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1 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – I.C.S. KAROLINE COSTA DE SIQUEIRA T054CH0 TIPOS DE LAPAROTOMIAS E HISTERECTOMIAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PRÉ E PÓS OPERATÓRIO SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2021 2 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – I.C.S. KAROLINE COSTA DE SIQUEIRA T054CH0 TIPOS DE LAPAROTOMIAS E HISTERECTOMIAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PRÉ E PÓS OPERATÓRIO Trabalho de Atividades Práticas Supervisionadas vinculadas à disciplina Enfermagem em Centro Cirúrgico, apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientadora: Profa. Andreara de Almeida e Silva SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2021 3 RESUMO Laparotomia é dada por uma incisão no abdômen, procedimento cirúrgico que pode ser realizado para diagnostico ou terapia variando da dependência do paciente, esse procedimento é realizado por um cirurgião geral, deferente desse procedimento temos a laparoscopia que consiste em uma intervenção cirúrgica minimamente invasiva bastante realizada em cirurgias urológicas e ginecológicas entre outras podendo ser realizada mesmo fora do abdômen, marcada na retirada da vesícula biliar. A histerectomia também citada neste trabalho consiste na remoção cirúrgica do útero, retirada das trompas adjacentes e do ovário, este procedimento também pode ser usado como prevenção ou recurso para abrandar os avanços do câncer de colo de útero. Este trabalho apresenta como estes procedimentos são feitos, suas indicações e contra indicações, suas origens, riscos e complicações. Podendo observar a diferença nos procedimentos citados e sua importância em casos de pacientes que precisaram optar por essas cirurgias. A partir disso podemos concluir que, mesmo a cirurgia sendo feita por um cirurgião que está apto e é conhecedor do procedimento todos eles apresentam riscos e complicações para seus pacientes que estão citados neste trabalho. Palavras-chave: Laparotomia; histerectomia; laparoscopia; cirúrgia; procedimento. 4 ABSTRACT Laparotomy is given by an incision in the abdomen, surgical procedure that can be performed for diagnosis or therapy depending on the patient, this procedure is performed by a general surgeon, different from this procedure we have a laparoscopy which is a minimally invasive surgical intervention often performed in urological surgeries and gynecological, among others, which can be performed even outside the abdomen, marked in the removal of the gallbladder. Hysterectomy also mentioned in this work consists of surgical removal of the uterus, removal of the adjacent tubes and ovary, this procedure can also be used as a prevention or resource to slow down the progress of cervical cancer. This work presents how these procedures are performed, their indications and contraindications, their origins, risks and complications. Being able to observe the difference in the procedures mentioned and their importance in cases of patients who had to present for these surgeries. From this we can conclude that, even the surgery being performed by a surgeon who is able and knowledgeable about the procedure, all of them present risks and complications for their patients that are mentioned in this work. Keywords: Laparotomy; hysterectomy; laparoscopy; surgery; procedure. 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7 2 REVISÃO LITERÁRIA ............................................................................................ 9 2.1. Terminologia cirúrgica ..................................................................................... 9 2.1.1. Terminologia cirúrgica laparotomia ............................................................................... 9 2.1.2. Terminologia cirúrgica histerectomia ............................................................................. 9 2.2. História do procedimento cirúrgico .............................................................. 10 2.2.1. Origem da laparotomia ................................................................................................. 10 2.2.2. Origem da histerectomia .............................................................................................. 10 2.3. Conceito .......................................................................................................... 11 2.3.1. Conceito laparotomia ................................................................................................... 11 2.3.2. Conceito histerectomia ................................................................................................. 12 2.4. Classificação dos procedimentos cirúrgicos ............................................... 12 2.4.1. Classificação da laparotomia ........................................................................................ 12 2.4.1.1. Laparotomia exploratória ........................................................................................... 12 2.4.1.2. Laparotomia eletiva .................................................................................................... 12 2.4.1.3. Laparotomia via laparoscópica ................................................................................... 13 2.4.1.4. Laparotomia vias de drenagem .................................................................................. 14 2.4.2. Classificação das histerectomia .................................................................................... 14 2.4.2.1. Histerectomia total ..................................................................................................... 14 2.4.2.2. Histerectomia subtotal ............................................................................................... 14 2.4.2.3. Histerectomia radical ................................................................................................. 14 2.5. Tipos de procedimentos na histerectomia ................................................... 14 2.5.1. Histerectomia laparoscópica ........................................................................................ 14 2.5.2. Histerectomia abdominal ............................................................................................. 15 2.5.3. Histerectomia vaginal ................................................................................................... 15 2.6. Etapas do procedimento cirúrgico ................................................................ 15 2.6.1. Como é realizado a laparotomia exploratória .............................................................. 15 2.6.2. Como é realizado a histerectomia ................................................................................ 16 2.7. Indicações para o procedimento cirúrgico ................................................... 17 2.7.1. Indicações para laparotomia ........................................................................................ 17 2.7.2. Indicações para histerectomia ...................................................................................... 17 6 2.8. Tipos de anestesia utilizada para cirúrgia .................................................... 18 2.8.1. Tipos de anestesia para laparotomia............................................................................ 18 2.8.2. Tipos de anestesia para histerectomia ......................................................................... 19 2.9. Local da incisão cirúrgica .............................................................................. 19 2.9.1. Incisão cirúrgica laparotomia ....................................................................................... 19 2.10.Contra – indicações ........................................................................................ 21 2.10.1. Contra – indicação da laparotomia ............................................................................... 21 2.10.2. Contra – indicação da histerectomia ............................................................................ 21 2.11. Riscos e complicações .................................................................................. 22 2.11.1. Riscos/complicações laparotomia ................................................................................ 22 2.11.2. Riscos/complicações histerectomia.............................................................................. 23 2.12. Cuidados de enfermagem no pré - operatório ............................................. 25 2.12.1. Cuidados da enfermagem no pré-operatório laparotomia .......................................... 25 2.12.2. Cuidados da enfermagem no pré-operatório histerectomia ....................................... 26 2.13. Cuidados de enfermagem no pós- operatório .............................................. 27 2.13.1. Cuidados da enfermagem no pós-operatório laparotomia .......................................... 27 2.13.2. Cuidados da enfermagem no pós-operatório histerectomia ....................................... 28 2.14. Consequências/sequelas na mulher histerectomizada ............................... 28 3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 30 3.1. Objetivo geral ............................................................................................................... 30 3.2. Objetivo específico ....................................................................................................... 30 4 MÉTODOS ............................................................................................................ 31 4.1. Coleta de dados ............................................................................................................ 31 4.2. Recursos ........................................................................................................................ 31 4.3. Público alvo ................................................................................................................... 31 4.4. Plano de ação ................................................................................................................ 32 4.5. Prática educativa .......................................................................................................... 32 5 RESULTADOS ..................................................................................................... 33 6 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 37 7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 38 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39 7 1 INTRODUÇÃO A laparotomia consiste na abertura da cavidade abdominal, sendo um procedimento cirúrgico realizado para fim diagnóstico e terapêutico de maneira eletiva ou exploratória; a qual se apresenta em grande maioria dos casos como caráter emergencial. Trata-se de uma cirurgia invasiva a qual se permite a visualização interna do abdômen para a identificação, tratamento ou visualização do crescimento de uma patologia, sendo ela desconhecida ou não pela equipe médica (TAZIMA et al., 2010). Com grande avanço tecnológico, tornou-se possível a realização da laparoscopia, procedimento de visualização da cavidade abdominal por meio de cânulas com câmera, a qual a observação se dá por meio das imagens reproduzidas em vídeo, sendo possível o manuseio, exploração, visualização e utilização de instrumentais cirúrgicos em via abdominal. A técnica utilizada varia de acordo com a escolha do cirurgião, porém há grandes percentuais de adesão à videolaparoscopia quando comparadas à laparotomia, por apresentarem menor invasão e agressão dos tecidos abdominais, permitindo tratamento pós-operatório menos doloroso e curto além de taxas menores de infecção (PIATI et al., 2015). A histerectomia consiste na remoção total ou parcial do útero, realizada para o tratamento de patologias em canal uterino e alívio dos sintomas ocasionados por elas, a fim de trazer melhora na qualidade de vida às portadoras de patologias que envolvem o sistema reprodutor feminino. O procedimento é comumente realizado no Brasil em mulheres que estão em fase reprodutiva, o que agrega fatores sociais e emocionais quanto à realização da cirurgia, pois a retirada do órgão seja ela parcial ou total envolve assuntos interligados à sexualidade feminina, maternidade e mudanças biológicas significativas no cotidiano da mulher (SILVA et al., 2010). Tais fatores emocionais devem ser acompanhados com especialista em psicologia junto ao cirurgião a partir do encaminhamento para o procedimento cirúrgico, pois se trata de um procedimento irreversível e de grandes mudanças biológicas para a mulher. Torna-se necessário o acolhimento nos períodos que antecedem a cirurgia, junto ao esclarecimento de dúvidas a fim de evitar prejuízos na qualidade de vida da mulher em quesito emocional e sexual, sendo visto comumente o desenvolvimento de conflitos traumáticos, ansiedade e insegurança após a realização da cirurgia (REAL et al., 2012). 8 É visto que a laparotomia e histerectomia são procedimentos invasivos, realizados para fins diagnósticos e terapêuticos em grupos distintos, sendo a histerectomia somente de caracterização sexual feminina. Ambos requerem uma boa comunicação e acompanhamento com especialista e cirurgião para esclarecimento de duvidas sobre o procedimento a ser realizado. O presente estudo foi realizado com o objetivo de esclarecer aos profissionais de saúde envolvidos no cuidado do paciente sobre a definição e descrição de ambos os procedimentos, seus tipos e etapas, envolvendo principalmente os profissionais de enfermagem, os quais apresentam papel fundamental na assistência pré e pós-operatória, cabendo ao enfermeiro à elaboração de planos de cuidados e implementação dos mesmos, a fim de minimizar complicações pós-operatórias. 9 2 REVISÃO LITERÁRIA 2.1. Terminologia cirúrgica 2.1.1. Terminologia cirúrgica laparotomia Pode-se classificar a terminologia cirúrgica como um conjunto de termos que indicará o procedimento cirúrgico que será realizado (FREITAS; GONÇALVES, 2019). Prefixo: indica a parte anatômica que será realizada à intervenção refere-se a um órgão, ou parte do corpo humano (FREITAS; GONÇALVES, 2019). Sufixo: indica o procedimento a ser realizado (FREITAS; GONÇALVES, 2019). PREFIXO: Laparo = Cavidade abdominal (FREITAS; GONÇALVES, 2019). SUFIXO: Tomia = Refere - se à incisão corte ou abertura de parede ou de um órgão (FREITAS; GONÇALVES, 2019). LAPAROTOMIA= Refere-se à abertura da cavidade abdominal (FREITAS; GONÇALVES, 2019). 2.1.2. Terminologia cirúrgica histerectomia De acordo com Freitas e Gonçalves (2019, p. 60) “a junção da raiz com os respectivos afixos, dando origem aos exemplos de cirurgias, procedimentos cirúrgicos e exames endoscópicos”. Prefixo: raiz que determina à parte anatômica realizada a intervenção; remete a um órgão, aparelho ou parte do corpo humano (FREITAS; GONÇALVES, 2019). Sufixo: determina alterações e/ou procedimento executado; ação praticada ou a patologia (FREITAS; GONÇALVES, 2019). PREFIXO: Histero: refere-se ao útero (FREITAS; GONÇALVES, 2019). SUFIXO: Ectomia: refere-se à extirpação, remoção parcial ou total de um órgão (FREITAS; GONÇALVES, 2019). 10 2.2. História do procedimento cirúrgico 2.2.1. Origem da laparotomiaLaparotomia que significa (Laparon = flanco + tome = corte = ia) que é o termo, secção do flanco, contudo é entendido como abertura da cavidade abdominal (TAZIMA et al., 2011). A finalidade do corte no abdome tem uma grande importância no diagnóstico na reparação e no tratamento terapêutico do paciente e o uso desse procedimento não é recém-chegado, muito usado no século 20 devido ao uso das drogas vaso ativas e da intubação orotraqueal e por isso se tornou um procedimento bem comum, com a intubação e a criação das drogas que ajudam ainda mais as aberturas e fechamentos do abdome nas cirurgias de laparotomia (TAZIMA et al., 2011). Com a evolução no estudo do corpo humano, o seu funcionamento e estruturas do abdome, foi de grande importância na melhora do desenvolvimento da cicatrização da ferida pós-cirúrgica, que a partir do século 20 foi-se adquirindo com o tempo, que colabora com a diminuição de complicações pós-operatória da laparotomia (TAZIMA et al., 2011). Com os avanços da tecnologia médica no ano de 1988, se desenvolve o procedimento da videolaparoscopia, que hoje vem crescendo e a cada dia substitui a laparotomia em vários procedimentos cirúrgicos as intracavitárias e entre outros (TAZIMA et al., 2011). O método de pequenos cortes no abdome o uso de equipamentos ótico se torna a videolaparoscopia uma forma menos invasiva, indicada para procedimentos específicos onde é necessária a visualização do abdome, ou seja, quando já se tem um diagnóstico fechado, onde não a necessidade de investigar o paciente (TAZIMA et al., 2011). 2.2.2. Origem da histerectomia A histerectomia tem sua história iniciada no século XVI. Tendo como sua primeira intervenção deste tipo é realizada por Berengarius, em 1507, na cidade de Bolonha comuna Italiana, conseguiu a retirada do útero por via da vagina. Em 1560, é realizada por Andreas, a primeira extirpação do útero pela vagina, em Cruce. Depois disto, os dados históricos sobre a histerectomia não são nítidos. Grande 11 parte dos casos descrevidos é da remoção total ou parcial do órgão posteriormente ao parto. No século XIX, o procedimento via vaginal foi realizado com idealizado com antecedência (MURTA et al., 2000). A primeira remoção do útero por via do abdômen foi concretizada em Manchester, cidade de Inglaterra, 1842, posterior a três séculos da primeira remoção uterina. A primeira ressecção do mioma com premeditação foi atingida pelo John Bellinger, 1846, nos Estados Unidos da América do Norte. Segundo os fatos, durante a realização da laparotomia foi localizada algo que poderia ser caracterizado como mioma, sendo ele benigno ou não, houve uma remoção uterina subtotal (MURTA et al. 2000). 2.3. Conceito 2.3.1. Conceito laparotomia A laparotomia é considerada uma operação cirúrgica que realiza um corte, horizontal ou vertical, no abdômen para acessar internamente os órgãos, podendo ser feita com o fim diagnóstico em que se realiza uma abertura na cavidade abdominal para ver e saber o que está ocorrendo em um órgão ou região específica, e para realizar algum procedimento cirúrgico sobre uma patologia preexistente, realizando o tratamento necessário (TAZIMA et al., 2011). Existe uma variação do tamanho da incisão de acordo com procedimento a ser executado. Para considerar laparotomia pequena, é necessário envolver uma incisão de oito a dez centímetros, porem a laparotomia exploratória envolve um corte cirúrgico que cursa quase toda dimensão do abdômen (TAZIMA et al., 2011). A laparotomia é geralmente agressiva, desconfortável e que deixa marcas, cicatrizes que por via são deformantes, podendo influenciar indiretamente na autoestima do paciente. Portanto, possui um alto índice de infecção e dores locais, o que pode adiar e causar uma dificuldade para o retorno de atividades do cotidiano, ou, pode acabar gerando implicações graves e letais ao paciente. As infecções mais comuns da laparotomia é a Septicemia, infecção que se espalha por todo organismo, e a Peritonite, que se resume na infecção da cavidade abdominal (TAZIMA et al., 2011). Depois da década de 90, o procedimento vem sendo trocado, em algumas situações, pela laparoscopia terapêutica, ou seja, tipo de operação cirúrgica 12 cometida por uma pequena incisão no abdômen que concede acesso a diversos órgãos e é menos invasiva. O tempo de recuperação pós-cirúrgico de uma laparotomia é maior quanto mais amplo for o corte e o procedimento a ser realizado (PEDRINI et al., 2016). 2.3.2. Conceito histerectomia O procedimento de histerectomia consiste na remoção parcial ou total do útero, comumente realizado no Brasil em mulheres em idade reprodutiva. Sua indicação é relacionada com o tratamento de patologias em canal uterino para alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida das mulheres as quais necessitam se submeter ao procedimento (SILVA et al., 2010). Para realização da cirurgia, é necessário tratamento contínuo com especialista, além do acompanhamento psicológico para sua realização, por se tratar de um método cirúrgico irreversível. O tipo de histerectomia e a via realizada devem ser indicados pelo cirurgião, de acordo com a patologia a ser tratada, sua evolução e o quadro clínico da paciente. As vias de realização são: abdominal por laparotomia ou laparoscopia, via vaginal (MESQUITA et al., 2021). É considerada uma cirurgia potencialmente contaminada por ser geralmente realizada em tecidos que possuem flora microbiana pouco numerosa, sem presença de processos infecciosos (MARTINS et al., 2017). 2.4. Classificação dos procedimentos cirúrgicos 2.4.1. Classificação da laparotomia 2.4.1.1. Laparotomia exploratória É uma análise investigativa usada para detectar a extensão de uma lesão abdominal. Consiste na abertura do abdome tendo como finalidade sua exploração, exame e tratamento de problemas (IRWIN; TECKLIN, 2012). 2.4.1.2. Laparotomia eletiva A laparotomia eletiva, ao contrário da exploradora, é realizada após um estudo prévio de condição sistêmica e daquelas específicas à intervenção, além de um preparo pré-operatório adequado. O procedimento cirúrgico é efetuado com ampla exposição anatômica e mínimo trauma cirúrgico e, com todos os recurs os 13 necessários preparados e disponíveis, tendo como objetivo definido e conhecimento prévio do diagnóstico e das intervenções que serão realizadas (CASAROLLI, 2011). 2.4.1.3. Laparotomia via laparoscópica A palavra "Laparos" vem da palavra grega que significa abdômen. Laparoscopia se refere a uma forma de olhar para dentro do abdômen. No entanto, agora se refere a uma intervenção cirúrgica minimamente invasiva muito utilizada em urologia e cirurgia ginecológica. Dentre elas, mesmo fora do abdômen, seu primeiro uso foi para a retirada da vesícula biliar em 1987, embora já ocorresse desde 1960 (PIATI; ANDRADE; MAGNAGNAGNO, 2015). Graças à evolução da tecnologia atualmente pode acessar praticamente todos os órgãos do corpo com aparelhos, é introduzida uma mini câmera na extremidade do corpo que transmite imagens em alta resolução para monitores de vídeo e que podem ser gravadas para estudos futuros, chamado de videolaparoscopia este procedimento é usado primitivamente para obter diagnósticos, atualmente a videolaparoscopia permite colher material para biopsias e para praticar intervenções cirúrgicas que antes teria que ser com cirurgias abertas (PIATI; ANDRADE; MAGNAGNAGNO, 2015). A Laparoscopia por sua indicação é para várias operações como remoção de vesícula e apêndice e cirurgia bariátrica, este procedimento pode ser uma cirurgia exploratória serve como exame de diagnóstico ou biopsia, técnica cirúrgica para tratar alguma doença como, por exemplo: remover um tumor de um determinado órgão. Alguns dos pacientes aptos a fazer uma cirurgia laparoscópica por indicaçãode seu médico, entretanto um número mínimo de casos na sala de cirurgia ou até mesmo durante a operação por laparoscopia o cirurgião pode ter que necessitar realizar uma cirurgia aberta para que o tratamento obtenha sucesso o que implica fazer um corte maior e a recuperação vai acabar sendo mais lenta (FRAZÃO, Arthur, 2021). Como quase todo procedimento a laparoscopia tem seus riscos, desde que seja feita por um profissional experiente os riscos são muito mais baixos e altamente compensados pelas vantagens das cirurgias endoscópicas em ralação a outras cirurgias abertas (PIATI; ANDRADE; MAGNAGNAGNO, 2015). 14 Os riscos podem incluir: perfuração de órgãos como intestino, aorta, no estomago é o mais grave dos riscos ou a ocorrência de hemorragias peritonites ou abdominais. Os demais produzem algum desconforto em razão da distensão abdominal que pode causar hemorragia vaginal, arritmias cardíacas e problemas respiratórios. Pacientes cardíacos ou com problema respiratórios, portadores de hérnia diafragmática, obesos e doença inflamatória pélvica e gravidas necessitam uma atenção especial do médico intervencionista (PIATI; ANDRADE; MAGNAGNAGNO, 2015). 2.4.1.4. Laparotomia vias de drenagem Realizada para biopsia ou coleta de material para exame. 2.4.2. Classificação das histerectomia 2.4.2.1. Histerectomia total A histerectomia total é a cirurgia realizada por via abdominal e/ou vaginal, que envolve a remoção do corpo uterino assim como do colo (NOVO, 2019). 2.4.2.2. Histerectomia subtotal A histerectomia subtotal, também designada de supra cervical ou parcial, os dois terços superiores do útero são removidos, mantendo a preservação do colo uterino (COSTA, 2015). 2.4.2.3. Histerectomia radical Na histerectomia radical, para além de ser retirado o útero na sua totalidade, incluindo o colo uterino e outros órgãos adjacentes como tubas uterinas e ovários (BARBOSA et al., 2018). 2.5. Tipos de procedimentos na histerectomia 2.5.1. Histerectomia laparoscópica Usando a técnica de histerectomia laparoscópica, ela pode ser realizada nas seguintes formas: histerectomia total laparoscópica, histerectomia abdominal e a histerectomia vaginal (DA COSTA, 2016). 15 A histerectomia total laparoscópica (TLH) se consiste na técnica onde haverá a separação completa do útero e vasos sanguíneos, junto com toda a suas estruturas que o sustenta. São realizados pequenos cortes no umbigo ou vagina, leva em média de um a dois dias de internação e tem de duas a três semanas de recuperação (DA COSTA, 2016). 2.5.2. Histerectomia abdominal A histerectomia abdominal é a abordagem mais usada, onde o útero é removido através de uma incisão feita no abdômen. A técnica é escolhida quando há remoção de grandes tumores junto com o útero, pois permite uma maior visualização da área, o que facilita a identificação de tecidos e órgãos afetados. Tem em média de quatro a cinco dias de internação e seis semanas de recuperação (DA COSTA, 2016). 2.5.3. Histerectomia vaginal A histerectomia vaginal é realizada através da vagina, sem incisões abdominais e o útero é retirado exclusivamente por via vaginal. Não é deixadas cicatrizes pós-operatórias. Tem em média de um a dois dias de internação e a recuperação leva de duas e três semanas (DA COSTA, 2016). 2.6. Etapas do procedimento cirúrgico 2.6.1. Como é realizado a laparotomia exploratória O procedimento de laparotomia é realizado no centro cirúrgico, com auxilio de uma sedação, anestésicos gerais e fármacos que inibem a transmissão de impulso nervoso nas junções neuromusculares, visando deixar o paciente mais calmo, sonolento e relaxado. O paciente também recebe sonda endotraqueal na qual o anestesista manterá uma ventilação adequada em todo procedimento (INGRACIO, 2017). Em seguida, o cirurgião realiza a primeira incisão mediana xifopúbica vertical no abdômen com o bisturi normal abrindo o tecido subcutâneo, cortando a pele, com o bisturi elétrico abre a gordura subcutânea, aponeurose do musculo reto abdominal e peritônio parietal, respectivamente (INGRACIO, 2017). 16 Com o auxilio de uma pinça, as paredes abdominais são afastadas para poder observar melhor todos os órgãos presentes na cavidade, o cirurgião então faz o exame procurando lesões nesses órgãos ou então à intervenção sobre um único órgão afetado. Depois de realizada a intervenção planejada, as pinças são retiradas e a parede abdominal é fechada e suturada com fios adequados (INGRACIO, 2017). 2.6.2. Como é realizado a histerectomia Em termos de técnica cirúrgica, a histerectomia pode ser realizada por laparoscopia, trans abdominal ou transvaginal. A histerectomia laparoscópica (videolaparoscopia) é realizada através de uma pequena incisão (entre 12 e 5 mm) na parede abdominal através da qual uma câmera óptica e instrumentos são introduzidos na cavidade pélvica (abdômen) para visualização e realização da operação. É uma operação que não requer abertura da parede abdominal (abdômen), com menos dor e recuperação mais rápida após a operação (COSTA, 2016). A histerectomia vaginal, não é necessária a realização do corte no abdome, todo o processo de remoção do útero é realizado somente pela vagina. Na patologia de prolapso uterino o uso desse procedimento é o mais comum, a recuperação desta cirurgia é mais rápida e fácil por não obter incisões, e o pós- operatório é menos doloroso (COSTA, 2016). A histerectomia abdominal (também chamada de "cirurgia aberta") é realizada por meio de uma incisão na parede abdominal, que pode ser longitudinal ou transversal. A operação é realizada pela visualização do cirurgião e manipulação direta do útero (COSTA, 2016). O método mais comum usado na histerectomia total é a histerectomia extrafascial, como foi referida acima a retirada do colo do útero é o procedimento mais comum feito pelos médicos cirurgiões, quando é retirado o colo do útero e o útero localizado na parte superior da vagina, logo após ela é suturada e fechada sem mudar a estrutura e a sua função. O que causou a histerectomia, o tamanho o tipo de doença, a história pessoal de cada paciente e a mobilidade do útero e também a história cirúrgica são fatores importantes que dever sem considerados para o uso de diferentes técnicas que vão ser usadas pelo cirurgião que vai realizar o procedimento (COSTA, 2016). 17 2.7. Indicações para o procedimento cirúrgico 2.7.1. Indicações para laparotomia A laparotomia é indicada com a finalidade de obter via de acesso a órgãos intra-abdominais, em operações eletivas, vista de drenagem de coleções líquidas e, também, é um método diagnóstico o qual é usado para identificar e determinar a extensão de uma lesão abdominal (SILVA; LOPES; DUARTE; MEDEIROS, 2011). A laparotomia eletiva é realizada após um estudo prévio de condição sistêmica e daquelas específicas à intervenção, além de um preparo pré-operatório adequado. O procedimento cirúrgico é efetuado com ampla exposição anatômica e mínimo trauma cirúrgico e, com todos os recursos necessários preparados e disponíveis (SILVA; LOPES; DUARTE; MEDEIROS, 2011). Alguns achados clínicos e de exames realizados determinam a indicação da laparotomia exploratória, como: ferimentos por arma de fogo que requer uma laparotomia imediata para controle do sangramento, lesão de alguma víscera, sinais evidentes de irritação no peritônio em pacientes com ferimentos penetrantes, empalamento no abdome, sangramento do estômago e reto em ferimentos penetrantes, sinais indicativos de câncer, principalmente pâncreas e fígado, sinais de trauma no abdome com hipotensão recorrente podem indicar hemorragia interna (PEREIRA, et al., 2017). Nos casos de trauma abdominais fechados pacientes que apresentam instabilidade hemodinâmica, com o abdome distendido, a indicação para intervenção cirúrgica é imediata (RAMOS;SOUZA; OLIVEIRA; LIMA, 2016). Pode se indicar a laparotomia também na Síndrome compartimental abdominal é uma complicação grave, que é aumento excessivo da pressão intra-abdominal, causando significativa morbidade e mortalidade, devido ao espaço anatômico fechado, dificultando a viabilidade dos tecidos ao redor (PIO, et al., 2018). É importante atentar ao grau de estabilidade hemodinâmica que o paciente se encontra que irá determinar as etapas diagnósticas e terapêuticas a ser abordadas (PEREIRA, et al., 2017). 2.7.2. Indicações para histerectomia A indicação da histerectomia por muitos anos foi o único tratamento para algumas patologias benignas ginecológicas. Com o surgimento de outras 18 modalidades terapêuticas menos invasivas tem havido uma diminuição da frequência da sua realização. A decisão de retirada do útero conta com vários fatores, a patologia em causa, a idade da mulher e seus planos de reprodução, a resposta a tratamentos médicos prévios. Esse procedimento pode ser indicado em casos de leiomiomas uterinos, dores pélvicas, doença maligna ou pré-maligna, hemorragias uterinas anômalas e prolapso dos órgãos pélvicos (MUNIZ, 2012). O mioma uterino é um tumor mais frequente na mulher e é benigno, ele é a principal indicação para a histerectomia, mulheres com útero miomatoso que não tem vontade de preservar a fertilidade essa cirurgia é uma indicação a decisão cirúrgica deve levar em conta as dimensões dos miomas e seu crescimento ao longo do tempo, ficar atento a gravidade dos sintomas e o insucesso prévio com tratamento médico. Dores pélvicas e hemorragias uterinas anômalas tem um sentido clinico muito variável tendo por base um espectro de patologias muito abrangente, em situações graves em que não obtiveram sucesso em outros tratamentos médicos ou não foram tolerados a histerectomia é indicada (MUNIZ, 2012). Prolapso dos órgãos pélvicos é quando o útero vai se exteriorizando pela vagina sendo uma patologia benigna mais frequente com o aumento da idade da mulher, normalmente tem indicação cirúrgica exceto em casos mais incipientes que não condicionam sintomas ou em que existe contra indicações cirúrgicas. Doenças pré-malignas ou doenças malignas dependendo do estágio da doença podem ter indicação para a histerectomia, como o cancro de colo do útero ou do corpo uterino, cancro do ovário e cancro da trompa. Deve ser individualizada a indicação cirúrgica, levando em conta a especificidade de cada paciente e também sua patologia e sua evolução clínica, fora situações em que está indicado um tratamento de emergência a decisão da realização da histerectomia deve ser partilhada entre medico e seu paciente (MUNIZ, 2012). 2.8. Tipos de anestesia utilizada para cirúrgia 2.8.1. Tipos de anestesia para laparotomia A laparotomia é realizada com a anestesia geral, mas pode ser avaliada em conjunto com a anestesista e cirurgião responsável pela operação, diversas anestesias, tendo como exemplo a raquianestesia que geralmente é relacionada à 19 sedação, somente em situações em que o paciente possua um alto risco de receber anestesia geral (LEMOS et al., 2016). 2.8.2. Tipos de anestesia para histerectomia Conforme o procedimento de histerectomia realizada, a anestesia recebida pode variar nas histerectomias laparoscópicas ou abdominais o uso da anestesia geral e mais usada, diante disso, a operação é realizada com o paciente dormindo e não há dor (COSTA, 2016). A anestesia geral pode ser usada na histerectomia vaginal, mas a analgesia peridural é cada dia mais comum o seu uso. Nesse caso, o paciente está acordado e não tem nenhuma sensação (inclusive dor) na região lombar (cintura), inclusive nos membros inferiores (pernas). Após o término da operação, todos os sítios cirúrgicos, ou seja, todos os órgãos retirados (útero, trompas ou ovários) serão encaminhados por patologistas anatômicos para pesquisa histológica. Desta forma, um diagnóstico claro é obtido (COSTA, 2016). 2.9. Local da incisão cirúrgica 2.9.1. Incisão cirúrgica laparotomia A escolha da incisão, a princípio, se resume pelas incisões longitudinais, transversais, oblíquas ou combinadas, vai depender da preferência e da experiência do cirurgião, na escolha do local da incisão deve levar em consideração pelo profissional o acesso fácil ao órgão a ser visado, oferecendo espaço suficiente para a execução com segurança do procedimento, possibilitando a reconstrução da parede de maneira eficaz e perfeita para o ponto de vista anatômico, funcional e estético (TAZIMA; VICENTE; MORYA, 2011). De acordo com Tazima, Vicente e MORYA, (2011) segue os locais das incisões cirúrgicas de laparotomia: Com relação à cicatriz umbilical: Supra-umbilical Peri-umbilical Infra-umbilical Com relação à linha média do abdome: 20 Medianas Sobre a linha média: Supra-umbilical Infra-umbilical Xifo-púbica Paramedianas Direita ou esquerda Com relação aos músculos retos: Transretais Por divulsão; Pararretais Interna (Lennander) - Supra-umbilical - Para-umbilical - Infra-umbilical - Xifo-púbica Externa - Supra-umbilical - Infra-umbilical (Jalaguier) Quanto à direção: Longitudinais Transversais - Supra-umbilical – parcial (Sprengel) e total - Infra-umbilical – parcial (Pfannestiel e Cherney) e total (Gurd) Oblíquas - Subcostal - Kocher - Diagonal epigástrica - Estrelada supra-umbilical - Estrelada infra-umbilical - Mc Burney - Lombo-abdominal - Toracolaparotomia e toracofrenolaparotomia Combinadas 21 - Rio Branco - Kebr (em baioneta) - Mayo-Robson - Alfredo Monteiro Quanto à complexidade: Simples - uma incisão; Combinadas - associação de incisões - abdominais puras - tóraco-abdominais 2.10. Contra – indicações 2.10.1. Contra – indicação da laparotomia As principais restrições são relacionadas e aplicadas quando o paciente apresenta insuficiência respiratória, complicações com a coagulação sanguínea, insuficiência no trato urinário- como a peritonite- e apresente choque anafilático. Entretanto, é de suma importância que o profissional de saúde possua conhecimento sobre os possíveis efeitos e particularidades da operação cirúrgica e ter a anamnese do paciente corretamente. Somente assim, qualquer problema médico-cirurgião deve ser considerado como uma restrição em potencial (CARRILHO, 2000). 2.10.2. Contra – indicação da histerectomia Existem alguns tipos de contra-indicações para realizar a histerectomia como, por exemplo: Idade superior a 65 anos, doenças que contraindiquem cirurgia de porte grande, doenças mentais ou neuropsiquiátricas, obesidade e pelve androide (RODRIGUES; ALMEIDA; CRUZ, 2021). No caso de utilização da via vaginal para realização da cirurgia existem algumas contra-indicações que devem ser respeitadas: suspeita de neoplasias ovarianas benignas ou malignas, suspeita de câncer de colo ou endométrio, endometriose pélvica extensa e DIP (aguda ou crônica), suspeita de doença intestinal ou de outro órgão que necessite de abordagem cirúrgica (RODRIGUES; ALMEIDA; CRUZ, 2021). 22 2.11. Riscos e complicações 2.11.1. Riscos/complicações laparotomia Todas as cirurgias podem apresentar riscos para o paciente, os profissionais devem estar atentos, pois o paciente poderá evoluir para um quadro de complicações e requer atenção de toda equipe envolvida (STRACIERI, 2008). As complicações podem ser classificadas em imediatas ou precoces quando aparecem nas primeiras 24 horas, as complicações mediatas surgem até o sétimo dia pós-operatório e as tardias sucedem a retirada de pontos e a alta hospitalar definitiva (STRACIERI, 2008). Os aparecimentos das complicações podem estar relacionados à patologia clínica associada, tipo de anestesia, estágio do agravo e aos cuidados pós- operatórios. O sistemarespiratório, cardiovascular, urinário, digestório e hapatobiliar são acometidos devido ao estado cliníco do paciente no seu pré- operatório que poderá apresentar caso de anemia, desnutrição e imunodeprimidos (STRACIERI, 2008). As complicações mais frequentes no pós-operatório são respiratórias. Essas intercorrências estão associadas a vários fatores de riscos que relaciona as características do paciente (idoso, sexo, obesidade, desnutrição, consumo excesso de substância alcoólica, tabagismo e doenças pulmonares de base, ou outras doenças) também pode se classificar como complicação ao procedimento anestésico- cirúrgico (duração, porte e qual tipo de cirurgia, extensão e tipo de incisão e longa hospitalização antes da cirurgia) (ROSSI, BROMBERG; FILARDO, et al., 2005). A laparotomia pode ser um fator de risco para complicações pulmonares, pois o risco se torna extenso quando a incisão é realizada no abdome superior, ou seja, acima da cicatriz umbilical (STRACIERI, 2008). Isto ocorre porque há um comprometimento dos músculos abdominais que participam da mecânica respiratória, incluindo o diafragma. Como consequência, obtém-se redução das pressões respiratórias máximas, alteração biomecânica local, inibição do reflexo de tosse e dor na ferida operatória (SILVA, et al., 2010). O trauma fechado pode estar relacionado a golpes diretos (como chutes), impacto de objetos ou desaceleração súbita (como queda de altura, acidente de 23 trânsito). O baço é o órgão mais comumente afetado, seguido pelo fígado e órgãos ocos (geralmente o intestino delgado) (PHILBERT, 2019). O trauma aberto pode ou não perfurar o peritônio e, se perfurado, pode não afetar nenhum órgão. Em comparação com os ferimentos por arma de fogo, os ferimentos por arma branca são menos propensos a danificar as estruturas intra- abdominais; em ambos os casos, qualquer estrutura pode ser danificada. Lesões penetrantes na parte inferior do tórax podem passar pelo diafragma e danificar a estrutura do abdômen (PHILBERT, 2019). Na laparotomia por trauma abdominal aberto, a morbidade e a mortalidade causada pela infecção são altas. Estudos têm demonstrado que o tempo de operação desses pacientes é prolongado, e grande quantidades de sangue ou derivados de transfusão de sangue são fatores de risco para infecção. A gravidade da lesão e seu tratamento determinam o tempo de internação. Quanto mais tempo, maior o risco (SILVA et al, 2010). As consequências tardias da lesão abdominal incluem: ruptura de hematoma; empiemas epidural e subdural; obstrução intestinal ou do íleo; extravasamento biliar e/ou bilome e síndrome compartimental abdominal (PHIBERT, 2019). 2.11.2. Riscos/complicações histerectomia O útero é um órgão pélvico, seu formato se assemelha a uma pera e é importante para o ciclo reprodutivo dos seres humanos. Por outro, as funções biológicas do útero, estão associadas ao conceito de feminilidade por relacionarem- se ao papel reprodutor da mulher, bem como a sua vida sexual (ADORNO, et al.,2018). Entretanto, algumas enfermidades podem acometer esta região, tais como doenças ginecológicas benignas, câncer de colo uterino, prolapso uterino, mioma uterino e para o tratamento de sangramento disfuncional, a histerectomia é a intervenção cirúrgica mais indicada (AARTS, et al., 2015). A histerectomia pode ser realizada por diversas vias como: abdominal, vaginal, por cirurgia convencional ou laparoscópica, devendo ser a técnica uma escolha individualizada. A via abdominal continua sendo o procedimento mais utilizado em todo o mundo, mas há evidências de vários estudos randomizados, prospectivos que a histerectomia vaginal está associada a menos complicações, uma menor permanência hospitalar, recuperação mais rápida e menor custo global. 24 Além disso, a maioria das pacientes que necessitam de histerectomia pode realizada por via vaginal (MATINGLY, 2012). A histerectomia consiste na remoção cirúrgica total ou parcial do útero para o tratamento de câncer, sangramento uterino disfuncional, endometriose, crescimentos não malignos, dor persistente, relaxamento, prolapso pélvicos e lesão prévia do útero (SMELTZER, 2011). A histerectomia total pode provocar importantes alterações nos aspectos emocionais, psíquicos, anatômicos e sociais interferindo na qualidade de vida de mulheres histerectomizadas (LUNELLI BP, et al., 2014). Em um estudo realizado por Harnod T, et al. (2018), os autores descobriram um risco de 1,02 por 100 pessoas para desenvolver depressão entre mulheres que foram submetidas a uma histerectomia entre 30 e 49 anos. Nos resultados desse estudo, a terapia hormonal não teve efeito significativo na redução da depressão, após uma histerectomia. Segundo Tennant 2012, ‘’ Um total de 77 pacientes, 15% deste tiveram ao menos uma complicação registrada no período intraoperatório ou no período pós-operatório imediato, 5% apresentaram complicações cardiovasculares, como hipotensão, hipertensão ou arritmias, e 4,5% experimentaram hemorragia significativa (perda sanguínea > 10% do volume de sangue estimado); estes autores sugerem como intervenção de Enfermagem atentar para hemorragias (disponibilidade bolsas de sangue e tipagem sanguínea da paciente), elevar os membros inferiores a fim da redução de edemas; se disponível calçar meias de compressão antes do início da cirurgia’’. A incidência de complicações infeciosas é de 10,5% na HA, 13,0% na HV e 9,0% na HL (Clarke- Person Dl e Geller EJ, 2013). Todavia, ainda não foi comparado entre HA, HV e HTL, o que adquiriu relevância quando a LAVH combina as complicações da HTL com as da HV. Existem vários fatores de risco de infeção pós-histerectomia, entre eles idade, tabagismo, obesidade, profilaxia antibiótica, tempo cirúrgica, duração do internamento, duração de cateterização transuretral e método cirúrgico. Apesar de estes serem conhecidos, não foram ainda comparados entre as abordagens cirúrgicas já referidas sendo que uma melhor compreensão destes dados será essencial para a redução de riscos modificáveis (YOUNG, et al., 2013). 25 Dentre as principais complicações após a histerectomia a constipação vem chamando a atenção, sendo encontrado um percentual de 37% em média após as histerectomias; não importando a técnica cirúrgica utilizada (CESAR, et al., 2011). Também temos como complicações na histerectomia: perfuração da bexiga ou alça intestinal, lesão vascular e ureteral. No pós-operatório tardio, podem ocorrer prolapso genital, dor crônica pós-operatória e queloide nas cicatrizes (KLITZKE, 2018). No pós-operatório as recomendações se dirigem para o controle das complicações neste tipo de cirurgia tais como a constipação, a dor, ao desconforto, a hemorragias e sangramentos vaginais, a dor abdominal e a flatulência e a trombose venosa profunda (CESAR, et al., 2011). 2.12. Cuidados de enfermagem no pré - operatório 2.12.1. Cuidados da enfermagem no pré-operatório laparotomia O pré-operatório consiste no período que antecede o encaminhamento do paciente o setor cirúrgico, onde se iniciará o intra-operatório. O paciente recebe preparo psicológico e físico (PAIXÃO et al., 2019). Os cuidados específicos implicados e necessários conforme o tipo do procedimento tem o objetivo de minimizar complicações operatórias e fazem parte do plano de elaboração de cuidados do enfermeiro, profissional fundamental na assistência do período pré e pós-operatório (TORRES et al., 2020). Deve-se, primeiramente, considerar no período pré-operatório (mediato e imediato) o aspecto emocional do paciente, o qual pode apresentar sentimentos que influenciem em seu comportamento e até mesmo em seus parâmetros vitais, gerados comumente por sentimentos interligados a estresse, ansiedade e medo (ROCHA, 2016). Segundo Paixão et al., (2019) os cuidados de enfermagem neste períododevem incluir inicialmente o esclarecimento de dúvidas sobre a cirurgia e os procedimentos pré-operatórios que irão ser realizados, como: Auxílio em acomodação no leito e troca de vestimenta; Retirada da vestimenta de uso pessoal, adornos, próteses, dispositivos e guarda dos objetos; Realização e confirmação do check-list de cirurgia segura; 26 Higiene ou banho; Tricotomia da região operatória; Preparo gastrointestinal conforme prescrição; Administração de medicação pré-anestésica; Encaminhamento ao setor cirúrgico, passagem de plantão coesa informando os dados coletados. 2.12.2. Cuidados da enfermagem no pré-operatório histerectomia É importante enfatizar que o cuidado é a essência da enfermagem e deste modo, o enfermeiro é fundamental nos processos de atenção à saúde, sobretudo no que tange a assistência nos cuidados pré-operatórios. Não se podia deixar de fazer alguma notação sobre a assistência de enfermagem nesse período (GOMES; ROMANEK, 2013). Para a realização do procedimento cirúrgico, os cuidados de enfermagem são de grande importância, para que haja o mínimo possível de riscos a paciente que será submetida à cirúrgia, a equipe deve estar atenta aos cuidados tanto no pré como no intraoperatório e também no pós para que o ato cirúrgico seja bem sucedido (GOMES; ROMANEK, 2013). A seguir, os cuidados a prestar no pré-operatório nas mulheres submetido à histerectomia segundo a óptica de GOMES e ROMANEK (2013): Neste período de pré- operatório é competência da equipe de enfermagem a realizar um histórico completo, contendo exame físico, a avaliação de riscos e complicações pós-operatória, verificar se foi assinado o termo de consentimento informado, obtiver exames de hemograma, eletrólitos, tipos sanguíneos e fator Rh já solicitados anteriormente pelo médico. Questionar e anotar sobre patologias e alergias, confirmar jejum, verificar e anotar sinais vitais (SSVV), orientar sobre a remoção de objetos pessoais e próteses dentárias, rever prontuário, identificar a paciente, sala operatória, realizar tricotomia se houver necessidade, verificar permeabilidade do acesso venoso, auxiliar na colocação da camisola hospitalar (GOMES; ROMANEK, 2013). É necessário que a equipe de enfermagem esteja apta a fornecer informações claras e objetivas sobre a cirurgia que diz respeito a seu corpo através do esclarecimento de dúvidas sobre o pré-operatório. É importante que a cliente seja 27 informada sobre as limitações e/ou restrições a que será submetida no pós- operatório no processo de restabelecimento (GOMES; ROMANEK, 2013). A paciente deve ser orientada a suspenção ao uso de medicamentos anticoagulantes, dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), bem como o ácido acetilsalicílico e a vitamina E antes da cirurgia para reduzir o risco de sangramento. A gravidez é excluída no dia da cirurgia (GOMES; ROMANEK, 2013). A prevenção de trombólicos é crítica, e os métodos podem incluir administração de heparina e o uso de meias de compressão elástica ou um dispositivo de compressão pneumática intermitente (GOMES; ROMANEK, 2013). A enfermagem deve estar atenta aos aspetos emocionais da mulher que pode ser abalado pelo fato de que a perda do útero pode-lhe significar o fim de um potencial reprodutivo e o fim da sexualidade (GOMES; ROMANEK, 2013). 2.13. Cuidados de enfermagem no pós- operatório 2.13.1. Cuidados da enfermagem no pós-operatório laparotomia Durante o período pós-operatório da laparotomia, o enfermeiro tem como objetivo uma assistência que inclua a observação do paciente e alguns sinais fisiológicos do mesmo, para a identificação de alguma complicação (SALIMENA, et al., 2018). É dever de a enfermagem realizar o balanço hidroeletrolítico do paciente, observando se a presença de algum indicia de descontrole e tomar os cuidados necessários para a estabilização do mesmo (COSTA et al., 2021). A atenção para sinais flogísticos também é uma observação feita pela enfermagem, e se apresentada, realizar a anotação no prontuário do paciente (COSTA et al., 2021). O enfermeiro auxilia o paciente nos cuidados da higiene corporal, observando também a integridade do local onde foi realizado o procedimento cirúrgico (COSTA et al., 2021). A administração de medicamentos prescritos pelo médico é de responsabilidade da enfermagem, junto com a monitorização dos sinais vitais do paciente, onde quando apresentado alterações, realizar a intervenção necessária. (COSTA et al., 2021). 28 2.13.2. Cuidados da enfermagem no pós-operatório histerectomia Segundo Gomes e Romanek, (2016) apud Helena, cuidados devem ser tomados para reduzir ansiedade, aceitação de perder o útero sem dor e / ou desconforto mais grave, compreender a necessidade de autocuidado e a ausência de complicações. Lembre-se de que a enfermagem tem uma função importante no cuidado pós-operatório de mulheres submetidas à histerectomia. Phipps, Sands e Marrek (2013) propuseram as seguintes intervenções: Ofereça analgésicos; Administre medicamento antipirético conforme necessário; Promova a circulação e a oxidação; Incentive mudanças na posição corporal, respiração profunda, tosse e o uso de espirometria; Incentive a exercitar os membros inferiores a cada hora na cama; Oriente ao uso de meias anti-embolia conforme as instruções; Estimule caminhadas frequentes; Avalie se há sinais de tromboembolismo; Manter o equilíbrio da eletrólise da água; Registre todas as exclusões; Verifique se há sinais de recuperação do peristaltismo; Oriente a ingestão de líquidos; Ensinar mudanças na dieta para prevenir a constipação; Ensine os sinais de infecção do trato urinário; Ensinar sobre cuidados com a ferida cirúrgica. 2.14. Consequências/sequelas na mulher histerectomizada Após realizar a histerectomia o corpo da mulher sofre algumas alterações que podem influenciar sua saúde física e mental como, por exemplo: as mulheres que realizam histerectomia por miomas uterinos volumosos podem ter uma diminuição do volume abdominal levando à sensação de estar emagrecendo; as mulheres que ficam na menopausa após a cirurgia podem ter alteração da libido e da secura vaginal; com a retirada do útero que é o órgão indispensável para o desenvolvimento da gravidez, a mulher deixa de poder engravidar (REAL et al., 2017). https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/ginecologia/mioma-uterino/ 29 Quando a mulher é submetida à histerectomia deixa de ter menstruações uma vez que deixa de ter útero. Porem, nos casos em que a mulher se encontra em idade fértil e em que os ovários não foram retirados e que foi realizado a histerectomia parcial, pode haver pequenas hemorragias vaginais cíclicas mensais (REAL et al., 2017). https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/ginecologia/menstruacao/ 30 3 OBJETIVOS 3.1. Objetivo geral Identificar os tipos de laparotomias e histerectomias e a ação da enfermagem em ambos os procedimentos. 3.2. Objetivo específico Explicar as diferenças entre a laparotomia e histerectomia, mostrando a assistência de enfermagem nos cuidados pré e pós-operatórios. 31 4 MÉTODOS 4.1. Coleta de dados A coleta de dados é um processo que visa reunir os dados que foram coletados por meio de revistas, artigos e um questionário online que irá coletar informações da população em geral que foram submetidos ao procedimento cirúrgico laparotomia e mulheres que foram submetidas à histerectomia e seus cuidados de enfermagem no pré o pós-operatório e apresentar para estudo acadêmico. Iremos apresentar um modelo de formulário de consentimento que contem: Definição do procedimento a serem realizadas, complicações, e infecção hospitalar e também iremos apresentar um modelo de formulário que é o check list/procedimento seguro que o cliente informaseus dados pessoais e preenche todo seu histórico e exames antes de realizar os procedimentos cirúrgicos laparotomia e histerectomia de forma segura. 4.2. Recursos Para a elaboração e apresentação deste trabalho utilizamos artigos acadêmicos, científicos e livros para elaboração, também foi realizado um questionário sobre os procedimentos cirúrgicos laparotomia e histerectomia a com o objetivo de atingir pessoas que possam ter realizado os procedimentos e relatarem suas experiências e os cuidados que foram prestados a eles em todo o processo pré e pós-operatório. O questionário teve início na quinta-feira do dia 14 de outubro de 2021 e foi finalizado no sábado do dia 16 de outubro de 2021, alcançando 154 pessoas que participaram deste questionário. 4.3. Público alvo O público alvo atingido através do questionário foram estudantes/ universitários do curso de graduação de enfermagem, clientes sujeitos aos procedimentos de laparotomia e histerectomia, profissionais os quais estão aptos a atuar na área e possuem interesse de se aprofundar sobre o assunto. 32 4.4. Plano de ação Foi elaborado um questionário contendo 13 questões abordando o tema laparotomia e histerectomia, a fim de coletar informações de pessoas que possam ter realizado os procedimentos cirúrgicos e suas experiências com os cuidados de enfermagem no pré e pós-operatório. 4.5. Prática educativa Após o resultado final da pesquisa, foi realizada uma prática educativa em forma de banners, para conscientizar principalmente as mulheres a prevenção, e a realização de exames de rotina para detectar antecipadamente problemas de saúde que possam prejudicar a mulher, e submete-la a uma intervenção cirúrgica na qual será uma histerectomia. 33 5 RESULTADOS Foi realizada uma pesquisa online através de um questionário, pra saber quantas pessoas conheciam ou já realizaram algum tipo de laparotomia e histerectomia e quais foram suas experiências com a equipe de enfermagem. Sendo 154 entrevistados, 63,6% são mulheres e 36,4% são homens. Das pessoas entrevistadas, 6,5% são menores de 18 anos, 55,2% tem entre 18 a 25 anos, 20,8% tem entre 26 a 35 anos, 12,3% tem entre 36 a 45 anos, 3,2% tem entre 46 a 60 anos e 1,09 % tem mais de 60 anos. Através da pesquisa, obtemos os seguintes resultados: 58% das pessoas não conhecem o procedimento cirúrgico e 42% conhecem. Apenas 6% das pessoas entrevistadas realizaram algum tipo de laparotomia. 42% 58% VOCÊ CONHECE O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO LAPAROTOMIA? sim não 6% 94% VOCÊ JÁ REALIZOU ALGUM TIPO DE LAPAROTOMIA? sim não 34 Das pessoas que já realizaram o procedimento, 54% das pessoas tiveram resultados positivos com o preparo pré-operatório e 46% não obtiveram. 100% das pessoas que realizaram o procedimento não teve nenhum tipo de complicação nem durante e nem no pós- operatório. Segue alguns relatos das pessoas que já realizaram algum tipo de laparotomia: “Foi ótimo, não tenho o que reclamar”. “Um procedimento bem tranquilo”. “Foi uma experiência satisfatória com ótima cicatrização!” “Fiz esse procedimento por apresentar dor abdominal, o exame mostrou os órgãos intactos, então foi feita uma endoscopia que apresentou uma úlcera quase no estômago”. “Fiz cesárea, meu pós-operatório foi ótimo, a recuperação foi rápida”. 54% 46% TEVE UM PREPARO ADEQUADO ANTES DO PROCEDIMENTO? sim não 100% TEVE COMPLICAÇÕES DURANTE OU NO PÓS-OPERATÓRIO? sim não 35 Das 98 mulheres entrevistas apenas 7,14% realizaram a histerectomia, 1,04% teve complicações e 6,10% não teve nenhum tipo de complicação. 100% das mulheres que realizaram a histerectomia todas referem um preparo adequado pela equipe de enfermagem no pré-operatório. 86% 7% 1% 6% MULHERES ENTREVISTADAS Não realizaram o procedimento 85% Já realizaram a histerectomia 7,14% Tiveram complicações 1,04% Não tiveram complicações 6,10% 100% 0% Teve um bom preparo pela equipe de enfermagem antes do procedimento? sim não 36 Todas as pessoas mulheres que realizaram a histerectomia relataram que foram tiveram cuidados adequados pela enfermagem no pós-operatório. Segue abaixo alguns relatos das mulheres que passaram pelo procedimento cirúrgico histerectomia: “Foi um procedimento muito tranquilo, não tive nenhuma dor no pós-operatório, fui atendida por ótimos profissionais.” “No início foi bem difícil tive muita hemorragia e fraqueza, não tinha coragem pra nada, mas depois que fiz a cirurgia me recuperei rápido e foi tranquilo” “O procedimento cirúrgico mais dolorido que já realizei.” 100% 0% TEVE UM CUIDADO ADEQUADO NO PÓS- OPERATÓRIO PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM? sim não 37 6 DISCUSSÃO Como mencionado na revisão literária, a laparotomia é realizada através de um corte por bisturi na região abdominal do paciente, podendo ser de caráter exploratório ou preciso, quando o cirurgião irá analisar um órgão em especifico. Por não ser caracterizada uma cirurgia de grande porte, o seu pós-operatório é mais tranquilo e rápido, como mostra o resultado de mais de 80% de respostas e relatos positivos em relação à recuperação do procedimento. O pré-operatório cirúrgico segue um “padrão” em cada instituição, um check list para confirmar alergias e rotinas do centro cirúrgico necessário para que o procedimento ocorra sem complicações. Considerando que o número de mulheres que responderam à pesquisa é quase duas vezes menor que o número de homens e que a faixa etária na qual a cirurgia é indicada representava menos de 10% do público no geral, as respostas obtidas em relação a este tipo de procedimento foram menor em comparação ao outro. Porém, observando os relatos de pacientes que foram submetidos a esse procedimento, o pós-cirúrgico foi mais doloroso. De acordo com os resultados levantados da pesquisa on-line realizada, podemos observar que, quando perguntados sobre o procedimento de laparotomia, o qual seria um procedimento “genérico”, que pode ser realizado sem distinção de sexo ou idade, a maioria das respostas foi negativa. Porém, quando comparado ao resultado da pergunta sobre histerectomia, procedimento restrito ao público feminino e a uma faixa etária menor, a resposta positiva foi maior. Em relação à assistência da enfermagem nos dois tipos de procedimento, quase 90% do público relataram um cuidado profissional e proativo vindo da equipe de enfermagem. 38 7 CONCLUSÃO Após o levantamento dos dados da pesquisa realizada, foi possível concluir que o cuidado da enfermagem diante a estes tipos de cirurgias é essencial. O check list de cirurgia segura é um ponto importante para verificar que o paciente seguiu os requisitos pré-operatórios necessários e evitar complicações durante e pós a cirurgia, como choques anafiláticos e hemorragias. Por sua vez, a atenção do enfermeiro no pós-operatório é de extrema relevância para os sinais clínicos de uma possível sepse, trombose ou algum outro risco que o paciente pode apresentar depois dos procedimentos citados neste trabalho. A vigilância do emocional do paciente também é um ponto importante a ser observado, pois assim ele terá comprometimento na orientação de alta para tomar os cuidados necessários e levar para a casa os cuidados que a enfermagem o ensinou durante a sua recuperação. 39 REFERÊNCIAS AARTS, JWM; et al. Surgical approach to hysterectomy for benign gynaecological disease. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2015; 8: 1- 178. BARBOSA, Anna Raquel Dos Santos; DOS SANTOS, Adriana Nazário; RODRIGUES, Tatyanne Silva. EXPERIÊNCIA DE MULHERES QUE REALIZARAM HISTERECTOMIA: REVISÃO INTEGRATIVA. REVISTA UNINGÁ, [S.l.], v. 55, n. 2, p. 227-241, jun. 2018. ISSN 2318-0579. Disponível em: <http://34.233.57.254/index.php/uninga/article/view/2202>. Acesso em: 16 out. 2021.BRAGA, 2011. Apud CACHINA, GILMARA. 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