Buscar

TEXTO GUIAeducacao

Prévia do material em texto

TEXTO GUIA 
 Estudos entre 1999 a 2012 vem demonstrando benefícios no treinamento de força 
(TF) em crianças e adolescentes com a supervisão de um profissional da Educação 
Física, tanto no âmbito esportivo, da saúde e no bem-estar de jovens, influenciando na 
força dos músculos, ossos, composição corporal, habilidades motoras e nas atividades 
esportivas. 
 O treinamento de força (TF) inclui exercícios com equipamentos de força, pesos 
livres, peso corporal, fitas elásticas, medicine balls e saltos, usados gradualmente em 
uma vasta escala de cargas resistidas, com diferentes velocidades, no aumento ou 
manutenção da aptidão muscular (PIERCE, 2008; UGLINI, 2011). O TF é seguro e eficaz 
no treinamento direcionado tanto nas organizações médicas como no esporte 
(FAIGENBAUM, 2003). 
 Para tanto, é necessário o conhecimento das consequências musculares, ósseas e 
fisiológicas, das vantagens, riscos e cuidados envolvidos, nos diferentes métodos do 
treinamento (BEHM, 2008; FAIGENBAUM, 2000, 2003). 
 O treino da força muscular em crianças na pré-adolescência, até os 11 anos em 
meninas e até 13 anos em meninos, como em adolescentes (entre a infância e a idade 
adulta), meninas com idade entre aproximadamente 12 a 18 anos e meninos com idades 
entre 14 a 18 anos, são observados ganhos de força muscular nas crianças, por conta 
das adaptações neurais para o estímulo motor, da coordenação intermuscular e do 
aumento da aprendizagem neuromuscular (RUAS et al, 2014). 
 Quando crianças e adolescentes destreinados, são submetidos a um treino de força, 
com programas curtos, entre 8 a 12 semanas, observou-se um aumento da força 
muscular de 30% a 50% mesmo com baixo nível de andrógenos em seu corpo (BEHM, 
2008; FAIGENBAUM, 2000, 2003). O mesmo aumento é observado entre os jovens e 
adultos que praticam TF (FAIGENBAUM, 2003, 2007). 
 A testosterona está relacionada ao aumento de massa muscular, do gênero 
masculino, na adolescência e após ela, proporcionando ganhos de força oriundos do TF 
(KRAEMER, 1989 e FAIGENBAUM, 2000). Granacher et al. (2011), demonstrou que em 
crianças, a força proveniente de adaptações neuromusculares com TF, ativam músculos 
específicos (FOLLAND & WILLIAMS, 2007; BEHM, 2008). 
 As pesquisas mostram ainda não se ter a certeza de que TF não trará algum grau 
de hipertrofia muscular em crianças. O que se percebe na maior parte dos estudos, que 
as adaptações morfológicas resultam no aumento da área de secção transversa (AST) 
dos músculos, proporcionando o aumento da massa muscular, que se diferencia nas 
crianças, adolescentes e adultos (BEHM, 2008; FAIGENBAUM, 2003; Malina, 2006). 
 Devido ao fato do pré-puberes terem reduzida a circulação de andrógenos, 
afetando em ganhos de força através da hipertrofia (MALINA, 2006). Estudos demonstram 
que séries de exercícios multi-articulares, com programas de TF contribuem para esses 
ganhos e serem mais indicados para crianças (BEHM, 2008; KRAEMER, 1989). 
 Nichols et al., 2001 demonstraram aumentos na densidade mineral óssea (DMO) 
em adolescentes treinados após 15 meses de TF, na coluna lombar e fêmur. Kara & 
Snow, 2000 relataram aumentos na DMO do trocânter maior do úmero, em adolescentes 
do gênero feminino, de 14 anos depois de 9 meses de treinamento, em exercícios de 
agachamento e de salto (flexão do quadril). 
 Conroy et al., 1993 observaram aumento DMO dos ossos, de jovens levantadores 
entre 20 a 39 anos. Em outros estudos, se observou em jovens atletas, cujo treino de 
força gradual e frequente, proporcionou um aumento no desenvolvimento de força e 
tamanho dos músculos, e da massa óssea, assim como, o TF aumentou a DMO em pré-
púberes e púberes (BEHM, 2008; NICHOLS et al., 2001, CONROY et al., 1993; LOHMAN 
et al., 1995). Como também o TF em crianças, tem mostrado demonstrado um aumento 
na DMO, sem afetar no crescimento maturacional (BEHM, 2008; MALINA, 2006). 
 Além disso, Kara & Snow, 2000 colocam que o aumento da massa óssea é 
importante na prevenção de osteoporose quando o jovem se encontra na fase adulta. 
Para isso, é necessário a prática de programas de TF a longo prazo (SUNDELL, 2011; 
MCCAMBRIDGE & STRICKER, 2008). 
 Entretanto, os estudos não relacionam as adaptações ósseas em crianças e jovens 
ao longo do crescimento ósseo natural e nutricional até a fase adulta, podendo não estar 
correlacionado com o TF (NICHOLS et al., 2001). Além disso, os trabalhos na sua maioria 
correlacionam em suas avaliações, determinadas regiões ósseas ao TF, comparado a 
outras regiões não demonstraram alterações expressivas (RUAS, et al. 2014). 
 Pesquisas demonstram o impacto positivo do TF na composição corporal, entre a 
população obesa brasileira e mundial, evitando danos à saúde e ao metabolismo dos 
indivíduos (IBGE, 2008-2009; JEBB, 2004). 
 Autores vem demonstrando que a TF influencia no aumento de atividades físicas, 
entre jovens com problemas de peso, diminuindo a circunferência e o percentual da 
gordura corporal sem prejuízos ao crescimento da estatura e amadurecimento em 
crianças e adolescentes (FAIGENBAUM, 2007; FOLLAND, & WILLIAMS, 2007; MALINA, 
2006; SOTHERN ET AL. 1999). 
 Sothern et al., 1999 perceberam em crianças, depois de 1 ano de treinamento, que 
houve uma redução na massa corporal (≈6,2%), no IMC (≈13,8%) e ≈16,4% na massa 
gorda. Já na massa magra foi de (≈4%) em 10 semanas a um ano de TR. Além de 
aumentos na estatura (≈3,3%) depois de um ano, demostrando ausência de prejuízos no 
crescimento das crianças, depois de submetidas ao programas de TF. Resultados que 
vem ao encontro das pesquisas realizadas pelo Colégio Americano de Medicina do 
Esporte, 2009, que acredita que o TF apresenta eficácia na perda de peso, em conjunto a 
uma dieta, aumentando a massa magra que está associada à diminuição dos riscos de 
saúde (DONNELLY ET AL., 2009). 
 Watts et al., 2004 observaram em jovens obesos de 14 anos em média, quando 
submetidos a 3 sessões de treinamento concorrente de 1 hora por semana, durante 8 
semanas, aumentaram sua força muscular (≈13,2%), a diminuição da massa gorda 
abdominal (≈7%) e do tronco (≈3,7%). Além de melhorias na saúde vascular, segundo 
medição da dilatação fluxo-mediada da artéria braquial (FMD), e estar ligado a doenças 
vasculares inflamatórias crônicas, como a aterosclerose (FAIGENBAUM, 2003; WATTS et 
al. 2004). 
 As pesquisas com TF comprovam melhora dos padrões neuromusculares, 
fisiológicos e metabólicos, evitando doenças vasculares e cardiovasculares em jovens 
com problemas de obesidade. Além de se sentirem mais ativos fisicamente, 
proporcionando confiança no desempenho de habilidades motoras, e disposição na 
prática de exercícios físicos, trazendo benefícios a longo prazo, ou seja, até a vida adulta. 
Como também as habilidades de controle motor, desempenho esportivo, equilíbrio e 
coordenação em jovens podem ser melhorados com TF (PIERCE et al., 2008; MALINA, 
2006). 
 De acordo com Pierce e companheiros, os programas de TF incluem: 
“movimentos de levantamento de pesos e exercícios pliométricos estão 
sendo recomendados ultimamente como aspectos de melhorias do 
desempenho e redução de lesões (levando-se em conta a avaliação e o 
controle, como também, a relação adequada de volume e intensidade dos 
exercícios) visando a crescente participação dos jovens no esporte”. 
 Christou et al., 2006 identificou que o TF tem proporcionado melhoras no 
desempenho esportivo em crianças e adolescentes, como exemplo, temos “jovens 
jogadores de futebol entre 12 e 15 anos que realizaram treinamentos táticos e técnicos 
juntamente com sessões de TF apresentaram maiores ganhos na força muscular dos 
membros inferiores, no salto vertical e no teste de corrida de 30m, quando comparados a 
jovens que apenas treinaram futebol, sem TF”. Assim como a inclusão de exercícios 
pliométricos nos treinamentos de TF, aumentam a força dos membros inferiores e 
superiores de jovens, em atividades esportivas (BEHM et al., 2008; FAIGENBAUM, 2000; 
FAIGENBAUM, 2003;CHRISTOU et al. 2006; FAIGENBAUM, 2007). 
 O que se torna relevante, nas primeiras semanas de treinamento dos jovens em 
TF, que seja incluído nos treinos exercícios pliométricos, contribuindo em ganhos motores, 
ele vale também para os treinos de jovens atletas. (FAIGENBAUM, 2007). Importante 
salientar que é necessário observar, para que o treinamento não cause estresses crônicos 
repetitivos no sistema musculoesquelético (PIERCE, 2008; FAIGENBAUM, 2007; 
FAIGENBAUM, 2003). 
 Num programa adequado e supervisionado TF por um profissional competente da 
Educação Física, no uso de técnicas corretas de execução, os benefícios se tornam 
inúmeros para os pré-púberes e púberes, entre os quais: 
- Aumento da força muscular, o aumento da força não só melhora a capacidade funcional 
da criança como protege as articulações pelas quais estes músculos passam, 
protegendo-as de lesões. 
- Aumento da resistência muscular. 
- Diminuição das lesões relacionadas com o esporte e atividades recreacionais. 
- Melhoria da performance no esporte e em atividades recreacionais. 
- Melhoria da coordenação muscular. 
- Manutenção ou aumento da flexibilidade. 
- Melhor controle postural. 
- Aumento da densidade óssea. 
- Aumento do condicionamento físico. 
- Melhoria da composição corporal. 
- Aumento das adaptações bioquímicas como maiores concentrações de sangue e ácido 
lático nos músculos durante e depois do exercício máximo; aumento das reservas de 
glicogênio a ATO – PC e aumento da atividade de enzimas glicolíticas nos músculos 
esqueléticos. (CAMPOS, 2004, p. 113).

Continue navegando