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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS – JI-PARANÁ CURSO DE ENFERMAGEM AMANDA CAROLINA MENDES ARAUJO. GEICE GABRIELI RIBEIRO ROCHA. GRACIÊLA MAELI DA SILVA ANTUNES. ESTUDO DE CASO SOBRE HISTERECTOMIA TOTAL JI-PARANÁ/RO 2021 1. INTRODUÇÃO O presente estudo de caso clínico desenvolveu-se na ala Cirúrgica do Hospital Municipal Dr Claudionor Couto Roriz, no setor de Cirurgia Geral sob supervisão e orientação da preceptora Cleonice, no período de 17 de agosto a 06 de setembro de 2021, pelas acadêmicas de Enfermagem do 9º período do Centro Universitário São Lucas. A cliente em questão encontrava-se no transoperatório de histerectomia total, o que consiste na remoção cirúrgica do útero, após o diagnóstico de mioma uterino, onde se buscou aplicar os conhecimentos adquiridos na disciplina acerca dos cuidados de Enfermagem baseado nos princípios científicos. Tal estudo de caso baseou-se em vivências teórico-práticas, tendo como instrumento de coleta de dados o prontuário da paciente e registros avaliativos realizados pelas autoras do estudo. O cenário de desenvolvimento se deu na Ala cirúrgica (Cirurgia Geral) do HDCCR, tendo como sujeito a paciente C.S.R.F., que realizou uma cirurgia eletiva de histerectomia, onde foi possível elaborar um plano assistencial, tendo em vista a integralidade da assistência de enfermagem aliado a pesquisas bibliográficas que serão apresentadas no decorrer deste estudo de caso. FIGURA 1. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO FIGURA 2. MIOMATOSE UTERINA 2.Epidemiologia • Prevalência: 20 a 50% das mulheres no período reprodutivo • No Brasil: 300 mil cirurgias anuais • em 2010: 62.565 pelo SUS • em 2011: até junho, 27.867 • aparece por volta dos 35 a 45 anos de idade • História familiar de primeiro grau cria um risco 2,5 vezes maior de desenvolver. Também conhecido como leiomioma, fibroide ou leiomiofibroma. 3.Etiopatogenia Neoplasia benigna de células musculares lisas do miométrio, responsiva aos hormônios ovarianos. Tem envolvimento genético, hormonal e de fatores de crescimento. O desenvolvimento e crescimento dos leiomioma resulta de uma complexa interação entre hormônios esteroides (estrogênios e progesteronas) fatores de crescimento, citosinas e mutações somáticas. 4.Manifestações Clínicas Sangramento anormal (Metrorragia, hipermenorreia, menorragia). Dor pélvica e dispareunia. Aumento do volume abdominal. 4.1- Diagnóstico • clínico e laboratorial • principal exame de imagem: ultrassonografia transvaginal - Útero: em AVF, contorno regular e textura acústica heterogênea, presença de imagens hipoclóricas compatíveis com miomas (o maior, intraligamentar a esquerda, mede 5,07 cm). 5.Tratamento O tratamento das pacientes sintomáticas depende da sua vontade de continuarem férteis e o desejo de manter o útero. O tratamento pode incluir contraceptivos hormonais orais, terapia pré-cirúrgica breve com GnRH para diminuir o tamanho dos miomas e outros procedimentos cirúrgicos definitivos (p. ex., miomectomia, histerectomia). Cirurgia para miomas A cirurgia geralmente é reservada para mulheres que apresentam: Um rápido crescimento da massa pélvica Sangramento uterino recorrente e refratário à terapia Dor intensa ou persistente ou pressão (p. ex., que requer opioides para ser controlada ou que é intolerável ao paciente) Um útero grande que tem um efeito de massa no abdome, causando sintomas urinários ou intestinais ou comprimindo outros órgãos e causando disfunção (p. ex., hidronefrose, frequência urinária, dispareunia) A cirurgia de histerectomia total que consiste na remoção do útero e do colo do útero, pode ser feita por via laparoscópica, vaginal ou por laparotomia. 6.HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 6.1- Identificação • Nome C.S.R.F • Sexo: Feminino • Data de nascimento: 07/02/1974 • Idade: 47 anos • Data de admissão: 30/08/2021 • Procedência: Ji-Paraná 6.2- Motivo da Internação Paciente encaminhada do ambulatório para cirurgia eletiva de histerectomia total. Queixava-se de dor pélvica constante, dispareunia e amenorreia, realizava acompanhamento ginecológico, onde foi diagnosticado o leiomioma. 6.3- Vida Pregressa Paciente de 47 anos Sedentária Nega alergias medicamentosas Com varizes nos MMI Não faz uso regular de medicamentos 6.4 - Diagnóstico Médico Histerectomia total de abdome, após mioma uterino. 6.5- Exames Realizados Hemograma completo Ureia Creatinina Coagulograma Dentro dos parâmetros da normalidade TAP TTPA EAS Na/K ECG ULTRA ENDOVAGINAL 6.6- Sinais Vitais Pressão Arterial (PA): 120x80 mmHg, normotensa. Temperatura (T): 36,6º C, afebril. Pulso (P): 60 bpm, normosfigmica. Frequência respiratória (FR): 16 rpm, eupnéica. 6.7- Exame Físico Cabeça: PC= 57 cm, normocefálica, ausência de abaulamentos, depressões ou tumefações; Ritmo sinusal normal – estratificada como baixo risco cardiológico. Sinais ultrassonográfico que corrobora a possibilidade de adenomiose. Face: hipocorada, anictérica, acianótica, hidratada Couro cabeludo: íntegro, com sujidade; Cabelos: castanhos, longos, bem implantados e bem distribuídos Cabeça Olhos: verdes, mucosa ocular normocorada, anictérica, pupilas isocóricas, com foto reação positiva. Nariz: de base piramidal, sem desvio de septo, com pilosidades e sem sujidades Lábios: hipocorados, ressecado, dentição completa, ausência de dentes cariados. Orelhas: Pavilhões auriculares íntegros, simétricos, com implantação à linha ocular, sem cerume. Pescoço Centralizado, com boa mobilidade (180º); Tireoide e linfonodos não palpáveis. Tórax Tórax chato, ausência de pilosidades e cicatrizes; Boa expansibilidade de ápices e bases pulmonares; Frêmito toracovocal presente; À percussão encontrado som claro pulmonar em ambos HT’S e som maciço em região precordial; AP: MV presentes em ambos HT’s; AC: BFN em 2T Abdômen Abdome plano; Cicatriz umbilical mediana; Ruídos hidroaéreos presentes; Genitália Genitália íntegra; Sem secreções ou lesões; Ausência de pelos pubianos Extremidades MMSS: unhas limpas, curtas e íntegras, com acesso venoso periférico em MSE na fossa cubital. MMII: ausência de edemas, boa mobilidade articular. 7. Considerações Finais do Pré-Operatório Realizado orientações acerca da retirada próteses e adornos do corpo antes da cirurgia, e da necessidade de realizar tricotomia genital Realizada pulsão venosa em MSD Paciente encaminhada juntamente com seu prontuário ao centro cirúrgico. 8.Transoperatório – Estudo de Caso Histerectomia Total Antes da admissão da paciente na sala cirúrgica, a equipe de enfermagem é responsável pela montagem da sala, para que o procedimento possa ocorrer com segurança e tranquilidade. É preciso prever e prover os materiais, instrumentais e equipamentos para a realização do procedimento cirúrgico. Quando a paciente é admitida ao centro cirúrgico os cuidados de enfermagem são de suma importância para que a cirurgia seja realizada com o mínimo de riscos à paciente. Então, também cabe a enfermagem, posicioná-la, fazer alguns questionamentos, como por exemplo, o nome completo, sobre patologias, medicações de uso contínuo, alergias, jejum, tricotomia, adornos. É necessário rever o prontuário da paciente, exames solicitados, a permeabilidade do acesso venoso periférico, os sinais vitais e ter um olhar humano, esclarecerdúvidas quando existir e fazer uma avaliação do seu estado emocional, e para isso é necessário que a equipe de enfermagem esteja apta a fornecer informações sobre a cirurgia, anestesia, sobre os pós cirúrgicos, algumas mudanças no corpo da mulher após o procedimento. A enfermagem realiza a circulação na sala de operação, promove alguns materiais ou medicamentos necessários e o relatório de enfermagem, onde é relatado todo o momento cirúrgico. 8.1- Estudo de caso paciente C.S.R.F As 14:00 horas C.S.R.F encaminhada ao centro cirúrgico, deambulando, paciente admitida, realizado alguns questionamentos, verificado acesso venoso periférico e posicionada de forma adequada durante o procedimento anestésico, onde foi utilizada a anestesia raquidiana, sem intercorrências. Após esse momento foi colocado aparelhos de controle de sinais vitais e realizado a sondagem vesical de demora. Durante o procedimento C.S.R.F apresentou vômitos, relacionado a anestesia, sendo medicada. Foi retirada peça para analise anatomopatológico. Ao fim da cirurgia foi realizado curativo oclusivo e a paciente foi encaminhada para a clínica cirúrgica. 9. Pós-Operatório - Assistência de Enfermagem Durante o período pós-operatório o Enfermeiro realiza ações que auxilia na recuperação anestésica, previne possíveis complicações, como: admissão do paciente na sala de recuperação, no caso da paciente citada foi recebida na clínica cirúrgica, então o Enfermeiro vai promover o conforto para paciente e os cuidados, vai avaliar nível de consciência, as condições do curativo realizar troca se necessário e avaliar e promover a melhor conduta para cuidar da lesão, observar a questão si houver drenos, fazer controle da dor, monitorar os sinais vitais, administrar medicação, fazer controle das eliminações, balanço hídrico, orientar a paciente sobre o tempo que terá que ficar em repouso e sem alimentação, ao levantar ter o cuidado para que a paciente possa sentar e sentir confiança para levantar, fazer pequenas caminhadas, quando não estiver restrita ao leito orientar a paciente para promover a higiene em banho de aspersão, orientar sobre o risco de queda trazer a família para ajudar no cuidado orientando e planejando para a total recuperação da paciente até a alta hospitalar. 10. Diagnóstico de Enfermagem Ansiedade relacionada à mudança no estado de saúde caracterizada por preocupação e inquietação. Intervenções: - Oferecer apoio psicológico; - Oferecer informações sobre o diagnóstico, tratamento e prognóstico; - Monitorar o estado emocional; - Estimular o paciente quanto o relato de sua ansiedade; - Tranquilizar a cliente quanto a sua satisfação sexual, relatando que o período de abstinência sexual pós-operatório, enquanto cicatrizam os tecidos é temporário; - Promover um ambiente calmo e agradável. Insônia relacionada a desconforto físico, caracterizada por relato de dificuldade para adormecer. Intervenções: - Monitorar o padrão do sono e quantidade de horas dormidas; - Implementar medidas de conforto; - Ensinar técnicas de relaxamento respiratório: respiração profunda, lenta e intencional; - Avaliar eficácia da analgesia. 11. Prescrição de Enfermagem - Verificar e anotar sinais vitais de 6/6h; 12 18 24 06; - Avaliar intensidade da dor e administrar analgesia conforme prescrição de 6/6h 12 18 24 06 - Realizar curativo em ferida operatória 1x ao dia com SF 0,9%; - Avaliar a ferida operatória quanto à presença de sinais flogísticos, secreções e sangramentos; - Orientar e estimular a deambulação; 12 . Conclusão O Cuidado de enfermagem é indispensável para a assistência pós-operatória, onde o Enfermeiro deve ser capacitado e ter conhecimento de cada procedimento cirúrgico e das alterações fisiológicas, tornando-se capaz de perceber e detectar precocemente os problemas que possam interferir na recuperação do paciente e se houver alguma intercorrência realizar as intervenções necessárias. Com a realização do estudo de caso, comprovou-se a importância do domínio teórico e prático para que a assistência de enfermagem tenha um caráter resolutivo e independente. Espera-se que o presente estudo desperte o interesse dos profissionais no planejamento do processo de enfermagem, visto que esse processo é uma tentativa de melhorar o trabalho interdisciplinar e, consequentemente, a qualidade da assistência ao paciente. REFERENCIAS CORRÊA, Frederico José Silva. Abordagem Atual no Tratamento do Mioma Uterino. Jornal Saúde Anchieta. N 3. 2007 Disponível em: http://www.fertilcare.com.br/wpcontent/uploads/2015/09/1jornal_saude_anchieta_no_ 3_2007_05.pdf REAL, Amanda Albiero; CABELEIRA, Maria Eduarda Parcianello; NASCIMENTO, Julian. Os Efeitos Da Histerectomia Sobre A Sexualidade Feminina. Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em < http://www.unifra.br/eventos/sepe2012/Trabalhos/5766.pdf> Revista cientifica de enfermagem – enfermagem perioperatória: cuidados a mulher submetida a histerectomia. Disponível em: https://www.recien.com.br/index.php/Recien/article/view/53/151 . Acesso em: 05 de setembro de 2021. Procedimento Operacional Padrão POP/CC/001/2020 Centro Cirúrgico (CC) Versão 1.0. Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/POP%20- %20Centro%20Cir%C3%BArgico.pdf . Acesso em: 05 de setembro de 2021. NANDA – I Diagnósticos de Enfermagem – Definições e Classificação 2018 – 2020 11° Edição T. Heather Herdman; Shigemi Kamitsuro http://www.fertilcare.com.br/wpcontent/uploads/2015/09/1jornal_saude_anchieta_no_3_2007_05.pdf http://www.fertilcare.com.br/wpcontent/uploads/2015/09/1jornal_saude_anchieta_no_3_2007_05.pdf http://www.unifra.br/eventos/sepe2012/Trabalhos/5766.pdf https://www.recien.com.br/index.php/Recien/article/view/53/151 file:///C:/Users/Usuario/Downloads/POP%20-%20Centro%20Cirúrgico.pdf file:///C:/Users/Usuario/Downloads/POP%20-%20Centro%20Cirúrgico.pdf Cirurgia para miomas
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