Buscar

ANAMNESE_HISTÓRIA CLÍNICA

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE
CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS IV - ANATOMIA
GABRIELE SILVA CALDAS E JULIANA SANTOS SOUSA DO VALE
CASO CLÍNICO - SISTEMA LINFÁTICO
ANAMNESE/HISTÓRIA CLÍNICA
G.C.S, Mulher, 65 anos de idade, apresenta-se a seu clínico geral com história de 8 meses de edema progressivo no braço esquerdo. Há dois anos ela se submeteu a mastectomia parcial e esvaziamento axilar (remoção dos linfonodos axilares) em decorrência de câncer da mama esquerda. Ela também foi tratada com radioterapia e quimioterapia na época. Nega febre, dor ou alterações na pele, mas relata dificuldade com tarefas diárias porque sua mão parece pesada e fraca. Ela está preocupada com a aparência de seu membro aumentado e tem problemas para encontrar roupas adequadas . A paciente parou de jogar golfe e cancelou suas férias.
 
 (Figura 1)
 O sistema linfático constitui um tipo de sistema de “hiperfluxo” que permite a drenagem do excesso de líquido tecidual e das proteínas plasmáticas que extravasam para a corrente sanguínea, e também a remoção de resíduos resultantes da decomposição celular e infecção. Ou seja, tal sistema drena o excesso de líquido dos espaços extracelulares para a corrente sanguínea e também é uma parte importante do sistema de defesa do corpo, por meio dos linfonodos, quebram micro-organismos e produzem linfócitos e anticorpos. Além disso, tem a função de absorção e transporte de gorduras e alimentos: capilares lácteos recebem todos os lipídios e vitaminas lipossolúveis absorvidos pelo intestino. Em seguida, o quilo é conduzido pelos vasos linfáticos viscerais para o ducto torácico, e daí para osistema venoso.
 O linfedema é o acúmulo de líquido nos membros superiores ou inferiores devido ao bloqueio do sistema linfático. Se a drenagem linfática do membro superior for danificada, a dimensão do membro superior aumenta e pode ocorrer edema em cacifo (linfedema). Pacientes com câncer podem desenvolver linfedema em membros superiores ou inferiores. Os pacientes com linfedema podem apresentar sintomas como: 
· Inchaço indolor que começa nas mãos ou pés e progride em direção ao tronco;
· Sensação de braços ou pernas pesados; 
· Uso de anéis, relógios e roupas tornam-se difíceis devido a que ficam muito apertados;
· Pele lisa e brilhante;
· Marcas ou espessamento da pele quando pressionada;
· Hiperqueratose;
· Pele similar a casca da laranja;
· Desenvolvimento de verrugas ou pequenas bolhas.
O sistema linfático não possui uma bomba como o coração. O fluxo linfático depende basicamente das ondas de contração do músculo liso da parede dos vasos linfáticos maiores. O fluxo é auxiliado pelas fibras contráteis das células endoteliais, pelas valvas unidirecionais e pela compressão externa gerada pelos músculos esqueléticos.A bomba musculoesquelética desempenha um papel significativo no fluxo linfático. Os linfonodos apresentam duas funções básicas, como vemos a seguir.
· Filtrar a linfa: nos linfonodos, os macrófagos destroem e removem microrganismos e os demais resíduos celulares que entram na linfa a partir do tecido conjuntivo frouxo. Com isso, eles evitam que essas substâncias nocivas sejam liberadas no sangue e se espalhem ao longo do corpo. 
· Ativar o sistema imunológico: nos linfonodos, estão alojados estrategicamente os linfócitos. Eles têm a função de monitorar a existência de antígenos na corrente linfática , organizando um ataque contra eles quando necessário. 
Sua estrutura varia em forma e tamanho, porém, a maior parte deles tem a forma de um grão de feijão com menos de 2 ,5 cm de comprimento. Cada linfonodo é revestido por uma forte cápsula de tecido fibroso a partir da qual as trabéculas (tiras de tecido conjuntivo) se estendem para dentro, dividindo o nodo em vários compartimentos. O estroma de fibras reticulares forma a estrutura interna dos linfonodos, sustentando fisicamente os linfócitos que estão em contínua mudança. Se apresenta em duas regiões distintas: córtex e medula .
	Os linfonodos axilares são um grupo de linfonodos encontrados na axila. São responsáveis, principalmente, pela drenagem linfática do membro superior, embora também recebam linfa proveniente da parede torácica, parede abdominal superior, ombro, pescoço e mamas. 
Quando a mastectomia parcial é realizada, pode ser empregada a técnica do linfonodo sentinela para decidir o grau de extensão do esvaziamento axilar, ou seja, da remoção dos linfonodos axilares. O esvaziamento axilar pode lesionar nervos, vasos e tecidos da região. Além disso, existe o risco de linfedema, que é a situação do nosso caso clínico já que a drenagem linfática da mama e do membro superior estará comprometida.
	Os linfonodos axilares são formados por 20-30 linfonodos organizados em cinco grupos que são nomeado de acordo a sua localização:
· Linfonodos peitorais (anteriores)
· Linfonodos subescapulares (posteriores)
· Linfonodos umerais (laterais)
· Linfonodos centrais
· Linfonodos apicais
Toda a linfa do membro superior é drenada para linfonodos na axila. Os grupos são dispostos de um modo que reflete o formato piramidal da axila. Esses vasos eferentes unem-se para formar tronco linfático subclávio. Uma vez formado, o tronco subclávio pode receber os troncos jugular broncomediastinal no lado direito para formar o ducto linfático direito ou pode entrar no ângulo venoso direito separado. No lado esquerdo, o tronco subclávio une-se com maior frequência ao ducto torácico. Apesar da glândula mamária ficar na fáscia superficial que recobre a parede torácica, sua região superolatera se estende ao longo da margem do músculo peitoral motor em direção à axila. 
Referências bibliográficas:
NETTER, FRANK. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro:Elsevier, 2015.
DRAKE, RICHARD L.; VOGL, A. WAYNE; MITCHEL, ADAM W. M. Gray 's Anatomia clínica para estudantes. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
MOORE, KEITH L.; DALLEY, ARTHUR F.; AGUR, ANNE M. R. Anatomia Orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan,2017.
VAN DE GRAAFF, KENT M. Anatomia humana. 6. ed., reimpr. Barueri,SP: Manole, 2013
MIGUEL JUNIOR , A. Medicina geriátrica, geriatria e gerontologia: drenagem linfática, sistema linfático. 2009. Disponível em: <http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/linfa />. Acesso em:19 out. 2017.
MIRANDA-VILELA, A. L. Sistema linfático. [201-?]. Disponível em:<http://www.afh. bio.br/imune/linf a1.asp>. Acesso em: 19 out. 2017.

Continue navegando

Outros materiais