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Distúrbios respiratório no recém-nascido ● Definição ○ Presença de, pelo menos, um sinal de aumento do trabalho respiratório no recém-nascido: ■ Taquipneia (FR ≥ 60 ipm); ■ Desconforto respiratório: ● Batimento de asas de nariz; ● Gemido expiratório; ○ Fechamento da epiglote para tentar aumentar a pressão expiratória final. ● Tiragem torácicas; ● Balancim (assincronia entre tórax e abdome); ● Cianose ○ Acrocianose é normal devido à imaturidade vascular ○ Cianose central é sempre preocupante ● Head bobbing (cabeça balançando) ● Boletim de Silverman-Andersen (BSA) ○ Até 5 pontos: dispneia leve ○ Acima de 7 pontos: dispneia grave ○ Parâmetros ■ batimento de asa nasal; ■ Gemido expiratório; ■ Retração xifóide; ■ Tiragem intercostal; ■ Movimentos respiratórios; ● Etiologia ○ Pulmonares ■ Síndrome do desconforto respiratório (SDR); ■ Síndrome da aspiração meconial (SAM); ■ Pneumonia; ■ Taquipneia transitória do recém-nascido (TTRN); ■ Hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido (HPPRN) ● Cursa com hipoxemia e cianose⟶ piora da dificuldade respiratória ■ Displasia broncopulmonar ● Crônica ● Comum no RN que fez SDR, já que é uma complicação da SDR ○ Mecânicas ■ Hérnia diafragmática ■ Fratura de costela ■ Pneumotórax ○ Cardiovasculares ■ Cardiopatia congênita cursando com ICC e congestão pulmonar ■ Cardiopatia congênita cursando com cianose ■ Atresia pulmonar ■ Hipoplasia do coração direito ■ Tetralogia de Fallot durante a crise cianogênica ■ CIV ■ Patência do canal arterial ○ Neuromusculares ■ Paralisia do plexo frênico pulmonar ■ Asfixia perinatal ○ Metabólicas ■ Hipoglicemia ■ Sepse Síndrome do desconforto respiratório ● Ocorre em 1% dos RN; ● A fisiopatologia está relacionada à deficiência do surfactante! ○ Inativação do surfactante: ■ Excesso de líquido no pulmão (pela ausência do trabalho de parto) ■ Hemorragia pulmonar ■ Aspiração meconial ■ Pneumonia ○ Fatores que aceleram a maturação pulmonar (devido à liberação de corticoide) ■ Pré-eclâmpsia ■ RAMO ■ Restrição de crescimento intra-uterino ■ Uso materno de corticóides A fisiopatologia da SDR: Deficiência de surfactante ⟶ aumento da tensão alveolar⟶ atelectasia e redução da complacência pulmonar e capacidade residual funcional ⟶ redução relação ventilação/perfusão ⟶ hipercapnia/hipoxemia/acidose ⟶ vasoconstrição pulmonar⟶ aumento da resistência vascular pulmonar. ● Fatores de risco ○ Prematuridade (principalmente < 28 semanas) ○ Filho de mãe diabética (atraso de maturação pulmonar) ○ Ausência de uso materno de corticóide antenatal ○ Asfixia perinatal ○ Sexo masculino ○ Gestação múltipla ○ Parto cesárea sem TP ○ SDR em irmão ● Diagnóstico clínico ○ Taquipnéia, retrações, BAN, gemência, cianose; ○ Ausculta: entrada de ar é pobre (quase não ausculta os MV) e quando ausculta percebe muitas crepitação, pela presença de edema; ● Diagnóstico radiológico ○ Broncograma aéreo (não é possível visualizar brônquios) ■ Edema da parede do brônquio, dos bronquíolos ■ Característico da SDR ○ Padrão reticulogranular difuso (vidro fosco) ■ Grau I: padrão em vidro fosco discreto ■ Grau II: padrão em vidro fosco na periferia ■ Grau III: borramento de margem cardíaca ■ Grau IV: não diferencia o que é coração e o que é pulmão OBS.: Quanto mais periférico o padrão em vidro fosco, mais grave! ● Exames laboratoriais ○ Pneumonia e sepse são diagnósticos diferenciais para SDR, por isso deve-se investigar! ○ Solicitar: hemograma, PCR, hemocultura e gasometria ○ A SDR é clínica e radiograficamente indistinguível de pneumonia neonatal! ○ Deve-se iniciar o tratamento como SDR, caso o rastreio infeccioso for positivo, iniciar ATB! ○ Deve-se iniciar ATB empírico em todos RN com sintomas e com fatores de risco para doenças infecciosas! ○ Presença de fatores de risco + sintomas = ATB na mãe! ● Tratamento ○ Suporte nutricional, ventilatório e oxigenoterapia ■ Evitar e reverter a atelectasia alveolar ■ Manter gases sanguíneos em níveis aceitáveis ■ Diminuir o esforço respiratório ● Suporte respiratório com pressão ● CPAP precoce ○ Reposição de surfactante ■ Profilática ● < 28 semanas e/ou peso < 1000g ■ Terapêutica ● Reposição de surfactante é feita especialmente no grau III e no IV ● Protocolo INSURE pode ser realizado em grau II ○ INtubate ○ SURfactant ○ Extubate to CPAP ● Repetir o surfactante no mínimo 6 horas e no máximo 3 doses até 48 horas ● Complicações ○ Extravasamento de ar ■ Pneumotórax, pneumomediastino, edema subcutâneo etc ○ Infecção ○ Hemorragia craniana ○ Persistência do canal arterial ○ Displasia broncopulmonar ● Prevenção ○ Pré-natal ○ Corticoide antenatal ■ Reduz SDR, PCA, enterocolite, hemorragias etc. Taquipneia transitória do recém-nascido ● É um desconforto respiratório benigno e autolimitado que ocorre por edema pulmonar devido à reabsorção inadequada ou retardada do líquido pulmonar. ○ Essa reabsorção inadequada pode ocorrer por falha na liberação de catecolaminas que auxiliam a bomba de sódio para eliminar o líquido pulmonar e/ou durante a passagem pelo canal na hora do parto. ● Ocorre em RNPT tardio e RNT ● O quadro melhora nas primeiras 48-72 horas ● Fatores de risco ○ Cesariana com ou sem TP ○ Parto acelerado ou prematuro ○ Sexo masculino ○ Macrossomia ○ Gestação múltipla ○ Asma materno ○ Diabetes materno ● Diagnóstico clínico ○ Taquipneia (60 – 120 ipm) com ou sem dispneia; ○ Tórax em barril – hiperinsuflação ○ Ausculta: boa entrada de ar, crepitações ● Diagnóśtico radiológico ○ Retenção de líquido pulmonar ● Tratamento ○ Suporte e oxigenoterapia ○ Pressão positiva em via aérea ○ Ventilação mecânica ○ ATB ● Complicações ○ De acordo com o TTO ● Prevenção ○ Reduzir cesáreas eletivas, principalmente nas gestantes com IG < 39 semanas Síndrome da aspiração meconial A síndrome da aspiração meconial ocorre quando o RN libera mecônio intraútero quando ele está em situação de sofrimento fetal. O mecônio só pode ser liberado por RNT, já que o mecônio precisa estar no cólon descendente para ser liberado. Durante o processo de sofrimento fetal e com a liberação do mecônio, o RN aspira o líquido amniótico meconial em uma tentativa de respirar. ● Fatores de risco ○ Pós-termo ○ Hipóxia intra útero ● O mecônio pode fazer uma rolha na traquéia, levando a sufocação do RN! ○ Necessidade de reanimação na sala de parto ● A rolha de mecônio no bronquíolo terminal leva à atelectasia ○ faz uma válvula → permite que o ar entre, mas dificulta a saída de ar →Hiperinsuflação ● Diagnóstico clínico ○ Sinais de pós-maturidade ○ Impregnação pigmento amarelo ● Diagnóstico radiológico ○ Áreas de atelectasia com aspecto nodular, grosseiro e irregular, contrastando com áreas de hiperinsuflação ○ Pneumotórax = complicação mais frequente (15 - 30%) ○ Áreas de atelectasia + áreas de hiperinsuflação ● Tratamento ○ Suporte ○ ATB para casos graves ou que não dá para excluir infecção ○ Surfactante (porém pode não ser útil) ■ Dose atual = 200 ● Prognóstico ○ SAM associou-se ao óbito neonatal precoce de 2 RN a cada dia; ■ Associação com asfixia intra uterina e pós-natal ● Prevenção ○ Acompanhamento das gestantes de risco; ○ Prevenção da pós-maturidade; ○ Assistência ao RN em sala de parto. ● ASPIRAÇÃO ○ Feita quando não se tem VPP efetiva Hérnia diafragmática ● intuba → vai para UTI → programa a cirurgia Desconforto respiratório transitório ● Se resolve em até 6 horas (precisa melhorar todos os sintomas) ● É importante reavaliar o paciente periodicamente e não apenas esperar
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