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07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Módulo: Aspectos Relevantes do Crime e da Pena 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 4 Pena Aula 01 – Conceito e Finalidades Sanção penal é gênero, constituído por duas espécies: penas e medidas de segu- rança. Já o conceito de pena implica em: “É a sanção imposta pelo Estado, por meio de ação penal, ao criminoso como retribuição ao delito perpetrado e prevenção a novos crimes1”. Teorias da pena Absolutas ou retributivas à pena = castigo Kant (1724 – 1804) - Retributivismo ético - Pena é castigo pela transgressão a um imperativo categórico. Hegel (1770 – 1831) - Teoria lógico-jurídica da retribuição - Pena é a negação da negação do Direito. A teoria absoluta, também denominada de retributiva, defende que a pena possui caráter eminentemente retributivo, ou seja, é uma forma de retribuição ao criminoso pela conduta ilícita realizada. Podemos dizer que significa a maneira pela qual o Estado irá for- necer o contrapeso relacionado ao mal causado à sociedade. Perceba, portanto, que a fi- nalidade da pena não é outra senão punir o condenado e causar-lhe o prejuízo oriundo, portanto, de sua própria conduta. Cabe ao agente entender está sendo penalizado em razão do desrespeito para com as normas jurídicas e seus iguais. Desta forma, não há nenhuma característica que considera a ressocialização, ree- ducação ou imposição de trabalho ao condenado, bem como não haveria razão para repa- rar o dano resultante do delito. Assim como Hegel assinalava, a consiste na negação da negação do delito. Por sua vez, Kant vislumbrava que caso um estado fosse dissolvido voluntariamente, necessário seria antes executar o último assassino e, deste modo, sua culpabilidade não recairia sobre todo o povo2. Relativas ou preventivas à pena = finalidade ulterior (prevenir novos crimes) 1NUCCI, Guilherme Souza. Curso de Direito Penal - Vol. 1 - Parte Geral. São Paulo: Forense, 2016. 2CARVALHO NETO, Inácio. Aplicação da Pena. Rio de Janeiro: Forense, 1999. Cit.p.15. Tema 05: 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 5 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena Subdividem-se: - Prevenção geral (voltada à sociedade) positiva (reafirmar vigência da norma) e negativa (intimidação) - Prevenção especial (voltada ao indivíduo) positiva (ressocialização) e negativa (neutralização). Por sua vez, a teoria relativa ou, também conhecida como preventiva, possui outra finalidade e, por isso, seu objetivo supõe, simplesmente, a prevenção de novos delitos. Bus- ca-se, portanto, suprimir a realização de condutas criminosas inovadoras. Seria uma forma de alcançar e manter a paz, bem como o equilíbrio social, pois os indivíduos que já delin- quiram são, presumidamente, criminosos e possuem disposição para a prática de novos ilícitos. Para a doutrina clássica, Franscesco Carnelutti nos ensina que: Para tanto serve, em primeiro lugar, o castigo que, provocando o sofrimen- to de quem cometeu o delito, cria um contra-estimulo ao cometimento de outros; por isso punitur ne peccetur, isto é, a fim de tentar dissuadir o con- denado a pôr-se em condições de ter de ser punido novamente. Sob este as- pecto, o Direito Penal opera sobre a necessidade, constituindo um vinculum quo necessitate adstringimur alicuius... Rei faciendae vel non faciendade; a obrigação penal, da qual se ocupa a ciência do Direito Penal material, é a expressão da finalidade preventiva do Direito Penal3. Continuando, a teoria em análise possui duas subclassificações, quais sejam: prevenção geral e prevenção especial. A prevenção geral possui a finalidade de inibição que gera seus efeitos relacionados a toda população. A prevenção específica, por sua vez, causa intimidação relacionada ao delinquente classificado como ocasional e reeducação do criminoso habitual, mas propenso à correção. Unitárias, mistas ou ecléticas à pena = multifacetada (tem diversas finalidades). É o terceiro grupo a respeito das teorias da pena. Consiste em uma combinação da teoria relativa e da teoria absoluta e classifica-se como aquela predominante nos dias atuais. Sendo assim, a pena é tanto uma retribuição ao condenado pela prática do delito, como uma forma de prevenir a realização de novos delitos. Noronha, nos ensina que: As teorias mistas conciliam as precedentes. A pena tem índole retributiva, porém objetiva os fins da reeducação do criminoso e de intimidação geral. Afirma, pois, o caráter de retribuição da pena, mas aceita sua função utili- 3CARNELUTTI, Francesco. Lições Sobre o Processo Penal, volume 1, 1º edição. Campinas: Book- seller, 2004, P. 73. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 Tema 05 - Aula 01 6 tária4. Essa teoria possui o condão de procurar justificar a aplicação da pena por meio de um fundamento moral, resumidamente, na aplicação da pena como retribuição ao mal pra- ticado e, simultaneamente, é necessário objetivar metas utilitaristas como, por exemplo, no sentido de evitar e inibir a prática de novos crimes, além de prosseguir com a recuperação social do condenado. A doutrina, para conceituar a finalidade da pena, utiliza três grandes grupos de teorias, a teoria absoluta, a teoria relativa, e a teoria mista, sendo que cada qual com seu grau de punição. Para a Teoria Absoluta a pena é um castigo e uma conseqüência pelo crime realizado, não possuindo qualquer outro desiderato, senão ser um fim em si mesma, e por aplicar as sanções previstas na legislação, é considerada como uma forma de fazer justiça. Já a Teoria Relativa possui uma pretensão diversa da anterior, e têm por objetivo a prevenção de novos delitos, ou seja, busca obstruir a realização de novas condutas criminosas; impedir que os condenados voltem a delin- qüir. E a Teoria mista, unificadora ou eclética aderiu às outras duas teorias, possuindo dois interesses, o primeiro retribuir ao condenado o mal causado, e o segundo prevenir que o condenado e a sociedade busquem o cometi- mento de novas condutas criminosas. Portanto, chega-se a conclusão de que a pena objetiva punir o condenado, retribuindo a este o mal causado em decorrência de seu delito, simultaneamente a pena objetiva a prevenção de novas condutas delituosas, fazendo com que o criminoso não realize no- vas condutas ilícitas, bem como, que a própria sociedade tenha receio em desobedecer a legislação penal, logo, concluir-se-á que mesmo havendo os três grandes grupos de penas indicadas, o ordenamento jurídico brasileiro é adepto da teoria mista, também chamada de unificadora ou eclética. 2 - Desde os primórdios da humanidade, a violação de normas sociais gera uma sanção. A forma de punição evoluiu, desde o castigo corporal, até os dias de hoje, onde a pena privativa de liberdade é a predominante forma de controle social por parte do Direito Penal. Este estudo prentende analisar esta evolução e a atual finalidade da pena: seria um fator de simples puni- ção ou deve preocupar-se com a ressocialização do sentenciado? O Código Penal brasileiro adota a teoria mista das penas (caráterpreventivo e puniti- vo), entretanto, o cenário jurídico-carcerário do país indica claramente a falta de preocupação com a questão da reintegração, tratando o condenado de modo desumano, deixando de levar em conta direitos fundamentais garan- tidos pela Constituição Federal. O presente trabalho não tem o objetivo de colocar um ponto final nas reflexões apresentadas, mas ao contrário disso, 4NORONHA, M. Magalhães. Direito Penal. Volume 01. 35º edição. São Paulo: Saraiva, 2000. Cit.p. 223. PARA LEITURA DO TEXTO NA ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI: Leitura Complementar 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 https://jus.com.br/artigos/43453/das-penas-e-das-teorias-da-pena 7 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena pretende demonstrar algumas dificuldades jurídicas e sociais de se aplicar na prática programas que tornem a ressocialização um fato e não uma ideia puramente teórica no Brasil. Código Penal Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. Código de Processo Penal Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente. Convenção Americana de Direitos Humanos Art. 5.º, 6. As penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos condenados. Lei de Execução Penal Art. 1º. A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do conde- nado e do internado. Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. Legislação 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 http://eventos.uenp.edu.br/sid/publicacao/artigos/25.pdf Tema 05 - Aula 01 8 APELAÇÃO CRIMINAL DEFENSIVA – FURTO SIMPLES – APLICAÇÃO DO PRINCÍ- PIO DA INSIGNIFICÂNCIA – INVIABILIDADE – RÉU MULTIRREINCIDENTE, INCLUSIVE COM CONDENAÇÃO POR CRIME DO MESMO JAEZ – VALOR DA RES FURTIVA QUE ULTRAPAS- SA 10% DE UM SALÁRIO MÍNIMO – REGIME PRISIONAL FECHADO – ABRANDAMENTO – IMPOSSIBILIDADE – RECURSO IMPROVIDO. Inviável a aplicação do princípio da insigni- ficância na hipótese dos autos porque o valor do bem subtraído supera 10% de um salário mínimo vigente à época dos fatos, não podendo ser encarado como insignificante e poque o réu é multirreincidente, inclusive ostentando uma condenação por crime do mesmo jaez, demonstrando que a conduta ora atribuída ao réu (furto) não foi um fato isolado em sua vida. A multirreincidência, aliada a existência de circunstância judicial desfavorável, impõe o regime fechado para o início do cumprimento da reprimenda corporal, nos termos do art. 33, §§ 2º e 3º, do CP. (TJ-MS - APR: 00006504420198120043 MS 0000650-44.2019.8.12.0043, Relator: Des. Jonas Hass Silva Júnior, Data de Julgamento: 08/01/2020, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação: 09/01/2020). ALVES, Jamil Chaim. Manual de Direito Penal: Parte Geral e Parte Especial. Salva- dor: Juspodivm, 2020. BOSCHI, José Antonio Paganella. Das penas e seus critérios de aplicação. Porto Alegre : Livraria do Advogado, 2000. BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado. htm>. Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689. htm>. Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Bra- Jurisprudência 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 9 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena sília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm>. Acesso em: 19/05/2020. BRASIL. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal. Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm>. Acesso em: 19/05/2020. CARNELUTTI, Francesco. Lições Sobre o Processo Penal, volume 1, 1º edição. Campinas: Bookseller, 2004. CARVALHO NETO, Inácio. Aplicação da Pena. Rio de Janeiro: Forense, 1999. COSTA, Danilo da Rocha. Das penas e das teorias da pena. Jus, 2015. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/43453/das-penas-e-das-teorias-da-pena>. Acesso em: 19/05/2020. MARQUES, Oswaldo Henrique Duek. Fundamentos da pena. São Paulo : Juarez de Oliveira, 2000. MARTA, Taís Nader. A finalidade da pena privativa de liberdade: ressocializar ou re- vidar. Disponível em: < http://eventos.uenp.edu.br/sid/publicacao/artigos/25.pdf>. Acesso em: 19/05/2020. NUCCI, Guilherme Souza. Curso de Direito Penal - Vol. 1 - Parte Geral. São Paulo: Forense, 2016. NUCCI, Guilherme Souza. Individualização da pena. 3. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2009. NORONHA, M. Magalhães. Direito Penal. Volume 01. 35º edição. São Paulo: Sarai- va, 2000. 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8 07 62 38 92 73 8
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