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AULA 2 - PATOLOGIA (SEXTA-FEIRA) - Prof. Maria Clara Conceitos iniciais Etiologia ou causa: - genética (mutação ou doença associadas com variantes genéticas como o polimorfismo). - adquirida (infecciosos, nutricionais, físicos e químicos). A maiorias das aflições comuns são multifatoriais e surgem dos efeitos de vários estímulos externos em um indivíduo geneticamente suscetível. Patogenia: refere-se à sequência de eventos (bioquímicos e morfológicos) na resposta das células ou tecidos ao agente etiológico, desde o estímulo inicial à expressão final da doença. Alterações morfológicas: alterações estruturais nas células ou tecidos que são características de uma doença ou diagnósticas de um processo etiológico. Perturbações Funcionais e Manifestações Clínicas: resultado final das alterações genéticas, bioquímicas e estruturais nas células e tecidos são as anormalidades funcionais que levam às manifestações clínicas (sinais e sintomas) da doença, bem como à sua progressão (curso clínico e consequência). A célula normal pode ser submetida ao estresse (quantidade de hormônio, carga de trabalho) e, então, ela irá sofrer adaptação. Quando o estímulo for muito intenso, agudo ou seja por um tempo prolongado a célula perde a capacidade de adaptação, causando lesão celular (incapacidade de se adaptar mais). A lesão ainda pode ser reversível ou irreversível. Quando a célula sofre lesão irreversível ela caminhará para a morte celular (necrose ou apoptose). Já quando a célula se adapta ao estresse leve e transitório, a célula sofre lesão reversível e após o estresse cessar a homeostasia é restabelecida. Adaptações celulares ocorrem por alterações ou estresse extracelular estresse pode ser tanto fisiológica quanto patológico quando a célula entra em situação de estresse, a célula vai tentar de alguma forma se adaptar. As nossas células fazem o processo que pode envolver o aumento do tamanho, aumento do número de células, reduzir o tamanho, ou alterar sua forma completamente A partir do momento que as células participam da adaptação uma nova homeostase será alcançada. A adaptação tem um limite, estresses e estímulos que persistem por um tempo longo vão fazer com que a célula perca a sua capacidade adaptativa, levando a lesão celular. Recapitulando... As adaptações celulares são lesões reversíveis, então, isso quer dizer que se o tecido parar de ser estressado, a célula retorna para a homeostasia normal. No momento em que o estímulo estressante é retirado a célula retorna a homeostasia e volta a ser como ela era antes do estímulo por estresse. Classificação celular quanto a sua divisão Células lábeis: que estão sempre entrando em mitose. Ex.: células epiteliais, tecido conjuntivo fibroso. → hiperplasia Células estáveis ou quiescentes: células que estão em G0, estão em atividade, porém só entram em mitose se houver necessidade. Ex.: hepatócitos, glândulas. Células perenes: células que não se dividem. Ex.: músculo estriado cardíaco e neurônios. As adaptações celulares podem ser por estímulos: . fisiológicas . patológicas: células escapam da lesão As adaptações são respostas estruturais e funcionais reversíveis, a estresses fisiológicos mais excessivos e a alguns estímulos patológicos, o que permite que a célula sobreviva e continue a funcionar. Quando o estresse é eliminado a célula pode retornar a seu estado original, sem ter sofrido qualquer consequência danosa. Tipos de adaptações: - Hipertrofia: aumento do tamanho das células e da atividade funcional. - Hiperplasia: aumento do número de células. - Atrofia: diminuição do tamanho e da atividade metabólica das células. - Metaplasia: mudança do fenótipo das células. Estímulo fisiológico alterado; alguns estímulos nocivos não letais. - Demanda aumentada, estimulação aumentada (p. ex., por fatores de crescimento, hormônios) → Hiperplasia, hipertrofia - Decréscimo de nutrientes, estimulação diminuída → Atrofia - Irritação crônica (física ou química) → Metaplasia Redução do suprimento de oxigênio; lesão química, infecção microbiana - Aguda e transitória → Lesão aguda reversível, tumefação celular, degeneração gordurosa. - Progressiva e grave (incluindo lesão de DNA) → Lesão irreversível → Morte celular, necrose, apoptose. Alterações metabólicas, genéticas ou adquiridas; lesão crônica → acúmulos intracelulares; calcificação. Lesão subletal cumulativa ao longo da vida → envelhecimento celular. A lesão celular é reversível até certo ponto, mas se o estímulo persistir ou for intenso o suficiente desde o ínicio, a célula sofre lesão irreversível e, finalmente, morte celular. Adaptação → Lesão reversível → Muito tempo ou grande intensidade → Morte celular (lesão irreversível). Ex: Miócito normal → Adaptação: resposta ao aumento da carga (fluxo sanguíneo) → Miócito hipertrofiado. Miócito normal → Lesão celular → Miócito lesado irreversivelmente → Morte celular. Morte celular é o resultado final da lesão celular progressiva, sendo resultado de várias causas, incluindo isquemia (redução do fluxo sanguíneo), infecção e toxinas. Morte celular constitui um processo normal e essencial na embriogênese, no desenvolvimento do órgãos e na manutenção da homeostasia. Vias principais de morte celular: - Necrose. - Apoptose. Alterações nas células e tecidos diferentes das adaptações típicas, lesão celular e morte. - Acúmulos intracelulares. - Calcificação patológica. - Envelhecimento celular. Adaptações do crescimento e diferenciação celulares: ão alterações reversíveis em tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica, ou funções das células em resposta a alterações do seu ambiente. HIPERTROFIA Aumento do tamanho da célula por aumento da quantidade das proteínas estruturais e organelas, o que leva ao aumento do tamanho do órgão. Isso acontece em qualquer tipo de célula (quiescentes, lábeis e perenes). A hipertrofia se dá pelo aumento da demanda funciona, fatores de crescimento ou estímulo hormonal. O estímulo mais comum para a hipertrofia do músculo e o aumento da carga de trabalho. - fisiculturismo → aumento do tamanho das fibras musculares individuais por aumento da demanda. - coração → sobrecarga (patológica) hemodinâmica crônica devido a hipertensão arterial ou valvas deficientes. Hipertrofia concêntrica de ventrículo esquerdo, causado por hipertensão. Carga pressórica elevada, sobrecarga hemodinâmica. Para que a parede cardíaca não seja rompida, as células do miocárdio sofre hipertrofia, aumentando o tamanho do miocárdio. Assim, a parede do ventrículo esquerdo é espessado, reduzindo o espaço do lúmen cardíaco. Se o quadro persistir o átrio esquerdo hipertrofia também. Se o paciente não controlar a pressão arterial e fizer o tratamento a adaptação irá progredir, levando a perda da contratilidade quando a adaptação for irreversível. No caso da hipertrofia excêntrica do VE em atletas de alto rendimento, o coração aumenta de tamanho para fora, sem alterar o volume do lúmen. A hipertrofia ocorre na camada muscular cardíaca de nutrição. - útero → crescimento fisiológico do músculo liso estimulado por hormônios estrogênicos durante a gravidez. O músculo liso têm receptores para estrogênio (crescimento), assim quando a paciente está grávida, ocorre aumento da secreção de estrogênio. O estrogênio atua sobre a célula do músculo promovendo a hipertrofia, aumento do crescimento da célula muscular. Assim, o músculo liso do útero se espessa durante a gravidez. - tireóide → doença de Graves Causa de hipertrofia - indução por ações conjuntas de sensores mecânicos. - indução por fatores de crescimento. - indução por agentes vasoativos (agonistas), Ps.: todos esse fatores atuam coordenada e simultaneamente. Além disso, alguns genes que são expressos apenas durante o desenvolvimento inicial são reexpressados em células hipertróficase os produtos desses genes participam na resposta celular ao estresse. Indução de genes embrionários ou fetais. - Mecanismos epigenéticas. As variações genéticas normais (polimorfismos) influenciam a atividade celular e, portanto, a sensibilidade dos diferentes indivíduos às várias drogas. HIPERPLASIA Aumento do número de células em um órgão ou tecido, resultando geralmente em aumento da massa de um órgão ou tecido induzido por fatores de crescimento e, em alguns casos, pelo surgimento elevado de novas células a partir de células-tronco teciduais. A hipertrofia e a hiperplasia frequentemente ocorrem juntas e podem ser induzidas pelos mesmos estímulos. A hiperplasia ocorre se uma população celular é capaz de se dividir, aumentando, portanto, o número de células. A hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica. Existe também a hipertrofia compensatória. Fisiológica: hormônios, aumento da demanda fisiológica ou compensatória (doação de fígado) Patológicos: hormônios excessivos ou fatores de crescimento. Hiperplasia Fisiológica → Hiperplasia Fisiológica Hormonal: aumenta a capacidade funcional de um tecido, quando necessário. . Epitélio glandular da mama feminina na puberdade e gravidez, acompanhada por aumento (hipertrofia) das células epiteliais glandulares. → Hiperplasia Fisiológica Compensatória: aumenta a massa de tecido após lesão ou ressecção parcial. . Fígado (mito de Prometeu). Em indivíduos que doam um lobo do fígado para transplante, as células restantes proliferam de tal maneira que logo o órgão cresce e retorna ao seu tamanho original. Se a capacidade proliferativa das células hepáticas estiver comprometida, como ocorre em algumas formas de hepatite que causam lesão celular, os hepatócitos podem se regenerar a partir de células-tronco intra-hepáticas. Hiperplasia Patológica Causada por excesso de hormônios ou fatores de crescimento atuando em células-alvo. . Hiperplasia endometrial, alteração do equilíbrio entre estrogênio e progesterona causam sangramento uterino anormal. Em geral, acontece em mulheres pós-menopausa. O ideal é que pós-menopausa o endométrio diminuísse de tamanho. Nessa mulher haverá produção elevada de estrogênio de maneira anormal, e essa mulher vai ter pouca progesterona. Dependendo do grau que a hiperplasia chegue, pode chegar a adenocarcinoma do endométrio, mas para isso precisa ocorrer a displasia. . Hiperplasia prostática benigna induzida por respostas ao hormônio, neste caso, os androgênios. Haverá maior concentração de androgênios que estimula o aumento das glândulas da próstata, o que irá causar aumento de tamanho da próstata, podendo interromper o fluxo da uretra. É importante ressaltar que embora seja anormal, a hiperplasia patológica permanece controlada, pois não há mutações em genes que regulam a divisão celular e a hiperplasia regride se a estimulação hormonal é eliminada. Já no câncer, os mecanismos de controle de crescimento tornam-se desregulados ou ineficientes devido às aberrações genéticas, resultando em proliferação irrefreável. Portanto, a hiperplasia é diferente do câncer, porém a hiperplasia patológica constitui um solo fértil no qual a proliferação cancerosa pode surgir posteriormente. Hiperplasia e infecções virais . Papilomavírus → verrugas cutâneas e várias lesões de mucosa compostas por massas de epitélio hiperplásico, devido aos fatores de crescimento produzidos por genes virais ou por células infectadas que estimulam a proliferação celular . Hiperplasia linfóide causada por processo inflamatório → Hiperplasia patológica: mucosa jugal → hiperplasia fibrosa, crescimento de fibroblasto em número, devido ao estímulo de morder ou da prótese móvel. ATROFIA Redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho e do número de células devido a diminuição da síntese proteica e do aumento da degradação das proteínas nas células. Pode acontecer em número suficiente para todo o órgão diminuir, diminuição de função não é morte celular. Atrofia Fisiológica é comum durante o desenvolvimento normal. . Atrofia de estruturas embrionárias (notocorda e o ducto tireoglosso) durante o desenvolvimento fetal. . Diminuição do útero logo após o parto e na menopausa. - mama da mulher jovem densa com muito tecido conjuntivo - mama da mulher mais velha com menos tecido conjuntivo e mais tecido adiposo . Redução do timo a partir da puberdade. . Menopausa → atrofia fisiológica do endométrio, mama e epitélio vaginal. (perda de estimulação endócrina) Atrofia Patológica depende da causa básica e pode ser local ou generalizada. . Redução da carga de trabalho (atrofia de desuso): osso fraturado → imobilização completa → atrofia dos músculos esqueléticos da região → redução do tamanho celular é reversível quando a atividade é reiniciada. Quando o desuso é prolongado há diminuição quantitativa (apoptose), assim como em tamanho, pode ser acompanhado por aumento da reabsorção óssea (osteoporose por desuso). Desuso e sedentarismo. . Perda da inervação (atrofia por desnervação): lesão nos nervos leva à atrofia das fibras musculares suprimidas por esses nervos. . Diminuição do suprimento sanguíneo: placas de ateroma reduzem o suprimento adequado às células. Em idosos, o cérebro sofre atrofia progressiva (atrofia senil - fisiológica), por causa da redução do suprimento sanguíneo causada pela aterosclerose, também afeta o coração. A isquemia, falta de suprimento sanguíneo, causa a morte celular, não está relacionado com atrofia. . Nutrição inadequada: desnutrição proteico-calórica profunda (marasmo) associada ao uso da musculatura estriada esquelética como fonte de energia, após a depleção de outras fontes de reserva (tecido adiposo) → Caquexia. Pacientes com distúrbios alimentares. O paciente com câncer têm concentrações elevadas de TNF (fator de necrose tumoral), o que causa redução da fome. . Perda de estimulação endócrina: Hipotireoidismo - patológico . Pressão: compressão tecidual por qualquer período de tempo pode causar atrofia. Resposta inicial (comum a todos os tipos de causas) é uma diminuição do tamanho da célula e das organelas, o que reduz as necessidades metabólicas da célula o suficiente para permitir sua sobrevivência. → Função diminuída, mas não estão mortas. A progressão da atrofia pode lesar as células de modo irreversível e causar morte celular por apoptose. A atrofia é também acompanhada por aumento da autofagia, com aumento do número de vacúolos autofágicos. É o processo no qual as células privadas de alimento digerem seus próprios componentes na tentativa de encontrar nutrientes e sobreviver. - Vacúolos + Lisossomos → digestão por enzimas lisossômicas + corpúsculos residuais revestidos por membrana (restos celulares que resistiram a digestão). Grânulos de lipofuscina são exemplos de corpúsculos residuais revestidos por membrana e quando em quantidades suficiente conferem coloração castanha ao tecido (atrofia parda). METAPLASIA Alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. A metaplasia não resulta de uma alteração no fenótipo de um tipo celular já diferenciado; Ela é resultado de uma reprogramação de células-tronco que sabidamente existem em tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. Estímulos da diferenciação de células tronco: liberação de citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular no ambiente das células. Tais estímulos promovem a expressão de genes que direcionam as células para uma via específica de diferenciação. Ocorre em células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente hostil. . Metaplasia colunar especializado para escamosa estratificada Ex.: trato respiratório em resposta a irritação crônica;epitélio respiratório em resposta a deficiência de vitamina A; cálculos nos ductos excretores de glândulas salivares, pâncreas ou ductos biliares podem causar a metaplasia do epitélio dos ductos para escamosa estratificada. Embora o revestimento epitelial se torne mais rígido, mecanismos de proteção contra infecções são perdidos. Ex.: trato respiratório têm acúmulo de sujeira pela ação dos cílios do epitélio colunar ser afetada. Além disso, as influências que predispõem à metaplasia, se persistirem, podem iniciar a transformação maligna no epitélio metaplásico. . Metaplasia do tipo escamoso para colunar: Ex.: esôfago de Barrett, paciente tem doença do refluxo gastro esofágico, no qual o epitélio escamoso estratificado do esôfago é substituído por células colunares semelhantes às intestinais, sob influência do refluxo do ácido gástrico. Epitélio do intestino possui células caliciformes que produz muco para neutralizar o ácido. Os cânceres podem surgir nessas áreas e são tipicamente carcinomas glandulares (adenocarcinomas). . Metaplasia do tecido conjuntivo: formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo (tecidos mesenquimais) em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. Ex.: formação de osso no músculo, designada miosite ossificante, ocorre ocasionalmente após uma hemorragia intramuscular. Esse tipo de metaplasia é interpretado menos claramente como uma resposta adaptativa e pode ser o resultado de uma lesão celular ou tecidual. . Exceções de metaplasia: mudança de um tecido mais resistente para um menos resistente. Metaplasia gástrico-intestinal no esôfago → alteração do epitélio escamoso (menos sensível à exposição ao ácido) para um epitélio gástrico (mais sensível à exposição do ácido) Linha alba: transformação do epitélio estratificado pavimentoso não-ceratinizado em epitélio ceratinizado (branco) DISPLASIA Aumento da proliferação e redução da diferenciação celular. Célula com mesma origem da célula normal do tecido, mas com mutação, pode antecipar hiperplasia maligna. Ex.: Paciente que fuma, bebe. Acúmulos intracelulares - Acúmulo de constituinte celular normal, água, lipídios, proteínas e carboidratos - DEPÓSITO de uma substância anormal, endógena (produtos de síntese metabólica anormal, pigmentos) ou exógena (minerais, pigmentos, produtos de agentes infeccioso). QUAL A DIFERENÇA DE ACÚMULO E DEPÓSITO? O ACÚMULO É DE UM CONSTITUINTE NORMAL DA CÉLULA (ÁGUA, LIPÍDIO, PROTEÍNA, CARBOIDRATOS E ALGUNS PIGMENTOS), PODE SER TRANSITÓRIO OU PERMANENTE, PODE ESTAR EXTRA O INTRACELULAR OU AMBOS, PODE SER INOFENSIVO OU ALTAMENTE TÓXICO. JÁ O DEPÓSITO É DE UMA SUBSTÂNCIA ANORMAL, PRODUTO DE UMA SÍNTESE METABÓLICA ANORMAL OU DE UMA FONTE EXÓGENA, PODE SER TRANSITÓRIO OU PERMANENTE, PODE ESTAR EXTRA OU INTRACELULAR, PODE SER INOFENSIVA OU ALTAMENTE TÓXICA. Degenerações são lesões REVERSÍVEIS, não devem estar associadas a morte celular. O acúmulo pode ser transitório ou permanente, pode ser inofensivo ou altamente tóxico 1. Metabolismo anormal → fígado gorduroso, esteatose (ácidos graxos e triglicerídeos, lipídios neutros) hepática. . lipidoses: acúmulo de lipídios complexos (cerebrosídeos, gangliosídeos) 2. Mutação de proteína → defeito no dobramento e transporte de proteína → acúmulo de proteínas anormais. Assim, a proteína anormal não é degradada nem transportada. Exemplo: alfa 1 antitripsina causando o alzheimer. 3. Ausência de enzima para catalisar a reação de degradação de substância endógena → depósito lisossômico: acúmulo de materiais endógenos. Exemplo: amiloidose 4. Ingestão de materiais não digeríveis → acúmulo de materiais exógenos Uma substância exógena anormal é depositada e se acumula porque a célula não possui maquinaria enzimática para degradar a substância e nem a habilidade de transportá-la para outros locais. Os acúmulos de partículas de carbono e substâncias químicas não metabolizáveis, como a sílica, são exemplos deste tipo de alteração. EXEMPLO: TATUAGEM! Os principais tipos de degenerações são: Hidrópica (água e eletrólitos), Hialina e Mucóide (proteínas), Esteatose e Lipidose (lipídeos) e Glicogênica e Mucopolissacaridose (carboidratos). Degeneração Hidrópica acúmulo intracelular de água Lesão reversível mais comum diante dos mais variados tipos de agressão → → → pergunta de prova! É provocada por distúrbios no equilíbrio hidro eletrostático, relacionado ao processo inflamatório, por exemplo. Acúmulo de água e eletrólitos Células tumefeitas, com aumento do volume O trânsito de eletrólitos através de membranas depende de mecanismo de transporte feito por canais iônicos (bombas eletrolíticas), capazes de manter constantes as concentrações dos eletrólitos no interior dos compartimentos celulares. O funcionamento depende de energia na forma de ATP ou de estrutura da membrana e das proteínas que formam o complexo enzimático. QUANDO A AGRESSÃO PODE GERAR A DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA? ALTERANDO A DEMANDA DE ATP E O FUNCIONAMENTO DA BOMBA ELETROLÍTICA. Aumento da concentração de sódio no interior da célula, a célula está inflamada. Ocorre a balonização celular ou tumefação celular. Causas da degeneração hidrópica: Hipóxia Inibidores de cadeia respiratória e agentes tóxicos que lesam a membrana mitocondrial (Rotenone, Antimicina A). Hipertermia (febre) onde ocorre aumento do consumo de ATP. Ativadores de fosfolipases e agentes agressores geradores de radicais livres que lesam diretamente a membrana; Inibidores de ATPase sódio/potássio (digoxina, oubaína) → Retenção de sódio → Retenção de potássio → Aumento da pressão osmótica intracelular. → Entrada de água no citoplasma → Aumento do volume celular e citoplasma pálido → Expansão da célula Esteatoses ou Degeneração Gordurosa Acúmulo ANORMAL de gorduras neutras (triglicerídeos), no citoplasma de células parenquimatosas. Pode acometer o fígado, rim, miocárdio e músculo esquelético. Agentes tóxicos causam alterações no metabolismo dos ácidos graxos. Processos que facilitam o acúmulo: aumento da captação de triglicerídeos ou utilização, deficiência no transporte ou excreção. Causas da esteatose Hipóxia (anemia, insuficiência cardíaca ou respiratória): baixa de oxigênio no ciclo de krebs e reduz a síntese de ATP, aumenta acetil-CoA, aumenta a síntese de ácidos graxos. Agentes tóxicos álcool altera a função do citocromo C450, diminuindo a capacidade celular do processamento dos triglicerídeos. (CCl4): lesão no retículo endoplasmático granular, reduzindo a síntese de proteínas. Alterações na dieta: a carência de proteínas reduz os fatores que alteram a formação de lipoproteínas e excretam triglicerídeos; carência de carboidratos causa mobilização de lipídeos do tecido adiposo, aumentando o aporte de ácidos graxos para o fígado (beta oxidação). → Obesidade: esteatose visceral, devido à síndrome metabólica. → Obesidade central → Dislipidemia (aumento dos triglicerídeos e diminuição do HDL) → Intolerância a glicose → Hipertensão arterial → Aumento do risco para doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 Patogenia da esteatose Quando o paciente consome muita gordura, todo esse ácido graxo chega ao hepatócito e sofre o processo de esterificação. Durante esse processo eles são transformados em triglicerídeos. Os triglicerídeos serão transportados pelas apoproteínas, serão transformados em colesterol e são mandados para a circulação. Na esteatose a quantidade de apoproteína é insuficiente para transportar os triglicerídeos. Quando tem desnutrição a síntese de apoproteínas é reduzida, assim mesmo com pouca gordura sendo ingerida na dieta, a quantidade de apoproteínas é insuficiente. O uso de barbitúricos aumenta a capacidade de síntese de apoproteínas. Ex.: Fígado: O acúmulo de gordura é visto primeiro à microscopia óptica com pequenos vacúolos no citoplasma ao redor do núcleo.À medida que o processo avança os vacúolos coalescem, criando espaços claros que deslocam o núcleo para a periferia da célula. Ocasionalmente, células contiguas se rompem e os glóbulos de gordura coalescem, formando os tão conhecidos cistos gordurosos. Macroscopicamente o fígado aumenta de tamanho e apresenta aspecto amarelado. No coração há presença de gotícula em efeito tigrado ou uniforme, com áreas amarelas. Sintomas de gordura no fígado: barriga inchada, fezes claras, cansaço, pele e olhos amarelados, enjoos e vômitos, dor de cabeça. Pigmentos Podem ser exógenos, provenientes de fora do corpo, ou endógenos, sintetizados dentro do próprio corpo. Pigmentações exógenas . Antracose Pulmonar: Exógeno mais comum é o carbono (poeira de carvão), um poluente do ar ubíquo da vida urbana. O macrófago alveolar fagocita o carbono e leva até o linfonodo do hilo pulmonar, haverá acúmulo. O acúmulo desse pigmento escurece os tecidos dos pulmões (antracose pulmonar) e os linfonodos envolvidos, linfonodo do hilo. . Pneumoconiose: Os agregados de poeira de carvão podem induzir uma reação fibroblástica, ou até mesmo enfisema, e, assim, causar uma doença pulmonar grave conhecida com o pneumoconiose do trabalhador de carvão. . Argirose focal: A tatuagem é uma forma de pigmentação exógena localizada da pele. Os pigmentos inoculados são fagocitados pelos macrófagos da derme, nos quais residem pelo resto da vida das pessoas adornadas (algumas vezes com consequências embaraçadoras para o portador da tatuagem!) Pigmentações endógenas . Lipofuscina: A lipofuscina é um pigmento citoplasmático, frequentemente perinuclear, finamente granular e castanho-amarelado. Não é nociva! Sua importância reside no fato de ser o sinal de alarme de lesão por radicais livres e peroxidação lipídica. É observada em células sofrendo alterações regressivas lentas e é particularmente proeminente no fígado e coração de pacientes que estão envelhecendo ou naqueles com desnutrição grave e caquexia do câncer. Microscopicamente é autofluorescente. . Melanina: é o único pigmento preto-acastanhado endógeno. O pigmento é depositado na pele, tecido conjuntivo e cartilagem. Formado nos melanócitos, estimulados pela radiação ultravioleta, o sol. → Os grânulos de melanina são transportados para região acima do núcleo onde absorvem a radiação ultravioleta, impedindo que atinja o núcleo e lese o DNA. → Os ceratinócitos migram e os melanossomos são digeridos por lisossomos liberando a melanina. Reação: Fontana Masson, imuno-histoquímica → Variações na tonalidade de pele, Melanócitos possuem prolongamento citoplasmáticos que transferem para os queratinócitos a melanina produzida. Estão presentes na pele, cabelo. Pigmentação melânica ou melanose racial: condição gengival não patológica. A intensidade da pigmentação é resultante da quantidade de grânulos de melaninas são produzidos pelos melanócitos. Mais comum em negros. Melanoma: condição patológica, tipo de câncer de pele, que se desenvolve nos melanócitos. Incontinência pigmentar: A incontinência pigmentar é uma genodermatose rara, mais comum no sexo feminino, e com herança autossômica dominante ligada ao cromossomo X. É uma doença multissistêmica com manifestações cutâneas, oculares, dentárias e do sistema nervoso central (SNC). → melanócito degenera-se e libera sua melanina em tecido conjuntivo. Sardas: os queratinócitos basais adjacentes da pele podem acumular a melanina, assim como os macrófagos na derme. Vitiligo ocorre quando as células produtoras de pigmento morrem ou deixam de funcionar, melanócitos e melanófagos. Os melanócitos são a única fonte de melanina. Na melanosis coli a mucosa do cólon torna-se enegrecida e dividida em desenhos poliédricos por estrias claras e salpicadas por pequenos pontos brancacentos. . Hemossiderina: pigmento granular que tem cor amarelo acastanhada, derivado da hemoglobina. É a principal forma de armazenamento do ferro no ser humano. É uma forma de armazenamento de ferro. Excesso de ferro local → hemorragia Separação do grupo heme do ferro. É o pigmento presente na equimose comum causado por extravasamento de sangue. Grânulos de hemossiderina são agregados de apoferritina + ferro encontrados no interior dos macrófagos, uma vez que os macrógagos degradam a hemoglobina (bile verde → bile vermelha) e recuperam o ferro (incorporado a ferritina → hemossiderina). Essas conversões respondem pelo jogo dramático de cores visto em uma equimose em recuperação, que tipicamente muda de azul-avermelhada para azulesverdeada e para amarelo-dourada, antes de resolver. Pigmentos da hemoglobina Bilirrubina → produto final das hemoproteínas, derivado da hemoglobina mas, NÃO CONTÉM FERRO! Aumento acentuado dos níveis sanguíneos pode causar icterícia nuclear (sequelas neurológicas e morte) Metabolismo da bilirrubina está associado a diagnóstico de inúmeras doenças (icterícia, doenças hemolíticas crônicas). Calcificação Patológica A calcificação patológica é a deposição tecidual anormal de sais de cálcio, juntamente com quantidades menores de ferro, magnésio e outros minerais. Calcificação distrófica: ocorre a despeito de níveis séricos normais de cálcio e na ausência de perturbações no metabolismo do cálcio. - Áreas de necrose: valvas cardíacas envelhecidas o danificadas, placas de ateromas da arteriosclerose avançada. - Quando acontece necrose os grânulos de cálcio sofrem exocitose. Fora da célula o cálcio reage com fosfolipídios, formando fosfato de cálcio que se deposita sobre a forma de pequenos grupos brancos e endurecidos, aderidos no tecido necrosado. Qualquer que seja o local do depósito, os sais de cálcio aparecem macroscopicamente como grânulos ou grumos finos brancos, muitas vezes palpáveis como depósitos arenosos (corpúsculo de psamoma). Formação de mineral fosfato de cálcio cristalino. Pode causar disfunção no órgão. Calcificação metastática: o depósito de sais de cálcio em tecidos normais, e quase sempre resulta de hipercalcemia secundária em tecidos normais a algum distúrbio do metabolismo do cálcio. Causas da calcificação metastática: . Aumento da secreção do paratormônio, hiperparatireoidismo. caso de tumores que levam ao hiperparatireoidismo, levando a destruição óssea para causar hipercalcemia. . Tumores primários ou metastáticos (mieloma, mama, pulmão) causando destruição de tecido ósseo. . Distúrbios relacionados à vitamina D, excesso. Indivíduos que tem sarcoidose ativam precursores da vitamina D, aumentando o metabolismo de cálcio. . Insuficiência renal: retenção de fosfato, fosfato encontra o cálcio e forma fosfato de cálcio, hiperparatireoidismo secundário. Geralmente os sais de minerais não causam disfunção clínica, mas às vezes o envolvimento maciço dos pulmões produz achados radiográficos e déficits respiratórios. Depósitos maciços no rim (nefrocalcinose) podem causar lesão renal com o tempo. Depósitos na mucosa gástrica. Esses tecidos têm compartimento alcalino, onde acaba acontecendo a calcificação do tipo metastática AULA 3 - Morte celular - Prof Maria Clara Célula normal foi submetida a um estresse que foi leve e prolongado ou estresse intenso. Quando o estresse celular ultrapassa a capacidade de adaptação, leva a lesão celular. A lesão celular em um momento inicial pode ser reversível. No entanto, quando a lesão ultrapassa o ponto de não retorno ocorre a lesão celular irreversível levando a necrose. No ponto de não retorno a célula morre e isso pode ocorrer por necrose ou por apoptose. Na necrose ocorre um dano na membrana celular, as lisoenzimas são liberadas, e elas digerem a célula. Na apoptose a célula sofreu danos no seu material genético (irreversível, o mecanismo de reparo celular não consegue resolver), as proteínas lesionadas levam a uma série de sinais induzidos que levam a morte programada dacélula. A necrose é sempre patológica! Nunca existe necrose fisiológica, diferente da apoptose que pode ser tanto patológica quanto fisiológica. A apoptose pode acontecer por necessidade dos tecidos de se livrar das suas células. A apoptose é uma maneira de morte celular mais organizada, enquanto a necrose é a forma de morte celular mais desorganizada. Na apoptose são formados vários corpos apoptóticos a partir da célula que deve morrer, os corpos apoptóticos são fagocitados pelos macrófagos. Morte celular Persistência do dano torna a lesão irreversível, levando à morte celular. Existem dois tipos de morte celular: - Necrose: dano às membranas é acentuado, as enzimas lisossômicas extravasam para o citoplasma e digerem a célula, e o conteúdo celular escapa, resultando em necrose. - Apoptose: situações em que o DNA ou as proteínas celulares são lesados de modo irreparável, a célula se suicida por apoptose, uma forma de morte celular caracterizada pela dissolução nuclear, fragmentação da célula sem perda da integridade da membrana, e rápida remoção dos restos celulares. - Autofagia Causas de lesão celular - Privação de oxigênio: isquemia, insuficiência cardio respiratórias, anemias, hemorragia, envenenamentos com monóxido de carbono. → diminui a respiração aeróbia da célula, a quantidade de energia que ela fabrica. Ex: infarto agudo do miocárdio. - Agentes físicos: extremos de temperatura, alterações de pressão, traumatismos mecânicos, queimaduras, radiação (faz mal tanto para o DNA quanto para a estrutura da célula), choque elétrico. - Agentes químicos e drogas: glicose ou sal em concentrações hipertônicas, venenos, asbestos (presente amianto → câncer de pleura e pulmão), mercúrio, álcool, medicamentos em excesso. - Agente infecciosos: bactérias, fungos, vírus, parasitos, riquétzias. - Reações imunológicas: reações imunes, doenças autoimunes, alérgenos. - Defeitos genéticos: síndromes genéticas, anomalia cromossômica (síndrome de down), substituição de um aminoácido da hemácia (anemia falciforme), deficiências de alfa1, antitripsino.. - Desequilíbrios nutricionais: desnutrição, esteatose e hipernutrição. Tudo depende da intensidade do estímulo, da quantidade e da ação. Todo dano celular começa no nível molecular, é um nível que não aparece no microscópio. Em geral, nos primeiros minutos as alterações irreversíveis das células não são visíveis. As lesões reversíveis são possíveis de serem notadas mais rápido. No caso de lesão irreversível ocorre a tumefação, após cerca de 12 horas pode ser notada a necrose. Infarto do miocárdio: o paciente teve obstrução de um ramo de coronária, se o paciente tiver morte súbita. Nada será notado no miocárdio por exame patológico se o paciente sofreu o infarto e morreu subitamente, lâmina inconclusiva → necessidade de fazer exame bioquímico: dosagem de enzimas. Caso o paciente morra 12 horas após o infarto, já será notada a necrose na lâmina histopatológica, lâmina conclusiva. Alterações morfológicas na lesão celular Lesão celular reversível: função celular Lesão celular irreversível: alterações bioquímicas para morte celular, alterações ultraestruturais, alterações microscópicas, alterações morfológicas macroscópicas. Tumefação ocorre tanto na necrose e na apoptose, a célula fica mais “gordinha” Característica Necrose Apoptose Tamanho celular Aumentado (tumefação) Reduzido (retração) Núcleo Picnose → cariorrexe → cariólise Fragmentação em fragmentos do tamanho de nucleossomas Membrana plasmática Rompida Intacta; estrutura alterada, especialmente a orientação dos lipídios Conteúdos celulares Digestão enzimática: podem extravasar a célula Intactos; podem ser liberados em corpos apoptóticos Inflamação adjacente Frequente Nenhuma Papel fisiológico ou patológico Invariavelmente patológico (finalização da lesão celular irreversível) Frequentemente fisiológico, significa a eliminação de células indesejadas; pode ser patológica após algumas formas de lesão celular, especialmente lesão de DNA Necrose Necrose: resulta da desnaturação de proteínas intracelulares e digestão das células lesadas por lisoenzimas. Células sofre uma lesão na membrana celular, saem os lisossomas e digerem a células. A necrose é a principal forma de morte celular patológica. Células necróticas são incapazes de manter seu conteúdo no seu interior e/ou integridade da membrana plasmática. A necrose vem acompanhada de um processo inflamatório no tecido circundantes, tanto os lisossomas da célula morta e as células do processo inflamatório serão responsáveis por fazer a limpeza do local Células necróticas não mantêm a integridade da membrana e seus conteúdos sempre extravasam, um processo que pode iniciar a inflamação no tecido circundante. As enzimas que digerem a célula necrótica são derivadas dos lisossomos das próprias células que estão morrendo ou dos lisossomos dos leucócitos que são recrutados como parte da reação inflamatória. Causas de necrose: redução de energia, geração de radicais livres, ação enzimática, agressão da membrana citoplasmática, exposição do conteúdo intracelular = inflamação. Morfologia As células mortas podem ser substituídas por massas fosfolipídicas grandes e espiraladas, chamadas de figuras de mielina, derivadas das membranas celulares lesadas.As figuras de mielina são fagocitadas, degradadas em ácidos graxos que são calcificados na formação de sais de cálcio. Assim, ocorre a calcificação. Alterações nucleares: degradação inespecífica do DNA. . Cariólise: basofilia da cromatina pode esmaecer, alteração que provavelmente reflete a perda de DNA pela degradação enzimática das endonucleases. Núcleo vai ficando mais claro, início da degradação do núcleo! . Picnose: retração nuclear e aumento da basofilia. . Cariorrexe: o núcleo picnótico sofre fragmentação e ele vai se tornar uma grande quantidade de material nuclear soltos. basofílico (roxo, corante da hematoxilina) eosinofílico (rosa, corantes eosina) As células necróticas são células eosinofílicas (rosa, corante da eosina), possuem aparência vítrea, turva, sem limites precisos (proteínas desnaturadas), célula com limites imprecisos e que não apresenta mais núcleo. Padrões de necrose Cada padrão está relacionado a diferentes doenças. Necrose de coagulação/ coagulativa: forma de necrose tecidual na qual a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada, por pelo menos alguns dia. A lesão desnatura como um todo, incluindo as proteínas estruturais e enzimas do tecido. Infiltração de leucócitos promove a digestão das células mortas através de suas enzimas lisossômicas. Uma área localizada de necrose de coagulação é chamada de infarto. É a necrose mais comum, presente principalmente nos processos isquêmicos! Infarto agudo do miocárdio, infarto esplênico são necroses coagulativas com preservação arquitetural momentânea. . necrose isquêmica → infarto Necrose liquefativa: é uma necrose que vai ser caracterizada pela digestão completa das células mortas imediatamente no momento em que as células sofrem necrose, as próprias enzimas da célula ingere ela. digestão das células mortas, resultando na transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. Os micróbios estimulam o acúmulo de leucócitos e a liberação de enzimas dessas células. Material frequentemente amarelo cremoso devido à presença de leucócitos mortos e é chamado de pus. Esse tipo de necrose está associado com processos de necroses no SNC ou associados a infecções por microrganismos piogênicos (bactérias ou vírus que estimulam a formação de pus). Exemplo: AVC, pielonefrite, abcessos, úlceras gástricas. . Gangrenosa (é um padrão clínico de morte celular, não é um tipo de necrose) ocorre quando um membro perde seu suprimento sanguíneo e sofreu necrose, tipicamente por necrosepor coagulação. É uma denominação clínica para a necrose de coagulação que se tornou visível. Classificação clínica de gangrena: seca ou úmida: A gangrena seca é aquela que só tem tecido morto! A gangrena úmida é a que além de tecido morto tem microrganismos que acionam uma reação inflamatória secundária. Paciente com diabetes apresenta vasculopatia diabética, o que reduz o fluxo sanguíneo, leva a isquemia que progride para a lesão e morte celular. Necrose gomosa: subtipo de necrose de coagulação. É uma necrose de coagulação com aspecto diferente, úmido que parece uma goma arábica (tipo de borracha). Necrose gomosa é vista na doença sexualmente transmissível, a sífilis (sífilis terciária). Necrose caseosa (semelhante a queijo): encontrada em focos de infecção tuberculosa, aparência friável esbranquiçada. É a necrose presente na tuberculose!! Na microscopia: no centro tem-se células mortas e na periferia encontram-se células inflamatórias, formação do granuloma. Na macroscopia: lesão amarela. Também esta presenta na Leishmaniose, hanseníase, sífilis, tularemia. Necrose gordurosa/ esteatonecrose: refere-se às áreas focais de destruição gordurosa, resultante da liberação de lipases pancreáticas (enzimas líticas) das células acinares. Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, formando sais de cálcio, áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura). Ocorre no paciente com pancreatite aguda. Destrói o peritônio também → inflamação do peritônio por trauma de tecido adiposo. Necrose gordurosa das glândulas mamárias. Aspecto espumoso, pode haver a calcificação. Necrose fibrinóide: ocorre quando complexos de antígenos e anticorpos são depositados nas paredes das artérias e combinados com a fibrina que tenha extravasado dos vasos. Acontece por reações imunes nos vasos sanguíneos. Pode ser visto em vasculites, hipertensão arterial de longa data, diabetes mellitus. São doenças que atacam a parede do vaso. Quando se tem placa imune na parede do vaso vem um anticorpo que se liga ao antígeno, e desencadeia um depósito de fibrina filamentosa na parede do vaso. A maioria das células necróticas e seus conteúdos desaparecem por fagocitose e digestão enzimática pelos leucócitos. Se as células necróticas e restos celulares não forem prontamente destruídos e reabsorvidos, tenderão a atrair sais de cálcio e outros minerais e a tornarem-se calcificadas (calcificação distrófica). Mecanismos da lesão celular Resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo de lesão, sua duração e gravidade. As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e adaptabilidade da célula lesada. Com o mapeamento completo do genoma humano, há um grande interesse na identificação dos polimorfismos genéticos que influenciam as respostas dos diferentes indivíduos a agentes nocivos. A lesão celular resultante de diferentes mecanismos bioquímicos que agem em vários componentes celulares essenciais (mitocôndria, membranas celulares, maquinaria de síntese e empacotamento de proteínas e DNA do núcleo). Apoptose Via de morte celular induzida por um programa de suicídio estritamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas, caspases, que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Quando tem um estímulo para morte celular a caspase será ativada, sofre uma série de modificações e culmina na formação de bolhas revestidas por membranas, os corpos apoptóticos.Os corpos apoptóticos vão posteriormente encontrar um fagócitos, principalmente, o macrófago e será fagocitado. Como os corpos apoptóticos são revestidos por membrana não tem exteriorização do conteúdo citoplasmático, não há processo inflamatório nos processos apoptóticos independentes de esse processo for fisiológico ou patológico. Apoptose em situações fisiológicas - Destruição programada de células durante a embriogênese → estruturas devem involuir conforme o nosso organismo vai se desenvolvendo. - Involução de tecidos hormônio-dependentes sob privação de hormônio → durante o ciclo menstrual tem-se a descamação do endométrio, exatamente porque essas células morrem por apoptose. Isso também acontece com os órgãos que sofrem atrofia por falta de hormônios. - Perda celular em populações celulares proliferativas → relacionado com medula óssea, com o baço. Eles fabricam muitos linfócitos, alguns linfócitos não respondem a estímulos ou respondem a estímulos normais (auto reativos), então a apoptose é um mecanismo de regulação. Algumas pessoas possuem células que escapam desse sistema, assim elas vão desenvolver doenças autoimunes como o lúpus eritematoso. - Eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente nocivos - Morte de células que já cumpriram seu papel, tais como os neutrófilos na resposta inflamatória aguda e os linfócitos ao término da resposta imune. O estresse libera citocinas inflamatórias. Apoptose em condições patológicas - Lesão de DNA: radiação, drogas citotóxicas anticâncer, exposição à radicais livres e hipóxia. → células de DNA alterado P53 é uma proteína de reparo - Acúmulo de proteínas normalmente dobradas - Morte celular em infecções: virais, principalmente. → adenovírus e o HIV eles atacam uma célula específica e induzem o mecanismo de apoptose. O HIV induz a morte do TCD4 e o TCD8, com isso eles entram em apoptose espontaneamente, até que o paciente fique imunodeficiente. Na hepatite viral, o vírus da hepatite entra dentro do hepatócito, com isso o sistema imune inicia o ataque aos hepatócitos, promovendo a morte celular. - Atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de ducto, como ocorre no pâncreas, na parótida e no rim. . a apoptose patológica acontece em uma frequência bem menor que a necrose, uma vez que qualquer ataque celular tem maior probabilidade de lesar a membrana, levando à necrose. Características morfológicas da apoptose - Retração celular → primeira observação observada, o citoplasma fica compacto e as organelas se juntam. - Condensação da cromatina - Formação de bolha citoplasmáticas e corpos apoptóticos → formação de prolongamentos da membrana celular, formando as bolhas que contém organelas, pedaços de citoplasma, cromatina. As bolhas são formadas, o núcleo termina de se colapsar. As bolhas agora vão conter pedaços de núcleo. As bolhas já com pedaços de núcleos são envolvidas por pedaços de membrana, formando os corpos apoptóticos - Fagocitose das células apoptóticas pelos macrófagos → sem necessidade de inflamação, de linfócitos, por isso a apoptose é um processo mais limpo e organizado que a necrose. Fases da apoptose - não cai na prova Iniciação da apoptose é a fase em que é dada permissão para a célula morre, a célula é habilitada para fazer apoptose. A fase de iniciação tem duas formas que pode acontecer . via extrínseca: o estímulo inicial vem de um receptor externo da célula, que fica na periferia da célula. Exemplo: radical livre, morte celular por hepatite ou por HIV. A célula sofre dano e o receptor extrínseco, receptor de morte da membrana plasmática serão estimulados. Esses receptores são da família TNF (TNFR1 e Fãs). O Fas que é o receptor de morte de membrana plasmática presente, principalmente, nos linfócitos. O linfócito tem na superfície um receptor de três faces, o receptor Fas. Quando o receptor Fas é ligado ao Fas ligante, a caspase-8 e caspase-10 se tornam ativas e levam a apoptose. . via intrínseca: o estímulo inicial vem de um receptor interno da célula. Exemplo: dano do DNA, alteração de proteína. Ocorre a partir da ação do citocromo C, que deve estar dentro da mitocôndria, normalmente. Quando ocorre estímulo para morte celular por apoptose o citocromo C sai da mitocôndria, pelo canal Bax/Bak. O citocromo C no citoplasmairá ativar as caspases-9, formando a estrutura apoptossomo e causar a apoptose. Execução: fase em que as alterações propriamente ditas acontecem Na fase de execução há ativação e ação das caspases executoras 3 e 6 que induzem a clivagem de DNA, degranulação dos componentes da matriz nuclear e fragmentação do núcleo. O que tem que saber?? Todos os tipos de padrões de necrose e um exemplo de cada Causas de necrose e apoptose Aula 4 - Inflamação - Prof Nereu Doença desequilíbrio que ocorre entre o organismo e o meio, o desequilíbrio causam as alterações que chamamos de doença. Os vários agente de lesão atuam causado ação lesiva que pode culminar na adaptação, lesão ou morte celular (necrose e apoptose), enquanto os mecanismos gerais e defesa agem contra os agentes agressores e suas toxinas. Mecanismos gerais de defesa . integridade das barreiras físicas . pH ácido . “lavagem” contínua de cavidades secreções protetoras (enzimas, Ig, etc) → IgA mais frequentemente visto nas secreções movimento ciliar ativo → limpeza de muco, poeira sistema urinário/digestório (peristalse) → . microbiota protetora (competição com bactérias patogênicas) . reflexos neurais (espirros, de retirada, tosse, etc) → mecanismos neurais de defesa . febre (sinal de alarme e proteção) → a febre ocorre por infecção, câncer, doenças autoimunes, piogênica. . inflamação aguda Conceito de inflamação: processo de defesa inespecífico que ocorre no tecido conjuntivo vascularizado, com a participação de células e elementos do sangue (leucócitos, plaquetas) e dos tecidos (mastócitos, fibroblastos) que objetiva: destruir, isolar, neutralizar o agente de lesão, remover restos celulares e elementos estranhos indesejáveis e promover restauração tecidual, mas que pode lesar os tecidos. Doença infecciosa é diferente de inflamação. A infecção sugere a presença de agente invasor nos tecidos, podendo ser ela sintomática ou assintomática. Como inicia a inflamação aguda? reconhecimento da agressão -exógena ou endógena. Moléculas sinalizadoras de agressão ou alarminas: . PAMPS (pathogen associated molecular pattern) - moléculas presentes em patógenos. . DAMPS (damage associated molecular pattern) - moléculas do interior das células do próprio organismo/metabolismo (células mortas por necrose, estresse metabólico, lesão imune, etc) Sinais e sintomas cardinais da inflamação aguda . rubor - vasodilatação (vermelhidão) → sinal . calor - pelo aumento do fluxo sanguíneo → sinal . tumor edema inflamatório (exsudativo) → sinal . dor - ação de mediadores químicos → sintoma . perda de função - consequência eventual desta Sinal é uma alteração objetiva, observável pelo médico, quantitativa por exames, mensurável por outrem. Sintoma é uma alteração subjetiva, sentido pelo paciente, qualitativa, não mensurável por outrem. Flogístico = inflamatório; Flogose = inflamação Alterações vasculares da inflamação são os responsáveis pelos três sinais da inflamação, já a dor é causada pelos mediadores da inflamação. Fenômenos vasculares da inflamação aguda . vasoconstrição fugaz e inicial (pode estar ausente) → reduz sangramento em ferimentos graves . vasodilatação (distensão das arteríolas, capilares, e vênulas pós-capilares) - ela provoca: aumento do fluxo sanguíneo - vermelhidão do tecido lentificação da circulação (podendo haver sua parada : estase sanguínea) aumento da pressão hidrostática - início da formação do edema inflamatório . aumento da permeabilidade --. aumento da saída de líquido dos vasos para o interstício aumenta o edema inflamatório (exsudato: líquido de alta densidade, com proteínas de alto peso molecular e leucócitos) Os cincos mecanismos de aumento da permeabilidade vascular na inflamação . contração da célula endotelial . injúria direta e destruição das células endoteliais . lesão leucócito mediadas → ocorre frequentemente em processos inflamatórios agudos bacterianos, principalmente por neutrófilos . Aumento de transcitose → ocorre na célula endotelial viável, a vesícula de pinocitose se funde à parede da célula endotelial liberando seu conteúdo interior para o meio extracelular . angiogênese → formação de vasos novos, durante essa formação as ligações entre as células endoteliais ainda são imaturas, assim os GAPS entres as células endoteliais novas são grandes. Os fenômenos celulares da IA envolvendo leucócitos: as primeiras células a alcançarem a inflamação aguda são os neutrófilos e monócitos (macrófagos). Nos processos inflamatório crônicos os leucócitos mais presentes são os monocitos (macrofago), linfócitos, eosinófilos e basófilos (mais coadjuvante, menos importantes). Fenômenos da IA: marginação, rolamento, adesão fraca, adesão forte, diapedese, migração por quimiotaxia, fagocitose. Quando ocorre a vasodilatação e ocorre a redução da velocidade de sangue dentro do vaso ocorre a marginação, ou seja, aproximação de leucócitos a margem dos vasos. Após a marginação as células começa a rolar sobre o endotelial através de proteínas adesivas (selectinas e por glicoproteínas adesivas, presentes tanto nos leucócitos quanto no endotélio) fracas. Após o rolamento mediado por adesão fraca mais próximo ao local da inflamação ocorre a adesão forte mediada por integrinas e imunoglobulinas adesivas. Essa adesão forte permite que a célula realize diapedese, atravesse a parede do vaso, passando por células endoteliais. Quando a célula leucocitária passa para o interstício ocorre a migração por quimiotaxia, fenômeno que atrai o leucócito para a inflamação através de um gradiente de concentração (migração orientada). Quando o leucócito chega ao local da inflamação ele desempenha sua função (exemplo: fagocitose). Fases da fagocitose . reconhecimento (opsonização) . adesão (adesinas) . englobamento (fagossoma) . regurgitação enzimática - pode provocar dano tecidual . fusão lisossomal e formação de RL (fagolisossoma) . destruição do material fagocitado - reaproveitamento, apresentação de antígeno, excreção. Mediadores químicos da inflamação Aminas vasoativas: histamina e serotonina - vasodilatadores, atuam no início da inflamação, aumentam a permeabilidade celular, realizam quimiotaxia e ativação celular. histamina causa prurido Metabólicos do ácido araquidônico: o ácido aracdônico é metabolizado pela ciclooxigenase-COX (prostaglandinas e tromboxanos) e a lipoxigenase-LOX (leucotrienos e lipoquicina) - prostaglandinas → pró-inflamatórias, vasodilatadora, aumenta a permeabilidade, quimiotaxia, ativação celular, dor da inflamação e febre - leucotrienos → vasodilator, vasoconstritor, quimiotaxia, ativação celular - lipoxinas → moduladoras Fator ativador de plaquetas → faz tudo! Óxido nítrico → vasodilatador, aumento da permeabilidade, quimiotaxia e citotoxicidade Os sistemas de proteases do plasma - sistema complemento → ativação celular, vasodilatador, aumento da permeabilidade, quimiotaxia a opsonização - sistema da coagulação → ativação celular, vasodilatador e quimiotaxia - sistema da fibrinólise → quimiotaxia e ativação celular - sistema das cininas → pró-inflamatório, vasodilatador, aumenta a permeabilidade, quimiotaxia e dor Produtos lisossomais leucocitários → pró-inflamatórios, quimiotáticos, vasodilatadores de pequenos vasos, citotoxicidade Citocinas e quimiocinas → múltiplas ações Metabólitos derivados do oxigênio → citotóxicos Neuropeptídeos inflamatórios (substância P, M) → vários efeitos Produtos bacterianos → alarminas, anticoagulantes, quimiotaxia Tipos de exsudatos inflamatórios Esta classificação auxilia no diagnóstico da causa ou da doença subjacente . seroso muito fluido, pobre em células e fibrina, amarelo claro. geralmente processos com pouca necrose e sem bactérias (trauma, queimadura, viroses - herpes simplex, tóxicos).. fibrinoso rico em fibrina, poucas células, aspectos fibrilar branco. geralmente: processos imunes e com a ativação da coagulação (pericardite fibrinosa, etc), infecções não purulentas, necrose (ex: IAM) . purulento rico em leucócitos e células mortas, cor amarela, castanha ou verde. geralmente: processos com muita necrose e/ou presença de bactérias (ditas piogênicas) - exsudato misto → empiema pleural → fibrinopurulento - peritonite purulenta, complicação por perfuração do colo, necrose liquefativa com células mortas. . mucoso rico em secreção mucóide, claro ou turvo, viscoso ocorre em superfícies produtoras de muco (respiratório, digestivo - diarréia muco sanguinolenta, genital- corrimento mucóide tricomoníase vaginal) causas alergias, infecções, etc . exsudato hemorrágico rico em hemácias avermelhado, geralmente associado a algum outro tipo acima ocorre quando há lesão vascular importante no processo agressor causas mais prováveis no nosso meio: tuberculose e câncer . misto é a associação de 2 ou mais dos tipos acima, sendo bastante comum, como: sero-fibrinoso, etc. indica a associação de causas ou complicações sempre quando dois ou mais exsudatos se associam chama-se de exsudato misto! Fenômenos resolutivos Como a inflamação termina: . destruição do agente que desperta a reação . morte e remoção de células do exsudato - promoção de apoptose dos leucócitos fagocitose pelos macrófagos . síntese e liberação de mediadores anti-inflamatórios (lipoxinas, resolutivas, proteínas, prostaglandina J2, IL-10, IL-4, TGF BETA) . fígado produz proteínas de fase aguda (anti-inflamatórias): ceruloplasmina, PCR, alfa-1-antitripsina, etc. . SNC (eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal) e SNA (simpático e parassimpático) - ação anti inflamatória → corticosteróides adrenocorticais e vários mediadores parassimpático tem ação colinérgica, principalmente, ação anti-inflamatória . medicamentos: auxiliam no processo de redução de sinais e sintomas e do processo em si. Por que usar anti-inflamatório se esse é um mecanismo de defesa? Para reduzir a sintomatologia e diminuição do edema inflamatório, isso favorece os fenômenos resolutivos, acelerando os fenômenos de limpeza no local da inflamação. Os anti-inflamatórios reduzem a COX. Evolução da inflamação aguda o objetivo principal do organismo é que a inflamação termine! A inflamação aguda corresponde a um processo de início rápido, de curta duração com sinais e sintomas intensos. Resolução completa: cura sem sequelas, é o ideal… Cura com sequelas quando há alguma perda funcional e/ou estrutural, como ocorre na apendicite, cicatrização. O processo inflamatório pode ser cronificar, prolongar por meses, anos ou até mesmo para a vida inteira. É um processo inflamatório crônico. Complicações da IA são situações clínico-patológicas que pioram a situação do doente. Evolução desfavorável, onde existe uma piora do quadro clínico-patológico do paciente. Complicações da inflamação . acúmulo de exsudatos fibrinoso - estímulo para a fibrose com prejuízo funcional, estimula a produção de colágeno pelo fibroblasto. purulento → abscessos - coleção localizada de pus dentro dos tecidos → empiemas - pus nas cavidades serosas (pleuras, pericárdios e peritônio) . extensão/ agravação do processo: fistulização - propagação da inflamação aguda formando trajeto tecidual, sempre relacionado com necrose. Antecede a úlcera - exemplo; doença de Crohn do cólon pode fazer a fístula colovesical. ulceração - necrose escavando superfície de mucosa ou pele síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SRIS) - quadro de comprometimento multissistêmico pela IA choque séptico - instabilidade hemodinâmica nas infecções sistêmicas graves → falência múltipla dos órgãos → óbito necroses extensas, gangrena - propagação de inflamação necrosante (gangrena de Fournier) morte - como consequência final OBS.: Transudato é um líquido de edema de baixa densidade, com moléculas de baixo peso molecular, e várias células é resultado das forças de starling, pressão hidrostática e pressão osmótica, sem alteração da permeabilidade. Já o exsudato depende da alteração da permeabilidade e está relacionado com a inflamação. Nomenclatura da inflamação . inflamação - flogose = processo inflamatório . inflamação aguda → início rápido, curta duração, sinais e sintomas intensos! . inflamação crônica → início lento, longa duração, sinais e sintomas menos intensos. . nomenclatura → nome do órgão + ITE + aguda ou crônica + subtipos: tipo de exsudato, causa, forma clínica, complicações . exemplos: amigdalite aguda purulenta bacteriana . colecistite crônica calculosa com calcificação . dermatite crônica esfoliativa alérgica . broncopneumonia estafilocócica com empiema Aspectos clínicos da IA . efeitos locais cardinais (rubor, calor, tumor, dor) linfangite: inflamação nos vasos linfáticos de drenagem linfadenite: inflamação com aumento de volume dos linfonodos de drenagem local destruição tecidual: gerando úlceras, abscessos, gangrena, perda de função, etc. . efeitos sistêmicos febre: ação de mediadores químicos no hipotálamo leucocitose: aumento de leucócitos na circulação → associada ao desvio à esquerda, aumento da quantidade de bastão para permitir a maior chegada de neutrófilos na inflamação síndrome de resposta inflamatória sistêmica: conjunto de respostas orgânicas à agressão por diversos agentes, com manifestações clínicas inespecíficas, devido a liberação maciça de mediadores pró-inflamatórios na circulação (TNF, IL-1, 2, 6, PAF, outros). reação de fase aguda: produção pelo fígado, glândulas e SNC de substâncias pró e anti-inflamatórias. AULA 5 - Prof. Nereu Seminário A palavra que melhor se relaciona com o conceito moderno e dinâmico de doença é: . dor tem a ver com a doença, mas se pode ter doença assintomática. Assim, doença não é sinais e sintomas . erro, é um termo muito matemático . desequilíbrio visão da doença como uma situação, onde está havendo algum tipo de descompasso. . anormal é um termo um pouco preconceituoso . sofrimento é um termo genérico não obrigatório visão holística do tratamento, uma visão total do tratamento. Qual assuntos a patologia estuda? . causas de doença → patologia: etiologia . sinais e sintomas → semiologia . prognóstico → clínica médica/cirúrgica . mecanismo de ação de agente → patologia: patogenia . alterações funcionais do organismo → patologia: fisiopatologia . tratamento medicamentoso → farmacologia . modificações morfológicas → patologia: anatomia patológica . terapia cirúrgica → clínica cirúrgica . doenças nas populações → epidemiologia médica . reabilitação de doentes → fisiatria relacione as colunas . biópsia → pequeno fragmento de tecido . necropsia → exame diagnóstico do cadáver . citopatologia → diagnóstico em células isoladas ou grupos celulares . peça cirúrgica→ órgão, segmento ou grupo de órgãos para exame . patologia cirúrgica → estudo diagnóstico de peças e biópsias . patologia molecular → estudo do DNA/RNA, epigenéticos, ETC. . exame de congelação → exame pré-operatório . imuno-histoquímica → marcação de elementos celulares com anticorpos . laudo patológico → resultado diagnóstico final reversibilidade; alteração da diferenciação/ proliferação; tem finalidade/objetivo; podem ser fisiológicas/ patológicas → adaptação → atrofia; metaplasia (modificação do tipo de tecido); hipertrofia; hiperplasia (proliferação celular) reversibilidade; são rápidos; patológicas; prejuízo funcional → acúmulos celulares → degeneração hidrópica ou tumefação (acúmulo de água e sais); esteatose (ácidos graxo e triglicerídeos); lipidoses (triglicerídeos complexos); glicogenoses (glicogênio); proteínoses/degeneração hialina (proteínas anormais) morte celular; prejuízo funcional; fisiológica/patológica; são rápidas; tem finalidade/ objetivo quando for fisiológica → lesões irreversíveis → apoptose; câncer; necrose neoplasia maligna → lesão irreversível não letal do genoma identifique as adaptações . hipertrofia muscular → processo demorado hipertrofia e hiperplasia → útero puerpério hipertrofia → coração causa principal: estenose aórtica/hipertensão arterial/ compensação → desequilíbrio oferta demanda consequência: insuficiência cardíaca . hiperplasia nodular e hipertrofia → prostática causa: envelhecimento da próstata consequência: desequilíbrio do hormônios masculinos (testosterona e derivados); compressão da uretra, sendo considerada um hiperplasia patológica. Na hiperplasia se faz a ressecção transuretral da próstata, raspagem da próstata. No câncer, tem que retirar toda a próstata. conceitos hiperplasia é um processo benigno (sempre!), reversível, adaptativo, reacional,mantém a função do tecido, podendo ser patológico ou não. a hiperplasia patológica constitui um solo fértil no qual a proliferação neoplásica pode surgir posteriormente. neoplasia é um processo patológico, irreversível, não adaptativa, não reacional, com perda de função e prejudicial, podendo ser classificada em benigna ou maligna. neoplasia maligna é sinônimo de câncer. O câncer é mais periférico, enquanto a hiperplasia é mais central. tumor qualquer coisa que ocupe espaço, pode ser neoplasia, cistos, hérnias, hiperplasias hiperplasia de epiderme: proliferação excessiva e rápida da pele → psoríase atrofia → marasmo; desnutrição total atrofia cortical cerebral (sulcos alargados e giros adelgaçados) → doença de Alzheimer, doenças genéticas atrofia das adrenais adrenais normais hiperplasia das adrenais Atrofia das adrenais está associada com o uso crônico de corticoesteróides; já a hiperplasia ocorre por excesso de ACTH secretado pela hipófise, gerando hiperplasia adrenal reacional. Biópsia gástrica As glândulas são normais? O que tem de errado? Como chamamos essa alteração? Cite uma causa. Não, no epitélio está presente células caliciformes, típicas do intestino. No epitélio do estômago normal não se encontra células caliciformes. Assim, nesse epitélio vê-se uma metaplasia intestinal no estômago. Essa alteração nessa biópsia pode-se causada por Helicobacter Pylori e, pode evoluir para neoplasia maligna (câncer). Biópsia de esôfago distal Que epitélio estamos vendo? epitélio colunar com células caliciformes (intestinal) O normal é… epitélio escamoso O que está errado? A presença de células caliciformes Com que órgão se parece? Intestino Como chamamos essa alteração? Esôfago de Barrett (metaplasia intestinal) Cite a causa principal → refluxo gastroesofágico (DRGE) metaplasia escamosa do colo uterino (colunar para escamoso); só se ver glândulas abaixo do epitélio colunar, a presença de glândulas embaixo do epitélio escamoso é anormal. tumefação: hepatócitos balonizados, com vacúolos citoplasmáticos de água (citoplasma vacuolizado), núcleo centralizado causas: hepatite, acúmulo de sódio intracelular, febre amarela, infecção, hipóxia, choque (hipotensão mantida leva a uma hipóxia generalizada e isso pode ser uma causa de tumefação), hipertensão da veia cava esteatose hepática → sudan IV (lipídio fica corado com vermelho), aspecto de adipócito causas: alcoolismo crônico, síndrome metabólica, hiperlipidemia, esteatohepatite não alcoólica, desnutrição proteica, intoxicação medicamentosa, obesidade A lesão irreversível nem sempre cursa com morte celular. O câncer é uma doença de ação irreversível genômica. Morte celular programada é tanto fisiológica quanto patológica As necroses são mortes celulares onde ocorre a autólise e/ou a heterólise . autólise: célula morre e suas próprias enzimas a digerem . heterólise: célula morre e as enzimas de outras células digerem ela, exemplo os macrófagos. Necrose e apoptose Necrose isquêmica do tipo coagulativa esplênica Necrose por infarto, ausência do fluxo sanguíneo e morte celular. Necrose isquêmica do tipo coagulativa renal Infarto renal, observe que envolta do infarto tem-se uma zona de hiperemia inflamatória (processo inflamatório contra a necrose). Necrose coagulativa, infarto de parede anterior e do septo interventricular: zona clara branco amarelada extensa na parede anterior do miocárdio. Esse coração também apresenta hipertrofia ventricular esquerda. No exame histopatológico vê-se células fantasmas, com núcleo ausente, e citoplasma eosinófilo (corado de rosa). O nome das alterações nucleares: picnose (condensação), cariorrexe (fragmentação), cariólise (dissolução). Necrose isquêmica coagulativa associada a hemorragia é conhecida também como infarto vermelho. Ocorre em órgãos com circulação colateral e anastomose, a isquemia mesentérica. infarto enteromesentérico. Extremamente grave. A evolução do quadro é muito rápida, geralmente o paciente vai à óbito. Volvo é quando tem uma torção no intestino, podendo também causar lesão desse tipo. Necrose liquefativa está ocorrendo o cérebro, com amolecimento cerebral e exsudato purulento. Infarto branco cerebral, lesão do tipo hipocaptante, o que leva à isquemia. AVC isquêmico. A necrose liquefativa ocorre basicamente no cérebro e quando você tem processo inflamatórios com a formação de pus (exsudato purulento). Necrose liquefativa no pulmão. As bactérias nessa lâmina, coloração de HE, não é comum se ver, sendo necessário fazer coloração especial para visualizar bactéria Esteatonecrose ou necrose gordurosa. causas: pancreatite aguda (tumor de pâncreas, álcool, trauma), inflamação no peritônio (principalmente quando se tem traumatismo de tecido adiposo, liberação de enzimas intestinais por trauma pode causar isso), necrose gordurosa mamária. lâmina: células vão ficando fantasmagórica, ocorre deposição de cálcio, aspecto espumoso esbranquiçado Gangrena é uma necrose de coagulação modificada, podendo ser: gangrena seca: necrose de coagulação isquêmica com ressecamento do tecido gangrena úmida: gangrena seca com infecção bacteriana associada e presença de pus; *gangrena gasosa: gangrena seca com infecção bacteriana (bactérias anaeróbicas) associada e presença de pus. Necrose caseosa: necrose com aspecto de queijo. É mais prevalente na tuberculose. Mas, pode estar presente na leishmaniose, hanseníase, sífilis, tularemia. AULA 6 - Inflamação crônica - Prof. Nereu A inflamação aguda é um processo rápido de curta duração e intenso. Esse processo cursa com alterações vasculares (vasoconstrição rápida, vasodilatação e alteração da permeabilidade celular) e celulares (migração celular). Cronificação é exatamente quando o processo inflamatório se perpetua no tempo, durante meses,anos, até a vida inteira. Conceito de inflamação crônica É o processo de defesa inflamatório que se perpetua no tempo (meses, anos), devido a três fatores: resistência do agente infeccioso, ação perpetuada de agentes químicos ou físicos, ou autoperpetuação imunológica (hipersensibilidade tipo 4). Nele ocorrem, simultaneamente: inflamação ativa, necrose e ativação da restauração tecidual (regeneração ou cicatrização) Inflamação ativa: fenômenos vasculares, celulares, formação de exsudato e necrose. Inflamação crônica: inflamação ativa + regeneração ou cicatrização. Itens Agudo Crônico Início Súbito, rápido Insidioso, após fase aguda Duração Curta: dias, semanas Longa: meses e anos Sinais Mais intensos Menos intensos Fenômenos vasculares Mais intensos Menos intensos Exsudação Proeminente Pouca Células principais Neutrófilos Macrófagos Macrófagos Linfócitos, principalmente,T Fenômenos restauradores Terminam o processo Proeminentes, acompanham o processo Sequelas Eventuais Frequentes Virulência → capacidade de destrutividade Resistência → resistência (durabilidade) Principais exemplos de inflamação crônicas 1. Infecções persistentes . bactérias: tuberculose, hanseníase, sífilis, H. pylori, etc. . vírus: hepatites B e C, SIDA, HPV, etc. . fungos: paracoccidioidomicose, dermatofitoses, etc. . protozoários: D. de chagas, leishmaniose, etc. . helmintos: esquistossomose, verminoses entéricas, etc 2. Ação continuada de agente químicos e físicos . aterosclerose (lipídios tóxicos do plasma nas artérias). . bronquite crônica do tabagista (ação do fumo) . pneumoconioses (doenças pulmonares causadas por poeira) . dermatoses actínicas. . lesão por esforço repetitivo, etc. 3. autoperpetuação imunológica . doenças autoimunes: artrite reumatoide, lúpus, hepatite autoimune, cirrose biliar primária, etc. . hipersensibilidades: asma, alergias, etc. Morfologia da inflamação crônica Inflamação ativa . macrófagos, linfocitos, plasmócitos, eosinófilos, outras células . folículos linfóides (linfócitos b agrupados → é no folículo linfóide em que o linfócito B se diferencia em plasmócitos Destruição tecidual . necroses (de diferentes tipos) . exsudação prolongada pode ocorrer → osteomielite crônica, volta e meia volta a gerar exsudato purulento . calcificação distrófica comum → necroses que mais calcificam são a caseosa e gordurosa Restauração concomitante . regeneração (hiperplasias regenerativas) . cicatrização/fibrose (permanece como sequela) Macrófagos: principal célula da inflamação crônica Porque o macrófago é a principal célula da inflamação crônica? Porque ele começa a aumentar na inflamação aguda, e se perpetua na inflamação crônica. O macrófago é capaz de se dividir, e pode voltar ao tecido, segundo o prof. O neutrófilo é uma célula terminal, não pode se dividir depois que alcança a corrente sanguínea, tendo uma meia vida, relativamente, curta. Ativação e função dos macrófagos Interação macrófago-linfócito na inflamação crônica Inflamação crônica Padrões relacionais (organização do infiltrado inflamatório): . I.C. inespecífica - células inflamatórias distribuídas ao acaso, sem arranjo definido no tecido. A maioria das inflamações crônicas. É quando as células inflamatórias estão distribuídas aleatoriamente nos tecidos. . I.C. granulomatosa (ou “específica”) - há formação de granulomas: agregados circunscritos de macrófagos ativados e modificados. → gastrite crônica causada por H. pylori. Inflamação crônica inespecífica causada pelo H. pylori, úlcera péptica gástrica. A úlcera acaba sendo cicatrizada com o tratamento. A cicatrização acontece a partir do tecido de granulação (preparo para a fibrose) Fenômenos de restauração: fibrose Processo de cicatrização: formação de tecido conjuntivo fibroso, feito principalmente pelos fibroblastos. O tecido de granulação é a fase inicial da cicatrização. O tecido de granulação é o conjunto desses cinco elementos: células inflamatórias (macrófagos, linfócitos, plasmócitos); edema; proliferação de pequenos vasos (angiogênese); proliferação de fibroblastos; deposição de colágenos (fibrose). O tecido de cicatrização é a fase inicial da cicatrização. Não confundir tecido de granulação com granuloma! Inflamação crônica granulomatosa Reação inflamatória iniciada por uma variedade de agentes infecciosos ou não infecciosos que formam uma estrutura celular organizada, chamada granuloma Granuloma . agrupamento de macrófagos ativados -secretoras de enzimas, células epitelióides - e células gigantes -grande capacidade fagocítica-, em torno do agente agressor com o objetivo de encarcerá-lo e/ou destruí-los. O granuloma é formado quando tem a presença de irritantes pouco digeríveis e/ou imunidade mediada por células T ao irritante que desencadeiam formação do granuloma. Etiologia . bactérias - M tuberculosis, M. leprae, T. pallidum, etc. . fungos - H. capsulatum, P. brasiliensis, C. neoformans, etc. . helmintos - S. mansoni, A. lumbricoides, etc . agente inertes (corpos estranhos) - fio de sutura, sílica, vidro, silicone . mal conhecida - sarcoidose, doença de Crohn, etc. Há 2 tipos de granulomas a. granuloma epitelióide ou imune: são imunológicos (imunidade mediada por células T) macrófagos ativados (células epitelióides e células gigantes multinucleadas), linfócitos T. Estão associadas a agentes imunogênicos, principalmente os infecciosos. Outros componentes do granuloma: fibroblastos, plasmócitos, eosinófilos, neutrófilos, necrose central (caseosa, liquefativa), outros. Esquema do granuloma tuberculóide . são as enzima líticas que formam a necrose . típica células gigantes de Langerhans → núcleos distribuídos na periferia, em formato de ferradura de cavalo. . núcleo centralizado → célula gigante tipo corpo estranho b. Granuloma de corpo estranho . associados a agentes inertes, não imunogênicos . não imunológicos . macrófagos e poucas células epitelióides . células gigantes tipo corpo estranho numerosas . poucos linfócitos . fibrose no entorno
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