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Educação 
Financeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
UNIDADE 1 
 EDUCAÇÃO FINANCEIRA 
 
 
1 Educação Financeira 
 
A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) ensina 
que a Educação Financeira ajuda a compreender os conceitos e produtos 
financeiros para que, com informação, formação e orientação, as pessoas possam 
se tornar mais conscientes sobre como escolher e utilizar as opções financeiras 
que são disponibilizadas, compreendendo as oportunidades que elas podem 
gerar e seus riscos. 
 
Ao se falar em educação financeira é possível que venha à sua cabeça algumas 
opções de crédito para comprar coisas que você deseja, como uma casa, um carro, 
TV de tela plana ou, por que não, uma viagem para o exterior. A tomada de crédito 
sem a devida análise e planejamento pode levar a uma grande dor de cabeça, 
causada pela inadimplência. Não apenas a dívida inicial cresce, e ao longo do 
curso serão apresentados alguns motivos que levam a este crescimento, bem 
como a falta de pagamento de uma dívida “suja o nome” e dificulta novos 
empréstimos. 
 
 
Do outro lado do inadimplente há aquelas pessoas que economizaram bastante 
e, por incrível que pareça, podem ter perdido grandes chances na vida para 
“não mexer” no dinheiro. Ao longo deste curso entenderemos que nem todo 
empréstimo é ruim e nem toda economia é a melhor alternativa. 
 
poderão dar retorno econômico para a sociedade e guardar uma 
parte do dinheiro para realização de sonhos. 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ter consciência do que ganhamos e do que podemos gastar é importante. 
Imagine uma pessoa que sempre gasta mais do que ganha. Ela poderá “viver de 
crédito” por algum tempo. Pode pedir emprestado às instituições financeiras, 
amigos, parentes e até “pendurar” algumas contas. Mais cedo ou mais tarde estas 
dívidas serão cobradas, muitas vezes com valores acima do que foi emprestado, 
acrescidos de juros e taxas, entre outros. Não parece ser uma boa e promissora 
vida gastar mais do que se ganha, certo? 
 
Então, para começar nossa educação financeira devemos criar uma lista com 
todas os recebimentos de dinheiro que temos, onde entram o(s) salário(s), bicos 
eventuais, aluguéis, entre outros, que você receba. Uma boa ideia é fazer uma 
lista de entrada para cada mês do ano, pois existem meses que ganhamos mais, 
como quando entram as férias e o 13º e aqueles que ganhamos menos, como o mês 
posterior às férias. Depois de registrar todos os recebimentos, está na hora de 
começar a planejar os gastos. 
Você pode aproveitar o que criou no passo anterior e anotar, mês a mês, suas 
despesas. Outra boa ideia é começar por aquelas que são idênticas, ou muito 
parecidas, todos os meses, como aluguel/prestação do imóvel, luz, água, 
telefone, transporte, internet, entre outras, passando para as que acontecem 
apenas em alguns meses ou que variam ao longo do ano, mas são obrigatórias, 
como mensalidades de escolas (é comum algumas cobrarem taxas de matrículas, 
1.1 Relacionamento com o Dinheiro 
9 
 
 
materiais, antecipação de renovação), impostos (IPVA, IPTU). Acrescente aquelas 
despesas que não são obrigatórias, mas fazem parte da vida, como diversão, 
cultura, roupas, presentes (além de ajudar seu planejamento financeiro, esta lista 
ajudará você a lembrar das datas especiais). Ao final você terá uma listagem com 
tudo o que recebe e tudo o que gasta, mês a mês. Ficará bem mais fácil planejar-
se e reservar algum dinheiro para as adversidades. 
 
Você pode aproveitar esta lista e registrar o quanto quer economizar todos os 
meses. Fazendo isto você nem conta com aquele dinheiro para o seu dia-a-dia. 
Parece difícil separar uma parte de seus rendimentos para reserva, mas lembre-
se, sempre haverá alguém que ganha menos e outro que ganha mais do que você. 
Basta adaptar-se a viver com um pouco menos. No final das contas, em alguns 
anos, poderá estar vivendo melhor do que se não poupasse. 
 
Você pode estar se perguntando: “como poderei viver melhor gastando 
menos?” A resposta é bem simples. Quando precisar de dinheiro não precisará 
recorrer a financiamentos, terá o seu próprio dinheiro para fazer os 
pagamentos, de qualquer conta que seja. Além de economizar com os juros dos 
financiamentos que não pegou, ainda poderá ter um desconto pelo pagamento à 
vista, que é bastante comum e o dinheiro poupado pode ter lhe rendido ainda 
mais. Ou seja, você só tem a ganhar poupando. 
 
Resumindo, economizando um pouco a cada mês, o esforço que você fez para 
juntar o dinheiro e guardá-lo será devolvido com melhores compras/pagamentos do 
que se você não poupasse e precisasse pegar emprestado. 
 
 Bom, falar é fácil... E fazer? Também pode ser fácil, basta planejar. 
despesas? 
10 
 
 
 
 
 
Quadro 1: Exemplo de controle de ganhos e despesas 
 
Controle financeiro – Janeiro 
Recebimentos/Receitas Valores (R$) 
Salário líquido 1.700,00 
Vale alimentação 525,00 
Bolos que vende no trabalho 250,00 
TOTAL de Recebimentos 2.475,00 
Despesas Valores (R$) 
Aluguel 400,00 
Condomínio 150,00 
Água 80,00 
LUZ 90,00 
Telefone 120,00 
Internet 80,00 
Compras mensais 750,00 
IPTU 90,00 
Matricula faculdade 50,00 
Mensalidade faculdade 450,00 
Material faculdade 200,00 
Lazer 100,00 
Salão 0,00 
Teatro, cinema, livros 0,00 
Total de Gastos 2.560,00 
Total (Janeiro) -85,00 
11 
 
 
 
 
Observe que na lista apresentada como exemplo (acima), referente a janeiro, ao 
término do mês você estará devendo R$ 85,00. Na prática, ou atrasará alguma 
conta, pagando multas e juros por este atraso (o que aumentará sua dívida) 
ou pegará emprestado este dinheiro de alguma forma. Na maior parte das vezes 
pagará juros pelo empréstimo, o que também aumentará o quanto deve. Estes 
gastos acumulados ao longo do ano, podem gerar uma grande dívida e 
comprometer aquele dinheiro que você esperava gastar com outras coisas, como o 
13º. 
 
Se terminar cada mês devendo “apenas” R$85,00 (oitenta e cinco reais), ao final 
do ano, sem contar eventuais juros, estará devendo mais de R$ 1.000,00 (mil reais). 
Se esta dívida for acumulada com juros de 9% ao mês, comum em algumas 
linhas de crédito como cheque especial ou cartão de crédito, todo o seu 13º 
estará comprometido por conta destes “inocentes” R$85 mensais. 
 
Bom, e o que fazer? 
 
 
No exemplo apresentado, as despesas com compras mensais, lazer e telefone 
poderiam ser reduzidas um pouco cada uma, bem como as entradas com a venda 
de bolos aumentada. Imagine o seguinte: 
 
• Aumentar o recebimento: 
 
– Vender um bolo a mais: R$ 30,00 
 
• Reduzir gastos 
 
– 5 dias sem usar seu pré-pago: – R$ 20,00 
 
– Trocar algumas marcas no mercado e comprar algumas mercadorias a 
menos, ir à 
feira ao invés do mercado: – R$15,00 
 
– Evitar sair um final de semana: – R$25,00 
 É importante ter o controle de todas as despesas do mês, para não extrapolar. Sabendo com antecedência que 0há uma 
tendência de estourar o orçamento de um determinado mês, você 
pode, por exemplo, “re-planejar” suas despesas ou tentar 
aumentar a sua entrada de dinheiro. 
12 
 
 
 
 
Se você fizer estes pequenos sacrifícios, vai evitar terminar janeiro devendo R$ 
85,00 e, ainda, sobrará R$ 5,00 para sua economia. Viu como é mais fácil do que 
parece planejar, se ajustar e “salvar” seu 13º salário? 
 
Ainda usando o mesmo exemplo, imagine se em 2016 você faz um esforço, como 
o proposto e economiza R$ 10,00/mês em média. É fácil ver que chegará em 
janeiro de 2017 com R$120,00, talvez mais se aplicar o dinheiro como veremos 
mais adiante neste curso. Mais que suficiente para cobrir as despesas adicionais 
daquele mês, sem precisar novos esforços e tendo podido gastar, ou economizar, 
seu 13º de 2016. 
 
Se você não se planejar e economizar, entrará em um ciclo vicioso, pois precisará 
pegar dinheiro emprestado para pagar suas contas e quando receber algo a mais, 
usará para pagar o que pegouemprestado, precisando pegar novamente 
dinheiro emprestado. Não parece ser uma boa forma de viver. Economizar e 
poupar, pode ajudar-lhe a ter uma vida mais tranquila e confortável. 
 
Hoje existem várias formas de poupança e de investimentos no mercado, mas o 
mais utilizado pelas famílias brasileiras ainda é a poupança na instituição 
bancária, em que se tem uma renda extra para realizarmos mais rápido nossas 
metas. Em outras palavras, o dinheiro investido gera dinheiro. Figurativamente 
falando, é como se ele “trabalhasse” e recebesse um salário. 
 
O que acha de colocar seu dinheiro para trabalhar para você? Mais à frente neste 
curso veremos como isto ocorre na prática. 
 
 
 
1.2 Sonhos e Projetos 
 
Sonhos movem o ser humano. Todos os dias quando saímos de nossas casas 
para trabalharmos queremos nos manter e, por que não, realizar alguns sonhos. 
 
Então podemos analisar o que estamos fazendo para realizar nossos sonhos e 
projetos, quais são as mudanças que estamos fazendo para que esses sonhos 
possam ser realizados. 
 
13 
 
 
 
 
Podemos tomar como exemplo, o sonho da casa própria ou de um carro zero, 
em primeiro lugar devemos saber que tipo de casa queremos, onde será essa casa, 
a forma de pagamento ou financiamento, e como as instituições bancárias poderão 
nos ajudar a realizar tais projetos. 
 
 
 
 
 
1.3 Necessidades e Desejos 
 
Todos nós sabemos que, quando 
tomamos a decisão de guardarmos 
dinheiro, a impressão que temos é que 
sempre aparece alguma coisa 
interessante para comprar e 
esquecemos por alguns segundos dos 
nossos projetos, para qual motivo esse 
dinheiro está sendo guardado e, num 
impulso, gastamos aquele tão suado 
dinheiro. Motivos e tentações não 
faltam. Roupas, celulares, presentes, festas, são muitas coisas nos tentando a 
todos os momentos, mesmo quando estamos relaxando em frente à TV, somos 
expostos a várias propagandas e ações de marketing montadas para nos fazer 
gastar. 
 
Já reparou nas joias e roupas usadas nas novelas que quase imediatamente são 
vistas nas ruas? Alguém gastou seu dinheiro para se vestir como aquele 
personagem que viu na TV. Não há nada de errado em gastar seu dinheiro, o ponto 
é como fazê-lo com consciência e sem prejudicar compromissos ou planos futuros. 
 
Quando analisarmos todas essas questões da compra de uma 
casa própria e as formas que poderemos comprar essa casa, 
iremos pesquisar todas as formas de compra e o que mais se 
encaixa com os nossos orçamentos e a realidade financeira. 
14 
 
 
UNIDADE 2 
 ORÇAMENTO E CONTROLE DE GASTOS 
 
 
 
1 Orçamento e Controle de Gastos 
 
 
Na educação financeira, é importante 
que toda pessoa possa controlar os 
gastos. Uma das ferramentas ao 
alcance de todos é a planilha 
eletrônica, também conhecida como 
tabela, e hoje temos vários aplicativos 
gratuitos disponíveis na internet que 
nos ajudam a fazer o controle mensal 
de gastos. Um aplicativo muito 
utilizado é o Excel. 
Independentemente da versão do 
aplicativo ele faz parte da família Office da Microsoft e possui fórmulas e gráficos 
que podem nos ajudar a visualizar o controle dos gastos. 
 
 
 
1.1 O Que É Planejamento Orçamentário 
 
O planejamento orçamentário é a previsão de receitas e de despesas com o objetivo 
de controlar o dinheiro disponível ao longo do tempo. Receita é tudo o que você 
ganha e despesa é tudo o que você gasta. O ideal é que a receita seja maior que a 
despesa. Com a sobra entre o que ganhamos e o que gastamos, poderemos investir 
e aumentar ainda mais os nossos ganhos com o dinheiro “trabalhando” para gerar 
mais dinheiro. 
15 
 
 
 
 
O gerenciamento do orçamento de uma família é todo baseado no controle das 
receitas e das despesas. Como visto na unidade anterior, você pode fazer o seu 
orçamento com a lista de receitas e despesas mensais. Na prática você precisará de 
12 (doze) folhas de papel e lápis/caneta. Uma calculadora pode ajudar, mas não é 
necessária, pois as contas são simples adições das receitas e subtrações das 
despesas, algo que aprendemos nos primeiros anos de escola. Com um pouco de 
prática poderá reduzir as doze folhas para apenas uma, separando cada mês em 
uma coluna desta folha. Mais à frente, no quadro 2, exemplificaremos como 
realizar este planejamento de doze meses em uma única folha. 
 
 
 
1.2 Elaboração de um Planejamento Orçamentário 
 
Para elaborar um orçamento a 
família deverá ter todos os valores 
inseridos na tabela fazendo a 
seguinte fórmula: 
 
receitas – despesas = resultado 
 
Por meio dessa fórmula deverá 
calcular e obter os resultados e 
analisar qual melhor forma de 
pagamento e o melhor orçamento 
que se encaixa no controle mensal 
de gastos como o quadro abaixo: 
 
 
Quadro 2: Exemplo de orçamento de janeiro 
a maio 
 
Recebimentos/Receitas 
Janeiro 
Valores (R$) 
Fevereiro 
Valores (R$) 
Março Valores 
(R$) 
 
Abril 
 
Valores (R$) 
Maio Valores 
(R$) 
Salário líquido 1.700,00 1.700,00 1.700,00 3.910,00 0,00 
Vale 
alimentação 
 
525,00 
 
525,00 
 
525,00 
 
525,00 
 
525,00 
16 
 
Bolos que 
vende no 
trabalho 
 
280,00 
 
250,00 
 
250,00 
 
0,00 
 
250,00 
TOTAL de 
Recebimentos/ 
Receitas 
 
2.505,00 
 
2.475,00 
 
2.475,00 
 
4.435,00 
 
775,00 
Despesas Valores (R$) Valores (R$) Valores (R$) Valores (R$) Valores (R$) 
Aluguel 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 
Condomínio 150,00 150,00 150,00 150,00 150,00 
Água 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 
LUZ 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 
Telefone 100,00 120,00 120,00 120,00 120,00 
 
 
 
Internet 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 
Compras 
mensais 
 
735,00 
 
750,00 
 
750,00 
 
750,00 
 
750,00 
IPTU 90,00 90,00 90,00 0,00 0,00 
Matricula 
faculdade 
 
50,00 
 
0,00 
 
0,00 
 
0,00 
 
0,00 
Mensalidade 
faculdade 
 
450,00 
 
450,00 
 
450,00 
 
450,00 
 
450,00 
Material 
faculdade 
 
200,00 
 
0,00 
 
0,00 
 
0,00 
 
0,00 
Lazer 75,00 100,00 100,00 500,00 100,00 
Salão 0,00 100,00 100,00 100,00 150,00 
Teatro, cinema, 
livros 
 
0,00 
 
0,00 
 
50,00 
 
200,00 
 
0,00 
Total de 
Despesas 
 
2.500,00 
 
2.410,00 
 
2.460,00 
 
2.920,00 
 
2.370,00 
Resultado 5,00 65,00 15,00 1.515,00 1.595,00 
ACUMULADO 5,00 70,00 85,00 1.600,00 5,00 
 
 
No exemplo acima consideramos um cenário mais realista para os primeiros 
meses do ano (janeiro a maio), nos quais: 
 
• As despesas com matrícula e material da faculdade ocorrem apenas em 
janeiro. 
 
• Houve um esforço em janeiro para que houvesse uma sobra de dinheiro. 
 
• O IPTU foi pago em 3 parcelas (janeiro, fevereiro e março) 
 
• A família tirou férias em março. Neste mês houve o adiantamento do 
salário do mês seguinte, mais 30% de férias. Entretanto, não houve venda de 
bolos e algumas despesas com lazer e cultura (teatro, cinema e livros) aumentaram. 
17 
 
 
 
A partir de um orçamento realista podemos iniciar o planejamento para 
atingirmos nossas metas e conquistarmos nossos sonhos. 
 
Para isto precisamos saber quais são os sonhos que queremos realizar. Por 
exemplo, comprar um carro. As respostas para as seguintes perguntas são 
necessárias: 
 
1) O carro que desejamos é usado ou é zero? 
 
 
2) Qual o valor do carro que você pretende comprar? 
 
3) Quanto tempo irá levar para conseguir juntar esse dinheiro? Não se esqueça 
de que esse valor estará bem maior se aplicado em um investimento que o dinheiro 
renda mensalmente. 
 
 
4) Temos que ter em mente que o carro tem despesas e não é somente 
colocar gasolina. Temos que fazer manutenção e pagar as taxas do governo como 
IPVA e DPVAT, além de um seguro para proteger seu carro contra acidentes, 
roubos e furtos. 
 
Quando queremos algo, temos que analisar essas questões e consequências, 
fazer o mapeamento de despesas que iremos ter depois de obter o sonho, e quais 
as vantagens e as desvantagens. 
 
Todos estes elementos devemser acrescidos como despesas no orçamento que 
você acabou de fazer, nas linhas de despesas. Ao término, você poderá analisar 
suas receitas e despesas e refletir sobre maneiras de aumentar suas receitas e, 
também, como diminuir as despesas. 
 
 
 
1.3 Gestão Orçamentária 
 
Para a família atingir as metas a que se propôs no planejamento que elaborou é 
necessário realizar uma boa gestão orçamentária. O acompanhamento periódico 
18 
 
 
das receitas e, principalmente, das despesas, são a base para uma boa gestão. 
 
Com a disciplina e o hábito de anotar tudo que gasta e tudo que ganha, você 
terá consciência e controle. Com certeza poderá tomar um susto, e é isso que 
queremos: que você tenha o impacto e veja como caímos em tentação com 
novidades de celulares, tablets, carros potentes, roupas de marca, sapatos de 
marca, ou mesmo inocentes despesas diárias como guloseimas, lanchinhos ou 
cafezinhos que, acumulados ao longo do mês, são significativos. É claro que não 
estamos desprezando a qualidade dos produtos, mas temos que ver a 
necessidade de consumi-los. 
 
Quando o orçamento da família está em dia, ela não terá problemas com o 
Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), esse cadastro tem a lista de todas 
as pessoas inadimplentes que não cumpriram com os pagamentos necessários seja 
de cartão de crédito, cheque ou boleto bancário no comércio, fazendo com que a 
pessoa não possa mais efetuar compras a prazo enquanto estiver com o cadastro 
negativo. 
 
 
 
 
Por isso é importante ter o controle de gastos gerenciado cumprindo com todos os prazos 
de pagamentos, realizando a compra somente do necessário sem extrapolar os limites 
do orçamento, e sem fugir do controle da gestão orçamentária. 
19 
 
 
UNIDADE 3 
COMO SUPERAR 
PROBLEMAS FINANCEIROS 
 
1 Superando os Problemas Financeiros 
 
Como vimos na unidade 1, a educação financeira ajuda a compreender os 
conceitos e produtos financeiros para que, com informação, formação e orientação, 
as pessoas possam se tornar mais conscientes de como escolher e utilizar as opções 
financeiras que são disponibilizadas, compreendendo as oportunidades que elas 
podem gerar e seus riscos. Muitas pessoas só procuram ajuda depois que o 
problema ocorre, isso também acontece com as intercorrências financeiras. É 
comum só tomarmos conhecimento das taxas de juros e/ou multas por atrasos nas 
parcelas dos créditos que pegamos quando há algum problema. 
 
Para a família superar dificuldades financeiras é necessário ter um planejamento 
orçamentário e gerenciá-lo adequadamente. Algumas boas práticas devem ser 
observadas e podem auxiliar a ter melhores resultados. Talvez a principal prática 
seja ter em mente que as compras efetuadas à vista podem ser negociadas até por 
um valor menor. Você gasta menos do que se comprar a prazo. Parcelando as 
compras a pessoa irá pagar os juros por esse prazo. Além de pagar a mais, correrá 
o risco de determinado mês não ter a mensalidade que se comprometeu a pagar, e 
aí pagará multa pelo atraso e pode começar uma bola de neve de juros sobre juros 
e não conseguir honrar os compromissos, tendo o nome registrado no Serviço 
Central de Proteção ao Crédito (SCPC), por não efetuar esse pagamento. 
 
Exemplo de uma única parcela de R$ 200,00 atrasada com multa de 2% e juros 
de 8%, por 9 meses para ser quitada chegará ao valor final do ano custando mais 
que o DOBRO: R$ 407,20. Ou seja, sua falta de planejamento pode levar a pagar 
ainda mais caro por um bem que a vista custaria menos. 
 
Agora você começa a entender por que aquele seu amigo que ganha o mesmo que 
20 
 
 
 
você leva uma vida mais tranquila, com mais bens, viagens, etc... Mas ainda há 
tempo de você resolver os problemas e atingir o sonhado nível de vida. 
 
Para sair desse montante de dívidas a família deverá avaliar os gastos 
desnecessários e retirar tudo que não precisa fazer parte do orçamento. 
 
Lembre-se que em seu orçamento existem despesas sobre as quais você tem 
nenhuma ou pouca influência, como os impostos e taxas. Em algumas cidades há 
um desconto para o pagamento a vista. Em outras não há esta opção. 
Entretanto, há dívidas que podem ser renegociadas. Em especial parcelas 
atrasadas de financiamentos. 
Agora que você já sabe como fazer um planejamento orçamentário, pode 
simular o limite máximo de parcelas que consegue pagar ao mês. Caso tenha 
extrapolado este limite, resta-lhe negociar junto aos credores para reduzi-las e 
conseguir honrá-las. É uma opção melhor do que deixar a dívida acumular e o 
débito aumentar mês a mês. 
 
Existem, ainda, outras dívidas que podem ser reduzidas, ou até mesmo zeradas. É o 
caso, por exemplo, de eliminar as dívidas com IPVA, manutenção de carro e 
combustível, ao vendê-lo. Sim, é uma ação extrema vender o seu meio de 
transporte, o qual você muito trabalhou para poder comprar, mas este pode ser o 
custo de um mau planejamento financeiro. Visto neste extremo, gastar algum 
tempo com uma planilha distribuindo as receitas e despesas ao longo do ano e 
fazer alguns sacrifícios menores ao longo do tempo, não parecem algo tão ruim, 
não é mesmo? 
 
Imagine um cenário ainda pior do que se desfazer do carro. Já pensou se for sua 
casa? Então, vamos voltar ao nosso orçamento e “re-planejar” para resolver 
seus atuais problemas, antes que eles se tornem ainda maiores? 
 
 
1.1 Definição de Crédito 
 
Crédito é a disponibilidade de recursos financeiros, ou seja, dinheiro, temporariamente para 
quem faz uso. Na sua maioria, o seu uso está associado ao pagamento de juros. 
Figurativamente podemos entender os juros como o valor do “aluguel” pelo dinheiro que 
você pegou emprestado, ou seja, que alugou. 
21 
 
 
 
 
Existem situações onde o crédito, ou seja, pegar dinheiro emprestado, é uma 
opção para a resolução de um problema, ou para melhoria de algo em sua vida. O 
crédito tem várias fontes. Um crédito, do ponto de vista financeiro, é bem utilizado 
quando os juros pagos são menores do que o retorno que o empréstimo causará 
ao ser gasto. Algumas situações de um bom uso do crédito disponível: 
 
• um investimento – abrir um negócio próprio (lembre-se de estudar sobre 
o assunto antes de sair gastando dinheiro só porque parece que seu vizinho está 
ganhando dinheiro vendendo sorvete ou com um novo salão de beleza, por 
exemplo), pagar um curso de qualificação profissional. 
 
• reduzir custos – aquisição de novas e mais modernas ferramentas de 
trabalho que ajudem a reduzir seus custos de operação/manutenção, substituição 
de um crédito com juros/custos mais altos por um com juros/custos menores. 
 
Um crédito é mal utilizado quando empregado para compra de bens supérfluos, 
ou que poderiam aguardar a economia de dinheiro para serem adquiridos. Sabe 
aquela viagem com a família? Se você utilizar o cheque especial ou outra linha de 
crédito para realizá-la, pode estar sacrificando uma outra viagem no ano seguinte. 
 
Um meio termo é o crédito de emergência, normalmente voltado a pagar 
despesas médicas. Embora seja resultado da falta de planejamento e poupança, 
uma doença não acompanha nosso ciclo financeiro. 
 
Os créditos têm custos, além dos juros. As instituições que emprestam o 
dinheiro cobram algumas taxas, como para abrir o seu cadastro, administrar o 
empréstimo, seguros e, também impostos, entre outros. Para reduzir a 
confusão que os diversos tipos de créditos podem causar, e facilitar a 
comparação entre eles, as instituições que emprestam dinheiro são obrigadas a 
informar os juros efetivos. Ou seja, o real juro pago ao final de todos os custos 
embutidos no empréstimo. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
1.2 Participação da Família no Orçamento 
 
Toda família em sintonia e atualizando diariamente a planilha de gastos estará 
sempre bem informada e irá gerenciar melhor o controle orçamentário. 
 
É muito comum o planejamento orçamentário não ser executadopor que um dos 
pais, ou filho(s), não fez sua parte e gastou mais do que havia sido planejado. Para 
evitar este tipo de problema é importante que todos tenham consciência do esforço 
que cada um deve fazer e considerar que as pessoas são diferentes, cada um tem 
seus objetivos pessoais distintos. Alguns tem tendência para poupar, outros nem 
tanto. Há, ainda, aqueles que tem descontrole com seus gastos. São desatentos e 
desorganizados com relação às finanças. 
 
Outro aspecto a se considerar é o objetivo daquele planejamento. O que 
adiantará pedir que todos façam sacrifício ou economizem se haverá apenas um 
beneficiário? Por exemplo, por que todos farão economia para que você troque de 
carro? É importante que todos saibam e entendam os objetivos e benefícios dos 
esforços que irão empreender. 
 
O Banco Central do Brasil disponibiliza o “Caderno de Educação Financeira Gestão 
de Finanças Pessoais” com orientações básicas sobre educação financeira. Este 
caderno traz uma série de informações e conceitos que podem ampliar seus 
conhecimentos, além dos que estão sendo abordados neste curso, como, por 
exemplo, o quadro ponha em prática no tópico de Participação da Família no 
Orçamento, reproduzido abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
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24 
 
 
 
 
Especial atenção deve ser dada ao último tópico desse quadro com sugestões 
práticas do Banco Central do Brasil. Converse com sua família sobre o 
planejamento financeiro. O diálogo pode unir e aumentar o compromisso de 
todos, ao contrário de apenas cobranças sem um claro objetivo. 
 
Uma boa prática a ser adotada em família é a de evitar-se desperdícios em itens 
simples e básicos, como alimentos, energia elétrica e gás. 
 
Observe o que está sendo descartado no lixo sem estar completamente 
consumido. Nas próximas compras reduza gradativamente a compra dos itens que 
jogou fora, pois sua família não os está consumindo. 
 
Sabe aquela maçã que estragou na fruteira? Ela custou-lhe dinheiro e ao ir para o 
lixo é como se você jogasse fora algumas notas de reais fora. Como você se 
sentiria se abrisse seu lixo e visse dinheiro jogado lá? Mas é isto que acontece 
quando descarta produtos que não utilizou. Pense nisto na próxima vez que for às 
compras. 
 
Também desperdiçamos energia elétrica sem perceber, quando deixamos 
televisores ligados sem ninguém assistindo, luzes acessas durante o dia ou 
abrimos e fechamos a porta da geladeira diversas vezes. Desligue a TV antes de 
dormir ou ao sair do cômodo onde ela está, não use as lâmpadas durante o dia e as 
desligue quando não precisar. Pense em tudo que for tirar da geladeira e abra a 
porta uma única vez. Além, claro, de reduzir o tempo de chuveiro ligado durante o 
banho, passar o máximo de roupas possível quando esquentar o ferro e não usar 
o micro-ondas à toa. Aproveite o calor das panelas no fogão colocando outras 
panelas ou pratos sobre elas para esquentá-los. 
 
Com pequenos gestos você pode economizar dezenas de reais na sua conta. Este 
é um esforço de todos, não apenas seu ou de seus pares. Todos têm que estar 
engajados neste esforço. No fim, é uma questão de hábito. Com um pouco de 
disciplina, em pouco tempo, vocês estarão agindo de forma mais econômica. 
 
 
 
 
25 
 
 
 
1.3 Atenção aos Juros 
 
Todas as vezes que você “aluga” o dinheiro de outro, seja via cartão de crédito, 
cheque especial, empréstimos como CDC, consignado, etc. paga o aluguel. Em 
termos financeiros, quando pega um valor emprestado, paga juros. 
Existem muitas formas de pegar empréstimos, algumas indiretas, como quando 
você compra alguma mercadoria parcelada em uma loja que a vende “sem juros” 
ou parcela a fatura do cartão de crédito deixando de pagar o total daquela fatura. 
Outras mais diretas quando como você pega dinheiro emprestado em uma linha 
de financiamento, como o empréstimo descontado em folha, o consignado. 
 
 
Foquemos nos juros. Eles podem ser bastante perversos, fazendo você pagar por 
um bem, muito mais do que o seu valor real. Na prática você estará deixando de 
usar seu dinheiro com outras coisas para poder pagar os juros. 
 
Veja no exemplo abaixo de um financiamento imobiliário de R$100.000,00 em 10, 
20 e 30 anos a diferença nos valores da parcela e no valor final pago, com a mesma 
taxa de juro (1% ao mês): 
 
Quadro 3: Exemplo de financiamento imobiliário 
 
Tempo de 
financiamento 
 
Valor da parcela 
Valor total pago pelo 
bem 
10 anos R$ 1.434,71 R$ 172.165,14 
20 anos R$ 1.101,09 R$ 264.260,67 
30 anos R$ 1.028,61 R$ 370.300,53 
 gerar mais dinheiro”. Na prática, alguém poupou e emprestou o 
volta o seu valor acrescido de mais. Quem intermedia a transação, 
 
paga toda a conta? Acertou, quem pega o dinheiro emprestado. 
26 
 
 
 
 
 
 
Você pode claramente perceber que uma pequena diferença entre os valores 
das parcelas do financiamento de 10 anos e de 30 anos, ao final do financiamento, 
terá lhe custado R$ 198.135,00 a mais, ou seja, praticamente dois imóveis a mais, 
além daquele de R$100.000,00 que você está comprando e pagou. 
 
Mas esta análise não para por aí, estes valores pioram ainda mais se 
aumentarmos “apenas” 0,5% (meio por cento) ao mês. O quadro fica assim para 
um financiamento do mesmo valor, mas com juros de 1,5% ao mês: 
 
Quadro 4: Exemplo de financiamento imobiliário com juros de 1,5% ao mês 
 
 
Tempo de 
financiamento 
 
Valor da parcela 
Valor total pago pelo 
bem 
10 anos R$ 1.801,85 R$ 216.222,24 
20 anos R$ 1.543,31 R$ 370.394,77 
30 anos R$ 1.507,09 R$ 542.550,73 
 
 
Veja como uma pequena diferença a longo prazo é suficiente para aumentar não 
só a parcela, como o valor final pago. 
 
Mas os juros não são algo fixo, impostos pelas instituições. É possível que você 
encontre juros mais baixos e, também, que os negocie junto à instituição que está 
emprestando o dinheiro. Sempre que possível, evite o pagamento de juros. 
 
Mas como evitá-los? 
 
O primeiro passo é pagar à vista suas compras e em dia suas contas, em 
especial a fatura do cartão de crédito. Este é um dos mais altos juros de todo o 
nosso sistema financeiro. 
 
Em seguida é importante que suas compras sejam planejadas. Muitas compras de 
impulso, como aquele celular novo, roupas e viagens, poderiam ter-lhe custado 
menos se você tivesse juntado algum dinheiro, aplicando-o e na hora certa, 
comprando a vista. 
27 
 
 
Por fim, pense nas compras de bens mais caros e que podem levar a um 
financiamento, como um imóvel. Há uma consciência popular que diz que é melhor 
pagar uma prestação de casa própria do que aluguel. Isto é um erro, pois se você 
comprar um imóvel sem ter todo o dinheiro, você está deixando de alugar o imóvel 
para alugar valor que falta para a compra. O que é melhor? Alugar o imóvel 
diretamente ou “alugar” o dinheiro para financiar o seu próprio imóvel? 
Atualmente o valor do aluguel de uma residência é muito menor do que aquele 
pago para o do montante necessário para aquisição do mesmo. Um dos menores 
juros para a compra é superior a 1% ao mês. Já os aluguéis dificilmente passam de 
0,5%. Sem contar outros benefícios que o aluguel traz para o inquilino, como a 
redução dos custos com manutenção, pois as mesmas ficam por conta do 
proprietário e não do inquilino e a facilidade de se mudar quando quiser, sem ter 
que vender o seu imóvel. Assim quando evoluir para um emprego melhor, longe 
de onde mora, ou quando a vizinhança não for mais aquela que tanto gostava, 
você pode simplesmente mudar-se, sem a dores de cabeça de vender seu imóvel 
e comprar outro no local onde pretende morar. Pense nisso quando for planejar a 
aquisição de seu imóvel. 
 
Naquele mesmo exemplo, de um imóvel de R$100.000, você tem o seguinte 
cenário: 
 
Quadro 5: Cenário com exemplo de financiamento 
imobiliário 
 
 
Tempo 
 
Aluguel 
 
Parcela 
 
Diferença 
Diferença 
total 
10 anos 600,00 1.801,85 1.201,85 144.222,2420 anos 600,00 1.543,31 943,31 226.394,77 
30 anos 600,00 1.507,09 907,09 326.550,73 
 
Pode ser um choque frente a tudo que você já viu ou ouviu, mas 
os números não mentem. Lembre-se, caso adote a estratégia de 
alugar o local de sua moradia, ao invés de alugar o dinheiro para 
 
recebendo juros, ao invés de pagar. 
28 
 
 
 
 
Se você morar de aluguel e depositar a diferença do que pagaria de prestação teria 
ao final do prazo, não só evitado despesas com a moradia, como acumulado mais 
dinheiro do que o valor do bem que compraria, considerando que fez um aluguel 
“caro” para os moldes atuais de 0,6% do valor do imóvel (em vários lugares os 
imóveis estão sendo alugados por 0,5% ou 0,4% do seu valor de venda). Ou seja, 
teria mais dinheiro ainda no final do período. Isto sem considerar que o seu 
dinheiro estaria sendo aplicado e rendendo a você juros todos os meses. É óbvia 
a escolha do ponto de vista financeiro, entretanto ela exige disciplina para que você 
não caia em tentação de “pular” parcelas de seu investimento ou de gastar o 
dinheiro acumulado. 
 
Financeiramente só valeria a pena a aquisição de um imóvel financiado se os 
valores pagos a mais pelo empréstimo fossem inferiores à valorização do próprio 
imóvel. Isto já ocorreu em um passado não muito distante. Mas desde 2013 o 
mercado imobiliário, de uma forma geral, não tem acompanhado a inflação. Em 
outras palavras, embora alguns imóveis ainda estejam subindo, não sobem tanto 
quanto a inflação, o que na prática gera uma redução do seu valor. Outros imóveis, 
estão caindo de preço. 
 
Entendeu como os juros podem trabalhar a seu favor, ou contra? Tudo depende de 
como fará uso deles. 
 
 
 
1.4 Dívidas 
 
As dívidas fazem parte de nossa 
vida. Existem aquelas que são 
relativas a itens essenciais, como 
aluguel/prestação do imóvel, 
compras de mercado, transporte, 
água, luz, etc. e outras que são 
relativas a compras de itens não 
essenciais. Elas podem ter 
pagamentos direto ou parcelado. O 
pagamento direto ocorre quando 
pagamos em uma única parcela, a 
29 
 
 
 
vista, algo que consumimos ou compramos. O pagamento parcelado ocorre 
quando dividimos uma compra em múltiplos pagamentos. Há uma terceira 
alternativa, que é o pagamento com o cartão de crédito, que permite o 
pagamento com efeito similar daquele pagamento a vista, mas temos alguns dias 
a mais para fazer o desembolso do valor relativo aquela compra, quando chega a 
fatura do cartão. 
 
A dívida atrasada é o resultado de mau planejamento orçamentário, que pode 
ter reflexos em toda a família. No momento em que é identificada a 
impossibilidade de quitar a dívida na data originalmente prevista, a família deverá 
imediatamente buscar a melhor forma de quitá-la e retornar ao planejamento 
orçamentário anterior, porque a partir do momento em que a dívida ultrapassa a 
receita é necessário o corte de gastos, aumento de receitas (normalmente 
resultando em trabalho extra) ou até mesmo o pedido de um empréstimo, o 
que pode acarretar em mais dívidas. 
 
A propaganda usada para impulsionar as vendas no comércio leva várias 
pessoas a consumirem várias coisas sem fazer previamente um cálculo de que se 
essa compra irá ser permitida no orçamento. Como já vimos neste curso, a compra 
por impulso, sem a devida análise e planejamento, é uma má ideia do ponto de 
vista financeiro. 
 
Existem casos de dívidas não planejadas, além daquelas atrasadas. 
Normalmente associadas a saúde ou acidentes. São dívidas difíceis de se prever 
e que não esperam um novo planejamento e ajuste. Para estas situações o ideal 
é que tenhamos uma reserva financeira. Mas nem sempre estes problemas 
esperam que nossas reservas atinjam um patamar suficiente para quita-las a vista. 
O que fazer nestes casos? 
 
A receita é a mesma para as dívidas atrasadas, “re-planejar” e verificar as 
alternativas à disposição, sejam elas redução de despesas e/ou aumento de 
receitas. Algumas alternativas envolvem a tomada de empréstimos. Pesquise e 
procure a alternativa que tem o menor custo para você, ou seja, o menor juros 
efetivos. 
 
 
 
42 
 
 
UNIDADE 4 
PLANEJAMENTO FINANCEIRO 
 
 
1 Planejamento Financeiro 
 
Até este momento do curso, abordamos o planejamento orçamentário para um ano. Em 
termos financeiros, curto prazo. O planejamento financeiro para a vida é um planejamento 
de longo prazo. É a melhor saída para chegarmos a nossos objetivos e termos uma vida 
com menos sobressaltos. 
 
A lógica básica já foi vista até aqui. O planejamento financeiro parte de um planejamento 
orçamentário, em que são identificadas as receitas e as despesas. O que diferencia um 
planejamento de curto prazo, de um ano, de um de longo prazo, 30, 40, 50 anos? 
 
Se você pensou na sua capacidade de prever o futuro, acertou! Você tem uma boa 
condição de acertar o que acontecerá com suas contas nos próximos dias ou semanas. 
Para os próximos meses esta capacidade já diminui. É possível que você seja promovido, ou 
perca seu emprego. Pode ocorrer algum problema onde mora e exigir um gasto extra. 
Imagine o que pode ocorrer em 30 anos. Tanto coisas boas, quanto ruins. 
 
Na próxima unidade trataremos de aposentadoria, mas o que podemos fazer desde que 
começamos a cuidar de nossa vida financeira até que chegue o momento da 
aposentadoria para termos um futuro, de certa forma, previsível? 
 
 
 
1.1 Planejando o Consumo 
 
 
 
 
poderá sempre se basear no controle de gastos em uma planilha, 
tiver nenhum desses recursos, poderá anotar em um caderno e 
fazer os cálculos da receita e despesas. 
43 
 
 
 
 
Estabelecendo metas e planejamento, é possível economizar e conquistar o que 
queremos. Para tanto, devemos fazer as seguintes perguntas para a realização 
desses desejos: 
 
1) Qual meu sonho? 
 
2) Quanto custa? 
 
3) Quanto tempo leva para obter o dinheiro? 
 
4) O que devo economizar todo mês para garantir a realização do sonho? 
 
5) Quais as mudanças que irá acontecer na minha vida e da minha família 
com a realização do meu sonho? 
 
Respondendo essas 5 perguntas, já 
teremos todo o mapeamento do que 
será necessário para a realização do 
sonho, somos movidos por esse 
sentimento diariamente, mas temos 
que ter plena consciência de que as 
nossas vidas são movidas também 
por consequências do que fazemos e 
das nossas ações, então 
consequentemente o planejamento 
e a disciplina têm que ser diários e não momentâneos, temos que nos disciplinar 
e criar realmente o hábito e não esperar chegar segunda-feira para começar 
tudo e sim, tomarmos a decisão e começar já nesse momento, e fazer as mudanças 
que irá trazer consequências boas e necessárias às nossas vidas e principalmente 
de nossa família. 
 
 
 
1.2 Consumo Consciente 
 
Partindo do princípio que você não é autossuficiente, ou seja, que não produz e 
nem cria tudo o que usa, o consumo é inevitável. Mas esse consumo deve ser 
consciente e trazer consequências boas e não apenas dividas. 
44 
 
 
 
 
É importante evitar o desperdício e comprar apenas produtos os quais você 
efetivamente usará. Um item comprado e depois de um tempo descartado sem 
uso, seja comida, um jornal, uma ferramenta, enfim, qualquer coisa, tem o mesmo 
efeito de jogar aquele dinheiro usado para comprá-lo, no seu lixo. Já falamos isto, e 
estamos aqui reforçando este conceito, pois ele é importantíssimo para sua 
felicidade financeira. 
 
Outro ponto já apresentado neste curso e aqui reforçado, é que o consumo 
inteligente e as contas pagas em dia, evitam os desperdícios financeiros. 
Possibilitam a criação, ou aumento, da quantia reservada/poupada. Quando se 
paga as contas em dia, quando se consome menos água, menos luz, menos 
telefone, tudo isso potencializa o planejamento familiar e sobra mais dinheiro para 
fazer um curso, fazer a viagem dos sonhos, a compra do carro. Pode parecer 
pouco, mas somando os muitos pouquinhos,esses gastos desnecessários podem 
viabilizar vários sonhos e desejos. 
 
O seu lixo é um bom ponto para se reduzir os gastos desnecessários, sem que 
se tenha muita mudança no cotidiano, apenas com relação às compras e ao destino 
dos descartes. Como já vimos, reduzir a compra do que sua família está 
descartando sem uso, é essencial. Outro ponto é que algumas coisas que estão 
sendo jogadas fora podem ser reaproveitadas antes do descarte, evitando novos 
gastos com o reaproveitamento e, quando é mais possível, pode ser revendido. 
Além de papéis, garrafas e latas, é possível revender roupas e calçados usados 
em feiras e brechós, por exemplo. Pense que quanto mais reduzir o que joga fora, 
mais estará economizando. Seja por evitar ou adiar a compra de um outro item ou 
por receber um valor por aquele item usado que vendeu. 
 
 
 
1.3 Riscos que Estamos Expostos 
 
Ao obtermos dívidas em instituições financeiras bancárias, com compra de 
imóveis ou automóveis, o financiamento é dividido em prestações de muitos 
anos. Sendo assim, todo financiamento tem juros mensais e o não pagamento 
dessas dívidas tem o comprometimento do patrimônio e do seu escore de 
crédito. Se você não honrar aquela dívida atrasada terá seu nome negativado 
45 
 
 
no sistema de créditos. Popularmente seu nome será sujo e irá para o SCPC. Para 
que o consumidor não passe por constrangimentos, é sempre bom verificar a 
situação cadastral no SCPC verificando se o nome está em condições de realizar 
qualquer tipo de compras em longo prazo. 
A educação financeira é sempre o fator necessário para o controle de gastos em 
curto e em longo prazo, agindo preventivamente, ajuda a prevenir dos riscos que 
estamos expostos. 
 
Outra forma de nos prepararmos dos imprevistos é a contratação de seguros. A 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) do governo fiscaliza e controla as 
empresas seguradoras, em que o cliente pode consultar a veracidade das 
informações a respeito da empresa seguradora. 
 
 
Por exemplo: se você contrata um seguro para o seu carro, o seguro cobre roubo, 
furto e acidentes. No caso de algum destes acontecimentos, você recebe o valor 
que foi estipulado no contrato, este valor chama-se indenização. 
 
 
 
 situações de perda de emprego, morte ou doença. Assim estará 
 
problemas. 
50 
 
 
UNIDADE 5 
APOSENTADORIA 
 
1 Aposentadoria 
 
 
 
 
Esse período da aposentadoria é quando iremos realizar todos os nossos desejos e 
sonhos, que poupamos durante todas as nossas vidas, podendo, dessa forma, viajar, fazer 
cursos, realizar trabalhos sociais, etc. 
 
A expectativa de vida no Brasil em 2014 de acordo com o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) subiu para 75,2. Em 1960, essa expectativa era de apenas 48 
anos. O brasileiro está vivendo cada vez mais. Devemos nos preocupar também, porque 
quando a idade chega, sabemos que para as pessoas mais idosas os serviços se tornam 
mais caros, principalmente planos de saúde e medicamentos, e para que possamos viver 
com qualidade de vida, devemos seguir as recomendações médicas, o que custa bem mais 
caro, por isso é tão importante estarmos prevenidos. 
 
 
 
1.1 Quem Precisa se Preocupar 
 
Se tivermos uma educação financeira desde cedo, com certeza a aposentadoria 
estará na lista de nossas prioridades, não sabemos o quanto iremos viver e nem 
se iremos superar as nossas próprias expectativas de vida. 
 
Qualquer pessoa independentemente da idade ou situação financeira, já deve 
se preocupar com o planejamento de gastos futuros. 
 planejada, precisamos poupar desde cedo, independentemente 
da idade que tenhamos. 
51 
 
 
 
 
 
 
1.2 Importância do Planejamento na Aposentadoria 
 
Alguns trabalhos exigem mais fisicamente e outros mentalmente dos 
trabalhadores. Em comum, com o passar do tempo e a chegada da idade é natural 
que não tenhamos mais as mesmas capacidades produtivas que tínhamos no início 
de nossa carreira. 
 
Além de termos nossa capacidade de trabalho reduzida, é comum que tenhamos 
aumentos com as despesas relacionadas a saúde. Imagine o cenário, você recebe 
menos pelo trabalho, se ainda conseguir trabalhar, e passa a gastar mais com 
tratamentos médicos. Esta não é a realidade para todas as pessoas. Algumas 
chegam aos 60, 70 ou 80 anos conseguindo produzir e ser remunerados, sem 
grandes custos médicos, mas não é o que espera todas as pessoas. 
 
Para termos assistência financeira quando esta capacidade de trabalho for 
reduzida foi criada a aposentadoria. Não sabemos se você chegará a idade de 
aposentar ainda trabalhando e com saúde. Na dúvida, é melhor nos precaver e 
fazer o nosso planejamento para aposentadoria. Afinal, se ainda tiver energia 
e saúde, que mal haverá em algum dinheiro extra para poder gastar? 
 
1.3 Opções Financeiras para Aposentadoria 
 
Com o planejamento financeiro existem algumas maneiras de montar um plano 
de 
aposentadoria, a saber: 
 
1) Poupança – que é poupar todo mês e deixar que os juros da instituição 
financeira 
bancária possam aumentar o montante de dinheiro. 
 
2) Previdência Social (RGPS) – administrado pelo Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS), que todo mês é retirado uma porcentagem no regime da 
Consolidação das Leis do Trabalho, mais conhecida como CLT. 
 
3) Previdência Privada – São as Entidades Fechadas de Previdência 
Complementar (EFPC), e as Entidades de Previdência Complementar (EAPC) 
 
Referências 
 
 
ARAÚJO, Fábio de Almeida Lopes; SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. 
Educação financeira para um Brasil sustentável: evidências da necessidade 
de atuação do Banco Central do Brasil em educação financeira para o 
cumprimento de sua missão. Trabalhos para Discussão do Banco central. 
Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?TRABDISCLISTA>. 
Acesso em: 24 nov. 2016. 
 
COMISSÃO DE VALORES IMOBILIÁRIOS. Portal do investidor: Porque seu 
melhor investimento é o conhecimento. Disponível em: 
<http://www.portaldoinvestidor.gov. br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. 
 
INSTITUTO AKATU. Guia – ABC do consumo consciente do dinheiro e do 
crédito. Portal da internet, 2006. Disponível em: 
<http://www.akatu.org.br/Publicacoes>. Acesso em: 24 nov. 2016. 
 
FERREIRA, Vera Rita de Mello. Decisões econômicas: você já parou para pensar? 
São Paulo: Saraiva, 2007. 
 
OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO. 
Improving Financial Literacy: Analysis of issues and policies. Paris, 2005. 181 p. 
 
SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. O uso do crédito pelo consumidor: 
percepções multifacetadas de um fenômeno intertemporal. Brasília, DF: UnB, 
2013. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado em Psicologia 
Social, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. 
 
SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS. Guia de orientação e 
defesa do segurado. Portal da internet, 2006. Disponível em: 
<http://www.susep.gov.br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. 
http://www.bcb.gov/
http://www.bcb.gov/
http://www.portaldoinvestidor.gov/
http://www.portaldoinvestidor.gov/
http://www.akatu.org.br/Publicacoes
http://www.akatu.org.br/Publicacoes
http://www.susep.gov.br/
http://www.susep.gov.br/