado por: encéfalo e a medula espinhal. Tem como principal função ser o centro integrador que realiza o processamento dos impulsos nervosos recebidos, além disso realiza a propagação das informações através da medula espinhal, é responsável também pela tomada de decisões, e as transmissões enviadas para o funcionamento do organismo. 32UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO FIGURA 6 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL E SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Fonte: Ipinimg. Disponível em: https://i.pinimg.com/originals/ab/46/8e/ab468e962022c75ca3fc04aa87e- dc195.png. Acesso em: 01 jul. 2022. Conforme visto acima, o sistema nervoso é responsável pelas sensações, mobilidade, funções psíquicas, funções biológicas, ou seja, todas as funções do organismo. Tendo em relação ao processo do envelhecimento, como visto nas unidades, ocorre a redução das funções ou seja: diminuição dos números de neurônios, como consequência, diminuição e lentificação da propagação dos impulsos nervosos, seguido da redução de intensidade de reflexos e respostas motoras e redução da capacidade de coordenação motora, e podendo gerar patologias em decorrência a esses declínios. Essa perca pode ser ocasionada também pelos fatores intrínsecos (genética, sexo, etc.) e extrínsecos (sedentarismo, tabagismo, etc.), é classificada como não capaz de rege- neração, ou seja, uma vez que possua a perda, não é possível de reversão. Por fim, conforme ocorre o processo de envelhecimento, a atividade bioquímica dos neurotransmissores, também são afetadas. As mesmas perdas também ocorrem em todos os sistemas como o cardiovascular e respiratório. No sistema cardíaco, o envelhecimento ocasiona na diminuição da capacidade do coração e a força de batimentos. Isso ocorre também devido a diminuição da função me- tabólica, ou seja, aumento do nível de colesterol, que podem ocorrer o acúmulo de placas 33UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO de gorduras (arteriosclerose), dificultando assim a circulação sanguínea, sendo uma das causas possível do desenvolvimento da Hipertensão Arterial. No miocárdio, acontece a atrofia muscular, degeneração ou hipertrofia das fibras musculares cardíacas, como visto acima. Essas degenerações, assim como as outras, po- dem ocorrer nas fases de prevenção e manutenção, ou seja, se faz necessário os hábitos de vida saudáveis. No sistema respiratório, de acordo com Fechine e Trompieri (2012): As alterações fisiológicas na senescência no pulmão do idoso podem ser ocasionadas pela combinações entre alterações anatômicas e a reorienta- ções das fibras elásticas. Essas alterações fisiológicas são definidas pela diminuição da elasticidade pulmonar, redução da capacidade da difusão do oxigênio, redução dos fluxos expiratórios, elevação da complacência pulmo- nar, fecho das pequenas vias aéreas e fecho prematuro de vias aéreas (FE- CHINE e TROMPIERI, 2012, p. 11). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 ASPECTOS PATOLÓGICOS RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO E BARREIRAS ARQUITETÔNICAS TÓPICO UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO 34 De acordo com estudos, as patologias crônicas acometem a população idosa, conforme quadro abaixo, é possível visualizar as possíveis complicações mais acometidas nessa faixa etária. FIGURA 7 – ENVELHECIMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS FISIOLÓGICOS Fonte: Moraes (2008, p. 14). 35UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO FIGURA 8 – DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Fonte: Unasus. Disponível em: https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/5766/mod_resource/content/1/ebook/media/imagens/ pag17_img6.png. Acesso em: 01 jul. 2022. De acordo com Neves e Sobrinho Bifano (2015): Existência de barreiras arquitetônicas pode impedir a acessibilidade do idoso na moradia. Como exemplos dessas barreiras podem mencionar, os desníveis de escadas, irregularidades no piso, portas estreitas, corredores muito longos, prateleiras de difícil alcance, entre outros (NEVES e SOBRINHO BIFANO, 2015, p. 06). Em um estudo realizado por Ferreira (2000) afirma-se que: Existência de barreiras arquitetônicas, que compreendem todos os elementos estruturais da residência que podem colocar em risco a saúde ou a integridade física do entrevistado ou limitar a sua capacidade, por constituir empecilho, dificuldade ou obstáculo às atividades diárias (ex.: existência de escadas, pisos escorregadios, desníveis, altura de bancadas e vasos sanitários inadequados, além de outras barreiras, de acordo com a percepção do idoso).” (FERREIRA, 2000, p. 48). Com base nisso, é possível afirmar então que além dos aspectos patológicos que também influenciam no processo do envelhecimento, algumas barreiras arquitetônicas, podem contribuir na piora do quadro clínico. Por isso, se faz necessário o conhecimento do quadro clínico do paciente, se o mesmo é portador de alguma patologia crônica e quais as condições e barreiras arquitetônicas em que o mesmo convive para estabelecer medidas de intervenções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 RISCO DE QUEDASTÓPICO UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO 36 As quedas acometem inúmeros pacientes na terceira idade, são eventos considerados de baixa relevância ao paciente ou à família, exceto os casos que provocam lesões importantes. Os fatores de risco para quedas de acordo com Maciel (2010): A maioria das quedas resulta da interação de fatores relacionados ao indivíduo (intrínsecos) e fatores ambientais (extrínsecos). Os fatores intrínsecos incluem: idade, quedas anteriores, redução da acuidade visual, tontura, distúrbios do equilíbrio e da marcha, lesões do sistema nervoso, doenças do aparelho locomotor, comprometimento dos mecanismos reguladores da pressão arterial (barorreceptores), os quais predispõem à hipotensão ortostática, ao distúrbiocognitivo, à depressão e aos transtornos do sono. Os fatores extrínsecos relacionam-se às condições de pisos, iluminação, escadas, cadeiras, mesas, leitos, banheiros, calçados, de órteses mal-adaptadas, das barreiras físicas e uso de mais de quatro tipos de medicamentos. Parece haver forte relação entre quedas e o uso de benzodiazepínicos, antidepressivos, antipsicóticos, anticonvulsivantes e antiarrítmicos da classe IA. O risco de quedas também é mais alto em indivíduos após internação hospitalar, principalmente no primeiro mês após a alta (MACIEL, 2010, p. 02). A queda vem ocorrendo com maior frequência na terceira idade, caso ocorra o episódio, pode acarretar piora no quadro clínico do paciente, especificamente na capacidade funcional, na sua capacidade de realização das atividades diárias e de sua realização de autocuidado. Então, quando ocorre o episódio da queda, além dos componentes fisiológicos, também afetam a questão psíquica e social do paciente, o mesmo pode sentir-se constrangido ou até mesmo desenvolver um medo de ocorrer novamente o episódio da queda. 37 Alguns dos fatores relacionados aos episódios de queda em idosos são: ● Diminuição da acuidade visual e auditiva; ● Diminuição de força muscular; ● Doenças Crônicas não Transmissíveis, tais como: pressão arterial, arritmia cardíaca, entre outras); ● Anormalidade para caminhar, como deformidades em pés, artrose; ● Alterações psíquica, como depressão, uso de medicamentos controlados; ● Alterações neurológicas; ● Disfunção urinária; ● Maior que 80 anos; ● Osteoporose. A consequência ocasionada pelas quedas, normalmente são: fraturas, restrição de atividades diárias, hospitalização prolongada, imobilidade, declínio do quadro clínico de saúde, alterações psicológicas, como desenvolvimento do medo da queda, até mesmo o risco de morte e institucionalização. Alguns estudos apontam que as consequências das quedas vão ocorrendo de forma gradativa, em alguns casos essas consequências, podem ocasionar o óbito do paciente. Por isso, é necessário a inspeção do ambiente o qual o idoso convive para tentar amenizar os riscos. Alguns dos fatores que contribuem para quedas relacionados ao ambiente: ● Iluminação dos ambientes; ● Mobília e objetos espalhados pelo domicílio; ● Arquitetura com mal planejamento, tais como escadas, degraus, ou cômodos pequenos; ● Cores e espaço físico do ambiente: piso escorregadio, ambientes com pintura escuras. O Ministério da Saúde, desenvolveu em 2018 um manual de cuidados ao paciente idoso, no material, possui uma tabela para auxiliar na organização do ambiente para o risco de quedas: UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO 38 FIGURA 9 – SEGURANÇA NO DOMICÍLIO Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Guia de Reabilitação da Pessoa Idosa. Brasília-DF: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atencao_reabilitacao_pessoa_idosa. pdf. Acesso em: 01 jul. 2022. O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia desenvolveu um manual de prevenção de risco de quedas: FIGURA 10 – MANUAL QUEDAS Autor: BRASIL. Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. Quedas: Todo cuidado é pouco! Rio de Ja- neiro: Ministério da Saúde, s/d. Disponível em: https://www.into.saude.gov.br/images/pdf/folhetos/Folder_Que- das_Cuidados-para-pacientes-e-acompanhantes-em-casa-e-na-rua-web.pdf. Acesso em: 01 jul. 2022. UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO 39 Por fim, além das orientações que devem ser prestadas ao paciente e a família, é necessário também a utilização de uma avaliação de risco de quedas, que argumente e apresente ao paciente os locais de possíveis riscos para que ocorra à queda, para que se necessário realize adequações ou até mesmo o auxílio da equipe multidisciplinar para manutenção do quadro clínico. Vale lembrar que os exames de rotina do paciente, bem como consulta regular aos médicos assistentes, principalmente se o paciente possui alguma doença crônica, se faz necessário para manutenção do quadro clínico, bem como o uso correto dos medicamentos. UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO 40 Tópico 1 e Tópico 2: O Departamento de morfologia, realizou o desenvolvimento de um atlas para auxiliar na compreensão do funcionamento do corpo humano, acesse em: https://ulbra-to.br/morfologia/ Tópico 3: Para compreensão das patologias que acometem os idosos leia: Pla- no de ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas e agravos Não Transmissíveis no Brasil - 2021-2030 – Ministério da Saúde. Acesse em: https://www.gov. br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao- -transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/@@download/file/relatorio_monito- ramento_11_2021%20-%20plano%20de%20dant.pdf Tópico 4: A precaução de risco de quedas, assim como medidas de prevenção a saúde do idoso se faz necessário, pensando nisso, leia o Guia de Atenção à Reabilitação da Pessoa Idosa, Ministério da Saúde, 2018. Acesse em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/guia_atencao_reabilitacao_pessoa_idosa.pdf UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO https://ulbra-to.br/morfologia/ https://ulbra-to.br/morfologia/ https://ulbra-to.br/morfologia/ https://ulbra-to.br/morfologia/ https://ulbra-to.br/morfologia/ https://ulbra-to.br/morfologia/ mailto:https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/@@download/file/relatorio_monitoramento_11_2021%20-%20plano%20de%20dant.pdf mailto:https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/@@download/file/relatorio_monitoramento_11_2021%20-%20plano%20de%20dant.pdf mailto:https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/@@download/file/relatorio_monitoramento_11_2021%20-%20plano%20de%20dant.pdf mailto:https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/doencas-cronicas-nao-transmissiveis-dcnt/09-plano-de-dant-2022_2030.pdf/@@download/file/relatorio_monitoramento_11_2021%20-%20plano%20de%20dant.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atencao_reabilitacao_pessoa_idosa.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atencao_reabilitacao_pessoa_idosa.pdf 41 Tópico 1: “Ah, envelhecer é uma etapa normal aí, natural da vida, né? Nascer, crescer e morrer [risos] não é? então não há como querer mudar isso. É isso, já que o mundo é o mundo e o ser humano existe e todos os animais, até a árvore, um vegetal [...] tudo [...] tem, é uma fase normal da vida (Primrose, M, 74 anos).” Artigo: ESTRÊLA, A. T. Da C.; MACHIN, R. O corpo na velhice e suas relações com as quedas a partir da narrativa de idosos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 11, p. 5681–5690, nov. 2021. Tópico 2: “Veja, eu acho que eu comecei a perceber a mudança realmente depois [...] eu tinha quase 60 anos eu nem estava preocupado [...] ia trabalhar, voltar e tudo mais. Eu não estava pensando em nada disso, realmente. Depois que eu comecei a ficar [...] a gente fica mais tempo em casa... porque a gente parou de trabalhar e aí a gente fica colocando ideias na cabeça [...] como diz o ditado [risos] (AZALEA, F, 75 anos).” Artigo: ESTRÊLA, A. T. Da C.; MACHIN, R. O corpo na velhice e suas relações com as quedas a partir da narrativa de idosos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. 11, p. 5681–5690, nov. 2021. Tópico 3: “O estilo de vida dos idosos é uma situação marcante no processo saúde- doença desse grupo populacional. Diante desta realidade, a existência de comportamentos que possam oferecer risco à saúde da pessoaidosa se torna uma condição preocupante para um envelhecimento saudável.” Artigo: MACHADO, W. D. et al. Idosos com doenças crônicas não transmissíveis: um estudo em grupos de convivência. ReonFacema. 2017 Abr-Jun; 3(2):444-451. Tópico 4: “Quanto ao local de ocorrência das quedas, os dados da presente pes- quisa evidenciaram que aquelas que ocorrem no domicílio tiveram maior impacto na QVRS UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO 42 do que as que aconteceram na rua ou em outros locais, em análises ajustadas por idade, sexo e número de doenças crônicas.” Artigo: PAIVA, M. M. De; LIMA, M. G.; BARROS, M. B. De A. Quedas e qualidade de vida relacionada à saúde em idosos: influência do tipo, frequência e local de ocorrência das quedas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 26, n. suppl 3, p. 5099–5108, out. 2021. UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO 43UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO CONSIDERAÇÕES FINAIS Nessa Unidade, foi possível aprofundar o seu conhecimento sobre os impactos do envelhecimento no corpo humano. Verificar em cada sistema: Músculo Esquelético, Sistema Nervoso, Cardiovascular e respiratório as alterações que ocorrem devido ao processo natural e patológico do envelhecimento. Ainda foi possível verificar quais patologias influenciam na manutenção do quadro clínico do idoso, e quais os possíveis agravamentos que podem ocasionar. E compreender a importância da prevenção do risco de quedas na terceira idade e como afeta diretamente na qualidade de vida e saúde do paciente. Aguardo você na próxima Unidade. 44UNIDADE 2 EFEITO DO ENVELHECIMENTO MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Corpo e Envelhecimento: os Sinais Estéticos e Funcionais na Meia-Idade Autor: Jéssica Xavier Lobão de Assunção e Iraquitan de Oliveira Caminha. Editora: Editora Appris; 1ª edição (15 fevereiro 2021) Sinopse: O livro Corpo e envelhecimento: os sinais estéticos e funcionais na meia-idade descreve novos olhares sobre a per- cepção de alterações funcionais e também os primeiros sinais estéticos advindos do processo de envelhecer. A obra propõe-se a investigar como pessoas de meia-idade lidam com essa fase de transição e como isso repercute em seus afazeres diários. Por seu conteúdo atemporal e inovador, lançando novas ideias em algo debatido há séculos, esta leitura torna-se uma excelen- te fonte de erudição não só para a comunidade acadêmica, mas também ao público em geral. FILME/VÍDEO Título: Envelhescência Ano: 2015 Sinopse: Seis pessoas, todas com mais de 60 anos e idade, vi- vem de maneira plena a sua velhice. Ainda que com limitações físicas e adaptações à sua rotina, os idosos comprovam que os prazeres da vida não se esgotam, mas sim, se renovam. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=i4cLyL- dK5EA https://www.youtube.com/watch?v=i4cLyLdK5EA https://www.youtube.com/watch?v=i4cLyLdK5EA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos ● Avaliação Funcional do Idoso; ● Exercícios Terapêuticos e Treinamento Funcional; ● Treinamento Motor e cognitivo para o Idoso; ● Cinesiologia aplicada à geriatria. Objetivos da Aprendizagem ● Conceituar e contextualizar as ferramentas de análise funcional do idoso; ● Compreender os tipos de treinamentos e exercícios aplicados; ● Estabelecer a importância da cinesiologia. 3UNIDADEUNIDADEAVALIAÇÃOAVALIAÇÃOProfessora Esp. Renata Alécio 46UNIDADE 3 AVALIAÇÃO INTRODUÇÃO Caro (a), aluno (a)! Bem-vindo (a) a Unidade III sobre o conteúdo, Saúde do Idoso. Continuaremos na jornada na sua busca pelo acúmulo de conhecimentos. Com o intuito de aprofundar a percepção da avaliação e tomadas de decisões, a Unidade III foi desenvolvida e subdivida em 4 tópicos para facilitar seu conhecimento. Na primeira etapa, vamos conhecer qual a importância e como utilizar o método avaliação das condições de funcionalidade do idoso. Já na segunda e terceira etapa, será possível compreender os exercícios que podem ser aplicados de forma terapêutica e funcional. E para finalizar compreenderemos como a cinesiologia auxilia na manutenção da qualidade de vida do idoso. Bons estudos! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO IDOSO 1TÓPICO UNIDADE 3 AVALIAÇÃO O Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20 (IVCF-20), foi desenvolvido com instituto de realização de triagem rápida ao paciente idoso, bem como é uma ferramenta que pode ser utilizado por qualquer profissional da área da saúde, sem a necessidade de especialização na área de Geriatria. O Instrumento é capaz de avaliar o declínio funcional e/óbito em idosos, de acordo com o site Oficial do IVCF-20: O IVCF-20 é um questionário que contempla aspectos multidimensionais da condição de saúde do idoso, sendo constituído por 20 questões distribuídas em oito seções: idade (1 questão), auto-percepção da saúde (1 questão), in- capacidades funcionais (4 questões), cognição (3 questões), humor (2 ques- tões), mobilidade (6 questões), comunicação (2 questões) e comorbidades múltiplas (1 questão). Cada seção tem pontuação específica que perfazem um valor máximo de 40 pontos. Quanto mais alto o valor obtido, maior é o risco de vulnerabilidade clínico-funcional do idoso (IVCF-20, 2021, online). Para melhor compreensão, vamos inicialmente compreender os escores do instrumento: 48UNIDADE 3 AVALIAÇÃO FIGURA 1 - CLASSIFICAÇÃO CLÍNICO-FUNCIONAL DOS IDOSOS – ESCORES Fonte: Disponível em: https://helpmy.com.br/wp-content/uploads/2021/06/escala-IVCF20.png. Acesso em: 23 dez. 2022. FIGURA 2 - CLASSIFICAÇÃO DO IVCF Fonte: MORAES, E. N. de; CARMO, J. A. do; MORAES, F. L. de. AZEVEDO, R. S., MACHADO, C. J.; MONTILLA, D. E. R. (2016, p. 03). 49UNIDADE 3 AVALIAÇÃO O Instrumento dentro dessa Unidade, será dividido por etapas de avaliação para facilitar durante o preenchimento do mesmo. Primeiramente, o instrumento solicita que o mesmo seja preenchido junto com a presença de familiares ou acompanhantes devido a alguns idosos apresentarem dificulda- de recordatória. FIGURA 3 - IDADE Fonte: Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1BcqTjCz9ce0MHFfhrRe6jYz3ps8vwe5d/view. Acesso em: 23 dez. 2022. A primeira etapa é a avaliação da idade do paciente, nota-se que cada quadro ao lado das respostas conta com um número que auxiliará na contagem final da avaliação. FIGURA 4 - AUTO-PERCEPÇÃO DA SAÚDE Fonte: Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1BcqTjCz9ce0MHFfhrRe6jYz3ps8vwe5d/view. Acesso em: 23 dez. 2022. Nessa etapa, deve-se perguntar ao paciente ou familiar/acompanhante como o mesmo sente-se mediante as outras pessoas de sua idade. 50UNIDADE 3 AVALIAÇÃO FIGURA 5 - ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA Fonte: Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1BcqTjCz9ce0MHFfhrRe6jYz3ps8vwe5d/view. Acesso em: 23 dez. 2022. Nessa etapa, os itens 3, 4 e 5, caso selecionado SIM para todas as respostas, os mesmossomam a pontuação máxima de 4. Já o item 6 é avaliado de forma individual. FIGURA 6 - COGNIÇÃO Fonte: Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1BcqTjCz9ce0MHFfhrRe6jYz3ps8vwe5d/view.ç Acesso em: 23 dez. 2022. 51UNIDADE 3 AVALIAÇÃO FIGURA 7 - HUMOR, MOBILIDADE E COMUNICAÇÃO Fonte: Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1BcqTjCz9ce0MHFfhrRe6jYz3ps8vwe5d/view. Acesso em: 23 dez. 2022. No requisito 14, é necessário realizar alguns testes como o paciente, como por exemplo calcular a velocidade de marcha do mesmo, então antes do preenchimento, é necessário realizar os testes. FIGURA 8 - VELOCIDADE DE MARCHA Fonte: NETO,H (2021, online) 52UNIDADE 3 AVALIAÇÃO FIGURA 9 - COMORBIDADES MÚLTIPLAS Fonte: Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1BcqTjCz9ce0MHFfhrRe6jYz3ps8vwe5d/ view.ç Acesso em: 23 dez. 2022. O instrumento pode ser realizado também de forma online no site oficial do IVCF- 20. De acordo também com o site, é possível analisar a vulnerabilidade de outra forma. Além do uso do IVCF-20, se faz fundamental a utilização do Vulnerable Elders Survey (VES- 13). O VES-13 é um instrumento capaz de identificar os idosos vulneráveis residentes na comunidade, são de utilização da Atenção Primária em Saúde (APS), como forma de rastreio. Assim como o IVCF-20, o mesmo pode ser preenchido pelos profissionais de saúde. A estratificação obtida com o VES-13, deve ser seguida pela aplicação de outro instrumento, denominado Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional – 20 (IVCF-20), ou seja, ambos instrumentos se complementam. 53UNIDADE 3 AVALIAÇÃO FIGURA 10 - RASTREIO VES- 13 Fonte: NETO (2021, APSUS,pág.15) Por fim, essas ferramentas se tornam fundamentais para os profissionais de saúde, pois é possível avaliar o idoso de maneira eficaz, para auxiliar o profissional na tomada de conduta, ou definição de plano terapêutico, que enquadra-se melhor com o quadro clínico e declínio funcional do paciente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54UNIDADE 3 AVALIAÇÃO 2 EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS E TREINAMENTO FUNCIONALTÓPICO De acordo com um estudo realizado por Lima Júnior et al. (2019) foi realizado uma revisão bibliográfica em que foi possível compreender a importância da aplicação do alongamento na terceira idade: Com o passar do tempo, temos uma tendência a diminuirmos o número de atividades realizadas no dia a dia, gerando restrições musculares e articulares, consequentemente, diminuindo a amplitude de movimento. Por esse motivo, os alongamentos são bem vindos, pois favorecem ao aumento das amplitudes músculo articulares, gerando um relaxamento muscular, trazendo benefícios durante a marcha e promovendo a diminuição do número de quedas em idosos BRANDALIZE et al., 2011). Segundo Brandalize et al.,(2011) os idosos, ao iniciarem um programa de exercícios de alongamento visando a melhorar da marcha, obterão efeitos benéficos tanto com uma sessão única de exercícios, como com um programa mais duradouro, repercutindo diretamente na prevenção de quedas. No entanto, ressalta-se que os ganhos são perdidos logo após a descontinuidade da prática regular de exercícios físicos, que incluem o alongamento (LIMA JÚNIOR et al., 2019, p. 06-07). Vale lembrar que todo exercício a ser aplicado ao paciente, deve-se pensar no quadro clínico do mesmo, bem como a limitação física para realizar o movimento, deve ser realizado de forma lenta e suave. Abaixo, segue alguns tipos de alongamentos que podem ser utilizados, todos esses respeitando o tempo de 30 segundos para sua realização. Pode ser realizado diariamente, e lembre-se de alongar ambos os lados do corpo: 55UNIDADE 3 AVALIAÇÃO FIGURA 11 - ALONGAMENTO DOS MÚSCULOS DA REGIÃO POSTERIOR Fonte: DANTAS (2020, online) FIGURA 12 -ALONGAMENTO DOS MÚSCULOS ADUTORES DA COXA. Fonte: RODRIGUES (2019, Pág 14) FIGURA 13- ALONGAMENTO DOS MÚSCULOS DORSAIS. Fonte: SANTANA (2020, online) 56UNIDADE 3 AVALIAÇÃO FIGURA 14- ALONGAMENTO DOS MÚSCULOS DAS PANTURRILHAS Fonte: SILVEIRA (2018, online) FIGURA 15- ALONGAMENTO DOS MÚSCULOS DOS OMBROS Fonte: NUNES,L.VITÓRIA, M. (2021, pág.9.) Alguns exercícios também podem ser aplicados em pacientes acamados, lembran- do sempre de respeitar sua limitação física e cognitiva para realização. FIGURA 16- PACIENTE ACAMADO Fonte: BRASIL,Guia prático do cuidador (2008, Pág.37) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 TREINAMENTO MOTOR E COGNITIVO PARA O IDOSOTÓPICO UNIDADE 3 AVALIAÇÃO 57 De acordo com estudo realizado do treinamento sensório-motor, pode ser definido por: Por causa disto o treinamento sensório-motor é essencial para o equilíbrio funcional dos idosos. A expressão sensório-motor foi criada para descrever as integrações sensoriais e motoras, bem como as estruturas envolvidas na manutenção da integridade das articulações durante os movimentos corporais e a manutenção da postura (NEVES,R.V., SUASSUNA,L.C.A., 2016, online ). Outro instrumento que pode ser utilizado para a avaliação do idoso, chama-se Escala de Equilíbrio de Berg, em que possui 14 tarefas relacionadas ao cotidiano do idoso. Com ela, é possível avaliar o equilíbrio estatístico e dinâmico do idoso, que possibilita o planejamento do treino motor e cognitivo. A Escala de Barthel é outra ferramenta que auxilia na mensuração da capacidade que o indivíduo consegue realizar no cotidiano, assim como a escala de BERG, ambas são auxiliadoras no processo de definição de plano terapêutico e elaboração de exercícios a serem realizados ao paciente. De acordo JUNIOR, 2006 a escala de barthel possui algumas orientações: 1. A pontuação na Escala Barthel refere-se ao que os sujeitos fazem e não ao que eles recordam ter feito um dia. 2. Seu principal objetivo é saber sobre o grau de independência em relação a qualquer tipo de ajuda (física ou verbal). 3. Se o sujeito não consegue ler o questionário, alguém pode ler o mesmo para ele. É permito que algum amigo ou parente responda pelo sujeito (caso este esteja impossibilitado de responder). 4. Preferencialmente procure obter respostas relativas às últimas 48 horas, dependendo do caso, pode ser por períodos maiores. (JUNIOR, 2016, PÁG.3). 58UNIDADE 3 AVALIAÇÃO A pontuação se classifica da seguinte maneira: ● < 20 - Dependencia Total ● 20-30 - Grave ● 40-55 - Moderado ● ≥60 - Leve ● 100 - Independente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 CINESIOLOGIA APLICADA À GERIATRIATÓPICO UNIDADE 3 AVALIAÇÃO 59 O profissional da área da reabilitação é o profissional que realiza a Cinesioterapia, pois é necessário examinar o paciente, e observar os movimentos que o mesmo realiza. O profissional pode então definir o plano terapêutico com diversas situações que podem ocorrer, bem como diferentes quadros clínicos, levantando as necessidades básicas do paciente, pensando de forma individualizada. Pode ser então visando à reabilitação ou promoção e prevenção para saúde do idoso. Segundo estudo realizado por Santos (2017), o mesmo definiu os princípios funda- mentais para aplicação da cinesiologia: 1.Evitar o agravamento: os exercícios devem ser realizados corretamente e com bom senso, caso contrário pode piorar a lesão do paciente; 2.Adesão: o paciente deve se comprometer com seu tratamento, para que tenha resultados, para isso, ele precisa conhecer bem o plano de tratamento; 3.Urgência: o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, pois,re- pouso acima do necessário é prejudicial a evolução do quadro clínico; 4.Individualização: levar em consideração a reação do paciente ao tratamen- to, pois cada pessoa será afetada de forma diferente pelas técnicas terapêu- ticas, por conta das diferenças dos aspectos químicos e fisiológicos; 5.Sequenciamento específico: a sequência do protocolo de tratamento é de- finida pela resposta do corpo; 6:Intensidade: tem que desafiar o paciente e a área em tratamento, mas deve evitar agravar a lesão; 7:Paciente como um todo: apesar de ser importante tratar a área lesionada, o foco do tratamento deve ser o corpo inteiro, para uma melhor sintonização (SANTOS, 2017, pág 20-21). 60UNIDADE 3 AVALIAÇÃO Foi possível identificar, ainda nesse estudo, (SANTOS, 2017) quais são os pontos de indicação e contraindicação da aplicação da cinesiologia: Indicação: Quando é preciso o desenvolvimento da força muscular, a reeducação mus- cular, melhora da função e aumentar a resistência à fadiga; Quando é necessário a normalização ou melhora da amplitude de movimen- to, aumentando a mobilidade do paciente; Quando é preciso a promoção do relaxamento dos tecidos, assim como a prevenção do encurtamento do músculo e de contraturas na articulação, au- mentando sua extensibilidade; Nos casos que apresentam a necessidade de reeducar a postura; No momento em que é preciso reduzir as dores e as inflamações, e isso ocor- re por meio da estimulação das endorfinas e encefalinas, que são hormônios que funcionam como analgésicos naturais para o corpo; Na necessidade de reduzir edemas e melhorar a circulação; Quando é preciso o desenvolvimento e restauração das habilidades neuro- motoras Contraindicação: Quando o paciente tem doença cardiovascular precisa de uma atenção espe- cial, pois pode ocorrer complicações na execução dos exercícios; Nas condições neurológicas, quando há agravamento de sintomas, lesão de medula espinhal ou da cauda equina, não podem ser realizados exercícios que utilizem a mobilização de tecidos neurais; Quando o paciente estiver passando por algum processo de cicatrização, deve-se evitar a mobilização ou alongamento passivo, pois podem prejudicar tal processo de cicatrização; Exercícios de amplitude de movimento ativo não devem ser realizados se os movimentos e contrações poderem prejudicar a cicatrização ou afetar a saúde do paciente de forma negativa; Pacientes com osteoporose ou fraturas mais recentes devem ser tratados com cautela; Para as pessoas que precisam de segurança ao realizar posi- ções que desafiam o equilíbrio, o treinamento de equilíbrio é contraindicado; Nos casos em que o paciente tem patologias malignas, complicações neu- rológicas, fraturas ou deformidades congênitas no osso, doença vascular na artéria vertebral, artrite inflamatória, o uso de técnicas de manipulação ou mobilização devem ser realizadas com cuidado; Nos casos de hemorragias, osteoporose, articulação hipermóveis, fraturas ocorridas recentemente e suturas, são restritas as aplicações das técnicas miofasciais; Quando o paciente apresenta neoplasias, osteomielite, fraturas mais recen- tes, rupturas de ligamentos, hérnias de disco comprimindo o nervo e articu- lação hiper móvel, é impróprio a mobilização da articulação (FONTES et al, 2021 pág 8-9). 61UNIDADE 3 AVALIAÇÃO Alguns exemplos de exercícios que podem ser realizados: FIGURA 17- – EXERCÍCIOS CINESIOTERAPIA Fonte: Fontes et al. (2021). FIGURA 18- – EXERCÍCIOS CINESIOTERAPIA 2 Fonte: Fontes et al. (2021). FIGURA 19 – EXERCÍCIOS CINESIOTERAPIA 3 Fonte: Fontes et al. (2021). 62UNIDADE 3 AVALIAÇÃO Por fim, o profissional fisioterapeuta pode explorar na utilização desses exercícios bem como utilizar equipamentos que auxiliem a execução de treinamentos. TÓPICO 1: Acesso o site oficial do IVCF: https://ivcf20.org/. O Índice de avaliação ao idoso é essencial para elaboração do plano terapêutico do paciente. TÓPICO 3: Leia: GUSMÃO, M. F. S.; REIS, L. A. R. Efeitos do treinamento sen- sório-motor no equilíbrio de idosos: revisão sistemática. Rev. Saúde Col. UEFS, Feira de Santana, 7(1): 64-70 (Junho, 2017). DOI: 10.13102/rscdauefs.v7i1.1056. Disponível em: http://periodicos.uefs.br/index.php/saudecoletiva/article/view/1056/1284. Acesso em: 20 out. 2022. TÓPICO 4: Leia: SANTANA, A. A.; BATISTA, M. S. B.; RAMOS, T. M. CINESIO- TERAPIA PARA PESSOAS IDOSAS Paripiranga-BA: UniAGES, 2021. 33 p. : il. DOI: 10.29327/537662. TÓPICO 2: “O envelhecimento não é “juventude perdida”, mas uma nova etapa de oportunidade e força.” Betty Friedan. http://periodicos.uefs.br/index.php/saudecoletiva/article/view/1056/1284 63UNIDADE 3 AVALIAÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Nessa Unidade, foi possível aprofundar o seu conhecimento sobre algumas ferramentas que auxiliam na elaboração de um plano terapêutico, bem como compreender como realizar essas avaliações. Conseguimos também compreender e como avaliar o paciente em suas atividades de vida diárias. Foi possível visualizar alguns exercícios que aplicam-se na terceira idade, e como podem ser indicados, para auxiliar o paciente na realização de um exercício adequado. Aguardo você na próxima Unidade. 64UNIDADE 3 AVALIAÇÃO MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Fisiologia do Exercício na Terceira Idade – 1ª Edição. Autor: Albert W. Taylor, Michel J. Johnson. Editora: Manole. Sinopse: Trata-se de um guia fundamental para estudantes e profissionais de educação física, fisioterapia, geriatria e medici- na de reabilitação. Com um enfoque interdisciplinar, este livro explora os fatores que devem ser considerados na elaboração de programas personalizados e seguros para a terceira idade, abrangendo todos os grupos de idosos (saudáveis, fragilizados e atletas). São abordadas ainda as necessidades específicas de mulheres e de indivíduos com doenças crônicas, além de ferramentas úteis de triagem e avaliação. FILME/VÍDEO Título: E SE VIVÊSSEMOS TODOS JUNTOS? Ano: 2012 Sinopse: Annie (Geraldine Chaplin), Jean (Guy Bedos), Claude (Claude Rich), Albert (Pierre Richard) e Jeanne (Jane Fonda) são melhores amigos há mais de quatro décadas. Enquanto os dois primeiros e os dois últimos são casados, o do meio é um tremendo solteirão convicto, que não se cansa de aproveitar a vida. Quando a saúde deles começa a piorar e o asilo se apresenta como solução para um deles, surge a ideia de todos morarem juntos. Mas a novidade acaba trazendo a reboque algumas antigas experiências, que irão provocar novas consequências na vida de cada um. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos ● Introdução à Reumatologia; ● Imunologia, inflamação e respostas de fase aguda; ● A Dor em Reumatologia e Classificação das Doenças Reumáticas. Objetivos da Aprendizagem ●Conceituar sobre a reumatologia e como afeta os idosos; ●Compreender os tipos de complicações que acarretam o sistema musculoesquelético; ●Estabelecer a importância da equipe multidisciplinar no cuidado ao paciente idoso. 4UNIDADEUNIDADEREUMATOLOGIAREUMATOLOGIAProfessora
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