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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2 MARKETING TRADICIONAL E MARKETING DIGITAL ........................... 5 2.1 Canais de marketing digital .................................................................. 6 2.2 Estrutura dos canais ............................................................................. 9 2.3 Experiência do usuário ....................................................................... 11 2.4 Interfaces digitais e a experiência do usuário ..................................... 12 2.4.1 Interface do usuário ...................................................................... 13 2.5 Benefícios do marketing digital para empresas de diversos portes .... 14 3 PLANO DE MARKETING DIGITAL ......................................................... 17 3.1 Canvas de Marketing Digital ............................................................... 17 3.1.1 Missão .......................................................................................... 18 3.1.2 Visão ............................................................................................ 19 3.1.3 Marca ........................................................................................... 19 3.1.4 Público-alvo .................................................................................. 20 3.1.5 Retenção ...................................................................................... 21 3.1.6 Mercado e o benchmarking .......................................................... 21 3.2 Metodologia dos 8 Ps e modelo SOSTAC .......................................... 22 3.2.1 Metodologia dos 8 Ps ................................................................... 22 3.2.2 Metodologia SOSTAC .................................................................. 24 3.3 Como saber qual é a melhor estratégia? ............................................ 25 4 FERRAMENTAS E TENDÊNCIAS ........................................................... 26 4.1 Produção audiovisual para o digital .................................................... 26 4.2 Site/blog ............................................................................................. 26 4.3 Redes sociais ..................................................................................... 28 4.3.1 Anúncios em redes sociais ........................................................... 29 3 4.4 E-mail marketing ................................................................................ 29 4.5 Search Engine Marketing ................................................................... 30 4.6 Search Engine Optimization ............................................................... 31 4.7 Marketing de conteúdo ....................................................................... 32 4.8 Inbound marketing .............................................................................. 33 4.9 Funil de vendas .................................................................................. 35 4.9.1 Atração de visitantes .................................................................... 36 4.9.2 Geração de leads ......................................................................... 37 4.9.3 Conversão e retenção .................................................................. 37 4.10 Inbound marketing aplicado às redes sociais.................................. 38 4.10.1 Conteúdo .................................................................................... 38 4.10.2 Testes ......................................................................................... 39 4.10.3 Regularidade .............................................................................. 39 4.10.4 Segmentação ............................................................................. 40 4.10.5 Automação de e-mail .................................................................. 40 4.10.6 Mensuração de resultados ......................................................... 40 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 42 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 MARKETING TRADICIONAL E MARKETING DIGITAL O avanço tecnológico e o crescimento constante da internet trazem transformações significativas no mercado consumidor. Essa evolução torna esse mercado cada vez mais exigente e competitivo, lidar com as demandas dos consumidores exige muita habilidade e conhecimento, o que leva grande parte das organizações a usarem o marketing como ferramenta essencial para atrair novos clientes. Segundo Oliveira et al. (2017), o marketing colabora na pesquisa de informação, pois têm diversas funcionalidades, sendo a principal delas, manter contato e construir um relacionamento com clientes. Visando compreender o marketing digital é importante entender um pouco mais sobre o marketing tradicional, como ele pode ser identificado na sociedade e sua forma de abordagem ao consumidor. Conforme Kotler, Kartajaya e Setiawan (2016), marketing tradicional refere-se às técnicas aplicadas para impulsionar serviços e produtos, tornando-os conhecidos pelos consumidores. Nesse modelo, o público-alvo é impactado através da publicidade off-line e métodos promocionais. Os métodos tradicionais de publicidade são: revistas e jornais, televisão e rádio, mala direta (catálogos e cartões-postais), telefone (telemarketing, marketing via SMS, etc.) e outdoors, por exemplo. As ferramentas do marketing tradicional fazem parte do cotidiano dos consumidores e estão integradas às rotinas das empresas, é o caso das redes de varejo que produzem folhetos com ofertas impressas e os distribuem na entrada das lojas, de prestadores de serviços diversos que divulgam sua marca em outdoors, de organizações que através de mala direta destinam cartões de aniversário aos seus clientes, de empresas de telemarketing que procuram o contato direto com o público- alvo e visitam outras organizações, buscando sua base de clientes corporativos. Na busca por atender as necessidades dos consumidores cada vez mais inseridos no âmbito digital o marketing também passou por evoluções, surgindo então o conhecido marketing digital. O marketing digital começou com um termo específico, descrito como marketing de produtos e serviços, usando canais de distribuição digitais, para um termo mais amplo, o processo de usar a tecnologia digital para atrair ou reter clientes, promover marcas e aumentar as vendas. 6 Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2016), o marketing digital envolve a integração de plataformas e experiências dos clientes por meio de canais digitais de comunicação. Dessa forma, ele oferece a possibilidade das empresas melhorarem as interações ea relação tanto com os clientes atuais quanto com clientes em potencial. Esse movimento pode ocorrer, por exemplo, através de redes sociais, sistemas de mensagens instantâneas automatizadas e aplicativos. Assim como sua versão tradicional, o marketing digital envolve a compreensão das necessidades dos consumidores e o desenvolvimento de produtos e serviços que sejam atraentes para eles, incluindo atividades como a promoção e a venda de produtos e serviços, pesquisa de mercado e publicidade. Percebe-se que nos últimos anos, o paradigma digital substituiu o analógico focado em tecnologias tradicionais. Com a popularidade e disseminação da Internet, a maioria das pessoas estão consumindo e interagindo on-line, tornando o marketing digital o caminho essencial para que as empresas alcancem seus clientes-alvo. A relevância do marketing digital está na sua funcionalidade. Na atualidade, ele tornou-se parte integrante no que as empresas representam para os seus clientes. Tanto o marketing tradicional quanto o digital são muito importantes no mercado, portanto, nota-se que cada organização deve avaliar sua base de clientes atual e potencial para posteriormente começar ações de marketing. Curiel et al. (2022) define o marketing digital como: [...] conjunto de atividades que uma empresa ou pessoa executa na internet com o objetivo de atrair novos negócios e desenvolver uma identidade de marca. Com o uso dos recursos tecnológicos e meios digitais existentes para desenvolver comunicações diretas, visando obter uma reação positiva no receptor virtual (CURIEL et al., 2022, p. 51). Em suma, o marketing digital é o uso das redes sociais, dispositivos móveis, mecanismos de busca da Internet e outros canais para alcançar os consumidores. 2.1 Canais de marketing digital A transformação acelerada do comércio devido a disseminação da internet, os canais de marketing, isto é, tudo relacionado à distribuição de bens e serviços aos consumidores, passaram por grandes mudanças e expansões. 7 Os canais de marketing são formados por organizações interdependentes, ou seja, existe diversos membros na cadeia que desempenham diferentes papéis e trabalham em conjunto. Esses canais são responsáveis por processos que visam tornar os bens de consumo fundamentalmente disponíveis para o consumidor final (KOTLER; KELLER, 2018). A estrutura desses canais inclui dois componentes essenciais: os membros, sendo os principais os fabricantes, intermediários e usuários finais e; a administração dos canais. Esses fatores permitem focar nos segmentos em que se deseja gerar negócios, como canais digitais, os quais têm apresentado cada vez mais possibilidades lucrativas. Os canais de marketing têm um importante papel econômico, facilitando a saída de produtos e conectando produção e consumo. Além disso, são realizadas operações e atividades que contribuem para os processos de fabricação e comercialização. Facilitam também a localização dos produtos pelos consumidores, ao mesmo tempo em que fazem ajustes para equilibrar a oferta e a demanda de produtos, sendo assim, os intermediários criam utilidade para o usuário, permitindo que ele encontre um item desejado de maneira mais conveniente e oportuna. Em relação aos participantes do canal de marketing, os três elementos que se destacam são: produtores e fabricantes, intermediários e usuários finais. Os produtores e fabricantes são as empresas envolvidas na produção de um produto, o qual necessita estar disponível no mercado, sendo esta a função dos canais de marketing: realizar a distribuição dos produtos, atividade que envolve questões relativas a custo, tempo, transporte, armazenamento, entre outros. Já os intermediários, por outro lado, são empresas independentes que prestam assistência aos produtores e aos consumidores finais. Elas exercem negociações e atividades de distribuição e operam no atacado e no varejo. Por último, existem os usuários finais, que podem ser consumidores ou empresas. A atuação das organizações no ambiente digital resultou em mudanças significativas nos canais de marketing, principalmente no que se atribui à logística. A diversificação de canais exigiu mudanças na forma como as marcas interagem com seus clientes. A razão para isso é que, atualmente, estabelecer relacionamentos de longo prazo com os clientes é fundamental para alcançar resultados positivos. Isso ocorre porque os consumidores estão se tornando mais ativos e participativos em decorrência dos inúmeros meios de expressão disponíveis na internet, como as redes 8 sociais, necessitando de maior investimento das marcas, principalmente no ambiente digital. Por isso, conhecer as potencialidades dos diversos canais permite que os profissionais de marketing reflitam sobre as possibilidades de cada um, principalmente os canais digitais, que têm se mostrado cada vez mais eficazes na captação e conversão de novos clientes. Não é incomum, portanto, que novos formatos de compra superem as expectativas dos consumidores quando comparados ao comércio tradicional. Nesse contexto, os profissionais de marketing devem estar atentos às necessidades dos consumidores no ambiente on-line, bem como investir em ações necessárias para garantir uma experiência positiva ao cliente, o que se dá, por exemplo, por meio da eficiência e da rapidez nos processos logísticos, a fim de tornar a distribuição eficaz e satisfatória. Existem diversas organizações, atuando no comércio eletrônico, segundo Kotler e Keller (2018, p. 566), as mais comuns são “[...] inteiramente virtuais, que começaram com um site [...], e empresas virtuais e físicas [...] que acrescentaram um site de informações e/ou e-commerce a suas operações [...]”. A internet viabilizou negócios antes inexistentes. Como resultado, surgiram inúmeras empresas totalmente virtuais, por exemplo, a Google e redes sociais. Além disso, surgiram empresas em vários outros setores da economia. As fintechs (financial technology) em português tecnologia financeira, por exemplo, a Nubank que se destacou no setor financeiro. Muitas empresas que atualmente operam em ambos ambientes, físico e digital, inicialmente, desacreditaram em aderir ao comércio eletrônico, pois poderia existir conflitos entre os dois canais, assim como desconforto e insatisfação de varejistas, representantes comerciais, lojas próprias e franquias. Com a transformação do comportamento do consumidor, a maioria dos grandes varejistas aderiu ao comércio eletrônico, que se fortaleceu como mais uma opção de canal de distribuição. Hoje, o desafio dos profissionais administrativos e de marketing é facilitar a integração entre ambientes físicos e virtuais. Diversas estratégias citadas por Kotler e Keller (2018), podem ser aplicadas para reduzir esses conflitos. Por exemplo: Oferecer diferentes marcas e produtos na internet; elevar as comissões dos parceiros convencionais, receber pedidos online; e delegar entrega e a cobrança aos canais de distribuição físicos. 9 Se de início havia dúvidas que os canais digitais substituiriam os tradicionais, percebe-se agora que a tendência é o marketing digital se tornar um aliado que entrega agilidade e soluções para os consumidores, juntamente com outros canais de marketing. Por isso, a coexistência dos comércios físicos e virtuais é uma das tendências no que se refere à estrutura dos canais de marketing das organizações. 2.2 Estrutura dos canais Os canais de vendas de uma empresa no ambiente digital como o e-commerce são chamados de “canais de marketing digital”. Cada canal de marketing possui características próprias, e as diferenças estão relacionadas a questões como a melhor forma de atingir os consumidores, quais tipos de clientes conquistar, como definir os orçamentos necessários, as metas e os objetivos a serem alcançados, entre outros. Nota-se que o conhecimentodo profissional de marketing é essencial na hora de escolher um ou mais canais de marketing. Mesmo que o fator determinante na atualidade seja o retorno objetivado pela empresa. Por isso, precisa-se conhecer melhor os canais de marketing digital para avaliar os detalhes de cada um, entender as possíveis métricas e observar as oportunidades de retorno que eles oferecem. O “comércio eletrônico”, em inglês e-commerce, é um dos principais canais de marketing. Para Kotler e Ketler (2018, p. 566), “[...] os sites comerciais vendem toda espécie de bens e serviços, principalmente livros, discos, brinquedos, seguros, ações, roupas e serviços financeiros [...] e usam várias estratégias para competir [...]”. A forma mais comum dos consumidores chegarem ao e-commerce corporativo é através de anúncios publicitários, principalmente aqueles veiculados na própria internet, ambiente que permite segmentar seu público com mais precisão. As redes sociais também podem ser categorizadas como canais de marketing digital, pois permitem que as empresas alcancem consumidores potenciais de forma mais ágil e interativa. Nelas, existe a possibilidade de apresentar conteúdos relevantes e autorais, veicular anúncios publicitários e executar vendas. O call center é outro canal utilizado estrategicamente no marketing digital. Com essa ferramenta, pode-se identificar se os investimentos em marketing, principalmente, de comunicação trazem o retorno desejado. Além disso, ajuda as empresas a identificarem quais estratégias geram mais respostas dos consumidores. 10 Um canal de marketing predominante é o e-mail, que se classifica como uma das ferramentas de comunicação digital mais importantes. Muitas empresas se conectam com potenciais compradores e clientes regulares por meio de e-mail marketing ao produzir newsletters com conteúdo envolvente e interessante. Outro canal de marketing muito importante para as empresas é a busca orgânica, que envolve mecanismos de busca como Google e Bing. Quando os usuários pesquisam para obter informações sobre um produto, serviço ou marca, eles estão muito interessados em comprá-lo, por isso as empresas devem prestar atenção especial a esse canal. Como tal, é importante encontrar informações de empresas que fornecem o que os consumidores desejam. Para analisar seus canais de marketing digital, é importante conhecer ferramentas que permitam classificar facilmente o tráfego de diferentes origens. Uma maneira é entender o uso de tags UTM (Urchin Traffic Monitor ou “monitor de tráfego de Urchim, sendo Urchim o nome da empresa adquirida pelo Google). UTM é o principal método para classificar canais. Portanto, eles são amplamente utilizados pelos profissionais de marketing digital. Esta ferramenta permite rastrear os canais digitais, por exemplo, ajuda a identificar quais resultados são orgânicos e quais são provenientes de anúncios pagos. As ferramentas são relativamente simples. Para medir cada ação de comunicação, o termo UTM deve ser incluído no link da ação (por exemplo, UTM_source). Desta forma, quando um internauta acessa uma página a partir de um link criado pela UTM, a origem da visita pode ser identificada. Isso permite que os profissionais de marketing invistam mais em fontes que geram mais tráfego e retorno e até mesmo eliminar ou modificar anúncios de fontes menos lucrativas. Por fim, outro importante canal de marketing digital é o e-commerce B2B (business-to-business), ou transações que ocorrem entre empresas. Este campo mudou muito com o advento do e-commerce. A coleta de informações de mercado é mais rápida, acessível e eficaz no comércio eletrônico B2B. Os principais objetivos do marketing digital são aumentar o volume de vendas, diferenciar, construir o posicionamento da marca e melhorar a compreensão do mercado e suas tendências. Esses são pontos a serem considerados ao tomar decisões sobre canais eletrônicos. 11 A adoção de cada canal influencia sua estratégia de marketing. Portanto, a gestão de canais deve ser baseada em critérios claros, pois a distribuição desempenha um papel importante nos objetivos e estratégias de uma empresa. A relação do produto com o mercado e as estruturas de canais eletrônicos devem ser avaliadas para criar um ambiente mais competitivo e criar vantagem competitiva. A escolha do canal de marketing digital deve considerar as necessidades da sua empresa. Esta é a única forma de escolher a melhor estrutura que funcione para o seu processo de distribuição. Desta forma, a análise das possibilidades de desintermediação ou reintermediação ganha relevância. Para garantir a eficiência no processo de distribuição, os canais eletrônicos precisam ser aprimorados e integrados aos canais tradicionais. Dessa forma, a integração dos canais propicia mais sucesso e resultados positivos para os negócios, ao mesmo tempo que aumenta as oportunidades de contato com a marca e experiência do consumidor. 2.3 Experiência do usuário Com a expansão do ambiente digital, cada vez mais usuários e marcas interagem por meio de aplicativos, lojas virtuais, serviços on-line e muito mais. Portanto, as organizações devem considerar esse cenário para otimizar processos e desenvolver estratégias que os agradem, proporcionando experiências positivas, com designs envolventes, amigáveis e intuitivos, sem deixar de observar as estratégias de conteúdo, tornando relevante o marketing digital na experiência deles. Conforme Kotler, Kartajaya e Setiawan (2016), lidar com as estratégias de marketing é abordar todas as mudanças que ocorreram no mercado ao longo dos últimos anos. Portanto, uma estratégia de marketing que leve em consideração a importância do ambiente digital para milhões de consumidores é essencial, e muitas pesquisas têm sido feitas para estudar a experiência de compra online. Por exemplo, os hábitos e comportamentos dos consumidores no ambiente digital, foram foco de uma pesquisa pelo Centro de Inteligência Padrão (CIP), onde seus resultados apontaram que os clientes buscam cada vez mais por experiências únicas de compra, além de diversificarem para realizarem suas compras on-line (VILELLA, 2021). Nesse contexto, é importante que as empresas desenvolvam estratégias de marketing que visem tornar a experiência do consumidor significativa no ambiente 12 digital. Para entender a estratégia de Experiência dos Usuários (UX, em inglês, User Experience), faz-se necessário argumentar sobre marketing digital, conceito e relação entre eles. O marketing digital engloba todas as ações de comunicação de uma empresa por meio de plataformas digitais que possibilitam a fidelização do cliente por meio de diversas técnicas e ferramentas, por exemplo, marketing de influência, e-mail marketing, pagamentos por cliques e otimização dos motores de busca. A evolução do marketing mudou o processo de criação de valor e inovação. A criação de valor não está mais focada na empresa e em seus processos internos. No atual cenário globalizado e competitivo, os esforços de marketing estão focados na experiência do consumidor. As ações e estratégias de marketing digital precisam considerar o comportamento do consumidor, onde o papel do marketing digital é ressignificar a experiência dos usuários no ciberespaço, evoluindo a melhor estratégia de geração de valor em todos os pontos de contato entre consumidores e empresas. Assim, segundo Ferreira Junior e Avis (2022), a Internet não é utilizada apenas para vendas, mas também para divulgação da marca e fidelização de clientes através de inúmeros canais (sites, blogs, redes sociais) e formatos de conteúdos multimídias (texto, imagem, áudio, vídeos, animações). 2.4 Interfaces digitais e a experiência do usuário As ações de marketing digital visam promover, engajar e fidelizar consumidores às marcas por meio de experiências positivas. Paraessa finalidade, pode-se utilizar uma variedade de recursos no ambiente digital, possibilitando a interação entre consumidores e empresas, além de ter diversas estratégias para interfaces digitais. A experiência do usuário (UX) inclui as sensações, sentimentos e emoções experimentadas ao interagir com sites e aplicativos corporativos em um ambiente digital. Essa experiência está diretamente relacionada a todos os pontos de contato do usuário em sua navegação nas interfaces digitais de uma organização. Ela também visa conhecer os consumidores e seus comportamentos, e, assim construir interfaces atrativas, confiáveis e agradáveis, antecipando suas necessidades de navegação. 13 Para construir essas experiências, precisa-se desenvolver pesquisas para entender os usuários, suas necessidades e seus comportamentos no âmbito digital. Nesse sentido, a UX research, estudo aprofundado dos usuários-alvo de interfaces digitais, mediante diversas estratégias de pesquisa, possibilita identificar as necessidades dos usuários, conhecendo seus comportamentos e identificando o que é relevante para envolvê-los no processo de navegação. A arquitetura da informação (IA, do inglês information architecture) considerada uma estratégia relevante em relação à experiência do usuário, visa à construção de aplicações digitais, categorizando suas informações por importância. Segundo Patel (2021), a arquitetura da informação é um modelo conceitual que engloba todos os elementos de uma interface digital e organiza esses elementos de forma que os usuários possam entendê-los. O profissional responsável por desenvolver a experiência do usuário é o designer de UX, coordenando também o processo de construção dos melhores recursos de uma aplicação digital e reduzindo os atritos de navegação e aborrecimentos causados aos usuários por problemas funcionais em sites, aplicativos, entre outros. Esse processo ajuda assegurar que nenhum aspecto com seu produto ocorra sem sua intenção consciente e explícita. Isso significa considerar todas as possibilidades para cada ação que o usuário possivelmente terá e entender as suas expectativas em cada etapa (GARRETT, 2011). Quando se trata de interfaces de usuário, precisamos enfatizar a importância de construí-las de forma digitais responsivas que possam se adaptar aos diferentes dispositivos que os usuários acessam. 2.4.1 Interface do usuário A interface do usuário (UI, em inglês, User Interface) aborda todos os elementos que um usuário pode perceber no processo de navegação. Como tal, refere-se a todos os recursos e todos os elementos da interface digital, sendo, portanto, de extrema importância. Os profissionais de interface do usuário são denominados, UI designers, que desenvolvem aplicações com interfaces acessíveis e visualmente atraentes. Segundo Patel (2021), essa interface facilita a navegação do usuário, auxiliando em tudo que ele precisa ao interagir no ambiente digital, garantindo uma ótima experiência. Uma 14 delas, por exemplo, é o Spotify, este aplicativo de streaming de áudio é altamente acessível aos usuários, facilitando as explorações em coleções de músicas, além de unificar-se com os podcasts seguidos pelo usuário e conectar-se com outras redes sociais. 2.5 Benefícios do marketing digital para empresas de diversos portes A pesquisa Digital Marketing Readiness, realizada pela McKinsey, com apoio da Associação Brasileira de Anunciantes, abordou que o Brasil é o país da América Latina com maior investimento em marketing digital sendo, 24,4% do total de mídia, contra 43,5% da média global. Além disso, dois terços da população brasileira estão conectados. Entretanto, 80% das empresas ainda estão em estágios iniciais do marketing digital (23% são iniciantes e 57% emergentes) (MCKINSEY, 2017). Independente do porte das empresas a profissionalização é indispensável, uma vez que, muitas estratégias digitais falham por falta de conhecimento e adoção dentro do âmbito organizacional por desconhecerem a importância de tomar decisões baseadas em dados. Segundo Das e Lall (2016), o marketing digital pode transformar a maneira como empresas de todos os portes alcançam e se envolvem com seus clientes. Um dos instrumentos mais importantes para isso são as ferramentas econômicas que o marketing oferece, uma vantagem para qualquer tipo de empresa. Por exemplo, no marketing tradicional, é mais difícil para pequenas empresas, que têm orçamentos limitados, competir com grandes empresas por espaço. Com as estratégias de marketing digital acessíveis, as pequenas empresas podem obter mais com seus investimentos. Além disso, as táticas tradicionais de marketing, geralmente envolvem custos transacionais que não podem ser estimados com precisão. O tempo investido em campanhas é relevante para ambas as formas de marketing, porém em proporções diferentes. Por isso, deve ser foco de atenção tanto de pequenas e médias quanto de grandes organizações. O marketing tradicional muitas vezes tem dificuldade em acompanhar o sucesso de estratégia como publicidade em rádio ou mala direta. As táticas de marketing digital, por outro lado, fornecem dados fáceis de mensurar. Por exemplo, analisar resultados de marketing digital pode remover o subjetivismo sobre como uma 15 campanha realmente funciona. A possibilidade de fazer avaliações em tempo real permite ver também quais táticas funcionam e quais não. Posteriormente, é possível ajustar as campanhas para obter maior sucesso a partir de diferentes feedbacks recebidos. Por exemplo, com a análise das redes sociais, uma empresa, mesmo de pequeno porte, pode ver quais postagens da sua campanha foram as mais populares entre seu público-alvo e quais geraram mais engajamento. Além disso, a análise de marketing digital permite usar recursos mais eficiente e alocar o investimento feito de forma racional. Por meio de mensurações e análises mais precisas, é possível reduzir despesas desnecessárias e concentrar esforços nas estratégias com maior possibilidade de retorno. Nesse sentido, com o marketing digital, pode-se aumentar a probabilidade que os consumidores certos, estejam visualizando os conteúdos das empresas, pois ferramentas como os mecanismos de otimização de buscas permitem saber o que eles pesquisam na Web. Além disso, a publicidade paga por cliques em mídias sociais permite que as empresas segmentem aqueles grupos com maior chance de se interessar por seus produtos ou serviços com base em informações demográficas e características gerais (DAS; LALL; 2016). Ao melhorar a segmentação, as organizações podem investir em anúncios que alcancem pessoas com maior probabilidade de se interessarem por seus produtos. Conforme Hamill (2016), práticas de segmentação mais sofisticadas facilitam o foco das organizações em estratégias que realmente funcionam. Enfatizar a importância dos mecanismos de pesquisa é importante porque uma grande parte da experiência de compra on-line se origina deles. Em outras palavras, os consumidores visitam esses sites para encontrar respostas para suas dúvidas e saber mais sobre o que desejam comprar antes mesmo de saber qual produto ou serviço desejam. Ao criar conteúdo relevante e envolvente otimizado para mecanismos de pesquisa, empresas de todos os portes podem aprimorar sua visibilidade on-line e alcançar mais clientes. Outro aspecto relacionado ao marketing digital é ajudar as empresas a alcançar consumidores mais engajados. Redes sociais como o Facebook oferecem opções avançadas de segmentação que permitem alcançar consumidores com maior probabilidade de se interessarem por um determinado produto ou serviço. Além disso, a mídia social também fornece uma plataforma eficaz para se comunicar e interagir com o público-alvo. Ainda, as empresas podem não apenas postar conteúdo, mas 16 também ouvirseus consumidores; é possível ter conversas individuais em tempo real que permitem obter informações significativas sobre as impressões dos clientes. Segundo Hamill (2016), ao otimizar o conteúdo dos seus sites para os mecanismos de pesquisa, as organizações podem direcionar seus esforços e alcançar mais compradores. O uso de palavras-chave relevantes que ajudam a descrever seu produto ou serviço específico pode ajudar a gerar mais tráfego direcionado. Essa estratégia específica pode ser usada por empresas de diversos setores e portes. Além disso, otimização do site para ter resultados de pesquisa mais localizadas é uma ferramenta valiosa para empresas que operam em locais específicos, como lojas físicas, restaurantes e outros negócios do ramo dos serviços. Para Todor (2016), com estratégias de marketing tradicionais, como anúncios de televisão ou jornal, para ver os resultados é preciso esperar até que a campanha esteja concluída. Embora seja possível usar determinado aprendizado para ajustar as táticas para campanha posteriores, há menos possibilidades de fazer algo em tempo real para melhorar a campanha. O marketing digital, por outro lado, permite visualizar os resultados das campanhas em tempo real e ajustar as ações e melhorar à medida que elas se desenvolvem. Outro benefício do marketing digital para empresas é a capacidade de visualizar quantos visitantes estão acessando o site, qual conteúdo está recebendo mais atenção e quanto tempo os clientes estão gastando em média. Também pode visualizar os dias e horários de pico de tráfego dos sites. Todas essas informações fornecem análises que ajudam as empresas a melhorar suas campanhas ao longo do tempo. A avaliação do sucesso de uma campanha de marketing de conteúdo em tempo real é essencial para que uma empresa calcule melhor o uso de seus recursos e aproveite ao máximo suas ações. As pequenas empresas na maioria das vezes têm dificuldade em competir com empresas maiores devido aos seus orçamentos e recursos limitados. No entanto, o marketing digital pode ajudar a nivelar o campo de atuação e dar às marcas menores uma vantagem competitiva. As táticas de marketing tradicionais, como a publicidade impressa, são caras e exigem um orçamento maior para uma colocação eficaz. No entanto, as estratégias de marketing digital são mais acessíveis e permitem que empresas de todos os tamanhos exibam seus produtos e serviços. 17 O marketing digital permite que até mesmo as pequenas empresas ofereçam seus produtos e serviços nacional e internacionalmente. Isso proporciona que elas encontrem novos públicos (TODOR, 2016). Por fim, os gestores organizacionais devem priorizar uma boa estratégia de marketing digital antes de criar e distribuir conteúdo ou lançar campanhas. Com isso, os gerentes devem considerar quais são seus objetivos gerais e criar metas que se alinhem a eles. Dentro da estratégia digital da empresa, as ações que serão realizadas para atingir o objetivo proposto, devem estar bem definidas, independentemente do porte do negócio ou do segmento de mercado, pois a execução correta das ações de marketing digital é considerada fator determinante para o sucesso ou o fracasso do planejamento (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). 3 PLANO DE MARKETING DIGITAL O planejamento de marketing digital é uma metodologia que ajuda as empresas a entenderem a importância de colocar sua marca diante dos canais digitais. Esse sistema foi projetado para facilitar as mídias sociais para os gestores. Essa tarefa inclui um método diferenciado de definição de estratégia, análise detalhada de ferramentas, mensuração de resultados e a forma de atuação a ser desenvolvida em cada uma delas (CARDOSO; SALVADOR; SIMONIADES, 2017). 3.1 Canvas de Marketing Digital Conforme Ferreira Junior e Avis (2022), o planejamento eficiente exige conhecimento do negócio, e o pensamento coletivo neste momento ajuda para determinar as melhores metas, objetivos e ações. Uma forma de colocar no papel, ou na nuvem, o planejamento estratégico é utilizando uma ferramenta denominada Canvas de Marketing Digital, conveniente para traduzir o modelo de negócios da empresa do mundo real para o mundo virtual e após desenvolver cada objetivo, identificando quais são as metas e ações a serem desenvolvidas em cada caso. Para Brito e Furtado (2016, p.4), Canvas “é uma ferramenta que possibilita uma leitura unificada sobre modelos de negócio abordando quatro áreas principais de qualquer negócio: cliente; oferta; infraestrutura e viabilidade financeira”. Diferente do 18 Canvas Business Model, que foi desenvolvido para a criação de modelos de negócios, o Canvas de Marketing Digital possui onze áreas bem definidas para o mercado digital: missão; visão; marca; aquisição; ativação; proposta de valor; referência; receita; público-alvo; mercado; e retenção (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). (Figura 1). Figura 1 - Canvas de Marketing Digital Fonte: Ferreira Junior e Avis (2022, p. 44-45) 3.1.1 Missão Compreender a missão é essencial para qualquer pensamento estratégico, por se tratar do propósito e da razão de existir e ser de uma organização. Sua transposição para o mundo digital permite entender quais são os aspectos a serem alcançados pelo planejamento estratégico digital em questão. Nesse contexto, as seguintes perguntas são pertinentes: Qual é o negócio da empresa? Quem são os seus clientes? O que representa valor para o cliente? Note-se que há um detalhamento de quem é a empresa e o que ela pretende oferecer à sociedade em termos de produtos e serviços. Um exemplo de missão é trazer resultados superiores para ações na Internet. Portanto, é apenas a primeira 19 parte do planejamento digital geral, direcionando a empresa conforme as metas e os objetivos definidos. 3.1.2 Visão A "visão" está diretamente relacionada aos objetivos futuros da organização e refere-se as metas planejadas para momentos posteriores, respondendo a seguinte pergunta: aonde a empresa pretende chegar? Dessa forma, ela elenca de forma definida as ações a serem trabalhadas por meio de metas de curto, médio e longo prazos. Geralmente ela expressa sonhos, os quais devem ser compartilhados pelos colaboradores como forma de se alcançar os objetivos propostos. Uma visão se sobrepõe a uma missão que diz respeito ao momento presente, enquanto a primeira foca em outro momento, um objetivo futuro. Um exemplo de visão pode ser aumentar as vendas em 15% por meio de canais digitais durante o Dia das Mães (uma meta de curto prazo). Outro exemplo poderia ser tornar a empresa referência em ações digitais para datas sazonais até o próximo Natal (meta de longo prazo). Isto é, onde se quer chegar representa a visão da empresa. Portanto, trata-se do cenário que uma empresa deseja vivenciar em um período determinado. 3.1.3 Marca É tarefa fundamental do marketing digital fortalecer cada vez mais o branding (a gestão da marca dentro de uma empresa), fazendo isso de uma forma sólida, mediante trabalho estratégico que inclua as ferramentas necessárias para criar conexões positivas e consistentes com os consumidores. Nota-se a existência de uma preocupação com a imagem e a reputação das marcas perante seu público. Essa reputação pode ser prejudicada ou aprimorada através do fenômeno do marketing “boca a boca”, onde as pessoas podem demonstrar sua confiança ou não nos relacionamentos e testemunhar em relação às marcas. Portanto, a elaboração das estratégias de marketing digital contempla alguns questionamentos que refletem sobre como cada marca deseja impactar seu consumidor, qual é o significado que a marca pode trazer para as pessoas e que papéis ela pode exercer na sociedade, no futuro do planeta e de seus colaboradores. 20 3.1.4Público-alvo Todo empreendedor tem (ao menos, deveria ter) a obrigação de saber quem são seus clientes: características, dados, informações relevantes sobre hábitos de compra, entre outros. Isso vale tanto para o público existente quanto para os possíveis clientes, mais conhecidos como prospects. Tudo sobre o marketing, no fim, será sempre sobre pessoas. Portanto, é fundamental conhecer o público-alvo. Para isso, existem ferramentas e metodologias que permitem identificá-lo, buscando entender quem é o mercado (ou seja, quais são as pessoas) mediante a criação de personas (perfil de consumidor ideal), bem como da efetivação de leads (usuários que demonstraram interesse na compra). Tais elementos poderão ajudar a empresa a ser mais assertiva em suas ações. O público-alvo é abrangente e busca responder a aspectos simples: sexo, faixa etária, escolaridade, dados demográficos, assim como uma necessidade relacionada à sua empresa. A definição de persona é mais específica e visa contemplar hábitos digitais e descobrir apenas as informações mais relevantes, para que a geração de conteúdo seja estrategicamente planejada para aquele público. Exemplo: José tem 32 anos, um filho de 4 anos e precisa comprar um presente de Dia das Mães. Ele passa a maior parte do tempo na internet assistindo a vídeos no YouTube e toma decisões de compra fazendo busca no Google. Perceba que pouco importam detalhes estruturais Importante! Entenda que cada marca, seja ela pessoal, seja corporativa, é uma construção diária, feita interação a interação, experiência a experiência. Nesse sentido, você também é a sua própria marca. Seu nome e seu sobrenome são sua empresa, e ninguém vai gerir essa marca por você. Faça o melhor sempre, e nunca esqueça que o capricho sempre será um diferencial em sua vida, a cereja do bolo, o encantamento, o “algo a mais”. Isso fará do seu job o mais relevante, o mais lembrado, e, como referência, a sua empregabilidade estará sempre em alta (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022, p.50). 21 sobre a persona, e sim os que influenciarão no plano de marketing digital (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). 3.1.5 Retenção Na linguagem do marketing digital e embasado no inbound marketing, a retenção diz respeito ao momento chamado de fundo do funil, ou seja, a parte final de um processo de compra que pode gerar um cliente habitual da marca. Nesse sentido, procure sempre conhecer mais quem é o seu cliente, sobre o que ele gosta ou não, fazendo uma gestão efetiva das informações que tem sobre ele. A oferta de programas de fidelidade, mesmo que digitais, é uma aposta interessante para estreitar os laços com o consumidor. Para Ferreira Junior e Avis (2022), a retenção de clientes implica atender às suas necessidades, e as marcas fortes fazem isso muito bem, construindo relacionamentos de longo prazo. O marketing de relacionamento aqui é fundamental, pois, mais difícil que conquistar um novo cliente, é manter o cliente atual. Outras formas de trabalhar indiretamente a retenção são: efetuar o envio de conteúdo relevante e de qualidade para o cliente; fazer sugestões e indicações de novos produtos conforme o perfil do cliente; oferecer descontos exclusivos para ele, pensando em gerar conexão e mantê-lo como consumidor da marca. 3.1.6 Mercado e o benchmarking Em um mercado competitivo, é preciso estar atento e conectado ao que acontece fora da empresa. Por meio do benchmarking (que procura descobrir e adaptar as melhores práticas de mercado), é possível conhecer em detalhes o que os concorrentes estão fazendo, avaliando suas ações e campanhas de vendas de produtos. No caso do mercado digital, uma das alternativas interessantes e muito utilizadas para medir e comparar o desempenho da concorrência é o Semrush, uma ferramenta de marketing digital que realiza uma análise minuciosa de termos apropriados para a pesquisa de palavras-chave, assim como a análise global do site e da concorrência. Diversas ferramentas podem ajudar no benchmarking, mas o que há de mais nobre é o social listening, isto é, a escuta social: escutar o que as pessoas 22 dizem sobre sua marca, seus produtos, seu nicho, seus concorrentes e o cenário em que sua empresa está inserido (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). Não se trata da velha história de copiar o que já foi feito, mas sim de compreender com maior profundidade o mercado no qual o negócio está atuando, até mesmo para se obter novos insights e tentar criar ações de diferenciação. 3.2 Metodologia dos 8 Ps e modelo SOSTAC Sabe-se que o plano de marketing detalha as ações necessárias para que uma empresa atinja os seus objetivos levando em consideração o ambiente e os canais de comunicação digitais. Os dois modelos de planejamento mais conhecidos são a metodologia dos 8 Ps e o modelo SOSTAC (Quadro 1). Quadro 1 – Modelos de planejamento de marketing digital Metodologia dos 8 Ps Metodologia SOSTAC Pesquisa Análise da situação Planejamento Objetivos do marketing digital a partir dos 5 Ss: sell (vender), serve (servir), sizzle (bradar), speak (falar) e save (ganhar). Produção Estratégia Publicação Táticas Promoção Ações Propagação Controle Personalização Precisão Fonte: Adaptado de Vaz (2011) e Smith (2015). 3.2.1 Metodologia dos 8 Ps 23 A metodologia 8 Ps faz parte do planejamento de marketing digital, que propõe um processo que atenda as empresas ao coletar dados, planejar estratégia de divulgação e tornar relevante a marca na internet. A metodologia proposta apresenta uma sequência formal e contínua de passos que levam a empresa a um processo cíclico de geração de conhecimento a respeito do consumidor e do seu próprio negócio na internet (que tem uma proposta de valor ligeiramente diferente do negócio off-line), de qual a melhor maneira de divulgar sua marca, qual a melhor maneira de se apoiar na atividade do consumidor para estimular a circulação de informação e gerar a comunicação viral da sua marca, como mensurar resultados e como reavaliar o perfil do público-alvo para direcionar as novas ações (VAZ, 2011, p. 298). Segundo Vaz (2011), segue abaixo as etapas dos 8 Ps: ➢ 1ºP - Pesquisa: esta é a etapa em que toda a pesquisa é feita para definir as medidas a serem seguidas no plano de marketing digital. ➢ 2º P - Planejamento: este é o planejamento em si; nesta fase, algumas questões ainda são levantadas, por exemplo, posicionamento e segmentação da empresa. ➢ 3ºP - Produção: etapa em que o projeto do site é criado; devendo conter todos os objetos necessários para ser um site vendedor. ➢ 4ºP - Publicação: refere-se à criação do conteúdo que será disponibilizado no site e nas redes e mídias sociais. ➢ 5º P - Promoção: trata-se da etapa do projeto que define a forma como a empresa será divulgada na internet. ➢ 6ºP - Propagação: fase da criação de métodos para que o nome da marca e o conteúdo sejam distribuídos na rede. ➢ 7ºP - Personalização: etapa em que a comunicação é personalizada conforme o perfil de cada cliente. ➢ 8ºP - Precisão: refere-se a toda a análise dos resultados obtidos em cada ação. A “metodologia dos 8 Ps do marketing digital é um ciclo no qual após o 8º P retorna-se ao 1º P para serem aprimoradas as ações e pesquisadas novas tendências” (VAZ, 2011, p. 87). 24 3.2.2 Metodologia SOSTAC Para Chaffey e Smith (2013), o plano de marketing digital deve se basear nas disciplinas do marketing tradicional e em técnicas de planejamento adaptadas à comunicação digital a partir de seis etapas: análise da situação, objetivos, estratégias, táticas, ações e controle. Conforme Chaffey e Smith (2013) e Smith (2015) as seis etapas que formam o acrônimo SOSTAC são: ➢ Análise da situação (Situation analysis): este é o ponto de partida em que a empresa se pergunta “onde estamos agora? ". A análiseé do tipo SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats, isto é, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) e é realizada nos níveis interno e externo da organização. Por exemplo, as forças ou fraquezas podem ser medidas com base no desempenho do site ou à comunicação nas mídias sociais. A análise externa, inclui os concorrentes e as tendências que podem ser identificadas como oportunidades ou ameaças, bem como de fatores demográficos, econômicos, sociais, tecnológicos e político-legais. ➢ Objetivos (Objectives): Nesta fase, a organização estabelece para onde pretende ir com a adoção da estratégia. Os objetivos podem variar desde aumentar as vendas, agregar valor e engajamento do consumidor, reduzir custos e riscos percebidos, até agregar maior valor por meio de experiências on-line, entre outros. No entanto, as metas devem sempre ser específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo determinado. ➢ Estratégia (Strategy): serve como guia na definição das táticas, sendo delineada conforme os objetivos e os recursos disponíveis. Ela também deve ser capaz de integrar as ações digitais (on-line) e tradicionais (off-line). Essa etapa deve definir qual é o público-alvo, o posicionamento da empresa e a sua proposta de valor. ➢ Táticas (Tactics): Esta etapa se concentra nas ferramentas e plataformas que possibilitarão a estratégia delineada. As táticas correspondem ao composto de marketing, envolvendo definições a respeito dos produtos e serviços, preços, canais de distribuição, comunicações e promoções, pessoas (atendimento), processos e evidências físicas (loja, consultório). 25 ➢ Ações (Actions): São os detalhes das táticas, correspondentes ao estágio de implementação do plano. As operações também preveem possíveis erros e falhas. Para isso, é necessário identificar os aspectos que podem não funcionar, determinar qual será seu impacto, fazer um plano de contingência e monitorar continuamente a implementação desse plano. ➢ Controle (Control): A partir do controle, a organização monitora se o plano está dando certo, ou seja, verifica se os resultados obtidos são satisfatórios e determina quais ferramentas funcionam melhor e qual o custo real de cada uma. Os controles são um conjunto de mecanismos para medir e avaliar de forma sistemática e contínua o desempenho do negócio. As ferramentas de medição utilizadas são chamadas de indicadores-chave de performance (Key Performance Indicators, KPIs). Elas são selecionadas conforme os objetivos definidos anteriormente. 3.3 Como saber qual é a melhor estratégia? Conforme Ferreira Junior e Avis (2022), as questões que permeiam a cabeça da maioria dos executivos no Brasil e no mundo são: Como atingir o maior potencial possível de resultados? Como atrair e reter os visitantes dos sites do meu negócio? Quais são os caminhos viáveis? Seriam as redes sociais as soluções para todos os meus problemas? Ou serão necessários mais investimentos em banners, otimização de site de vendas, Search Engine Optimization (SEO), parcerias com outros sites ou portais? Ou o negócio seria focar na mídia paga, com criação de conteúdo direcionado, juntamente com ações 020” (on-line to off-line), com seleção e parceria dos chamados influenciadores e microinfluenciadores? Cada caso exigirá reflexão para escolher os melhores caminhos a serem trilhados. Entenda que não há certo ou errado, mas, sim, apenas aquilo que é mais apropriado em função do tipo de produto ou serviço vendido e da natureza do negócio. Podemos ter, por exemplo, ações de mídia paga por meio de uma campanha no Google Ads, sites orientados via marketplaces, entre outros. A seguir serão apresentadas ferramentas e as tendências do marketing digital. 26 4 FERRAMENTAS E TENDÊNCIAS Na sequência, está elencada algumas possibilidades existentes, pois se trata de um mercado extremamente mutável e que sofre adequações de tecnologia constantemente. Porém, não será apresentada temáticas que lhe sejam desconhecidas, uma vez que algumas dessas possibilidades são comumente utilizadas por exemplo, redes sociais. 4.1 Produção audiovisual para o digital Apresentamos aqui a produção de conteúdo audiovisual como uma estratégia de marketing digital, pois os conteúdos são diretamente ligados à performance de uma marca na web. Já parou para pensar que os vídeos e as fotos que vemos no mundo off-line não são adequados para o digital? Não é possível reaproveitar, para as redes sociais, um conteúdo que é transmitido, por exemplo, na televisão. Nesse sentido, será que as pessoas se comportam da mesma forma nos universos on-line e no off- line? Sem dúvidas, não! Portanto, os conteúdos audiovisuais também precisam se adaptar. Vinhetas muito longas, por exemplo, não são adequadas para o digital, já que as pessoas estão sempre com pressa. Lembre-se: no digital, o que mais importa é a retenção de atenção, ou seja, a porcentagem do conteúdo assistido. Mais importante que ter milhões de pessoas assistindo o seu vídeo é quanto tempo essas pessoas passam fazendo isso, ou seja, o quão atrativo é determinado conteúdo para reter a atenção durante aquele tempo e qual porcentagem do vídeo está sendo vista na íntegra, pois de nada adianta começar a assistir e, logo em seguida, fechar o vídeo (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). 4.2 Site/blog Com o crescimento do uso das redes sociais, muitas empresas praticamente aboliram o uso de sites institucionais, o que é um grande erro, afinal, possuir um site do negócio com informações sobre a empresa, produtos, serviços e localização significa manter uma presença digital na internet, além de transmitir credibilidade. 27 O site deve ser considerado o principal canal de comunicação do cliente com o negócio. Perceba que, ao procurar por algum restaurante no Google e não localiza o site, sente uma certa falta de profissionalismo da empresa, não é mesmo? Pois, se não está no Google, não existe. Então, ter presença digital é ir além das redes sociais, até porque nelas estamos “vivendo de aluguel”. Quantas redes sociais nós conhecemos que já não existem mais? Se uma empresa antes tinha presença forte nessas redes, talvez agora já não possua nada. Por sua vez, o site, quem administra é a própria empresa. Logo, trata-se de uma ferramenta indispensável para transmitir credibilidade e constituir um espaço estratégico na web. Se seu negócio for um comércio eletrônico, faz-se ainda mais necessária a existência de um site bem-feito. Além do site, ter um blog é essencial, e este, de preferência, deve estar dentro do site. Na internet, tudo sempre começa com o usuário fazendo a busca por alguma palavra-chave. O que acontece se esse usuário pesquisa por uma informação sobre seu ramo ou sua empresa e não encontra? Você perde uma oportunidade de negócio (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). Ter um blog depende de atualização constante e de um conteúdo que não basta ser criativo, pois demanda que seja estratégico. Quando bem estruturado, o blog garante resultados muito positivos. Essa ferramenta é bastante utilizada pelas empresas para gerar conteúdo de qualidade em seus nichos de mercado, sem distrações e nenhuma interferência, como nas redes sociais. Trata-se, assim, de uma estratégia relativamente simples e barata de implementar (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). Para Cipriani (2013), o blog corporativo é uma das estratégias de marketing digital para atrair novos consumidores e transformá-los em compradores, pois: [...] nos proporciona um poder de comunicação bidirecional instantâneo. Portanto, é o canal de comunicação mais veloz nas interações e com maior valor agregado porque: Possui leitura agradável e cronológica; é fácil de fazer e manter; custa pouco; possui navegação intuitiva e simples; abre espaço para comentários; disponibiliza a troca de links; é personalizado; faz parte de um nicho eé especialista; demonstra o conhecimento da sua empresa e permite a criação de uma comunidade (CIPRIANI, 2013, p.31). Segundo Ferreira Junior e Avis (2022), o blog apresenta diversas ferramentas gratuitas e fáceis de manipular para uma otimização adequada nos mecanismos de buscas como o Google. Além disso, para explorar as funcionalidades mais avançadas, como análise de dados pelo Google Analytics, rastreamento de conversões de 28 anúncios, anúncios no Google, no YouTube, serviços de GPS e afins, ter um site é pré-requisito fundamental. 4.3 Redes sociais As redes sociais são canais de comunicações e de relacionamentos com os clientes, onde a interação rápida e direta é uma das principais características. Existem centenas ou até milhares de redes sociais no mundo, mas naturalmente algumas se destacam pelas suas especialidades e características. Logo, deve ficar a critério da equipe de planejamento definir quais delas estão mais alinhadas com os objetivos propostos pela organização. As redes sociais são ferramentas muito populares utilizadas nas estratégias digitais, no entanto, não são as únicas. Vale lembrar que uma empresa não precisa estar presente em todas as redes sociais do momento, mas sim naquelas nas quais seu público está. Pensar de forma estratégica requer atenção às características do mercado digital. Não é porque uma pessoa adora uma rede social que esta representará a única forma de comunicação com o cliente. Para quem deseja atingir um maior número de pessoas, o Facebook é uma opção de rede social, com milhares de usuários ativos interagindo diariamente por meio de recursos multimídia (áudio, vídeo, imagens), fazendo transmissões ao vivo e compartilhando conteúdos (nem sempre de qualidade, mas que geram grande influência no comportamento do cliente). Além disso, trata-se de uma rede social em que a taxa de cliques em anúncios é alta. Se o objetivo estiver focado na marca e em compartilhar experiências para o cliente, mostrar bastidores e apostar em um conteúdo que traz engajamento como o Instagram é uma solução bastante atraente e que cresce a cada dia, principalmente pelo seu apelo visual e estético. Além dessas redes, destacam-se outras que podem ser usadas conforme a estratégia, por exemplo, o YouTube (rede social de vídeos), o Linkedin (rede social voltada para o âmbito profissional), o WhatsApp (aplicativo de conversa, mas que se enquadra como uma rede social de relacionamento direto, com o aplicativo WhatsApp Business voltado para empresas), além de Twitter, Pinterest, Clubhouse, Telegram, TikTok, Signal e outras redes sociais proprietárias, isto é, 29 específicas para nichos de mercado. Embora sejam muitas, cada uma possui sua singularidade. Independente da característica da empresa e da rede social escolhida, existe uma que deve ser de uso de qualquer empresa: Google Meu Negócio. É um cadastro feito no próprio Google para fazer com que a empresa apareça não só no buscador, como também nos serviços do sistema de posicionamento global (GPS). Na ferramenta, é possível adicionar fotos e vídeos da empresa. Os clientes podem também enviar fotos, e a organização pode receber avaliações, disponibilizar horário de funcionamento, número de telefone, endereço e site, bem como fazer postagens. E os usuários podem participar de uma espécie de fórum, com perguntas e respostas. Nota-se que cada uma das redes sociais possui um propósito diferente. Assim, mesmo que um cliente esteja presente em mais de uma dessas redes, a empresa precisa adotar estratégias diferentes para atingir esse cliente em cada uma delas. A mensagem será a mesma, mas por meio de canais diferentes, com conteúdos e linguagens distintos (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). 4.3.1 Anúncios em redes sociais A chamada social ads é uma estratégia indispensável para aquelas empresas que querem atrair um público ainda maior que o alcançado apenas com conteúdo orgânico, assim como para as que precisam de um resultado mais rápido. A publicidade em redes sociais faz com que as plataformas encontrem, mediante segmentações precisas, o público exato. Para a utilização da estratégia de anúncios em redes sociais, deve-se ter um planejamento financeiro e anunciar conteúdos estrategicamente pensados para tal finalidade, não promovendo posts “soltos”. Ou seja, trata-se de sempre pensar em atingir um objetivo e usar a estratégia como um meio para isso. 4.4 E-mail marketing O e-mail marketing deve ser incluído na estratégia de negócios. Na abordagem de Torres (2009): Para trabalhar o e-mail como uma ferramenta de marketing direto, as empresas adaptaram a velha mala direta ao e-mail e criaram o chamado e- 30 mail marketing. Essa ferramenta tem crescido muito e se diferenciando cada vez mais com novas soluções gráficas, procurando garantir que a mensagem de fato atinja o consumidor, Como toda mala direta, o resultado é baixo comparado ao volume de e-mails enviados, criando a necessidade de envio de um volume cada vez maior de e-mails para que se tenha um resultado satisfatório (TORRES, 2009, p.65). Esse recurso funciona bem porque ajuda na comunicação direta com o público- alvo e pode ser acessado em diferentes dispositivos, como computadores desktop, tablets e smartphones. Conforme Ferreira Junior e Avis (2022), estamos em uma era na qual a informação é compartilhada de forma rápida e em tempo real. Muitos acham que o uso do e-mail acabou, mas se engana quem pensa assim. Na área comercial, o e- mail é a principal ferramenta para entrega de mensagens direcionadas e para a comunicação formal registrada com os clientes. Mensagens enviadas via e-mail ficam armazenadas, ao passo que uma mensagem de WhatsApp pode se perder. Além disso, enquanto por e-mail a comunicação pode ser realizada com várias pessoas, o WhatsApp é voltado para conversas mais pessoais, próximas e rápidas. Então, existe a possibilidade de adoção desse instrumento para diferentes formatos na comunicação comercial: e-mails informativos, educativos e transacionais. Se estivéssemos discutindo sobre mídias tradicionais, não poderíamos deixar de mencionar o telemarketing (que por muitos é discriminado) ou, ainda, a “mala direta” (envio de correspondência). 4.5 Search Engine Marketing O Search Engine Marketing (SEM, em português, o marketing para mecanismos de busca) é a mídia paga em mecanismos de busca como o Google. Esse formato de marketing digital consiste em desenvolver peças publicitárias ou conteúdos que serão apresentados como sugestões em diversos canais na internet, Reflexão! Seria o telemarketing a forma analógica e o e-mail marketing a forma digital do marketing direto? De qualquer forma, o e-mail marketing deve ser explorado com estratégia, ou você se imagina comprando em um comércio eletrônico e não recebendo nenhum e-mail sequer? 31 como nas páginas de resultados dos mecanismos de busca, em sites e portais por meio de banners ou animações, em vídeos no YouTube e em outros sites parceiros. Um dos grandes diferenciais de executar uma campanha paga na internet é o poder da segmentação, que possui grande efetividade, pois permite a análise de dados, o que é praticamente impossível nas chamadas mídias tradicionais, como televisão, rádio, jornais e revistas. Nessa ótica, é correto afirmar que essa é hoje uma das principais estratégias de marketing digital para o mundo corporativo (FERREIRA JUNIOR; AVIS 2022). 4.6 Search Engine Optimization Diferente do SEM que trabalha com as mídias pagas, o SEO é direcionado para a otimização de páginas, conteúdos e estruturas de sites e blogs, tendo como objetivo conquistar um melhor posicionamento nas buscas orgânicas (não pagas) em mecanismos de pesquisa. Algumas aplicações também fazem sentido em redes sociais. Para Sousa e Viana (2018) o Search Engine Optimization(SEO): [...] é o acrônimo em inglês de "otimização do mecanismo de pesquisa" ou "otimizador do mecanismo de pesquisa". Quando uma pesquisa é feita no Google os programas do mesmo verificam o índice para determinar os resultados da pesquisa mais relevante que devem ser retornados “publicados” (SOUSA; VIANA, 2018, p.85). Nesse sentido, é uma ferramenta utilizada para melhorar o posicionamento de um site no ranking de buscadores, adotando o conceito de palavras-chave. Porém, todo processo precisa de indicadores de performance específicos para mensurar os resultados e direcionar novas ações com maior efetividade. A estratégia de SEO refere-se a uma técnica de marketing digital que visa atrair clientes mantendo um negócio no topo da lista toda vez que um consumidor potencial pesquisa na Internet uma palavra ou conteúdo relacionado diretamente ao seu campo de atuação. Para que uma organização tenha uma boa classificação nos resultados de pesquisa, ela precisa produzir conteúdo para seu site e seu blog usando as mesmas palavras que são vistas com frequência pelos consumidores. Conforme Ferreira Junior e Avis (2022), o SEO se fundamenta no trabalho dos algoritmos dos buscadores, os quais deliberam quais são os conteúdos mais qualificados para apresentar ante os termos pesquisados. Essa estratégia é, sem 32 dúvida, uma das mais importantes da atualidade, pois qualquer um, quando precisa saber de alguma coisa, vai imediatamente pesquisar no Google ou até mesmo em redes sociais, que são também mecanismos de busca. Então, ser encontrado nessas pesquisas com um bom posicionamento pode ser um fator de diferenciação em relação aos concorrentes. Para ordenar os resultados de busca por relevância, o Google avalia mais de 200 critérios. Se o site estiver dentro do considerado como relevante, terá uma boa posição ao longo do tempo. O foco deve ser sempre fornecer, por meio do site, uma boa experiência ao usuário, para que, consequentemente, os mecanismos de busca também o considerem relevante. Como mencionamos, tudo é sempre sobre pessoas. 4.7 Marketing de conteúdo Divulgar conteúdo na Internet não é disponibilizar informações para um público geral: é uma estratégia, chamada de marketing de conteúdo. É consenso que nada adianta produzir conteúdo, mesmo sendo de qualidade, se eles não forem entregues às pessoas certas, não forem distribuídos em diferentes canais e públicos e não circularem de maneiras distintas. Essa distribuição ocorre em vários momentos, por canais diversos e em formatos distintos. Uma das principais ações de todo internauta é procurar diariamente na Internet soluções para seus problemas, o que, no mundo corporativo, se conhece por “curar a dor” do mercado. Além disso, temos cada vez menos tempo para solucionar problemas pessoais e profissionais. Por isso, se o planejamento da estratégia digital de qualquer negócio for bem pensado e bem elaborado, será capaz de identificar quem é seu real cliente e qual será o problema que o seu produto ou serviço resolve. Nesse momento, entra em cena o chamado “marketing de conteúdo”, o qual gera qualidade nas respostas para os problemas do cliente por meio de conteúdos qualificados e relevantes, criados exatamente para o momento da jornada em que o usuário está. Assim, o marketing de conteúdo é o combustível para o inbound marketing (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). Na concepção de Pulizzi (2016), o marketing de conteúdo: [...] é o processo de marketing e de negócios para a criação e distribuição de conteúdo valioso e convincente para atrair, conquistar e envolver um público- 33 alvo claramente definido e compreendido – com o objetivo de gerar uma ação lucrativa do cliente (PULIZZI, 2016, p. 5). No entanto, é importante que todo o conteúdo produzido atinja um público específico, uma persona que irá engajar e se transformar em um cliente em potencial. Para Peçanha (2020), marketing de conteúdo é uma estratégia focada em engajar seu público-alvo e crescer sua rede de clientes e potenciais clientes através da criação de conteúdo relevante e valioso, que atrai, envolve e gera valor para as pessoas de modo a criar uma percepção positiva da marca divulgada e, assim, gerar mais negócios (PEÇANHA, 2020). Conforme Ferreira Junior e Avis (2022), um conteúdo bem feito tem o poder de atrair, converter e encantar o cliente, tornando-o um forte consumidor de tudo que for produzido pela marca. Esse conteúdo pode variar: de textos com conteúdo relevante a vídeos com o mesmo objetivo. Trata-se ainda de um conceito novo, mas que vem se tornando muito popular entre as estratégias de marketing digital. Os profissionais precisam pensar em formas por meio das quais seus conteúdos possam se sobressair em meio à variedade existente na internet. Existem diversas outras maneiras e possibilidades de trabalhar as estratégias digitais para os negócios. Entretanto, existe uma estratégia que não foi elencada neste tema e que merece uma atenção especial: o inbound marketing. 4.8 Inbound marketing Segundo Ferreira Junior e Avis (2022), diariamente recebemos muitas informações, através das mais variadas mídias, como publicidade na Internet, comerciais de televisão, outdoors, rádio ou até mesmo panfletagem nas ruas. Esse é o tipo de comunicação que pode ser considerado mais invasivo, em tempos nos quais vamos em direção ao fim da era da interrupção da experiência. Vale ressaltar, antes de adentrar no inbound marketing, que o outbound marketing é aquele que interrompe a programação e força o consumidor a prestar atenção na mensagem. Tal prática, que ainda funciona em alguns segmentos, está perdendo espaço para técnicas que não interrompem o indivíduo, mas atraem sua atenção. Foi assim, com o crescimento da internet e a evolução das estratégias digitais que surgiu o inbound marketing, focado na atração e no relacionamento com 34 o cliente, gerando conteúdos relevantes para cada perfil de público, o que torna a experiência mais agradável e a convivência entre marca e cliente mais atrativa, próxima e relevante. Dentro do contexto de marketing, precisamos considerar que todas essas estratégias estão vinculadas à ação de vendas, concorda? Assim, nada melhor que chamar a atenção do cliente ou prospect no momento de exposição da marca. O outbound é baseado em orçamento e repetição, o que gera alto custo fixo, além de interromper a atividade da pessoa para ter a devida atenção. É notório que o público está cada vez mais avesso às chamadas interrupções, portanto, essa não é mais uma das melhores estratégias. É importante mencionar que o outbound marketing não é apenas relacionado às mídias digitais, mas a qualquer tipo de mídia que interfira na experiência do usuário e traga propaganda de forma direta, como os anúncios no YouTube, por exemplo. Não é melhor nem pior que o inbound, mas possui características diferentes, e é preciso pensar estrategicamente no uso de cada uma delas, ainda que ambas sejam usadas de forma simultânea. O inbound marketing é uma técnica que apresenta um baixo custo de aquisição do cliente, principalmente por conta do poder de segmentação (divisão e seleção) que a internet proporciona. O talento e a criatividade dos profissionais podem gerar campanhas sensacionais, as quais demandam pouco esforço braçal, já que as ferramentas de automação (quando bem configuradas) conseguem executar as estratégias determinadas no momento propício, ganhando uma atenção orgânica praticamente sem nenhuma interrupção. Para entender melhor o processo do inbound marketing, é importante conhecer as etapas pelas quais o consumidor passa para se tornar cliente de uma marca. Essas etapas constituem o funil de vendas (Figura 2). Figura 2 – Funil de vendas do inbound marketing 35 Fonte: Marques (2020). 4.9 Funil de vendas O funil de vendas também conhecidocomo funil de conversão, se refere ao trajeto do consumidor desde o seu primeiro contato com o produto ou serviço até o fechamento da venda, não sendo uma novidade dentro do marketing. No marketing digital ou marketing de conteúdo, ele ganha uma nova dimensão e passa a ser essencial para qualquer estratégia na internet. Trata-se de uma metáfora para mostrar que, do grande volume de pessoas que acessam o conteúdo produzido, apenas uma pequena parcela percorrerá todo o percurso e comprará o produto ou serviço. Segundo Castro (2016), trata-se de um modelo estratégico que mostra cada etapa seguida pelo consumidor até o fechamento da compra. No funil é ilustrado cada parte da venda, desde o primeiro contato com a organização à busca feita pelo consumidor sobre o produto e o mercado que o comercializa, até a ação da própria compra. Existem camadas no funil de vendas. Ele não é um processo homogêneo, mas ocorre por vários estágios. Para torna-lo eficaz, é preciso pensar em conteúdo específicos para cada uma de suas etapas, pois elas representam estágios diferentes no processo de venda. 36 4.9.1 Atração de visitantes Para Ferreira Junior e Avis (2022), este é o momento de conquistar o interesse dos usuários com um conteúdo relevante e de qualidade. Para isso, é fundamental estruturar um site institucional amigável e de fácil usabilidade e navegabilidade, otimizado com técnicas de SEO, ou mesmo um blog que forneça conteúdos com regularidade. Outras estratégias que podem auxiliar nesse processo são a disponibilização de e-books ou vídeos informativos sobre o conteúdo principal do produto, campanhas de mídia paga com palavras-chave bem escolhidas e pertinentes à segmentação do público-alvo ou, ainda, eventos ao vivo, como lives (transmissões ao vivo) e webinars (seminários realizados via internet). Segundo Lipinski (2018), os e-books são utilizados pelas organizações em suas estratégias de gratificação, porque tem a facilidade de conexão com o público alvo. Nesse sentido, Souza (2020) acrescentou que eles têm sido utilizados pelas empresas de várias formas, com inúmeros oferecendo dicas de como alcançar um resultado, explicando soluções para problemas, analisando estudos de caso, entre outros. Nesse sentido, as organizações os oferecem em suas estratégias de gratificação, pois estes permitem construir um excelente conteúdo que consegue facilmente se conectar com seu público com base em seu estágio específico no processo de decisão do consumidor. A técnica do e-book é mais que um simples post de blog, além de poder focar em um tema específico de interesse do público-alvo. Para facilitar o download, eles devem ser disponibilizados gratuitamente por meio de uma landing page capaz de acelerar a aquisição de contato do usuário e direcioná-lo para o funil de compra. Ao estabelecer parcerias com outras marcas que não competem entre si e estão relacionadas às operações da empresa, é possível construir e-books com parceiros e divulgar produtos por meio de dois canais distintos (um para cada empresa) mediante o somatório das forças de venda, à medida que as pessoas leem menos, a produção de conteúdo de áudio e vídeo atrai mais consumidores on-line. Outra estratégia usada é conhecida como webinar, segundo Ponte et al. (2020, p.4) o termo “originado da abreviação do inglês web-based seminar é uma ferramenta para compartilhamento de informações e conhecimentos de forma online, através de uma transmissão ao vivo”. 37 Percebe-se que a proposta de produção de conteúdo é equivalente à do podcast, o que diferencia um do outro é que na estratégia de webinar, a empresa faz uma transmissão ao vivo de um determinado vídeo, o que traz maior valor para a empresa, pois permite interação e aproximação com o público-alvo. As empresas que utilizam ferramentas de webinar devem lembrar que, por se tratar de uma transmissão ao vivo, devem planejar e preparar tudo para evitar erros, o que exige um bom roteiro e uma conexão de internet confiável. Já o podcast, inicialmente era apenas uma lista de músicas favoritas que alguém compartilhava com o público. Atualmente, as empresas têm utilizado a estratégia para abordar um tema específico ou dar notícias e entrevistas sobre seus produtos e serviços. Portanto, nota-se que é viável criar podcast que explore os temas ligados ao negócio, levando em consideração as objeções, as dúvidas, os interesses, as necessidades e os desejos do público ouvinte, a fim de motivar os novos consumidores a se tornarem compradores. 4.9.2 Geração de leads Uma vez atraído para o conteúdo da página, o usuário precisa ser transformado em um lead (visitante que se interessou pelo produto e que possui algum interesse de compra). Para isso, podem ser usadas táticas como a adoção de cadastro em formulários como meio para receber algum conteúdo em troca, o que ocorre geralmente por meio de landing pages, páginas com objetivos diretos de geração de leads. Há também os chamados call to actions (botões estrategicamente colocados com chamadas para ações) para atrair a atenção do usuário e incentivá-lo fazer o cadastro. Estratégias seguintes de e-mail marketing e relacionamento via WhatsApp são ótimas sugestões (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). 4.9.3 Conversão e retenção No universo digital, as vendas estão relacionadas à conversão dos leads (o consumidor que demonstrou interesse em consumir o produto ou serviço). Nesse aspecto, é importante frisar a necessidade de se ter um bom sistema de CRM Customer Relationship Management (Gestão de Relacionamento com cliente) para 38 gerenciar os relacionamentos e as trocas de mensagens, incluindo até atendimento off-line a fim de assegurar a conversão no momento de decisão do consumidor. A parte mais difícil é fidelizar e encantar o cliente para que ele continue voltando a comprar, tornando-se divulgador da marca. Sob essa perspectiva, oferecer um bom atendimento pós-vendas é essencial, aliado a uma pesquisa de satisfação para identificar novas soluções que possam ser adotadas pela empresa. Deve-se pensar que o pós-venda nada mais é que uma pré-próxima venda, seja do mesmo comprador, seja da pessoa a quem este indicar o produto, por meio do famoso marketing de indicação e do marketing de influência (FERREIRA JUNIOR; AVIS, 2022). 4.10 Inbound marketing aplicado às redes sociais O inbound marketing é definido como o conjunto de estratégias de atração e relacionamento com o cliente. Pode ser usado especificamente dentro das redes sociais, mas alguns ajustes técnicos são necessários para que esteja adaptado ao planejamento digital. 4.10.1 Conteúdo Um dos principais fatores no planejamento de marketing digital é desenvolver conteúdos relevantes como forma de obter relacionamento. Considere que os locais de produção desses materiais não são apenas as redes sociais, mas sim o site ou o blog da empresa. As redes sociais são, assim, administradoras da distribuição dos conteúdos na rede, onde a criatividade ajuda a produzir textos interessantes, que também podem ter chamadas para a ação, para que o usuário cumpra com algum objetivo determinado. Se o objetivo do conteúdo é atrair mais envolvimento, a chamada para a ação precisa incentivar os usuários a se envolverem. Nem todo post é compartilhável, comentável, entre outros. Não basta escrever frases como: inscreva-se no canal; mande para um amigo; marque um amigo aqui embaixo; ative o sininho; comente sua opinião; clique no card; siga-nos nas outras redes sociais. Os usuários vão se inscrever em seu canal se o conteúdo for bom e fizer sentido para ele. 39 Uma chamada para ação pode ajudar, mas, se for usada de forma errada, atrapalhará mais que auxiliará, com esse tipo de técnica, deve-se escrever conteúdos com maiores chances de tocar o consumidor. Lembramos apenas