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TEMA 6 DIREITOS DOS PRESOS Aula 04 Detração

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Aula 04 – Detração
No que toca a detração, computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida 
de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão admi-
nistrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos em lei (artigo 42, 
LEP).  A fundamentação se dá para evitar a punição em duplicidade, competindo ao juiz da 
execução demandar acerca da detração (art. 66, LEP).
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO
 Possível a detração, desde que haja proporcionalidade entre a medida cautelar e 
a pena definitiva (ex.: internação provisória e medida de segurança).
DETRAÇÃO ANALÓGICA
Detração envolvendo penas de espécies diferentes. Ex.: sujeito permanece perso 
cautelarmente e, ao final, vem a ser condenado a prestação de serviços à comunidade. 
Majoritariamente, admite-se.
Prestação de serviços à comunidade: 1 dia de prisão = uma hora de serviços pres-
tados (STJ, HC 202618, Rel. Sebastião Reis Júnior, 6ª T, j. 19.06.2012)
No que toca a multa, vejamos a jurisprudência:
Agravo em Execução Penal. Indeferimento da extinção da pena de multa. 
Insurge-se a Defesa que o sentenciado faz jus ao beneficio, tendo em vista 
ter ficado preso por mais tempo que deveria. Requer o reconhecimento por 
força da detração analógica. Possiblidade. Nos termos do art. 51 do Código 
Penal, dívida de valor a ser executada pela Fazenda Pública. Cabível o enten-
dimento analógico da detração prevista no artigo 41 do CP. Agravo provido 
para declarar extinta a pena de multa (TJSP, EP 00496867320148260000 
SP, Rel. Des. Péricles Piza, 1ª Câmara de Direito Criminal, j. 24/02/2015, 
v.u.).
Quanto à aplicabilidade em processos distintos: 
(...) é admitida a detração em relação a fato diverso daquele que deu azo 
à prisão processual; contudo, somente em relação a delitos anteriores à 
segregação provisória, sob risco de se criar uma espécie de crédito contra 
a Justiça Criminal (STJ, HC 276287 / RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª T., j. 
15/10/2015, v.u.). 
LEI DE MIGRAÇÃO (LEI 13.445/2017) 
 No que tange a lei de migração não será efetivada a entrega do extraditando sem 
que o Estado requerente assuma o compromisso de computar o tempo de prisão que, no 
Brasil, foi imposta por força da extradição.
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA 
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5 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena
A respeito da extraterritorialidade incondicionada a pena cumprida no estrangeiro 
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computa-
da, quando idênticas.
PRESCRIÇÃO
Prescrição da pretensão punitiva - Não se admite cômputo da detração para cál-
culo da prescrição. 
Prescrição da pretensão executória - Doutrina majoritária admite. Jurisprudência 
majoritária não admite:
STF: Pedido de reconhecimento da prescrição da pretensão executória com 
base na pena residual (artigo 113 do CP). (...) O tempo de prisão provisó-
ria não pode ser computado para efeito da prescrição. Precedentes (ARE 
938056/SP, Rel. Gilmar Mendes, 2ª T., j. 08/03/2016, v.u.)
STJ: O cálculo da prescrição pela pena residual, conforme prevê o art. 113 
do Código Penal, limita-se às hipóteses de evasão e de revogação do livra-
mento condicional. Não é possível, portanto, a consideração do tempo de 
prisão provisória para fins de contagem do prazo prescricional, pois o cita-
do dispositivo deve ser interpretado restritivamente (Precedentes do STF e 
do STJ)
(RHC 67403 / DF, Rel. Felix Fischer, 5ª T., j. 16/03/2017, v.u.)
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE  “Para efeito de detração, de-
ve-se somar o período de internamento provisório, ao invés de diminuir, 
haja vista a medida sócioeducativa ser fixada no limite máximo legal de 03 
(três) anos” (STJ, AgRg no Ag 442435/DF, Rel. Min. Paulo Medina, 6ª T., j. 
08/04/2013, v.u.).
FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL  CPP, art. 387, § 2º “O tempo de prisão provi-
sória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, 
será computado para fins de determinação do regime inicial de pena priva-
tiva de liberdade”. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
Vou tentar dirimir uma controvérsia hermenêutica que parece estar insta-
lada. Como se sabe, o ex-presidente Lula teve sua pena reduzida para 8 
anos e 10 meses de reclusão. Inicialmente, a pena, imposta pelo então juiz 
Sergio Moro, era de 9 anos e 6 meses — pena que foi posteriormente am-
pliada para 12 anos e um mês pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. 
Já cumpriu mais de ano, porque preso desde abril de 2018, em decorrência 
da nova interpretação do Supremo Tribunal Federal acerca da presunção 
da inocência.
O STJ não aplicou a detração. Também não sei se foi pedida. Não importa. 
Quero falar sobre o vem sendo discutido: cabe ou não cabe a detração nas 
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Tema 06 - Aula 04 6
circunstâncias concretas do caso?
A detração está prevista no artigo 42 do Código Penal, que dispõe que 
“Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, 
o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão admi-
nistrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no 
artigo anterior.”
O Código de Processo Penal, desde a alteração promovida pela Lei 
12.403/2011, recebeu medidas cautelares pessoais diversas da prisão. Es-
sas medidas permitem ao juiz substituir a prisão preventiva, imposta no 
curso do processo penal, por obrigações menos gravosas que possam as-
segurar a eventual aplicação de sanção criminal e garantir a ordem pública 
sem que o acusado tenha de ser recolhido ao cárcere.
A partir dessa alteração legislativa foi superada a dicotomia existente até 
então no processo penal pela qual o acusado era mantido preso preventi-
vamente ou respondia o processo em liberdade. Nos termos atuais, a prisão 
preventiva passa a ser medida excepcional, tendo caráter subsidiário em 
relação às demais medidas cautelares pessoais.
Essas medidas cautelares pessoais estão previstas no art. 319, do Código 
de Processo Penal. São elas: o monitoramento eletrônico, a proibição de 
contatar vítimas e o recolhimento domiciliar, entre outras. A recente siste-
mática de medidas cautelares alternativas gerou, entretanto, questões so-
bre a influência do seu cumprimento em eventual pena definitiva.
Lei de Execução Penal
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o 
condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre:
c) detração e remição da pena;
(...)
Código de Processo Penal
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https://www.conjur.com.br/2019-abr-29/lenio-streck-detracao-aplicada-grau-recurso
https://www.conjur.com.br/2017-ago-07/guilherme-marchioni-domiciliar-cautelar-deduzida-pena
7 Aspectos Relevantes do Crime e da Pena
Art. 387.  O juiz, ao proferir sentença condenatória:             (Vide Lei nº 11.719, de 
2008)
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código 
Penal, e cuja existência reconhecer;
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser 
levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do De-
creto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;           (Redação dada pela Lei 
nº 11.719, de 2008).
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;           (Redação dada pela 
Lei nº 11.719, de 2008).
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, con-
siderando os prejuízos sofridos pelo ofendido;           (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 
2008).
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de 
segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e 
designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal).
§ 1o  O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a 
imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimen-
to de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
§ 2o  O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no 
Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de 
pena privativa de liberdade.            (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Lei de Execução Penal. Brasília, DF. 
Disponível: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm>. Acesso em 23 jun. 
2020.
BRASIL. Decreto-lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941. Código de Processo 
Penal. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del-
3689compilado.htm>. Acesso em 23 jun. 2020.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12736.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12736.htm
Tema 06 - Aula 04 8
ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2014.
MARCHIONI, Guilherme Lobo. Prisão domiciliar cautelar deve ser deduzida do 
cálculo de fixação de pena. Conjur. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2017-a-
go-07/guilherme-marchioni-domiciliar-cautelar-deduzida-pe>. Acesso em 23 jun. 20.
NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado. 16ª ed. Rev., 
Atual. e Ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.
STRECK, Luiz Lenio. Questão constitucional: Detração pode ser aplicada em grau 
de recurso! Conjur. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2019-abr-29/lenio-stre-
ck-detracao-aplicada-grau-recurso>. Acesso em 23 jun. 2020.
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