Buscar

Arquitetura e Sociedade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 232 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 232 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 232 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROFESSORA
Me. Gabrielle Prado Jorge Yamazaki
Arquitetura 
e Sociedade
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8991
FICHA CATALOGRÁFICA
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. YAMAZAKI, Gabrielle Prado Jorge.
Arquitetura e Sociedade. 
Gabrielle Prado Jorge Yamazaki.
Maringá - PR.: Unicesumar, 2021. 
232 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Arquitetura 2. Sociedade 3. Projeto. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed. 720 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-65-5615-484-8
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar
Diretoria de Design Educacional
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
 
 
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
DIREÇÃO UNICESUMAR
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria 
de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Graduação Marcia de Souza Head 
de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Tecnologia e Planejamento Educacional Tania C. Yoshie Fukushima 
Head de Recursos Digitais e Multimídias Franklin Portela Correia Gerência de Planejamento e Design Educacional Jislaine Cristina 
da Silva Gerência de Produção Digital Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Recursos Educacionais Digitais Daniel Fuverki Hey 
Supervisora de Design Educacional e Curadoria Yasminn T. Tavares Zagonel Supervisora de Produção Digital Daniele Correia
Coordenador de Conteúdo Flávio Augusto Carraro Designer Educacional Jociane Karise Benedett Revisão Textual 
Nagela Neves da Costa; Carla C. Farinha; Cindy M. Okamoto Luca Editoração Arthur Cantareli Silva; Lucas Pinna Silveira 
Lima Ilustração Bruno Cesar Pardinho Fotos Shutterstock. 
Tudo isso para honrarmos a 
nossa missão, que é promover 
a educação de qualidade nas 
diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o 
desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
A UniCesumar celebra os seus 30 anos de 
história avançando a cada dia. Agora, enquanto 
Universidade, ampliamos a nossa autonomia 
e trabalhamos diariamente para que nossa 
educação à distância continue como uma das 
melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro 
pilares que consolidam a visão abrangente do 
que é o conhecimento para nós: o intelectual, o 
profissional, o emocional e o espiritual.
A nossa missão é a de “Promover a educação de 
qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam 
para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar 
tem um gênio importante para o cumprimento 
integral desta missão: o coletivo. São os nossos 
professores e equipe que produzem a cada dia 
uma inovação, uma transformação na forma 
de pensar e de aprender. É assim que fazemos 
juntos um novo conhecimento diariamente.
São mais de 800 títulos de livros didáticos 
como este produzidos anualmente, com a 
distribuição de mais de 2 milhões de exemplares 
gratuitamente para nossos acadêmicos. Estamos 
presentes em mais de 700 polos EAD e cinco 
campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa 
e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 
maiores grupos educacionais do país.
Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima 
história da jornada do conhecimento. Mário 
Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, 
quem muda o mundo são as pessoas. Os 
livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à 
oportunidade de fazer a sua mudança! 
Aqui você pode 
conhecer um 
pouco mais sobre 
mim, além das 
informações do 
meu currículo.
Gabrielle Prado Jorge Yamazaki
Oi, meu nome é Gabrielle, mas todos me chamam de Gabi, 
isso porque grande parte das pessoas me confundem com 
Gabriela, mas meu nome tem dois “L” e “E”, então, prefiro 
que seja Gabi! Sou arquiteta e urbanista, apaixonada pela 
minha profissão e, quando criança, falava para os meus pais 
que eu teria uma profissão que me proporcionasse melho-
rar a qualidade das cidades, pois era inconformada em ver 
o “descaso” com elas. Então, foi aí que tudo começou! Eu me 
formei em Arquitetura e Urbanismo, mas, ainda, que atuasse 
na área (com escritório de arquitetura e interiores), parecia 
que faltava algo. Em toda minha vida, tive a referência da 
minha avó paterna, que era professora; por isso, busquei 
conhecer essa profissão, e me apaixonei. Hoje, sou docente, 
empresária, esposa e mãe de um menino lindo, que me ensina 
diariamente o quão importante é pensar nas pessoas e nos 
espaços que elas vivenciam, em busca de promover bem-es-
tar e qualidade de vida a elas. Ah! Sem deixar de pensar no 
meio ambiente e na natureza, os quais nos fazem vivenciar 
momentos importantes em nossa vida!
�https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9874
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite 
este momento.
PENSANDO JUNTOS
EU INDICO
Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre 
os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo 
Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os 
recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das 
possibilidades de interação de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode 
sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do 
assunto discutido, de forma mais objetiva.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
ARQUITETURA E SOCIEDADE
Suponhamos que você, enquanto arquiteto(a) e urbanista, foi convidado(a) para pa-
lestrar em um congresso importante na área; o tema é Arquitetura e Urbanismo e sua 
importância para a sociedade. Durante a preparação do seu roteiro, você reflete sobre 
correlações da disciplina ao ambiente construído e o quanto a sociedade tem de res-
ponsabilidade sobre o espaço físico, além de compreender os elementos que interferem 
na qualidade de vida da sociedade, diariamente. Como você poderia explicar a nossa 
responsabilidade, enquanto catalisadores e formadores do espaço?
Sabemos que o arquiteto e urbanista tem como responsabilidade a formação dos 
espaços construídos; por isso, é importante que as edificações dos espaços urbanos 
sejam pensadas, uma vez que temos a responsabilidade de formatar as paisagens que 
compõem as cidades e, consequentemente, a responsabilidade sobre a qualidade de 
vida da sociedade. Isso porque o ambiente vivenciado propõe condições efetivas sobre 
o bem-estar e conforto dos usuários.
Deste modo, convido você a olhar para a sua cidade, em espacial, o seu bairro; de-
pois, analisar a qualidade das construções, as soluções arquitetônicas das edificações 
e, também, verificar os elementos urbanos, como os passeios públicos, ciclovias, sanea-
mento, áreas de lazer. Não deixe de observar as edificações, as soluções adotadas para 
os ambientes construídos etc. Estes elementos atendem às demandasda sociedade? 
É perceptível a intervenção dos profissionais arquitetos e urbanistas nestes espaços?
Neste panorama, qual deve ser a nossa conduta, enquanto profissionais formado-
res de espaço? Existem orientações e técnicas que devem ser cumpridas a fim de criar 
estes espaços com qualidade? Quais são os requisitos da sociedade, de modo geral, 
que devemos atender?
Para isso, é importante que reconheçamos alguns parâmetros essenciais que possi-
bilitam o estudo da Arquitetura e Sociedade. Na Unidade 1, faremos uma breve intro-
dução à disciplina de Arquitetura e Urbanismo, buscando compreender os conceitos 
iniciais que nos respaldam, durante todo o nosso estudo. Desse modo, pensamos em: 
o que é Arquitetura e Urbanismo? O que é Projeto? Quais são os elementos essenciais 
para a nossa produção profissional?
Na Unidade 2, estudaremos o Ambiente Construído. Nas primeiras discussões, con-
ceituaremos o termo; compreenderemos as escalas de atuação e, depois, destacaremos 
a importância da associação entre a Arquitetura e a Psicologia, trazendo a Psicologia 
Ambiental e seus parâmetros como elemento de reflexão espacial.
Na Unidade 3, daremos sequência à discussão do Ambiente Construído, mas, agora, 
sob a ótica do usuário, pensando na relação estabelecida entre pessoa e ambiente, o 
quanto os ambientes são reflexos desta interação dinâmica e como ele interfere no 
comportamento do usuário. 
Nas Unidades 4 e 5, discutiremos o Espaço Urbano e as Edificações sob o olhar da 
qualidade, buscando compreender o que é a “qualidade” e formas de reconhecê-la den-
tro dos ambientes construídos, em suas diferentes escalas. Buscamos, assim, observar 
a promoção de espaços que garantam as qualidades estética e técnica.
Ao chegar na Unidade 6, compreenderemos o conceito e a abordagem da Sociedade. 
Até o momento, a nossa conversa direcionou-se à Arquitetura e suas particularidades, 
ainda que sempre relacionada ao usuário e à sociedade, mas é preciso que tenhamos 
a ciência do que é este conceito e como formata-se esse fenômeno. Para tanto, nos 
dedicaremos ao estudo conceitual da sociedade.
Nas Unidades 7 e 8, estudaremos as questões sociais e ambientais no Brasil e re-
fletiremos sobre o panorama brasileiro. Desse modo, discutiremos a relação do am-
biente sob estas duas abordagens, sociais e ambientais, compreendendo as maiores 
problematizações que encontramos e as políticas sociais que atuam nestas questões.
E, por fim, na nossa última unidade, falaremos sobre a formação e a profissão do 
arquiteto e urbanista, buscando apresentar as particularidades da nossa profissão e 
detalhes práticos que possam auxiliar o reconhecimento da nossa responsabilidade 
diante da sociedade. 
Em suma, a intenção é que conheçamos o ambiente construído e o espaço urbano, 
além de compreender o contexto social e ambiental do Brasil, buscando a correlação 
da sociedade e do ambiente construído bem como a importância da arquitetura e do 
urbanismo no atendimento da qualidade. Dessa forma, você terá um panorama prático 
profissional e poderá utilizá-lo, durante a sua carreira.
Convido, então, você, enquanto arquiteto e urbanista, para esta tarefa de palestrar 
a respeito da nossa responsabilidade profissional; refletir sobre as questões discutidas 
e, por fim, trazer para nossa realidade as condições, buscando sempre cumprir o papel 
de profissional responsável pela formação de ambientes construídos com qualidade, 
fortalecendo a relação com os usuários, ou seja, a sociedade. Vamos nessa!
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
43
5
11
53
31
71
ARQUITETURA E 
URBANISMO: UMA 
BREVE INTRODUÇÃO
6 113
SOCIEDADE: 
DISCUSSÕES 
IMPORTANTES
O AMBIENTE 
CONSTRUÍDO SOB A 
ÓTICA DO USUÁRIO
AMBIENTE 
CONSTRUÍDO: 
DISCUSSÕES 
INICIAIS
A QUALIDADE DO 
ESPAÇO URBANO
A QUALIDADE 
DAS EDIFICAÇÕES
95
7 135 8 165
AS POLÍTICAS 
AMBIENTAIS NO 
BRASIL
AS QUESTÕES 
SOCIAIS NO BRASIL
9 183
A FORMAÇÃO E 
A PROFISSÃO DO 
ARQUITETO E 
URBANISTA
1
Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Arquitetura e Sociedade! 
O nosso objetivo é auxiliar na sua compreensão teórica e crítica sobre 
as analogias contemporâneas da arquitetura, do espaço e da sociedade, 
além de debater as teorias sobre o espaço social e urbano, sem deixar, 
de lado, a apreciação da realidade brasileira e a sua arquitetura. Ou seja, 
o nosso objetivo é inserir o profissional arquiteto e urbanista e a sua 
produção na sociedade e, consequentemente, a nossa responsabilidade 
enquanto profissionais formadores do espaço. A intenção é apresentar 
a essência e os princípios que envolvem a nossa atividade profissional e 
compreender a complexidade e a importância de tais atividades. Nesta 
primeira unidade, Unidade 1, trataremos da Arquitetura e Urbanismo: 
uma breve introdução, na qual você aprofundará seus conhecimentos 
sobre as disciplinas de arquitetura e urbanismo bem como os conceitos 
correlacionados com esta temática. Ademais, buscaremos relacionar os 
principais aspectos que envolvem o projeto e a metodologia projetual.
Arquitetura e 
Urbanismo: Uma 
Breve Introdução
Me. Gabrielle Prado Jorge Yamazaki
12
UNICESUMAR
Vamos lá! Para que possamos compreender o contexto em que estamos inserindo a nossa discussão, 
é preciso destacar dois pontos principais: o primeiro é que a arquitetura reflete valores e expressa gos-
tos e aspirações da sociedade como um todo, e o segundo é que o urbanismo vê e se ocupa em como 
organizar e planejar o espaço urbano de modo racional e humano. Ainda que estas ciências atuem 
com duas dimensões principais: a sociedade, o lugar e o tempo, há divergências entre os estudiosos 
quanto ao surgimento destas disciplinas; desta forma, você arriscaria dizer qual é o marco de início 
da arquitetura e do urbanismo como disciplinas essenciais à sociedade?
Arquitetura é habitualmente considerada como um ofício, arte ou técnica de organizar os espaços e 
criar ambientes em busca de hospedar as diferentes atividades, necessidades e expectativas dos usuários, 
objetivando a qualidade estética destes espaços. De tal modo, é perceptível que esta disciplina atua e 
acompanha o desenvolvimento da sociedade seja por meio dos espaços internos ou pelo espaço urbano. 
A arquitetura, que, por vezes, está associada à pintura, à escultura, à música e à literatura, sempre esteve, 
em sua essência, na organização dos espaços, levando em consideração a relação com o homem e suas 
atividades, além de ser definida pelo ambiente socionatural em que acontece.
Para a sociedade contemporânea, a principal tarefa dos profissionais arquitetos e urbanistas é o 
ordenamento espacial, se, lá no início das discussões sobre a arquitetura, falava-se sobre a preocupação 
com as construção dos espaços, apenas, para suprir a necessidade da habitação e da sobrevivência, 
atualmente, conseguimos perceber que envolve critérios e preocupações ainda maiores, ou seja, falamos 
de uma arquitetura acessível que traduz a preocupação com o espaço urbano e que envolve condições 
mais amplas e abrangentes devido à preocupação com a qualidade do que produzimos e o reflexo que 
resultará no espaço urbano.
Falar do início da arquitetura e do urbanismo é, essencialmente, tratar das variáveis essenciais: o 
espaço e o tempo, que são base de partida da história. Desta forma, compreende-se que a arquitetura 
tem sido discutida há muito tempo e se trata de um agente de desenvolvimento e transformações do 
espaço; é uma disciplina que decorre de muitos “saberes” relacionados à teoria e à prática da arquitetura 
é uma das ciências mais antigas dentro da sociedade.
Quer saber como é simples reconhecer a arquitetura no nosso dia a dia? Neste momento, você está 
realizando a leitura do material didático da nossa disciplina em um ambiente, independentemente 
de qual seja ele, olhe a sua volta, observe os elementos que o compõe, liste-os mentalmente, avalie as 
suas particularidades, a sua forma, as suas cores e as texturas bem como atente-se às questões técnicas 
as quais inseriramestes elementos neste ambiente. Agora, feche os olhos, perceba e sinta este espaço, 
permita-se experimentá-lo... agora, pense: quais sentimentos surtiram em você neste espaço? 
Podemos listar inúmeras decisões inerentes à produção do espaço, e, além do reconhecimento des-
tes elementos, é essencial que você faça uma breve reflexão acerca do quanto este ambiente impacta a 
vida das pessoas que o utilizam. Este ambiente atende às necessidades dos usuários? Possui soluções 
adequadas e integradas? Há modos de promover melhorias para este ambiente? Faça as suas anotações 
no #Diário de Bordo#. 
13
UNIDADE 1
Figura 1 - Ambiente corporativo
Descrição da Imagem: a Figura 1 apresenta um ambiente corporativo com estilo industrial, aparentemente, desti-
nado às atividades de escritórios. O espaço é composto por materiais de acabamentos, como tijolos aparentes nas 
paredes ao fundo, forro com pequenos arcos revestidos em madeira clara e piso vinílico em tons escuros. Quanto 
aos mobiliários, utilizou-se estações móveis de trabalho com bases metálicas e tampos em madeira, cadeiras mó-
veis e mobiliário de apoio ao fundo na cor preta para armazenagem de materiais; por fim, observa-se a presença 
da vegetação natural no ambiente. Destaca-se, ainda, grandes janelas promovendo iluminação natural em todo 
o ambiente, além de pendentes estrategicamente posicionados demarcando as áreas de trabalho. Observa-se a 
dominância das cores preta, laranja e branca. 
Vamos tentar juntos? Imagine que 
seja este o seu escritório de arqui-
tetura (veja a Figura 1, a seguir) e 
que você, diariamente, passa seis 
horas por dia neste espaço. Qual 
é a sensação que este ambiente 
proporciona a você? O que você 
percebe neste espaço? O que 
qualifica e desqualifica esse es-
paço para você?
14
UNICESUMAR
Nesta discussão é importante pensar sobre alguns pontos-chave, vejamos:
• A primeira questão a ser avaliada refere-se ao propósito do projeto e/ou do ambiente, em que 
visamos entender a essência do espaço, ou seja, qual é a identidade do espaço? O que se inten-
ciona comunicar ao usuário?
• A segunda questão refere-se à relação do espaço e o homem, ou seja, a área destinada às ativi-
dades a serem desenvolvidas em tal ambiente atende aos requisitos mínimos de funcionalidade 
e ergonomia? O leiaute é adequado? Ele atende aos critérios de acessibilidade? Por exemplo, o 
dimensionamento das bancadas de trabalho é coerente com as atividades desenvolvidas? A área 
de afastamento das cadeiras é coerente? Há circulações adequadas à quantidade de usuários 
que ocupam o ambiente?
• Por fim, os materiais aplicados acompanham a função do espaço quanto à diversidade dos 
usuários? Eles atendem ao tráfego? A limpeza, as texturas e as cores auxiliam a comunicação e 
a compreensão do espaço? Há conforto no ambiente? 
Ou seja, sob a ótica profissional, é preciso que tenhamos um olhar pautado nas soluções técnicas e 
estéticas, as quais buscam pelo entendimento do comportamento e dos anseios dos usuários, objeti-
vando a criação de espaços funcionais e estéticamente agradáveis.
É possível reconhecer que a Figura 1 se trata de um ambiente corporativo e que, possivelmente, 
atende às demandas de um escritório de arquitetura, e isto pode ser assegurado, devido à identidade 
estabelecida no lugar. Além disso, é possível definir o espaço como criativo e inovador, consideran-
do, inicialmente, a definição do leiaute, a sua organização centralizada na integração das estações de 
trabalho e a ausência de separação e/ou segmentação das áreas de trabalho por meio de divisórias.
Ainda em relação à Figura 1, destacam-se os materiais especificados, que valorizam o sensorial, 
por meio das texturas, como os tijolos aparentes, a paginação do piso vinílico e o uso dos metais nos 
mobiliários, isto é, as características primordiais do estilo industrial, que são reforçadas pela definição 
de iluminação natural e o design de mobiliários adequados. Direcionando a discussão aos critérios que 
envolvem a relação do espaço e do homem, é perceptível que o ambiente considerou o dimensionamento 
adequado das áreas de trabalho, de modo a orientar as circulações e priorizar a funcionalidade do espaço. 
A experiência que realizamos teve como objetivo apresentar a você um conceito recentemente 
discutido, no entanto essencial à arquitetura e ao urbanismo, que se refere às experiências dos usuários 
nos espaços, que possuem compreensões diferentes em relação ao ambiente construído. Para isso, é 
importante que conheçamos a respeito da experiência do usuário, em inglês, user experience (UX), que 
concentra a sua discussão na relação no comportamento do usuário em relação ao ambiente construído. 
Os estudiosos defendem a vertente de que o comportamento humano, em relação ao ambiente, 
depende de valores subjetivos, como as experiências já vividas e os valores culturais aos quais estão 
inseridos, e, com isso, o atribui significados particulares, buscando a interpretação da realidade. Sendo 
assim, pode-se afirmar que a realidade de cada um é única (BESTETTI, 2004).
Bestetti (2004) coloca que é comumente adotado pelos estudiosos que o comportamento humano 
frente ao ambiente físico, depende de valores subjetivos como por exemplo, as experiências vividas, 
15
UNIDADE 1
Para compreender a arquitetura enquanto ciência, destaca-se o arquiteto Marcus Vitruvius 
Pollio, conhecido como Vitrúvio, que viveu no século I a.C. e ficou conhecido pelo Tratado da 
Arquitetura, única obra teórica de arquitetura publicada (HINTZEN-BOHLEN; SORGES, 2006). 
Este tratado é organizado em dez livros, divididos em capítulos dedicados a matérias especí-
ficas que permeiam entre as considerações sobre os requisitos necessários ao arquiteto e à 
arquitetura, como os materiais utilizados, as proporções e as comparações com a do corpo 
humano, as ordens da arquitetura, entre outros.
Fonte: adaptado de Hintzen-Bohlen e Sorges (2006).
os valores culturais, entre outros, e com isso, cada usuário atribui significados particulares ao espaço, 
buscando a sua interpretação particular da realidade. 
Para a arquitetura, discute-se a respeito da experiência do usuário a experiência do usuário é dis-
cutida a partir da percepção, ação, motivação e cognição associada ao lugar, ao tempo, às pessoas e 
aos objetos (HASSENZAHL; TRACTINSKY, 2006). Assim, compreende-se que a experiência surge 
da influência mútua de diferentes sistemas, tratando-se, portanto, de um fenômeno pessoal e indivi-
dual de percepções e respostas que emergem quando se interage com um produto (OLSSON, 2013). 
Okamoto (2002), em concordância, defende que esta subjetividade é inerente aos sentidos internos, às 
motivações pessoais e à interpretação de fatos que dão origem às ações externas; e, por saber que cada 
ação é precedida de um pensamento consciente ou inconsciente, o desafio do profissional arquiteto é 
compreender a origem dessas atitudes, a qual modela o comportamento dos usuários.
Neste trajeto, atuar no design centrado no ser humano, como o campo de user experience (UX), é 
trazer o usuário para dentro do processo, isto é, inserir, justamente as pessoas dentro disso, é justamente 
inserir as pessoas que fazem uso de um produto ou serviço. Um profissional que prioriza UX será, assim, 
precisamente, aquele que irá alinhar, refinar e reconciliar objetivos de negócios de acordo com o que o 
usuário precisa. Após esta reflexão, é possível compreender que a arquitetura é uma disciplina complexa 
e multifacetada, que exige conhecimentos técnicos e estéticos a serem aplicados em suas produções, 
além de considerar as questões subjetivas que envolvem os espaços e quem se relaciona com eles. 
A arquitetura é uma ciência baseada no conhecimento e ela está relacionada à construção física e 
ao emprego dos conhecimentos sobre o comportamento, a percepção e a cultura para criar espaços 
que dêem suporte aos usuários e, desta forma, ela se associa às ciências sociais. Assim, a arquitetura é 
a mais conservadora das arteshumanas, e as suas mudanças têm sido motivadas pelos usuários. 
De acordo com Colin (2002), a palavra arquitetura tem origem grega, em que tecton significa 
construtor ou carpinteiro e arkhi tem seu significado associado à superioridade. O autor destaca ainda 
que Vitrúvio, nomeado o primeiro arquiteto, define arquitetura como “significado e significante”, em 
que o significado é o tema (do que se fala), trata-se da forma, e o significante é uma demonstração 
desenvolvida com argumentos científicos, trata-se do conceito, ou seja, é a interação entre a forma e o 
conteúdo, considerando o lado experimental versus o lado conceitual. 
16
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: a Figura 2 mostra um triângulo equilátero representando o Triângulo de Vitrúvio. Nas três 
vértices desse triângulo, há círculos que representam os três pontos que compõem a arquitetura, ou seja, cada uma 
dessas vértices aponta os três princípios básicos, que, quando integrados, produzem uma arquitetura eficiente. O 
primeiro princípio (vértice superior) é definido pelas utilitas, que se refere ao componente funcional (uso); o segundo 
(vértice inferior à esquerda) é definido pelas firmitas, que se refere ao componente técnico (matéria); e, por fim, o 
terceiro princípio (vértice inferior à direita) é definido pelas venustas, que se refere ao componente estético (beleza).
Figura 2 - Triângulo de Vitrúvio / Fonte: a autora.
Vitrúvio, ainda, deixou seu legado: apresentou um modo de compreender a arquitetura a partir 
de três princípios básicos: as firmitas, referente à solidez, a utilitas, referente à funcionalidade, e as 
venustas, referente à beleza. 
Neste contexto, Marques (2012, p. 5-6) aponta as principais características apresentadas pelo arquiteto:
• Utilitas: a palavra função deriva do latim functio/functionis. Todo o espaço arquitetônico destina-se a determinado 
fim, sem o qual não tem necessidade de existir. 
• Firmitas: a sua origem encontra-se no termo grego teknné, que significa “arte ou maneira de agir”. A técnica defi-
ne-se como o conjunto de regras ou procedimentos para se fazer algo com determinada finalidade. 
• Venustas: a estética provém da palavra grega aisthesis, que significa percepção sensorial, mas cuja definição pode 
ser ampliada como a da ciência das aparências perceptíveis, da sua percepção pelos homens e da sua importância 
para estes como parte do sistema sociocultural.
17
UNIDADE 1
Descrição da Imagem:a Figura 3 apresenta um círculo com um quadrado e a figuração de um homem com os braços 
e pernas abertas, representando o Homem Vitruviano, definido por Leonardo da Vinci, que ao relacionar o corpo 
humano à proporcionalidade e ao nível de perfeição das formas, apontou as proporções ideais, segundo o modelo 
clássico. Na imagem, há a sobreposição de imagens de um homem nu, em quatro posições diferentes, em que se 
observa os braços em duas posições: na primeira, eles estão dispostos em ângulos de 90 graus e, na segunda, estão 
mais deslocados mais acima da cabeça. Quanto às pernas, observa-se que elas estão abertas e fechadas, com um pé 
apresentado frontalmente e outro lateralizado. 
Figura 3 - O homem de Vitrúvio
A arquitetura, ainda que permeie por caminhos artísticos, é uma ciência que engloba con-
dições técnicas. Neste panorama, é importante que saibamos reconhecer o processo que é 
estabelecido nesta disciplina, ou seja, é importante que reconheçamos o que é o projeto, a 
sua metodologia e as demais particularidades inerentes a nossa produção. 
Além disso, também, fala-se sobre a experiência de vida adquirida na própria natureza: o bom co-
nhecimento da natureza é a base do conhecimento e da orientação para a elaboração de espaços mais 
saudáveis e, para isso, é necessário compreender os comportamentos dos animais e dos vegetais locais. 
E, por fim, é importante reconhecer que a medida de todas as coisas estará associada ao corpo humano 
— quando falamos, então, da escala e do número da harmonia (KONG, 2009).
18
UNICESUMAR
Ao falarmos da representação e da comunicação de ideias, entraremos no campo 
do projeto e o ato de projetar; inicialmente, conheceremos a definição de “projeto”. 
Segundo a NBR 13.531, o termo refere-se à “determinação e representação prévia do 
objeto (urbanização, edificação, elemento da edificação, instalação predial, compo-
nente construtivo, material para construção) mediante o concurso dos princípios e 
das técnicas próprias da arquitetura e engenharia” (ABNT, 1995, p. 2).
Melhado (1994) apresenta algumas definições para a palavra projeto, referindo-se 
ao termo, basicamente, como procedimento ou prática de projetar. O autor descreve, 
ainda, que o projeto de edificações deve incorporar a visão de produto, ou seja, a 
forma, as funções e o processo de produção dele.
 “
[...] propôs-se o conceito de projeto como uma atividade ou serviço 
integrante do processo de construção, responsável pelo desenvolvi-
mento, organização, registro e transmissão das características físicas 
e tecnológicas especificadas para uma obra, a serem consideradas na 
fase de execução. Dentro da mesma orientação, definiu-se projeto 
para produção: conjunto de elementos de projeto elaborados de 
forma simultânea ao detalhamento do projeto executivo, para uti-
lização no âmbito das atividades de produção em obra, contendo as 
definições de: disposição e sequência das atividades de obra e frentes 
de serviço; uso de equipamentos; arranjo e evolução do canteiro; 
dentre outros itens vinculados às características e recursos próprios 
da empresa construtora (MELHADO, 1994, p. 8).
Falar sobre o projeto e seu processo, Kowaltowski et al. (2006) destacam que os mé-
todos de projetos arquitetônicos possuem grande complexidade por se tratarem de 
uma área intermediária entre a ciência e a arte, além de abrangerem um panorama 
técnico de sistema de avaliação de desempenho das edificações e dos indicadores de 
qualidade de projetos, entre outros. Portanto, ressalta-se a inexistência de métodos 
rígidos e universais entre os profissionais, mesmo que existam procedimentos que 
são, comumente, adotados por eles.
As relevâncias das discussões das metodologias de concepção de projetos de 
arquitetura, na indústria da construção civil, são derivadas de parte substantiva dos 
problemas de edificações, devido a falhas na etapa de elaboração de projeto. Desta 
forma, é possível compreender que os projetos têm papel fundamental no atendimento 
dos requisitos de qualidade dos produtos construídos e na edificação dos sistemas 
de produção (FABRÍCIO, 2002). 
19
UNIDADE 1
Ainda que se fale da arquitetura como uma ciência antiga, que podemos datá-la 
como tão antiga quanto a humanidade, desde que o homem se preocupava em “ha-
bitar”, muitas das discussões referem-se ao “ato de projetar”, ou seja, reflete-se sobre 
o processo de projeto. A arquitetura é, amplamente, discutida entre os pesquisadores 
e, ainda que seja baseada em um raciocínio de investigação, especulação e interpre-
tação, que, de modo bastante assertivo, é defendida por Silva (2011) como a arte de 
responder a algum problema, ela não possui um único caminho correto, ou uma 
única teoria sobre como projetar.
Para Lawson (2004), uma comparação bastante simples refere-se ao ato de 
projetar e ao jogo de xadrez, o qual não possui divisões em casas, ou seja, existem 
as peças que podem ser inventadas e movimentadas conforme o jogo avança, e 
as regras podem ser alteradas à medida que os movimentos são realizados, as-
sim, a atuação e o objetivo do jogo não estão definidos no início e podem sofrer 
alterações enquanto o jogo acontece. 
O desafio profissional dos arquitetos é tornar a arquitetura centralizada no 
atendimento às expectativas dos usuários, desde os aspectos básicos de habitabi-
lidade até as condições estéticas, associando, em seus projetos, os valores estéti-
cos/formais e o desempenho do ambiente construído, sem deixar, de lado, a sua 
qualidade funcional (VOORDT; WEGEN, 2013). Neste quesito, considera-se os 
seguintescritérios de desempenho: funcionalidade, conforto ambiental, acessi-
bilidade, segurança pública, privacidade, flexibilidade, entre outros, em busca de 
medir a satisfação dos usuários. 
Ao falarmos de projeto, precisamos entender que uma das suas maiores dificul-
dades se refere à má elaboração do programa de necessidades, estruturado por meio 
do briefing, em que falta planejamento e entendimento das premissas e expectativas 
do cliente por parte do arquiteto (KOSKELA, 2000). Para isso, é importante que com-
preendamos o que é o programa de necessidades e/ou programa arquitetônico.
 Peña e Parshall (2001) definem a programação (do inglês, programming) como 
um processo que conduz ao encontro do problema arquitetônico e às exigências a 
serem cumpridas, em busca de oferecer as soluções adequadas ao problema. Este 
instrumento tem natureza reflexiva, informativa, crítica, orçamentária e contratual 
e é dividido em três seções: a primeira refere-se às condições limitantes, as quais 
envolvem os pré-requisitos, como as leis, as normas e as questões financeiras; a se-
gunda, às características do grupo-alvo, as quais descrevem as metas da organização 
dos usuários e suas atividades; e, por fim, a terceira define as necessidades relativas 
ao objeto, à configuração espacial e aos componentes da edificação (Figura 4).
20
UNICESUMAR
Descrição da Imagem:a Figura 4 mostra o ciclo do processo de projeto e execução a partir da representação de três 
círculos maiores que contemplam os agentes: projetistas, construtora e usuário/cliente. Mais ao centro, há mais três 
círculos que representam a construção, o projeto e o programa de necessidades, todos eles conectados por meio de 
setas. Esta figura dá destaque ao programa de necessidades, que está representado pelo círculo em vermelho, e a sua 
importância neste processo, tratando-se do instrumento inserido nas etapas de projeto, programação e execução. 
Figura 4 - O programa de necessidades no processo de projeto e execução
Fonte: adaptada de Vrielink (1991 apud VOORDT; WEGEN, 2013).
A estruturação das informações do projeto que um programa de necessidades deve abranger e serve como 
checklist para a atividade de programação; dessa forma, compreendemos que a programação arquitetônica 
é uma fase relacionada à definição do projeto, ou seja, ao momento em que se descobre a natureza do 
problema projetual, na qual os valores do cliente, do usuário e do arquiteto são identificados, os objetivos, 
articulados e o processo de gerenciamento das necessidades é iniciado (HERSHBERGER, 1999). 
O programa de necessidades é um registro das premissas, dos desejos e das condições limitan-
tes como parte do processo de construção, que é elaborado a partir de uma análise meticulosa da 
organização das atividades a serem abrigadas nas edificações e das condições especiais necessárias e 
desejadas para o projeto (VOORDT; WEGEN, 2013). Desta forma, o programa arquitetônico é um 
procedimento de análise, e seu objetivo é listar as condições do contexto em que um edifício operará 
em termos de requisitos funcionais.
21
UNIDADE 1
Vamos pensar um pouquinho mais a respeito do projeto e seu 
processo de elaboração? Já percebemos que a construção das edi-
ficações é composta por diferentes especialidades de projeto e, com 
isso, demanda soluções que imprimam qualidade de detalhamento, 
em busca de atender às diferentes especificidades de cada etapa de 
projeto e execução. Vale a pena conversarmos um pouquinho mais 
referente a estas questões que envolvem o projeto e a sua metodo-
logia! Dê um play no nosso podcast! 
Para fechar a nossa discussão a respeito de projeto, relembre-se 
de que Oliveira e Melhado (2006) descrevem o projeto como ati-
vidade integrante de um processo de execução, que envolve desde a etapa de organização, desenvolvi-
mento e registro das informações até a transmissão de características físicas e tecnológicas específicas 
de uma obra, pois, assim, o projeto é capaz de compreender desde a identificação das oportunidades 
até as especificações dos requisitos e das características a serem entregues aos clientes. 
Compreendendo a abrangência do projeto e olhando para “onde” ele se insere, sairemos de uma 
visão centralizada na arquitetura e adentramos ao mundo do Urbanismo, e você perceberá que eles são 
indissociáveis e que a nossa produção faz mais sentido quando estas disciplinas caminham de forma 
integrada e complementar. Neste contexto, é válido destacar que muitos pesquisadores defendem 
que não há concepção arquitetônica sem a inserção em um meio, ou seja, em um contexto, sem que 
saibamos reconhecer o local ao qual temos a responsabilidade de produzir. Para isso, é importante 
conceituarmos Urbanismo, palavra originada de urbis, que significa cidade. 
O Urbanismo é considerado uma disciplina com foco na definição, organização e planeja-
mento de uma cidade. Para uma reflexão mais técnica, ainda que não haja um consenso quanto 
a esta definição, há uma divisão entre o determinismo ambiental e o reflexismo sociológico. Para 
nossa disciplina, permearam as práticas do determinismo ambiental, o qual defende os critérios 
que adotamos enquanto profissionais e centraliza a ideia de que o meio ambiente pode definir e 
influenciar as funções e o psicológico dos usuários em função das relações de causa e efeito na 
conformidade entre a natureza e o homem. 
Antes de iniciarmos a nossa conversa sobre o termo cidade, é importante que compreendamos o 
conceito de lugar, visto que esse elemento é essencial à arquitetura. Mahfuz (2004) coloca que o pro-
jeto de arquitetura de qualidade defende o seu entorno, e a arquitetura, neste quesito, funde-se com o 
urbanismo e, por meio do ato de projetar, deve estabelecer relações das partes, individualmente, com 
o todo, sejam elas internas ou o que cada edifício estabelece com a sua paisagem urbana. 
O conceito de lugar abrange as identidades particulares e a existência de um espaço específico, 
além de considerar que o lugar possui contextos (sociais, históricos, políticos, econômicos, culturais 
e físicos) e compõe aspectos sensíveis, empíricos e simbólicos. Para a arquitetura, o lugar é a essência 
dos acontecimentos, e é ela que modifica a paisagem e cria o “lugar” (DANTAS, 2007). 
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6766
22
UNICESUMAR
Mahfuz (2013) coloca, como criativo, o arquiteto que traz respostas ao lugar, 
soluções para as necessidades humanas. Atualmente, são inúmeras as necessidades 
humanas, que vão desde as necessidades básicas de alimentação até o uso sus-
tentável dos recursos naturais. Desse modo, Colin (2002) relata que a arquitetura 
exprime um produto cultural de uma sociedade, isto significa que, sob a visão 
antropológica, a arquitetura apresenta um produto da cultura quanto à forma 
que nos organizamos em sociedade. 
Vale ressaltar que, ainda que a palavra sociedade possa ter diversos significados, 
neste contexto, ela se trata do agrupamento humano que vive sob regras e costumes 
em comum, o qual requer trocas cognitivas e morais no intercâmbio com os iguais. 
Desta forma, estas relações sociais eminentes à sociedade produzem e organizam 
o espaço e o tempo; assim, a arquitetura e o urbanismo promovem a construção 
de novos significados para a cidade, que traz a representação e a comunicação de 
ideias referentes ao espaço construído, baseado na história e na teoria da arquite-
tura e do urbanismo. Ou seja, estamos, a todo momento, construindo a sociedade 
e seus significados e, consequentemente, o ambiente construído.
Faremos uma pausa em nossa leitura para 
conversarmos um pouquinho mais sobre o 
conceito de sociedade, tanto para a Sociologia 
quanto para a Arquitetura. Ainda que seja uma 
discussão complexa, é essencial que saibamos 
trazer o conceito à frente do debate da arquite-
tura e do urbanismo! Tenha a sua dose extra de 
conhecimento assistindo ao vídeo! 
Ao falar do elemento base do Urbanismo, a 
cidade, Farrelly (2014) define que ela abriga as 
construções,e a arquitetura é o reflexo de cul-
tura e sociedade, abrigando pessoas e modos de vidas diferentes. Entende-se que a 
cidade é o cenário de trabalho do profissional arquiteto, que indiferente da escala 
de produção, insere-se no contexto urbano.
Ching e Eckler (2014) afirmam que a cidade é composta de um conjunto de es-
truturas diferentes, como os bairros, o sistema viário e as edificações, e ele atende às 
necessidades específicas daquele usuário, naquele lugar, ou seja, a cidade passa a ser 
a composição de diversidades e, inevitavelmente, resulta em diversidade de soluções 
de projeto. Definir o termo cidade é complexo, conforme defende Rolnik (1988), 
pois exige certo grau de abstração; ela é entendida como esfera política e descrever 
o processo de morar em cidade implica viver em uma dimensão pública de forma 
coletiva. Assim, ser habitante de cidade significa participar, de alguma forma, da vida 
pública, ainda que, apenas, pela submissão a regras e regulamentos. 
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6765
23
UNIDADE 1
Falar de “cidade” e suas particularidades, como vimos, é algo bastante 
complexo, envolve abordagens físicas e subjetivas, e, neste contexto, é 
importante que saibamos reconhecê-la, sob a ótica da percepção. Em 
busca de compreender estes principais conceitos, pesquisadores do 
Urbanismo buscaram organizar e agrupar os elementos formadores do 
espaço em grupos e descrevê-los. Desta forma, Kevin Lynch, pesquisa-
dor que influenciou o Planejamento Urbano por meio de seu trabalho, 
que se baseia na teoria da forma urbana e da percepção do ambiente das cidades, escreveu 
uma das obras mais importantes nomeadas: A Imagem da Cidade. O autor identificou que 
as informações que os usuários se apropriam para estruturar sua imagem da cidade podem 
ser agrupadas em cinco grandes tipos: caminhos, limites, bairros, pontos nodais e marcos. 
Segundo o autor, essa percepção é feita aos poucos, durante a vivência e a experimentação 
relacionadas com o entorno em que está inserido. Vale a pena dedicar-se à leitura do livro, que 
apresenta, de forma bastante compreensível, as condições que envolvem a nossa percepção 
sobre a cidade, elemento que falaremos bastante durante a nossa disciplina. 
Descrição da Imagem:a Figura 
5 mostra vários barracos em si-
tuações precárias, além de um 
ambiente sujo, com a ausência 
de manutenção adequada. Re-
fere-se a um exemplo de favela, 
por meio de barracos deprecia-
dos, que apresentam tais habi-
tações em condições precárias, 
sendo a ocupação da área de 
modo desorganizado, sem a 
preocupação com a infraestru-
tura básica e o estabelecimento 
de critérios de habitabilidade. 
Figura 5 - Ocupação habitacional
Agora sim é possível entendermos algumas questões que viemos discutindo nesta unidade e, em busca 
de compreendermos, principalmente, a importância da arquitetura frente à sociedade, avaliamos 
algumas questões. Imagine que você, arquiteto(a) e urbanista, depara-se com a seguinte paisagem:
24
UNICESUMAR
Sabendo a necessidade de reconhecer os critérios que definem a 
organização e a disposição dos agentes da construção civil, este Guia, 
Desempenho das Edificações Habitacionais – Guia orientativo para 
atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013, que objetiva colocar à 
disposição de consumidores e fornecedores uma leitura complemen-
tar à norma, mas que contribui ao entendimento das informações 
técnicas sobre produtos e projetos pela melhoria da qualidade da 
habitação, é gratuito e pode ser baixado por meio do QR-code. 
Qual é a sensação que esta imagem causa a você? Qual é a sua percepção sobre habitar este espaço? 
Qual é o seu entendimento sobre habitabilidade? Antes de iniciarmos a nossa reflexão acerca da Figura 
5, é importante ressaltarmos a conceituação de habitabilidade. A NBR 15.575, que trata da Norma de 
Desempenho das Edificações Habitacionais, define habitabilidade por “manter a satisfação do usuário 
durante a utilização do imóvel” (ABNT, 2013, p. 8.) e, nesse âmbito, há exigências a serem cumpridas, 
como: estanqueidade da água, desempenho térmico, desempenho acústico, desempenho lumínico, 
saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade e acessibilidade, conforto tátil e antropodinâmico. 
Outra vertente que revela condições de habitabilidade é defendida por Oliveira (2013) como a relação 
e adequação do homem ao seu entorno, que estão associadas às questões de conforto ambiental, es-
pacial e psicossocial. Ainda, destaca-se as questões construtivas, como a segurança e a manutenção da 
moradia. Esta é uma concepção ampla do termo habitabilidade, talvez, a mais apropriada para alcançar 
níveis desejáveis para uma habitação adequada. 
Sabemos que as áreas ocupadas sem organização e/ou as favelas são o conjunto de habitações que, 
de modo desorganizado e bastante denso, ocupa determinada área, seja ela pública ou privada e, na 
maioria das vezes, sem infraestrutura básica, em que os usuários se organizam de acordo com as suas 
possibilidades. Estas são respostas ao processo de urbanização indissociável do período da industria-
lização, nas décadas de 50 a 70, anterior ao fenômeno da concentração urbana no Brasil (CAMPOS, 
1999). Falaremos destas questões durante a nossa disciplina, o importante, neste momento, é que 
saibamos que a ausência do planejamento urbano, frente ao processo de organização da cidade e das 
habitações, coloca a qualidade de vida dos cidadãos em jogo.
Agora, observe a figura a seguir:
https://site.abece.com.br/download/pdf/130626CBICGuiaNBR2EdicaoVersaoWeb.pdf
25
UNIDADE 1
Descrição da Imagem: a Figura 6 refere-se a um conjunto habitacional na cidade de Mendoza, 
na Argentina. Ele apresenta a organização das habitações sociais, sendo possíveis de serem 
observadas pela repetição das residências e pelas decisões arquitetônicas, visto a organização 
e a definição pelas premissas de atendimento às infraestruturas básicas. O conjunto apresenta 
seis habitações na cor verde e seus acessos.
Figura 6 - Conjunto Habitacional Las Heras, Argentina.
É perceptível que a Figura 6 se trata de um conjunto habitacional, o qual se refere 
a uma habitação pública, visando aos beneficiários acesso à moradia popular e a 
possíveis transformações de favelas. Ainda que não haja comparação entre as habi-
tações nas duas situações apresentadas, o meu convite é para que você, profissional 
de arquitetura e urbanismo, volte seu olhar para os espaços que são edificados na sua 
cidade, no seu estado e no seu país. Observe quais são as decisões arquitetônicas que 
impactam o espaço construído e verifique as resoluções arquitetônicas, em busca de 
auxiliar as questões públicas quanto ao direito dos cidadãos à moradia.
Aqui está a primeira questão que envolve a importância da arquitetura e sua função 
social frente à sociedade. Nós, arquitetos(as) e urbanistas, somos responsáveis pelo 
desenvolvimento social e econômico, bem como dinamizadores nas transformações 
e nas expectativas de uma sociedade. Somos, sim, capazes de atuar na linha de frente 
das políticas habitacionais, auxiliando na promoção de melhor qualidade de vida aos 
usuários. Olhando para a história da arquitetura, ainda, aprofundar-nos-emos neste 
estudo durante a nossa disciplina. 
26
UNICESUMAR
Descrição da Imagem: o mapa mental representa, de modo sucinto, os temas abordados nesta unidade, sendo eles: 
Arquitetura e Urbanismo: uma breve introdução, os conceitos de arquitetura e urbanismo, sociedade e projeto e, 
para cada um deles, há um desdobramento dos itens que envolvem a nossa percepção espacial e sua relação com o 
usuário. Em relação à arquitetura, os termos “cidade” e “lugar” foram abordados, que, em consonância com o grupo 
“sociedade”, trouxemos o critério das relações sociais e, em conjunto com a arquitetura e o urbanismo, a relação 
entre o homem e o espaço, ou seja, os aspectos que envolvem a “experiência do usuário”. Por fim, no que tange ao 
projeto, buscou-se objetivar o ato de “planejar”, além de referenciar dois pontoscruciais nesse aspecto, o programa 
de necessidades e a Tríade Vitruviana.
Figura 7 - Mapa mental / Fonte: a autora.
Muitos autores dizem que a arquitetura nasce junto à sociedade, mesmo que ela não seja nomeada 
como tal e que a sua história venha acompanhando o desenvolvimento da sociedade em diferentes 
formas de aparições. Entende-se que a arquitetura, efetivamente, nasceu a partir do momento que 
houve a preocupação com a relação do homem e o espaço, mesmo que seu objetivo maior era/é tornar 
belos e funcionais os espaços
Nós, profissionais da arquitetura e urbanismo, somos atuantes na disciplina que objetiva produzir 
e organizar os ambientes construídos e trazê-los à utilização do ser humano, ou seja, produzir e orga-
nizar espaços para os usuários e suas funções, em busca de atender às diversas demandas de ordem 
funcional, técnica e estética. 
27
M
A
P
A
 M
EN
TA
L
Agora é com você! Desenvolva um mapa mental que organize os conteúdos estudados, seguindo 
o exemplo da Figura 7. É importante que este mapa traga à tona os elementos-chave, para que 
você compreenda os itens que debatemos e para que, deste modo, possamos firmar o conteúdo 
e darmos sequência a nossa conversa! Bom trabalho! 
28
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
1. Leia o texto a seguir: 
Na arquitetura, ao se falar da concepção e execução de um projeto, seja um mobiliário 
ou um edifício, deve-se levar em conta a sua escala e, consequentemente, a dimensão 
de quem o utilizará, ou seja, o usuário, pois inúmeras teorias ocorrem acerca destas 
questões e objetivavam criar parâmetros e ordens acerca da dimensão humana. O 
primeiro arquiteto a evidenciar estas questões do Homem Vitruviano e os três princí-
pios básicos formadores da arquitetura foi Marcus Vitruvius Pollio (HINTZEN-BOHLEN; 
SORGES, 2006). 
HINTZEN-BOHLEN, B.; SORGES, B. von J. Roma: arte e arquitetura. Königswinter: Ko-
nemann, 2006.
Com base neste contexto, assinale a alternativa correta:
a) Ao se falar da Tríade Vitruviana, entende-se que os elementos formadores da arqui-
tetura envolvem a função e a técnica, apenas. Critérios, como beleza e estética, são 
elementos irrelevantes na definição dos produtos arquitetônicos.
b) Ao falar do Homem Vitruviano, o arquiteto Marcus Vitruvius Pollio, defende que a 
medida de todas as coisas está associada ao corpo humano, relacionando as despro-
porções e a imperfeição das formas.
c) Ao se falar da Tríade Vitruviana, entende-se que os elementos formadores da arqui-
tetura envolvem as utilitas, as firmitas e as venustas, ou seja, a função, a técnica e a 
estética, respectivamente.
d) Vitrúvio foi o único arquiteto a discutir sobre as questões da escala e sua relação com 
o homem, que, mais tarde, definiu o Homem Modulor, desenhado para atender às 
demandas sem desperdiçar o espaço.
e) Vitrúvio dedicou-se a definir dimensionamentos adequados às atividades e concluiu 
que não há qualquer relação entre o dimensionamento espacial e a sua funcionalidade. 
2. Em relação ao projeto de arquitetura, Leupen (2004, p. 14) diz que ele “não é um pro-
cesso linear, em que uma tarefa específica conduz a uma única solução. É um processo 
em que todos os aspectos relevantes são submetidos a um rigoroso juízo crítico”
LEUPEN, B. et al. Proyecto y análisis: evolución de los principios en arquitectura. Bar-
celona: Gustavo Gilli, 2004.
Com base neste contexto, analise as afirmativas a seguir:
I) A palavra projeto pode ser enquadrada como a concepção e o desenvolvimento do 
produto, trazendo, exclusivamente, as especificidades do que se está produzindo.
II) Uma das etapas necessárias do projeto refere-se à identificação das necessidades 
dos clientes, que, além de considerar a qualidade da solução adotada no projeto, 
gera a qualidade do produto.
29
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
III) Pode-se definir projeto pela determinação e representação prévia do objeto, mediante 
a organização dos princípios e das técnicas próprias da arquitetura e da engenharia.
É correto o que se afirma em:
a) Apenas, I. 
b) Apenas, II. 
c) Apenas, III. 
d) Apenas, I e II. 
e) Apenas, II e III. 
3. Lynch (1960) defende que o modo de alcançar a qualidade na cidade é dado por meio 
do acúmulo dos elementos que constituem a paisagem, e estes elementos são agru-
pados em cinco grandes tipos: vias, limites, bairros, cruzamentos e pontos marcantes. 
LYNCH, K. The image of the city. Cambridge: The MIT Press, 1960.
Com base neste contexto, analise as afirmativas a seguir:
I) Os limites para o urbanismo referem-se aos elementos lineares não entendidos 
como vias pelo usuário, são fronteiras entre duas faces, quebras de continuidades 
lineares, como: praias, construções, muros, entre outros. Ou seja, são referências 
laterais coordenadas.
II) Os bairros são regiões médias ou grandes de uma cidade, concebidos como dotados 
de extensão bidimensional, devendo incluir uma variedade de componentes, como: 
textura, espaços, formas, detalhes, símbolos, construções, atividades, entre outros.
III) Os pontos marcantes referem-se aos lugares denominados como estratégicos de uma 
cidade, sendo pontos essenciais ao acesso, circulação e movimentação dos usuários. 
30
A
G
O
R
A
 É
 C
O
M
 V
O
C
Ê
É correto o que se afirma em:
a) Apenas, I. 
b) Apenas, II. 
c) Apenas, III. 
d) Apenas, I e II. 
e) Apenas, I e III. 
4. O arquiteto é criativo quando traz respostas ao lugar, soluções para as necessidades 
humanas. Atualmente são inúmeras as necessidades humanas, que vão desde as ne-
cessidades básicas de alimentação até o uso sustentável dos recursos naturais. Consi-
derando esse contexto, avalie as seguintes afirmativas e a relação proposta entre elas:
I) A arquitetura exprime um produto cultural de uma sociedade
PORQUE
II) Sob a visão antropológica, a arquitetura apresenta um produto da cultura quanto à 
forma que nos organizamos em sociedade.
É correto o que se afirma em:
a) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
b) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
c) A afirmativa I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A afirmativa I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As afirmativas I e II são proposições falsas.
2
Olá, aluno(a), em nossa primeira unidade, tratamos, de modo in-
trodutório e exploratório, a Arquitetura e o Urbanismo, trazendo à 
discussão os conceitos essenciais para a compreensão da complexi-
dade destas disciplinas. Neste segundo momento, centralizaremos 
nossa conversa na conceituação do termo “ambiente construído”, 
além de discutirmos sobre a sua escala (seja a edificação ou o espaço 
urbano), pois é aqui que direcionamos o entendimento aos parâ-
metros que compõe o espaço, sejam eles objetivos ou subjetivos, 
estabelecendo as diretrizes que nos auxiliam na sua construção. Por 
fim, abordaremos a Psicologia associada à Arquitetura e ao Urba-
nismo, a qual é denominada Psicologia Ambiental, uma ferramenta 
técnica de apoio à compreensão do comportamento dos usuários 
nos ambientes, assim como a cinestesia.
Ambiente Construído: 
Discussões Iniciais
Me. Gabrielle Prado Jorge Yamazaki
Para discutirmos sobre o ambiente construído, seja na escala das edificações e/ou das 
cidades, devemos nos questionar a respeito da importância dele na vida do usuário, 
ou seja, falar sobre o “espaço de vida”, o qual é capaz de ser ocupado, vivenciado e 
modificado pela sociedade que o ocupa. Deste modo, podemos compreender, ini-
cialmente, que a nossa responsabilidade profissional vai além de “construir” espaços, 
é preciso olhar para o comportamento humano, refletir acerca de sua interação com 
o ambiente construído e buscar promover ambientes que atendam às necessidades 
e aos anseios destes usuários com qualidade. Pensando que o ambiente construído é 
resultado do modo como o usuário se comporta nele: você, enquanto arquiteto(a) e 
urbanista, saberia descrever o modo como osusuários podem perceber e vivenciar 
os espaços? Você conseguiria evidenciar quais são os aspectos objetivos e subjetivos 
que interferem na percepção de um espaço?
Pensando na composição do ambiente construído, sabemos que ele vai além dos 
elementos físicos e, por isso, é preciso que seja mais “humanizado”. A humanização 
diz respeito ao ato de tornar humano e sociável, isto é, promover espaços que possam 
ser vivenciados e que proporcionem percepções qualitativas aos usuários, sejam elas 
individuais ou coletivas. 
O ambiente físico evoca o reconhecimento das especificidades morfológicas, 
configuracionais e subjetivas que o organizam e o formam, e isto reflete, diretamente, 
em como estes espaços são percebidos, a partir das sensações e emoções (positivas 
ou negativas) atribuídas a eles, as quais modificam o significado das experiências da 
sociedade como um todo. Nesse sentido, os elementos estruturadores das edifica-
ções e da cidade desempenham papel essencial no modo como o espaço é utilizado 
e, consequentemente, no comportamento de seus usuários. Portanto, estudar estes 
elementos define o ambiente construído, sob a ótica de quem utiliza os espaços, e 
isto é essencial para que você, estudante, enquanto futuro(a) profissional, influencie, 
de modo positivo, a sociedade em que vivemos. 
Talvez, poucas vezes, tenhamos nos questionado a respeito do modo como utiliza-
mos o ambiente físico, não nos damos conta de sua complexidade, e, ainda, o quanto 
ele é adaptável à realidade vivenciada pela sociedade que o ocupa. Mas é chegada a 
hora de estudarmos estas questões!
Como exemplo, temos a pandemia da Covid-19, que teve início no ano de 2020 e 
trouxe consequências no âmbito social, principalmente, no que tange à relação com o 
meio urbano: não se pode realizar aglomerações em um mesmo espaço, o que reflete 
no “distanciamento social”; aprofundou-se a importância das casas e a sua sanita-
riedade; surgiu (para muitas empresas) um novo modo de trabalhar, o home office; 
32
UNICESUMAR
limitou-se o uso dos transportes públicos e trocou-se, quando possível, o modal (ônibus 
para bicicletas, por exemplo); etc. Desta forma, inevitavelmente, será preciso pensar no 
ambiente físico “pós-pandemia” e, também, nas políticas públicas e ambientais, em busca 
de nova ordem urbana. Faça esta análise, pare, por alguns instantes, e olhe para a sua casa 
e para a sua cidade: estes espaços sofreram alterações durante o período da pandemia? 
Se sim, quais foram elas? Utilizando o seu #Diário de Bordo#, faça as suas anotações! 
Pensando no período pandêmico, podemos listar algumas decisões inerentes à produção 
do espaço (e a sua adequação) em busca de promover melhorias para os ambientes e, 
principalmente, para os usuários. Vamos lá! Direcionamos nossa reflexão às edificações, 
mais especificamente, aos espaços de interiores dos imóveis. Imagine o hall de um apar-
tamento. O que você listaria como elementos essenciais para a elaboração de um projeto 
para um hall? Faça as suas anotações no #Diário de Bordo#. 
Certamente, o requisito para o projeto de um hall é pensar nele como um cartão de 
visita do imóvel, para cumprir o papel de recepcionar os usuários e criar uma atmosfera 
que gere conforto, aconchego e uma ruptura do meio externo ao interno. 
33
UNIDADE 2
Trazendo à realidade deste período de pandemia, que exigiu maior cuidado com os espaços internos, 
pode-se dizer que não se perdeu a essência projetual do ambiente, isto é, manteve-se (e fomentou-se) 
a ideia de promover a ruptura da área externa para a interna, garantindo a desconexão total com o 
que está sendo vivido lá fora. Desta forma, o ambiente ganhou maiores cuidados, que não se resumem, 
apenas, às sensações que serão promovidas, mas também às condições sanitárias (higiene). 
Ações, como deixar os sapatos antes de acessar os imóveis, higienizar as mãos e criar um local para 
colocação das máscaras sujas, têm sido, cada vez mais, evidenciadas. Com isso, móveis, no hall de entra-
da, por exemplo, como aparadores, que, antes, eram inseridos para que pudessem ser “porta” elementos 
de decoração, têm dado espaço a sapateiras e organizadores, nos quais os sapatos que vieram da rua 
são levados à lavanderia e higienizados antes de serem armazenados. Além disso, bancos de apoios, 
também, foram inseridos para que os usuários tenham conforto para retirar os sapatos; objetos para 
pendurar roupas e bolsas, entre outros elementos. 
Descrição da Imagem: a Figura 1 apresenta o hall de entrada contemporâneo, ou seja, o acesso de um imóvel, que 
possui uma porta em vidro e alumínio preto, à direita. À esquerda, há um espelho redondo fixado numa parede branca 
e, abaixo dele, um aparador para jardim metálico preto. Ao fundo, é perceptível o layout de uma sala, conectada a 
este hall por uma circulação marcada pelo piso polido. 
Figura 1 - Hall de entrada
34
UNICESUMAR
Dando sequência à nossa re-
flexão, podemos falar, também, 
sobre outra atividade comum 
durante o período pandêmico: 
o home office. O trabalho remo-
to já era presente na socieda-
de brasileira, mas a prática foi 
acelerada, devido à necessida-
de de adaptação neste período. 
Desta forma, muitos trabalha-
dores precisaram improvisar 
seus ambientes de trabalho 
domiciliares, visando atender 
às demandas ergonômicas de 
privacidade e conforto para a 
execução de suas tarefas. 
Por fim, uma outra reflexão 
importante a ser feita refere-
-se à preocupação dos usuários 
quanto à assepsia dos ambien-
tes, o que torna imprescindí-
vel, por parte dos arquitetos, 
a especificação de produtos 
que tenham durabilidade e 
facilidade de manutenção e 
higienização, devido à maior 
frequência de limpeza. 
A nossa reflexão reforça a 
ideia e a compreensão de que o 
ambiente físico é a resposta às 
necessidades e às preocupações 
dos usuários, ou seja, está, dire-
tamente, ligada ao modo como 
as pessoas pensam e se com-
portam nos espaços. Dentro da 
Arquitetura e do Urbanismo, 
falamos a respeito da concep-
ção e da construção do espaço, 
ou seja, sobre os aspectos físicos 
Descrição da Imagem: a Figura 2 apresenta um hall de entrada, no qual 
há um aparador pequeno e banco, uma sapateira e um cabideiro para 
bolsas e casacos. A figura destaca o piso vinílico, que é de fácil manutenção 
e higienização. 
Descrição da Imagem: a Figura 3 apresenta, em primeiro plano, o espaço 
destinado a um escritório em uma residência, devido à locação de uma 
mesa de trabalho, cadeira e equipamentos para a execução das ativida-
des. Este espaço é separado de outras atividades e se preocupa com a 
qualidade de acabamento e organização. 
Figura 2 - Hall de entrada
Figura 3 - Home Office
35
UNIDADE 2
que envolvem os conhecimentos técnicos dos profissionais arquitetos e urbanistas bem como seus 
desdobramentos subjetivos, que esbarram nas relações dos usuários com o espaço físico e social. Nesta 
unidade, então, falaremos a respeito destes conceitos e seus enquadramentos nas diferentes escalas de 
produção do ambiente construído.
O ambiente construído é o espaço arquitetônico vivenciado, a partir do sentir, do pensar e do 
movimentar. Ou seja, refere-se a qualquer espaço físico no qual haja a interação do homem e do 
ambiente e que podemos considerar a imposição de um sujeito no meio social e ambiental. Para 
Fischer (1994, p. 16):
 “
O ambiente construído é espaço de vida, sujeito à ocupação, leitura, reinterpretação 
e/ou modificação pelos usuários que interagem com o ambiente social, cultural e 
psicológico. Fruto do comportamento humano é resultado de uma série de padrões e 
normas sociais que influenciarão as atividades ali realizadas. Esta relação específica dos 
indivíduos com outrem num meio determinado faz de todo o lugar organizado aquilo 
a que se chama de um espaço ‘habitado’ [ou ambiente construído, para esta pesquisa].
Podemos compreender o ambiente construído como um modelo social de organização das ativida-
des humanas que tem a sua estabilidade apoiada na sociedade, emrelação ao modo como o espaço 
é moldado pelo ser humano, ou seja, só existe ambiente construído, se ele for ocupado. Cabe a nossa 
discussão o reconhecimento das condicionantes que “formam” o ambiente construído, e essas definições 
nos ajudam a ter maior clareza sobre a aplicação do conceito.
As realidades empíricas dos ambientes físicos e as práticas, a partir do desenho desses ambientes, 
trazem-nos alguns pontos importantes para discutirmos enquanto futuros(as) arquitetos(as) e ur-
banistas: o primeiro refere-se à compreensão do “lugar” a partir da percepção humana e individual; 
o segundo remete-se à possibilidade de os espaços serem eventos temporais, e não, apenas, limites 
físicos; e, por fim, o terceiro diz respeito às pessoas, as quais são os agentes que tornam o ambiente 
funcional e o contextualizam (PINK, 2012).
36
UNICESUMAR
O termo “ambiente construído” se refere tanto a edificações como a espaços urbanos, ou seja, 
atende às diferentes escalas de produção. Segundo Okamoto (2002, p.149-150), “A criação do 
espaço arquitetônico [ambiente construído] é a criação do espaço vivencial, tanto para o indiví-
duo quanto para o meio social, onde está em permanente deslocamento de uma atividade para 
outra. […] É sentir o espaço, é pensar o espaço, é mover-se no espaço e vivenciar o espaço”.
Fonte: adaptado de Okamoto (2002).
Para entendermos, de forma mais clara, as escalas dos ambientes físicos, delimitaremos as classifi-
cações delas; sendo assim, falaremos sobre as edificações e a cidade. Para Blakstad, Hansen e Knudsen 
(2008), a edificação se refere ao espaço onde usuários executam determinadas atividades, como as 
de trabalho, lazer e descanso, e estabelecem diferentes relações sociais. Já para Colin (2000, p. 52), a 
edificação, enquanto objeto arquitetônico, pode ser definida da seguinte maneira:
 “
O objeto arquitetônico, edifício, pode ser visto de diferentes ângulos, inclusive de fora, 
observando sempre as relações estabelecidas com o meio ambiente, considera-se a sua 
composição, na sua forma volumétrica, e em seguida, estando em seu interior, desapa-
recem as relações exteriores e considera-se apenas o edifício e seus elementos entre si, 
e relacionados com a própria pessoa, voltando a forma espacial.
As edificações referem-se, de modo geral, às “construções” individuais, sejam elas residenciais, cor-
porativas, comerciais, industriais, entre outras. Nesse momento, enquanto arquitetos(as), vemos além 
do raciocínio construtivo, começamos a falar sobre a organização estética, funcional, social e cultural. 
As edificações passam a ser vistas como sistema orgânico, responsáveis pela articulação do tecido da 
paisagem urbana e do espaço urbano. 
Agora, trazendo a uma escala urbana, o território da cidade, em sua parte física, é associado aos ele-
mentos naturais e antrópicos, os quais sustentam a morfologia urbana, que nada mais é que a forma da 
cidade. Ao ocuparmo-nos da forma, falamos, concretamente, de experiências (ROSSI, 2001).
37
UNIDADE 2
Em outros termos, podemos unificar toda a discussão acerca do espaço urbano e/ou da cidade no 
atendimento às demandas de todos os habitantes e, com isso, ao controle das diversas atividades e 
transformações que nela ocorrem, respeitando os limites do meio natural. Neste sentido, podemos 
destacar o conceito de urbanidade, que é associado à transformação do espaço urbano a partir da 
relação da verticalização, da densidade e da percepção, ou seja, o espaço da cidade é entendido como 
uma arquitetura visível e um meio de construção no tempo que remetem à condição da coletividade, 
portanto, o espaço é associado à utilização.
Segundo Netto (2013), a definição de urbanidade é associada à condição de experienciar o meio 
urbano, em condições diferentes de outros arranjos espaciais da vida coletiva, ou seja, atreladas à 
estrutura da cidade. A experiência da urbanidade é, sobretudo, uma experiência do mundo social: 
representa nossa imersão em suas condições de continuidade e integração e seu oposto (como no 
exemplo do distanciamento social).
Faremos uma pausa em nossa leitura para conversarmos um 
pouquinho mais sobre o espaço. Para isso, no nosso estudo, adota-
remos duas abordagens diferentes, a da geografia e a da arquitetura. 
Tenha a sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo! 
É importante trazermos à discussão aspectos referentes à com-
posição física do ambiente construído. Aqui, referimo-nos à 
forma, ou seja, à volumetria do espaço, que é definida por linhas, 
comprimentos, larguras, alturas, profundidades, entre outros, isto é, 
por limites arquitetônicos (SANTOS, 2006). A forma é a condição 
essencial para a composição do ambiente construído, seja ela regular, 
irregular, geométrica, orgânica, entre outras, em relação à volumetria da arquitetura, que depende dos 
limites compositivos do espaço em diferentes escalas, dos materiais que estão sendo utilizados e suas 
características, da composição de cheios e vazios, do espaço livre não habitado e da massa construída 
(TEDESCHI, 1976). 
A forma tem papel essencial na organização do espaço e na determinação de sua função, uma vez 
que ela pode criar conexões visuais, barreiras físicas e elementos que conformam os espaços. 
 “
A forma arquitetônica é um ponto de contato entre a massa e o espaço [...] formas ar-
quitetônicas, texturas, materiais, modulação de luz e sombra, cor, tudo se combina para 
injetar uma qualidade ou espírito que articula o espaço. A qualidade da arquitetura será 
determinada pela habilidade do arquiteto e urbanista em utilizar e relacionar os ele-
mentos, tanto nos espaços internos, quanto nos espaços da cidade (BACON, 1974, p. 3).
Não dá para falar do espaço arquitetônico, sem prever, necessariamente, o que o limita, e nesta ação 
de limitar é que se constitui o espaço da arquitetura. Desse modo, a partir das formas, são criados os 
espaços, que só têm significado se usufruídos pelos usuários. Outro ponto essencial é a função do es-
paço. Para Leitão e Lacerda (2016), a atividade a ser desempenhada pelo objeto está diretamente ligada 
38
UNICESUMAR
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9441
à forma, ou seja, “a função sugere uma tarefa ou atividade esperada de uma forma, pessoa, instituição 
ou coisa” (SANTOS, 2006, p. 69). 
A estrutura, para Trindade Junior (1998), é a relação entre as partes da totalidade da edificação ou 
do espaço urbano para que a função possa ser proposta, no que tange às relações estabelecidas entre os 
aspectos revelados pela forma. Portanto, a estrutura é a ação contínua que traz o dinamismo à forma, 
à função e à estrutura do espaço geográfico.
Trazendo um exemplo simples e histórico à nossa discussão, falaremos sobre a produção arquite-
tônica humana do Período Neolítico, que materializa as condições objetivas e subjetivas do espaço. 
Observe a figura a seguir:
Sabe-se que este período, durante a Pré-História, registrou momentos de grande transformação no 
modo de viver do homem, que passou a ser sedentário, criou edificações, organizou-se em aldeias, entre 
outros. A Figura 4 traz o exemplo da aldeia de Skara Brae, na Escócia, e, ainda que alguns estudiosos 
não a coloquem em um nível de produção arquitetônica, estas construções, marcadas pela organização 
do espaço, pelo desenvolvimento do mobiliário de pedra e pela apropriação de cores e texturas (aces-
síveis ao momento), carregam, em seu conceito, a apropriação do elemento objetivo, quanto à forma. 
Descrição da Imagem: a Figura 4 apresenta uma habitação da Era Neolítica composta por pedras. De modo figurativo, 
mostra o layout do ambiente com as divisões das atividades estabelecidas por meio dos “mobiliários” em pedras.
Figura 4 - Skara Brae, na Escócia
39
UNIDADE 2
Além disso, as referidas construções reforçam que esta produção é reflexo da necessidade da socieda-
de local, que deixou de ser nômade e formatou espaços para atender a seus anseios e necessidades. Estes 
espaços, ainda, tiveram reflexos significativos no comportamentoda sociedade, ou seja, observa-se a 
edificação como resposta às necessidades daquele momento, ou seja, de acordo com o comportamento 
humano Esta ideia do ambiente construído é, diretamente, associada à ação de arquitetar, que, para 
Leitão e Lacerda (2016), estabelece a relação com a ação humana, a qual é a criadora do espaço, ainda 
que a arquitetura não se limite ao espaço, ou seja, a interpretação espacial do edifício não é suficiente 
para definir uma opinião crítica ou um julgamento sobre uma obra arquitetônica. Cada edifício e 
cada espaço urbano são caracterizados por inúmeros valores econômicos, sociais, técnicos, funcionais, 
artísticos e decorativos que conformam uma história. Mas é importante que tenhamos claro que a 
concepção do espaço, ou seja, o modo como ele se conforma, refere-se à produção da arquitetura, da 
qual se fala desde o processo inicial de concepção (ZEVI, 1996). 
Agora que compreendemos a forma — que se refere à configuração dada à matéria com a fina-
lidade de obter um objeto individualizado, ou seja, o modo como se apresenta aos nossos sentidos 
antes de qualquer reflexão que possamos ter sobre um objeto (COLIN, 2000) — e a função — que, 
para a arquitetura e o urbanismo, refere-se ao atendimento a um conjunto de necessidades explícitas 
e demais elementos responsáveis pelos estímulos conscientes e inconscientes na relação do usuário a 
nível psíquico-espacial —, entenderemos um pouco sobre os aspectos subjetivos do espaço sensorial, 
que são responsáveis pela formação do contexto ambiente-indivíduo.
Os elementos subjetivos definem o modo como o usuário se comporta no ambiente, ou seja, são os 
parâmetros subjetivos avaliados por um usuário quando no ambiente construído. Para compreendê-los, 
conheceremos a Psicologia Ambiental (PA), que trata do tema. Para Teles (2017), a psicologia trata 
da investigação sobre o interior do homem e como esse se relaciona consigo próprio e com o ambiente 
no qual está presente. Ela busca compreender o comportamento dele, não só como reação à realidade 
externa, mas como atividade consciente e observável, para facilitar a convivência do homem consigo 
próprio e com o outro e dar subsídios para que ele lide com as experiências da vida. 
40
UNICESUMAR
A Psicologia, também, debate as condições e os procedimentos da mente e do comportamento do ser 
humano e de seus intercâmbios com o ambiente social e físico. Por isso, em geral, não se entende a 
necessidade de uma psicologia que se autodenomina ambiental, já que toda psicologia compreende 
o aspecto ambiental. Contudo Tassara e Rabinovich (2003) argumentam que a psicologia, em geral, 
esgotou o ambiente de seus conteúdos e, por esse motivo, houve a necessidade de uma área específica 
dela que se atentasse ao referido aspecto. 
A Psicologia Ambiental (PA) é, portanto, o estudo direcionado, essencialmente, ao modo 
como o ser humano se comporta nos espaços físicos e aos critérios subjetivos da percepção. Mo-
ser (2011) define a PA como o estudo da transação entre os indivíduos e o cenário físico, considerando 
as relações entre eles, tendo essa inter-relação caráter dinâmico, visto a ocorrência de modificações e 
influências de cada usuário em cada espaço físico.
Para Gunther (2005), a PA deve ser associada à ergonomia, à ar-
quitetura e ao planejamento da paisagem e urbano, pois esses 
elemEntos estudam as relações entre os fenômenos psicológicos e 
as variáveis ambientais físicas em várias escalas.
Ao falarmos da Arquitetura e do Urbanismo, compreendemos a 
sua interdisciplinaridade bem como suas demandas sociais e inter-
venções espaciais, e, para o cumprimento das suas atividades, um de 
seus apoios principais é a Psicologia Ambiental, como vimos. Esta 
disciplina tem, como foco de discussão, a inter-relação do homem 
com o meio ambiente, ou seja, avalia o usuário e o modo como ele 
percebe o espaço. Dê o play no nosso podcast e venha conhecer esse mundo encantador! 
Cada espaço é caracterizado por uma ambiência singular, que tem, como base, fatores que atuam, 
de modo consciente e inconsciente, sobre as pessoas que se encontram no local. E, ao realizar a refle-
xão, considerando a relação bidirecional pessoa-ambiente, deparamo-nos com o comportamento do 
41
UNIDADE 2
Para tornar o entendimento mais claro, sugiro que você faça a leitura 
do artigo: “Psicologia e Arquitetura: em busca do locus interdiscipli-
nar”, acessando o Qr-Code. Vale a pena dedicar-se à leitura deste 
artigo, pois, nele, discute-se a Psicologia Ambiental na interseção 
entre Psicologia e Arquitetura, com ênfase para a inter-relação do 
ambiente construído e do comportamento humano.
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9369
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9370
homem. Define-se como comportamento a relação de qualquer conduta do indivíduo perante o meio 
em que está inserido, considerando a resposta a um estímulo específico (BOCK et al., 2002).
Instaura-se, então, o conceito de Comportamento Socioespacial Humano (CSEH), que, para 
Pinheiro e Elali (2011), diz respeito ao modo como as pessoas se apropriam do espaço e o utilizam 
como elemento ativo na comunicação não verbal, estabelecendo distâncias entre si, as quais apresen-
tam possibilidades menores ou maiores de aproximações, como toque, tom de voz, conteúdo verbal, 
consciência de sensações, entre outros. Para Dolle (1993), observar comportamentos isolados não 
permite o entendimento do real, já que os comportamentos respondem à necessidade do momento, 
socialmente, regulado, portanto, o comportamento individual reproduz um comportamento social. 
Em complemento a esta ideia, Gifford (1987) destaca que os indivíduos modificam o ambiente 
que estão inseridos, e seu comportamento e suas experiências são, também, modificados por ele. Para 
tanto, consideram-se três elementos básicos: o comportamento humano, o espaço físico e a ligação 
entre ambos. Verdugo (2005) defende que a maior referência da PA é a influência mútua, que significa 
que, a todo momento, o ambiente afeta o modo como percebemos, agimos e sentimos, por meio de 
fatores contextuais físicos e/ou normativos, os quais afetam os componentes sócio físicos do ambiente.
Cada ambiente oferece a seus usuários variáveis que influenciam o comportamento humano e 
a percepção dos usuários, desde condicionantes objetivas (como iluminação, temperatura, ruídos e 
arborização) até aspectos subjetivos (como a sensação de aglomeração e acolhimento, as condições 
de apropriação e o clima social). Estas variáveis podem variar conforme as características de quem 
percebe o espaço, como gênero, idade, condições físicas, entre outros, que experienciam e interpretam 
o ambiente continuamente (ELALI, 2009).
Inevitavelmente, o usuário estabelece uma compatibilidade com o espaço, nomeada place-i-
dentity, que é definida pela identidade que o indivíduo constrói em sua habitação e influência 
na percepção e na avaliação dessa edificação. Massey (2000) define que o senso do lugar se 
trata da identidade de um lugar, a partir do sentimento de pertencimento bem como das 
sensações de conforto, segurança e refúgio.
É importante conhecermos o conceito de percepção (termo derivado do latim: perception), que é 
definido pelos dicionários como ato ou efeito de perceber; combinação dos sentidos no reconhecimen-
to de um objeto; recepção de um estímulo; faculdade de conhecer independentemente dos sentidos; 
intuição; ideia; imagem; e representação intelectual. No entanto, aprofundando-se nesta terminologia 
e sobre a ótica da Psicologia, o psicólogo Hochberg (1973 apud MARIN, 2008, p. 206) define que “a 
percepção é um dos mais antigos temas de especulação e pesquisa no estudo do homem [...] Estudamos 
a percepção numa tentativa de explicar nossas observações do mundo que nos rodeia”. 
42
UNICESUMAR
Já o conceito de sensação refere-se àqueles contentos da consciência, os quais são “produzidos imedia-
tamente na alma por excitações exteriores, sem intermediários

Continue navegando