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Liberdade religiosa	
APRESENTAÇÃO
A liberdade religiosa é tema frequente nas redes sociais e nos debates políticos, estando presente 
no cotidiano dos indivíduos. Contudo, você já deve ter percebido que muita gente não sabe o 
que ela realmente significa. A liberdade religiosa, que deriva da liberdade de pensamento e, 
portanto, é um dos direitos humanos garantidos pela Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, diz respeito à livre-expressão e à prática do credo/crença de cada um. A liberdade 
religiosa tem lugar principalmente em um Estado laico, como o estado brasileiro.
No Estado laico, o poder não é e não deve ser exercido por nenhuma religião específica, 
garantindo assim a liberdade religiosa. O Estado laico garante – ou deveria garantir – que a 
liberdade religiosa seja respeitada, permitindo que toda pessoa possa manifestar sua crença. Ao 
contrário do que muitos pensam, é pelo fato de o Estado ser laico que cada um pode ter sua 
crença religiosa e praticá-la. O Estado laico não é inimigo das religiões, ao contrário, ele é o 
garantidor da liberdade de credo. Dessa forma, a liberdade religiosa depende da laicidade do 
governo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar esse assunto, além de compreender a pessoa 
humana como portadora de direitos inalienáveis, conceituando o sujeito, o objeto e o 
fundamento da liberdade religiosa. Além disso, vai identificar os fundamentos do direito à 
liberdade religiosa.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir pessoa humana portadora de direitos inalienáveis.•
Identificar os fundamentos do direito à liberdade religiosa.•
Conceituar sujeito, objeto e fundamento da liberdade religiosa.•
DESAFIO
No Brasil, de acordo com os relatórios acerca das denúncias de intolerância e discriminação 
religiosas, que muitas vezes culminam em atos de violência, as religiões que tendem a ser mais 
perseguidas e discriminadas são as de matriz africana. Alguns especialistas atribuem esse 
fenômeno ao racismo institucionalizado que ainda persiste no país.
O ranking divulgado pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) destaca que, durante os anos 
de 2011 a 2014, de um total de 504 denúncias, 213 foram de ataques relacionados a 
religião. Desses casos, 35% envolviam religiões de matriz africana. Entre as vítimas que 
declararam sua cor de pele na denúncia, 210 são pretas ou pardas. Em segundo lugar, no ranking 
da SDH, com 27% das denúncias com identificação, está a religião evangélica, praticada, 
segundo o Censo, por 22,2% da população brasileira – e, em sua maioria, por pessoas que se 
declaram pretas ou pardas.
Agora veja um caso ocorrido no interior na Bahia...
Na última noite, ao chegar em casa, uma senhora de 56 anos, conhecida como Mãe Baiana, 
encontrou seu terreiro incendiado e vários santos e instrumentos religiosos queimados. 
A imagem de um metro da Iemanjá (orixá feminino), divindade africana das religiões 
Candomblé e Umbanda, que ficava exposta na entrada do local, fora totalmente destruída. Na 
parede ao lado, foi pichado: “Caia fora daqui, sua negra, e leve esse culto dos demônios com 
você”. Ela fez a denúncia e a polícia descobriu, por meio das câmeras de segurança, que o autor 
do crime era um vizinho. Além da denúncia, a senhora resolveu também processá-lo.
Imagine que você atuará como advogado dessa senhora e terá como base para a ação o Art. 5º da 
Constituição Federal.
Diante dessa situação, constatou-se que 
houve violação de direitos, segundo a Constituição Federal. Desse modo, quais 
os direitos que foram violados nos casos de discriminação e violência religiosa? Justifique.
INFOGRÁFICO
O Brasil é um país que apresenta um aumento crescente na diversidade religiosa e, também, na 
violência e intolerância religiosa. O fenômeno da violência e intolerância religiosa tem se 
espalhado no mundo todo. 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2010), na última década 
(2000-2010), mais pessoas se autodeclararam de outra religião, diferente da predominante no 
Brasil – a religião Católica. Além disso, o número de pessoas que se autodeclaram sem religião 
também aumentou.
Confira, no Infográfico a seguir, os dados sobre diversidade e intolerância religiosa no Brasil.
CONTEÚDO DO LIVRO
A liberdade religiosa está intimamente ligada à compreensão e aceitação da dignidade da pessoa 
humana e aos direitos de livre-pensamento e livre-expressão. Está fundamentada no pluralismo 
religioso do Estado Democrático de Direito e garantida pela Constituição Federal. Portanto, é 
um direito humano fundamental e inalienável. 
No capítulo Liberdade religiosa, da obra Antropologia teológica e direitos humanos, você vai 
entender mais sobre a relação entre a liberdade religiosa e a compreensão da dignidade da 
pessoa humana.
ANTROPOLOGIA 
TEOLÓGICA E 
DIREITOS HUMANOS
Adriane da Silva Machado Mobbs
Liberdade religiosa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir pessoa humana portadora de direitos inalienáveis.
  Identificar os fundamentos do direito à liberdade religiosa.
  Conceituar sujeito, objeto e fundamento da liberdade religiosa.
Introdução
A liberdade religiosa é um dos direitos humanos que está intimamente 
relacionado à liberdade de pensamento e de ação. Quando o sujeito 
externaliza, ou seja, manifesta os seus pensamentos e as suas convicções 
por meio de ações, deve fazê-lo com total liberdade. Portanto, a dignidade 
da pessoa humana é condição indispensável para a liberdade religiosa.
É a consciência da dignidade da pessoa humana e o reconhecimento 
de quem é o sujeito de direito e os seus direitos inalienáveis que garantem 
a liberdade religiosa. Em um estado democrático e laico como o Brasil, é 
necessário que o direito à liberdade religiosa seja respeitado, pois, assim, 
os cidadãos se sentem à vontade para expressarem as suas convicções 
e crenças religiosas, sem medo de qualquer represália. 
Neste capítulo, você vai compreender o que é liberdade religiosa, 
quais são os seus fundamentos e quem tem direito a ela. 
Pessoa humana como portadora de direitos
Toda pessoa humana é portadora de direitos inalienáveis, ou seja, de direitos 
humanos. Portanto, todo e qualquer cidadão possui direitos, independentemente 
de quem ele é ou faz. Atualmente, enfatiza-se a expressão pessoa humana, pois 
há algumas correntes teóricas do direito e da fi losofi a que têm se referido aos 
animais como pessoas não humanas e reconhecido os seus direitos também. Aqui, 
a ênfase na expressão se faz necessária para marcar a distinção, ou seja, que esta-
mos falando de pessoas humanas. A distinção também é necessária no que tange 
à religiosidade, pois é necessário distinguir a pessoa humana da pessoa divina.
Talvez no dia a dia você não se pergunte quem é o sujeito de direitos e 
tampouco se preocupe com quem tem ou não os seus direitos respeitados. É 
possível, talvez, que em alguma circunstância você tenha passado por alguma 
situação na qual os seus direitos não foram respeitados e não tenha perce-
bido. Algumas pessoas desconhecem os seus direitos ou não se reconhecem 
enquanto pessoas dignas de direitos. É por isso que há grupos que trabalham 
não apenas pela conscientização de todas as pessoas acerca dos seus direitos, 
mas também na defesa desses direitos, que não são de um ou outro sujeito, 
mas, sim, de todos os sujeitos, de todos os cidadãos.
Nesse sentido, para melhorar esse entendimento, é necessário inicialmente 
buscar na antropologia filosófica a definição de ser humano, para que possamos 
compreender as correntes teóricas que definem o ser humano enquanto pessoa, 
como o personalismo. A antropologia filosófica é a área da filosofia que se 
ocupa do estudo do homem e seus princípios últimos. Diferentemente das demais 
antropologias, a filosófica busca compreender o sentido de ser do homem.
O personalismo é um movimentofilosófico ligado ao humanismo, que emergiu 
após a crise econômica europeia e durante a ascensão do nazismo, criado por 
Emmanuel Mounier e ligado à Revista Esprit (1932). O personalismo propõe uma 
filosofia centrada na noção de “pessoa”, sua liberdade e responsabilidade; opondo-se 
ao capitalismo, defende o direito da pessoa à não objetificação e à inviolabilidade.
A noção de pessoa proposta pelo personalismo se diferencia daquela com-
preensão de indivíduo ou mesmo das definições de pessoa estabelecidas an-
teriormente pela história da filosofia. Influenciado pelo humanismo e pela 
fenomenologia, o personalismo aborda a pessoa enquanto alguém inserido no 
mundo, um ser histórico e que possui suas relações sociais compreendidas na sua 
relação com o outro, dando ênfase, assim, ao caráter comunitário da sociedade.
Desde a origem da filosofia, após o período denominado Cosmológico, período em 
que os filósofos se ocupavam de explicar a origem do Cosmos, os filósofos têm se 
dedicado a investigar e explicar o que é o ser humano, se há ou não uma essência 
humana e o que nos caracteriza enquanto “ser humano”. Nessa longa investigação, 
não se chegou a apenas uma resposta, mas a várias respostas — alguns defendem 
uma ou outra característica como essencial.
Liberdade religiosa2
O professor Battista Mondin, no livro O Homem, quem é ele? Elementos 
de antropologia filosófica, publicado em 1980, na Itália, procurou abordar o 
que chamou de principais manifestações do fenômeno humano. Ele aborda 
determinadas características como necessárias para chegar “[...] à decifração 
do sentido profundo, último e completo do ser do homem”, conforme aponta 
Mondin (2014, p. 22). O Quadro 1 mostra as principais manifestações do 
fenômeno humano apresentadas pelo autor.
Homo 
somaticus
A dimensão 
corpórea do 
homem
Diz respeito às singularidades e 
propriedades do corpo humano, dentre elas: 
o desenvolvimento do corpo humano, um 
corpo que nasce em fase de estruturação 
e é capaz de se desenvolver ao longo 
de toda a vida; o cérebro, enquanto 
elemento fisiológico que o distingue dos 
demais animais; e a posição vertical.
Homo vivens
A dimensão da 
vida humana
Trata da propriedade fundamental do 
ser humano, a saber: a vida. Em suma, 
o homem é humano enquanto é vivo. 
Difere o vitalismo do mecanicismo, ou 
seja, o ser humano é um ser vivente, 
e isso o difere das máquinas. 
Homo sapiens
A dimensão do 
conhecimento 
sensitivo e 
intelectivo
Trata da capacidade do ser humano 
de ser consciente de alguma coisa, 
ou seja, conhecer algo. Aborda o 
conhecimento de forma tríplice: 
sensitivo, imaginativo e intelectivo.
Homo volens
As dimensões 
da vontade, 
da liberdade 
e do amor
Trata da vontade, da liberdade e do 
amor enquanto características dos 
homens. Todos os homens são dotados 
de vontade, por isso, homo volens.
Homo loquens
A dimensão 
da linguagem
Diz respeito à capacidade de comunicação 
e linguagem do homem, habilidade 
que nos permite pensar e comunicar 
aos outros nossos pensamentos.
Quadro 1. Manifestações do fenômeno humano
(Continua)
3Liberdade religiosa
Fonte: Adaptado de Mondin (2014).
Homo socialis
A dimensão 
social e política 
do homem
Aborda a sociabilidade, ou seja, a habilidade 
intrínseca ao ser humano, que é quase 
uma necessidade, de viver em sociedade 
e se relacionar com o outro. Capaz de 
promover a politicidade, ou seja, relações 
políticas, como associações estáveis e 
participação em grupos organizados.
Homo 
culturalis
A dimensão 
cultural do 
homem
Trata da dimensão cultural do ser 
humano, ou seja, sua capacidade de 
produzir cultura, mas também de 
“ser produzido por ela”. Ao mesmo 
tempo que o homem produz cultura, 
ele é afetado e se constitui enquanto 
homem pela cultura na qual se insere.
Homo faber
A dimensão 
do trabalho 
e da técnica 
do homem
É a capacidade do homem enquanto 
artífice; é o homem da técnica e do 
trabalho. Capacidade de produzir suas 
próprias ferramentas e instrumentos.
Homo ludens
A dimensão 
do jogo e do 
divertimento
É a dimensão lúdica do homem, capacidade 
de inventar jogos e se divertir de forma 
que o distingue dos demais animais.
Homo 
religiosus
A dimensão 
da religião
É a dimensão religiosa do homem, que se 
impõe como uma constante antropológica. 
Embora não seja desenvolvida por 
todos os homens, assim como as 
demais dimensões, todos são dotados 
de tal capacidade. É a propensão para 
a espiritualidade, ainda que possa não 
estar ligada a alguma religião específica.
Quadro 1. Manifestações do fenômeno humano
O ser humano é capaz de desenvolver muitas dessas dimensões, de forma 
que não é possível defini-lo a partir de apenas uma. Se faz necessária uma visão 
holística, como a proposta pela antropologia, que abarque o ser humano conside-
rando todas as suas dimensões e capacidades. O ser humano deve ser visto como 
esse ser integral, um ser dotado de todas essas capacidades apontadas, ainda 
que alguns possam desenvolver mais determinadas dimensões do que outras.
(Continuação)
Liberdade religiosa4
A concepção de pessoa adotada pelo personalismo está centrada na sua não objeti-
vação, ou seja, a pessoa não é uma coisa, um objeto, pois possui uma estreita ligação 
entre o espiritual e o material. Com base no princípio da inviolabilidade, a pessoa não 
pode ser violada e é dotada de liberdade, criatividade e responsabilidade. É uma pessoa 
encarnada em um corpo, situada na história e constitutivamente comunitária. Essa 
concepção de pessoa, bem como o personalismo, está fundamentada na fé cristã, 
conforme lecionam Reale e Antiseri (2005).
Toda pessoa humana é dotada de direitos e deveres, conforme prevê a 
Constituição Federal brasileira de 1988. Então, o que nos faz pensar que alguns 
têm direitos e outros não? Ou que alguns merecem ter seus direitos respeitados 
e outros não? Talvez o filósofo francês Paul Ricœur (1913–2005) nos ajude a 
responder essas perguntas. No artigo “Quem é o sujeito do direito?”, publicado 
em O justo, Ricœur adota uma teoria tripartite que aborda aspectos do Direito, 
da moral e da antropologia (RICŒUR, 2008).
Ricœur (2008) define que o sujeito de direito é aquele digno de estima e 
respeito, capaz de imputar e/ou ser imputado por suas ações, que é dotado de 
capacidades e dispõe de condições de atualização dessas aptidões por meio da 
mediação nas relações interpessoais e institucionais que estabelece ao longo 
da sua vida. É essa mediação que permite que o homem capaz (dotado de 
capacidades, aptidões) se torne um cidadão real. Para Ricœur (2008, p. 31):
Sem a mediação institucional, o indivíduo é apenas um esboço de homem; 
para sua realização humana é necessário que ele pertença a um corpo polí-
tico; nesse sentido essa pertença não é passível de revogação. Ao contrário. 
O cidadão oriundo dessa mediação institucional só pode querer que todos os 
humanos gozem como ele essa mediação política que, somando-se às condições 
necessárias pertinentes a uma antropologia filosófica, se torna uma condição 
suficiente da transição homem capaz ao cidadão real.
Portanto, de acordo com Ricœur, é a vida em comunidade, isto é, a convi-
vência nas instituições (escola, instituição religiosa, família, entre outras) que 
permite a atuação política do homem, dotado de muitas capacidades e aptidões, 
que serão colocadas em prática e desenvolvidas nessa atuação nas instituições, 
o constituindo como cidadão real. Muitas vezes, as pessoas acreditam que não 
5Liberdade religiosa
são dignas de estima e respeito (como sentimentos morais) ou que algumas 
pessoas, por suas ações, também não o são. Contudo, todas as pessoas são 
dignas de estima e respeito e, portanto, portadoras de direitos inalienáveis.
Direitos inalienáveis são direitos fundamentais intransferíveis e inegáveis, ou seja, 
são direitos fundamentais que todas as pessoas possuem. O direito à vida, por exemplo, 
é um direito fundamental inviolável, assim como o direito à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade,conforme aponta a Constituição de 1988 (BRASIL, 1988).
Assim, a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Isso significa 
dizer que toda e qualquer pessoa é livre para prestar culto, livre de qualquer 
tipo de coação, de forma que ninguém possa ser forçado a agir contra a sua 
consciência e nem tenha qualquer impedimento segundo a mesma, seja por 
instituições privadas e/ou públicas.
Recentemente, foi sancionada a Lei nº. 13.796, de 3 de janeiro de 2019 (BRA-
SIL, 2019), que garante a guarda religiosa; ou seja, os estudantes têm direito 
a faltar a aulas e provas por motivos religiosos e de consciência. Dessa forma, 
ninguém é obrigado, no dia da guarda religiosa, a comparecer a qualquer atividade 
escolar, tendo o direito de ter a atividade ou aula oportunizada em outro dia. 
Essa Lei é mais uma garantia à liberdade religiosa, pois permite que o estudante 
tenha sua religião e seus preceitos respeitados, não sendo obrigado a se adequar 
às demais religiões. Ela estende o direito às atividades profissionais.
A Lei nº. 13.796/2019 assegura aos alunos o direito de faltar a aulas e a provas por 
motivos religiosos e de consciência. Essa lei altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB) e garante a alunos direitos que estejam alinhados à sua religião. Você 
pode consultar a Lei na íntegra acessando o link a seguir. 
https://goo.gl/FBnRhF
Liberdade religiosa6
Você sabia que a liberdade religiosa é tão importante que diferentes reli-
giões a defendem e são favoráveis ao seu exercício? O Papa Paulo VI, em 7 
de dezembro de 1965, publicou a Declaração Dignitatis Humanae, sobre a 
liberdade religiosa, na qual o Concílio do Vaticano antecipava a necessidade 
de que a liberdade religiosa fosse reconhecida na ordem jurídica como um 
direito civil e declarou que:
[...] a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Esta liberdade consiste 
no seguinte: todos os homens devem estar livres de coação, quer por parte dos 
indivíduos, quer dos grupos sociais ou qualquer autoridade humana; e de tal 
modo que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria 
consciência, nem impedido de proceder segundo a mesma, em privado e em 
público, só ou associado com outros, dentro dos devidos limites. Declara, 
além disso, que o direito à liberdade religiosa se funda realmente na própria 
dignidade da pessoa humana, como a palavra revelada de Deus e a própria 
razão a dão a conhecer (PAULO VI, 1965, documento on-line). 
A liberdade religiosa, reconhecida como Direito Civil na Constituição 
Federal de 1988, a constituição cidadã, garante a liberdade de credo e favorece 
as religiões existentes no Brasil. Dessa forma, os cidadãos têm sua liberdade 
garantida e podem viver com harmonia e dignidade na prática da sua fé. 
Fundamentos do direito à liberdade religiosa
A liberdade religiosa se fundamenta na liberdade de pensamento e na plena 
compreensão e aceitação da dignidade da pessoa humana e do pluralismo 
religioso no Estado Democrático de Direito. Dessa forma, ela está assentada 
também na laicidade do estado democrático brasileiro. É necessário, além da 
garantia jurídica e constitucional da liberdade religiosa, enquanto um direito 
humano fundamental, a garantia de um estado democrático de direito e da 
sua laicidade. Do contrário, não temos garantias desse direito.
Dessa forma, a liberdade religiosa está fundamentada na liberdade de 
pensamento, ou seja, toda e qualquer pessoa tem liberdade para pensar o que 
quiser. Fundamenta-se, ainda, na livre-expressão, pois as pessoas têm direito 
não apenas a pensarem o que quiserem, mas de expressarem o que pensam. Tem 
como base, por fim, a liberdade de credo, não apenas para crer, mas também para 
praticar sua crença e expressar seus pensamentos. Todas essas liberdades estão 
fundamentadas e garantidas pela democracia e pela laicidade do nosso Estado. 
7Liberdade religiosa
No que tange à religião, a liberdade religiosa se fundamenta ainda no 
livre-arbítrio, pois, do contrário, caímos no determinismo, e não é possível 
afirmar que as pessoas de fato creem, uma vez que não possuem livre-arbítrio 
para isso. Nesse sentido, o livre-arbítrio é o que garante a livre-escolha e a 
verdadeira crença. O livre-arbítrio é compreendido como um bem dado por 
Deus para que os homens sejam livres para escolher o seu próprio caminho, 
e isso diz respeito à escolha religiosa e de credo também.
Um dos filósofos medievais que trata do livre-arbítrio é Agostinho de Hipona, o Santo 
Agostinho. Ele é autor do texto Livre-arbítrio, que é subdivido em três livros, nos quais é 
oferecida uma explicação para a existência do mal e do livre-arbítrio. Santo Agostinho 
objetiva dar uma resposta aos questionamentos feitos na época pelos maniqueus, como 
a incompatibilidade entre a existência de Deus e do mal. Essa temática é abordada 
pelo filósofo em outras das suas obras, por exemplo, nas Confissões. 
A Declaração Dignitatis Humanae (1965) nos permite compreender mais 
claramente o posicionamento da Igreja Católica em relação aos fundamentos 
da liberdade religiosa. Vamos analisá-la? Inicialmente, a Declaração aborda 
o fato de que os homens estão cada vez mais conscientes da dignidade da 
pessoa humana e têm reivindicado desde então a capacidade de agir segundo 
sua própria convicção, sendo assegurada sua liberdade responsável, baseada 
na sua consciência pelo dever (PAULO VI, 1965).
O Concílio afirma na Dignitatis Humanae que foi o próprio Deus que nos 
permitiu conhecer o caminho, por meio do qual, servindo-O, nós podemos 
nos salvar e alcançar a felicidade em Cristo. Para que possamos compreender 
melhor essa passagem, é importante considerar o livre-arbítrio — ou seja, Deus 
nos mostra o caminho, mas não o trilhará por nós e tampouco nos obrigará ou 
determinará que o sigamos. Ao contrário, somos livres para escolher segui-lo 
ou não. Contudo, somente o seguindo conseguiremos nos salvar e atingir a 
felicidade em Cristo (PAULO VI, 1965).
Ainda que os membros do Concílio deixem claro que, para eles, a única 
religião verdadeira se encontra na Igreja Católica e Apostólica — e não seria 
diferente, uma vez que creem nessa Igreja —, eles reconhecem que Deus 
concedeu o livre-arbítrio e, junto com ele, o dever que conduz os homens 
na busca da verdade, no que diz respeito a Deus e à sua Igreja. Há também 
Liberdade religiosa8
o reconhecimento por parte do Concílio dos direitos invioláveis da pessoa 
humana e da ordem jurídica da sociedade, permitindo, assim, às pessoas a 
liberdade de prestar culto a Deus livre de qualquer coação na sociedade civil.
Em uma sociedade democrática, há de se reconhecer os direitos humanos, 
bem como a dignidade da pessoa humana, permitindo, assim, que esta exerça sua 
liberdade responsável. Dessa forma, a laicidade do estado democrático precisa 
ser garantida, pois permite um estado mais plural, no qual as pessoas se sintam 
livres para buscar a sua religião, de acordo com a sua crença, e praticá-la sem 
sofrer qualquer represália. Só assim poderão escolher o seu caminho e encontrar a 
Verdade, sem qualquer determinismo, coação, opressão ou imposição. A escolha 
pela religião, se houver, deve ser livre, obedecendo apenas o dever e o amor a Deus.
Além dos argumentos constitucionais e eclesiais que fundamentam a liber-
dade religiosa, há também o princípio do respeito, da alteridade e da empatia. É 
fundamental que a liberdade religiosa seja respeitada não apenas pelo Estado, 
mas também pelos sujeitos, com base no respeito, na alteridade e na empatia. É 
importante frisar que todos eles são tomados como sentimentos morais, ou seja, são 
sentimentos e valores morais necessários para o convívio harmônico em sociedade.
Trata-se, portanto, de respeito ao outro, à sua liberdade e à sua religião. 
A alteridade e a empatia nos possibilitam compreender aquilo que o outro 
vive e sente, e isso só é possível por meio do exercício de nos colocarmos no 
lugar do outro. Ainda que seja apenas a nossa perspectiva acercada situação 
vivenciada pelo outro, isso nos permite compreender melhor o outro e aquilo 
que ele vive e sente. Com esse exercício, conseguimos compreender como nos 
sentiríamos se não tivéssemos nossos direitos respeitados, se não nos fosse 
permitido crer e praticar a nossa religião ou mesmo a nossa não crença. A 
empatia nos permite compreender como nos sentiríamos se nossa religião ou 
credo fosse discriminada ou perseguida, da mesma forma que se nós fossemos 
perseguidos por ter ou não ter religião.
É a liberdade que nos permite escolher qual religião seguir e praticar. Não há escolha 
mediante coerção ou imposição. Na tentativa de impor determinada crença ou não 
crença, não estamos contribuindo para que todos(as) tenham a mesma crença; ao 
contrário, é provável que o número de crentes diminua, pois, se somos obrigados, não 
se trata de credo, mas de temor e coerção. Para o verdadeiro exercício da religião, é 
necessário que haja liberdade, não apenas para praticá-la, mas para escolhê-la. 
9Liberdade religiosa
O respeito de si, segundo Ricœur (1991, p. 251–252), é “[...] a variante da 
estima de si que passou com sucesso a prova do critério de universalização”; 
o autor afirma ainda que “[...] o respeito é a estima de si passada pelo crivo da 
norma universal e constrangedora, em suma, a estima de si sob o regime da 
lei”. Não basta respeitar a si mesmo, é necessário respeitar o outro também, 
e a alteridade nos permite universalizar esse respeito, que inicialmente é de 
si mesmo, pensando no outro como em nós mesmos. Contudo, é importante 
ter claro que não se trata de um outro eu, mas um si mesmo como outro; ou 
seja, sou eu mesmo que me coloco no lugar do outro. Dessa forma, não há e 
nem poderia haver a eliminação da perspectiva subjetiva — ainda somos nós 
no lugar do outro. 
Sujeito, objeto e fundamento 
da liberdade religiosa 
Quando falamos em liberdade religiosa, a que nos referimos? Quem tem direito 
à essa liberdade e no que essa liberdade se fundamenta? Bem, como você viu 
na primeira seção do texto, a liberdade religiosa é a liberdade de credo e, por-
tanto, é um direito humano fundamental. Dessa forma, o sujeito da liberdade 
religiosa é toda pessoa humana. Todas as pessoas humanas possuem direito à 
liberdade religiosa, sem distinção; portanto, elas todas são sujeitos de direito.
Como vimos, a liberdade religiosa está fundamentada no pluralismo 
religioso, na laicidade do estado democrático de direito e na liberdade de 
pensamento. Há algum pré-requisito ou alguma exigência para que as pessoas 
tenham direito à liberdade religiosa? Na verdade, não, desde que sejam pessoas 
humanas. Na Declaração Dignitatis Humanae (PAULO VI, 1965, documento 
on-line), o Concílio argumenta que: “[...] todos os homens, que são pessoas 
dotadas de razão e de vontade livre e, por isso mesmo, com responsabilidade 
pessoal são levados pela própria natureza e também moralmente a procurar 
a verdade, antes de mais a que diz respeito à religião”. Logo, além de uma 
liberdade, a liberdade religiosa consiste em uma obrigação moral, que pode 
conduzir as pessoas nessa busca pela verdade. Para que a busca ocorra, as 
pessoas devem ter liberdade psicológica e imunidade de coação.
O Concílio reconhece que a liberdade religiosa não está fundamentada “na 
disposição subjetiva da pessoa, mas na sua própria natureza. Por esta razão, 
o direito a esta imunidade permanece ainda naqueles que não satisfazem à 
obrigação de buscar e aderir à verdade; e, desde que se guarde a justa ordem 
pública, o seu exercício não pode ser impedido”. Portanto, ainda que as pes-
Liberdade religiosa10
soas não busquem a verdade e não exerçam ou pratiquem qualquer religião, 
permanecem com seu direito à liberdade religiosa inabalado e garantido.
As pessoas não podem ser forçadas a agir contra a sua própria consciência. 
Nesse sentido, é injusto negar à pessoa humana o livre exercício da religião na 
sociedade. Isso se estende também àquelas pessoas que atuam coletivamente, 
em comunidades religiosas no país. As comunidades religiosas também são 
sujeitos da liberdade religiosa e necessitam que seu direito seja assegurado. 
Cabe aos grupos religiosos o direito de ensinar, testemunhar e professar 
publicamente a sua fé. Assim, da mesma forma, cada família tem direito de 
organizar livremente a sua própria vida religiosa. 
É possível acessar a Declaração Dignitatis Humanae (1965) na íntegra no site do Vaticano, 
a partir do link a seguir.
https://goo.gl/frNc2Z
Como você deve ter percebido, a liberdade religiosa e a laicidade do Estado 
não favorecem essa ou aquela religião, mas todas. É fundamental prezarmos 
pela garantia dos direitos humanos fundamentais, porque estes são nossos 
direitos também. E, dessa forma, a liberdade religiosa nos favorece também 
— independentemente de termos ou não religião, somos livres para tê-la e/
ou praticá-la ou não.
A ausência do Estado laico favorece a totalização e o autoritarismo de uma 
ou outra religião, o que não é bom para ninguém, nem mesmo para aqueles(as) 
que não professam nenhuma fé, pois serão obrigados e/ou coagidos a parti-
ciparem de alguma — nesse caso, aquela que estiver no poder. A defesa da 
liberdade religiosa, da laicidade e do pluralismo religioso deve ser pauta de 
todos os cidadãos, independentemente de se estes professam ou não alguma fé.
Os cidadãos que professam sua fé no Estado laico têm liberdade para se 
manifestarem privada e publicamente acerca de suas crenças, sem qualquer 
represália, e também são livres para organizar a sua vida religiosa, bem como 
a da sua família. A pluralidade e a liberdade religiosa possibilitam às pessoas 
de religiões diferentes a convivência harmônica e respeitosa, reconhecendo 
a liberdade religiosa enquanto direito humano fundamental de cada um e 
11Liberdade religiosa
garantindo que as demais pessoas conheçam e façam uso desse direito. É 
importante destacar que apenas no Estado laico há liberdade religiosa, pois 
nele é garantida a manifestação da não crença e do ateísmo, da liberdade 
religiosa e do pluralismo religioso.
O pluralismo religioso, a liberdade religiosa e a livre-expressão de não crença ou ateísmo 
só são permitidos no Estado laico, uma vez que no Estado religioso, o oposto do Estado 
laico, um grupo ou instituição religiosa possui poder para interferir nas decisões do 
Estado e, portanto, definir a religião a ser seguida e praticada, exercendo coerção e, 
muitas vezes, violência e perseguição àqueles contrários. Já o Estado ateu é aquele 
em que os governantes negam a existência de divindades e suprimem ou limitam as 
crenças da população, cerceando a liberdade religiosa e permitindo, assim, apenas o 
ateísmo ou a não crença.
O Estado laico, ao contrário do Estado religioso e do Estado ateu, permite 
tanto a liberdade de credo — independentemente de qual religião for — quanto 
o ateísmo e a não crença, garantindo, assim, o pluralismo religioso ou mesmo 
a crença e/ou prática da não crença religiosa. Há, portanto, como você pode 
verificar, espaço e respeito para todos(as), se a dignidade da pessoa humana 
e a liberdade religiosa forem respeitados. 
A liberdade religiosa diz respeito à liberdade de ação e expressão da crença 
religiosa, e do ateísmo e da não crença, liberdades garantidas apenas em um 
Estado laico. Portanto, o sujeito do direito à liberdade religiosa é todo e 
qualquer cidadão, bem como grupo e/ou instituição. O objeto da liberdade 
religiosa, ou seja, com o que a liberdade religiosa se ocupa, está preocupada 
e se dedica é, acima de tudo, o respeito à dignidade da pessoa humana e à 
liberdade. E, como você pode verificar, é um direito humano fundamental, 
permitindo o pluralismo religioso e, assim, a diversidade religiosa.
Cabe ressaltar, ainda, que a liberdade religiosa está comprometida com 
a paz e com a tolerância religiosa, permitindo e fomentando o diálogo inter-
-religioso, de forma que as pessoas de crenças diferentes e, muitas vezes, 
totalmente distintas, ou mesmo aquelasque não possuem nenhuma crença, 
possam conversar livremente acerca das suas crenças ou da ausência delas, 
sem qualquer constrangimento, intolerância e/ou desrespeito. Nesse sentido, 
não há liberdade religiosa sem o respeito à dignidade da pessoa humana.
Liberdade religiosa12
João e Pedro são colegas e frequentam o 5º ano do Ensino Fundamental. Eles foram 
informados pela professora Ana Clara, da disciplina de Matemática, que haverá uma 
atividade avaliativa no sábado pela manhã. João está bastante apreensivo e preocupado, 
porque não poderá comparecer à atividade, pois, de acordo com a sua religião, ele deve 
guardar o sábado. Ao conversar com a sua mãe, Dona Maria, ele foi informado de que 
não deve comparecer à escola, mesmo que tenha uma atividade avaliativa. Quando 
Dona Maria conversou com a professora Ana Clara, ela reagendou a atividade para 
João e explicou que ele tem direito a realizar a atividade em outro dia e horário, pois 
vivemos em um estado laico, e a liberdade religiosa é um direito humano fundamental 
e deve ser respeitado por todos. “O direito à guarda religiosa é ainda assegurado pela 
Lei nº. 13.796/2019”, afirmou a professora. Pedro, que é católico e não guarda o sábado, 
realizará a atividade avaliativa junto com os demais colegas.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 13 mar. 2019.
BRASIL. Lei nº. 13.796, de 3 de janeiro de 2019. Altera a Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para fixar, em virtude de 
escusa de consciência, prestações alternativas à aplicação de provas e à frequência 
a aulas realizadas em dia de guarda religiosa. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2019. 
Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2019/lei-13796-3-janeiro-
2019-787598-norma-pl.html. Acesso em: 13 mar. 2019.
MONDIN, B. O homem, quem é ele? Elementos de antropologia filosófica. São Paulo: 
Paulus, 2014.
PAULO VI, Papa. Declaração Dignitatis Humanae sobre a liberdade religiosa. Disponível 
em: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-
-ii_decl_19651207_dignitatis-humanae_po.html. Acesso em: 13 mar. 2019.
REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: de Nietzsche à Escola de Frankfurt. São 
Paulo: Paulus, 2005.
RICŒUR, P. O justo. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
RICŒUR. P. O si-mesmo como um outro. São Paulo: Papirus, 1991.
Leitura recomendada
SWEETMAN, B. Religião: conceitos-chave em filosofia. Porto Alegre: Penso, 2013. E-book.
13Liberdade religiosa
DICA DO PROFESSOR
O Estado laico é muitas vezes confundido com o Estado ateu, mas isso é um equívoco. Existem 
distinções significativas entre o Estado laico, o Estado ateu e o Estado confessional ou religioso. 
Você sabia que em apenas um deles a liberdade religiosa está garantida?
Confira algumas dicas para que você não cometa nenhum equívoco a esse respeito.
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EXERCÍCIOS
1) Conhecendo a relação que existe entre liberdade religiosa e dignidade da pessoa 
humana, considere as seguintes assertivas: 
I. A dignidade da pessoa humana é um direito humano fundamental e se relaciona 
com a liberdade de pensamento e ação e, consequentemente, com a liberdade 
religiosa. 
II. Sem o reconhecimento da dignidade da pessoa humana, não há liberdade 
religiosa.
A) A primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa.
B) Ambas as assertivas são falsas.
C) Ambas as assertivas são verdadeiras, mas não se relacionam.
D) Ambas as assertivas são verdadeiras, mas a segunda contradiz a primeira.
E) Ambas as assertivas são verdadeiras, sendo que a segunda complementa a primeira.
2) 
No que tange à liberdade religiosa, é correto afirmar que:
A) a liberdade religiosa diz respeito à liberdade de credo.
B) a liberdade religiosa diz respeito à liberdade de seguir ou não a religião imposta pelo 
Estado.
C) a liberdade religiosa é um subterfúgio para o ateísmo.
D) a liberdade religiosa é um direito, embora não se caracterize enquanto direito humano 
fundamental.
E) a liberdade religiosa diz respeito à liberdade do Estado para que pratique a religião 
daqueles que estão no governo.
3) O conceito de Estado laico muitas vezes é visto de maneira equivocada, pois é 
confundido com um Estado ateu ou mesmo como uma forma de impedir as crenças e 
não crenças da população. Sobre a definição de Estado laico, analise as proposições a 
seguir: 
I. O Estado laico prevê a neutralidade em matéria confessional. 
II. O Estado laico incentiva o ateísmo e outras formas de “não crença” para 
distanciar-se das religiões e manter a laicidade. 
III. No Estado laico, as religiões têm o direito de exercer as suas práticas, mas sem a 
participação do governo.
A) Todas as assertivas são verdadeiras. 
B) Todas as assertivas são falsas. 
C) Apenas a assertiva II é verdadeira. 
D) Apenas a assertiva III é verdadeira. 
E) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras.
4) No que tange aos fundamentos da liberdade religiosa, é correto afirmar que:
A) se fundamenta na liberdade de pensamento e ação, na plena compreensão e aceitação da 
dignidade da pessoa humana e no pluralismo religioso, e não cerceia a liberdade religiosa.
B) embora seja um direito humano fundamental, não se fundamenta no pluralismo religioso 
do Estado Democrático de Direito.
C) se fundamenta na garantia do livre pensamento religioso e no cerceamento do livre 
exercício da prática religiosa.
D) se fundamenta na dignidade da pessoa humana e é a garantia contra o ateísmo.
E) se fundamenta na liberdade de credo e na sua prática, embora restrinja o ateísmo.
5) A pluralidade e a liberdade religiosa permitem às pessoas de religiões diferentes a 
convivência harmônica e respeitosa. Dessa forma, garantem também:
A) que todos os cidadãos professem a mesma fé, aquela designada pelo Estado.
B) que as demais pessoas conheçam e façam uso desse direito.
C) que todos sejam livres para exercer sua fé, sendo vedado o não exercício de fé alguma.
D) que todos sejam livres para o exercício da fé, desde que não se manifestem em público.
E) que todos sejam livres para o exercício da fé, desde que tenham consciência desse direito, 
ficando impedidos de dar a conhecer aos outros.
NA PRÁTICA
O Brasil é um Estado laico e democrático e tem a liberdade religiosa como um direito humano 
fundamental. O pluralismo religioso tem crescido no mundo, e no Brasil não é diferente. 
Contudo, com o aumento da diversidade religiosa e a difusão da internet, surgiu uma maior 
discriminação de ódio e intolerância religiosa nas redes sociais. 
Na prática, será que a intolerância religiosa no Brasil tem aumentado e a liberdade religiosa está 
diminuída ou não está sendo respeitada?
Confira o caso a seguir.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo – 2018
Este vídeo apresenta as principais conclusões do Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo – 
2018, publicado pela ACN.
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Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Nesta página, você terá acesso ao texto da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988.
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Amor e temor na experiência religiosa
A crença em um ser superior pode gerar paz de espírito ou pode trazer medo. A Bíblia fala de 
dois patriarcas da fé: o Deus de Abraão é próximo e afetuoso; o Deus de Moisés lança raios e 
punições. Na origem da nossa cultura, conhecemos um deus consolador e um deus terrível. 
Amor ou medo? Qual o principal motivo que leva as pessoas para a religião? Neste vídeo, o 
historiador Leandro Karnal explica como essa natureza dupla da crença se reflete nos dias de 
hoje.
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Relatório sobre Intolerância e Violência Religiosa no Brasil (2011-2015): resultados 
preliminares
Este Relatório sobre Intolerância e Violência Religiosa reúne dados de abrangência nacional, 
entre 2011 e 2015, que foram preparados por uma equipe de pesquisadores que atuaram no 
âmbito da Secretaria Especial de Direitos Humanos, dentro de um projeto desenvolvido em 
parceria com a Organização dos Estados Íbero-Americanos (OEI) e com apoio da Escola 
Superior de Teologia (EST). Esta iniciativa se insere num contexto mais amplo de esforços do 
Governo Federal no sentido de melhor identificar a presença de atos de violência e intolerância 
religiosa na sociedade brasileira, visando a estabelecer diretrizes e estratégias mais adequadas 
para a promoção do respeito à diversidade religiosa.
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No Brasil, diferentes crenças se unem no combate à intolerância religiosa
O relatório Intolerância Religiosa no Brasil será usado para monitorar e combater a 
discriminação. “No mundo todo, há uma crescente onda de intolerância e restrições impostas ao 
exercício do direito à liberdade de religião ou crença. E eu foco em duas tendências ligadas a 
essa tese: o aumento da politização da religião e sua securitização”, disse o relator especial das 
Nações Unidas para a Liberdade Religiosa, Ahmed Shaheed.
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