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P revalência de sobrepeso e obesidade

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Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(1):233-240, jan-fev, 2004
A RTIGO A RT I C L E
P revalência de sobrepeso e obesidade 
e n t re escolares da rede pública segundo três
critérios de diagnóstico antro p o m é t r i c o
P revalence of overweight and obesity 
in public school pupils according to three 
a n t h ropometric diagnostic criteria
1 Escola Paulista de
Me d i c i n a , Un i ve r s i d a d e
Fe d e ral de São Pa u l o,
São Pa u l o, Bra s i l .
C o r re s p o n d ê n c i a
Yêda de Ol i ve i ra 
Ma rcondes Sotelo
Disciplina de Nutrição 
e Me t a b o l i s m o, Es c o l a
Paulista de Me d i c i n a ,
Un i versidade Fe d e ral 
de São Pa u l o.
Rua Loefgreen 1647,
São Pa u l o, SP 
0 4 0 4 0 - 0 3 2 , Bra s i l .
y e d a m s @ i g . c o m . b r
Yêda de Ol i ve i ra Ma rcondes Sotelo 1
Fernando A. B . Colugnati 1
José Augusto de Aguiar Ca r ra zedo Taddei 1
A b s t r a c t
To compare the pre valence of child obesity ac-
c o rding to three criteria, a cross-sectional study
was performed with 6-to-11-year-old childre n
in eight elementary public schools in the city of
São Pa u l o. Z scores for weight-for-height (W / H )
and body mass index (BMI) were calculated
f rom the weight and height va r i a b l e s . Pre va-
lence rates for ove rweight in males, a c c o rd i n g
to Mu s t ,C o l e , and WHO criteria, w e re 10.92%,
1 0 . 2 9 % , and 11.94%, re s p e c t i ve l y, and for obe-
sity 8.17%, 1 3 . 6 7 % , and 10.29%. For females,
p re valence rates for ove rweight according to
Mu s t , C o l e , and WHO criteria were 13.51%,
1 3 . 8 3 % , and 13.67%, re s p e c t i ve l y, and for obe-
sity 8.25%, 1 6 . 5 0 % , and 11.73%. The study an-
a l y zes the variations in obesity estimates based
on different criteria, highlighting the need for
clinical and population studies to support the
d e velopment of a single criterion. Such studies,
in addition to identifying individuals with a
higher probability of excess body fat, could al-
so correlate body fat to risk of illness and death
(similar to the 25 and 30 BMI cutoff points in
a d u l t s ) .
St u d e n t s ; An t h ro p o m e t ry ; Nutritional St a t u s ;
Ob e s i t y
I n t ro d u ç ã o
A obesidade é uma doença crônica, definida
como excesso de gord u ra corporal 1 , 2, em que
o c o r re concomitância de fatores de risco gené-
ticos e ambientais 3 , 4. Os fatores genéticos apa-
recem como os maiores determinantes da m a s-
sa corporal; no entanto, as situações ambien-
tais podem diminuir ou aumentar a influência
desses fatores 5 , 6.
De acordo com Bi rch 7, nos Estados Un i d o s,
a pre valência de sobrepeso entre crianças de 4
a 5 anos tem dobrado desde 1970, e este au-
mento é maior entre meninas. Porém, sua pre-
valência vem aumentando também nos países
em desenvo l v i m e n t o, onde as deficiências nu-
t ricionais e doenças infecciosas desempenha-
vam um papel central e hoje predominam as
doenças card i ova s c u l a res e outras doenças c r ô-
n i c o - d e g e n e ra t i va s, em função das mudanças
no estilo de vida acompanhadas de altera ç ã o
na estru t u ra da dieta e na composição corpora l
dos indivíduos 8 , 9. No Chile, observa-se aum e n-
to na obesidade infantil; entre os anos de 1987
e 1995, a pre valência dessa doença aumentou
duas vezes entre escolares do pri m e i ro ano bás i-
co (6 a 8 anos), passando de 7,7% para 14,7% 1 0.
Estima-se que no Brasil, em 1989, cerca de
um milhão e meio de crianças com idade infe-
rior a dez anos eram obesas, sendo esta pre va-
lência de 2,5% a 8,0% nas famílias de menor e
maior renda, re s p e c t i va m e n t e, e maior entre
Sotelo YOM et al.2 3 4
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(1):233-240, jan-fev, 2004
meninas nas regiões Sul e Sudeste 1 1. A análise
das mudanças ocorridas no período de 1989 e
1996, que inclui somente menores de cinco
a n o s, mostra que a pre valência de obesidade
aumentou na Região No rd e s t e, passando de
2,5% para 4,5%. Por outro lado, houve uma re-
dução deste índice na Região Sul e de form a
m a rcante nos mesmos grupos de escolari d a d e
materna e faixa etária das crianças em que o c o r-
re ram aumentos na Região No rdeste 1 2. Ev i-
dencia-se assim, tendência de aumento do so-
b repeso no contingente populacional mais nu-
m e ro s o, o que tem motivado o re c o n h e c i m e n-
to da questão da obesidade como re l e vante pa-
ra a saúde coletiva e individual 1 3 , 1 4.
Em estudos populacionais e na prática clí-
nica, a antro p o m e t ria constitui-se em impor-
tante método diagnóstico, fornecendo estima-
t i va da pre valência e gravidade das altera ç õ e s
n u t ricionais 1 5. A avaliação antro p o m é t ri c a ,
mesmo quando re s t rita ao peso e estatura, as-
sume grande importância no diagnóstico nu-
t ricional da criança. Isto se deve à sua facilida-
de de re a l i z a ç ã o, objetividade da medida e pos-
sibilidade de comparação com um padrão de
referência de manuseio re l a t i vamente simples,
p rincipalmente em estudos populacionais 1 6 , 1 7.
Utilizando-se os va l o res de peso e estatura ,
calcula-se o índice Pe s o / E s t a t u ra (P/E), que é a
relação entre o peso encontrado e o peso ideal
p a ra a idade e altura. A referência mais fre-
qüentemente utilizada é a do National Ce n t e r
for Health Statistics 1 8, adotado pela Org a n i z a-
ção Mundial da Saúde (OMS) 1 7. Os limites cor-
respondentes ao índice P/E para meninos va i
de 49,0cm (0 meses) a 145,0cm (11 anos e 7
meses) e para meninas de 49,0cm (0 meses) a
137,0cm (10 anos e 1 mês). Segundo a curva do
índice P/E são consideradas obesas, cri a n ç a s
com índices superi o res a 2,0 escores Z acima
da mediana da população de re f e r ê n c i a .
Ou t ro cri t é rio utilizado para diagnosticar
estado nutricional é a distribuição perc e n t i l a r
p roposta por Must et al. 1 9 p a ra Índice de Ma s-
sa Co r p ó rea (IMC), que foi elaborada para clas-
sificação de crianças a partir de 6 anos e adul-
tos segundo sexo, idade e raça. Com base no
cálculo do IMC (peso em quilos dividido pela
e s t a t u ra em metros ao quadrado), utilizam-se
os pontos de corte propostos por Must que de-
finem como sobrepeso crianças com IMC en-
t re os percentis 85 e 95, e obesas, crianças com
IMC acima do percentil 95. Consiste em um
dos índices mais utilizados para a avaliação do
s o b repeso em crianças e adolescentes na ro t i-
na pediátrica e em Saúde Pública 2 0.
As curvas de Cole et al. 2 1 p a ra IMC fora m
d e s e n volvidas baseando-se em estudos tra n s-
versais re p re s e n t a t i vos de seis países (Bra s i l ,
Estados Un i d o s, Grã Bretanha, Hong Kong, Ho-
landa e Cingapura), cada um com mais de 10
mil part i c i p a n t e s. Elas foram estimadas de for-
ma que os pontos das curvas ajustadas dos
p e rcentis 85 e 95 de IMC aos 18 anos fossem
o b ri g a t o riamente os pontos de corte para so-
b repeso e obesidade utilizados para adultos
(25 e 30Kg/m2, re s p e c t i vamente). As curva s
contemplam a distribuição percentilar por fai-
xa etária dentro de cada sexo.
Wo rk s h o p realizado pelo In t e rnational O b e-
sity Task Fo rce indicou que os cri t é rios utiliza-
dos para avaliação da obesidade em crianças e
adolescentes va riam muito, sendo essencial
d e t e rminar a medida mais apro p riada para de-
fini-la 1.
A falta de unanimidade nos cri t é rios apon-
tados na litera t u ra para definição da obesidade
infantil, indica a necessidade de estabelecer
pontos de corte específicos para cada popula-
ç ã o. Assim, o presente estudo pretende compa-
rar as pre valências de obesidade em um gru p o
de crianças bra s i l e i ra s, segundo os três cri t é-
rios diagnósticos mais utilizados nas práticas
assistenciais e em pesquisa, no sentido de ava-
liar as diferentes estimativas de pre valência de
obesidade em nível clínico e populacional.
Materiais e métodos
Este estudo tem delineamento tra n s versal e foi
d e s e n volvido com dados obtidos a partir das
a valiações realizadas durante o Projeto R R A M M
( Redução dos Riscos de Adoecer e Mo r rerna
Ma t u ridade), idealizado e aplicado pela Di s c i-
plina de Nu t rição e Metabolismo do De p a rt a-
mento de Pe d i a t ria da Un i versidade Fe d e ral de
São Pa u l o, que teve como objetivo desenvo l ve r
modelo de educação em saúde, como ações de
p re venção à obesidade infantil 2 2.
Fo ram incluídas no Projeto RRAMM cri a n-
ças de ambos os sexo s, matriculadas no ano
2000 nas 1a e 2a s é ries do pri m e i ro ciclo do En-
sino Fundamental de oito escolas públicas es-
t a d u a i s, pertencentes à Di re t o ria de En s i n o
Ce n t ro - Sul da Região de Vila Ma riana, na cida-
de de São Pa u l o.
O diagnóstico consistiu em avaliação antro-
p o m é t rica de 2.519 crianças das oito escolas,
realizado em março de 2000. Antes da ava l i a-
ção antro p o m é t rica, os profissionais envo l v i d o s
participaram de treinamento para padronização
das medidas antro p o m é t ri c a s, com o objetivo
de obter maior precisão dos dados coletados 2 3.
Pa ra a medida de peso dos escolares fora m
utilizadas balanças eletrônicas da marca Krat o s,
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com capacidade de 150Kg e precisão de 50g. Os
e s c o l a res foram pesados vestindo apenas ro u-
pas leves e descalços, permanecendo ere t o s,
no centro da balança, com os braços esticados
ao lado do corpo, sem se movimentar 1 7 , 2 4. A
balança foi colocada em superfícies lisas para
evitar oscilações nas medidas.
Pa ra a medida da estatura foi utilizada fita
m é t rica inextensível (fixada em paredes lisas),
e s q u a d ro e plataforma (usada em locais com
rodapé). Os escolares foram colocados em pos i-
ção ve rtical, ere t o s, com os pés paralelos e cal-
c a n h a re s, ombros e nádegas encostados na pa-
rede 1 7 , 2 4. As medidas de peso e estatura fora m
realizadas por três vezes seguidas, calculando-
se a média dos va l o res para a obtenção do re-
sultado final.
Pa ra a realização deste estudo, foi utilizada
a amostra total do projeto RRAMM na pri m e i ra
a va l i a ç ã o, excluindo-se dez escolares com ida-
de superior a 11 anos, perf a zendo um total de
2.509 estudantes. Na apresentação das pre va-
lências a idade dos escolares foi agrupada em
anos completos a partir de 6 e até 8 anos (por
e x e m p l o, escolar com 7 anos e 5 meses foi con-
s i d e rado como tendo 7 anos) e devido ao nú-
m e ro reduzido de crianças com idade entre 9 e
11 anos, combinou-se em uma só faixa etári a
as crianças com estas idades.
As medidas antro p o m é t ricas foram digita-
das e arm a zenadas em um banco de dados de-
s e n volvido no pro g rama Epi In f o, com dupla
digitação dos dados para comparação e detec-
ção de possíveis erro s, com base no qual fora m
realizadas as análises do estado nutri c i o n a l
( Epinut). As crianças foram classificadas como
obesas e com sobrepeso de acordo com três c ri-
t é rios 1 7 , 1 9 , 2 1. O índice P/E foi calculado e utili-
zado em termos de desvios padrão em re l a ç ã o
à mediana de referência, por sexo e faixa etári a
1 7. Fo ram classificadas como sobrepeso cri a n-
ças com escore Z entre +1 e +2 e como obesas
P R E VALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES 2 3 5
aquelas que apre s e n t a ram escore Z > +2. A
classificação por este cri t é rio será re f e rida nes-
te trabalho como OMS. Com base no IMC, as
c rianças foram classificadas como sobrepeso e
obesas de acordo com as distribuições percent i-
l a res propostas por Must et al., 1 9 e Cole et al. 2 1
As pre valências e freqüências foram esti-
madas em cada faixa etária e comparadas em
t e rmos de va l o res nominais. O cri t é rio adotado
pela OMS não depende da idade e se baseia em
uma razão de peso e estatura que difere dos o u-
t ros dois cri t é rios (que utilizam o IMC), por es-
ta ra z ã o, foi utilizado como termo de compara-
ção para o cálculo das diferenças entre as pre-
valências estimadas.
R e s u l t a d o s
A Tabela 1 apresenta o perfil da amostra por se-
xo e idade. Nota-se certa homogeneidade nas
d i s t ribuições entre as faixas etárias segundo
s e xo.
Na Tabela 2 são mostradas as pre va l ê n c i a s
de sobrepeso e obesidade para escolares do se-
xo masculino, segundo grupos etários e cri t é-
rios antro p o m é t ri c o s. Em relação ao sobre p e-
s o, observa-se que, para todas as faixas etári a s,
o c o r re concordância entre os três cri t é ri o s, s e n-
do que as diferenças nas pre valências estima-
das são menores que 1,5%, exceto para a idade
de sete anos. Quanto aos meninos classificados
como obesos, encontram-se diferenças entre
os cri t é rios para todas as faixas etári a s. O cri t é-
rio de Must para obesidade estima pre va l ê n-
cias superi o res aos outros dois cri t é ri o s. As di-
f e renças percentuais em relação à OMS fora m
de +6,7% (6 anos), +4,0% (7 anos) e +0,3% (8
anos). Já os obesos classificados por Co l e, apre-
s e n t a ram percentuais sempre inferi o res aos da
OMS, -1,7% (6 anos), -1,1% (7 anos), -4,1% (8
anos) e -1,7% (≥ 9 anos). Tais diferenças de pre-
Tabela 1
Distribuição da amostra segundo sexo e idade.
Grupo etário Sexo masculino Sexo feminino To t a l
n % n % n %
6 anos 2 9 7 2 3 , 3 3 3 0 9 2 5 , 0 0 6 0 6 2 4 , 1 5
7 anos 5 5 1 4 3 , 2 8 5 1 0 4 1 , 2 6 1 . 0 6 1 4 2 , 2 9
8 anos 3 6 5 2 8 , 6 7 3 7 9 3 0 , 6 6 7 4 4 2 9 , 6 5
9 anos ou mais 6 0 4 , 7 1 3 8 3 , 0 7 9 8 3 , 9 1
To t a l 1 . 2 7 3 1 0 0 , 0 0 1 . 2 3 6 1 0 0 , 0 0 2 . 5 0 9 1 0 0 , 0 0
Sotelo YOM et al.2 3 6
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valências estimadas de obesidade, entre os va-
l o res de referência de Must e Cole em re l a ç ã o
ao cri t é rio da OMS, segundo sexo e idade são
melhor visualizadas na Fi g u ra 1.
A Tabela 3 mostra as pre valências estima-
das de sobrepeso e obesidade para escolare s
do sexo feminino segundo grupos etários e cri-
t é rios antro p o m é t ri c o s. Em relação ao sobre-
p e s o, observa-se que, para todas as faixas etá-
rias ocorre discordância entre os três cri t é ri o s,
p rincipalmente na de 6 e 9 anos. As difere n ç a s
p e rcentuais do cri t é rio de Must em relação ao
da OMS foram de +7,4% (6 anos), -1,8% (7 a n o s ) ,
-2,6% (8 anos) e -5,3% (≥ 9 anos). Quanto às
o b e s a s, encontram-se diferenças entre os cri-
t é rios para todas as faixas etári a s. O cri t é rio de
Must estima pre valências superi o res aos de-
mais cri t é ri o s, principalmente nas faixas etá-
rias de 6 e 7 anos. As diferenças percentuais em
relação à OMS foram de +7,8% (6 anos), +6,1%
(7 anos) e +1,1% (8 anos). Já as classificadas co-
mo obesas pelo cri t é rio de Cole apre s e n t a ra m
p e rcentuais inferi o res aos da OMS, -3,9% (6
anos), -3,1% (7 anos) e -2,9% (8 anos) (Fi g u ra
1). Apesar do número reduzido de crianças na
faixa etária de nove anos, é importante desta-
car o fato de que não foi encontrada obesidade
pelo cri t é rio de Co l e, enquanto que os outro s
dois cri t é rios identificaram quatro meninas co-
mo obesas.
D i s c u s s ã o
Os três cri t é rios utilizados para comparar as
e s t i m a t i vas de pre valências de sobrepeso e
obesidade apre s e n t a ram diferenças marc a n t e s
e n t re si. Tanto para os meninos como para as
m e n i n a s, as pre valências estimadas de obesi-
dade pelos cri t é rios de Must e OMS são meno-
res nos grupos etários superi o re s. Pa ra os va l o-
res de Co l e, observam-se menores pre va l ê n c i a s
de obesidade em todas as faixas etári a s, para
ambos os sexo s, em relação aos outros dois cri-
t é ri o s. O cri t é rio de Must estima pre va l ê n c i a s
de obesidade superi o res aos outros dois méto-
dos em todas as faixas etárias e em ambos os
s e xo s. Em relação ao sobrepeso para meninas,
o b s e rvam-se maiores diferenças nas pre va l ê n-
cias entre os três cri t é ri o s, para as idades de
Tabela 2
P revalência de sobrepeso e obesidade para meninos, segundo grupos etários e critérios antro p o m é t r i c o s .
Grupos etários e critérios S o b re p e s o O b e s o S o b repeso + Obeso
a n t ro p o m é t r i c o s n% n % n %
6 anos
C o l e 3 2 1 0 , 7 7 2 3 7 , 7 4 5 5 1 8 , 5 1
Must 3 3 1 1 , 1 1 4 8 1 6 , 1 6 8 1 2 7 , 2 7
O M S 3 4 1 1 , 4 5 2 8 9 , 4 3 6 2 2 0 , 8 8
7 anos
C o l e 5 9 1 0 , 7 1 5 5 9 , 9 8 1 1 4 2 0 , 6 9
Must 5 7 1 0 , 3 4 8 3 1 5 , 0 6 1 4 0 2 5 , 4 0
O M S 7 4 1 3 , 4 3 6 1 1 1 , 0 7 1 3 5 2 4 , 5 0
8 anos
C o l e 4 5 1 2 , 3 3 2 4 6 , 5 8 6 9 1 8 , 9 1
Must 3 8 1 0 , 4 1 4 0 1 0 , 9 6 7 8 2 1 , 3 7
O M S 4 0 1 0 , 9 6 3 9 1 0 , 6 8 7 9 2 1 , 6 4
≥ 9 anos
C o l e 3 5 , 0 0 2 3 , 3 3 5 8 , 3 3
Must 3 5 , 0 0 3 5 , 0 0 6 1 0 , 0 0
O M S 4 6 , 6 7 3 5 , 0 0 7 1 1 , 6 7
To t a l
C o l e 1 3 9 1 0 , 9 2 1 0 4 8 , 1 7 2 4 3 1 9 , 0 9
Must 1 3 1 1 0 , 2 9 1 7 4 1 3 , 6 7 3 0 5 2 3 , 9 6
O M S 1 5 2 1 1 , 9 4 1 3 1 1 0 , 2 9 2 8 3 2 2 , 2 3
P R E VALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES 2 3 7
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seis anos (Cole: 11,0%; Must: 18,77%; OMS:
11,33%) e nove anos (Cole: 18,42%; Must: 7 , 8 9 % ;
OMS: 13,16%). Quanto às pre valências de so-
b repeso para meninos, as diferenças entre os
c ri t é rios são pouco marcantes em todas as fai-
xas etári a s.
Flegal et al. 2 5 em estudo compara t i vo so-
b re a pre valência de sobrepeso e obesidade
u t ilizando como referências a curva de cre s c i-
mento de IMC do Centers for Disease Co n t ro l
and Pre vention (CDC) e os va l o res pro p o s t o s
por Cole e Must, também encontra ram pre va-
lências diferentes entre os cri t é rios utilizados.
Nos meninos, as pre valências de sobre p e s o
calculadas a partir dos pontos de corte estipu-
lados por Cole foram mais baixas do que para
Must nas idades de 6-8 e 9-11. Pa ra as meninas,
os va l o res de Cole foram mais baixos que os do
CDC por aproximadamente 4 ou 5 pontos per-
centuais para idade de 2-5 anos e similar para
as idades de 6-8 e 9-11. Pa ra sobre p e s o, no gru-
po de 6-8 anos, observou-se que a pre va l ê n c i a
segundo Must foi 6 pontos percentuais mais
e l e vada para meninas do que para meninos,
em 3 dos 4 levantamentos analisados pelos au-
t o re s. Em relação às meninas classificadas co-
mo obesas por Must na faixa etária de 6-8 anos,
as pre valências foram distintamente maiore s
do que as obtidas pelos outros dois métodos.
Tal fato deve-se aos percentis de referência de
IMC nos cri t é rios de Must e Co l e. Os perc e n t i s
95 do pri m e i ro, na faixa etária estudada, são
sistematicamente menores que os do segundo
em ambos os sexos (para o sexo masculino na
faixa etária de 7 anos o percentil 95 para Mu s t
c o m p reende o IMC 19,18 e para Co l e, 20,63;
p a ra o sexo feminino o percentil 95 para Mu s t
c o m p reende o IMC 18,93 e para Co l e, 20,51).
Estas diferenças podem ser explicadas pelos
d i f e rentes métodos de estimação e suavização
das curvas perc e n t i l a res e, pri n c i p a l m e n t e, pe-
la população de referência utilizada para o
conjunto de dados da amostra. Co n s e q ü e n t e-
m e n t e, as pre valências encontradas pelo cri t é-
rio de Must são mais elevadas que as encontra-
das pelos outros cri t é ri o s. Da mesma form a ,
Ol i ve i ra et al. 2 6 o b s e rva ram em estudo sobre a
acurácia do diagnóstico de obesidade em ado-
l e s c e n t e s, que o procedimento proposto por
Must é conserva d o r, fornecendo um diagnósti-
co precoce de risco antro p o m é t rico para obe-
s i d a d e.
Na prática de planejamento em saúde e nu-
t ri ç ã o, a adoção do cri t é rio de Must leva ria a
uma superestimação das pre valências em re l a-
ção ao cri t é rio da OMS, enquanto o cri t é rio de
Cole subestimaria essas pre valências também
em relação ao cri t é rio da OMS.
Dados nacionais re l a t i vos à obesidade in-
fantil ainda são escassos, e na maioria das ve-
zes são baseados em amostras não re p re s e n t a-
t i vas da população. Além disso, a va riedade de
c ri t é rios para a definição da obesidade nesta
faixa etária gera limitação e dificuldade na c o m-
p a ração de pre valências relatadas por vári o s
estudos 2 0.
Au t o res indicam que avaliações longitudi-
nais são mais adequadas do que as tra n s ve r s a i s
p a ra avaliar o crescimento das crianças 2 7 , 2 8,
porém, no âmbito de estudos epidemiológicos
Figura 1
D i f e renças de prevalências estimadas de obesidade entre os critérios de Must 
e Cole em relação ao critério OMS, por sexo e idade.
-15d
ife
re
nç
as
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va
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ia
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(%
)
-10
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5
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Cole
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9 faixa etária 
(em anos)
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meninos
-15
-10
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5
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Cole
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(em anos)
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va
lê
nc
ia
s 
(%
)
meninas
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da condição nutricional de uma população, o
acompanhamento muitas vezes se faz impra t i-
c á vel. Em b o ra a comparação entre estudos so-
b re os problemas nutricionais que utilizam
a valiações antro p o m é t ricas seja difícil, devido
aos diferentes indicadores e pontos de cort e
p a ra idades utilizados, ela não é inviável desde
que seja realizada de maneira cri t e riosa 2 9.
Sabe-se que a obesidade na infância e ado-
lescência tende a continuar na fase adulta, se
não for convenientemente controlada, leva n d o
ao aumento da morbimortalidade e diminui-
ção da expectativa de vida 3 0 , 3 1 , 3 2. Desta form a ,
a detecção precoce de crianças com maior ri s-
co para o desenvolvimento de obesidade, jun-
tamente com a tomada de medidas para con-
t rolar este problema, faz com que o pro g n ó s t i-
co seja mais favo r á vel a longo pra zo. Qu a n t o
maior a idade e maior o excesso de peso, mais
difícil será a re versão da obesidade em função
dos hábitos alimentares incorporados e altera-
ções metabólicas instaladas 3 3.
Ou t ro aspecto a ser observado em relação à
obesidade é a sua relação direta ou indire t a
com os custos e implicações para os sistemas
de políticas de saúde e para a sociedade, consi-
d e rando-a um fator economicamente re l e va n-
te 3 4. Esse aspecto torna-se ainda mais impor-
tante quando consideramos a tendência de au-
mento da obesidade nos grupos de nível so-
cioeconômico mais baixos 3 5.
Os dados encontrados neste trabalho re f e-
rentes às pre valências estimadas, considera n-
do-se qualquer um dos três cri t é rios utilizados,
reforçam a preocupação mundial com a obesi-
dade infantil e suas conseqüências. Ev i d e n c i a
também a necessidade de estudos populacio-
nais e clínicos que orientem a adoção de cri t é-
rio único para assistência e planejamento em
saúde e nutri ç ã o. De preferência, tais cri t é ri o s
além de identificar indivíduos com maiore s
p robabilidades de excesso de gord u ra corpora l ,
d e ve riam estar também correlacionados com
riscos de adoecer e morre r, como ocorre com
os pontos de corte 25 e 30 do IMC em adultos.
Tabela 3
P revalência de sobrepeso e obesidade para meninas, segundo grupos etários e critérios antro p o m é t r i c o s .
Grupos etários e critérios S o b re p e s o O b e s o S o b repeso + Obeso
a n t ro p o m é t r i c o s n % n % n %
6 anos
C o l e 3 4 1 1 , 0 0 29 9 , 3 9 6 3 2 0 , 3 9
Must 5 8 1 8 , 7 7 6 5 2 1 , 0 4 1 2 3 3 9 , 8 1
O M S 3 5 1 1 , 3 3 4 1 1 3 , 2 7 7 6 2 4 , 6 0
7 anos
C o l e 7 7 1 5 , 1 0 4 1 8 , 0 4 1 1 8 2 3 , 1 4
Must 7 1 1 3 , 9 2 88 1 7 , 2 5 1 5 9 3 1 , 1 7
O M S 8 0 1 5 , 6 9 5 7 1 1 , 1 8 1 3 7 2 6 , 8 7
8 anos
C o l e 4 9 1 2 , 9 3 3 2 8 , 4 4 8 1 2 1 , 3 7
Must 3 9 1 0 , 2 9 4 7 1 2 , 4 0 8 6 2 2 , 6 9
O M S 4 9 1 2 , 9 3 4 3 1 1 , 3 5 9 2 2 4 , 2 8
≥ 9 anos
C o l e 7 1 8 , 4 2 0 0 , 0 0 7 1 8 , 4 2
Must 3 7 , 8 9 4 1 0 , 5 3 7 1 8 , 4 2
O M S 5 1 3 , 1 6 4 1 0 , 5 3 9 2 3 , 6 9
To t a l
C o l e 1 6 7 1 3 , 5 1 1 0 2 8 , 2 5 2 6 9 2 1 , 7 6
Must 1 7 1 1 3 , 8 3 2 0 4 1 6 , 5 0 3 7 5 3 0 , 3 3
O M S 1 6 9 1 3 , 6 7 1 4 5 1 1 , 7 3 3 1 4 2 5 , 4 0
P R E VALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES 2 3 9
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(1):233-240, jan-fev, 2004
R e s u m o
Com objetivo de comparar a pre valência de obesidadeinfantil segundo três critérios antro p o m é t r i c o s , f o i
realizado estudo tra n s versal em oito escolas públicas
estaduais na cidade de São Pa u l o, com crianças entre
6 e 11 anos de idade. Com base nas va r i á veis peso e al-
t u ra , calculou-se o escore Z de P/E e o IMC. As pre va-
lências de sobrepeso para o sexo masculino pelos crité-
rios de Cole, Must e OMS foram de 10,92%, 10,29% e
1 1 , 9 4 % , re s p e c t i va m e n t e , e para obesidade 8,17%,
13,67% e 10,29%. Pa ra o sexo feminino, as pre va l ê n-
cias de sobrepeso pelos critérios de Cole, Must e OMS
f o ram de 13,51%, 13,83% e 13,67%, re s p e c t i va m e n t e , e
p a ra obesidade 8,25%, 16,50% e 11,73%. As va r i a ç õ e s
nas estimativas de obesidade, se considerarmos os di-
f e rentes critérios, ressalta a necessidade de estudos po-
pulacionais e clínicos que orientem critério único, q u e
além de identificar os indivíduos com maior pro b a b i-
lidade de excesso de gord u ra corpora l ,c o r relacione is-
to ao risco de adoecer e morre r, como ocorre com os
pontos de corte 25 e 30 do IMC em adultos.
Es t u d a n t e s ; An t ro p o m e t r i a ; Estado Nu t r i c i o n a l ; Ob e-
s i d a d e
C o l a b o r a d o re s
Y. O. M. Sotelo foi re s p o n s á vel pela redação e re v i s ã o
final do art i g o. F. A. B. Colugnati participou da re v i-
são estatística do art i g o. J. A. A. C. Taddei foi re s p o n-
s á vel pela revisão dos tópicos de nutrologia e epide-
m i o l o g i a .
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Recebido em 11/Ou t / 2 0 0 2
Versão final re a p resentada em 27/Ago/2003
Ap rovado em 23/Ou t / 2 0 0 3

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