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Aula 2- Seguro e Previdência- Origem e Evolução no Brasil e no Mundo

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11/09/22, 16:40 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215373/temas/2/conteudos/1 1/8
Gestão atuarial
Aula 2 - Seguro e Previdência: Origem e evolução no Brasil e no mundo
INTRODUÇÃO
Após entender que a Ciência Atuarial envolve a gestão de riscos, o próximo passo é estudar alguns aspectos conceituais sobre origem e evolução do seguro e da previdência.
Nesta aula, estudaremos também os princípios consagrados no Brasil da Previdência Social. Esperamos que, após as questões evolutivas, você possa compreender os motivos
que justi�cam a Reforma da Previdência Social.
Tenha um ótimo aproveitamento e não se esqueça de ler os artigos e assistir aos vídeos sugeridos!
OBJETIVOS
Analisar seguro, apresentando sua origem e evolução no Brasil e no mundo;
Analisar previdência, apresentando sua origem e evolução no Brasil e no mundo;
Reconhecer os princípios consagrados no Brasil da Previdência Social.
11/09/22, 16:40 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215373/temas/2/conteudos/1 2/8
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO SEGURO
Fonte: Africa Studio / Shutterstock
Desde os primórdios, os seres humanos viveram em sociedade. De uma forma ou de outra, sempre dependeram uns dos outros, seja no âmbito tribal, familiar ou de consumo.
Com essa visão de coletividade, para a segurança de si mesmo e dos seus, o homem sentiu a necessidade de um sistema o protegesse contra infortúnios da vida. Eventos que
viessem a privá-lo dos seus meios de subsistência ou que causassem prejuízo de ordem econômica. Com essa preocupação, nasceu o sistema de Seguros e Previdência.
Atenção
, A atividade de seguros decorre da necessidade do indivíduo resguardar a si ou a seu patrimônio dos riscos inerentes ao cotidiano, os quais podem afetar negativamente a integridade dos bens
envolvidos. Em tal contexto, objetivando minimizar possíveis perdas, o titular do bem trata de resguardar seu patrimônio de tais intempéries por meio do seguro.
Pensando no conceito, vamos veri�car a situação abaixo:
Carlos Augusto, possui um seguro que garante ao bene�ciário cobertura em casos de danos, bem como, pequenos reparos ao seu imóvel. Houve um alagamento em sua
residência, provavelmente decorrente da tubulação muito antiga de sua casa, e ele, acionou o seguro.
Pergunta-se: Carlos agiu corretamente abrindo sinistro para resolver esse tipo de problema?
Resposta Correta
Sobre o conceito de seguro, Silva (1999, p. 21) leciona que:
[…] seguro é um plano social que combina risco de muitos indivíduos dentro de um grupo, atuarialmente prevê perdas e usa os fundos das contribuições dos membros dos
grupos para efetuar o pagamento das indenizações, quando são devidas nas condições e termos de contrato.
Nesse contexto, a International Association of Insurance Supervisors - (Associação Internacional de Supervisores de Seguros — IAIS — 2008) estabelece, como princípio de
seguros, a obrigatoriedade da seguradora fornecer as necessárias informações acerca dos riscos inerentes àquela atividade:
11/09/22, 16:40 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215373/temas/2/conteudos/1 3/8
[...] a autoridade supervisora deve requerer que as seguradoras divulguem informações relevantes em tempo hábil para dar às partes interessadas uma visão clara sobre suas
atividades de negócios exposição �nanceira, de forma a facilitar a compreensão dos riscos aos quais estão expostos. O mercado de produtos �nanceiros está cada vez mais
globalizado e se torna indispensável a elevação padrão de informações contábeis ao padrão internacional.
A origem do seguro ainda é bastante controvertida. Existem duas correntes que
divergem sobre isso: a corrente histórica e a corrente técnica.
ORIGEM DO SEGURO: CORRENTE HISTÓRICA X CORRENTE TÉCNICA
A corrente histórica, defende que a origem do seguro remota há antiguidade nos anos antes de Cristo de maneira rudimentar e de caráter mutualístico. (GARCIA, 2016)
Segundo Garcia (2016), na Babilônia, por volta de 2.250 a.C. existiam caravanas de nômades que atravessavam o Oriente Médio até a Ásia em busca de especiarias. Durante a
expedição, era muito comum que alguns dos nômades perdessem seus camelos durante o trajeto, sendo eles por morte devido às condições terrestres e climáticas e até mesmo
por roubos durante o acampamento dessas caravanas. Já o Estado criou a primeira proteção de seguro em 1.700 a.C. instituindo, de forma embrionária, o Código de Hamurabi.
Segundo Brasil (1985, p. 172), grupos de navegantes convencionavam entre si, que se um deles perdesse a embarcação, seria construída outra e entregue ao proprietário. Ficava
acordado também que se a perda da embarcação decorresse de viagem a locais distantes e ignotos (desconhecidos, inexplorados), seria cessado o acordo entre o grupo. Era
declarado que a embarcação desaparecera por culpa do dono. Era a culpa anulando o acordo.
INDICAÇÃO DE LINK
Clique aqui (glossário) para se aprofundar um pouco mais nessa questão da origem do seguro.
Seguro no Brasil
De acordo com a Norma Internacional de Contabilidade — IFRS 4 — contrato de seguro é
1808
Em 1808, teve início o mercado de seguros no Brasil por meio da abertura dos portos ao comércio internacional, sendo a “Companhias de Seguros BOA-FÉ” a primeira a funcionar no país, datada
de 24 de fevereiro de 1808, a operar o seguro marítimo.
Com a promulgação da Lei n° 556, de 1850 (Código Comercial Brasileiro), surgiram inúmeras seguradoras, passando a operar não só com o seguro marítimo, mas também com o terrestre e o de
vida.
1855
Em 1855, era fundada a “Companhia Tranquilidade”, especializada em seguro de escravos, com a qual o dono era ressarcido �nanceiramente, caso houvesse a mortalidade dos seus escravos. A
vigência desse seguro era de um ano e a indenização só era paga, caso o escravo tivesse entre 10 e 60 anos de idade, se fosse vacinado e as apólices excluíam a cobertura da morte, se fosse
consequência de maus tratos. (GARCIA, 2016)
Na metade do século XIX, após um processo de industrialização e urbanização devido à cultura cafeeira, passa-se a ter uma expansão do mercado segurador brasileiro despertando o interesse
das seguradoras estrangeiras.
1860
Em 1860, tornou-se obrigatória, no Brasil, a apresentação de balanço e o pedido de autorização para funcionamento de companhias de seguro. Já em 1862, foi autorizada a primeira companhia
estrangeira a operar no país, denominada de “Garantia da Cidade do Porto”, seguradora portuguesa. (BORELLI e MONTI, 2013)
1932
Em 1932, surge o primeiro sindicato dos corretores de seguros no Rio de Janeiro. A pro�ssão de corretor de seguros só foi regulamentada pela Lei n. 4.595 em 1964.
1939
Em 1939, é criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), tendo como proposta política, a proteção do mercado brasileiro contra a presença então maciça das companhias estrangeiras.
(SOUZA, 2007)
O resseguro nada mais é do que um seguro do seguro, onde uma seguradora repassa uma parte de um seguro para outra seguradora. Resseguro será assunto de aulas posteriores.
1951
Em 1951, é criada, no Rio de Janeiro, a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (FENASEG). (SOUZA, 2007)
1966
Em 1966, por meio do Decreto-lei n° 73, de 21 de novembro de 1966, o governo militar cria o Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) estabelecendo, posteriormente, o Conselho Nacional
de Seguros Privados (CNSP) (com a incumbência de instituir normas e diretrizes para o ramo de seguros e previdência privada) e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) (criada, com a
função de controlar e �scalizar os mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro).
1971
E, em 1971, é criada a Fundação Escola Nacional de Seguros (FUNENSEG), com o intuito de promover o aperfeiçoamento do mercado de seguros por meio do desenvolvimento e da
disseminação de conhecimento e da capacitação de pro�ssionais e habilitando corretores de seguros.
2007
Destaca-se, em 2007, a abertura do mercado brasileiro de resseguro,pela promulgação da Lei Complementar N° 126/07 e regulamentações posteriores, possibilitando a admissão de
resseguradores estrangeiros a atuarem no país, após quase 60 anos de monopólio exercido pelo IRB-Brasil Re.
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/tri100/galeria/aula2/docs/origem_seguro.pdf
11/09/22, 16:40 Disciplina Portal
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215373/temas/2/conteudos/1 4/8
um contrato no qual uma parte (seguradora) aceita um risco de seguro signi�cativo de outra parte (segurado), acordando compensá-lo no caso de um evento futuro incerto
especi�cado (evento segurado) o afete adversamente.
A popularidade do seguro decorre do fato que para os indivíduos é �nanceiramente mais vantajoso contratar um seguro do que constituir individualmente uma reserva monetária
para ser usada no caso da ocorrência de um dano �nanceiro imprevisto. (CARNEIRO, 2012)
A indústria de seguros, previdência complementar aberta e capitalização têm papel de destaque na economia nacional, pois sem ela, o desenvolvimento e a geração de renda não
seriam possíveis na escala que temos atualmente. (TUDO SOBRE SEGUROS, 2014)
Para estimar de forma indireta o impacto positivo do mercado segurador e previdência complementar aberta na atividade econômica, utiliza-se com frequência a razão
premio/PIB.
O prêmio, por sua vez, é o valor pago à seguradora pela assunção dos riscos cobertos. Os valores arrecadados com prêmios diretos no mercado de seguros, no Brasil, entre 2001
a 2015 passaram de aproximadamente R$24 bilhões de prêmios diretos em 2001 para R$184 bilhões em 2015, demonstrando um crescimento 662% no período em análise.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DA PREVIDÊNCIA
A previdência surge após a promulgação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão durante a Revolução Francesa, em 1789.
A Declaração citava que era dever do Estado manter os meios de subsistência do cidadão, mesmo que ocorresse algum infortúnio ou devido à própria velhice. Com isso, o Estado
passa a necessitar de meios de sistema de proteção para manter �nanceiramente seus cidadãos após um período laborativo. (GARCIA, 2016)
Fonte: tynyuk / Shutterstock
Em 1883, surgem na Alemanha, leis instituindo Auxílio-doença, Seguro Invalidez e Seguro Velhice. Estes benefícios visavam resolver casos de extrema miséria e de minimizar o
sofrimento dos mutilados em guerra.
No século XX, surge a primeira previdência estruturada, em 1917, no México. Em 1935, surge a previdência social, nos EUA, idealizada no Congresso do Social Security Actuaris.
(GARCIA, 2016)
Em 1945, após a Segunda Grande Guerra Mundial, inicia-se o desenvolvimento da previdência social em todo o mundo.
As previdências sociais, em determinados países, sofrem devido sua composição demográ�ca, onde a sua camada de pessoas jovens é praticamente igual à de pessoas mais
velhas. Isso causa um impacto negativo com o aumento do número de benefícios.
O primeiro sistema previdenciário formal, baseado em contribuições prévias como requisito obrigatório para se obter a condição de participante, surgiu na Alemanha ao �m do
século XIX. (SCHWARZER, 2000)
Na primeira metade do século XX, com a experiência da depressão econômica ocorrida entre as guerras mundiais, surgiram os modelos universalizantes — que contemplam
benefícios para cidadãos sem exigência de contribuições prévias. (SANTOS, 2004)
A partir da constatação de que necessidades e contingências individuais afetam a sociedade de maneira geral, se estabeleceu o conceito de seguridade social que é um conjunto
de ações do poder público e da sociedade destinado a assegurar, ao cidadão e aos seus dependentes, o direito à saúde, à previdência e à assistência social.
Leitura
, Atuarizando-se:, , O primeiro regime de previdência que se tem notícia surgiu na Alemanha, no �m do século XIX. O chanceler Otto von Bismark instituiu um seguro obrigatório para proteger os
trabalhadores em casos de problemas de saúde, acidentes de trabalho, invalidez e envelhecimento., , A mobilização operária era grande e a contribuição prévia, que também valia para
aposentadoria, era custeada por contribuições dos empregados, empregadores e Estado., , No modelo alemão, todos os trabalhadores deveriam se �liar às sociedades seguradoras ou às
entidades de socorro mútuo. A partir daí, o sistema previdenciário se tornou obrigatório em todas as fábricas do país. Em pouco tempo, a ideia se espalhou dentro e fora das fábricas e o modelo
de Bismarck foi copiado no restante do mundo e predominou durante boa parte do século XX.
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PREVIDÊNCIA NO BRASIL
A previdência surgiu, no Brasil, em 1554, como serviço de assistência social com a Criação da Santa Casa de Santos. (GARCIA, 2016)
A primeira organização de previdência privada, o Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral), foi instituída em 1835 que se encontra em atividade até hoje. Em 1891, a
Constituição estabeleceu a aposentadoria por invalidez, mas apenas para os servidores públicos.
No século XX, o primeiro movimento de repercussão para criar a previdência social no país é datado em 1906. Operários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro rebelaram-
se contrários à empresa, que queria descontar 30% dos salários para formar o fundo previdenciário.
Os operários queriam a contrapartida da empresa. Em 1923, por meio da Lei Eloy Chaves é introduzido o Regime Geral de Previdência Social, instituindo uma CAP (Caixa de
Aposentadoria e Pensões), em cada empresa de estrada de ferro. (GARCIA, 2016)
Após, surgiram instrumentos normativos infraconstitucionais importantes, tais como o Decreto nº 9.284/1911, criando a Caixa de Pensões dos Operários da Casa da Moeda, e o
Decreto nº 3.274/1919, que regulou as obrigações resultantes dos acidentes no trabalho.
Fonte: garagestock / Shutterstock
As instituições previdenciárias organizaram-se a partir da década de 1920 por categorias pro�ssionais segundo o modelo contributivo clássico. Até a década de 1950 houve forte
expansão tanto da quantidade de instituições e �liados quanto da in�uência do Estado sobre elas, a ponto de serem convocadas a participar do �nanciamento da construção de
Brasília.
Entre 1923 e 1932, já existiam 183 CAPs de classes como prestadores de serviços de força e luz, bondes, telefones, telegra�a, rádio, água e esgoto, mineração e funcionários de
empresas portuárias.
Apenas para ilustrar, pode-se citar:
Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos (IAPM) (ano de 1933)
Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC) (ano de 1934)
Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB) (ano de 1934)
Em 1930, o governo preocupado em corrigir as distorções das CAPs (que às vezes não eram adequadas às necessidades dos indivíduos) cria o Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio e institui também as IAPs — Institutos de Aposentadoria e Pensões — para bancários, comerciantes e industriários (GARCIA, 2016).
As novas instituições traziam alguns problemas, pois abrangiam apenas as classes de trabalhadores especí�cas e ainda traziam sistemas diferentes, por exemplo, nas
contribuições e no pagamento dos benefícios, onde nem sempre as contribuições eram su�cientes para o pagamento dos benefícios e por isso acarretaram problemas.
1934
Em 1934, com a promulgação da Constituição, por Getúlio Vargas, estabeleceu-se o princípio da tríplice forma de custeio: empregados, patrões e governo.
1937
A Constituição brasileira de 1937 utilizou-se da expressão “seguro social” pela primeira vez.
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O sistema previdenciário brasileiro atual é dividido em quatro blocos:
O primeiro deles é constituído por um regime que atende ao setor privado, conhecido como Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
O segundo bloco corresponde ao sistema dos servidores públicos da União, conhecido como Regime Jurídico Único(RJU)
Um terceiro bloco reúne os diversos sistemas de servidores estatutários estaduais e municipais
O quarto bloco, de caráter privado e facultativo, é constituído pelos fundos de pensão patrocinados por empresas privadas ou estatais (previdência complementar fechada) e
pelas entidades abertas de previdência complementar
Leitura
, Além da Constituição Federal de 1988, a legislação que atualmente regulamenta a seguridade social é composta das seguintes normas básicas:, ,
a) Lei 8.212/1991 (Plano de Organização e Custeio da Seguridade Social — PCSS);
b) Lei 8.213/1991 (Plano de Benefícios da Seguridade Social — PBSS);
c) Lei 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social — LOAS);
d) Decreto nº 3.048/1999 (Regulamento da Previdência Social).
QUADRO SINÓTICO DA EVOLUÇÃO LEGISLATIVA DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, muitos avanços ocorreram na seguridade social. A saúde passou a ser um dever do Estado e um direito de todos,
independentemente de contribuição. É dever do Estado prestar assistência social às pessoas carentes, sem exigência de contribuição, como forma de assegurar o mínimo
existencial, materializando o corolário da dignidade da pessoa humana.
1941
Em 1941, o Conselho Atuarial, do Ministério do Trabalho, apresentou um projeto de uniformização das taxas de contribuição e dos planos de benefício.
1946
Em 1946, com a nova Constituição democrática, é criado o RGPS, onde se garante a todos os brasileiros e não apenas por categorias de pro�ssionais, a proteção da previdência social. Mas as
CAP e o IAP continuaram a existir.
A Constituição brasileira também utilizou, de forma inédita, a expressão “previdência social”, e instituiu o mecanismo de “contrapartida”, como forma de manter o equilíbrio entre receita e
despesas dentro do Sistema da Seguridade Social, bem como passou a proteger expressamente os denominados “riscos sociais”. As décadas de 1960 e 1970 caracterizaram-se pela uni�cação
das normas e da gestão,
1960
Em 1960, é criado o Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Pela primeira vez, foi dado à previdência social o status de primeiro plano na vida nacional.
A Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) de 1960,  uni�cou a legislação dos diversos IAPs, iniciando o processo de universalização. É importante registrar que a LOPS manteve a exclusão dos
trabalhadores rurais e dos domésticos do sistema previdenciário.
A Constituição Federal de 1965 instituiu o “auxílio-desemprego”.
1966
Em 1966, devido a denúncias de corrupção nos institutos previdenciários, o governo militar criou o INPS — Instituto Nacional de Previdência Social — uni�cando todos os institutos. (GARCIA,
2016)
A previdência social dos trabalhadores rurais somente foi instituída em 1971, com a criação do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRORURAL), que utilizava recursos do FUNRURAL,
por meio da Lei Complementar nº 11/1971.
1974
Em 1974, é criado o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), desmembrando do Ministério do Trabalho.
1977
Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), por meio da Lei 6.439, o que possibilitou a integração das áreas de previdência social, assistência social e
assistência médica, bem como a gestão das entidades ligadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). As entidades integrantes do SINPAS são:
IAPAS — Instituto de Administração Financeira da Previdência Social — autarquia responsável pela arrecadação, �scalização e cobrança das contribuições;
INPS — Instituto Nacional de Previdência Social — autarquia que administrava os benefícios;
INAMPS — Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social — autarquia responsável pela saúde;
FUNABEM — Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor — responsável pela promoção de política social em relação ao menor;
CEME — Central de Medicamentos — órgão ministerial responsável pela distribuição de medicamentos;
LBA — Fundação Legião Brasileira de Assistência –responsável pela Assistência Social;
DATAPREV — Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social — empresa pública, gerencia os dados previdenciários.
 
Com exceção da DATAPREV, que hoje administra os sistemas informatizados do Ministério da Previdência Social e presta serviços de tecnologia da informação a outros órgãos e entidades
federais, todas as entidades acima foram extintas.
1988
Em 1988, a nova constituição surge com a expressão Seguridade Social, ampliando as áreas de atuação da seguridade social: saúde, previdência social e assistência social.
Art. 201 — A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de �liação obrigatória, observados critérios que preservem o Equilíbrio Financeiro e Atuarial
e atenderá nos termos da lei à:
I – Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II – Proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III – Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV – Salário-família e auxílio reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V – Pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
Em 1990, surge o INSS — Instituto Nacional de Seguridade Social. A legislação previdenciária sofre fortes alterações com a promulgação da Emenda Constitucional nº 20, em 1998, e a Emenda
Constitucional nº 41 em 2003, onde as principais mudanças foram:
aumento de idade para a concessão para a aposentadoria,
�xação de teto para o pagamento de benefícios e
obrigatoriedade de contribuição para a aposentadoria.
11/09/22, 16:40 Disciplina Portal
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A Previdência social tornou-se a única modalidade de proteção social que exige contribuição dos segurados, como condição para ampará-los de futuros infortúnios sociais e de
outras situações que merecem amparo (riscos sociais).
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social. (EC nº 20/1998)
Leitura
, Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:, ,
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – equidade na forma de participação no custeio;
VI – diversidade da base de �nanciamento;
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiados.
PRINCÍPIOS DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL
Os princípios consagrados são:
Solidariedade: alguns contribuem mais para ajudar os que ganham menos;
Universalidade da cobertura: não admite exclusão social;
Uniformidade e equivalência dos benefícios: igualando direitos das populações urbanas e rurais;
Seletividade e distributividade: na prestação de benefícios e serviços;
Irredutibilidade no valor dos benefícios: o princípio é não permitir a redução dos mesmos;
Equidade na forma de participação do custeio: acentuando que as contribuições sejam feitas de acordo com a capacidade do contribuinte.
EXERCÍCIOS
Questão 1: (FUNIVERSA-2010) Do ponto de vista dos fundamentos que inspiram teoricamente o sistema de seguridade brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se de um sistema legal inspirado apenas na doutrina do modelo alemão bismarkiano.
b) Trata-se de um sistema legal inspirado apenas na doutrina do modelo inglês beveridgiano.
c) Trata-se de um sistema inspirado na doutrina tanto do modelo alemão bismarkiano quanto no inglês beveridgiano.
d) Trata-se de um sistema sem traços de inspiração nem na doutrina do modelo alemãobismarkiano nem na do inglês beveridgiano.
e) Trata-se de um sistema sem traços de inspiração em nenhuma doutrina estrangeira.
Justi�cativa
Questão 2: (FCC -2015) Quanto ao conceito, à origem e evolução legislativa da Seguridade Social no Brasil é INCORRETO a�rmar:
a) É considerado um marco na história da Previdência Social a denominada "Lei Eloy Chaves" que determinou a criação de Caixas de Aposentadoria e Pensões para trabalhadores ferroviários.
b) Em 1934, pela primeira vez uma Constituição do Brasil faz alusão expressa aos direitos previdenciários, instituindo o modelo tripartite suportado pela União, pelos empregados e
empregadores, além de garantir mínima proteção em face da velhice, invalidez, maternidade, acidente de trabalho e morte.
c) O sistema securitário social brasileiro consagra a proteção do indivíduo contra riscos que possam surgir em relação à previdência social e à assistência social, não abrangendo a saúde, que
é tratada com exclusividade pela União, por intermédio do Ministério da Saúde.
d) O plano de ação das áreas que envolvem a Seguridade Social será integrado e deve estar expresso na Lei de Diretrizes Orçamentárias que �xará as metas e prioridades do sistema,
assegurando a cada área a gestão dos seus recursos.
e) A Seguridade Social terá caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação de trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e
do governo nos órgãos colegiados.
Justi�cativa
Questão 3: (FUNRIO-2014) Qual foi a primeira norma legal a instituir a previdência social no Brasil?
a) A Constituição de 1824.
b) A Constituição de 1946.
c) A Lei Áurea.
d) A Lei Orgânica da Previdência Social de 1960.
e) O Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, conhecido como Lei Eloy Chaves.
11/09/22, 16:40 Disciplina Portal
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Justi�cativa
Questão 4: ( FCC-2012) Dentre os princípios especí�cos da Previdência Social, NÃO está incluso:
a) Vinculação entre o valor da contribuição do segurado e o benefício que venha a perceber.
b) Filiação obrigatória de todo trabalhador que se enquadre na condição de segurado.
c) Caráter contributivo independentemente do regime.
d) Equilíbrio �nanceiro e atuarial, a �m de manter o sistema em condições superavitárias.
e) Correção monetária dos salários de contribuição considerados no cálculo dos benefícios.
Justi�cativa
Questão 5: São princípios básicos e �nalidades da Previdência Social, EXCETO:
a) Individualidade de participação nos planos previdenciários.
b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios.
d) Irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo.
Justi�cativa
Glossário

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