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Herbert.sdp10@uni9.edu.br 1 Pneumonia adquirida na comunidade em pediatria PNEUMONIA adquirida na comunidade Qual a definição de pneumonia adquirida na comunidade? Pneumonia de acometimento pulmonar baixo que não foi internado no período de 30 dias e manifestação no máximo de 48 a 72 horas após a internação. #IRA=Infecção respiratória aguda, a principal é a pneumonia adquirida na comunidade. Definição •Infecção do trato respiratório baixo •Inflamação do parênquima pulmonar (bronquíolos e/ou alvéolos e/ou interstício): com consolidação e exsudação. •Definições orientadas clinicamente: ✔Alta sensibilidade: febre e tosse ✔Alta especificidade: sinais e sintomas clínicos associados a achados radiológicos e confirmação microbiológica. Definições de pneumonia da OMS • Pneumonia: tosse ou dificuldade respiratória e taquipneia ✔ 2-11 meses: > 50/min; ✔ 1-5 anos: >40/min; ✔ >5 anos:>20/min • Pneumonia grave: tosse ou dificuldade respiratória e um dos seguintes: ✔ Tiragem subdiafragmática ou; ✔ Batimento de asa de nariz ou; ✔ Gemência • Pneumonia muito grave: tosse ou dificuldade respiratória e um dos seguintes: ✔ Cianose ou; ✔ Desconforto respiratório grave ou; ✔ Incapacidade de alimentar/ vômitos frequentes ou; ✔ Letargia/perda de consciência/ convulsões Broncopneumonia-disseminação hematogênica aguda, várias bactérias podem se localizar em focos diferentes. Pneumonia lobar- são lobos PNEUMONIA LOBAR X BRONCOPNEUMONIA Broncopneumonia FATORES DE RISCOS Paciente • Faixa etária-Baixa idade • Estado nutricional-Desnutrição • Estado Imunológico • Comorbidades • Desmame precoce • IVAS/Sibilância/Pn de repetição • Prematuridade/Baixo peso ao nascer Herbert.sdp10@uni9.edu.br 2 • Vacinação incompleta • Baixo peso ao nascer • Permanência em creche • Episódios prévios de sibilos e Pneumonia • Ausência de aleitamento materno • Variáveis socioeconômicas e ambientais. Ambiente • Tabagismo passivo • Poluição ambiental • Sazonalidade • Creche Virulência do agente ETIOLOGIA ➢ Vírus são os principais agente em crianças até os 5 anos. ➢ O vírus sincicial respiratório (VSR) é o mais frequente, seguido pela influenza, parainfluenza, adenovírus e rinovírus. ➢ Menos frequentes: Varicela-zóster, Enterovírus, Citomegalovírus, Epstein-Barr, Herpes Simples -Os vírus são responsáveis por até 90% das PAC no primeiro ano de vida e por metade dos casos na idade escolar. -Agentes bacterianos são os principais responsáveis pela maior gravidade e mortalidade por PAC na infância. -Principal agente bacteriano por PAC na infância é Streptococcus pneumoniae ou pneumococo. Quais são os principais agente etiológico bacterianos de pneumonia? Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus • Streptococcus pneumoniae: agente bacteriano mais importante em todas as faixas etárias (até 44% dos casos); (Exceto no período neonatal) •Haemophilus influenzae tipo b: queda importante após vacinação; • Staphylococcus aureus e enterobactérias: importante em pneumonias de aquisição intra- hospitalar e imunodeprimidos. •Agentes “atípicos” (Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae): agentes importantes em >4-5 anos (até 1/3 das PAC) - Legionella sp é muito rara em crianças; •Vírus: importante em lactentes (até 80% em < 2 anos/até 50% na idade escolar) -principalmente vírus respiratório sincicial (VRS), influenza, adenovírus e rinovírus. • Coinfecção bacteriana e viral: aproximadamente 20-30% dos casos. -Etiologia mais frequente nos lactantes é viral. Quais são as etiologias virais principais? Vírus respiratórios (pneumonia) • Vírus Sincicial respiratório •Influenza • Parainfluenza •Adenovírus • Rinovírus • Metapneumovírus • Bocavirus • Coronavírus QUADRO CLÍNICO -Pode variar de acordo com a idade, estado nutricional, doença base e agente etiológico. -Principais sinais e sintomas: Febre, tosse, Taquipneia, Dispneia, sintomas gripais são comuns, Otite média. -Algumas crianças podem ter dor abdominal. -A sibilância ocorre em infecções respiratória aguda no trato respiratório inferior, como na bronquiolite viral aguda, raramente em PAC. -Sinais de alerta para hospitalização das crianças com PAC < de 2 meses: FR ≥ 60 irpm, Tiragem subcostal, febre alta, recusa ado seio materno por mais de 3 mamadas, sibilância, estridor em repouso, confusão mental, letargia, sonolência anormal ou irritabilidade excessiva. >2 meses: Tiragem subcostal, estridor em repouso, recusa de líquidos, convulsão, alteração do sensório e vomito. -Forma clássica de apresentação da PAC: Febre aguda, taquipneia e tosse -Febre pode estar ausente em lactantes jovens com infecção por Chlamydia trachomatis, Bordetella pertussis ou Ureaplasma. -Alerta para redução de apetite e agitação. Herbert.sdp10@uni9.edu.br 3 -Os menores de 5 anos, pode apresentar febre baixa, rinorreia devido a uma infecção viral previa das vias aéreas superiores, antes de apresentar sintomas de trato respiratório inferior. -Outros sinais de PAC que indicam necessidade de internação: Saturação de O2 < 92%, Abolição do MV, Derrame pleural e empiema, Desnutrição grave, sonolência, rebaixamento do nível de consciência e recusa alimentar. Segundo a OMS, PAC devem classificadas de acordo a idade da criança. Crianças entre 2 meses e 5 anos são classificadas como: -Pneumonia grave: Presença de tosse ou dificuldade para respirar com cianose central e SatO2 < 90% ou desconforto respiratório grave (Gemência ou tiragem costal) ou crianças com sinais gerais de perigo (Recusa de líquidos, letargia ou inconsciência, convulsões) devem ser hospitalizadas. -Pneumonia: FR AUM p/ idade (≥ 50 irpm p/ 2-11 meses e ≥ 40 irpm p/ 1-5 anos). Tiragem intercostal Requer tratamento ambulatorial com Antibioticoterapia oral. Para < 2 meses com sinais clínicos de doença grave, isto é, FR elevada (≥ 60 irpm), Tiragem subcostal grave, gemido, e são classificados com infecção bacteriana grave, devem ser internados p/ tratamento HOSPITALAR Quais são os sinais clínicos e achados no exame físico de pneumonia? Sinais clínicos •Aspecto geral • Febre • Taquipneia •Dor abdominal •Desconforto respiratório •Exame pulmonar: Diminuição da expansibilidade, aumento do frêmito tóraco-vocal, estertores finos, diminuição de murmúrio vesicular, respiração soprosa, pectoriloquia Por que numa pneumonia podemos encontrar diminuição de murmúrio vesicular e em outra uma respiração soprosa? -Murmúrio - condensação periférica -Respiração soprosa-Condensação por obstrução, reverbera melhor. Exames complementares • Bacteriana: hemograma com leucocitose (>20.000) Neutrofilia (>10.000) -Desvio a esquerda (>10%) PCR >40-100 mg/L Procalcitonina 0,75-2ng/ml • Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae: Hemograma normal ou discreta leucocitose • Chlamydia trachomatis: eosinofilia >300 células/mm3 Teste rápidos-pesquisa do antígeno viral por vias aéreas superiores, pode ser feito em crianças < 5 anos. Hemograma Eletrólitos teste de função hepática teste renal hemocultura Radiografia de tórax ➔Uso restrito, devido a radiação. -Uso do raio-x de tórax, somente em crianças com hipoxemia, esforço respiratório, quando há suspeita de pneumonia complicada com derrame, bem como para aqueles que não apresentam resposta ao tratamento para avaliar complicações. -PA e lateral, deve ser pedido p/ todos os pacientes hospitalizados por PAC. -Broncoscopia e lavado broncoalveolar é reservado para crianças imunocompetentes com PAC grave -Oximetria de pulso Diagnóstico microbiológico ** só em casos internados ou evolução desfavorável •Hemocultura: até 35% de positividade (apesar da ↓ sensibilidade –importante para monitorizar sorotipose resistência bacteriana) • Líquido pleural: até 70% de positividade se sem antibiótico prévio; Herbert.sdp10@uni9.edu.br 4 Como se faz o diagnóstico etiológico de Mycoplasma pneumoniae Chlamydia trachomatis Chlamydia pneumoniae? Sorologia Diagnóstico microbiológico • Sorologias: Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia trachomatis e Chlamydia pneumoniae- IgM ou elevação de 4X no título (fase aguda e convalescência) •Vírus: testes rápidos, imunofluorescência indireta, reação em cadeia de polimerase, cultura viral. • PCR-RT: Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Legionella pneumophila, S. aureus, vírus respiratório, B. pertussis, M. tuberculosis e Pneumococo. *excepcionalmente: broncoscopia, lavado broncoalveolar e biópsias pulmonares. Todas as crianças com suspeita de pneumonia necessitam realizar radiografia de tórax? Radiografia de tórax **sem necessidade de fazer em todos! 1. Pneumonia grave 2. Necessidade de internação 3. Diagnóstico inconclusivo 4. História de pneumonia de repetição 5. Suspeita de pneumonia complicada 6. Critérios de FSSL (para descartar pneumonia) Herbert.sdp10@uni9.edu.br 5 Sinal da Silhueta • Lesão de lobo médio- contorno cardíaco direito • Lesão de base pulmonar-contorno do diafragma • Lesão língula- contorno cardíaco esquerdo #sempre que a silhueta cardíaca é apagada, pega logo meio. #apagamento da face diagramática, pega logo inferior #Silhueta à esquerda pega a língula. Padrão alveolar-Broncogramas aéreos- brônquios visíveis no interior da consolidação Padrão alveolar Ocupação de espaços aéreos-confluência- densidade uniforme (consolidação-subsegmentar, lobar ou todo pulmão) Herbert.sdp10@uni9.edu.br 6 Padrão intersticial Interstício pulmonar-tecido de sustentação que mantém a arquitetura alveolar (contém vasos, brônquios e linfáticos) + interface alvéolo capilar TRATAMENTO -Penicilina -Nível ambulatorial, o antibiótico de escolha é Amoxicilina, dose 50 mg/kg/dia de 8/8 ou 12/12 horas por 7 dias. Recomenda-se reavaliação do paciente após 48 -72 horas ou antes, se houver piora clínica. -Outra opção é Amoxicilina + Clavulanato, ou Cefuroxima. -A falha terapêutica ambulatorial pode ser considerada se houver: Persistência da febre, queda do estado geral, sinais de piora clínica ou gravidade como tiragem subcostal, batimento de asas de nariz, gemência. Indicações de internação • < 2 meses • Presença de tiragem intercostal/hipoxemia/IRA • Convulsões •sonolência excessiva •Desnutrição grave •Ausência de ingestão líquida • Presença de comorbidades (anemia, cardiopatia, pneumopatia) • Problemas sociais • Falha na terapêutica ambulatorial • Complicações radiológicas (derrame pleural, pneumatocele, abscesso pulmonar) • Suspeita de pneumonia por Staphylococcus aureus ou gram negativos • Sarampo/varicela/coqueluche precedendo a pneumonia •Imunodepressão • Pneumonia intra-hospitalar. Forma de Prevenção Importante➔Vacinação Herbert.sdp10@uni9.edu.br 7 Quais são as vacinas importantes para prevenção de pneumonia na infância? Vacinas na prevenção de pneumonia • BCG- Tuberculose •DPT- Coqueluche • Penta- Haemophilus influenzae b • Pneumo 10-valente •Influenza Pneumonia complicada •Derrame parapneumônico (+ frequente) •Abscesso pulmonar • Pneumonia necrosante • Pneumotórax • Pneumatocele •Atelectasia • Fístula broncopleural •Outros: sepse grave/ choque séptico, Insuficiência respiratória aguda, síndrome da secreção inapropriada de ADH (SSIADH) -PAC complicada é definida pela evolução grave da pneumonia, apensar do uso de antibiótico, essa complicação pode ser: Derrame pleural parapneumônico, Empiema pleural, Pneumonia necrosante e com abcesso pulmonar. Complicações sistêmicas: Sepse e choque séptico, infecção metastática, falência de múltiplos órgãos, Sd. desconforto respiratório agudo, coagulação intravascular disseminada e óbito. Derrame pleural (parapneumônico) • Complicação mais frequente de pneumonia (2-12% das pneumonias) • 40% das hospitalizações por pneumonia •Agentes: Streptococcus pneumoniae (64%), S. aureus (15%) Principal bactéria que causa derrame pleural: Staphylococcus aureus (por virulência). -Somente 5% das PNM por pneumococo evoluem para DP, mas como é muito mais prevalente, a maior parte das PNM que evoluem com DP são por Pneumococo Prevenção -Muitas mortes seriam prevenidas com aleitamento materno exclusivo, nutrição adequada, vacinação geral e específica, higiene, água potável, saneamento básico, melhores condições socioeconômicas, pré-natal apropriado e parto seguro. -No Brasil há prevenção por meio da vacinação de pneumocócica 10 valente, pneumocócica 13- valente, Anti-haemophilus influenzae tipo B. Fisiologia Pleural -Pleuras visceral e parietal -Espaço pleural:5 a 10 ml de líquido pleural -Pressão intrapleural ao fim da expiração: 5cm/H2O -Formação do líquido pleural: 15 a 20 ml/dia - Estomas exclusivo da pleura parietal - Poucas células e predomínio de linfócitos - Desiquilíbrio: formação (pleura visceral) e absorção (pleura parietal) →derrame pleural - Função de lubrificação Herbert.sdp10@uni9.edu.br 8 #Entre as pneumonias de derrame pleural qual a etiologia mais frequente? Pneumococo Fases fisiopatológicas do derrame parapneumônico A-Fase exsudativa (48 horas) => Líquido pleural livre e estéril (processo inflamatório pleural) → glicose, pH e desidrogenase lática (DHL) com valores normais→Facilmente drenado e com rápida reexpansão pulmonar. B-Fase fibrinopurulenta (2 a 10 dias) => líquido pleural espessado, volumoso e turvo com ↑ polimorfonucleares (PMN), invasão bacteriana, restos celulares. Deposição de fibrina em ambas as pleuras →septação e loculação do derrame→ ↓ dos valores de glicose (< 40 mg /dl), e pH (< 7.2) e↑ DHL (> 1000 UI / l). Para ocorrer a re-expansão pulmonar, é necessária ruptura dos septos e remoção do material. C-Fase organizada (2 a 4 semanas) => + fibroblastos em ambas as pleuras - membrana espessa e inelástica com ↓ expansibilidade pulmonar e encarceramento = tentativa do organismo em limitar o processo inflamatório. Características laboratoriais dos derrames pleurais -Drenagem quando for empiema. Anamnese •Dor torácica (tipo pleurítica) - dor à inspiração, a tosse •Dor abdominal **** • Falha terapêutica Exame físico Inspeção: Esforço respiratório e Assimetria torácica→Posição antálgica, respiração superficial, Sinal de lemos torres. Palpação: Baixa expansibilidade, Baixo FTV Percussão: Macicez / Submaciço Ausculta: Baixa ou abolida MV, Baixa transmissão da voz, egofonia, outros ruídos adventícios ➔Sinal de Signorelli raio-x com seio costo frênico apagado, deve-se suspeitar de Derrame. Herbert.sdp10@uni9.edu.br 9 Derrame parapneumônico (derrame pleural associado a pneumonia) • Derrame parapneumônico não complicado: exsudato reacional à infecção pulmonar adjacente; em geral, é reabsorvido com o tratamento antibiótico. É um derrame não purulento, sem bactéria no exame direto (Gram) ou na cultura, com análise bioquímica pH > 7,2; glicose > 40 mg/dl e desidrogenase láctica (DHL) < 1.000 UI/l. • Derrame parapneumônico complicado: é purulento, com bactéria na cultura/Gram, a análise bioquímica pH >7,0 e < 7,2; glicose < 60 mg/dl e DHL > 1.000 UI/l. • Empiema: é purulento, com bactéria na cultura/Gram, a análise bioquímica pH < 7,0; glicose < 40 mg/dl e DHL > 1.000 UI/l. Herbert.sdp10@uni9.edu.br 10 Qual a importância do critério de Light em casos de pneumonia? Todo derrame parapneumônico é um exsudato, deve ser investigado para ver se é complicado/Empiema Empiema=DRENAGEM PUNCIONAR= TORACOCENTESE Borda superior da costela inferior Toracocentese-aspecto macroscópico Se indicado, optar por intervenção cirúrgica •Dreno com tubo rígido: com ou sem fibrinólise • Toracoscopia: presença de multisseptações • Toracotomia com decorticação: quando está na fase fibrinopurulenta ou organizada. DRENAGEM PLEURAL Herbert.sdp10@uni9.edu.br 11 -Pneumatocele= Cavidades de ar que se formam no interstício do pulmão. -Surge por causa da pneumonia Pneumatocele grande -Não recomenda fisioterapia porque pode fazer pneumotórax. TC Atelectasia Atelectasia Herbert.sdp10@uni9.edu.br 12 -Abscesso pulmonar Pneumotórax hipertensivo Pneumotórax hipertensivo MV abolidos ou ausente, timpanismo REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.2. [Digite o Local da Editora]: Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767483. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555767483/. Acesso em: 14 mai. 2023.
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