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SÍNDROME DE INSUFICIENCIA RENAL BÁRBARA KISSEL ETAPA 4-MED FISIOLOGIA RENAL: SINAIS E SINTOMAS DAS DOENÇAS RENAIS: • Alterações na micção; • Alterações no ritmo e volume urinário; • Alterações nas características da urina; • Dor; • Manifestações sistêmicas (edema, febre, palidez) • Termos técnicos: ➢ Poliuria: aumento do volume urinário. Maior que 2500ml/24h ➢ Oliguria: volume de urina excretado menor que as necessidades para a eliminação de catabólicos. Menor que 440ml/24h ➢ Nicturia: volume aumentado de urina durante a noite ➢ Piuria: presença de pus na urina ➢ Hematúria: presença de sangue na urina ➢ Coluria: presença de bilirrubina na urina ➢ Anuria: diminuição ou ausência de eliminação da urina. ➢ Disuria: dor ao urinar. No início: uretra, no final: bexiga. ➢ Enurese: incontinência urinaria noturna ➢ Incontinência urinaria: eliminação involuntária de urina. ➢ Polaciuria: aumento de micções. ➢ Retenção urinaria: acumulo de urina na bexiga ➢ Incerteza (hesitação – demora iniciar) ➢ Esforço (estranguria – esforço em vão) • Edema: facial e periorbitário. Face renal/urêmica. • Prurido • Palidez • Hálito urêmico. SÍNDROME I.R. AGUDA: • A lesão renal aguda1 (LRA), antes conhecida como insuficiência renal aguda, caracteriza-se pela redução repentina da função renal com retenção de escórias nitrogenadas e outros produtos residuais eliminados normalmente pelos rins. • Têm em comum alguns elementos diagnósticos, sobretudo aumento da concentração de ureia (U) e/ou elevação da concentração plasmática ou sérica de creatinina (Cr), em geral associada à diminuição do volume urinário. • Síndrome de cólica nefrítica: ➢ Passagem ou obstrução de cálculo ou coágulo pelas vias urinárias altas. ➢ Dor intensa, em cólica, em abdome ou lombar, irradiada para a região inguinal e genitália ➢ Sintomas vagais, como náusea, vômito, relaxamento de esfíncter ➢ Sinal de Giordano presente. • Síndrome da infecção urinaria: ➢ Alta: pielonefrite ❖ Febre ❖ Dor em flanco. ❖ Náuseas e vômitos. ❖ Prostração ➢ Baixa: ITU baixa ❖ Disúria. ❖ Polaciúria • Síndromes glomerulares: ➢ Afetam as funções dos glomérulos renais. ➢ Síndrome nefrítica: Ocorrendo perda abrupta da superfície de filtração (↓ Kf) → redução da excreção de líquidos, pequenos solutos, eletrólitos. ➢ A síndrome nefrítica decorre de processo inflamatório do capilar glomerular. Caracteriza-se por disfunção renal de início abrupto, por graus variáveis de hematúria e proteinúria, cilindros hemáticos, edema, hipertensão arterial e oligúria. SÍNDROME DE INSUFICIENCIA RENAL BÁRBARA KISSEL ETAPA 4-MED ❖ Oliguria; ❖ Hipertensão arterial ❖ Edema facial e MMII discreto ❖ Dispneia ❖ Hematúria ❖ Cilindrúria hemática ➢ Síndrome nefrótica: Ocorrendo aumento difuso da permeabilidade do capilar glomerular à passagem de proteínas → proteinúria maciça. ➢ Alterações da permeabilidade da membrana basal glomerular são responsáveis pela perda de proteínas na urina, fator determinante das manifestações clínicas da síndrome nefrótica. Habitualmente, quando a proteinúria é superior a 3,5 g/24 h, a excreção urinária de albumina ultrapassa a capacidade do fígado de sintetizar essa proteína, resultando em hipoalbuminemia. ➢ Em relação ao edema da síndrome nefrótica, os seguintes mecanismos têm sido propostos: (a) a hipoalbuminemia com redução da pressão oncótica do plasma, com passagem do líquido para o interstício e edema; (b) a redução do fluxo plasmático renal efetivo ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, ocasionando retenção de sódio e de água e persistência do edema; (c) a diminuição da pressão oncótica do plasma e do interstício, ocorrendo de forma paralela, com pouca mudança no gradiente de pressão oncótica transcapilar. Existem evidências de que a resistência à ação do fator atrial natriurético seria responsável pela retenção de sal e água ❖ Proteinúria maciça; ❖ Hipoalbuminemia; ❖ Edema ❖ Hiperlipidemia e hiperlipiduria. ❖ Edema matinal palpebral ❖ Edema MMII (cacifo - depressível) ❖ Ascite ❖ Derrame pleural ❖ Anasarca ❖ Palidez intensa ❖ Urina espumosa • Injuria renal aguda: ➢ Também conhecida por insuficiência ou lesão renal aguda, caracteriza-se por rápido declínio da taxa de filtração glomerular, resultando em acúmulo no sangue de produtos do metabolismo nitrogenado, como a ureia e a creatinina, e incapacidade de manter o equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico, acompanhada ou não de redução da diurese. ➢ IRA pré-renal: ❖ É a etiologia mais comum de IRA (55 a 60%). Por definição não há alteração estrutural nos rins. Glomérulos, túbulos e interstício estão intactos e a FG é rapidamente restabelecida após correção da perfusão renal. ❖ Em situações de hipoperfusão renal discreta (pressão sanguínea média > 80 mmHg), a FG é mantida por mecanismos compensatórios, pela dilatação da arteríola aferente e constrição da arteríola eferente mantendo a perfusão glomerular e a pressão de filtração. Na azotemia pré- renal, esta autorregulação está comprometida, levando à retenção de toxinas urêmicas. ❖ A diminuição da função renal na IRA pré-renal ocorre em duas situações: quando há redução generalizada do volume sanguíneo circulante (traumas, sangramentos, queimaduras, grandes cirurgias, desidratação) ou uma hipoperfusão renal seletiva, como ocorre na insuficiência cardíaca e hepática. ❖ A integridade do parênquima renal está preservada. ➢ IRA renal: SÍNDROME DE INSUFICIENCIA RENAL BÁRBARA KISSEL ETAPA 4-MED ❖ Incluem-se todas as condições em que há lesões recentes do parênquima renal (glomérulos, túbulos, interstício ou vasos). ❖ A IRA renal mais frequente é a necrose tubular aguda (NTA), responsável por 70% dos casos, seguida de 10 a 20% de nefrites intersticiais agudas e de 1 a 10% de causas vasculares. ❖ A NTA, termo utilizado para designar IRA desencadeada por isquemia ou nefrotoxinas (meios de contrastes, antibióticos, ciclosporina, quimioterápicos, paracetamol, rabdomiólise), difere da IRA pré-renal por não ocorrer reversão imediata após a remoção da causa inicial. ➢ IRA pós-renal: ❖ Ocorre por obstruções das vias urinarias. ❖ Para que uma obstrução resulte em IRA, é necessário que seja bilateral, ou unilateral com rim único. ❖ A obstrução do colo vesical é a causa mais comum, podendo decorrer de doença prostática, bexiga neurogênica ou tratamento com anticolinérgicos. ❖ Dentre as causas de obstrução alta, bilateral, ou unilateral em rim único, encontram-se os abscessos e as neoplasias, a fibrose retroperitoneal, os acidentes cirúrgicos (ligadura ou secção ureteral) e obstrução ureteral por coágulos ou cálculos. Causas menos comuns são a estenose do meato uretral, coágulos, cálculos, e uretrite com espasmo. ❖ Inicialmente, uma obstrução aguda produz vasodilatação arteriolar com aumento da taxa de FG; em seguida, são produzidas substâncias vasoconstritoras que reduzem a taxa de FG. Nos estágios iniciais da obstrução (horas a dias), a continuidade da FG leva a um aumento da pressão intraluminal acima do local da obstrução, resultando em distensão gradual do ureter proximal, da pelve renal e dos cálices (hidronefrose), além de uma queda da FG. ❖ A IRA pós-renal costuma apresentar-se com anúria, dor suprapúbica ou no flanco; nictúria, polaciúria e hesitação urinária na obstrução prostática. SÍNDROME DE I.R. CRÔNICA: • A doença renal crônica (DRC) caracteriza-se pela presença de lesão do parênquima renal, com ou sem diminuição da filtração glomerular (FG), evidenciada por anormalidades histopatológicas ou por marcadores de lesão renal, incluindo anormalidades na composição daurina e alterações nos exames de imagem. Ou por FG menor que 60 mℓ/min, com ou sem lesão renal, por um período igual ou superior a 3 meses. • Lesão progressiva e irreversível dos rins do rins com alterações: glomerulares, tubulares e da função endócrina renal. • Fatores de risco: ➢ Diabéticos; ➢ Hipertensos; ➢ Indivíduos acima de 60 anos. SÍNDROME DE INSUFICIENCIA RENAL BÁRBARA KISSEL ETAPA 4-MED • Sinais e sintomas: ➢ Fraqueza, adinamia e fadiga fácil; ➢ queixas de prurido, edema e pele seca; ➢ anorexia, náuseas e vômito, soluços e sangramento digestivo; ➢ dispneia progressiva. Dor retroesternal pode estar presente devido à pericardite. ➢ Noctúria; ➢ dor, dormência e cãibras nas pernas; ➢ impotência e perda da libido. ➢ Irritabilidade fácil, dificuldade de concentração, distúrbio do sono, em especial a inversão do ciclo sonovigília, pernas inquietas. ➢ Pele amarelada (palidez amarelopalha), hiperpigmentação em áreas expostas, xerodermia, equimoses, escoriações e edema. ➢ Podem ocorrer alterações ungueais do tipo unha meio a meio (ou unhas de Lindsay), o leito ungueal distal apresenta tonalidade vermelho-rósea a castanha por hiperpigmentação melânica. ➢ A neve urêmica, uma rara manifestação de uremia, apresenta-se como um depósito branco na superfície cutânea, secundário à deposição de cristais de ureia excretada pelo suor. ➢ Hálito com odor de urina. ➢ Presença de cardiomegalia, atrito pericárdico. ➢ Sonolência ou estupor, podendo o paciente entrar em estado de coma. ➢ Asterixe, mioclonia e neuropatia periférica. ➢ Os reflexos tendinosos profundos podem estar diminuídos. ➢ Função imunológica alterada.
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