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Patologia é a ciência que estuda as causas das doenças. Sendo dividida em PATOLOGIA GERAL - estuda as alterações que ocorrem nas células; e PATOLOGIA ESPECÍFICA – estuda as alterações em tecidos e órgãos específicos. Etiologia/causa patológica: Intrínsecos ou genético, e adquiridos (infecioso, nutricional, químico, físico) Patogênese: Mecanismo de ação Lesão: Alterações estruturais nas células ou tecido. Alterações fisiológicas: Alteração funcionais da célula ou tecido. A célula tende a se adaptar em resposta de estímulos de estresse ou agentes nocivos, as principais adaptações celulares são serão divididas em: Quanto ao volume: Hipotrofia: Diminuição volumétrico das células e dos órgãos afetados. EX: Atrofia muscular Hipertrofia: Aumento volumétrica das células e órgãos afetados. EX: Aumento da massa muscular no exercício físico. Quanto à quantidade de células: Hipoplasia: Diminuição do número de células de um tecido, órgão ou parte do corpo. EX: Redução do tamanho dos ovários após a menopausa. Metaplasia: Substituição de um tecido por outro com a finalidade de resistir melhor ao estímulo. As lesões celulares podem ser causadas por vários fatores, como agentes químicos, físicos ou biológicos (causas exógenas), bem como por alterações genéticas (causas endógenas). Entre as causas mais comuns de lesão celular estão a isquemia (falta de sangue e oxigênio em um tecido), a hipóxia (baixo suprimento de oxigênio), a inflamação, as infecções, as toxinas, os traumas e os efeitos de medicamentos. As lesões celulares podem ser classificadas em dois tipos: reversíveis e irreversíveis. Lesões reversíveis: são aquelas em que as células são capazes de se recuperar e voltar ao seu estado normal, desde que a causa da lesão seja eliminada ou controlada. Lesões irreversíveis: são aquelas em que as células não conseguem se recuperar e acabam morrendo ou se tornando disfuncionais. As lesões celulares podem afetar diferentes partes da célula, como a membrana celular, o citoplasma e o núcleo. Entre as alterações que podem ocorrer nas células estão o edema (inchaço), a acumulação de lípidos ou de proteínas, a perda de função mitocondrial, a ruptura da membrana celular e a formação de vacúolos. Em alguns casos, a lesão celular pode levar à morte celular programada, conhecida como apoptose. A morte celular é a perda irreversível da capacidade das células de manter as funções vitais e de se reproduzir. Isso pode ocorrer em resposta a diferentes estímulos, como condições de estresse, danos ao DNA, alterações no ambiente celular, infecções, ou exposição a substâncias tóxicas. A morte celular é um processo comum na fisiologia normal do organismo, sendo essencial para a eliminação de células danificadas ou excessivas. Existem duas formas principais de morte celular: a apoptose e a necrose. A apoptose é uma forma de morte celular programada que ocorre naturalmente durante o desenvolvimento embrionário e a renovação dos tecidos, e pode ser induzida em resposta a estímulos externos, como infecções, lesões, danos PATOLOGIA GERAL CONCEITOS IMPORTANTES LESÃO CELULAR MORTE CELULAR @Univers.odonto ao DNA e estresse celular. A apoptose é um processo fisiológico e importante para a homeostase do organismo, pois permite a eliminação de células danificadas, envelhecidas ou excessivas, sem causar inflamação ou danos aos tecidos circundantes. Ela é regulada por um processo complexo de sinalização celular, que leva à ativação de cascatas de enzimas que levam à fragmentação do DNA, à condensação da cromatina e à formação de corpos apoptóticos. A apoptose é um processo controlado e não inflamatório, e as células apoptóticas são normalmente fagocitadas e removidas pelos macrófagos, sem causar danos aos tecidos vizinhos. A apoptose pode ser dividida em duas fases principais: A fase de sinalização que envolve a ativação de vias de sinalização intracelulares que levam à ativação de proteínas específicas, e a fase de execução, que envolve a ativação de enzimas proteolíticas que degradam as proteínas celulares e levam à morte celular. Fase de sinalização: as células recebem sinais que indicam a necessidade de entrar em apoptose. Esses sinais podem ser provenientes de fatores extracelulares, como hormônios, citocinas e sinais celulares de outras células, ou podem ser gerados dentro da própria célula, em resposta a estímulos como danos ao DNA ou estresse celular. Esses sinais ativam uma série de vias de sinalização intracelulares, que levam à ativação de proteínas específicas, como as caspases. Fase de execução: as caspases são ativadas e catalisam a degradação de proteínas celulares específicas, como as lamins, que são responsáveis pela integridade do núcleo celular. É durante esta fase que ocorre a fragmentação do DNA em segmentos de aproximadamente 180 pares de bases, e os fragmentos resultantes são posteriormente empacotados em corpos apoptóticos. Estes corpos apoptóticos são reconhecidos e removidos por fagócitos, como macrófagos, que realizam a limpeza e remoção dos restos celulares. A apoptose pode ser ativada por diferentes vias de sinalização intracelulares, como a via extrínseca (ativada por sinais de superfície celular), a via intrínseca (ativada por danos ao DNA ou estresse celular) e a via de estresse do retículo endoplasmático (ativada por estresse do retículo endoplasmático). A ativação dessas vias pode levar à ativação de proteínas como as caspases e a Bax/Bak, que são essenciais para a execução do apoptose. Além disso, a apoptose pode ocorrer de forma individual (apoptose isolada) ou em conjunto com outras células (apoptose sincronizada), dependendo do contexto fisiológico ou patológico em que ocorre. Em muitos casos, a apoptose é acompanhada por sinais de supressão inflamatória, como a liberação de sinalizadores anti- inflamatórios, que ajudam a limitar a inflamação e a proteger os tecidos circundantes. A apoptose desempenha um papel importante em diferentes processos fisiológicos, como o desenvolvimento embrionário, a regeneração tecidual e a resposta imunológica. Além disso, a apoptose pode ser um mecanismo importante na patogênese de diferentes doenças, como o câncer, as doenças neurodegenerativas e as doenças autoimunes. A manipulação do apoptose pode ser utilizada como uma estratégia terapêutica em algumas dessas doenças, como no tratamento do câncer, em que a indução da apoptose pode ser utilizada para eliminar as células malignas. .. A necrose, por sua vez, é uma forma de morte celular que ocorre em resposta a estímulos agressivos, como a isquemia, a hipóxia, a inflamação e os agentes infecciosos. A necrose é caracterizada por uma morte celular desorganizada e não programada, que leva à ruptura da membrana celular e à liberação de conteúdo intracelular, como enzimas lisossômicas e proteínas citoplasmáticas. Esse processo pode desencadear uma resposta inflamatória intensa, que pode levar @Univers.odonto @Univers.odonto a um dano tecidual significativo e à formação de cicatrizes. A necrose pode ser classificada de acordo com a sua aparência e extensão. Entre os principais tipos de necrose, destacam-se: → Necrose coagulativa: ocorre quando o tecido sofre uma falta de suprimento sanguíneo, geralmente por uma obstrução da artéria que o irriga. Nesse caso, a célula sofre uma coagulação proteica que mantém a sua forma, mas impede o seu funcionamento. Esse tipo de necrose é comum em infartos do miocárdio e rins. → Necrose caseosa: é um tipo de necrose que ocorre em tecidos infectados por micobactérias, especialmente o Mycobacterium tuberculosis. Essa forma de necrose é caracterizada por uma aparência esbranquiçada e granular. → Necrose liquefativa: ocorre em tecidos com elevado teor de água, como o cérebro, e é caracterizadapela formação de uma massa viscosa e liquefeita. → Necrose gordurosa: ocorre em tecidos ricos em gordura, como o fígado, e é caracterizada pela presença de pequenas gotículas de lipídeos na célula necrótica. → Necrose gangrenosa: é um tipo de necrose que ocorre em tecidos infectados e é caracterizada pela morte de grandes áreas do tecido, que se tornam escuras e secas. Esse tipo de necrose é comum em infecções bacterianas como o tétano. Os sinais clínicos da necrose incluem a inflamação local, dor, vermelhidão e calor. O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem e biópsia, que permitem avaliar a extensão e a causa da necrose. O tratamento da necrose depende da causa subjacente e da extensão do dano. Em alguns casos, pode ser necessário remover cirurgicamente o tecido necrótico. Em outros, pode ser suficiente tratar a causa subjacente da necrose, como a infecção ou a inflamação. A inflamação é uma resposta complexa do organismo a lesões teciduais, infeções ou agentes nocivos, que visa limitar a extensão da lesão, neutralizar o agente agressor e restaurar a integridade do tecido afetado. A inflamação pode ser classificada em aguda ou crónica, dependendo da duração e da intensidade dos fenómenos inflamatórios. Os fenômenos da inflamação incluem os fenômenos irritativos, vasculares, exsudativos, alterativos, resolutivos e reparativos. Cada um desses fenômenos desempenha um papel importante na resposta inflamatória e é discutido em mais detalhes abaixo: Fenômenos irritativos: Os fenômenos irritativos são uma das primeiras respostas da inflamação. Eles são caracterizados pela liberação de mediadores inflamatórios, como histamina, prostaglandinas e citocinas, que estimulam as terminações nervosas locais, causando dor e irritação. Além disso, esses mediadores também aumentam a permeabilidade vascular e promovem a aderência de leucócitos ao endotélio vascular, o que é importante para a migração de células inflamatórias para o local da lesão. Fenômenos vasculares: Os fenômenos vasculares são caracterizados pela vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular na área afetada. A vasodilatação é mediada por substâncias como histamina, bradicinina e prostaglandinas, que relaxam a musculatura lisa dos vasos sanguíneos. Isso permite INFLAMAÇÃO um aumento no fluxo sanguíneo, que é necessário para fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos afetados. Aumento da permeabilidade vascular permite que os líquidos, proteínas e células inflamatórias saiam dos vasos sanguíneos e entrem no tecido afetado, o que é importante para a migração de células inflamatórias para a área da lesão. Fenômenos exsudativos: Os fenômenos exsudativos são caracterizados pela liberação de fluidos, proteínas e células sanguíneas dos vasos sanguíneos para o tecido inflamado. O líquido exsudado é composto principalmente de proteínas plasmáticas, como albumina e globulinas, que ajudam a neutralizar o agente agressor e estimular a reparação tecidual. Além disso, células inflamatórias, como neutrófilos e macrófagos, são atraídos para a área afetada e contribuem para a fagocitose do agente agressor. Fenômenos alterativos: Os fenômenos alterativos envolvem a atividade das células inflamatórias no tecido afetado, como macrófagos e neutrófilos. Essas células são atraídas para a área inflamada e eliminam o agente agressor e os restos celulares danificados. Além disso, essas células liberam enzimas que degradam o tecido inflamado, facilitando a reparação tecidual. As células inflamatórias também produzem mediadores inflamatórios que estimulam a migração de células reparadoras para a área afetada. As inflamações podem ser classificadas em agudas e crônicas, dependendo da duração e da gravidade dos sintomas. A inflamação aguda é uma resposta rápida e de curta duração do organismo a uma lesão, infecção ou trauma. Os sintomas incluem dor, inchaço, vermelhidão e calor na área afetada. Esses sintomas são causados por mediadores inflamatórios, como histamina, prostaglandinas e citocinas, que são liberados pelas células inflamatórias no local da lesão. A inflamação aguda é caracterizada por um aumento rápido no fluxo sanguíneo local, seguido por vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e migração de células inflamatórias, como neutrófilos e monócitos, para a área inflamada. Essas células são responsáveis por fagocitar e eliminar o agente agressor, bem como por iniciar o processo de reparação tecidual. A inflamação aguda geralmente se resolve em poucos dias ou semanas, dependendo da gravidade da lesão. No entanto, em algumas situações, a inflamação aguda pode se transformar em inflamação crônica. As inflamações podem ser classificadas de acordo com a natureza do exsudato que é produzido no local da lesão. O exsudato é uma mistura de fluido, células inflamatórias e proteínas que vazam dos vasos sanguíneos para o tecido inflamado. Inflamação Serosa: A inflamação serosa é caracterizada por um exsudato seroso, que é uma solução clara e incolor de proteínas plasmáticas, como albumina. Esse tipo de inflamação é comum em infecções virais e em lesões leves, como uma bolha ou queimadura de primeiro grau. Na inflamação serosa, as células inflamatórias envolvidas incluem principalmente neutrófilos e macrófagos. Não há formação de pus ou necrose tecidual. Os sintomas incluem inchaço, vermelhidão, dor e sensibilidade. Inflamação Fibrinosa: A inflamação fibrinosa é um tipo de inflamação caracterizada pela presença de fibrina no exsudato inflamatório. Esse tipo de inflamação é caracterizado pela presença de fibrina, uma INFLAMAÇÃO AGUDA @Univers.odonto proteína insolúvel em água, no exsudato inflamatório. A inflamação fibrinosa pode ocorrer em resposta a lesões ou infecções em diferentes tecidos, como pulmões, fígado, rins, coração e outros órgãos. A presença de fibrina pode causar aderência e fibrose dos tecidos, o que pode levar a danos permanentes. Os sintomas incluem inchaço, vermelhidão, dor e dificuldade em mover a área afetada. O tratamento depende da causa subjacente e pode incluir medicamentos anti-inflamatórios, antibióticos ou anticoagulantes, e em casos graves, pode ser necessária a realização de cirurgia Inflamação Purulenta: A inflamação purulenta é caracterizada por um exsudato purulento, que é um líquido espesso, amarelo ou esverdeado, contendo pus, que é uma mistura de células mortas, bactérias e líquido inflamatório. Esse tipo de inflamação é comum em infecções bacterianas e é frequentemente vista em abscessos e feridas infectadas. Na inflamação purulenta, as células inflamatórias envolvidas incluem neutrófilos, que são responsáveis pela formação de pus. A inflamação purulenta pode levar a necrose tecidual e danos permanentes ao tecido. Os sintomas incluem inchaço, vermelhidão, dor, sensibilidade e a presença de pus. A inflamação crônica é uma resposta inflamatória prolongada e de longo prazo que pode ocorrer em resposta a lesões persistentes ou irritantes, como infecções crônicas, lesões tissulares repetidas ou exposição prolongada a substâncias tóxicas. A inflamação crônica é caracterizada por uma resposta inflamatória menos intensa e mais prolongada, envolvendo a infiltração de células inflamatórias, como linfócitos, macrófagos e células plasmáticas. Na inflamação crônica, as células inflamatórias e os mediadores inflamatórios podem danificar o tecido e causar a formação de tecido cicatricial, resultando em disfunção orgânica. Os sintomas da inflamação crônica podem incluir dor, inchaço, fadiga, febre e perda de peso. A inflamação crônica pode levar a doenças crônicas, como artrite reumatoide, doença de Crohn, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e doença cardiovascular. O tratamento da inflamação crônica geralmente envolve o uso de medicamentos anti-inflamatórios,bem como mudanças no estilo de vida, como a redução do estresse e uma dieta saudável e equilibrada. Inflamação Granulomatosa: A inflamação granulomatosa é caracterizada pela formação de granulomas, que são aglomerados de células inflamatórias, como macrófagos, linfócitos e células gigantes multinucleadas, cercando o agente agressor. Esse tipo de inflamação é comum em infecções por microbactérias e em algumas doenças autoimunes, como a sarcoidose. Na inflamação granulomatosa, os macrófagos são responsáveis por englobar o agente agressor, apresentá-lo aos linfócitos e iniciar a formação do granuloma. O granuloma pode ser visto como um nódulo ou lesão em tecidos afetados, como nos pulmões, pele ou outros órgãos. Os sintomas incluem inchaço, vermelhidão e dor, dependendo do local da inflamação. INFLAMAÇÃO CRÔNICA @Univers.odonto
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