Buscar

Resenha 1 - Paleontologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

ANELLI, Luiz. Novo guia completo dos dinossauros do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2022.
A presente resenha tem como finalidade analisar o primeiro capítulo do livro “Novo guia completo dos dinossauros do Brasil”, intitulado como “A terra e a vida através das eras: uma breve história”. O capítulo é composto por 106 páginas. Luiz E. Anelli inicia sua obra explicando a vastidão do tempo geológico e destacando que o tempo da terra é contado em bilhões de anos, o que para muitos, pode ser complicado de assimilar; então, de maneira didática o autor sugere que os leitores imaginem a formação da terra e da lua, a origem da vida e dos primeiros animais (incluindo os tempos dos dinossauros e dos seres humanos) organizados em um relógio geológico dividido em horas, minutos e segundos; mais especificamente em 24 horas de um dia. Ao decorrer do capítulo, esse relógio aparece inúmeras vezes, acompanhado de legendas que auxiliam e facilitam a associação do tempo para o leitor. Em Anelli (2022) a formação da terra é dividida em 5 éons; no primeiro, o Caotiano, são apresentados os acontecimentos anteriores ao nascimento do Sistema Solar. O segundo, conhecido como Hadeano abrange desde os processos de formação dos planetas do Sistema Solar até a formação da Terra. Quando surgem as primeiras rochas entramos no Éon Arqueano, esse, também caracteriza-se pela origem da fotossíntese oxigênica, diversificação da vida microbiana, expansão dos continentes e oxidação dos oceanos. Em seguida, adentramos no Éon Proterozoico que se caracteriza pelo surgimento da vida. O último Éon é o Fanerozoico, no qual destaca-se a abundância de vida; esse é organizado em três eras: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica. Essa divisão de períodos representa o máximo de tempo existente utilizado na escala temporal geográfica; o que graças ao relógio didático proposto na obra, torna-se compreensível. De acordo com o capítulo, a história da Terra inicia-se a cerca de 4,6 bilhões de anos atrás, quando nosso planeta se formou a partir de uma nuvem de poeira e gás cósmico em torno de uma jovem estrela chamada Sol. À medida que a nuvem se contraiu sob sua própria gravidade, a temperatura no centro aumentou, iniciando uma reação nuclear que gerou o Sol. Enquanto isso, os materiais restantes na nuvem se uniram para formar planetas, incluindo a Terra. Ao longo de suas eras, a terra sofreu inúmeras variações climáticas, mudanças biológicas e geológicas que resultaram no planeta em que vivemos hoje. Durante o Hadeano, por exemplo, a superfície terrestre esfriou gradativamente, permitindo a formação de uma superfície rochosa. Em meio a esse intervalo, foi possível que a terra formasse núcleo, manto e crosta, bem como originou os primeiros oceanos e forjou os primeiros continentes. Apenas duzentos milhões de anos depois do aparecimento dos primeiros oceanos é que as rochas emitem os primeiros sinais da presença da vida, composta por microrganismos fotossintetizantes anoxigênicos, como bactérias púrpuras surfactantes ou não surfactantes em ambientes anóxicos. Essas, capturavam a luz solar e a armazenavam quimicamente sem liberar oxigênio. Todavia, durante o Arqueano, essas bactérias fotossintéticas evoluíram e começaram a produzir oxigênio; acelerando a produção de matéria orgânica e transformando, concomitantemente, as águas oceânicas, a superfície e até mesmo os primeiros quilômetros da crosta e do manto; facilitando a multicelularidade e permitindo que os organismos crescessem. A partir do período Proterozóico e do congelamento integral da superfície terrestre, surgem os eucariontes. Ao longos dos trechos que compõem a descrição desse período, o autor destaca a importância da água como fonte de oxigênio, que permitiu a produção de energia celular. Também é nesse período que a vida se manifesta macroscopicamente, deixando seus primeiros vestígios nas rochas. Com o passar dos anos, os animais ediacaranos evoluíram e começaram a revestir o corpo com carapaças, que possuíam furos que indicavam o ataque por durófagos, os primeiros predadores da história do mundo animal, que apontam a evolução dos ecossistemas e impulsionam a disparidade e diversidade biológica nos éons seguintes. Com isso, inicia-se o Fanerozoico, no qual a vida animou mostrou-se mais evidente e estima-se que um mínimo de 500 milhões de espécies tenham animado todo esse éon. O aumento gradativo de oxigênio e o surgimento de novos nichos, foram alguns dos fatores que resultaram na explosão cambriana, que não somente abrange a vida animal, mas também a vida vegetal; ambas precisaram de novas adaptações anatômicas e morfológicas. A partir dessas, as plantas passaram a dominar o meio terrestre, sendo elas vasculares ou avasculares, bem como originaram-se os primeiros vertebrados. Com a evolução gradual, surgiram os primeiros animais a dominar o meio terrestre: os tetrápodes; que precisaram de inúmeras adaptações para suportar viver diante das variações do ambiente terrestre. Mas, todo esforço foi válido, pois a terra firme lhes fornecia nichos vazios, alimentos e refúgios. Apesar de todos esses benefícios, esses animais ainda dependiam de água para reprodução, por isso, afastar-se em busca de qualquer necessidade básica lhes comprometia a proliferação da espécie. Portanto, deu-se o surgimento do ovo amniótico, que concedeu a esses animais uma vida completamente terrestre. É sabido que desde o início do cambriano, a terra era composta pelo supercontinente nomeado como “Pangeia”; que acampou várias linhagens de animais. Os amniotas a partir da evolução deram origem aos sinapsídeos (linhagem do Permiano da qual evoluíram os mamíferos) e o sauropsídeos (popularmente chamados de répteis). Até então, toda narrativa do capítulo é coesa e usa de ilustrações para ajudar o leitor a visualizar todos os processos; contudo; ao partimos para o final do Permiano, nos deparamos com uma grande extinção em massa causada por um asteroide (Araguainha), que quase eliminou todas as formas de vida; logo em seguida, se é apresentado um vulcanismo siberiano que também resultou em extinções. Acredito que ambos os fenômenos poderiam ter sido explicados de forma mais sucinta, pois a divisão e o detalhamento dos autores desse fenômeno, desviaram, por mais que minimamente, o foco do conteúdo. A partir dessa grande extinção se dá a abertura da era Mesozoica e o início do período Triássico. E assim como o mundo e vida paleozoica deixaram de existir, a Pangeia também se foi. Em meados do jurássico, quando surgiram os dinossauros, ela se partiu em dois e mais tarde, em quatro, encerrando a era Mesozoica com sete massas continentais. É importante ressaltar que durante a era mesozoica surgiram os arcossauros (crocodilos e aves) e os diapsidas (lagartos e serpentes); mas também, principalmente depois que surgiram dinossauros aptos a voar, nasceram os únicos dois ramos de mamíferos que sobreviveram a era mesozoica: os eutérios (placentados, como os tatus) e os marsupiais (como os cangurus) que retinham o filho na barriga. Fugindo um pouco da vida animal e partindo para o período Cretáceo, observamos a evolução vegetal de modo intenso, trazendo a vida as angiospermas (plantas com flores), que protagonizaram a maior e mais poderosa mudança na biologia e atualmente, através de suas flores, néctar, pólen, frutos e sementes conseguem alimentar praticamente todo o mundo animal. A era Mesozoica agora chega ao fim devido ao impacto de um grande asteroide. Mas, a vida continuou existindo e após um longo intervalo, começa-se a era Cenozoica, na qual vivemos. Nessa floresceram as sementes da era anterior: os mamíferos, as plantas e flores, as aves, os insetos e a vida marinha. Também modifica-se a geografia e nasce o atual arranjo dos continentes e oceanos. Ainda nessa era surge nossa própria espécie: o Homo sapiens. Após detalhar um pouco mais a aparição dos humanos, o autor destaca que não devemos pensar que somos os criadores de tudo, como é dito no seguinte trecho: “Não pense que sua espécie inventou tudo. O que temos e somos – anatomia, culturae tecnologia – evoluiu gradativamente em um mundo selvagem, de clima instável.” (ANELLI, 2022). O final do capítulo é voltado para os impactos de ação antropológica e é inclusive questionado se realmente estamos dispostos a arcar com as consequências das modificações que impusemos aos sistemas naturais; abordando até com o título de “A sexta extinção” as diversas extinções que naturalmente deveriam ocorrer apenas daqui a várias décadas ou até mesmo séculos, mas que estão sendo antecipadas devido a ação antropológica; podendo ser então considerada por alguns cientistas, como afirmado no livro, a sexta extinção em massa.
Mell Shirley Laurindo Tôrres- — Graduanda em Ciências Biológicas na modalidade Bacharel, na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Continue navegando